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Antnio Torrado
escreveu e Cristina Malaquias ilustrou
Voltou. Tantas vezes cantou de galo que at parecia desafio. No era. A galinha gostava de brincar, de fazer imitaes. Se lhe desse para isso at era capaz de zurrar como os burros Burro serei eu se suportar mais esta afronta. Tu continuas a cantar de galo e eu vou passar a pr ovos ameaou o velho galo. Correu a notcia. O galo ia pr ovos. Vieram de todos os extremos da quinta os bichos que nela viviam. Patos, perus, ovelhas, vacas, porcos, burro e os dois ces de guarda puseram-se volta do galo, espera do fenmeno Com tantos ao p de mim, no consigo disse o galo, embaraado. Quis mant-los distncia, mas em vo. A curiosidade era muita e no se podia perder pitada do grande acontecimento. Ovo que no houve meio. Desisto concluiu o galo. Isto de pr ovos e, ainda por cima, diante desta plateia de basbaques, no para as minhas foras. Concluso sensata. Pe tu um ovo por mim disse o galo para a galinha que, s vezes, cantava de galo. Ela ps, sem nenhuma dificuldade, e, depois, no cantou de galo. Cacarejou como cacarejam as galinhas quando acabam de pr um ovo. Bonita cantiga elogiou o galo. Toda a bicharia era da mesma opinio. Um encanto de cantiguinha. Um mimo de voz. Um gargarejo mesmo melodioso. 2
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A galinha, envaidecida, corou at crista. E no voltou a cantar de galo. Isto : uma vez por outra arremedava-lhe a voz, mas s para fazer rir as franganitas.
FIM
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