ISBN – 85-225.0449-0
Copyright © Eduardo Santiago Spiller, Daniel Piá, João Ferreira da Luz,
Patricia Riccelli Galante de Sá
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Os conceitos emitidos neste livro são de inteira responsabilidade dos autores. 1 ª edição -
2004
2ª edição - 2006
Editoração eletrônica: FA Editoração Eletrônica
Revisão: Fatima Caroni, Mauro Pinto de Faria e Sandro Gomes dos Santos
Capa: aspecto:design
Ilustração de capa: Romero Cavalcanti
Spiller, Eduardo Santiago
Gestão de serviços e marketing interno / Eduardo Santiago Spiller, Oaniel Piá, João
Ferreira da Luz, Patricia Riccelli Galante de Sá. - 2. ed. - Rio de Jane'lro : Editora FG\!, 2006.
140 p. - (Marketing)
Apresentação
Introdução
Este livro faz parte da Série Marketing das Publicações FGV Management,
programa de educação continuada da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Instituição de direito privado com mais de meio século de existência, a FGV vem
gerando conhecimento por meio da pesquisa, transmitindo informações e capacitando por
meio da educação, prestando assistência técnica a organizações e contribuindo para um
Brasil sustentável e competitivo no cenário internacional.
A FGV é composta de várias unidades, cabendo aqui destacar a Escola de Pós-
Graduação em Economia (EPGE) e a Escola Brasileira de Administração Pública e de
Empresas (Ebape). A EPGE, criada em 1961 pelo professor Mario Henrique Simonsen, é
a mais antiga escola de pós-graduação em economia do Brasil. A Ebape, criada em 1952
com o apoio das Nações Unidas, é a mais antiga escola de administração da América do
Sul. Ambas as escolas têm sua excelência internacionalmente reconhecida, e é de sua
interação que emana o FGV Management.
Para viabilizar sua vocação e propósitos, o FGV Management possui uma rede de
conveniados em todo o país (ver www.fgv.br/fgvmanagemen t).
As Publicações FGV Management representam mais um esforço da FGV em
socializar seu aprendizado e suas conquistas. Os livros desta série, escritos por professores
do FGV Management, profissionais de reconhecida competência acadêmica e prática, visam
atender às demandas do mercado, tendo como suporte sólida fundamentação teórica.
A FGV espera, com mais esta iniciativa, oferecer a estudantes, gestores e técnicos - a
todos, enfim, que têm internalizado o conceito de educação continuada, tão relevante nesta
era do conhecimento em que vivemos - insumos que, agregados às suas práticas, possam
contribuir para sua especialização, atualização e aperfeiçoamento.
Clovis de Faro
Diretor do Instituto de Desenvolvimento Educacional
Bianor Cavalcanti
Diretor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas
Costuma-se dizer que os serviços são menos tangíveis que os bens ou mercadorias; que sua
produção e consumo ocorrem simultaneamente; que são inseparáveis de seus produtores; que podem
variar bastante em preço e qualidade, dependendo de onde, quando e por quem são prestados; e que
não podem ser estocados. Tais características merecem algum detalhamento, como veremos a seguir.
Vale notar que a "produção" de um serviço só se conclui após seu uso completo, devendo
portanto ser alvo da atenção estratégica do negócio. Toda a estratégia global de marketing de um
serviço deve estar centrada na precisa avaliação e no gerenciamento da expectativa do cliente.
Dada a intangibilidade de um serviço ou de seus principais atributos, podemos definir a sua venda
como a "venda de uma promessa". Voltaremos ainda a esse tema quando falarmos dos hiatos da
qualidade.
É importante compreender o impacto que certas características dos serviços podem ter
nas expectativas do cliente antes, durante e depois de sua execução.
A intangibilidade dos serviços
A promessa
A venda de um serviço é totalmente baseada na promessa de que ele irá de fato atender à
expectativa do consumidor. Por isso a empresa de serviços deve sempre prometer, através da
comunicação, da promoção e da venda, algo realista, compatível com a expectativa do cliente.
Este é, sem dúvida, o grande desafio e a base do marketing de serviços. Entende-se por fator
humano o conjunto de atitudes (empatia, atenção, comunicabilidade, flexibilidade) e posturas
(discrição, elegância, sinceridade, humildade) capazes de estreitar vínculos, gerar credibilidade e
causar motivação em qualquer relação comercial, porque as pessoas representam as empresas, e os
negócios entre as empresas dependem dessas pessoas, de suas expectativas, desejos, hábitos e
tendências.
Em toda empresa, a prestação de serviços de alto nível depende muito daqueles que são
responsáveis pelo relacionamento com os clientes. São seus "vendedores", ou melhor, seus "gerentes
de relacionamento" que tratam de levar a empresa para dentro da casa dos clientes, orquestrando a
prestação de serviço em todas as suas fases e, principalmente, estabelecendo um relacionamento
duradouro.
O marketing de serviços deve basear suas estratégias na criatividade e no talento profissional
dos executivos e de todos os funcionários da empresa que se propõe prestar serviços ao mercado. Os
resultados dependem fortemente do desempenho do elemento humano.
Tendência à hibridização
Um serviço pode ser comercializado como uma mercadoria ou estar ligado a produtos
tangíveis, mas serão quase sempre combinações do tangível e com o intangível, podendo-se ampliar
um produto pela anexação de um ou mais serviços. É essa circunstância que se denomina
hibridização. Um automóvel, por exemplo, pode ser um produto ampliado, quando a ele se anexam
serviços de reparo ou de manutenção gratuitos. Uma vez concebido e agregado ao produto, o serviço
ao cliente passa a fazer parte do composto do produto. Assim, a satisfação do consumidor é o
elemento fundamental da noção de serviço ao cliente, tanto na pré-venda quanto na pós-venda. Como
vimos, tal satisfação depende de fatores não apenas objetivos, mas também subjetivos.
Cada vez mais se observa no mercado uma estreita ligação entre produtos e serviços. Berry e
Parasuraman (1992:10) dizem que "as linhas de distinção entre os setores de manufatura e serviços
estão se tornando invisíveis, e a arena de importância dentro da indústria será cada vez mais o
serviço".
Nos anos 1950 fazia-se a apologia da venda como a grande competência das empresas
industriais, mas isso se tornou insuficiente para o mercado altamente competitivo de hoje. O foco
transferiu-se de vender para servir. Tanto as empresas produtoras de bens quanto as que prestam
serviços procuram oferecer novas soluções para seus clientes, disputando-lhes a preferência ao
agregar valor às suas ofertas.
O ferramental pós-venda consiste em pacotes de serviços de apoio ao produto, visando
aumentar seu valor e seu diferencial em relação aos dos concorrentes. Incluem-se aí as pesquisas de
satisfação, os serviços de atendimento ao consumidor (SAC ou 0800), o treinamento de operadores
(principalmente para produtos mais complexos), o financiamento para compra, a assistência técnica e
até mesmo serviços auxiliares de conveniência para os clientes, os quais nada têm a ver com a ativida-
de-fim da empresa. Ninguém mais compra um carro, ainda que mais barato, sem garantia, assistência
técnica, oficinas treinadas, facilidade de obter peças de reposição ou cobertura de seguro.
Mudou-se também o desenho dos produtos, para facilitar sua reposição e manutenção pelos
próprios clientes. Por exemplo, cartuchos descartáveis para impressoras, programas de computador
com downloads e upgrades gratuitos, disponíveis via internet, CD-ROMs para instalação de
provedores de acesso, enfim, urna série de produtos "amigáveis" ou do tipo "faça você mesmo".
A "grande idéia" não mais representa um diferencial competitivo suficiente, porque logo
será copiada. A proteção é cada vez mais difícil porque, além dos custos aí envolvidos, existe o
encurtamento do ciclo de vida dos produtos, devido às mudanças de necessidades e expectativas
do próprio consumidor, a partir das evoluções tecnológicas.
Marketing de produtos
Pré-produção
Venda
• Ao decidir-se pela compra ou desenvolver preferência por alguma marca, o consumidor leva em
conta os riscos envolvidos, as informações transmitidas por amigos (boca a boca) ou pela mídia, o
manuseio do produto no ponto-de-venda (tocar, cheirar, saborear, provar) e a relação custo/
benefício, para estabelecer a preferência por uma marca ou outra, ou tomar a decisão de comprar
ou não comprar.
Consumo
• O cliente vivenciará por si mesmo o uso do produto e poderá arrepender-se da compra, devolvendo
o produto ou solicitando sua troca ou reparo.
Pós-Venda
• Nessa última etapa do processo de venda, o vendedor acompanha o desempenho do produto após
a venda para assegurar a satisfação do cliente e a continuidade dos negócios.
Marketing de serviços
No marketing de serviços as etapas são basicamente as mesmas, mas seguem uma ordem
diferente.
Pré-produção
Venda
Produção e consumo
Pós-venda
As empresas podem oferecer serviços pós-venda (entrega, instalação, assistência
técnica, venda de peças e SAC) de quatro maneiras:
• departamento de serviços próprio - o lucro com consertos e reposição de peças às vezes é
maior do que com o próprio serviço;
• credenciamento de autorizadas - permite multiplicar os pontos de atendimento e ganhar
rapidez pela maior proximidade com o consumidor;
• credenciamento de empresas especializadas que operam em grande escala, atendendo
vários clientes;
• transferência para o cliente. Nesse caso, os grandes clientes acham mais vantajoso, tanto em
termos operacionais quanto financeiros, ter seus próprios especialistas (principalmente no
setor de informática). Já os pequenos clientes preferem ser abastecidos com equipamentos
fáceis de montar e instalar e cujas peças sejam descartáveis. Não querem pagar por serviços
secundários embutidos no preço mas que não lhes interessam, como taxas de seguro contra
fraudes em cartões de crédito, contratos anuais de manutenção para equipamentos pouco
usados ou fretes de mercadorias que eles mesmos possam transportar.
No entanto, quaisquer que sejam as circunstâncias e preferências do cliente, a pós-venda
pode ser considerada, especialmente no que se refere aos serviços, como o momento da
racionalização das apostas realizadas quando da escolha da marca ou do prestador dos serviços.
A intangibilidade presente na primeira compra não mais existe quando o cliente, agora informado
e presumivelmente consciente do real valor que o serviço tem para si, toma a decisão de adquiri-lo
novamente ou não. Entre esses dois momentos, deve-se realizar um verdadeiro marketing pós-
venda, obedecendo às seguintes etapas:
Com isso é possível não apenas aumentar a chance de retorno do cliente, obtendo assim
a sua fidelidade, como também torná-lo um divulgador espontâneo da excelência do serviço,
fazendo por meio dele o melhor marketing que existe.
Por telefone, e-mail ou mala-direta pode-se "falar ao ouvido" do cliente a um custo muito
baixo. O serviço pós-venda pode ser considerado uma cartada decisiva com a qual se ganha o
jogo.
Neste capítulo você conheceu os fundamentos do marketing de serviços. Tomou
conhecimento das características dos serviços e das diferenças entre serviços e produtos, e viu
também algumas conseqüências dessas características. Observou, ainda, os conceitos sobre a
venda de uma promessa, os tipos de serviços, a tendência à hibridização e o fluxo do processo de
marketing.
No próximo capítulo, esperamos que você compreenda a importância da qualidade nos
serviços. Antes, porém, pode exercitar os conceitos, respondendo às perguntas a seguir.
Os "momentos da verdade"
A qualidade dos serviços está nos detalhes. Ou seja, a relação entre o fornecedor e o comprador
do serviço está presente em muitos pontos individualizados de contato. Isso torna um serviço
essencialmente distinto de um produto físico tangível, especialmente no que se refere à garantia de
qualidade. No caso de um produto físico, como um automóvel ou um televisor, pode-se controlar a
qualidade verificando cada componente assim que é produzido e inspecionando o produto completo
quando ele sai da linha de montagem, ou seja, antes da entrega. O mesmo não ocorre com um serviço,
como a abertura de uma conta bancária. Como já foi dito, o serviço geralmente é "fabricado" no ato da
entrega e, na maioria dos casos, tem muitos pontos de entrega.
Numa cadeia de lojas de artigos de conveniência, por exemplo, milhares de pessoas em muitos
pontos "produzem" e entregam o serviço. Pode-se fabricar cada artigo vendido num único local, mas
não se podem produzir as interações com os clientes num só local. Tal "produção" ocorre a cada
contato, milhares de vezes por dia.
Isso significa que os métodos tradicionais de controle de qualidade - verificação efetuada ao longo
do processo ou centralizada na inspeção final - não são adequados, tornando-se necessário um
conceito de qualidade que leve em conta o processo fundamentalmente humano de geração e entrega
desse "produto".
O funcionário da linha de frente serve de contato entre a empresa e o cliente, contribuindo para
torná-la tangível. Esse é o "momento da verdade", quando o cliente entra em contato com algum
aspecto da organização - pessoas, instalações ou equipamentos - e tem uma "impressão" da qualidade
do serviço.
Do ponto de vista administrativo, esses muitos "momentos da verdade" representam os
fundamentos do serviço. O "momento da verdade" é a menor unidade indivisível de valor entregue ao
cliente.
A maior preocupação da empresa deverão ser esses momentos críticos do processo, os quais
estarão forjando na mente do cliente a percepção da qualidade do serviço e influenciando o resultado
final. Pode-se fazer imediatamente um inventário dos "momentos da verdade" vivenciados pelos
clientes enquanto o pessoal de linha de frente presta o serviço. Tão logo se saiba quais são esses
"momentos da verdade", o planejador do serviço estará em condições de analisá-los do ponto de vista
da qualidade e poderá começar a otimizar aqueles que exigirem melhoria e buscar maneiras de
acrescentar valor a todos. Colocará ali seus maiores esforços de monitoramento, controle e
treinamento de pessoal.
Convém lembrar que nem todos os "momentos da verdade" envolvem interação direta de
funcionários e clientes. Quando um cliente vê uma peça de publicidade da empresa, esse é também
um "momento da verdade", pois gera uma impressão. Entrar num estacionamento, caminhar num
saguão de hotel, receber uma conta, retirar um talão de cheques numa máquina, tudo isso cria uma
impressão do serviço. O somatório de todos os "momentos da verdade" experimentados pelos clientes,
havendo ou não contato humano, transforma-se na imagem da organização em termos de serviço.
Essa maneira de ver o serviço - como uma série de "oportunidades perecíveis" que causam uma
impressão de qualidade - torna evidente que a administração não controla diretamente a qualidade. Os
administradores não podem estar presentes em todos os "momentos da verdade" para ter certeza de
que os funcionários agem corretamente. Logo, dependem deles, que lidam pessoalmente com esses
momentos. Não obstante, também no caso de auto-serviço existe o "momento da verdade", quando o
cliente interage com os caixas eletrônicos, por exemplo, em várias etapas até conseguir seus objetivos,
os serviços.
Este é um conceito provocante: cada funcionário da linha de frente é, de certo modo, um
administrador. Cada um deles controla o resultado do "momento da verdade", na medida em que
controla seu próprio comportamento diante do cliente.
Se o pessoal de serviço for apático, distante, inamistoso ou pouco cooperativo, seus "momentos
da verdade" serão negativos. Se, ao contrário, mostrar-se amistoso, ativo e cooperativo, tomando
iniciativas para resolver os problemas do cliente, seus "momentos da verdade" serão brilhantes e o
cliente tenderá a generalizar essas experiências criando uma boa imagem do serviço. Talvez esta seja
uma situação assustadora para alguns executivos: as "formiguinhas" é que estão no controle da
situação!
Mais adiante voltaremos à questão do gerenciamento da relação entre as expectativas do cliente
e sua percepção da qualidade do serviço prestado. Agora vamos nos deter no desenho do processo do
serviço e nos requisitos de suas várias etapas.
O ciclo do serviço
Logo se percebe que não é fácil fazer com que os administradores e o pessoal da linha de frente
mudem seus pontos de vista e encarem o serviço tal qual o cliente o vê. Anos de condicionamento e
experiência numa atividade de prestação de serviços tendem a distorcer as percepções de uma
pessoa. Após aplicar milhares de injeções, ou reservar milhares de passagens, ou vender milhares de
refeições, o funcionário pode estar convencido de que não existe possibilidade de errar. Assim será
muito difícil para ele perceber, por exemplo, o ponto de vista de um cliente que esteja experimentando
o serviço pela primeira vez. Compreender a realidade da experiência do cliente pode ser tão importante
quanto ser um especialista em sua função.
Talvez a melhor técnica para ajudar as pessoas a mudarem seus pontos de vista seja levá-las a
pensar em termos de ciclo de serviço: uma cadeia contínua de eventos pela qual o cliente passa, à
medida que experimenta o serviço que lhe é prestado. Essa é a configuração natural e inconsciente
que está na cabeça do cliente e que pode não ter coisa alguma a ver com o enfoque técnico a que o
prestador do serviço está habituado. Este geralmente concebe o processo em termos de
departamentos organizacionais e especialidades que precisam interagir para que o serviço seja
prestado. Já o cliente está interessado somente em satisfazer uma necessidade: "quero um lugar para
guardar meu dinheiro"; "desejo comer uma boa refeição"; "quero consertar meu carro".
Nas empresas de prestação de serviços, freqüentemente o cliente tem de percorrer uma
verdadeira via crúcis devido à maneira pela qual elas estão organizadas. Por exemplo, ele vai a uma
oficina consertar o carro e lá o entrega ao recepcionista; ao retornar para apanhá-lo, descobre que
precisa ir ao caixa para receber as chaves e pagar a conta, mas ali não há ninguém que possa informa-
lo sobre o defeito apresentado. Quando ele discorda do preço que está sendo cobrado, o caixa lhe diz:
"Sou apenas o caixa. “Fale com o gerente de serviços". O cliente pergunta: "Onde está o gerente de
serviços?" Alguém lhe responde: "Ele já foi embora. Volte amanhã". O cliente pode pedir para falar com
o mecânico que trabalhou no carro e descobrir que ele não tem permissão para sair da oficina para
falar com os clientes.
O mesmo pode acontecer em qualquer outro tipo de serviço - bancos, hotéis, hospitais,
financeiras, restaurantes etc. Talvez mais do que por qualquer outro motivo, as organizações perdem
clientes porque estes não encontram alguém com quem possam [alar a respeito de seu problema.
A figura 1 ilustra o ciclo de serviço. Os "momentos da verdade" são aqueles em que o cliente
travou contato com algum aspecto da empresa e teve uma impressão da qualidade do serviço. Para o
cliente, esses diversos momentos formam uma cadeia contínua de eventos, ou seja, trata-se de um
único processo, embora ele tenha de lidar com mais de uma dezena de diferentes departamentos da
organização.
No entanto, os prestadores de serviço nem sempre vêem o processo como um fluxo único de
experiências interligadas, e sim como uma série de tarefas e responsabilidades individuais. Às vezes o
cliente é a única pessoa que vê todo o quadro.
Além das precondições gerenciais e dos três elementos básicos, é preciso entender como se dá a
percepção da qualidade em serviços do ponto de vista do cliente. Bebko (2000) aprofundou o estudo
sobre o comportamento do consumidor, procurando verificar até que ponto o grau de intangibilidade de
um serviço influencia a criação de expectativas e a percepção da qualidade, independentemente do
local, do segmento de mercado ou do momento de consumo. Sua pesquisa veio confirmar o que Berry
e Parasuraman (1992) já haviam afirmado a respeito das cinco dimensões da percepção da qualidade:
O estudo das dificuldades de prestar serviços com qualidade aceitável compreende a análise das
falhas visando a adoção de medidas preventivas. O modelo apresentado na figura 2 ilustra os
argumentos que serão apresentados adiante para orientar tal estudo.
A formação das expectativas dos clientes em relação aos serviços que lhes serão prestados pode
se dar de várias maneiras. A comunicação boca a boca tem aí grande importância, pois a pessoa que
a faz supostamente é isenta. Quanto maior o poder de influência e a credibilidade daqueles que
indicam ou criticam os serviços sobre as pessoas que ainda não os experimentaram, maior o efeito que
causam, qualquer que seja a origem da informação.
Criam-se também expectativas a partir das necessidades e desejos das pessoas. Tais
expectativas serão tanto mais intensas quanto maior for o grau de necessidade ou a pressão
social para o satisfazer fantasias ou vaidades. Por fim, a experiência passada contribui igualmente
para formar expectativas. Se foi negativa, a expectativa é baixa e espera-se que o serviço venha a
ser melhorado. Se foi positiva, a expectativa é de que, no mínimo, o nível de qualidade do serviço
se mantenha.
A frustração das expectativas é freqüente e decorre geralmente da existência de gaps ou
discrepâncias entre o real e o esperado, nos campos gerencial e operacional, conforme ilustrado
na figura 2.
O primeiro gap se verifica entre a real expectativa do cliente quanto à qualidade do serviço e a
pressuposição da gerência a respeito dessa expectativa. Em serviços, especialmente, não cabe
pressupor. O prestador de serviços não deve "achar" coisa alguma a respeito dos clientes, de
suas preferências, hábitos, manias. Seu dever é procurar obter as informações necessárias para
conhecer-lhes o perfil.
O segundo gap se refere à discrepância entre a percepção da gerência acerca da expectativa
do cliente e a tradução dessa percepção em especificações de serviços. Ao cometer um erro de
percepção e julgamento, o gerente agrava o problema ao elaborar regras e manuais com
orientações equivocadas. Adicionalmente, pode piorar o problema por não dominar técnicas
adequadas de registro e redação. As orientações costumam ser ambíguas e muitas vezes
refletem o temperamento negativo do gerente: "Faça do meu modo, porque é assim que eu quero
e é assim que os clientes são".
O terceiro gap corresponde à discrepância entre as especificações e a prática da prestação
dos serviços, pois na interpretação dessas especificações a possibilidade de falhas é novamente
multiplicada. Em se tratando de manuais, o problema se agrava porque o texto costuma ser pouco
objetivo, e muitos não lhe dão a devida atenção porque julgam já saber o suficiente.
O quarto gap está na discrepância entre a prestação dos serviços e a comunicação com os
clientes, seja pela má orientação acerca dos serviços, seja pela formação de expectativas exageradas,
resultando em promessas não cumpridas; seja ainda pela falta de advertências quanto aos cuidados a
serem tomados pelos clientes. Exemplos desse hiato podem ser evidenciados a partir de experiências
em parques temáticos e de diversões, nos quais deve haver informações escritas, bem visíveis, e
também sonoras, em mais de um idioma, indicando como os recursos disponíveis podem ser utilizados
para oferecer maior prazer aos convidados e fazendo advertências acerca de cuidados necessários e
restrições, de maneira que não ocorram acidentes com os participantes nem haja danos à reputação
da organização. Da mesma forma, não se deve gerar expectativas desproporcionais à capacidade de
executar o que foi oferecido, para que os clientes não julguem o parque e suas atrações
desinteressantes.
O quinto gap, isto é, a discrepância entre a expectativa dos clientes e a sua percepção dos
serviços, pode levar ao fracasso do empreendimento. No "momento da verdade", o cliente pode
verificar que seu dinheiro foi desperdiçado. Assim, este deixa de ser o momento de reafirmação da
escolha e de decisão em favor da repetição da compra e da satisfação proporcionada pelo resultado.
Na verdade, os hiatos provocam um efeito arrasador sobre os clientes. A seus olhos, os impactos das
falhas parecem multiplicados.
Resta ainda analisar a influência do mercado sobre as expectativas dos clientes, a qual se dá
através dos recursos da propaganda e dos canais de comunicação utilizados ou pela própria prestação
dos serviços. A atuação agregada do mercado influencia o modo como os clientes imaginam que deve
ser o serviço em qualquer de suas fases.
Empresas que atuam em mercados oligopolizados ou monopolizados, quase sem concorrência,
não raro ignoram a vontade dos clientes e lhes oferecem aquilo que bem entendem, muitas vezes
como se fosse um favor. No Brasil, uma exceção é o serviço postal, cuja credibilidade é inegável.
Outras empresas que atuam no ramo de entregas também reforçam a expectativa de que o serviço é
confiável e ágil.
Por fim, merece atenção especial o problema da propaganda enganosa, mesmo porque a
frustração de um compromisso subsidia a propositura de ações judiciais contra o infrator do Código de
Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90). Nesse aspecto, cabe ressaltar que o país dispõe de um
conjunto de normas legais considerado um dos mais avançados no mundo, embora seja ainda
incipiente a conscientização popular no que se refere às obrigações e aos direitos previstos na lei.
As melhores práticas para exercer influências positivas são:
• não prometer mais do que será entregue;
• destacar o que for bem feito, elogiando a escolha feita a partir do discernimento dos clientes, que
sabem muito bem o que querem, querem o melhor, para já e ao menor preço;
• desculpar-se e corrigir imediatamente as menores falhas, "mostrando serviço" aos clientes,
atenuando sua má impressão e compensando-os sempre que possível.
Para satisfazer às expectativas dos clientes, as organizações devem esforçar-se para melhorar
seu relacionamento com eles. O avanço da tecnologia propicia a convergência de meios e o
desenvolvimento de múltiplos canais de comunicação e distribuição para oferecer maior conveniência
ao cliente.
Gestão da capacidade
Gestão da demanda
As estratégias para influenciar a demanda visam ao seu deslocamento no tempo, por meio
de estímulos e restrições. Trata-se de aproveitar melhor a capacidade existente, seja ante-
cipando demanda, seja retardando-a, pois em ambos os casos o que ocorre é a impossibilidade
de atender plenamente a procura no momento desejado pelo público-alvo.
Para provocar o retardo da demanda de serviços, utiliza-se o artifício da formação de
"estoques", ou seja, para reter os. clientes e dificultar a sua decisão de compra em favor de
algum concorrente, procura-se atendê-los posteriormente vendendo-lhes a capacidade futura,
como no caso de reservas de passagens aéreas e acomodações em hotéis.
A formação de "estoques" é promovida com:
• a formação de filas, nas quais, de maneira ordenada, as pessoas aguardam o atendimento
ou a distribuição de senhas com hora de uso pré-agendada, como ocorre com os brin-
quedos nos parques da Disney;
• sistemas de reservas, em que é garantida a disponibilidade do serviço, como em
casamentos na igreja;
• sistemas de reservas com formação de filas, como nos consultórios;
• segmentação da demanda, em que o público-alvo é dividido em grupos com demandas
distintas, sendo programado o atendimento para maximização do uso da capacidade e
minimização da espera, como em restaurantes em que os clientes são atendidos em função
da chegada e do número de pessoas em cada grupo, o que implica a disponibilidade de
mesas de diferentes tamanhos.
Para evitar a irritação causada pelo tempo de espera, é preciso conhecer melhor a
percepção do cliente. Veja:
• A espera ociosa parece mais longa. Convém oferecer alguma atividade ou distração para os
clientes enquanto eles não são atendidos. É o caso de uma loja de materiais de constru-
ção, na qual aos sábados os clientes vão acertar as contas das mercadorias que
levaram no decorrer da semana. Em função da maior afluência de clientes, a espera
vinha causando irritação,até que foi contratada uma pessoa para, gentilmente, oferecer
um saboroso café com biscoitos.
• A espera até ser atendido parece mais longa do que durante a realização do serviço. Ao chegar a
um restaurante, por exemplo, o cliente deve ser imediatamente informado de que será
atendido logo em seguida. O atendimento inicial deve ser mais rápido do que o preparo
do prato principal, pois o cliente leva em conta o esmero do cozinheiro, aceitando assim
a demora sem impaciência.
• A ansiedade faz parecer mais demorada a espera. Isso requer medidas atenuantes, como dar
início ao serviço, mesmo que ele tenha de ser interrompido em seguida. Numa clínica,
por exemplo, os pacientes vão sendo chamados para pesagem e tomada de medidas
muito antes de serem atendidos pelo médico.
• Esperas imprevistas parecem mais longas. Portanto, devem ser anunciadas logo que se
configurem, não podendo ser subestimadas. A ocorrência de alguma falha ou defeito
num equipamento deve ser imediatamente avisada aos clientes que esperam pelo
serviço. No caso de um problema no equipamento de uma loja de fotocópias em uma
universidade, por exemplo, se os clientes forem avisados, poderão decidir se aguardam
o conserto ou retornam mais tarde.
• Quanto mais valioso o serviço, mais tempo as pessoas aceitam esperar. A importãncia atribuída
ao serviço faz os clientes suportarem melhor a espera. É o caso dos que se dispõem a
aguardar horas numa fila para entrega de passaportes quando precisam viajar para o
exterior.
• Esperas solitárias ou desconfortáveis. No caso de serviços que não permitam assegurar a
pontualidade do atendimento, o desconforto do cliente é menor quando há uma sala de es-
pera onde ele possa conversar com outras pessoas. É o caso, por exemplo, de salas vip em
aeroportos, dotadas de poltronas confortáveis e dispostas de modo a facilitar a interação
entre os clientes.
• A espera parece mais longa para usuários novos ou pouco freqüentes do que para usuários
costumeiros. O usuários antigos normalmente conversam com os novos enquanto esperam
pelo serviço e isso acaba ajustando a expectativa dos novatos. Isso pode ocorrer, por
exemplo, durante o atendimento em centros automotivos, quando uma troca de amortecedo-
res acaba exigindo a substituição imprevista de outras peças, retardando a execução do
trabalho.
Tipos de espera
Identificação do cliente
Tipos de clientes
Para satisfazer plenamente os diversos tipos de clientes com os quais a empresa lida é
preciso saber identificar alguns traços básicos, como veremos a seguir. Destacamos aqui 12 ti-
pos de clientes.
Cliente decidido
O cliente decidido sabe o que quer e tem conhecimento do produto. Já sondou os
concorrentes mais próximos e muitas vezes está pronto para fazer uma compra imediata.
Dicas para atendê-lo: ouvir mais do que falar; fazer a venda rapidamente, porém
deixando o cliente decidir a hora do fechamento; não competir em conhecimento com o cliente,
mas, se necessário, prestar-lhe novas informações; realizar demonstrações curtas, usando uma
linguagem técnica; ser prestativo.
Por exemplo, um cliente decidido entrou numa loja de artigos eletrônicos e presenciou
uma venda bem-sucedida. Sem esperar que o vendedor viesse atendê-lo, foi direto procurar um
aparelho de TV O vendedor, que estava atento, foi atrás do cliente e perguntou-lhe o que
desejava. O cliente respondeu sem pestanejar e começou a descrever o aparelho. O vendedor
esperou que ele terminasse de falar e então o informou acerca de outras vantagens. Ligou o
aparelho e começou a demonstrá-las rapidamente, mencionando o preço sem muito destaque. O
cliente, que já estava interessado na TV, quis saber mais a respeito de aparelhos de DVD.
Resultado: o cliente não só levou o televisor, como também um home theater de última geração.
Tal exemplo só vem confirmar as dicas apresentadas. Tendo identificado o tipo de
cliente com quem lidava, o vendedor pôde abordá-lo da forma certa e vender-lhe não só o item
procurado, como também outros itens adicionais.
Cliente indeciso
Cliente confuso
O cliente confuso tem uma vaga noção de seus desejos e necessidades e se mostra
indeciso diante de muitas opções.
Dicas para atendê-la: fazer perguntas básicas para descobrir seus desejos e necessidades;
limitar desde logo o número de opções conforme a disponibilidade da loja e as próprias ne-
cessidades do consumidor; argumentar de forma simples e persuasiva.
Cliente apressado
O cliente apressado dá mostras de agitação e impaciência, consultando muitas vezes o
relógio.
Dicas para atendê-lo: ser paciente; atendê-lo como se ele fosse um cliente "decidido",
fazendo demonstrações rápidas e simples; se necessário, tratá-lo com objetividade e realizar um
rápido fechamento.
O cliente sem pressa é metódico, raramente compra por impulso e costuma pensar duas
vezes antes de tomar qualquer decisão.
Dicas para atendê-lo: mostrar calma, paciência e interesse; limitar o número de opções
para evitar indecisão; estar preparado para repetir os principais argumentos de venda; deixar
que ele indique o momento adequado para o fechamento da venda.
Cliente comunicativo
Cliente não-comunicativo
Cliente atento
O cliente atento costuma prestar muita atenção no que dizem os funcionários da loja,
fazendo lhes muitas perguntas.
Dicas para atendê-lo: responder detalhadamente às suas perguntas, evitando, porém, ser
enfadonho; encaminhá-lo gradualmente para o fechamento da venda.
Cliente desatento
O cliente que só diz sim deseja ser socialmente aceito e freqüentemente está disposto a
gastar algum dinheiro com quem o receba bem.
Dicas para atendê-lo: esforçar-se para descobrir seus verdadeiros desejos e necessidades,
evitando "empurrar" mercadorias, de modo a conquistar sua confiança e fidelidade; formular uma
série de perguntas do tipo "sim" para conduzir a venda a um fechamento positivo.
Cliente "estrela"
Cliente negociador
O cliente negociador deseja sentir que está ganhando alguma vantagem extra com a
compra.
Dicas para atendê-lo: ser prestativo e mostrar os benefícios do produto a ser vendido; estar
aberto a negociações, mas não ceder fácil, para evitar desconfiança.
Vender para um cliente assim também não é fácil. Ele deseja ser convencido de que
está fazendo um bom negócio, e para isso o vendedor tem de se envolver com a compra. Por
exemplo, um executivo do mercado financeiro estava negociando a compra de uma estante e
logo estabeleceu exigências que praticamente inviabilizavam o negócio. O vendedor procurou
entender exatamente o que ele estava querendo e, depois de muita conversa, ofereceu-lhe um
parcelamento diferenciado. Só assim o cliente acabou por fechar a compra, considerando ter
feito um excelente negócio, e desde então recomenda essa loja aos amigos.
Uma vez identificados os tipos de clientes, é vital conhecer e desenvolver técnicas não
só para conquistá-los e retê-los, mas também para recuperá-los.
Conquistar e recuperar clientes é tarefa que exige dedicação e esforço de toda a empresa.
Para tanto é crucial tomar certas medidas, tais como:
• Criar uma visão que preserve o cliente - as empresas que adotam a filosofia de que "o
consumidor é o rei" despertam de suas sonolentas burocracias e começam realmente a ser-
vir bem aos seus clientes. Por exemplo, um cliente vip alugou um carro em uma viagem e,
por problema de horário, não via como devolvê-la. Percebendo seu problema, a empresa
ofereceu-se para mandar alguém pegá-lo e levá-lo ao aeroporto, mesmo estando fora do
horário de funcionamento.
• Saturar a empresa da voz do cliente - a constante comunicação e a intimidade com a
clientela possibilitam à empresa revolucionar a sua conduta e até mesmo mudar a sua posi-
ção competitiva, já que é muito mais fácil agradar e conquistar o cliente quando se sabe o
que ele deseja.
• Liberar os defensores de seus clientes - os gerentes precisam mostrar aos empregados que
a tarefa primordial da empresa é servir a sua clientela e que eles são a chave do sucesso da
empresa.
• Buscar incessantemente melhorar - as empresas saudáveis procuram a todo custo aprimorar
os procedimentos que beneficiam os seus clientes e não relutam em abolir os que não lhes
sejam favoráveis. Por exemplo, um empresário entra em uma loja e questiona alguns
procedimentos que não acha corretos. O gerente escuta e, um mês depois, a sugestão do
cliente é implantada. Isto o conquistará de forma contundente.
• Usar instrumentos de mensuração - nas organizações em processo acelerado de
aprimoramento, as pessoas devem medir quase tudo que lhes possa informar sobre seu
desempenho no trato com o consumidor. Devem levantar medidas tanto em relação ao
passado da empresa e aos desejos dos clientes, quanto no que diz respeito ao desempenho
daqueles que realizam melhor uma tarefa semelhante, em qualquer parte do mundo.
• Fazer o que se diz - os gerentes bem-sucedidos põem o cliente em primeiro lugar e criam
um novo tipo de liderança, a "liderança pelo exemplo", agindo sempre de acordo com a
filosofia da empresa, incentivando a colaboração, acreditando e investindo nas pessoas e
comemorando com elas os êxitos conquistados.
• Descobrir as reais necessidades do consumidor - não suponha jamais que você já as
conhece e sabe como satisfazê-Ias. Tal atitude só leva à estagnação e à cegueira. Crie uma
parceria com os clientes, sem adivinhações ou "achismos", mantendo-se em contato
permanente com eles. Esta é uma excelente forma de reconhecer oportunidades de
serviços.
• Educar o cliente - a empresa deve ensinar aos clientes como e por que consumir seus
serviços, conquistando Ihes assim a fidelidade.
• Incentivar a propaganda boca a boca - surpreenda seu cliente e crie situações que
promovam a propaganda boca a boca. Quando a empresa faz algo novo, torna-se o assunto
das conversas dos consumidores. É fundamental ser criativo e fixar a marca na memória do
cliente ao final do ciclo de serviço.
Enfim, a única maneira de lidar com reclamações é estar preparado para elas,
desenvolvendo não apenas políticas internas, mas principalmente uma cultura voltada para o
cliente. Só assim os funcionários se empenham realmente em resolver as reclamações,
procurando ouvir o que o consumidor tem a dizer. Daí a importância de utilizar técnicas como o
empowerment, como veremos no capítulo 6.
Nessa política de pôr o cliente em primeiro lugar, a fim de conquistá-lo e mantê-lo, é
fundamental assimilar os seguintes pontos:
• o cliente é a pessoa mais importante do negócio; é em torno dele que tudo acontece;
• o cliente não depende da empresa; a empresa é que depende dele;
• atender o cliente é uma honra, jamais um favor;
• o cliente é como um hóspede, e não um estranho;
• os clientes trazem suas necessidades; o trabalho da empresa é satisfazê-las;
• o cliente merece o tratamento mais cortês e atencioso que a empresa possa dar;
• o cliente pode "demitir" a todos, inclusive o dono; basta gastar o seu dinheiro em outro
lugar.
Atualmente, uma das ferramentas mais utilizadas para focar o cliente e obter todas as
informações desejadas é o marketing de relacionamento, que possibilita conhecer todos os que
estão envolvidos no processo produtivo - desde a concorrência, passando pelos fornecedores e
empregados, até os clientes finais - a fim de integrar o cliente ao processo e alcançar vantagens
competitivas de custo e valor.
Essa ferramenta enfatiza a interação do consumidor com todo o ambiente de negócios.
Segundo McKenna (1999), as empresas adquirem experiência para investir no seu desen-
volvimento promovendo "encontros" - com os clientes, com os concorrentes e com os parceiros
fornecedores de tecnologia - nos quais obtêm informação através de monitoramento constante,
análise dos feedbacks e avaliação de suas capacidades internas.
Ainda segundo McKenna, marketing de relacionamento significa trazer o cliente para
dentro do negócio, compartilhando com ele conhecimentos e mantendo comunicação perma-
nente, o que muda a abordagem tradicional do marketing. Nesse sentido, o marketing passa a
fazer parte do trabalho de todos, já que é a partir dele que se estabelecem as relações e se
obtêm informações relevantes para o processo, podendo chegar à customização.
O marketing de relacionamento é uma abordagem mais qualitativa do que quantitativa,
pois através dele trabalha-se da forma certa com os clientes certos, e não com um grande nú-
mero de clientes em potencial. Esse tipo de marketing valoriza a postura ganha-ganha, na qual
ambos os lados saem lucrando, o que gera fidelidade e relacionamento de longo prazo. Segundo
Gronrõos (1995), cliente que gera resultado é aquele que retorna e torna-se cativo. Ele não
apenas volta, mas também influencia outros clientes e os atrai para a empresa. Atrair um cliente
através do marketing tradicional custa cinco vezes mais caro do que conservar um cliente
através do marketing de relacionamento. Sendo assim, adotar esse marketing na conjuntura
atual é fator decisivo. Hoje não se pode mais dar espaço à concorrência. Uma simples brecha
permite que ela abra caminho para a conquista de um novo mercado.
Nesse processo, todos se sentem e atuam como especialistas de marketing, direta ou
indiretamente, o que gera um bom resultado e traz benefícios para a empresa, como você verá a
seguir.
Benefícios do marketing de relacionamento em serviços
• redução de custos - a cultura voltada para o cliente possibilita reduzir os custos, pois a
focagem mais precisa dos processos produtivos faz diminuir os desperdícios; afinal, a pre-
cisão da produção é muito maior quando se sabe o que e como produzir;
• direcionamento certo - o compromisso com essa cultura estreita os laços da empresa com
os consumidores através da troca de informações; conhecendo os desejos e expectativas de
seus clientes, a empresa pode organizar-se para melhor servi-los;
• novas oportunidades - a busca permanente da satisfação dos clientes amplia a percepção
do empresário para novos negócios e oportunidades;
• maior agilidade e flexibilidade empresarial- na medida em que se reorganizam para manter
somente os processos que agregam valor para o consumidor, as empresas ganham agi-
lidade e flexibilidade para enfrentar os múltiplos desafios com que se deparam;
• clima de participação - o marketing de relacionamento gera maior compromisso dos
funcionários com o futuro da empresa; só tem a ganhar a organização que delega competên-
cias, pratica a gerência participativa, treina, incentiva e valoriza o funcionário;
• retorno compensador - a busca da satisfação do cliente faz aumentar a lucratividade da
empresa, sem que isso signifique preços mais elevados e maiores encargos para a socieda-
de; isso não só porque os custos diminuem, mas também porque a produtividade e a
clientela (mais valorizada e satisfeita) aumentam;
• maior motivação dos funcionários - a filosofia do marketing de relacionamento e do
marketing interno (integração, participação, liberdade de ação, responsabilidade, senso de
equipe e comprometimento) torna os empregados mais motivados e dispostos para o
trabalho;
• menor incerteza do ambiente - a introdução de sistemas de informações e de melhores e
mais eficazes mecanismos de comunicação possibilita conhecer melhor os fatores que
influenciam tanto o ambiente externo quanto o interno, diminuindo assim a incerteza
existente;
• maior desenvolvimento humano - por compreender que nenhuma vantagem competitiva é
possível sem a capacidade humana, a filosofia do marketing de relacionamento busca
promover o crescimento e o aprendizado contínuo do indivíduo.
Neste capítulo você foi levado a perceber a importância de identificar o perfil do cliente como
forma de efetivar a venda e conheceu diversos tipos de clientes, formas de lidar com eles e a
relevância de desenvolver o marketing de relacionamento e políticas de monitoração da
satisfação do consumidor. No próximo capítulo, você irá conhecer diversas ferramentas capazes
de transformar os serviços em algo mais tangível.
Neste fim de milênio, o contexto mundial sofreu inúmeras mudanças políticas, sociais e
econômicas que acabaram por gerar a globalização. Tal unificação dos mercados, por sua vez,
provocou uma reviravolta no ambiente dos negócios: aumentou a concorrência e elevou os
níveis de conscientização e exigência dos consumidores. Assim, as mercadorias comercializa-
das por uma determinada empresa quase não se diferenciam das ofertadas pela concorrência,
de modo que o atendimento e os serviços agregados passaram a ter um papel decisivo na dis-
puta por mercados.
Hoje, o importante é identificar como o cliente percebe o serviço prestado. É a partir daí
que se estabelece a fidelidade e o relacionamento com o consumidor. Sendo assim, é vital
gerenciar a percepção do cliente de modo a transmitir a imagem pretendida pela empresa.
Para tanto é preciso empregar ferramentas de marketing que tornem o serviço mais
tangível para o cliente. Por exemplo, o uso do composto de serviços aliado à técnica do crowding
(técnica usada para atrair e manter as pessoas em um ambiente. Segundo estudos, o maior
movimento de pessoas em um estabelecimento gera a imagem de sucesso e acaba por atrair
mais clientes) a escolha dos aromas, da música, da iluminação e das cores do ambiente, tudo
isso contribui para criar uma imagem concreta da empresa na mente do público.
O composto Ciume
A atmosfera de serviços
A percepção e o merchandísíng
Iluminação
• luz fluorescente ou luz fria distorce as cores; luz incandescente é mais glamorosa, porém
consome mais energia e é considerada quente;
• não havendo um projeto específico, uma combinação simples e adequada seria 60% de luz
fluorescente e 40% de luz incandescente;
• a iluminação deve ser direcionada indiretamente, nunca sobre o cliente;
• não se deve iluminar o chão (piso), a menos que exista um display (plataforma/base);
• não se deve criar brilho ou reflexo no vidro de vitrines; isso impede a visualização da
mensagem ou imagem que esteja sendo destacada.
Vitrine
Embora seja vista somente pelos consumidores que passam em frente à loja, a vitrine é
um dos mais importantes fatores de vendas, pois mostra ao vivo o que se deseja vender. Pela
vitrine o consumidor sente como é a loja e inicia o processo de compra, daí a sua importância
como elemento de atração. Se o ponto-de-venda é o funil de todos os esforços de comunicação,
a vitrine é um dos principais meios de estimular a curiosidade, a imaginação e os desejos do
consumidor.
A fachada e a vitrine têm poder equivalente ou superior ao de um outdoor, já que
chamam a atenção e ainda fazem o cliente entrar imediatamente. Enfim, a vitrine é o cartão de
visita da empresa prestadora de serviços.
Cores
As cores são uma linguagem rica em códigos, capaz de estabelecer uma ponte entre o
racional e o emocional, transmitindo sensações e influenciando o comportamento das pessoas
em determinadas situações. A cor é a música para os olhos.
Escolher as cores certas para cada tipo de loja requer estudo da clientela, do produto e
dos efeitos gerados pelas cores, já que seu uso apropriado nos produtos, nos espaços e na pu-
blicidade influencia a reação do consumidor até mesmo na questão da espera, como vimos no
capítulo 3. Eis alguns efeitos e significados das cores, segundo Wilkie (1990) e Hawkins, Best e
Coney (1998):
Música
Aromas
Segundo Eroglu e Machleit (993), a presença de um determinado aroma no ambiente
determina em primeira instância um comportamento de aproximação ou aversão. Os aromas
alteram o estado emocional dos consumidores e também a relação vendedor-cliente. Não
são fundamentais para o sucesso, mas contribuem para ele.
Alguns supermercados aproveitam determinados horários para a produção de pães,
de modo que seu aroma desperte o apetite e estimule a compra de outros produtos. Já nas
lojas de revelação de filmes, como o cheiro dos produtos químicos provocava incômodo nos
clientes, passou-se a usar aromatizantes de baunilha nas fórmulas de tais produtos.
Crowding
É uma técnica usada para atrair e manter o consumidor no ponto-de-venda.
Segundo estudos, o movimento de pessoas num estabelecimento gera a imagem de
sucesso e acaba por atrair mais clientes. Assim, pode-se instruir a equipe de vendas para
"segurar" os clientes nos momentos de pouco movimento. Evidentemente, nos períodos
movimentados, deve-se garantir que o cliente seja atendido rapidamente - por exemplo, os
atendentes do McDonald's preenchem o pedido do cliente enquanto este espera na fila.
Vale dizer que todas essas técnicas de merchandising têm pouca utilidade se não
forem complementadas por outros instrumentos de marketing, uma vez que elas
simplesmente possibilitam um maior contato sensorial do consumidor com o produto ou
serviço. Somente integrando os fatores ambientais a outros elementos do marketing mix é
possível criar uma abordagem coerente, capaz de produzir o comportamento desejado.
Pessoas
Este é um dos pilares de sustentação das empresas de serviço, uma vez que a
realização do serviço (que é o que o cliente compra) está intrinsecamente ligada às pessoas
- não só à forma com que elas executam seu trabalho (know-how), mas também à forma
com que se apresentam, comunicam e interagem com o consumidor. A presença, a
aparência e o comportamento dos demais clientes também influenciam a percepção do re-
sultado. Todos esses fatores somados delineiam a imagem que o cliente vai formar da
empresa prestadora de serviços.
Alguns aspectos merecem ser ressaltados:
• todos os funcionários devem ter aparência impecável; assim o cliente, por associação,
terá a imagem de que o serviço também será impecável;
• o número de funcionários deve ser adequado à demanda; assim o consumidor não terá
a impressão de que há descaso ou de que a empresa está ociosa, o que pode sugerir
incompetência ou preço injustamente alto;
• deve-se dar toda a atenção ao cliente, pois somente assim ele ficará satisfeito com a
empresa.
Preço
Material de comunicação
Como vimos, há diversas maneiras de construir a imagem da empresa. Todas contribuem para
tornar os serviços mais tangíveis e sua seleção depende do tipo da empresa e de seu público-
alvo.
O conceito de marketing interno não é novidade para a maioria das empresas. O mercado
de trabalho assistiu à mudança da denominação "empregado" para "funcionário" e, mais
recentemente, para "colaborador", à medida que as organizações se conscientizavam da
importância do comprometimento e da satisfação de seu público interno para atingir suas
metas, manter uma boa imagem e implementar a qualidade nos processos.
Várias foram as ferramentas gerenciais usadas pela área de recursos humanos ao longo
dos anos (programas de avaliação, reconhecimento e recompensa, benefícios trabalhistas,
treinamento, participação nos resultados), algumas vezes contando com a ajuda das áreas de
comunicação (informativos e periódicos internos) ou comercial (como no caso de convenções e
campanhas de incentivo para a força de vendas). Porém, o mercado começou a perceber que
os conhecimentos, a experiência e a lealdade dos funcionários eram um precioso patrimônio
intangível que merecia a mesma atenção especial que o marketing conferia aos clientes da
empresa - e assim fortaleceu-se a noção de cliente interno.
O marketing interno nada mais é do que tratar os funcionários como clientes internos.
Cada vez mais essa ferramenta torna-se estratégica para as empresas, especialmente no setor
de serviços. Oferecer um ambiente interno motivador, atrair e reter talentos é uma das funções
do marketing interno. Outra é respaldar o lançamento de um produto ou campanha promocional
através da capacitação dos funcionários. Hoje o cliente compra muito mais do que apenas um
produto ou serviço; ele compra a performance, o atendimento, a solução do seu problema, e tudo
isso depende dos funcionários. Como o gesto r de marketing não pode supervisionar todas as
fases do contato com o cliente e da prestação do serviço, a delegação não é uma escolha, mas
uma característica inerente ao processo. Logo, o funcionário deve estar preparado para assumir
tal responsabilidade.
No marketing interno podem-se empregar ferramentas como empowerment, B2E (business-
to-employee) e intranet, como vamos ver neste capítulo. O funcionário é o consumidor do
emprego, e o emprego é um "produto" que pode ser trabalhado com as mesmas ferramentas do
marketing externo: pesquisas de opinião; engenharia de produto (incluindo descrições de
função, faixas salariais, benefícios, planos de carreira e de capacitação); comunicação (através
de intranet, jornal interno, murais); e promoções (premiações, eventos, homenagens e serviços
especiais).
As habilidades requeridas no setor de serviços vão muito além da competência técnica e
incluem boa dose de discernimento e coragem para assumir riscos e aceitar responsabilidades.
Com a crescente terceirização, é cada vez mais comum recorrer-se a freelancers, mas estes não
têm o mesmo nível de envolvimento que o funcionário efetivo, necessitando assim de todo um
esforço de integração por parte da empresa para que seus serviços atinjam o grau almejado de
satisfação do cliente.
O conceito de satisfação
Propiciar satisfação é fazer tudo certo e dentro das expectativas do indivíduo. Mas para
superar suas expectativas é preciso que a organização esteja imbuída de uma cultura da exce-
lência capaz não só de transformar todos os funcionários em profissionais de marketing, mas
também de criar para a empresa uma personalidade única (uniqueness) que é o seu grande
diferencial estratégico.
Uma cultura de marketing implica dialogar permanentemente com o cliente de forma aberta
e honesta, não apenas na hora dos problemas; dar-lhe meios para que se sinta imediatamente
reconhecido e atendido em suas preferências; estar sempre "antenado" nas nuanças do seu
comportamento; prestar o serviço como combinado e, se algo der errado, superar-se no
processo de reparação.
O bom relacionamento entre a empresa e o cliente é, pois, essencial para a percepção de
qualidade. Ainda que sejam serviços automatizados, como caixas e atendimento eletrônicos, há
sempre a idéia de que existe alguém nos bastidores e, quando surge algum problema, ninguém
quer falar com máquinas, mas com gente de verdade.
Assim, a manutenção de padrões de satisfação requer o desenvolvimento de uma cultura
voltada para a qualidade, como veremos a seguir.
A cultura da qualidade
O marketing interno deve fazer parte da gestão estratégica da empresa e, para ser bem-
sucedido, deve começar na alta gerência. O executivo de marketing ou de comunicação
corporativa, conforme a estrutura da empresa, assume o papel de facilitador, multiplicador e
líder, juntamente com a área de recursos humanos, tornando-se uma espécie de "advogado" da
qualidade na organização. Uma de suas atribuições é transformar os funcionários em
profissionais de marketing. Mas como esperar deles essa postura se não souberem o que é
marketing? Nos programas de treinamento, cumpre primeiramente desenvolver uma visão
holística da dinâmica organizacional e ministrar noções básicas de marketing, para depois
concentrar-se nas habilidades de comunicação, vendas e planejamento.
O responsável pelo marketing deve fornecer ao funcionário ferramentas para que ele
possa cumprir bem o seu papel de profissional nessa área - por exemplo, arquivos e
terminais de consulta com informações sobre o cliente e um sistema operacional que agilize
as tarefas de rotina, liberando tempo para o intercâmbio pessoal.
Estando preparado para atender às demandas do consumidor, o funcionário
provavelmente sentir-se-á mais engajado em todo o processo e consciente da importância
de seu papel para o sucesso da empresa e a construção da fidelidade do cliente. A seguir
você conhecerá uma forma de gestão que procura desenvolver nos colaboradores o espírito
de iniciativa e a capacidade de decisão.
Empowerment
Benefícios
Riscos
Mills (1996) sugere uma metodologia para implementar a gestão por empowerment em seis
passos. Como veremos a seguir, trata-se de uma boa ferramenta de gestão para o marketing de
serviços.
Passo 2 - confiança
Passo 3 - visão
Há muitas divergências entre os autores a respeito do que vem a ser "visão" para uma
empresa. Aqui vamos considerar visão como o conjunto de princípios ou crenças que norteia
tudo o que uma empresa faz, desde o planejamento estratégico até o desenvolvimento de seus
produtos ou serviços e suas políticas internas. Hamel e Prahalad (1994:76) preferem a palavra
foresight (antevisão) para designar o conceito que outros autores entendem como vision (visão):
"A antevisão de uma empresa é produto da visão de muitas pessoas. Qualquer visão que seja
simplesmente a extensão do ego do CEO é perigosa".
Passo 5 - avaliação
Não se pode gerenciar o que não é mensurável. Por isso a empresa deve dispor de
sistemas de avaliação de vários tipos. Por exemplo:
• financeira - vendas, lucros, custos, investimentos, ativos, taxas de retorno;
• mercadológica - share do mercado, satisfação do consumidor, taxa de retenção de
clientes, concorrência;
• operacional - produtividade, qualidade, orçamento, cronogramas;
• organizacional- capacidade de inovação, flexibilidade, trabalho em equipe, ousadia.
As avaliações organizacionais tratam de variáveis intangíveis e bastante subjetivas. É
preciso conceituá-las mediante um consenso entre os envolvidos e construir indicadores
quantitativos para medi-Ias. A medição não só funcionará como um "termômetro" da
situação, como permitirá estabelecer metas e fazer comparações no tempo, observando a
evolução da empresa e identificando as áreas que devem ser melhoradas.
Passo 6 - motivação
Comunicação interna
Cultura empresarial
O processo de entrevista com os candidatos deve ser mais criativo e abrangente, visando
conhecer não apenas as aptidões e a capacidade de integração dos candidatos, mas também
sua identificação com os valores da empresa são necessários. Uma pessoa mal-ajustada
tenderá a retrair-se e desmotivar-se cada vez mais.
Outras formas de competir pelos melhores talentos são:
• feiras de emprego - programas de captação divulgando previamente em jornais e no site da
organização os cargos disponíveis;
• auxílio-bolsista - uma forma inteligente de reter bons profissionais, enquanto ainda são
estudantes;
• empregos de verão - o estagiário com passagem anterior pela empresa, ainda que breve,
provavelmente terá maior interesse em trabalhar nela quando se formar.
Integração interna
Algumas medidas a serem adotadas para promover a integração interna são:
• desenhar as instalações de modo a facilitar e estimular o trabalho em equipe, pois esta cria
um senso de pertencimento;
• "quebrar as paredes", ou seja, abolir as fronteiras entre os departamentos, realizando
sempre que possível o treinamento cruzado, em que um funcionário vivencia por determina-
do período as funções de outro departamento com o qual se relaciona, e vice-versa. Tal
inversão de papéis permite não apenas conhecer melhor as limitações e realidades opera-
cionais das outras áreas, mas também compreender o que é possível ou não exigir do outro
e prometer ao cliente;
• criar um ambiente com empowerment, concedendo liberdade e autonomia aos funcionários,
de tal modo que, em vez de "seguir o manual", eles tenham discernimento para poder que-
brar regras, flexibilizar o serviço e resolver problemas inesperados.
O compromisso do indivíduo com esses três tipos inseparáveis de qualidade não apenas
lhe traz melhor qualidade de vida, como o torna merecedor da confiança dos outros. Voltamos
aqui à inseparabilidade dos serviços: os clientes e as equipes de trabalho precisam confiar no
empenho, na capacidade técnica, na eficiência, na honestidade e na ética do profissional que
está realizando o serviço.
Business-to-employee - B2E
1) Como pode a empresa adotar no marketing interno as mesmas ferramentas usadas com
seus clientes externos ou consumidores?
2) Que vantagens pode trazer para a empresa a implementação do empowerment?
3) Que medidas visando à qualidade e à satisfação dos clientes internos deve tomar um
gerente de marketing de serviços?
7 Estratégia em serviços
Objetivos
Áreas de decisão
As principais áreas dizem respeito à identificação e ao mapeamento do mercado-alvo, à
segmentação e ao posicionamento, ao composto de serviços, à intensidade de investimentos em
capital, aos aspectos tecnológicos e à localização do ponto de prestação do serviço. Ou seja, na
formulação das estratégias para atingir os objetivos fixados, deve-se considerar cada aspecto
pertinente a essas áreas.
Ao se traçar uma estratégia, deve-se ter sempre em mente três fatores condicionantes: a
perspectiva dos clientes, os custos envolvidos e a concorrência. Deles não se pode descuidar,
sob pena de cometer graves equívocos na tomada de decisão.
Primeiro, o profissional ou a organização deve necessariamente considerar o ponto de
vista dos clientes, procurando conhecê-lo por meio de pesquisas, e não de suposições.
O segundo fator são os custos, que devem ser uma preocupação permanente dos
responsáveis pelo projeto e pela operação do sistema de serviços. Tais custos referem-se a:
• concepção do serviço a ser oferecido;
• pesquisas de mercado, em suas diversas fases;
• outros aspectos pré-operacionais, como instalações, utensílios e demais
recursos materiais, e capacitação de pessoal;
• produção e oferta dos serviços, incluindo prevenção, inspeção, e correção de
falhas;
• aspectos não-operacionais, como os custos administrativos associados à
prestação do serviço.
O terceiro fator é a concorrência. É necessário promover uma constante ação de
inteligência competitiva, visando não só conhecer informações relevantes sobre os concorrentes
e suas práticas, mas também identificar:
• quem são os competidores - seu porte e poder econômico, e a ameaça que
podem representar;
• os objetivos que cada um deles estabelece para si - por exemplo, liderança
tecnológica, market share, receita, retorno sobre os investimentos e reconhecimento da marca;
• as estratégias e as práticas de comércio que adotam para lidar com as variáveis
de segmentação, posicionamento, preço, composto do serviço e distribuição;
• seu padrão de ação e capacidade de resposta às estratégias adotadas contra
eles - por exemplo, ataque frontal, aos pontos fortes, aos pontos vulneráveis ou pelos flancos;
ações rápidas com relação a diferentes aspectos do composto de marketing; recuo; fuga do
mercado (Kotler, 2000);
• fatores econômicos, políticos, sociais e tecnológicos capazes de influenciar suas
estratégias;
• o grau de influência das estratégias dos concorrentes sobre as estratégias a
serem adotadas ou já em uso pela empresa.
Estratégias
Os concorrentes podem ter ou não grande poder econômico e financeiro, boa política de
marketing interno, equipe motivada e competente, tecnologia de ponta e locais privilegiados.
Podem considerar que o objeto de disputa é fundamental para a sua sobrevivência e
crescimento ou que é somente um plus que não merece maior desgaste. Podem reagir comporta-
damente, dentro dos limites racionais e éticos, ou adotar estratégias irracionais e suicidas.
Antes de iniciar a disputa, é fundamental saber ao certo a condição da própria empresa.
É líder do mercado, de um segmento, de um serviço, de uma região? É seguidora do líder ou
uma desafiante que pretende disputar as primeiras colocações? Conhecendo-se bem a própria
empresa, seus pontos fortes e fracos, seu público-alvo, as características dos concorrentes e os
recursos disponíveis para enfrentá-los, pode-se então proceder à escolha das estratégias de
serviços mais adequadas à situação.
Ao ser lançado um novo serviço, os competidores voltam sua atenção somente para o
aumento do mercado total. Nessa etapa, o que importa é conquistar novos clientes, desenvolver
novos usos para o serviço e intensificá-los, como foi o caso da telefonia móvel no Brasil nos
primeiros anos de sua implantação. Uma vez interrompido o crescimento do mercado e estabili-
zada a demanda, têm início as disputas por fatias de mercado e aumento de rentabilidade,
quando então se escolhem as estratégias que apresentamos a seguir, tomando por base Kotler
(2000).
A intenção do líder é manter a sua posição em relação aos demais; logo, suas
estratégias defensivas.
Defesa da posição, promovendo adaptações no posicionamento ou no mix de marketing.
Aumentar ainda mais a fatia de mercado pode não compensar o esforço necessário. A defesa do
líder deve ser sempre que possível antecipada ao ataque que deverá sofrer, representando
vantagem pela preparação prévia.
O líder tem ainda possibilidade de promover a contra-ofensiva, que vai além das ações de
defesa. Por exemplo, sofrer um ataque concentrado na estrutura de preços e revidar oferecendo
serviços em regiões importantes, dominadas pelo concorrente.
A defesa móvel pode consistir em desviar-se do atacante, seja através da expansão de
mercado, passando-se a atuar também em outras atividades, como fez a Amil ao ingressar no
ramo de farmácia como serviço complementar capaz de agregar valor ao principal (planos de
saúde), seja através da diversificação de mercado, como fez a TAM ao ingressar na indústria de
turismo receptivo.
O líder deve cuidar igualmente da proteção dos flancos, ou seja, eliminar ou reduzir seus
pontos vulneráveis em termos de demandas não-atendidas que possam representar reais amea-
ças contra os seus interesses. Assim procedeu, por exemplo, a indústria de exibição
cinematográfica ao reformar seus cinemas, cujo conforto estava muito aquém dos ambientes
residenciais, vulnerabilidade explorada pelos fabricantes de equipamentos domésticos que
levavam ao esvaziamento dos cinemas.
Outra forma de defesa é a contração, que vem a ser a redução do nível de atividade, a
saída de um setor, o abandono de um segmento ou região, em caráter transitório.
Ao buscarem aumentar sua participação no mercado, os desafiantes investem contra o
líder ou qualquer outro competidor que esteja à sua frente.
O ataque por cerco requer grande volume de meios e recursos, pois visa atingir os
pontos fortes e fracos dos concorrentes. É tudo ou nada, e somente quem dispõe de ampla
vantagem pode assumir os riscos inerentes a essa estratégia, como é o caso de uma rede
de serviços desafiante, que combate uma campanha de preços baixos promovida pela líder
em preços, que é deficiente em comunicação.
O ataque aos pontos fortes é também atrevido, porém mais concentrado e objetivo. Os
riscos envolvidos são também elevados, mas vencer as forças dos concorrentes gera
respeito e credibilidade.
O ataque aos pontos vulneráveis implica riscos moderados, mas pode oferecer menores
retornos, a menos que esses pontos representem a possibilidade de prejuízo também para
as forças do competidor sob ataque.
O ataque pelos flancos visa atingir posições que estão desprotegidas por não serem
consideradas importantes pelos concorrentes. Por exemplo, como os postos de combus-
tíveis deixaram de se importar com a lavagem de veículos, pequenas empresas passaram a
oferecer esses serviços acrescidos de outros, como a troca de óleo, reduzindo substancial-
mente a receita total dos postos.
O ataque de comando explora oportunidades surgidas no decorrer do tempo, quando
então se aproveitam os meios e recursos disponíveis. Pode ser uma resposta a alguma
ação de outros competidores. Para reagir ao ataque dos Lava-a-Jato, os postos de gasolina
passaram a oferecer lojas de conveniência 24 horas, conseguindo assim compensar a
perda de receita ou mesmo superar a da própria venda dos combustíveis.
No ataque de guerrilha, a imprevisibilidade também é um elemento fundamental,
porém as investidas são planejadas e consistem em ações rápidas com relação a diferentes
dimensões do composto de marketing, como modificações momentâneas de preço e de
promoções.
O recuo implica a redução de atividades para evitar o confronto ou a reação e pode
consistir numa mudança no mix de marketing, visando preservar os recursos e meios da
organização.
A fuga do mercado pode ser exemplificada pela venda da organização, mudança de
suas atividades, ou pelo abandono de uma região geográfica ou de um serviço.
Além das ações estratégicas citadas, o planejamento deve considerar diferentes
áreas de decisão em serviços, como por exemplo, o mapeamento do mercado total capaz
de ser atendido, com base em pesquisas que considerem o conceito do serviço e suas
características.
O passo seguinte é dividir o mercado em partes, a fim de conhecer as
particularidades de cada segmento e possibilitar o seu atendimento.
A etapa posterior à segmentação, o posicionamento, deve observar as seguintes
situações:
• aproximação ou afastamento de uma ou mais marcas concorrentes, em
relação aos objetivos mercado lógicos, às características de cada um dos elementos do
composto de marketing e às ações estratégicas;
• mudanças nos gostos e no comportamento dos consumidores;
• surgimento de novos grupos de consumidores.
Nesses casos, a organização deve decidir se as áreas de decisão estratégica - o
composto de serviços, a tecnologia empregada e a localização dos serviços - devem ou
não ter características semelhantes àquelas encontradas nos concorrentes. As mudanças
nos gostos e no comportamento dos consumidores, previamente detectadas pela análise
de tendências, impõem o ajuste do pacote de serviços oferecido ao público-alvo. O mesmo
vale para o eventual surgimento de novos grupos de consumidores, em virtude de saltos
tecnológicos.
Dimensões estratégicas
Finalmente, o arranjo físico deve ser determinado conforme os serviços oferecidos aos
clientes, levando-se em conta os aspectos operacionais e o conforto físico e psicológico ineren-
tes à atividade. Essa dimensão tem impacto relevante nos custos e na satisfação dos clientes.
Os arranjos podem ser assim organizados:
• por tipo de serviço, no caso de serviços repetitivos, uniformes, produzidos em
grandes quantidades, como por exemplo as atividades administrativas e burocráticas;
• por processo, em se tratando de serviços variados, como nos centros
automotivos;
• pelo local da prestação do serviço, nas situações em que os recursos vão ao
cliente, como nos restaurantes à Ia carte e nos leitos de hospital.
Neste capítulo, vimos a importância de planos e estratégias para a definição dos rumos
da empresa. Concluindo, as empresas de serviços enfrentam grandes desafios, tais como:
• conquistar vantagem competitiva duradoura;
• oferecer serviços com os atributos de qualidade pretendidos e valorizados pelos
clientes que se disponham a pagar por eles;
• controlar a qualidade dos serviços, tal como percebida pelos clientes;
• assegurar a manutenção de elevados patamares de produtividade;
• garantir a lucratividade pretendida.
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Os autores
Daniel Piá
Mestre em gestão empresarial pela Ebape/FGV e bacharel em comunicação social. Foi gerente
de comunicação e marketing da TAM e dos hotéis Sheraton e Caesar Park, e gerente de marca de
Natura, Disney, Monsanto, Tilibra e Mogiana. Através de sua empresa, FastCo, presta consultoria de
marketing à Louis Vuitton e aos governos de Minas Gerais e Ceará. Professora do FGV Management.