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Tratado da verdadeira

devoção
Escrito por um católico

Sumário
Parte 1 – Veneração x Adoração
……………………………………………………
2
Parte 2 – Textos oficiais da Igreja admitindo a adoração de imagens
………………
6
Parte 3 – Adoração a Maria no Tratado
…………………………………………….. 11
Parte 4 – Idolatria na Igreja
………………………………………………………… 15
PARTE 1
Veneração x Adoração

Veneração é ou não é sinônima de adoração? Para os católicos, veneração é uma


coisa e adoração é outra coisa. Veneração seria apenas um ato de honra, de homenagem,
enquanto que adoração seria ato de culto a Deus. Por isso a Igreja permite a veneração
das imagens e dos santos, enquanto que a adoração só é devida a Deus. Para os
protestantes, no entanto, veneração e adoração são sinônimas, e, por isso, ambas só são
devidas a Deus. Veremos, neste estudo, que a razão está com os nossos irmãos
protestantes.
Não merece ser acolhido o entendimento de que veneração seja mero ato de
honra, de homenagem e não um ato de culto.
Prova disso está no fato de que, se por um lado é lícito a qualquer pessoa prestar
publicamente honra e homenagem a alguém que morreu como herói da pátria ou como
pessoa exemplar (por exemplo, Tiradentes, Ayrton Senna, o Papa João Paulo II etc.), a
própria Igreja Católica não permite que se venere publicamente uma pessoa se o nome
desta pessoa não constar do catálogo oficial de santos ou de beatos. É o que dispõe o Cân.
1.187 do Código de Direito Canônico:
“Cân. 1.187. Só é lícito venerar, mediante culto público, aos servos de
Deus que foram inscritos pela autoridade da Igreja no catálogo dos
Santos ou dos Beatos.”

Fica claro que se venerar fosse apenas ato de honra, de homenagem, não haveria
razão para se proibir a veneração pública de alguém importante ou exemplar, só porque
esta pessoa não é oficialmente santo ou ao menos beato.
Venerar é sim, pois, ato de culto; é um culto de dulia, de honra. Adorar também é
ato de culto, mas culto de latria. Para a Igreja Católica existem três tipos de cultos: o de
dulia, dado aos anjos e aos santos em geral, o de hiperdulia, dado apenas a Maria, e o de
latria, dado apenas a Deus.
Como vimos, a Igreja Católica reconhece que veneração é ato de culto, embora
seja de dulia (culto de honra, de homenagem), diferente do culto de latria (adoração).
Abro aqui um parêntese.
O tão só reconhecimento por parte da Igreja de que veneração é ato de culto, e
que é lícito venerar mediante culto de dulia (ou de hiperdulia no caso de o culto ser à
Nossa Senhora) um anjo ou um santo, já é suficiente para reconhecer a existência da
idolatria na Igreja.
De fato, a Igreja reconhece, no Catecismo e no Código de Direito Canônico, que
presta sim culto às imagens, aos anjos e aos santos (CIC 971; 2131-2132; CDCan 246, §
3º; 1186 etc.). Mas sabemos que a Bíblia diz que só a Deus nós devemos prestar culto:
Cân. 1186. Para fomentar a santificação do povo de Deus, a Igreja
recomenda à veneração especial e filial dos fiéis a Bem-aventurada
sempre Virgem Maria, Mãe de Deus, a quem Cristo constituiu Mãe de
todos os homens, bem como promove o verdadeiro e autêntico culto
dos outros Santos, por cujo exemplo os fiéis se edificam e pela
intercessão dos quais são sustentados.
“Replicou-lhe Jesus: ‘está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus e só a
Ele prestarás culto’.” (Lc 4,8, citando Dt 6,13)
Devo lembrar que o Catecismo cita essa passagem do Evangelho de Lucas no
capítulo que trata da Adoração (CIC 2096).
Fecho o parêntese.

Todos dicionários colocam veneração como sinônimo de adoração. Também a


Bíblia (2Rs 17,41; Est 13,8-14 [4,17a-17e]; Sb 14,15-21; Dn 14,1-5; Is 66,3; Jr 1,16;
44,15-17.24-28; Br 6,3-6; At 10,25; 19,27; Ap 19,10; 22,8-9 etc.), o Catecismo (CIC
266;1378; 2132) e alguns Documentos oficiais da Igreja (II Concílio de Nicéia; IV
Concílio de Constantinopla; Encíclica Cum conventus esset, do Papa João XV)
reconhecem que veneração é igual à adoração.
Na Bíblia vemos que adoração é igual à veneração. Isso fica bastante claro na
passagem de At 19,27, que algumas Bíblias traduzem “(…) aquela que toda a Ásia e o
mundo veneram.”, enquanto que outras Bíblias traduzem assim: “(…) aquela que toda a
Ásia e o mundo adoram.”
Outra passagem relevante para o tema encontramos em Dn 14,4-5:
“O rei disse-lhe (um dia): Por que não adoras Bel? Porque, respondeu
Daniel, não venero ídolo feito pela mão do homem, mas sim o Deus
vivo que criou o céu e a terra e que exerce seu poder sobre todo
homem.”

E tem também a passagem de Sb 14,15-21:


“Um pai, aflito por um luto prematuro, tendo mandado fazer a imagem
do filho, tão cedo arrebatado, honrou, em seguida, como a um deus
aquele que não passava de um morto, e transmitiu, aos seus, certos ritos
secretos e cerimônias. Este costume ímpio, tendo-se firmado com o
tempo, foi depois observado como lei. Foi também em conseqüência
das ordens dos príncipes que se adoraram imagens esculpidas, porque
aqueles que não podiam honrar pessoalmente, porque moravam longe
deles, fizeram representar o que se achava distante, e expuseram
publicamente a imagem do rei venerado, a fim de lisonjeá-lo de longe
com seu zelo, como se estivesse presente. Isto contribuiu ainda para o
estabelecimento deste culto, mesmo entre os que não conheciam o rei;
foi a ambição do artista, que, talvez, querendo agradar ao soberano,
deu-lhe, por sua arte, a semelhança do belo; e a multidão, seduzida pelo
encanto da obra, em breve tomou por deus aquele que tinham honrado
como homem. E isto foi uma cilada para a humanidade: os homens,
sujeitando-se à lei da desgraça e da tirania, deram à pedra e à madeira o
nome incomunicável.”

Vejamos, agora, o que diz o Catecismo:


“O culto da Eucaristia. Na liturgia da missa, exprimimos nossa fé na
presença real de Cristo sob as espécies do pão e do vinho, entre outras
coisas, dobrando os joelhos, ou inclinando-nos profundamente em sinal
de adoração do Senhor. ‘A Igreja católica professou e professa este
culto de adoração que é devido ao sacramento da Eucaristia não
somente durante a Missa, mas também fora da celebração dela,
conservando com o máximo cuidado as hóstias consagradas, expondo-
as aos fiéis para que as venerem com solenidade, levando-as em
procissão.’” (CIC 1378)

“O culto cristão das imagens não é contrário ao primeiro mandamento,


que proíbe os ídolos. De fato, ‘a honra prestada a uma imagem se dirige
ao modelo original’, e, ‘quem venera uma imagem venera a pessoa que
nela está pintada’. A honra prestada às imagens é uma ‘veneração
respetosa’, e não uma adoração, que só compete a Deus” (CIC 2132).

Fica claro que o Catecismo, em seu § 2132, cita o II Concílio de Nicéia ao dizer
“quem venera uma imagem venera a pessoa que nela está pintada” (confira a nota de
rodapé). Entretanto, o mencionado Concílio, em seu texto original, não usou o verbo
“venerar”, mas sim “adorar”, como se pode ler no trecho abaixo:
“(…) se as honre com a oferenda de incenso e luzes, como foi piedoso
costume dos antigos. ‘Porque a honra da imagem se dirige ao original’ e
o que adora uma imagem adora a pessoa nela representada.”1

Portanto, se no texto original a Igreja usou o verbo adorar, e no Catecismo a


mesma Igreja, citando o mesmo texto, troca o verbo adorar por venerar, é porque ambos
são sinônimos, do contrário teria havido má-fé da Igreja, o que não podemos crer ter
acontecido.
Ademais, neste mesmo texto do II Concílio de Nicéia, a Igreja confirma que
veneração é uma adoração de honra, uma adoração respeitosa, não uma adoração de
latria, pois esta só caberia a Deus.
É também adoração de honra, e não de latria, a adoração de que trata os textos do
IV Concílio de Constantinopla e na Encíclica Cum conventus esset, do Papa João XV
(veja a íntegra desses textos na Parte 2 deste Relatório):
“Se alguém, pois, não adora a imagem de Cristo Salvador, não veja sua
forma em seu segundo advento. Assim mesmo, honramos e adoramos
também a imagem da sua Imaculada Mãe, e as imagens dos santos
Anjos, tal como em seus oráculos nos caracteriza a Escritura, bem
como as de todos os santos.” (IV Concílio de Constantinopla).2
“(…) posto que de tal maneira adoramos e veneramos as relíquias
dos mártires e confessores.” (Encíclica Cum Conventus esset, do Papa
João XV).3

Agora ficou fácil entender três passagens da Bíblia que eram um pouco, digamos,
estranhas. Vamos a elas:
“Então me lancei a seus pés para adorá-lo, mas ele me disse: Olha, não
faças tal: sou conservo teu e de teus irmãos, que têm o testemunho de
Jesus; adora a Deus; pois o testemunho de Jesus é o espírito da
profecia.” (Ap 19,10)
“Eu, João, sou o que ouvi e vi estas coisas. E quando as ouvi e vi,
prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava, para o adorar. Mas ele

1
Enrique Denzinger, El Magisterio de la Iglesia, Madri, 1963, pág. 155.
2
Enrique Denzinger, ob. cit., pág. 175.
3
Enrique Denzinger, ob. cit., pág. 178.
me disse: Olha, não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus
irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a
Deus.” (Ap 22,8-9)
“Quando Pedro estava para entrar, Cornélio saiu ao seu encontro e se
prostrou a seus pés, adorando-o. Mas Pedro reergueu-o, dizendo:
‘Levanta-te, pois eu também sou apenas um homem’.” (At 10,25-26)

Nas duas primeiras, retiradas do livro do Apocalipse, o apóstolo João tenta, por
duas vezes, adorar um anjo! E nas duas é repreendido. Mas por que o apóstolo João
tentou por duas vezes adorar um anjo, que ele sabia que era somente uma criatura?
Justo João, que em uma de suas cartas escreveu: “filhinhos, guardai-vos dos
ídolos…” (1Jo 5,21), e que, momentos antes, tinha reccebido do mesmo anjo uma
advertência de que os idólatras não entrarão no reino dos Céus (Ap 21,8)!
Na terceira passagem vemos Cornélio tentando adorar Pedro. Mas por que
Cornélio tentaria adorar a Pedro, se ele sabia que Pedro era somente um homem, assim
como ele?
Justo Cornélio, que era um homem justo, temente a Deus, homem de oração, e de
quem toda a nação judaica dava bom testemunho (At 10, 2.22)!
Era, até então, difícil de entender, mas com apoio no texto do II Concílio de
Nicéia tudo ficou claro.
Na verdade, tanto João como Cornélio não tentaram adorar com adoração de
latria, pois eles sabiam que o anjo e Pedro eram criaturas, e que, portanto, não poderiam
ser adoradas. Eles queriam, na verdade, venerá-las, ou seja, prestrar-lhes adoração de
honra.
Contudo, vimos a Palavra de Deus advertindo que a adoração, seja de latria ou de
dulia (de honra), só são devidas a Deus. Ou seja, que a veneração (como é
popularmente conhecida a adoração de honra) só pode ser dada a Deus. Portanto,
venerar uma criatura (um anjo ou um santo) é idolatria, sobretudo se a veneração
coloca o santo no lugar de Deus.
É por isso que “existe idolatria quando o homem presta honra e veneração a uma
criatura em lugar de Deus.” (Catecismo da Igreja Católica, § 2113).
PARTE 2
Textos oficiais da Igreja Católica
admitindo a adoração de imagens*

D-302 [I. Definición.] “...Entrando, mosaico y de otra materia conveniente,


como si dijéramos, por el camino real, en las santas iglesias de Dios, en los
siguiendo la enseñanza divinamente sagrados vasos y ornamentos, en las
inspirada de nuestros Santos Padres, y la paredes y cuadros, en las casas y
tradición de la Iglesia Católica - pues caminos, las de nuestro Señor y Dios y
reconocemos que ella pertenece al Salvador Jesucristo, de la Inmaculada
Espíritu Santo, que en ella habita --, Señora nuestra la santa Madre de Dios,
definimos con toda exactitud y cuidado de los preciosos ángeles y de todos los
que de modo semejante a la imagen de la varones santos y venerables. Porque
preciosa y vivificante cruz han de cuanto con más frecuencia son
exponerse las sagradas y santas contemplados por medio de su
imágenes, tanto las pintadas como las de representación en la imagen, tanto más
se mueven los que éstas miran al imagens, tanto as pintadas como as de
recuerdo y deseo de los originales y a mosaico e de outra maneira conveniente,
tributarles el saludo y adoración de nas santas igrejas de Deus, nos sagrados
honor, no ciertamente la latría vasos e ornamentos, nas paredes e
verdadera que según nuestra fe sólo quadros, nas casas e caminhos, as do
conviene a la naturaleza divina; sino Nosso Senhor e Deus e Salvador Jesus
que como se hace con la figura de la Cristo, da Imaculada Nossa Senhora e
preciosa y vivificante cruz, con los Mãe de Deus, dos preciosos anjos e de
evangelios y con los demás objetos todos os varões santos e veneráveis.
sagrados de culto, se las honre con la Porque quanto com mais freqüência são
ofrenda de incienso y de luces, como fué contemplados por meio de sua
piadosa costumbre de los antiguos. representação na imagem, tanto mais se
«Porque el honor de la imagen, se dirige movem os que (__?__) e a tributar-lhes
al original» (2), y el que adora una a saudação e adoração de honra, não
imagen, adora a la persona en ella certamente a latria verdadeira, que
representada.” (II Concílio de Nicéia, segundo a nossa fé só convém à
787 d. C.) natureza divina; senão que como se
D-302 [I. Definição.] “…Entrando, faz com a preciosa e vivificante cruz,
como se disse, pelo caminho real, com os evangelhos e com os demais
seguindo o ensino divinamente inspirado objetos sagrados de culto, se as honre
dos nossos Santos Padres, e a Tradição com a oferenda de incenso e luzes, como
da Igreja Católica – pois reconhecemos foi piedoso costume dos antigos. ‘Porque
que ela pertence ao Espírito Santo, que a honra da imagem se dirige ao original’
nela habita, definimos com toda exatidão e o que adora uma imagem adora a
e cuidado que de modo semelhante à pessoa nela representada.” (II Concílio
imagem da preciosa e vivificante Cruz de Nicéia, 787 d.C.).
hão de expor-se as sagradas e santas
D-337 Can. 3. [Texto de Anastasio:] de nosso Senhor Jesus Cristo,
“Decretamos que la sagrada imagen Libertador e Salvador de todos, seja
de nuestro Señor Jesucristo, adorada com honra igual ao do livro
Liberador y Salvador de todos, sea dos Sagrados Evangelhos. Porque
adorada con honor igual al del libro assim como pelo sentido das sílabas que
de los Sagrados Evangelios. Porque así no livro se põem, todos conseguiremos a
como por el sentido de las sílabas que en salvação; assim pela operação das cores
el libro se ponen, todos conseguiremos da imagem, sábios e ignorantes, todos
la salvación; así por la operación de los perceberão a utilidade do que está
colores de la imagen, sabios e adiante, pois o que prega e recomenda a
ignorantes, todos percibirán la utilidad linguagem com suas sílabas, isso mesmo
de lo que está delante, pues lo que prega e recomenda a obra que consta de
predica y recomienda el lenguaje con sus cores; e é digno que, segundo a
sílabas, eso mismo predica y recomienda conveniiência da razão e antiqüíssima
la obra que consta de colores; y es digno tradição, posto que a honra se refere
que, según la conveniencia de la razón aos originais mesmos, também
y la antiquísima tradición, puesto que derivadamente se honrem e adorem as
el honor se refiere a los originales imagens mesmas, do mesmo modo que
mismos, también derivadamente se o sagrado livro dos santos
honren y adoren las imágenes mismas, Evangelhos, e a figura da preciosa
del mismo modo que el sagrado libro cruz. Se alguém, pois, não adora a
de los santos Evangelios, y la figura de imagem de Cristo Salvador, não veja
la preciosa cruz. Si alguno, pues, no sua forma quando vier a ser
adora la imagen de Cristo Salvador, glorificado na glória paterna e a
no vea su forma cuando venga a ser glorificar a seus santos (2Ts 1,10),
glorificado en la gloria paterna y a senão seja alheio à sua comunhão e
glorificar a sus santos [2 Thess. 1, 10], luz. Igualmente a imagem da sua
sino sea ajeno a su comunión y Imaculada Mãe, geradora de Deus,
claridad. Igualmente la imagen de la Maria. Ademais, pintamos as imagens
Inmaculada Madre suya, dos santos anjos, tal como por palavras
engendradora de Dios, María. os representa a divina Escritura; e
Además, pintamos las imágenes de los honramos e adoramos as [imagens]
santos ángeles, tal como por palabras los dos Apóstolos, dignos de todo louvor,
representa la divina Escritura; y dos profetas, dos mártires e santos
honramos y adoramos las de los varões e de todos os santos. E os que
Apóstoles, dignos de toda alabanza, de assim não sentem, sejam anátema do
los profetas, de los mártires y santos Pai e do Filho e do Espírito Santo.”
varones y de todos los santos. Y los (IV Concílio de Constantinopla – 8º
que así no sienten, sean anatema del Ecumênico, 870 d.C.)
Padre y del Hijo y del Espíritu Santo.”
(IV Concílio de Constantinopla – 8º
Ecumênico, 870 d.C.)

D-337 Can. 3. [Texto de Anastácio:]


“Decretamos que a sagrada imagem
bem como as de todos os santos. Os
[Versión del texto griego:] Can. 3. que assim não sentem, sejam
“Decretamos que la sagrada imagen anátema.” (IV Concílio de
de nuestro Señor Jesucristo sea Constantinopla – 8º Ecumênico, 870
adorada con honor igual al del libro d.C.)
de los Santos Evangelios. Porque a la
manera que por las sílabas que en él se
ponen, alcanzan todos la salvación; así,
por la operación de los colores
trabajados en la imagen, sabios e
ignorantes, todos gozarán del provecho
de lo que está delante; porque lo mismo
que el lenguaje en las sílabas, eso
anuncia y recomienda la pintura en los
colores. Si alguno, pues, no adora la
imagen de Cristo Salvador, no vea su
forma en su segundo advenimiento.
Asimismo honramos y adoramos
también la imagen de la Inmaculada
Madre suya, y las imágenes de los
santos Angeles, tal como en sus
oráculos nos los caracteriza la
Escritura, además las de todos los
Santos. Los que así no sientan, sean
anatema.” (IV Concílio de
Constantinopla – 8º Ecumênico, 870
d.C.)

[Versão do texto grego] Cân. 3.


“Decretamos que a sagrada imagem
de nosso Senhor Jesus Cristo seja
adorada com honra igual ao do livro
dos Santos Evangelhos. Porque à
maneira que pelas sílabas que nele se
põem, alcançam todos a salvação; assim,
pela operação das cores trabalhadas na
imagem, sábios e ignorantes, todos
gozarão do proveito do que está adiante;
porque o mesmo que a linguagem nas
sílabas, isso anuncia e recomenda a
pintura nas cores. Se alguém, pois, não
adora a imagem de Cristo Salvador,
não veja sua forma em seu segundo
advento. Assim mesmo, honramos e
adoramos também a imagem da sua
Imaculada Mãe, e as imagens dos
santos Anjos, tal como em seus
oráculos nos caracteriza a Escritura,
conventus esset, do Papa João XV).
D-342 “...Por común consejo hemos
decretado que la memoria de él, es decir,
del santo obispo Udalrico, sea venerada
con afecto piadosísimo, con devoción
fidelísima; puesto que de tal manera
adoramos y veneramos las reliquias de
los mártires y confesores, que
adoramos a Aquel de quien son mártires
y confesores; honramos a los siervos
para que el honor redunde en el Señor,
que dijo: El que a vosotros recibe, a mí
me recibe [Mt. 10, 40], y por ende,
nosotros que no tenemos confianza de
nuestra justicia, seamos constantemente
ayudados por sus oraciones y
merecimientos ante Dios clementísimo,
pues los salubérrimos preceptos divinos,
y los documentos de los santos cánones
y de los venerables Padres nos instaban
eficazmente junto con la piadosa mirada
de la contemplación de todas las Iglesias
y hasta el empeño del mando apostólico,
a que acabáramos la comodidad de los
provechos y la integridad de la firmeza,
en cuanto que la memoria del ya dicho
Udalrico, obispo venerable, esté
consagradas al culto divino y pueda
sempre aprovechar en el tributo de
alabanzas devotísimas a Dios.”
(Encíclica Cum conventus esset, do Papa
João XV).

D-342 “… Por consulta ordinária


decretamos que a memória dele, a saber,
do santo bispo Udalrico, seja venerada
com afeto piedosíssimo, com devoção
fidelíssima; posto que de tal maneira
adoramos e veneramos as relíquias
dos mártires e confessores, que
adoramos a Aquele de quem são mártires
e confessores; honramos ao servos para
que a honra redunde no Senhor, (…)
enquanto que a memória do já dito
Udalrico, bispo venerável, seja
consagrada ao culto divino e possa
sempre aproveitar no tributo de louvores
devotíssimos a Deus.” (Encíclica Cum
* Fonte: Enrique Denzinger, El Magisterio de la Iglesia, Madri, 1963, págs. 155; 174-
175 e 178, respectivamente. A tradução para o português foi livre.

** Além desses textos acima citados, não podemos esquecer de mencionar o texto do
Missal Romano onde encontramos o ritual litúrgico da Adoração da Cruz, na Sexta-
feira Santa.

** O livro do padre Enrique Denzinger dificilmente será encontrado em livrarias, mas


quem estiver curioso pode consegui-lo facilmente na biblioteca de seminários ou na
internet. Não consegui o Missal Romano pela internet, mas quem estiver curioso para
conferir, sugiro dirigir-se a uma boa livraria católica que certamente o encontrará.

O que a Igreja diz acerca dos Concílios:


“O colégio dos Bispos exerce o poder sobre a Igreja inteira, de forma solene, no Concílio
Ecumênico. Não pode haver Concílio Ecumênico que, como tal, não seja aprovado ou ao
menos reconhecido pelo sucessor de Pedro.” (Catecismo, § 884; CDCan 337, § 1º).

“Os clérigos continuem os estudos sagrados, mesmo depois de recebido o sacerdócio;


sigam a sólida doutrina fundada nas Sagradas Escrituras, transmitida pelos antepassados
e comumente aceita pela Igreja, conforme está fixada principalmente nos documentos dos
Concílios e dos Romanos Pontífices, evitando profanas novidades de palavras e falsa
ciência.” (Código de Direito Canônico, Cân. 279 § 1).
“Todos os fiéis têm obrigação de observar as constituições e decretos que a legítima
autoridade da Igreja dá com o intuito de propor a doutrina e proscrever as opiniões
errôneas e, de modo todo especial, quando dados pelo Romano Pontífice ou pelo Colégio
dos Bispos.” (Código de Direito Canônico, Cân. 754).

“Venero também e recebo os Concílios universais, como seguem, a saber: O primeiro de


Nicéia (…); o primeiro de Constantinopla, segundo na ordem (…); o primeiro de
Éfeso, terceiro na ordem (…); o de Calcedônia, quarto na ordem (…); o segundo de
Constantinopla, quinto na ordem (…); o terceiro de Constantinopla, sexto na ordem
(…); o segundo de Nicéia, sétimo na ordem (…); o quarto de Constantinopla, oitavo
na ordem (…); venero também e recebo todos os outros Concílios universais
legitimamente celebrados e confirmados pela autoridade do Romano Pontífice, e
particularmente o Concílio de Florensa (…) e o de Trento (…)” (Papa Bento XIV, apud
Denzinger, ob. cit., pág. 467, D-1460).
PARTE 3
Adoração à Maria no Tratado

Textos-base: Catecismo da Igreja Católica e o Tratado da Verdadeira Devoção à


Santíssima Virgem, de São Luiz Maria Grignion de Montfort, 1ª edição popular do
Serviço de Animação Eucarística Mariana, Anápolis, 2002.
*Esta edição do Tratado tem o Imprimatur de Dom Manoel Pestana Filho, Bispo
diocesano de Anápolis-GO.

Primeiramente vamos à pergunta básica: o que é adoração?

“A adoração é o primeiro ato da virtude da religião. Adorar a Deus é reconhecê-lo como


Deus, como o Criador e o Salvador, o Senhor e o Dono de tudo o que existe, o Amor
infinito e misericordioso. ‘Adorarás o Senhor, teu Deus e só a Ele prestarás culto’ (Lc
4,8), diz Jesus, citando o Deuteronômio (6,13).
Adorar a Deus é, no respeito e na submissão absoluta, reconhecer ‘o nada da criatura’,
que não existe a não ser por Deus. Adorar a Deus é, como Maria no Magnificat, louvá-lo,
exaltá-lo e humilhar-se a si mesmo, confessando com gratidão que Ele fez grandes coisas,
e que seu nome é santo. A adoração do Deus único liberta o homem de se fechar em si
mesmo, da escravidão do pecado e da idolatria do mundo.” (Catecismo, §§ 2096-2097).

“Adorar a Deus é reconhecê-lo como Deus”


Adorar a Maria seria, então, reconhecê-la como deusa, como divina.
“Digo com os santos, a divina Maria é o paraíso terrestre do novo Adão, onde Ele
encarnou por obra do Espírito Santo, para aí operar maravilhas incompreensíveis.”
(Tratado, § 6).
“Santo Agostinho chama a Santíssima Virgem “Fôrma de Deus”, Fôrma própria para
formar e moldar deuses: “Sois digna de ser chamada Fôrma de Deus”. Aquele que é
lançado nesta Fôrma Divina depressa é formado e moldado em Jesus Cristo, e Jesus
Cristo nele. Facilmente e em pouco tempo será transformado em Deus, divinizado, pois é
lançado no próprio molde que formou um Deus.” (Tratado, § 219).
Obs.: Se aqueles que se consagram a Maria são divinizados, ou seja, transformados em
deuses, é porque Maria é uma deusa.
“Glória a Jesus em Maria! Glória a Maria em Jesus! Glória a Deus só!” (Tratado, §
265).

“Adorar a Deus é reconhecê-lo (…) como Criador”


Adorar a Maria seria, então, reconhecê-la como criadora.
“Deus Pai, para dar a Maria o poder de produzir o seu Filho e todos os membros do seu
Corpo Místico, comunicou-lhe a sua fecundidade, na medida em que uma simples
criatura a podia receber.” (Tratado, § 17).
“Depois de lançar suas raízes numa alma, Maria opera nela maravilhas de graça que só
Ela pode produzir, pois só Ela é a Virgem Fecunda que tem sido e será sempre sem igual
em pureza e fecundidade. Maria produziu, com o Espírito Santo, a maior maravilha de
quantas existiram ou existirão: o Homem-Deus. Produzirá ainda, conseqüentemente, as
coisas mais admiráveis que hão de existir nos últimos tempos. A formação e educação
dos grandes santos, que hão de vir no fim do mundo, estão-lhe reservadas, pois só esta
Virgem Singular e Miraculosa pode produzir, em união com o Espírito Santo, coisas
singulares e extraordinárias.” (Tratado, § 35).
Obs.: Maria seria, então, paradoxalmente, criatura e criadora.

“Adorar a Deus é reconhecê-lo (…) como Salvador”


Adorar a Maria seria, então, reconhecê-la como salvadora.
“(…) E depois disso poderás dizer-lhe, com santa ousadia: “Eu sou Vosso, Virgem
Santíssima, salvai-me”. (…) Poderás dizer ainda, com São Boaventura: “Minha querida
Senhora e salvadora agirei com confiança e sem temor, porque vós sois a mina força e o
meu louvor no Senhor!” (Tratado, § 216)
“Maria, tendo sido perfeitamente fiel a Deus, salvou juntamente consigo todos os Seus
filhos e servos, e consagrou-os à Divina Majestade” (Tratado, § 53).
Obs.: Isso sem falar que o Tratado ainda reconhece Maria como nossa redentora, ao
chamá-la de “reparadora do gênero humano” (Tratado, § 28).

“Adorar a Deus é reconhecê-lo (…) como o Senhor e Dono de tudo o que existe”
Adorar a Maria seria, então, reconhecê-la como Senhora e dona de tudo o que existe.
“Poderás dizer ainda, com São Boaventura: “Minha querida Senhora e salvadora agirei
com confiança e sem temor, porque vós sois a mina força e o meu louvor no Senhor!”
(Tratado, § 216)
“No Céu, Maria impera aos anjos e aos bem-aventurados. (…) É vontade do Altíssimo
que o Céu, a Terra e os infernos obedeçam, livre ou forçadamente, às ordens da humilde
Maria. Fê-la soberana do Céu e da Terra (…)” (Tratado, § 28)
“Ao poder de Deus tudo está submisso, mesmo a Virgem, e eis que ao poder da Virgem
está tudo submisso, até o próprio Deus.” (Tratado, 76).

“o Amor infinito e misericordioso”


o amor de Maria seria infinito[1] e misericordioso[2].
1. “(…) a sublimidade dos Seus méritos, que chegam até o trono da Divindade, não se
pode perceber; que a extensão da sua caridade, maior que a Terra, não se pode medir; que
a grandeza do seu poder, que até sobre o Deus se extende, não se pode compreender e,
finalmente, que a profundeza da sua humildade e de todas as suas virtudes e graças é um
abismo insondável! (…)” (Tratado, § 7)
2. “(…) Maria deve brilhar mais do que nunca em misericórdia, em força e em graça
nestes últimos tempos. Em misericórdia, para reconduzir e receber amorosamente os
pobres pecadores e extraviados, que se converterão e regressarão à Igreja Católica.”
(Tratado, § 50,6).

“Adorarás o Senhor, teu Deus e só a Ele prestarás culto”


só a Deus nós podemos prestar culto. Prestar culto a Maria, portanto, é adorá-la.
“São muitas as práticas interiores da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. Eis, em
resumo, as principais: 1ª. Honrá-la, como digna Mãe de Deus, com o culto de hiperdulia,
ou seja, estimá-la acima de todos os outros santos, como sendo obra-prima da graça, e a
primeira depois de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem (…).” (Tratado, §
115).
“Adorar a Deus é, no respeito e na submissão absoluta, reconhecer “o nada da criatura”,
que não existe a não ser por Deus.”
Adorar a Maria seria, no respeito e na submissão[1] absoluta, reconhecer-se “nada”[2], e
que não existiria a não ser por ela[3].
1. “Avança-se mais, em pouco tempo de submissão e dependência para com Maria, que
durante anos inteiros de vontade própria e de apoio em si mesmo. Pois o homem
obediente e submisso a Maria Santíssima cantará vitórias notáveis sobre todos os seus
inimigos.” (Tratado, § 155)
2. “É ainda por Maria que nos podemos tornar semelhantes a Deus pela graça e pela
glória, embora nada sejamos. Basta entregarmo-nos a Ela tão perfeita e inteiramente que
já nada sejamos em nós mesmos, mas tudo n’Ela, sem receio de nos enganarmos.”
(Tratado, § 157)
3. “O Pai não deu nem dá seu Filho senão por Ela, não suscita novos filhos senão por
Ela, e não comunica as suas graças senão por Ela. Deus Fiho não foi formado para todos
em geral senão por Ela; não é formado e gerado todos os dias (nas almas), em união com
o Espírito Santo, e não comunica os Seus méritos e virtudes, a não ser por Ela. O
Espírito Santo não formou Jesus Cristo senão por meio d’Ela, e não forma os membros
do seu Corpo Místico, a não ser por Ela; não dispensa os Seus dons e valores senão por
Ela.” (Tratado, § 140).
* “Deus não destruiu o homem logo após o pecado devido ao singular amor para com
esta sua futura filha. Não lhe resta a menor dúvida de que todas as misericórdias e mercês
em favor dos pecadores na Antiga Lei só lhes tinham sido feitas por Deus em
consideração desta abençoada Virgem.” (* Glórias de Maria, pág. 75)

“Adorar a Deus é, como Maria no Magnificat, louvá-lo, exaltá-lo e humilhar-se a si


mesmo, confessando com gratidão que Ele fez grandes coisas, e que seu nome é santo.”
Adorar a Maria seria louvá-la[1], exaltá-la[2] e humilhar-se[3] a si mesmo, confessando
com gratidão que ela fez grandes coisas[4] e que seu nome é santo[5].
1. “Dignai-Vos conceder-me que Vos louve, ó Virgem Sagrada, dai-me virtude contra os
Vossos inimigos!” (Tratado, § 235)
2. “Depois disso, forçoso é dizer com os santos: ‘De Maria nunquam satis!’ Isto é, Maria
não foi ainda suficientemente louvada e exaltada, honrada, amada e servida. Merece
ainda muito maior louvor, respeito, amor e serviço.” (Tratado, § 10).
3. “E deixarás agir tanto mais Maria por Jesus e Jesus em Maria, quanto mais
profundamente te humilhares e os escutares em paz e silêncio, sem procurar ver, gostar
ou sentir.” (Tratado, § 273).
4. “Depois de lançar suas raízes numa alma, Maria opera nela maravilhas de graça que só
Ela pode produzir, pois só Ela é a Virgem Fecunda que tem sido e será sempre sem igual
em pureza e fecundidade. Maria produziu, com o Espírito Santo, a maior maravilha de
quantas existiram ou existirão: o Homem-Deus. Produzirá ainda, conseqüentemente, as
coisas mais admiráveis que hão de existir nos últimos tempos. A formação e educação
dos grandes santos, que hão de vir no fim do mundo, estão-lhe reservadas, pois só esta
Virgem Singular e Miraculosa pode produzir, em união com o Espírito Santo, coisas
singulares e extraordinárias.” (Tratado, § 35).
5. “Como diz São Boaventura, todos os anjos lhe cantam no Céu incessantemente: ‘Santa,
Santa, Santa Maria, mãe de Deus e Virgem!’”. (Tratado, § 8).

“A adoração do Deus único liberta o homem de se fechar em si mesmo, da escravidão do


pecado e da idolatria do mundo.”
A adoração a Maria libertaria o homem de se fechar em si mesmo[1], da escravidão do
pecado[2] e da idolatria do mundo[3].
1. “Esta prática de Devoção dá uma grande liberdade interior àqueles que a observam
fielmente” (…) “Outro motivo que nos pode comprometer a abraçar esta Devoção são os
grandes bens que dela receberá nosso próximo.” (Tratado, §§ 169 e 171)
2. “Por isso Maria diz: ‘Os que em mim operam, não pecarão’ (Eclo 24,30). Isto é, os que
permanecem na Santíssima Virgem não cometerão pecados consideráveis.” (Tratado, §
264,3).
3. Não há citação do Tratado sobre essa parte, pois a adoração a Maria, em si, já é uma
idolatria. Só a adoração unicamente a Deus liberta da idolatria do mundo.

Por isso que, no § 271 do Tratado, São Luiz Montfort chama os marianos a
adorarem Maria, embora a versão em português tenha tentado esconder, através de
uma tradução mal feita do original.
Veja, enquanto que em português consta “adorem e amem Jesus em Maria”, nas demais
línguas, como em francês, espanhol e italiano lemos: “adorem e amem Jesus e Maria”:

Português
“(...) E, enquanto eles conversam entre si, dado que não te necessitam, subirás em espírito
ao céu e irás por toda a terra rogar às criaturas que dêem graças, adorem e amem Jesus
em Maria em teu nome: Vinde adoremos, vinde!” (Tratado, § 271).

Francês:
“(...) Et tandis qu'ils se parlent l'un à l'autre, sans avoir besoin de vous, vous irez en esprit
au ciel et par toute la terre, prier les créatures de remercier, adorer et aimer Jésus et Marie
en votre place.”4 (Tratado, § 271)

Italiano:
“(...) Y mientras ellos habían entre sí, dado que no te necesitan, subirás en espíritu al
cielo e irás por toda la tierra a rogar a las creaturas que den gracias, adoren y amen a
Jesús y a María en nombre tuyo: Vengan, adoremos, etc” (Tratado, § 271)5

Espanhol:
“(...) Mentre il Re e la Regina parlano tra loro, senza che abbiano bisogno di te, te ne
andrai in spirito per cielo e terra e inviterai tutte le creature a ringraziare, adorare ed
amare Gesù e Maria, al tuo posto: "Venite, prostrati adoriamo, ecc.".” (Tratado, § 271)6

4
http://www.sitedemarie.com/traite/traitetm.htm
5
http://www.legiondemaria.org/tratado_de_la_verdadera_devocion.htm
6
http://www.santorosario.net/trattato10.htm
PARTE 4
Idolatria na Igreja

Texto-base: Catecismo da Igreja Católica, §§ 2112-2114.

“O primeiro mandamento condena o politeísmo. Exige que o homem não acredite em


outros deuses afora Deus, que não venere outras divindades afora a única. A
escritura lembra constantemente esta rejeição de ‘ídolos, ouro e prata, obras das mãos dos
homens’, os quais ‘têm boca e não falam, têm olhos e não vêem…’. Esses ídolos vãos
tornaram as pessoas vãs: ‘como eles serão os que o fabricaram e quem quer que ponha
neles a sua fé’ (Sl 115,4-5.8). Deus, pelo contrário, é o ‘Deus vivo’ (Jo 3,10) que faz
viver e intervém na história.” (CIC 2112).
“A idolatria não diz respeito somente aos falsos cultos do paganismo. Ela é uma
tentação constante da fé. Consiste em divinizar o que não é Deus. Existe idolatria
quando o homem presta honra e veneração a uma criatura em lugar de Deus, quer
se trate de deuses ou de demônios (por exemplo, o satanismo), do poder, do prazer, da
raça, dos antepassados, do Estado, do dinheiro etc. ‘Não podeis servir a Deus e ao
dinheiro’, diz Jesus (Mt 6,24). Numerosos mártires morreram por não adorar ‘a Besta’,
recusando até a simular seu culto. A idolatria nega o senhorio exclusivo de Deus; é,
portanto, incompatível com a comunhão divina.” (CIC 2113).

“Santo Agostinho chama a Santíssima Virgem “Fôrma de Deus”, Fôrma própria para
formar e moldar deuses: “Sois digna de ser chamada Fôrma de Deus”. Aquele que é
lançado nesta Fôrma Divina depressa é formado e moldado em Jesus Cristo, e Jesus
Cristo nele. Facilmente e em pouco tempo será transformado em Deus, divinizado, pois é
lançado no próprio molde que formou um Deus.” (Tratado, § 219).

“Pois o Filho de Deus se fez homem para nos fazer Deus.” (CIC 460)

“Pelo Espírito, temos parte com Deus. (…) Pela participação do Espírito, nós nos
tornamos participantes da natureza divina. (…) por isso, aqueles em quem o Espírito
habita são divinizados.” (CIC 1988)

“Para fomentar a santificação do povo de Deus, a Igreja recomenda à veneração especial


e filial dos fiéis a Bem-aventurada sempre Virgem Maria, Mãe de Deus, a quem Cristo
constituiu Mãe de todos os homens, bem como promove o verdadeiro e autêntico culto
dos outros Santos, por cujo exemplo os fiéis se edificam e pela intercessão dos quais
são sustentados.” (CDCan 1186)

“A vida humana unifica-se na adoração do Único. O mandamento de adorar o único


Senhor simplifica o homem e o livra de uma dispersão infinita. A idolatria é uma
perversão do sentimento religioso inato do homem. O idólatra é aquele que ‘refere a
qualquer coisa que não seja Deus a sua indestrutível noção de Deus’.” (CIC 2114).

Ou seja, há idolatria quando o homem atribui a uma criatura características que são
exclusivas de Deus. E isso ocorre quando o homem chama Maria de salvadora,
redendora, divina, toda-poderosa etc. Abaixo veremos alguns exemplos:
a) salvadora: “(…) E depois disso poderás dizer-lhe, com santa ousadia: “Eu sou Vosso,
Virgem Santíssima, salvai-me”. (…) Poderás dizer ainda, com São Boaventura: “Minha
querida Senhora e salvadora agirei com confiança e sem temor, porque vós sois a mina
força e o meu louvor no Senhor!” (Tratado, § 216)
b) redentora: “O Redentor depositou, pois, em Maria a missão co-redentora do gênero
humano, e quis que por Ela nos viessem todas as graças” (A arte de aproveitar as
próprias faltas, 2003, pág. 117). “No Céu Maria impera aos anjos e aos bem-
aventurados. (…) É vontade do Alt vontade do Altíssimo, que exalta os humildes (Lc
1,52), que o Céu, a Terra e os infernos obedeçam, livre ou forçadamente, às ordens da
humilde Maria. Fê-la soberana do Céu e da Terra, condutora dos Seus exércitos, guarda
dos Seus tesouros, dispensadora das suas graças, obreira das suas grandes maravilhas,
reparadora do gênero humano, medianeira dos homens, vencedora dos inimigos de
Deus e fiel companheira de suas grandezas e triunfos.” (Tratado, § 28).
O Papa Bento XV, em 22 de março de 1918, afirmou que Maria “redimiu o gênero
humano juntamente com Cristo” (Letras Apost. Inter sodalicia, cf Denzinger, 1963:649).
c) divina: “Digo com os santos, a divina Maria é o paraíso terrestre do novo Adão, onde
Ele encarnou por obra do Espírito Santo, para aí operar maravilhas incompreensíveis.”
(Tratado, § 6).
d) toda-poderosa: “Por muitos doentes que estejamos, por mais desesperador que pareça
o estado da nossa alma, se quisermos curar-nos, Maria adotar-nos-á como seus doentes. E
como não existe doença espiritual que seja incurável nesta vida e nenhuma pode resistir
ao tratamento da toda-poderosa Mãe de Deus, Ela nos curará. A sua glória, como a de
um médico hábil, brilhará na proporção da gravidade dos males de que nos tenha salvo.”
(A arte de aproveitar…, pág. 125)
e) perdoa os nossos pecados: “Ninguém se salva, ninguém obtem o perdão a não ser por
Maria” (A arte de aproveitar…, pág. 125).
“(…) Não oramos aos Santos do Céu do mesmo modo como oramos a Deus: ‘porquanto
à SS. Trindade pedimos que tenha piedade de nós, ao passo que a todos os outros Santos
pedimos que roguem por nós’. Em vez disto, a oração que dirigimos a Maria tem algo
de comum com o culto que se presta a Deus: tanto que a Igreja a invoca com esta
expressão, que se costuma endrereçar a Deus: ‘Tem piedade dos pecadores’. (…) De
feito, diante de Deus Maria é ‘tão grande e vale tanto que, a quem quer graças e a ela não
recorre, o seu desejo quer voar sem asas’.” (Encíclica Augustíssima Virgem Maria, nª 10,
do Papa Leão XIII).
f) ela é onipotente, onisciente e onipresente (Tratado, §§ 74 e 76; 27 e 166; 34 e 217)
g) “que a alma e o espírito de Maria estejam em cada um” (Tratado, § 217)
h) “nela está toda a minha confiança, a minha única esperança” (Tratado, § 269)
i) “devemos dar a Maria nosso corpo e nossa alma” (Tratado, § 121)
j) “todos os dons e todas as graças nos vêm pelas mãos de Maria, que dá a quem ela
quiser, como e quando ela quer” (Tratado, § 25, 28, 44 e 141)

l) “(...) fazer-lhe um certo número de genuflexões (...)” (Tratado, § 116, 8º)


Mas sabemos que genuflexão é ato de adoração e, portanto, devido somente a Deus,
como afirma a Instrução Geral sobre o Missal Romano, no § 274:
“274. A genuflexão, que se faz dobrando o joelho direito até o chão, significa adoração;
por isso, se reserva ao Santíssimo Sacramento, e à santa Cruz, desde a solene adoração na
Ação litúrgica da Sexta-feira na Paixão do Senhor até o início da Vigília pascal.”7

etc., pois “tudo o que convém a Deus por natureza convém a Maria por graça.”
(Tratado, § 74). É ou não é idolatria? Sim!

Nota do Notícias do Evangelho: O presente estudo foi-nos enviado por e-mail por
católico, que por ainda permanecer no catolicismo, pediu-nos que publicássemos este
estudo, mas mantendo-o no anonimato, temendo ele que pudesse ser excluído do
catolicismo devido as acusações aqui comprovadas nos devidos documentos oficiais da
igreja católica romana.

7
http://www.presbiteros.com.br/Liturgia/Missal%20Romano.htm
Desejamos que o leitor tenha concluído com seus próprios conhecimentos que a
verdadeira devoção deve ser aplicada somente a Jesus Cristo, dando-lhe a devida honra
que só Ele merece (Isaías 42:08), abandonando toda devoção que seja condenada até
mesmo pelo Catecismo da Igreja Católica, e pela Bíblia católica:

Jó 15:4 “Tornas vão o temor de Deus e diminuis a devoção a ele devida.”

Portanto, toda devoção deve ser depositada unicamente em Deus.

Isaías 44:11 “Vejam: seus devotos são todos enganados, porque os escultores não são
mais que homens. Que eles todos se reúnam para comparecer: ficarão apavorados e
envergonhados.” - Fonte: Bíblia católica, edição Pastoral, editora Paulus, de acordo com
o Cân. 825.

Nota de Notícias do Evangelho – Wellington Leão – www.noticiasdoevangelho.cjb.net

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