ATENDIMENTO À FISCALIZAÇÃO
É muito comum, aos pequenos e microempresários, terem problemas de
atualização funcional das rotinas trabalhista, principalmente, quando se depararem
com reclamações trabalhistas, fiscalizações do Ministério do Trabalho e Previdência
Social. Na verdade, esse tipo de obrigações, em sua maioria, são transferidas a
terceiros que lhes prestam assessoria contábil e trabalhista, e geralmente, esses
terceiros não se constituem de profissionais qualificados para atender as demandas
das legislações trabalhista e previdenciária.
Não é o caso das empresas de Assessoria Contábil bem constituídas. Essas são
geralmente, assessoradas por outras empresas ou profissionais qualificados que
podem oferecer um bom atendimento. Porém, o valor cobrado por essas empresas,
quase sempre, estão fora do alcance da maioria dos micro e pequenos empresários.
Com base nessa premissa, elaboramos uma orientação básica da rotina do
Departamento Pessoal de uma empresa, a começar pelos procedimentos e a
documentação necessária para facilitar o cliente no atendimento em caso de
fiscalização.
Procedimentos básicos
À fiscalização, será permitida livre acesso aos documentos fiscais e trabalhistas da
empresa, Inclusive, ao fiscal do trabalho, será permitido visitar todas as
dependências da empresa. Dificultar o trabalho do fiscal é piorar a situação, porque,
a empresa vai ser penalizada com multas administrativas pesadas e não vai evitar
que a fiscalização seja efetuada. Essa, deverá ocorrer até sob proteção policial, se
for o caso.
Comportamento ao receber a visita da fiscalização
• receber e acatar a notificação da fiscalização;
• comunicar de imediato o fato a TDM e/ou a sua consultoria Contábil;
• separar as pastas com os respectivos documentos solicitados;
• no início da fiscalização, solicite a presença de um representante da TDM ou
de sua consultoria Contábil;
• qualquer dúvida que envolva a parte trabalhista, procurar esclarecer sempre
com a TDM;
Manter em lugar de fácil acesso para o pronto atendimento à fiscalização,
os seguintes documentos:
• cartão do CNPJ dos estabelecimentos solicitados;
• livro de Inspeção do Trabalho;
• livro ou Ficha Registro de Empregados(atualizados);
• CTPS dos empregados (atualizadas);
• fichas de salário-família;
• cadernetas de vacinação dos filhos menores até sete anos;
• declaração de freqüência escolar dos filhos menores com mais de sete anos;
• declaração de vida e residência dos filhos;
• comprovante de freqüência escolar dos filhos até 14 anos;
• declaração de dependentes para Imposto de Renda;
• quadro de horário de trabalho;
• controle de freqüência dos empregados;
• relações de empregados CAGED;
• RAIS anual;
• PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador;
• PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional;
• PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais;
• CIPA– Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (+20 Empregados);
• PPP - Perfil Profissiográfico Previdenciário;
• dossiês de empregados;
• convenção Coletiva de Trabalho da Categoria;
• arquivo de Guias de GPS (INSS), GFIP e GRFP (FGTS), Contribuição Sindical;
• arquivo de Folhas de Pagamento;
• avisos e recibos de Férias;
• termos de rescisões de contrato de trabalho;
• recibos de pagamento de salários(Contra-cheques);
CONTRATAÇÃO DE EMPREGADOS
Documentos essenciais na composição do dossiê de empregados:
• ASO (Atestado de Saúde Ocupacional)
• contrato de trabalho;
• carteira profissional (CTPS);
• comprovantes de recebimento e entrega de documentos;
• xerox dos seguintes documentos: comprovante de residência; certidão de
nascimento ou casamento do empregado; cartão do PIS; CPF (CIC); cédula
de identidade; título de eleitor; certificado de reservista; certidão de
nascimento dos filhos menores de 14 anos; cartão de vacina dos filhos
menores de sete anos e comprovante de freqüência escolar dos filhos com
mais de sete anos;
CONTRATAÇÃO DE ESTAGIÁRIOS
Fazer contrato de convênio com Universidades ou instituição mantenedora de
programas de estágio;
Firmar com o estudante um termo de compromisso estipulando as condições de
horários de estágio e valor da bolsa;
Assegurar um supervisor para o programa de estágio e fazer cronograma de
horário, de forma a não colidir com as aulas.
Obs.: o contrato de estágio fora dessas condições serão considerados contrato de
trabalho com vínculo empregatício pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social.
SALÁRIO-FAMÍLIA
Pagamento - Obedecido o limite máximo (ver Tabela Salário Família) para fins de
reconhecimento do direito ao salário-família, tomar-se-á como parâmetro o salário-
de-contribuição da competência a ser pago o benefício.
Documentação exigida - O salário-família será devido a partir do mês em que for
apresentado a empresa, os seguintes documentos:
I – carteira Profissional (CTPS);
II – certidão de nascimento do filho (original e cópia);
III – caderneta de vacinação ou equivalente, quando dependente menor de sete
anos, sendo obrigatória nos meses de novembro, contados a partir de 2000;
IV – comprovação da invalidez, a cargo da perícia médica do INSS, quando
dependente maior de 14 anos;
V – comprovante de freqüência à escola, quando dependente a partir de sete anos,
nos meses de maio e novembro, contados a partir de 2000.
Motivos de suspensão – A empresa suspenderá o pagamento do salário-família,
se o segurado não apresentar o atestado de vacinação obrigatória e a comprovação
de freqüência escolar nas datas definidas, até que a documentação seja
apresentada, sendo observado que:
I – não é devido o salário família no período entre a suspensão da quota motivada
pela falta de comprovação da freqüência escolar e sua reativação, salvo se provada
a freqüência escolar no período;
II – se, após a suspensão do pagamento do salário-família, o segurado comprovar a
vacinação do filho, ainda que fora do prazo, caberá o pagamento das quotas
relativas ao período suspenso.
ROTINA DE ARQUIVAMENTO
Criar uma pasta (dossiê) para cada funcionário ativo composta pelos documentos
pessoais, contrato de trabalho, e os demais documentos que compõem o processo
admissional, documentos de afastamentos médicos, e demais correspondências ou
declarações fornecidas ao empregado.
Guardar dossiê de ex-funcionários em envelope madeira tipo ofício (todos os
documentos da pasta do item anterior). Fazer pastas individuais
(preferencialmente) para os seguintes documentos:
- pasta de recibos de pagamento de salário (contra-cheques);
- aviso e recibo de férias;
- termo de rescisões de contrato de trabalho;
- folha de pagamento (analítica e sintética);
- GEFI/GRFP do FGTS;
- GPS – INSS;
- relação anual de Informações Sociais (RAIS);
- CAGED LEI 4923-65 – Informações dos Admitidos e Demitidos;
- contribuições de sindicato.
Ver prazos de guarda em Tabela Guarda de Documentos - Prazos)
2 - OBRIGATORIEDADE
A partir de 01 de julho de 2003 as empresas estarão obrigadas a emitir Perfil
Profissiográfico. Para fins de aposentadoria especial, até 30 de junho próximo, as
informações contidas no Perfil Profissiográfico poderão ser apresentadas
alternativamente pelo formulário DIRBEN 8030.
3 - INFORMAÇÕES OBRIGATÓRIAS
Para a análise dos documentos são obrigatórias, entre outras, as seguintes
informações:
a) Nome da empresa e endereço do local onde foi exercida a atividade;
b) Identificação do trabalhador;
c) Nome da atividade profissional do segurado - contendo descrição minuciosa das
tarefas executadas;
d) Descrição do local onde foi exercida a atividade;
e) Duração da jornada de trabalho;
f) Período trabalhado;
g) Informação sobre a existência de agentes nocivos prejudiciais à saúde ou à
integridade física a que o segurado ficava exposto durante a jornada de trabalho;
h) Ocorrência ou não de exposição à agente nocivo de modo habitual e
permanente, não ocasional nem intermitente;
i) Assinatura e identificação do responsável pelo preenchimento do formulário,
podendo ser firmada pelo responsável da empresa ou seu preposto;
j) CNPJ ou matrícula da empresa e do estabelecimento no INSS;
k) Esclarecimento sobre alteração de razão social da empresa, no caso de
sucessora;
l) Transcrição integral ou sintética da conclusão do Laudo Técnico, se for o caso.
4 - COMPETÊNCIA PARA A EMISSÃO DO PPP
Para os períodos posteriores a 28 de abril de 1995, exceto para ruído, o Perfil
Profissiográfico deverá ser emitido pela empresa ou preposto, com base em Laudo
Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT) expedido por médico do
trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho, para fins de comprovação da
exposição a agentes nocivos, prejudiciais à saúde ou à integridade física.
Quando for constatada divergência entre os registros constantes na CP ou na CTPS
e no PPP, a mesma deverá ser esclarecida, por diligência prévia junto à empresa, a
fim de verificar a evolução profissional do segurado, bem como os setores de
trabalho, por meio de documentos contemporâneos aos períodos laborados.
5 - ATUALIZAÇÃO DO PPP
O PPP deve ser mantido atualizado magneticamente ou por meio físico com a
seguinte periodicidade:
a) Anualmente, na mesma época em que se apresentar os resultados da análise
global do desenvolvimento do PPRA, do PGR , do PCMAT e do PCMSO;
b) Nos casos de alteração de "lay out" da empresa com alterações de exposições de
agentes nocivos mesmo que o código da GFIP/SEFIP não se altere.
Ressalte-se que o PPP deverá ser emitido obrigatoriamente por meio físico quando
a) Por ocasião do encerramento de contrato de trabalho, em duas vias, com
fornecimento de uma das vias para o empregado mediante recibo;
b) Para fins de requerimento de reconhecimento de períodos laborados em
condições especiais;
c) Para fins de concessão de benefícios por incapacidade, a partir de 01/07/2003,
quando solicitado pela Perícia Médica do INSS.
6 - EMPREGADOS OCUPANTES DE CARGOS DE GERÊNCIA OU CHEFIA
Nas situações em que o segurado tenha exercido, no período declarado, funções de
chefe, de gerente, de supervisor ou outra atividade equivalente e pretenda o
reconhecimento desse período como atividade especial, existindo dúvidas com
relação à atividade exercida ou com relação à efetiva exposição a agentes nocivos,
de modo habitual e permanente, não ocasional nem intermitente, a partir das
informações contidas no formulário DIRBEN-8030 ou PPP e no LTCAT, quando esses
forem exigidos, poderá o INSS solicitar esclarecimentos à empresa, relativos à
atividade exercida pelo segurado, bem como solicitar a apresentação de outros
registros existentes na empresa que venham a convalidar as informações
prestadas.
7 - FISCALIZAÇÃO
O auditor fiscal da Previdência Social, quando em ação fiscal, ou o médico perito do
INSS, em inspeção, solicitarão à empresa, por estabelecimento, e, se esta for
contratante de serviços de terceiros intramuros, também as empresas contratadas,
entre outros documentos, o perfil profissiográfico abrangendo as atividades
desenvolvidas pelo trabalhador.
Considera-se serviço de terceiros intramuros todas a atividade desenvolvida por
trabalhadores, seja por cessão de mão-de-obra, empreitada ou trabalho temporário
no estabelecimento do tomador.
Na hipótese de ser constatada a presunção da exposição dos trabalhadores a
agentes nocivos, o Agente Fiscal solicitará, dentre outros documentos, o perfil
profissiográfico previdenciário de todos os trabalhadores do estabelecimento.
8 - PENALIDADES
A não manutenção de Perfil Profissiográfico Previdenciário atualizado ou o não
fornecimento de copia autêntica do mesmo ao empregado, por ocasião do
encerramento do contrato de trabalho, ensejará aplicação de multa variável de R$
6.361,73 a R$ 63.617,35 em conformidade com o disposto no Regulamento da
Previdência Social, Decreto nº 3.048/99, artigo 283, inciso II, alínea "o".
Atualmente a referida penalidade corresponderá ao valor mínimo de R$ 8.278,51 e
ao valor máximo de 82.785,16, segundo fonte AGPREV, considerando ainda o
disposto na Portaria MPAS nº 525/02.
9 - FUNDAMENTOS LEGAIS
As disposições pertinentes ao Perfil Profissiográfico Previdenciário estão contidas na
Lei nº 8.213/91, artigo, art. 58, § 4º, Instrução Normativa nº 84/02, art. 148 e
seguintes.
Perguntas mais freqüentes
Quem deve emitir o PPP ?
Deve ser emitido pela empresa com base no LTCAT e assinado por representante
administrativo e médico do trabalho, e ainda pelo engenheiro de segurança do
trabalho, de conformidade com o dimensionamento do SESMT.
Quando deve ser emitido o PPP ?
O PPP, deverá ser emitido magneticamente anualmente, por ocasião da
apresentação dos resultados da análise global do desenvolvimento do PPRA e nos
casos de alteração de "lay out." da empresa com alterações de exposições de
agentes nocivos mesmo que os códigos da GFIP/SEFIP não se altere e em meio
físico (papel) nos casos de encerramento do contrato de trabalho (duas vias uma
para o empregado), para ser encaminhado a perícia médica da Previdência Social
no requerimento de benefício e para fins de reconhecimento de período trabalhado
em condições especiais.
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE
- Insalubridade
- Periculosidade
- Dúvidas mais frequentes
A insalubridade e a periculosidade têm como base legal a Consolidação das Leis
doTrabalho ( CLT ), em seu Título II, cap. V seção XIII., e a lei 6.514 de
22/12/1977, que alterou a CLT, no tocante a Segurança e Medicina do Trabalho.
Ambas foram regulamentadas pela Portaria 3.214, por meio de Normas
regulamentadoras.
Insalubridade
"- Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes
nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da
intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos."
"- A eliminação ou neutralização da insalubridade ocorrerá:
I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente do trabalho dentro dos
limites de tolerância;
II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que
diminuam a intensidade do agente agressivo aos limites de tolerância."
"Artigo 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de
tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de
adicional respectivamente de 40%, 20%, e 10% do salário mínimo da região,
segundo se classifiquem nos graus máximo, médio ou mínimo. "
A insalubridade foi regulamentada pela Norma Regulamentadora No 15, por meio
de 14 anexos.
Os Equipamentos de Proteção Individual ( EPIs) foram regulamentados na Norma
regulamentadora de No 06.
Limite de Tolerância -" é a concentração ou intensidade máxima ou mínima,
relacionada como a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará
dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral."
Os agentes classificam-se em: químicos, exemplo chumbo; físicos, exemplo calor; e
biológicos; exemplo doenças infecto-contagiosas.
Periculosidade
"São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação
aprovada pelo Ministério do Trabalho, aqueles que, por sua natureza ou métodos de
trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em
condições de risco acentuado. "
"O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional
de 30% sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou
participações nos lucros da empresa."
A periculosidade foi regulamentada pela Norma Regulamentadora No 16, por meio
de dois anexos.
" Liquido inflamável é todo aquele que possui ponto de fulgor inferior a 70oC e
pressão de vapor que não exceda 2,8 Kg/cm2 absoluta a 37,7oC."
" Explosivos são substancias capazes de rapidamente se transformarem em gases,
produzindo calor intenso e pressões elevadas."
O contato permanente pode se dar de maneira contínua ou intermitente.
A periculosidade só cessa sob o ponto de vista legal com a total eliminação do
risco.
"A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as
normas do Ministério do Trabalho, far-se ão através de PERÍCIA a cargo de
Engenheiro do Trabalho ou Médico do Trabalho, registrados no Ministério do
trabalho."
"O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará
com a eliminação do risco ã sua saúde ou integridade física...."