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INTRODUÇÃO
Esse trabalho tem o objetivo de mensurar dados atuais e toda teoria relevante
ao que acontece no mercado de marketing esportivo no futebol profissional. O que
os autores no assunto conseguem planejar e demonstrar teoricamente que possam
ser utilizados pelos clubes e seus atletas, por outro lado, o que os clubes e seus
atletas fazem para não ficarem fora do mercado.
O futebol pode ser o esporte de maior expressão no mundo, tudo que o
envolve traz a atenção de milhões de pessoas, uma única partida pode levar mais
de 200.000 pessoas em um estádio, como a final da Copa do Mundo de 1950 entre
Brasil e Uruguai. Contudo as constantes mudanças do mercado fizeram com que
clubes e atletas entrarem em uma grande crise, com exceção do mercado Europeu,
seja por leis mal planejadas, por administradores amadores, pela falta de
investimento do governo ou pela incapacidade de gerir uma organização.
O trabalho executado pelo marketing esportivo no futebol profissional busca
trazer o que na Europa funciona bem para clubes de todo o resto do mundo. É com
essa ferramenta que volta a esperança dos clubes a serem atrativos novamente.
Cada clube poderá empregar uma maneira de utilizar o marketing esportivo, a
única certeza é que sem investimento nessa área é grande a possibilidade do
fracasso da instituição. Trabalhar com uma base de atletas, criando conceitos
inovadores, investindo em novos talentos e ser coerente administrativamente são
regras a serem seguidas.
Para o estudo e a implementação do marketing esportivo no futebol
profissional em clubes faz-se necessário ler o que vários autores escreveram sobre
como utilizar o marketing em um processo, além de acompanhar fórmulas atuais de
sucesso em grandes clubes, trazendo a pratica atual e a teoria em um mesmo
ambiente.
Com a globalização do mercado se faz necessário cada vez mais à
profissionalização dos setores, o futebol não foge a essa regra. A profissionalização
de clubes, atletas e toda estrutura que envolve o meio esportivo, em particular o
futebol, tornou-se a única maneira de se sustentar em um mercado competitivo.
O crescente interesse de investidores pela indústria do entretenimento, aliado
ao processo contínuo de transformação dessa indústria, no caso especifico deste
trabalho, os clubes profissionais do futebol brasileiro, demonstra o cenário de
constantes mudanças que estes vêm sofrendo durante as últimas décadas.
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1 CONCEITOS DE MARKETING
Com as mudanças exigidas pelo mercado, uma empresa que pretende obter
sucesso, devera observar sempre se seu planejamento está sendo executado da
forma como foi elaborado, obedecendo a prazos, contratos, valores, e
principalmente se as necessidades dos consumidores estão sendo bem atendidas.
Com o mercado mais exigente, várias empresas sentiram a obrigatoriedade
de formar profissionais focados na gestão do marketing, objetivando melhor
qualidade nos produtos e serviços desenvolvidos pelas empresas.
Em um mercado concorrido pode ser mais fácil e mais barato manter um
cliente do que conseguir um novo cliente. Clientes bem atendidos, satisfeitos com a
empresa da qual consomem produtos ou serviços, tendo seus desejos atendidos
serão clientes, possivelmente, mais fiéis. Quanto mais clientes fiéis uma empresa
tem maior tende a ser seu retorno.
Vários são os seguimentos mercadológicos do marketing; entre elas podemos
citar:
competentes não deixando dúvidas quem está contribuindo para o sucesso dos
jogos e dos atletas e cabe ao público julgar quem merece sua retribuição.
Existem alguns aspectos legais que protegem os patrocinadores oficiais,
mesmo assim o marketing de emboscada consegue alcançar seu retorno.
A figura 1 mostra uma estratégia de marketing de emboscada utilizada por
uma empresa que não está sendo anunciada na imagem, mas coloca o numero 404
ao lado do anuncio da Yahoo. O erro 404 é conhecido na web como erro de conexão
com o servidor.
Fonte:http://macmagazine.com.br/blog/2007/04/27/anuncio-do-yahoo-super-Bem-posicionado-
Fonte: http://images.google.com.br/marketing_pessoal
19
• Figura 3 - Estratégia de marketing de guerrilha utilizado pelo Hopi Hari nas escadas rolante
de um shopping.
Fonte: http://foka.wordpress.com/
Fonte: http://cmafax.cma.com.br/iface/index.php?1110071001
Com as mudanças exigidas pelo mercado, uma empresa que pretende obter
sucesso, devera observar sempre se seu planejamento esta sendo executado da
forma como foi elaborado. Obedecendo a prazos, contratos, valores, e
principalmente se as necessidades dos consumidores estão sendo bem atendidas.
Em um mercado concorrido pode ser mais fácil e mais barato manter um
cliente do que conseguir um novo. Clientes bem atendidos, satisfeitos com a
empresa da qual consomem produtos ou serviços, tendo seus desejos atendidos
poderão ser clientes fiéis. Quanto mais clientes fiéis uma empresa tem maior poderá
ser seu retorno.
No capítulo dois será detalhado como funciona o marketing esportivo.
24
2 MARKETING ESPORTIVO
Fonte: http://www.centauro.com.br/
Pacifico 2,4%
Americas 42,5%
Europa 31,4%
Africa 1,3%
Fonte: Fonte: CÁRDIA, Wesley. Marketing e patrocínio esportivo. Porto Alegre: Bookman, 2004, p.
29.
2002 339,1
2003 368,6
2004 198,2
2005 187,9
2006 208,2
2007 934,3
Fonte: Pesquisa do autor.
2.2 O PATROCÍNIO
Quando um determinado time passa a ser patrocinado por uma marca o que
ocorre com a intenção de compra desta marca?
Aumenta Fica Igual Diminui Resultado
Um evento esportivo pode ser vendido para várias empresas ou mesmo para
uma única empresa. A venda de patrocínio para várias empresas é a forma mais
utilizada. Cotas de patrocínio são vendidas a fim de que empresas que tem interesse
nesse mercado possam investir seus recursos.
29
3305
2463
1850
1979
Fonte: Os direitos de transmissão na Europa (em milhões de dólares) (CÁRDIA, 2004, p.52).
Rede Globo 36
SBT 9
Record 7
Bandeirantes 11
Cultura 2
Rede TV 0
Fonte: IBOPE
Para que exista o retorno desejado, os pacotes de patrocínio têm que ser
inteligentes e saber avaliar o tipo de esporte que está sendo vendido, para, de
acordo com suas capacidades e características, poder propiciar ao patrocinador o
melhor retorno possível.
O evento esportivo é dividido em várias etapas durante sua realização. Festas
de abertura e de encerramento são importantes para que exista confraternização por
parte dos atletas. Eventos de grande porte como as Olimpíadas ou a Copa do
Mundo, promovem o fair play assim como a paz mundial, assim como momentos de
tréguas entre nações.
Um contrato bem definido pode trazer até mesmo o possível retorno do que
foi investido pela empresa patrocinadora. Entre outros objetivos o contrato protege
quem patrocina e quem vende o patrocínio, ou seja, no contrato estão estipuladas
todas as obrigações e deveres das partes envolvidas.
Com o profissionalismo do marketing esportivo surgiram no mercado agências
especificas para esse novo ramo de atividade.
O que precisamos ter em mente é que não basta mais o belo trabalho. Não
bastam os bons resultados. Os bons resultados, o trabalho brilhante, a
qualidade daquilo que realizamos são a pedra fundamental de tudo, mas o
brilho do trabalho e o reconhecimento pelos olhos dos outros são o que nos
faz valer mais no mercado. Não basta ser, é preciso também parecer
(CÁRDIA, 2004, p. 206).
Não foi apenas pelas leis governamentais que os clubes viram a necessidade
de transformação, mas muito em virtude de todo processo pelo qual passava o
mercado esportivo, com falta de recursos e investimentos em clubes, a falta de
profissionalismo, a quase nula participação do marketing esportivo dos clubes, entre
outros aspectos.
Com a falta de investimentos em clubes o torcedor começa a perder interesse
pelo evento, diferente do que acontece na Europa. Cada vez mais cedo nossos
craques vão para a Europa, com isso o nível do futebol aqui nos pais cai, o torcedor
vendo isso deixa de prestigiar o evento. Outro fator que afugenta os torcedores dos
estádios é a violência. É comum ver estádios quase sem torcedores, mesmo em
grandes clássicos.
A figura 6 mostra um estádio com mais de 100.000 pessoas em uma partida
de futebol do campeonato brasileiro em 1990.
Fonte: Lancenet(2007)
Fonte: www.fae.edu/.../imprimir.asp?lngIdNoticia=29380
Outra administração diferenciada pode ser a praticada pelo São Paulo Futebol
clube, que desde a década de 90 investe na criação de novos talentos, criando
centro de treinamentos, tudo em parceria com a iniciativa privada. Mas mesmo com
essa forma moderna de administração, fica muito abaixo dos lucros que poderiam
ser obtidos com o esporte isso quando comparada aos resultados de estratégias
parecidas como a do Manchester United.
A tabela 6 mostra os lucros de dois grandes times do mundo um brasileiro e
outro europeu.
• Tabela 6 - A comparação entre um clube brasileiro e outro europeu em lucros obtidos no ano de
2004(valores nominais em milhões de reais).
“LUCRO NA EUROPA, PREJUIZO NO BRASIL”.
Manchester United RECEITAS São Paulo Futebol Clube
347 Televisão 20
316 Bilheterias 10
202 Patrocínios 10
42 Consumo no estádio 0
0 Venda de jogadores 23
30 Outros 20
937 TOTAL 83
FONTE: Lancenet (2007)
A analise mostra que existe um grande potencial ainda a ser explorado, onde
a mão-de-obra não é problema, modelos externos podem ser aproveitados e a
própria cultura do país favorece, pois o futebol segue como a paixão do brasileiro.
O maior problema encontrado na elaboração desse trabalho foi à falta de
políticas de marketing no futebol profissional bem definida. Ainda existem poucos
estudos relacionados ao mercado que envolve o negocio futebol. Muito se fala e
escreve sobre o entretenimento futebol, mas pouco é detalhado do que existe por
traz desse mercado que pode movimentar bilhões de reais.
Poucos são os autores que descrevem como funciona o marketing no futebol,
portanto foi fundamental a leitura de artigos, publicações, revistas, esclarecimentos
com pessoas que vivem do futebol e tudo que envolve o marketing do futebol
profissional.
[...] nada pode ser mais emocionante para quem vive no meio do futebol que
um estádio lotado. Os gritos dos torcedores, as bandeiras, a vibração, a
energia que vem das arquibancadas, todo esse conjunto faz com que o
futebol seja uma das paixões onde quer que exista este esporte. (NETO,
2007).
administrados, do contrario não terão sucesso, a tradição faz parte do clube e não
pode ser deixada de lado”.
Muito se discute sobre o assunto e o que se pode notar vem do fato que em
clubes europeus essa “mistura” de tradição e profissionalismo vem dando
resultados. A tabela 7 mostra o retorno do investimento feito em uniformes com
cores diferentes das contidas nas bandeiras dos clubes.
4.1 UNIFORMES
Fonte: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-73816128-_JM
Fonte: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-73816128-_JM
Fonte: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-73816128-_JM
A nova tendência de inovar nas cores do uniforme ainda está tomando formas
aqui no Brasil. Poucos clubes apostam nessa estratégia de marketing, uns por medo
de manchar a tradição dos clubes, outros por achar que isso não faz parte do futebol
e outros ainda por não ter dinheiro para investir.
Segundo o ex-jogador Sócrates (2005) “investir em uniformes é uma maneira
de fazer o público investir no clube, pois por mais diferente que a camisa seja não
será está que ira tirar o brilho do espetáculo, menos ainda dos amantes do futebol”.
Os maiores investimentos no Brasil em uniformes foram pelos clubes
paulistas e cariocas, principalmente por Palmeiras, Fluminense e Corinthians.
Investimento ainda muito tímido quando comparado ao mercado europeu.
A tabela 8 mostra os investimentos feitos pelos clubes em novos uniformes e
o retorno conseguido até agora.
em uma única manha foram vendidos mais de 250 camisas do novo uniforme do
Corinthians, com preço médio de R$ 150,00 cada.
A figura 11 mostra os diferenciais existentes entre o uniforme tradicional e o
inovador do clube Fluminense.
Fonte: http://lista.mercadolivre.com.br/camisa-fluminense
Fonte: http://lista.mercadolivre.com.br/camisa-palmeiras
[...] o Corinthians passou por uma fase critica de sua história, com graves
problemas financeiros, políticos e administrativos, culminando com o
rebaixamento para a série B do campeonato brasileiro e tendo seu
presidente afastado por lavagem e corrupção. A camisa roxa é mais uma
arma para arrecadar dinheiro e suprir as contas do clube. (Neto, 2008).
Fonte: http://lista.mercadolivre.com.br/camisa-corinthians
Fonte: http://www.spfc.net/morumbi.asp
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/upload/82169_RES.%20SC%20N%2005%20-%20Estadio
%20do%20Pacaembu.pdf
50
Fonte:http://www.internacional.com.br/pagina.php?modulo=4&setor=29
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mineir
%C3%A3o
Luzhniki Stadium
52
Estádio Azteca
Proprietário Grupo Televisa
Inaugurado em 1966
Capacidade: 105.000
México
Fonte: http://momentodofutebol.blogspot.com/2007/08/maiores-
estdios-de-futebol-do-mundo.html
Todos estes dados mostram que o Brasil ainda pode e deve investir muito em
seus estádios, mesmo por que em 2014 será cede da Copa do Mundo. Sem
estádios adequados pode ficar complicado executar uma competição com qualidade
e segurança.
A paixão pelo futebol pode ser difícil de entender para quem não aprecia o
esporte. O que poderia mover milhares de pessoas a sair de suas casas,
com todo conforto, e ir para um estádio, onde muitas vezes não lhe é
oferecido o mínimo de segurança e conforto? Só pode ser explicado por
quem vive a paixão pelo futebol e faz desse esporte um estilo de vida.
(JUCA KFOURI, 2006).
A paixão pelo futebol pode ser o ponto mais importante do mercado futebol, e
todas as estratégias de marketing voltadas para este seguimento. Boa parte da
renda arrecadada pelos clubes provém de seus torcedores, sejam eles os que
acompanham os jogos nos estádios ou pela televisão.
O torcedor apaixonado não mede esforços para acompanhar seu clube, não
importando distancia, estádios deficientes, falta de segurança e transporte
adequado.
Uma das maiores comprovações da paixão pelo futebol foi demonstrada em
uma partida do campeonato brasileiro de 1976, quando uma verdadeira multidão
invadiu um estádio que ficava a mais de 450 quilômetros de distancia de sua cede.
“A paixão pelo futebol começa como uma devoção infantil e, no fundo, nunca
deixa de ser isso. É aquela parte de nós que se recusa a crescer e ficar racional”,
(Luis Fernando Veríssimo, 2007).
A paixão do torcedor pelo esporte pode fazer com que o futebol, mesmo com
seus problemas administrativos, nunca deixe de ser o esporte mais importante do
mundo. Esporte esse que pode empregar milhares de pessoas movimentando uma
boa parte da economia mundial.
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[...] não se pode afirmar com certeza que transformar clubes em empresas,
com todas suas áreas profissionalizadas, trará o sucesso, porém é cada vez
mais fácil de notar clubes de imensa tradição que relutam em adotar tais
medidas e estão se afundando em crises financeiras, fazendo com que seus
torcedores se afastem. Não podemos imaginar também que apenas o fato
de se transformar em empresa fará o torcedor voltar ao clube e menos
ainda imaginar que o torcedor seja tratado de maneira diferente com esse
novo cenário. (MAURO BETING, Jornal o Lance, mar. 2008).
próprios e parceiros investidores que não tenham poder de decisão dentro do clube.
Uma idéia que pode não agradar os investidores.
Tais parcerias podem resultar em grande sucesso como também o contrario
pode ser verdadeiro. O Palmeiras de 1993 foi um dos precursores da idéia de
parceria com administração própria, com isso o clube recebeu forte investimento por
parte da empresa italiana Parmalat. Essa parceria rendeu ao Palmeiras vários
títulos.
O mesmo aconteceu com o Corinthians, com investimentos do antigo banco
Excel, o clube conseguiu muitos títulos, deixando claro que aquela nova tendência
podia ser a salvação.
Porém, nem tudo aconteceu como os clubes pensavam. Em pouco tempo os
administradores viram que os investimentos vinham com muita força financeira,
totalmente diferente do que praticava o mercado brasileiro, estes não estavam
preparados para essa nova realidade.
Os investidores por sua vez cobravam retorno imediato, assim como qualquer
outro tipo de investimento de sucesso.
Os administradores vislumbraram uma oportunidade de resolver seus
problemas financeiros, pagando suas dividas e formando equipes com muita força
competitiva. E assim aconteceu. No primeiro momento tudo funcionou perfeito,
títulos vieram, dividas foram saldadas, equipes com jogadores de ótimo nível,
reestruturação dos clubes, enfim, os problemas graves foram solucionados.
A parceria deve ser entendida como um casamento tem que funcionar com
objetivos iguais, enquanto um quer lucro o outro prestigio e títulos. Mas
como nem todo casamento é perfeito alguns cuidados devem ser tomados,
principalmente quando o assunto envolvido é financeiro. O contrato tem que
ser bem detalhado, prevendo também o possível fim da parceria [...]. (JUCA
KFOURI).
Por fazer parte da historia do clube, a tradição não pode ser deixada de lado
em nenhum momento. Faz parte das competências dos administradores trabalharem
com as novas tendências de marketing esportivo em conjunto com as tradições
acumuladas pelos clubes.
Até poucos anos atrás, nada podia colocar mais temor em um time adversário
que ver a camisa canarinho da seleção brasileira. Uma equipe respeitada, dona de 5
campeonatos mundiais, a única seleção que participou de todas as Copas do
Mundo, formada sempre por times extremamente fortes.
A grande tradição da camisa da seleção brasileira vem perdendo força com o
nivelamento do futebol praticado por outras grandes seleções e por possíveis
intervenções de patrocinadores.
Com a entrada de novas estratégias de marketing esportivo no mercado do
futebol muitas tradições podem estar acabando. Os investidores estão interessados
em lucrar com os clubes, independente das tradições que carregam. Se for
necessário, a tradição poderá ser deixada de lado por interesses econômicos.
Segundo JUCA KFOURI (2008), “profissionalismo e tradição precisam andar
juntos. O profissionalismo administrando o clube e a tradição alimentando a torcida,
por que sem essa ultima o clube não nunca será grande”.
Todo levantamento que procedeu-se até agora demonstra que podem existir
diferentes entendimentos sobre o emprego das novas tendências de marketing
esportivo no futebol profissional.
O que clubes, administradores e agencias de marketing procuram tentar unir
todo esse mix de novas idéias em prol do sucesso do futebol pelo mundo.
Respeitando tradições, paixões, lucratividade e principalmente o torcedor.
Ainda está longe de essa receita funcionar perfeitamente, ou pela
incapacidade dos administradores ou pela falta de respeito dos investidores que
buscam apenas o lucro sem respeitar toda cultura por trás do esporte.
Um exemplo disso foi a final da Copa do Mundo de 1998, onde Brasil e
França brigavam pelo titulo mais importante do futebol mundial. Uma história que até
hoje gera muita polêmica. O Brasil patrocinado pela empresa esportiva Nike,
possuía em sua equipe alguns jogadores com contrato com a mesma empresa.
Entre estes jogadores estava o então melhor do mundo Ronaldo.
Depois de sofrer uma convulsão pouco antes da final da Copa, o jogador
Ronaldo, surpreendentemente entra em campo como titular. Tal fato levantou
grande polemica no mercado do futebol. Teria o patrocinador obrigado à escalação
do craque brasileiro, com intuito de valorizar seus investimentos?
Essa dúvida até hoje não tem resposta.
A influência do marketing esportivo sobre os clubes pode deixar o torcedor
desacreditado, pois afasta a tradição, colocando no seu lugar o profissionalismo
pragmático de vislumbrar o lucro acima de tudo.
Outra estratégia que pode trazer muita polêmica deve-se ao fato das
mudanças, impostas por patrocinadores, nos uniformes tradicionais dos clubes de
futebol.
A estratégia de colocar cores diferentes em uniformes ganha força a partir do
momento que vários clubes europeus adotaram esse plano de marketing,
conseguindo muito sucesso.
63
No Brasil essa idéia chega com certo temor por parte dos administradores dos
clubes. As tradições do futebol brasileiro são diferentes das que existem na Europa,
assim como o poder de compra também.
Modificar a tradição do clube, conhecido com alvinegro, transformando seu
uniforme, antes branco e preto, para uma cor roxa, desconfigura a principal
característica de reconhecimento do torcedor.
Segundo o Jornal o Lance (30 mar. 2008) mesmo com parte da torcida não
aprovando a nova camisa roxa, as vendas superaram a estimativa do
departamento de marketing da Nike. Em apenas três dias foram vendidas
cerca de 500 unidades, um lucro de R$ 80 mil.
Fonte: http://esportes.terra.com.br/futebol/estaduais2008/interna
/0,,OI2714457-EI10799,00.html
5 METODOLOGIA
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Segundo Cervo & Bervian (1983, p.23 apud ANDRADE, 2001, p. 131). Em
seu sentido mais geral, o método é a ordem que se deve impor aos
diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado
desejado. Nas ciências, entende-se por método o conjunto de processos
que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da
verdade.
CONCLUSÃO
67
REFERÊNCIAS
68
• Livros:
BRUNORO, J. C. & AFIF, A. Futebol 100% profissional. São Paulo: Editora Gente,
1997.
CONTURSI, Ernani. Marketing esportivo. Rio de Janeiro: Sprint Editora Ltda, 1996.
COSTA, Nelson Eduardo Pereira da. Marketing pessoal. Goiânia: AB, 2002
KOTLER, Philip. Princípios de marketing. 9.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
KOTLER, Philip. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar
mercados. São Paulo: Futura, 1999.
MELO NETO, Francisco Paulo de. Marketing esportivo. 3. ed. Rio de Janeiro:
Record, 2003.
MELO NETO, Francisco Paulo de. Marketing esportivo e social. São Paulo: Phorte
Editora, 1997.
69
• Sites:
• Revistas
ARENAS DE PAPEL. Revista Placar. São Paulo: Editora Abril, abr/mai. 2008.
AS TRÊS COPAS DO REI. Revista Placar. São Paulo: Editora Abril, 1, mar. 1970.
OS JOVENS REIS DO FUTEBOL. Revista Placar. São Paulo: Editora Abril, abr/mai.
2008.
ANEXOS
75
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS
CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 2º O desporto, como direito individual, tem como base os seguintes princípios:
I - soberania, caracterizado pela supremacia nacional na organização da prática
desportiva;
II - autonomia, definido pela faculdade de pessoas físicas e jurídicas organizarem-se
para a prática desportiva como sujeitos nas decisões que as afetam;
III - democratização, garantido em condições de acesso às atividades desportivas
sem distinções e quaisquer formas de discriminação;
IV - liberdade, expresso pela livre prática do desporto, de acordo com a capacidade
e interesse de cada um, associando-se ou não a entidades do setor;
76
CAPÍTULO III
DA CONCEITUAÇÃO E DAS FINALIDADES DO DESPORTO
CAPÍTULO IV
DO SISTEMA BRASILEIRO DO DESPORTO
SEÇÃO I
DA COMPOSIÇÃO E OBJETIVOS
SEÇÃO II
DO CONSELHO SUPERIOR DE DESPORTOS
SEÇÃO III
DO SISTEMA FEDERAL DO DESPORTO
SEÇÃO IV
DO SISTEMA DOS ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS.
CAPÍTULO V
DO CERTIFICADO DE MÉRITO DESPORTIVO
Art. 16. É criado o Certificado de Mérito Desportivo a ser outorgado pelo Conselho
Superior de Desportos.
Parágrafo único. As entidades contempladas farão jus a:
I - prioridade no recebimento de recursos de natureza pública;
II - benefícios previstos na legislação em vigor referente à utilidade pública;
III - benefícios fiscais na forma da lei.
Art. 17. Para obtenção do Certificado de Mérito Desportivo são requisitos entre
outros:
I - ter estatuto de acordo com a legislação em vigor;
II - demonstrar relevantes serviços ao desporto nacional;
III - (VETADO)
IV - apresentar manifestação do Comitê Olímpico Brasileiro, no caso de suas
filiadas;
V - possuir viabilidade e autonomia financeiras;
VI - manter a independência técnica e o apoio administrativo aos órgãos judicantes.
CAPÍTULO VI
DA PRÁTICA DESPORTIVA PROFISSIONAL
Parágrafo único. Além da taxa prevista na alínea b do inciso II do art. 43 desta Lei,
nenhuma outra poderá ser exigida, a qualquer título, na transferência do atleta.
Art. 21. A participação de atletas profissionais em seleções será estabelecida na
forma como acordarem a entidade de administração e a entidade de prática
desportiva cedente.
§1º A entidade convocadora indenizará a cedente dos encargos previstos no
contrato de trabalho, pelo período em que durar a convocação do atleta, sem
prejuízo de eventuais ajustes celebrados entre estes e a entidade convocadora.
§2º O período de convocação estender-se-á até a reintegração do atleta à entidade
que o cedeu, apto a exercer sua atividade.
Art. 22. A atividade do atleta profissional é caracterizada por remuneração pactuada
em contrato com pessoa jurídica, devidamente registrada na entidade federal de
administração do desporto, e deverá conter cláusula penal para as hipóteses de
descumprimento ou rompimento unilateral.
§1º A entidade de prática desportiva empregadora que estiver com pagamento de
salários dos atletas profissionais em atraso, por período superior a três meses, não
poderá participar de qualquer competição, oficial ou amistosa.
§2º Aplicam-se ao atleta profissional as normas gerais da legislação trabalhista e da
seguridade social, ressalvadas as peculiaridades expressas nesta Lei ou integrantes
do contrato de trabalho respectivo.
Art. 23. O contrato de trabalho do atleta profissional terá prazo determinado, com
vigência não inferior a três meses e não superior a trinta e seis meses.
Parágrafo único. De modo excepcional, o prazo do primeiro contrato poderá ser de
até quarenta e oito meses, no caso de atleta em formação, não-profissional,
vinculado à entidade de prática, na qual venha exercendo a mesma atividade, pelo
menos durante vinte e quatro meses.
Art. 24. Às entidades de prática desportiva pertence o direito de autorizar a fixação,
transmissão ou retransmissão de imagem de espetáculo desportivo de que
participem.
§1º Salvo convenção em contrário, vinte por cento do preço da autorização serão
distribuídos, em partes iguais, aos atletas participantes do espetáculo.
§2º O disposto neste artigo não se aplica a flagrantes do espetáculo desportivo para
fins exclusivamente jornalísticos ou educativos, cuja duração, no conjunto, não
exceda de três minutos.
84
CAPÍTULO VII
DA ORDEM DESPORTIVA
II - censura escrita;
III - multa;
IV - suspensão;
V - desfiliação ou desvinculação.
§2º A aplicação das sanções previstas nos incisos I, II e III do parágrafo anterior não
prescinde do processo administrativo no qual sejam assegurados o contraditório e a
ampla defesa.
§3º As penalidades de que tratam os incisos IV e V do §1º deste artigo só serão
aplicadas após a decisão definitiva da Justiça Desportiva.
Art. 32. Quando se adotar o voto plural, a quantificação ou ponderação de votos
observará, sempre, critérios técnicos e a classificação nas competições oficiais
promovidas nos últimos cinco anos ou em período inferior, sem prejuízo de outros
parâmetros estabelecidos em regulamento.
CAPÍTULO VIII
DA JUSTIÇA DESPORTIVA
CAPÍTULO IX
DOS RECURSOS PARA O DESPORTO
Art. 45. A arrecadação obtida em cada teste da Loteria Esportiva Federal terá a
seguinte destinação:
I - quarenta e cinco por cento para pagamento dos prêmios, incluindo o valor
correspondente ao imposto sobre a renda;
II - vinte por cento para a Caixa Econômica Federal, destinados ao custeio total da
administração dos concursos de prognósticos desportivos;
III - dez por cento para pagamento, em parcelas iguais, às entidades de prática
desportiva, constantes do teste, pelo uso de suas denominações ou símbolos;
IV - quinze por cento para o FUNDESP.
Parágrafo único. O total da arrecadação, deduzidos os valores previstos nos incisos
I, II, III e IV será destinado à seguridade social.
Art. 46. Anualmente, a renda líquida total de um dos testes da Loteria Esportiva
Federal será destinada ao Comitê Olímpico Brasileiro para o treinamento e as
competições preparatórias das equipes olímpicas nacionais.
Parágrafo único. Nos anos de realização dos Jogos Olímpicos e dos Jogos Pan-
americanos, a renda líquida total de um segundo teste será destinada ao Comitê
Olímpico Brasileiro, para o atendimento da participação de delegações nacionais
nesses eventos.
Art. 47. (VETADO).
Art. 48. Os recursos financeiros correspondentes às destinações previstas no inciso
III do art. 45 e nos arts. 46 e
47 desta Lei constituem receitas próprias dos beneficiários que lhes serão entregues
diretamente pela Caixa
Econômica Federal até o décimo dia útil do mês subseqüente ao da ocorrência do
fato gerador.
91
CAPÍTULO X
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
proteção legal válida para todo o território nacional, por tempo indeterminado, sem
necessidade de registro ou averbação no órgão competente.
Parágrafo único. A garantia legal outorgada às entidades neste artigo permite-lhes o
uso comercial de sua denominação e de seus símbolos.
Art. 56. São vedados o registro e o uso, para fins comerciais, como marca ou
emblema de qualquer sinal que consista no símbolo olímpico ou que o contenha,
exceto mediante prévia autorização do Comitê Olímpico Brasileiro.
Art. 57. As entidades de direção e de prática filiadas a entidades de administração
em, no mínimo, três modalidades olímpicas, e que comprovem, na forma da
regulamentação desta Lei, atividade e a participação em competições oficiais
organizadas pela mesma, credenciar-se-ão na Secretaria da Fazenda da respectiva
Unidade da Federação para promover reuniões destinadas a angariar recursos para
o fomento do desporto, mediante sorteios de modalidade denominada "Bingo", ou
similar.
§1º O órgão competente de cada Estado e do Distrito Federal normatizará e
fiscalizará a realização dos eventos de que trata este artigo.
§2º Quando se tratar de entidade de direção, a comprovação de que trata o caput
deste artigo limitar-se-á à filiação na entidade nacional ou internacional.
Art. 58. Os árbitros e auxiliares de arbitragem poderão constituir associações
nacionais e estaduais, por modalidade desportiva ou grupo de modalidades,
objetivando o recrutamento, a formação e a prestação de serviços às entidades de
administração do desporto.
Parágrafo único. Independentemente da constituição das associações referidas no
caput deste artigo, os árbitros e auxiliares de arbitragem não têm qualquer vínculo
empregatício com as entidades desportivas diretivas onde atuam, e a sua
remuneração como autônomos exonera tais entidades de quaisquer outras
responsabilidades trabalhistas e previdenciárias.
Art. 59. Em campeonatos ou torneios regulares com mais de uma divisão, as
entidades de administração do desporto determinarão em seus regulamentos o
princípio do acesso e descenso, observado sempre o critério técnico.
Art. 60. É vedado aos administradores e membros de Conselho Fiscal das entidades
de prática desportiva o exercício de cargo ou função nas entidades de administração
do desporto.
93
Art. 61. Nas Forças Armadas os desportos serão praticados sob a direção do
Estado-Maior das Forças Armadas e do órgão especializado de cada Ministério
Militar.
Art. 62. O valor do adicional previsto na alínea b do inciso I do art. 43 desta Lei não
será computado no montante da arrecadação das apostas para fins de cálculo de
prêmios, rateios, tributos de qualquer natureza ou taxas de administração.
Parágrafo único. Trimestralmente a Caixa Econômica Federal apresentará à
Secretaria de Desporto do Ministério da Educação e do Desporto balancete com o
resultado da receita proveniente do adicional mencionado no caput deste artigo.
Art. 63. Do adicional de quatro e meio por cento de que trata a alínea b do inciso I do
art. 43 desta Lei, a parcela de um ponto e meio percentual será repassada à
Secretaria de Esporte dos Estados e do Distrito Federal ou órgãos que tenham
atribuições semelhantes na área do desporto proporcionalmente ao montante das
apostas efetuadas em cada Unidade da Federação para aplicação segundo o
disposto no inciso I do art. 44.
CAPÍTULO XI
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 64. Até a regulamentação do valor do passe, prevista no art. 26 desta Lei,
prevalecem as Resoluções nºs 10, de 10 de abril de 1986, e 19, de 6 de dezembro
de 1988, do Conselho Nacional de Desportos.
Art. 65. Fica extinto o Conselho Nacional de Desportos.
Art. 66. Até a aprovação dos Códigos de Justiça dos Desportos Profissional e não-
Profissional, continuam em vigor os atuais Códigos.
Art. 67. As atuais entidades federais de administração do desporto, no prazo de
cento e oitenta dias a contar da publicação desta Lei, realizarão assembléia geral
para adaptar seus estatutos às normas desta Lei.
§1º Em qualquer hipótese, respeitar-se-ão os mandatos em curso dos dirigentes
legalmente constituídos.
§2º A inobservância do prazo fixado no caput deste artigo sujeita a entidade infratora
ao cancelamento do
94
Certificado do Mérito Desportivo que lhe houver sido outorgado e importará na sua
exclusão automática do
Sistema Federal do Desporto até que se concretize e seja averbada no registro
público a referida adaptação estatutária.
Art. 68. No prazo de sessenta dias contados da vigência desta Lei, a Caixa
Econômica Federal promoverá a implantação dos registros de processamento
eletrônico, necessários à cobrança do adicional a que se refere a alínea b do inciso I
do art. 43.
Art. 69. O Poder Executivo proporá a estrutura para o funcionamento do FUNDESP
e do Conselho Superior de
Desporto, num prazo de sessenta dias a contar da publicação desta Lei.
Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 71. Revogam-se as Leis nºs 6.251, de 8 de outubro de 1975, 6.269, de 24 de
novembro de 1975, o Decreto lei nº 1.617, de 3 de março de 1978, o Decreto-lei nº
1.924, de 20 de janeiro de 1982, o art. 5º da Lei nº 7.787, de
30 de junho de 1989, a Lei nº 7.921, de 12 de dezembro de 1989, o art. 14 e art. 44
da Lei nº 8.028, de 12 de abril de 1990 e demais disposições em contrário.
ITAMAR FRANCO
Murílio de Avellar Hingel
95
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES INICIAIS
CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 2.º. O desporto, como direito individual, tem como base os princípios:
I — da soberania, caracterizado pela supremacia nacional na organização da prática
desportiva;
II — da autonomia, definido pela faculdade e liberdade de pessoas físicas e jurídicas
organizarem-se para a
prática desportiva;
III — da democratização, garantido em condições de acesso às atividades
desportivas sem quaisquer distinções ou formas de discriminação;
96
CAPÍTULO III
DA NATUREZA E DAS FINALIDADES DO DESPORTO
Art. 3.º. O desporto pode ser reconhecido em qualquer das seguintes manifestações:
I — desporto educacional, praticado nos sistemas de ensino e em formas
assistemáticas de educação, evitando-se a seletividade, a hipercompetitividade de
seus praticantes, com a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do
indivíduo e a sua formação para o exercício da cidadania e a prática do lazer;
97
CAPÍTULO IV
DO SISTEMA BRASILEIRO DO DESPORTO
Seção I
Da composição e dos objetivos
Seção II
Do Instituto Nacional do Desenvolvimento do Desporto – INDESP
II — adicional de quatro e meio por cento incidente sobre cada bilhete, permitido o
arredondamento do seu valor feito nos concursos de prognósticos a que se refere o
Decreto-Lei n.º 594, de 27 de maio de 1969, e a Lei n.º
6.717, de 12 de novembro de 1979, destinado ao cumprimento do disposto no art.
7.º;
III — doações, legados e patrocínios;
IV — prêmios de concursos de prognósticos da Loteria Esportiva Federal, não
reclamados;
V — outras fontes.
§ 1.º. O valor do adicional previsto no inciso II deste artigo não será computado no
montante da arrecadação das apostas para fins de cálculo de prêmios, rateios,
tributos de qualquer natureza ou taxas de administração.
§ 2.º. Do adicional de quatro e meio por cento de que trata o inciso II deste artigo,
um terço será repassado às
Secretarias de Esportes dos Estados e do Distrito Federal, ou, na inexistência
destas, a órgãos que tenham atribuições semelhantes na área do desporto,
proporcionalmente ao montante das apostas efetuadas em cada unidade da
Federação para aplicação segundo o disposto no art. 7.º.
§ 3.º. Do montante arrecadado nos termos do § 2.º, cinqüenta por cento caberão às
Secretarias Estaduais e/ou aos órgãos que as substituam, e cinqüenta por cento
serão divididos entre os Municípios de cada Estado, na proporção de sua população.
314
§ 4.º. Trimestralmente, a Caixa Econômica Federal - CEF apresentará balancete ao
INDESP, com o resultado da receita proveniente do adicional mencionado neste
artigo.
Art. 7.º. Os recursos do INDESP terão a seguinte destinação:
I — desporto educacional;
II — desporto de rendimento, nos casos de participação de entidades nacionais de
administração do desporto em competições internacionais, bem como as
competições brasileiras dos desportos de criação nacional;
III — desporto de criação nacional;
IV — capacitação de recursos humanos:
a) cientistas desportivos;
b) professores de educação física; e
100
c) técnicos de desporto;
V — apoio a projeto de pesquisa, documentação e informação;
VI — construção, ampliação e recuperação de instalações esportivas;
VII — apoio supletivo ao sistema de assistência ao atleta profissional com a
finalidade de promover sua adaptação ao mercado de trabalho quando deixar a
atividade;
VIII — apoio ao desporto para pessoas portadoras de deficiência.
Art. 8.º. A arrecadação obtida em cada teste da Loteria Esportiva terá a seguinte
destinação:
I — quarenta e cinco por cento para pagamento dos prêmios, incluindo o valor
correspondente ao imposto sobre a renda;
II — vinte por cento para a Caixa Econômica Federal - CEF, destinados ao custeio
total da administração dos recursos e prognósticos desportivos;
III — dez por cento para pagamento, em parcelas iguais, às entidades de práticas
desportivas constantes do teste, pelo uso de suas denominações, marcas e
símbolos;
IV — quinze por cento para o INDESP.
Parágrafo único. Os dez por cento restantes do total da arrecadação serão
destinados à seguridade social.
Art. 9.º. Anualmente, a renda líquida total de um dos testes da Loteria Esportiva
Federal será destinada ao
Comitê Olímpico Brasileiro - COB, para treinamento e competições preparatórias
das equipes olímpicas nacionais.
§ 1.º. Nos anos de realização dos Jogos Olímpicos e dos Jogos Pan-Americanos, a
renda líquida de um segundo teste da Loteria Esportiva Federal será destinada ao
Comitê Olímpico Brasileiro - COB, para o atendimento da participação de
delegações nacionais nesses eventos.
§ 2.º. Ao Comitê Paraolímpico Brasileiro serão concedidas as rendas líquidas de
testes da Loteria Esportiva
Federal nas mesmas condições estabelecidas neste artigo para o Comitê Olímpico
Brasileiro - COB.
Art. 10. Os recursos financeiros correspondentes às destinações previstas no inciso
III do art. 8.º e no art. 9.º, constituem receitas próprias dos beneficiários que lhes
serão entregues diretamente pela Caixa Econômica
101
Federal - CEF, até o décimo dia útil do mês subseqüente ao da ocorrência do fato
gerador.
Seção III
Do Conselho de Desenvolvimento do Desporto Brasileiro – CDDB
Seção IV
Do Sistema Nacional do Desporto
Art. 13. O Sistema Nacional do Desporto tem por finalidade promover e aprimorar as
práticas desportivas de rendimento.
Parágrafo único. O Sistema Nacional do Desporto congrega as pessoas físicas e
jurídicas de direito privado, com ou sem fins lucrativos, encarregadas da
coordenação, administração, normalização, apoio e prática do desporto, bem como
as incumbidas da Justiça Desportiva e, especialmente:
102
Seção V
Dos Sistemas dos Estados, Distrito Federal e Municípios
CAPÍTULO V
DA PRÁTICA DESPORTIVA PROFISSIONAL
Art. 26. Atletas e entidades de prática desportiva são livres para organizar a
atividade profissional, qualquer que seja sua modalidade, respeitados os termos
desta Lei.
Art. 27. As atividades relacionadas a competições de atletas profissionais são
privativas de:
I — sociedades civis de fins econômicos;
II — sociedades comerciais admitidas na legislação em vigor;
III — entidades de prática desportiva que constituírem sociedade comercial para
administração das atividades de que trata este artigo.
106
Art. 32. É lícito ao atleta profissional recusar competir por entidade de prática
desportiva quando seus salários, no todo ou em parte, estiverem atrasados em dois
ou mais meses;
Art. 33. Independentemente de qualquer outro procedimento, entidade nacional de
administração do desporto fornecerá condição de jogo ao atleta para outra entidade
de prática, nacional ou internacional, mediante a prova da notificação do pedido de
rescisão unilateral firmado pelo atleta ou por documento do empregador no mesmo
sentido.
Art. 34. O contrato de trabalho do atleta profissional obedecerá a modelo padrão,
constante da regulamentação desta Lei.
Art. 35. A entidade de prática desportiva comunicará em impresso padrão à entidade
nacional de administração da modalidade a condição de profissional, semi-
profissional ou amador do atleta.
Art. 36. A atividade do atleta semiprofissional é caracterizada pela existência de
incentivos materiais que não caracterizem remuneração derivada de contrato de
trabalho, pactuado em contrato formal de estágio firmado com entidade de prática
desportiva, pessoa jurídica de direito privado, que deverá conter, obrigatoriamente,
cláusula penal para as hipóteses de descumprimento, rompimento ou rescisão
unilateral.
§ 1.º. Estão compreendidos na categoria dos semiprofissionais os atletas com idade
entre quatorze e dezoito anos completos.
§ 2.º. Só poderão participar de competição entre profissionais os atletas
semiprofissionais com idade superior a dezesseis anos.
§ 3.º. Ao completar dezoito anos de idade, o atleta semiprofissional deverá ser
obrigatoriamente profissionalizado, sob pena de, não o fazendo, voltar à condição de
amador, ficando impedido de participar em competições entre profissionais.
§ 4.º. A entidade de prática detentora do primeiro contrato de trabalho do atleta por
ela profissionalizado terá direito de preferência para a primeira renovação deste
contrato, sendo facultada a cessão deste direito a terceiros, de forma remunerada ou
não.
§ 5.º. Do disposto neste artigo estão excluídos os desportos individuais e coletivos
olímpicos, exceto o futebol de campo.
Art. 37. O contrato de estágio do atleta semiprofissional obedecerá a modelo padrão,
constante da regulamentação desta Lei.
108
CAPÍTULO VI
DA ORDEM DESPORTIVA
CAPÍTULO VII
DA JUSTIÇA DESPORTIVA
Art. 49. A Justiça Desportiva a que se referem os §§ 1.º e 2.º do art. 217 da
Constituição Federal e o art. 33 da Lei n.º 8.028, de 12 de abril de 1990, regula-se
pelas disposições deste Capítulo.
Art. 50. A organização, o funcionamento e as atribuições da Justiça Desportiva,
limitadas ao processo e julgamento das infrações disciplinares e às competições
desportivas, serão definidas em Códigos Desportivos.
§ 1.º. As transgressões relativas à disciplina e às competições desportivas sujeitam
o infrator a:
111
I — advertência;
II — eliminação;
III — exclusão de campeonato ou torneio;
IV — indenização;
V — interdição de praça de desportos;
VI — multa;
VII — perda do mando do campo;
VIII — perda de pontos;
IX — perda de renda;
X — suspensão por partida;
XI — suspensão por prazo.
§ 2.º. As penas disciplinares não serão aplicadas aos menores de quatorze anos.
§ 3.º. As penas pecuniárias não serão aplicadas a atletas não-profissionais.
Art. 51. O disposto nesta Lei sobre Justiça Desportiva não se aplica aos Comitês
Olímpico e Paraolímpico Brasileiros.
Art. 52. Aos Tribunais de Justiça Desportiva, unidades autônomas e independentes
das entidades de administração do desporto de cada sistema, compete processar e
julgar, em última instância, as questões de descumprimento de normas relativas à
disciplina e às competições desportivas, sempre assegurados a ampla defesa e o
contraditório.
§ 1.º. Sem prejuízo do disposto neste artigo, as decisões finais dos Tribunais de
Justiça Desportiva são impugnáveis nos termos gerais do direito, respeitados os
pressupostos processuais estabelecidos nos §§ 1.º e 2.º
do art. 217 da Constituição Federal.
§ 2.º. O recurso ao Poder Judiciário não prejudicará os efeitos desportivos
validamente produzidos em conseqüência da decisão proferida pelos Tribunais de
Justiça Desportiva.
Art. 53. Os Tribunais de Justiça Desportiva terão como primeira instância a
Comissão Disciplinar, integrada por três membros de sua livre nomeação, para a
aplicação imediata das sanções decorrentes de infrações cometidas durante as
disputas e constantes das súmulas ou documentos similares dos árbitros, ou, ainda,
decorrentes de infringência ao regulamento da respectiva competição.
§ 1.º. (VETADO)
112
CAPÍTULO VIII
DOS RECURSOS PARA O DESPORTO
Art. 56. Os recursos necessários ao fomento das práticas desportivas formais e não-
formais a que se refere o art.
217 da Constituição Federal serão assegurados em programas de trabalho
específicos constantes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, além dos provenientes de:
I — fundos desportivos;
II — receitas oriundas de concursos de prognósticos;
III — doações, patrocínios e legados;
IV — prêmios de concursos de prognósticos da Loteria Esportiva Federal não
reclamados nos prazos regulamentares;
V — incentivos fiscais previstos em lei;
VI — outras fontes.
Art. 57. Constituirão recursos para a assistência social e educacional aos atletas
profissionais, ex-atletas e aos em formação, recolhidos diretamente para a
Federação das Associações de Atletas Profissionais - FAAP:
I — um por cento do contrato do atleta profissional pertencente ao Sistema Brasileiro
do Desporto, devido e recolhido pela entidade contratante;
II — um por cento do valor da multa contratual, nos casos de transferências
nacionais e internacionais, a ser pago pela entidade cedente;
III — um por cento da arrecadação proveniente das competições organizadas pelas
entidades nacionais de administração do desporto profissional;
IV — penalidades disciplinares pecuniárias aplicadas aos atletas profissionais pelas
entidades de prática desportiva, pelas de administração do desporto ou pelos
Tribunais de Justiça Desportiva.
Art. 58. (VETADO)
114
CAPÍTULO IX
DO BINGO
Art. 59. Os jogos de bingo são permitidos em todo o território nacional nos termos
desta Lei.
Art. 60. As entidades de administração e de prática desportiva poderão credenciar-
se junto à União para explorar o jogo de bingo permanente ou eventual, com a
finalidade de angariar recursos para o fomento do desporto.
§ 1.º. Considera-se bingo permanente aquele realizado em salas próprias, com
utilização de processo de extração isento de contato humano, que assegure integral
lisura dos resultados, inclusive com o apoio de sistema de circuito fechado de
televisão e difusão de som, oferecendo prêmios exclusivamente em dinheiro.
§ 2.º. (VETADO)
§ 3.º. As máquinas utilizadas nos sorteios, antes de iniciar quaisquer operações,
deverão ser submetidas à fiscalização do poder público, que autorizará ou não seu
funcionamento, bem como as verificará semestralmente, quando em operação.
Art. 61. Os bingos funcionarão sob responsabilidade exclusiva das entidades
desportivas, mesmo que a administração da sala seja entregue a empresa comercial
idônea.
Art. 62. São requisitos para concessão da autorização de exploração dos bingos
para a entidade desportiva:
I — filiação a entidade de administração do esporte ou, conforme o caso, a entidade
nacional de administração, por um período mínimo de três anos, completados até a
data do pedido de autorização;
II — (VETADO)
III — (VETADO)
IV — prévia apresentação e aprovação de projeto detalhado de aplicação de
recursos na melhoria do desporto olímpico, com prioridade para a formação do
atleta;
V — apresentação de certidões dos distribuidores cíveis, trabalhistas, criminais e
dos cartórios de protesto;
VI — comprovação de regularização de contribuições junto à Receita Federal e à
Seguridade Social;
115
Pena — prisão simples de seis meses a um ano, e multa de até cem vezes o valor
do prêmio oferecido.
Art. 78. (VETADO)
Art. 79. Fraudar, adulterar ou controlar de qualquer modo o resultado do jogo de
bingo:
Pena — reclusão de um a três anos, e multa.
Art. 80. Permitir o ingresso de menor de dezoito anos em sala de bingo:
Pena — detenção de seis meses a dois anos, e multa.
Art. 81. Manter nas salas de bingo máquinas de jogo de azar ou diversões
eletrônicas:
Pena — detenção de seis meses a dois anos, e multa.
CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO II
DA TRANSPARÊNCIA NA ORGANIZAÇÃO
CAPÍTULO III
DO REGULAMENTO DA COMPETIÇÃO
Art. 10. É direito do torcedor que a participação das entidades de prática desportiva
em competições organizadas pelas entidades de que trata o art. 5o seja
exclusivamente em virtude de critério técnico previamente definido.
§ 1o Para os fins do disposto neste artigo, considera-se critério técnico a habilitação
de entidade de prática desportiva em razão de colocação obtida em competição
anterior.
§ 2o Fica vedada a adoção de qualquer outro critério, especialmente o convite,
observado o disposto no art. 89 da Lei no 9.615, de 24 de março de 1998.
§ 3o Em campeonatos ou torneios regulares com mais de uma divisão, será
observado o princípio do acesso e do descenso.
§ 4o Serão desconsideradas as partidas disputadas pela entidade de prática
desportiva que não tenham atendido ao critério técnico previamente definido,
inclusive para efeito de pontuação na competição.
Art. 11. É direito do torcedor que o árbitro e seus auxiliares entreguem, em até
quatro horas contadas do término da partida, a súmula e os relatórios da partida ao
representante da entidade responsável pela organização da competição.
§ 1o Em casos excepcionais, de grave tumulto ou necessidade de laudo médico, os
relatórios da partida poderão ser complementados em até vinte e quatro horas após
o seu término.
§ 2o A súmula e os relatórios da partida serão elaborados em três vias, de igual teor
e forma, devidamente assinadas pelo árbitro, auxiliares e pelo representante da
entidade responsável pela organização da competição.
§ 3o A primeira via será acondicionada em envelope lacrado e ficará na posse de
representante da entidade responsável pela organização da competição, que a
encaminhará ao setor competente da respectiva entidade até as treze horas do
primeiro dia útil subseqüente.
§ 4o O lacre de que trata o § 3o será assinado pelo árbitro e seus auxiliares.
§ 5o A segunda via ficará na posse do árbitro da partida, servindo-lhe como recibo.
§ 6o A terceira via ficará na posse do representante da entidade responsável pela
organização da competição, que a encaminhará ao Ouvidor da Competição até as
treze horas do primeiro dia útil subseqüente, para imediata divulgação.
Art. 12. A entidade responsável pela organização da competição dará publicidade à
súmula e aos relatórios da partida no sítio de que trata o parágrafo único do art. 5o
até as quatorze horas do primeiro dia útil subseqüente ao da realização da partida.
123
CAPÍTULO IV
DA SEGURANÇA DO TORCEDOR PARTÍCIPE DO EVENTO
ESPORTIVO
Art. 13. O torcedor tem direito a segurança nos locais onde são realizados os
eventos esportivos antes, durante e após a realização das partidas.
Parágrafo único. Será assegurado acessibilidade ao torcedor portador de deficiência
ou com mobilidade reduzida.
Art. 14. Sem prejuízo do disposto nos arts. 12 a 14 da Lei no 8.078, de 11 de
setembro de 1990, a responsabilidade pela segurança do torcedor em evento
esportivo é da entidade de prática desportiva detentora do mando de jogo e de seus
dirigentes, que deverão:
I – solicitar ao Poder Público competente a presença de agentes públicos de
segurança, devidamente identificados, responsáveis pela segurança dos torcedores
dentro e fora dos estádios e demais locais de realização
de eventos esportivos;
II - informar imediatamente após a decisão acerca da realização da partida, dentre
outros, aos órgãos públicos de segurança, transporte e higiene, os dados
necessários à segurança da partida, especialmente:
a) o local;
b) o horário de abertura do estádio;
c) a capacidade de público do estádio; e
d) a expectativa de público;
III - colocar à disposição do torcedor orientadores e serviço de atendimento para que
aquele encaminhe suas reclamações no momento da partida, em local:
a) amplamente divulgado e de fácil acesso; e
b) situado no estádio.
§ 1o É dever da entidade de prática desportiva detentora do mando de jogo
solucionar imediatamente, sempre que possível, as reclamações dirigidas ao serviço
de atendimento referido no inciso III, bem como reportá-las ao Ouvidor da
Competição e, nos casos relacionados à violação de direitos e interesses de
consumidores, aos órgãos de defesa e proteção do consumidor.
124
§ 2o Perderá o mando de campo por, no mínimo, dois meses, sem prejuízo das
sanções cabíveis, a entidade de prática desportiva detentora do mando de jogo que
não observar o disposto no caput deste artigo.
Art. 15. O detentor do mando de jogo será uma das entidades de prática desportiva
envolvidas na partida, de acordo com os critérios definidos no regulamento da
competição.
Art. 16. É dever da entidade responsável pela organização da competição:
I - confirmar, com até quarenta e oito horas de antecedência, o horário e o local da
realização das partidas em que a definição das equipes dependa de resultado
anterior;
II - contratar seguro de acidentes pessoais, tendo como beneficiário o torcedor
portador de ingresso, válido a partir do momento em que ingressar no estádio;
III – disponibilizar um médico e dois enfermeiros-padrão para cada dez mil
torcedores presentes à partida;
IV – disponibilizar uma ambulância para cada dez mil torcedores presentes à partida;
e
V – comunicar previamente à autoridade de saúde a realização do evento.
Art. 17. É direito do torcedor a implementação de planos de ação referentes a
segurança, transporte e contingências que possam ocorrer durante a realização de
eventos esportivos.
§ 1o Os planos de ação de que trata o caput:
I - serão elaborados pela entidade responsável pela organização da competição,
com a participação das entidades de prática desportiva que a disputarão; e
II - deverão ser apresentados previamente aos órgãos responsáveis pela segurança
pública das localidades em que se realizarão as partidas da competição.
§ 2o Planos de ação especiais poderão ser apresentados em relação a eventos
esportivos com excepcional expectativa de público.
§ 3o Os planos de ação serão divulgados no sítio dedicado à competição de que
trata o parágrafo único do art. 5o no mesmo prazo de publicação do regulamento
definitivo da competição.
Art. 18. Os estádios com capacidade superior a vinte mil pessoas deverão manter
central técnica de informações, com infra-estrutura suficiente para viabilizar o
monitoramento por imagem do público presente.
125
Art. 19. As entidades responsáveis pela organização da competição, bem como seus
dirigentes respondem solidariamente com as entidades de que trata o art. 15 e seus
dirigentes, independentemente da existência de culpa, pelos prejuízos causados a
torcedor que decorram de falhas de segurança nos estádios ou da inobservância do
disposto neste capítulo.
CAPÍTULO V
DOS INGRESSOS
Art. 20. É direito do torcedor partícipe que os ingressos para as partidas integrantes
de competições profissionais sejam colocados à venda até setenta e duas horas
antes do início da partida correspondente.
§ 1o O prazo referido no caput será de quarenta e oito horas nas partidas em que:
I - as equipes sejam definidas a partir de jogos eliminatórios; e
II - a realização não seja possível prever com antecedência de quatro dias.
§ 2o A venda deverá ser realizada por sistema que assegure a sua agilidade e
amplo acesso à informação.
§ 3o É assegurado ao torcedor partícipe o fornecimento de comprovante de
pagamento, logo após a aquisição dos ingressos.
§ 4o Não será exigida, em qualquer hipótese, a devolução do comprovante de que
trata o § 3o.
§ 5o Nas partidas que compõem as competições de âmbito nacional ou regional de
primeira e segunda divisão, a venda de ingressos será realizada em, pelo menos,
cinco postos de venda localizados em distritos diferentes da cidade.
Art. 21. A entidade detentora do mando de jogo implementará, na organização da
emissão e venda de ingressos, sistema de segurança contra falsificações, fraudes e
outras práticas que contribuam para a evasão da receita decorrente do evento
esportivo.
Art. 22. São direitos do torcedor partícipe:
I - que todos os ingressos emitidos sejam numerados; e
II - ocupar o local correspondente ao número constante do ingresso.
126
CAPÍTULO VI
DO TRANSPORTE
CAPÍTULO VII
DA ALIMENTAÇÃO E DA HIGIENE
Art. 28. O torcedor partícipe tem direito à higiene e à qualidade das instalações
físicas dos estádios e dos produtos alimentícios vendidos no local.
§ 1o O Poder Público, por meio de seus órgãos de vigilância sanitária, verificará o
cumprimento do disposto neste artigo, na forma da legislação em vigor.
128
§ 2o É vedado impor preços excessivos ou aumentar sem justa causa os preços dos
produtos alimentícios comercializados no local de realização do evento esportivo.
Art. 29. É direito do torcedor partícipe que os estádios possuam sanitários em
número compatível com sua capacidade de público, em plenas condições de
limpeza e funcionamento.
Parágrafo único. Os laudos de que trata o art. 23 deverão aferir o número de
sanitários em condições de uso e emitir parecer sobre a sua compatibilidade com a
capacidade de público do estádio.
CAPÍTULO VIII
DA RELAÇÃO COM A ARBITRAGEM ESPORTIVA
Art. 30. É direito do torcedor que a arbitragem das competições desportivas seja
independente, imparcial, previamente remunerada e isenta de pressões.
Parágrafo único. A remuneração do árbitro e de seus auxiliares será de
responsabilidade da entidade de administração do desporto ou da liga organizadora
do evento esportivo.
Art. 31. A entidade detentora do mando do jogo e seus dirigentes deverão convocar
os agentes públicos de segurança visando a garantia da integridade física do árbitro
e de seus auxiliares.
Art. 32. É direito do torcedor que os árbitros de cada partida sejam escolhidos
mediante sorteio, dentre aqueles previamente selecionados.
§ 1o O sorteio será realizado no mínimo quarenta e oito horas antes de cada rodada,
em local e data previamente definidos.
§ 2o O sorteio será aberto ao público, garantida sua ampla divulgação.
129
CAPÍTULO IX
DA RELAÇÃO COM A ENTIDADE DE PRÁTICA
DESPORTIVA
Art. 33. Sem prejuízo do disposto nesta Lei, cada entidade de prática desportiva fará
publicar documento que contemple as diretrizes básicas de seu relacionamento com
os torcedores, disciplinando, obrigatoriamente:
I - o acesso ao estádio e aos locais de venda dos ingressos;
II - mecanismos de transparência financeira da entidade, inclusive com disposições
relativas à realização de auditorias independentes, observado o disposto no art. 46-
A da Lei no 9.615, de 24 de março de 1998; e
III - a comunicação entre o torcedor e a entidade de prática desportiva.
Parágrafo único. A comunicação entre o torcedor e a entidade de prática desportiva
de que trata o inciso III
do caput poderá, dentre outras medidas, ocorrer mediante:
I - a instalação de uma ouvidoria estável;
II - a constituição de um órgão consultivo formado por torcedores não-sócios; ou
III - reconhecimento da figura do sócio-torcedor, com direitos mais restritos que os
dos demais sócios.
CAPÍTULO X
DA RELAÇÃO COM A JUSTIÇA DESPORTIVA
CAPÍTULO XI
DAS PENALIDADES
Art. 37. Sem prejuízo das demais sanções cabíveis, a entidade de administração do
desporto, a liga ou a entidade de prática desportiva que violar ou de qualquer forma
concorrer para a violação do disposto nesta Lei, observado o devido processo legal,
incidirá nas seguintes sanções:
I – destituição de seus dirigentes, na hipótese de violação das regras de que tratam
os Capítulos II, IV e V desta Lei;
II - suspensão por seis meses dos seus dirigentes, por violação dos dispositivos
desta Lei não referidos no inciso I;
III - impedimento de gozar de qualquer benefício fiscal em âmbito federal; e
IV - suspensão por seis meses dos repasses de recursos públicos federais da
administração direta e indireta, sem prejuízo do disposto no art. 18 da Lei no 9.615,
de 24 de março de 1998.
§ 1o Os dirigentes de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo serão sempre:
I - o presidente da entidade, ou aquele que lhe faça as vezes; e
II - o dirigente que praticou a infração, ainda que por omissão.
§ 2o A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir, no
âmbito de suas competências, multas em razão do descumprimento do disposto
nesta Lei.
§ 3o A instauração do processo apuratório acarretará adoção cautelar do
afastamento compulsório dos dirigentes e demais pessoas que, de forma direta ou
indiretamente, puderem interferir prejudicialmente na completa elucidação dos fatos,
além da suspensão dos repasses de verbas públicas, até a decisão final.
Art. 38. (VETADO)
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Art. 39. O torcedor que promover tumulto, praticar ou incitar a violência, ou invadir
local restrito aos competidores ficará impedido de comparecer às proximidades, bem
como a qualquer local em que se realize evento esportivo, pelo prazo de três meses
a um ano, de acordo com a gravidade da conduta, sem prejuízo das demais sanções
cabíveis.
§ 1o Incorrerá nas mesmas penas o torcedor que promover tumulto, praticar ou
incitar a violência num raio de cinco mil metros ao redor do local de realização do
evento esportivo.
§ 2o A verificação do mau torcedor deverá ser feita pela sua conduta no evento
esportivo ou por Boletins de
Ocorrências Policiais lavrados.
§ 3o A apenação se dará por sentença dos juizados especiais criminais e deverá ser
provocada pelo
Ministério Público, pela polícia judiciária, por qualquer autoridade, pelo mando do
evento esportivo ou por qualquer torcedor partícipe, mediante representação.
Art. 40. A defesa dos interesses e direitos dos torcedores em juízo observará, no
que couber, a mesma disciplina da defesa dos consumidores em juízo de que trata o
Título III da Lei no 8.078, de 11 de setembro de
1990.
Art. 41. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a defesa
do torcedor, e, com a finalidade de fiscalizar o cumprimento do disposto nesta Lei,
poderão:
I - constituir órgão especializado de defesa do torcedor; ou
II - atribuir a promoção e defesa do torcedor aos órgãos de defesa do consumidor.
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CAPÍTULO XII
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS