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Contra fobias, psicoterapia ( Jornal da Tarde )

Jornalista: Indefinido 27/01/2012 - Por que o medo de agulha pode se tornar incontrolvel? natural que a maioria fique com medo da picada. Mas existe um medo patolgico: como se a pessoa acreditasse que pudesse estar em risco real de morte ou de ser severamente machucada. Como surge o medo? As fobias sempre tm raiz traumtica. Em algum momento, em geral na infncia, a pessoa testemunhou ou passou por uma situao dramtica envolvendo agulha. Mas muitos no se lembram desse episdio .A memria se manifesta por um princpio de associao, tambm responsvel pelo aprendizado. E esse princpio trabalha na direo fbica. Como esse mecanismo se desenvolve no crebro? O medo patolgico dispara um mecanismo na amgdala do crebro. Ela fica superativada, enquanto o crtex mdio e pr-frontal, rea responsvel pela classificao das experincias, sub-ativado. Ele no categoriza a experincia. O crebro se mantm refm da situao de temor, sem que organize o que de fato est acontecendo. como se a pessoa revivesse o trauma subjetivo. Qual o tratamento? A psicoterapia a primeira linha de tratamento para fobias especficas. Ela vai dissecar as memrias traumticas da infncia e da adolescncia. A medida que entende a origem da fobia, ele passa a categorizar essas aes de outra maneira, Vai reprogramando o crebro e se aproximando do evento que antes disparava a fobia. Por que uma pessoa pode ter medo de vacina e no de piercings ou tatuagem? Fobias tendem a ser mui to especficas porque as situaes traumticas tambm foram especficas. J atendeu casos? Um paciente de 43 anos trouxe a queixa de medo de tomar injeo desde os 12. Revisitando eventos difceis, lembrou que, quando tinha cinco anos e a irm 12, ela fez um tratamento contra raiva e levou vrias injees na barriga. Como no tinha capacidade de categorizar o que estava acontecendo, ele absorveu aquele contedo como se fosse algo que acontecesse com todos. Por isso, aos 12 anos, manifestou a fobia. Consciente da origem, ele superou a fobia em quatro meses de psicoterapia.:: M.L.

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