crénica Aministra e 0 cozinheiro Daniel Sampaio ‘ois temas chamaram a mina atengo na ‘semana passada: una ministra e un cozinheiro. ‘Todos vimos, de novo, mais de 100 mil professores na rua, Nao é preciso dizer nada, bastaria vera manifestacd0 para se concluir que € urgente tomar medidas. Nao é possfvel cantinuar na mesma: mesmo que os professores rio tenham razio, algo necesita ser feito. Nenhum comentario eritico aos docentesresiste 2 demonstraca0 de que o descontentamento atingiu grandes proporgées: ‘ conjunto dos professores andar por 40 mil, nada se fard nas escolas com tio grande oposiio 3s poiticas do Ministerio da Educagio (MIE). -Escrevo mo domingo 9, logo a seguir manifestaro Conesso-me perplexo perante os comentarios da :ministra. S608 entendo como revelagao publica de que no sabe o que se passa nas escolas, algo muito grave ‘para o cargo que ocupa. Basta falar com professores ‘em qualquer estabelecimento de ensino para sentir de imediato 0 mal-estar dacente: quem ignora esse facto distorce areaidade. A avaliagio no $6 introduz ‘burocracia (nao é verdade que se limita s6.a um formulitio, este ¢ apenas a primeira fase do processo), ‘comio também fomenta problemas interpessoas entre professores. Bastarlaainjustiga do coneurso para tieulares(organizado a partir de uma avaliagao que no teve em conta toda a carreira) para a prem causa, mas thd mais: como ha departamentos que englobam varias clisciplinas,temos professores de Educaco Musical, por exemplo,aavalar colegas de Educagao Fiscal A ‘questo é quem avalia quem. F,acima de tudo, ha que dizer bem alto que a avaliagio, embora necesséria, nunca veri ter sido uma prioridade: fol um erro tla tornado Lurgente, em ver de conqulstar as professores para a ‘mudanga, dando-Thes melhores condigdes de trabalho para todas as dficuldades que enfrentam na sala de aula. Outros comentarios do ME sio ainda mais surpreendentes: desde a frase que as manlfestagBes sho Feltas para “intimidar” os colegas que apoiam o ME (no se vé onde esto.) até ao discurso paternalista sobre 0s. ‘estudantes, que “precisariam” de uma manifestagao por fano, como Se os nossos jovens no tivessem cabeca para pensar! Em 16 de Margo eserevi aqui, sob o titulo “Eagora?”:*. ‘impasse a que se chegou merece medidas concretas. camo em qualquer confito grave, €necessria uma ‘mediagéo...se tudo continuar como até aqui, o cima escolar sofrera progressiva deteioracao...” Meses 4+ 46Novemeo2008 « Publica depois, ¢oquese ve. Esperemos que, quando me lerem agora algo tenha mudado. Sai da angtistia da educagao para me encantar com 0 {Jovem cozinheiro jamie Oliver, o britanico “Ministro da Comida”. Ao contrrio da nossa ministra, ques6 fala com ‘0s conselhos executivas (CE) e com os sndicatos, Oliver fala com todos: pais, lunes, professores, formecedores de alimentos. Valcom os estudantes comprar os ingredientes e ensina-os acozinhar, demonstrando como ‘comier bem pode dar prazer eno engordar. Tem lia televisio e publica livros, pols claro: ja todos perceberam queé através do learning by doing que se obtem resultados. Oliver compreencieu que muitos ingleses rio sabem cozinhar, ou intuiu que o individualismo apressa dos nossos dias conduzem a comida ripida e 4 falta de convivio outrora possivel na preparagao ena Ingestio de uma refeico partilhada. Ao contrario do {que muitos pensam, Olver sustenta que a obesidade nao ests ligada a pobreza, mas também se rlaciona com ‘estilo de vida e com a falta de conhecimentos sobre os alimentos ea maneira de os utilizar porisso e de uma forma pratica fol dteito ao assunto, sem perder tempo com grelhas de avaliaga0. Como euostaria quea nossa ministra, sem um séquito de assessores e com tempo, parasse nas escolas.a ouvir os professores: escutaria entio os protestos cordeitos de tantos "bons" professores que diz defender eouviria também como o Famigerado Estauto do Aluno até impede que estudantes ddoentes possam fazer uma psicoterapla prolongada (essencial para o seu sucesso escolar), porque a simples justifcacao da falta por parte do téenico de Sadde Mental cesharra com aburocracia do ME: e nfo nos salvam os CE, ‘que dizem nada poder fazer, Porque o ME nao dstingue faltas Justiicadas das injustificadas! ‘Ap que chegmos, nas nossas, escolas. ©