Você está na página 1de 2

TEXTO 5

Ao Leit Leit, caro amigo, te juro, no nego, Meu livro te entrego bastante acanhado, Por isso te aviso, me escute o que digo, Leit, caro amigo, no leia enganado. simpre, bem simpre, modesto e grossro, No leva o tempero das arte e da escola, rude poeta, no sabe o que lira, Salua e suspira no som da viola. Tu nele no acha tarvez, com agrado Um trecho engraado que faa uma escia, Mas ele te mostra com gosto e vontade, A luz da verdade gravada nas fia. No v percur neste livro singelo Os canto mais belo das lira vaidosa, Nem brio de estrela, nem moa encantada, Nem ninho de fada, nem chro de rosa. Em vez de prefume e do luxo da praa, Tem chro sem graa de amargo su, Su de cabco que vem do roado, Com fome, cansado e queimado do s.
ASSAR, Patativa (Antnio Gonalves da Silva). Inspiraes nordestinas. So Paulo: Hendra, 2003.

1) De que trata o texto 5? Qual a sua ideia principal? 2) Como o eu-lrico se posiciona diante do leitor? Em que partes do texto confirmamos esse posicionamento? 3) Como o prprio sujeito potico classifica seus versos? 4) O eu-lrico alerta o leitor de um possvel engano. Qual seria? 5) A que gnero pertence o texto? Que caractersticas o ajudaram a classific-lo dessa forma? 6) Sabendo que Patativa do Assar no escreveu nenhum de seus textos (eles foram transcritos por escritores ou jornalistas a partir de gravaes), temos que a caracterstica principal de sua obra a

oralidade. Discuta sobre a importncia da oralidade e sua insero na cultura escrita.

Você também pode gostar