ANUAL FEDERAL PROCURADORIASE DEFENSORIAS MATUTINO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
PROF: EDUARDO.
DATA: 1710312009
g) Declaratoriedade: as decisdes judiciais nao criam direitos
para as partes, apenas declaram direitos pré-existentes, mesmo quando
constitutivas (estas apenas criam uma situagdo juridica nova). Ex.: a
separacao por sentenga cria 0 estado de separado, mas 0 direito de
separar ja existia desde a violagdo de um dever da parte contraria.
De outro lado, na lacuna da lei, a jurisdigdo tera forga criativa,
porque o juiz criara a norma geral a ser aplicada ao caso concreto (mas
nao o direito da parte).
h) Imperativa: as decisbes séo impostas e podem ser
executadas a forga.
i) Exercida mediante _processo: processo é€ o Unico
instrumento para o exercicio da jurisdigao.
j) Impossibilidade de controle externo: s6 0 Judiciario pode
rever suas decisées.
Escopos (ou Finalidades) da Jurisdig¢ao
(Expressao langada por Dinamarco)
a) Soci:
sociedade.
|: pacificagao dos conflitos e aproximar o Judiciario da
b) Educacional: mostrar as partes e aos demais
jurisdicionados quais seus direitos e deveres.
c) Juridico: aplicar o direito ao caso concreto.
d) Politico: desdobra-se em trés finalidades:
¢ Reafirmar a soberania estatal;
Culto as liberdades publicas (é valorizar, é fazer valer as
garantias constitucionais).
Permitir que 0 jurisdicionado participe das decisdes sobre os
destinos da sociedade, principalmente por meio da acao popular e da
agao civil publica.
JURISDIGAO VOLUNTARIA
Conceito: A jurisdigao voluntaria, feita pelo Poder Judiciario,
tem duas teorias a respeito:ANUAL FEDERAL PROCURADORIASE DEFENSORIAS MATUTINO
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* Teoria administrativista (ou classica - Frederico
Marques, Arruda Alvim, Chiovenda, Alcides Mendonga de Lima): a
jurisdig&o voluntaria no é jurisdigao, mas atividade administrativa. E a
administragao publica de interesses privados pelo Judiciario. Para esta
teoria, a jurisdigao: nao tem substitutividade, nao tem atuagao do direito,
ou seja, 0 juiz s6 homologa; nao tem lide; nado tem coisa julgada; nao ha
partes, mas so interessados; nao ha processo, mas procedimento.
* Teoria jurisdicionalista (ou revisionista —- Dinamarco,
Ovidio Baptista, Sérgio Bermudes, Calmon de Passos e Leonardo
Greco): a jurisdigao voluntaria é jurisdigéo, é_atividade jurisdicional, o
que muda é apenas a pretensdo, que é de integracao, de finalizagao, de
uma situagao juridica que so se aperfeigoa com uma decisao judicial
(ag6es constitutivas necessarias). Para esta teoria, a jurisdigao: as
quatro primeiras caracteristicas nem sempre estaréo presentes na
jurisdigao contenciosa, exceto a atuacao do direito ao caso concreto,
mas este é 0 Unico escopo da jurisdigado que nao é atingido pela
jurisdigao voluntaria, todos os outros sao; 0 uso das expressdes
“interessados” e “procedimento” € s6 uma opgao terminoldgica, na
esséncia os interessados sao partes, pois todos que postulam no
processo sao partes.
Apesar da lei chamar de procedimento € processo, pois se
desenvolve perante um 6rgao jurisdicional com todas as garantias
inerentes ao devido processo legal, inclusive possibilidade de
contraditorio e duplo grau.
Caracteristicas legais da jurisdigao voluntaria
a) Obrigatoriedade: os procedimentos de jurisdigao voluntaria
sao, na verdade, obrigatérios, porque os interessados nao tém outra via
para solucionar a situacdo, 6 vedada a via extrajudicial.
Excegées: hoje, a separagao, divércio e inventario, quando
possiveis por escritura, a ida ao Judiciario é opcional.
Obs.: Inventario 6 procedimento de jurisdigao contenciosa,
mas se todos forem capazes e houver consenso, passa a ser
arrolamento (este é de jurisdigao voluntaria).
no civel a inquisitoriedade significa
aumentos dos poderes do jui:
- Pela possibilidade de instauragao do procedimento de oficio;ANUAL FEDERAL PROCURADORIASE DEFENSORIAS MATUTINO
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=
- Possibilidade de requisigado de documentos e produgao de
provas de oficio;
- Possibilidade de decisao contrariando todas as partes.
c) Juizo de equidad
estrita e pode decidir por equidade.
0 juiz nao esta preso a legalidade
d) Intervengao do MP: pelo art. 1.105, CPC' e a interpretagao
de Nelson Nery, o MP intervira em todos os procedimentos de jurisdigao
voluntaria; mas a maioria so exige a intervengao do MP quando houver
direito indisponivel ou de incapaz — se so houver capazes e o direito for
disponivel, o MP nao intervém (Dinamarco, Marinoni e Fredie Didier).
Obs.: Em qualquer caso, o juiz tem que dar vista do processo
ao MP, cabe ao MP analisar se intervira no caso concreto. Se o
promotor nao se manifesta sobre o mérito, mas o juiz entende
imprescindivel a manifestacdo, cabe a aplicacao do art. 28°, CPP, por
analogia.
e) Pos: jade de se obter uma nova decisao baseada em
motivo superveniente (art. 1.111, CPC*).
léria Pablico
uivamento co inquérito polcial
“Art 1.105 - Ser ena de nulded, todos os intoressacos, bam como o Min
2 Art 28 - Se 0 érgdo do Ministéio Pico, ao inves de apresentar a dentincia, requerer 0
(u Ge queisquer peges de informagéo, o juiz, no caso de considerarimarooedentes as razses invocedas, fara remessa do
inguerta ou pecas de informacéo 20 procurador-gerd, e este olereceré a denuncia, designaré outro orgio do Ministerio.
Ia, ov insistré no pedido de arquivemento, co qual s enléo estara a juz cbrigado a alender
nienga poder’ ser modiicede, sem prejuizo dos efeitos ja aroduzidos, se ocorrerem drcunsténcias
Sat LIM = A a
upervenientes,