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Agrupamento Vertical de Escolas D.

Dinis

Escola dos 2.º e 3.º Ciclos D. Dinis - Quarteira (escola sede)

Escola E. B. 1 Dona Francisca de Aragão/Jardim de Infância Dona Francisca de


Aragão

Exma. Sra. Ministra da Educação

Com conhecimento:

Presidência da República
Assembleia da República
Governo da República
Procuradoria-Geral da República
Tribunal Constitucional
Direcção Regional de Educação do Algarve
Grupos Parlamentares
Conselho Geral Transitório do Agrupamento
Comissão Executiva Instaladora do Agrupamento
Conselho Pedagógico do Agrupamento
Plataforma Sindical
Órgãos de Comunicação Social

Suspensão da Aplicação do Modelo de Avaliação de Desempenho Docente, com as


alterações introduzidas pelo Decreto Regulamentar n.º 1-A/2009, de 5 de Janeiro

Considerações prévias

Os professores presentes neste plenário exercem os direitos constitucionalmente


previstos nos artigos: 37.º - liberdade de expressão e de informação; 21.º -
direito de resistência; e 45.º - direito de reunião e de manifestação, consagrados
na Constituição da República Portuguesa; exercem ainda o direito previsto no
Decreto- -Lei n.º 15/2007, de 19 de Janeiro, que regulamenta o Estatuto da
Carreira Docente, nomeadamente na alínea a) do n.º2 do artigo 5.º, direito de
participação; e ainda os deveres previstos nas alíneas a) e b) do n.º2 do artigo
10.º, do mesmo Decreto-Lei, e redigem o seguinte texto, que, depois de analisado
por todos os presentes, será submetido a aprovação, por voto secreto.

Os professores presentes neste plenário sublinham que não os move qualquer


intenção contra pessoas ou órgãos do Agrupamento, pelo contrário, reafirmam é no
profundo respeito por todas as pessoas, incluindo os alunos e as famílias, e por
todos os órgãos executivos ou pedagógicos do Agrupamento, que hoje reflectem e
decidem o que a seguir se expõe na moção final aprovada.
Moção Aprovada em Reunião de Professores Realizada no Dia 15 de Janeiro de 2009

Os Professores do Agrupamento Vertical de Escolas D. Dinis – Quarteira assumiram,


em 25 de Novembro de 2008, suspender a sua participação em qualquer actividade
relacionada com a avaliação de desempenho assente no modelo de avaliação
regulamentado pelo Decreto Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro, até que o
mesmo fosse substituído por um outro que seja credível, coerente e justo e que
contribua, de um modo efectivo, para a consecução do objectivo primeiro que a
Escola Pública sempre procura e que é a qualidade do Ensino por ela ministrado.
Se foi necessário publicar, em 28 de Maio de 2008, o Decreto Regulamentar n.º
11/2008 para definir o regime transitório de avaliação de desempenho do pessoal
docente e, em 5 de Janeiro de 2009, o Decreto Regulamentar n.º 1-A/2009 a
estabelecer, novamente, esse mesmo regime, tal é uma inequívoca assunção de que o
modelo de avaliação que os professores deste Agrupamento, desde o primeiro
momento, têm rejeitado, enferma de incongruências, injustiças e inexequibilidade.
Os Decretos Regulamentares referenciados, em nada alterando a substância deste
modelo de avaliação, mais não são do que emendas que desvirtuam um processo que
deveria ser sério, justo, objectivo, exequível e não discriminatório.
O Decreto Regulamentar n.º 1-A/2009, de 5 de Janeiro, tem a ousadia de presumir
que identificou e resolveu os problemas identificados pelos Professores o que, no
essencial, é falso e mistificador. Para além de ser gerador de desigualdades num
processo de avaliação que se deseja igualitário, não resolve questões fundamentais
deste modelo de avaliação como são, por exemplo, a promoção da melhoria do
desempenho profissional, a minimização da vertente pedagógica e científica, a
divisão injusta e arbitrária da classe docente, as quotas de mérito e o cariz
nitidamente formativo que a avaliação deve assumir.
Pese embora tudo isto, os docentes deste Agrupamento reafirmam a sua vontade e o
direito de serem avaliados por um modelo justo, exequível e consensual, uma vez
que as alterações produzidas pelo Governo mantêm o essencial do modelo,
nomeadamente, alguns dos aspectos mais contestados, como a existência de quotas
para Excelente e Muito Bom, desvirtuando assim qualquer perspectiva dos docentes
verem reconhecidos os seus efectivos méritos, conhecimentos, capacidades e
investimento na Carreira. Outras alterações como as que têm a ver com as
classificações dos alunos e abandono escolar, são meramente conjunturais, tendo
sido afirmado que esses aspectos seriam posteriormente retomados para efeitos de
avaliação.
A implementação do modelo de avaliação do desempenho docente imposto pelo Governo
significa a aceitação tácita do ECD, que promove a divisão artificial da carreira
em categorias e que a esmagadora maioria dos docentes contesta.
Tendo em consideração o que foi referido anteriormente, os professores do
Agrupamento Vertical de Escolas D. Dinis - Quarteira, coerentes com todas as
tomadas de posição que têm assumido ao longo deste processo, reafirmam a sua
decisão de manter a suspensão do processo de avaliação, tal como agora lhes é
apresentado pela tutela.

Votos a favor da moção: 92 (noventa e dois);


Votos contra a moção: 2 (dois);
Votos nulos: 0 (zero);
Votos em branco: 0 (zero).

A Moção foi aprovada.

Quarteira, Agrupamento Vertical de Escolas D. Dinis, 15 de Janeiro de 2009

Agrupamento Vertical de Escolas D. Dinis

Suspensão da Aplicação do Modelo de Avaliação de Desempenho Docente, com as


alterações introduzidas pelo Decreto Regulamentar n.º1-A/2009, de 5 de Janeiro

Resultado da votação:

Total de professores do corpo docente do Agrupamento: 112 (cento e doze);

Total de votantes: 94 (noventa e quatro), 83,93% do corpo docente;

Total de votos a favor: 92 (noventa e dois), 97,87% dos votantes;

Total de votos contra: 2 (dois), 2,13% dos votantes;

Total de votos em branco: 0 (zero);

Total de votos nulos: 0 (zero).

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