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A adormecida L, num reino distante, um prncipe acordou de sbito despertar.

Desfez a cama para que houvesse o que arrumar, escovou os cabelos finos e dourados e o bigode que ainda no havia conseguido desmoar. Diante dos servos que no tinha e da riqueza que seus pais no souberam guardar, suspirou: - Ah, mais outra vez. Sonhei com o bosque de espinhos. Era noite. Olhos gigantes e amarelos observavam meu cavalgar. O mocho gargalhou e eu no sabia distinguir a sombra do luar. Diante do meu receio, os espinhos se afastaram sem me ferir, os galhos retorcidos no me prenderam e a trilha se fendeu em uma linha continua at uma clareira. E l, em um jazigo de mrmore branco, dormia uma jovem cujo corao ainda to pequeno e tmido que mal se erguia ao respirar. Que belo conjunto eu via! Imvel e alvo, o rosto liso e os lbios entreabertos, murmurando cirandas que me diziam para rodar. To prximo quanto um toque, a minha respirao fazendo tremer as dobras do vestido. Vi da palma da mo brotavam botes de uma pequena flor roscea, as borbotes, espalhando-se sobre o corpete,

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