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Pesadelo da louca Era um lugar, uma sala, uma varanda, um quarto...

Uma famlia ou grupo de pessoas riam em estado de euforia. Todos gostavam muito dos prazeres da vida. Aquela era minha casa. Quem eram eles? Parentes dele. Por ele, eu fiz tudo, entretanto ele nunca correspondeu ao meu sentimento. Sempre me agredia e me ridicularizava, mas fazia tudo que eles queriam. Nenhum deles eu via claramente. Eram figuras nebulosas. At ele. Nem sei mesmo se estava l. Eu usava uma bata sem nada por baixo e tinha os cabelos sebosos. No mais tinha meu juzo normal. Porm ainda lembrava de me tirarem a roupa e jogarem a mangueira para tirar o que chamavam de fedor horrvel. E eu a gritar da dor da gua gelada rasgando meu corpo. Talvez at de pudor. Tudo nebuloso. Riam e riam. - Voc lembra dela, quando era boa da cabea? Falava o portugus bem falado, tinha maneiras refinadas, vivia toda arrumada e tomava banho todos os dias... - No mostrava as carnes, sempre to coberta...! Continuavam a rir e rir com deboche. Eles tm abacates na mo, dos quais eu nunca gostei de jeito nenhum, tinha at nojo,

fobia. No podia nem ver a fruta que logo sentia vontade de vomitar... Ento eles pegam abacates, um a um, abrem-nos, cortam-nos e acertam as frutas na minha cabea. Riem muito ao ver a meleca escorrer por minha cara e por meu corpo. Nessa hora tudo ficou nebuloso, o pesadelo acabou e mudou para outro sonho. Acho que foi demais para mim...

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