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O art. 282 do Código Penal contém o seguinte tipo: “exercer, ainda que a título
gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou
excedendo-lhe os limites”. A pena é detenção de seis meses a dois anos.
56.2 TIPICIDADE
Exerce a profissão de dentista aquele que se apresenta como tal, tratando das
moléstias que acometem os dentes, prescrevendo medicamentos ou promovendo
intervenções cirúrgicas etc. A profissão de farmacêutico diz respeito com a preparação de
medicamentos, a manipulação de substâncias visando à criação de produtos com fins
terapêuticos ou medicinais. Não se confunde com a profissão de vender remédios.
Aquele que exercer uma dessas profissões sem que esteja previamente habilitado
legalmente, autorizado, portanto, para o exercício da profissão, e mesmo quando já tenha
concluído o respectivo curso de graduação, realizará a conduta típica. A habilitação legal
para o exercício da profissão é o registro no órgão competente, não o diploma, que é
requisito daquele. Já a falta de registro em órgão estadual constitui mera irregularidade,
quando o médico, dentista ou farmacêutico tenha registro em outro órgão de outro estado
ou o federal.
Não comete o crime a parteira que exerce sua atividade, porque a simples realização
de parto não constitui exercício de medicina.
O crime é de perigo abstrato. Não precisa ser demonstrado, nem ter existido, porque
há presunção da norma. Desnecessário, assim, que tenha ocorrido a situação de perigo,
bem como qualquer dano à saúde de alguém.
É crime doloso. O agente, na primeira modalidade típica, atua com consciência de que
não está habilitado para exercer a profissão, sabendo que não está autorizado pelo órgão
respectivo. E deve agir com vontade livre de exercer a profissão ilegalmente.
Não age com dolo o médico graduado e habilitado no exterior que, vindo para o país,
passa a exercer a medicina sem obter o prévio registro. Há erro de tipo, que exclui o dolo.
Na segunda modalidade típica, o médico, dentista ou farmacêutico deve saber que excede
os limites impostos para o exercício de sua profissão e agir com vontade livre de excedê-
los, sem qualquer outra finalidade.
vai ocorrer após tempo juridicamente relevante, com a reiteração dos atos inerentes à
profissão que o agente não está autorizado a exercer, ou dos atos que excedem os limites da
profissão, quando praticados por médico, dentista ou farmacêutico.
Quando o agente realiza a conduta típica com a finalidade de obtenção de lucro, ainda
que não o obtenha efetivamente, além da pena privativa de liberdade será aplicada a pena de
multa. É o que determina a norma do parágrafo único do art. 282.
Dispõe o art. 285 do Código Penal que serão aplicadas ao exercício ilegal da
medicina, arte dentária ou farmacêutica as formas qualificadas pelo resultado descritas no
art. 258. Se do fato resultar lesão corporal de natureza grave a pena será aumentada de
metade. Se resultar morte, será aplicada em dobro. São crimes preterdolosos. Há dolo na
realização da conduta e culpa na produção do resultado não desejado nem aceito pelo
agente.