Você está na página 1de 1

A Cegonha e a Tartaruga

- Vou partir para as terras quentes do sul- declarou a cegonha com visvel orgulho. - Desde que anunciaram tempos difceis, no penso noutra coisa. - Quem que anunciou tempos difceis? - perguntou a tartaruga num bocejo. - O boletim meteorolgico. Falaram de vento, chuva, frio, enfim s coisas desagradveis. Eu, sempre que posso, fujo do que me aborrece. - Foges? - Bom, uma fora de expresso. Sabes que aproveito todos os pretextos para uma viagenzinha. Certa de que despertaria inveja, a cegonha ps-se a descrever as delcias que desfrutava nas suas deslocaes: - Oh! Levantar voo, bater asas, lanar-me aventura! Hoje uma terra, amanh outra ... tu sabes l o que a gente encontra por esse mundo fora. H cada animal! - Imagino - respondeu a tartaruga. - No imaginas, no. Ora diz-me, consegues fazer passar pela tua cabea uma manada de bichos que parecem pacficos e de trato fcil, mas que afinal so indomveis e nunca nada nem ningum conseguiu domesticar? - So zebras. um pouco desconsolada, a cegonha insistiu: - E um mastrono de pele dura como a sola, mope, neurtico e com um como s? - Nada mais fcil. o rinoceronte. - Como que tu, sem sares de casa, sabes estas coisas? - fcil. Tenho em casa muitos livros. No me desloco, mas viajo pelos caminhos da leitura. S preciso de culos e de imaginao!

Você também pode gostar