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APOLOGIA DO CRIME OU
CRIMINOSO
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O crime está assim definido no art. 287 do Código Penal: “fazer, publicamente,
apologia de fato criminoso ou de autor de crime”. A pena é detenção de três a seis
meses,ou multa.
Sujeito ativo é qualquer pessoa que realiza a conduta típica. Sujeito passivo é o
Estado, a coletividade.
60.2 TIPICIDADE
Pode ser realizada através da palavra oral ou escrita ou ainda por meio de gestos,
símbolos ou outras inequívocas manifestações do pensamento, como a criação de obras de
arte, especialmente a pintura.
Não há crime se o fato diz respeito a uma contravenção penal, podendo ser
qualquer fato criminoso, tipificado no Código Penal ou em qualquer lei especial, doloso ou
culposo. Se é verdade que não é possível incitar indiretamente alguém a praticar um crime
culposo, não menos certo é que, ao fazê-lo, há, implicitamente, elogio à conduta negligente,
o que, induvidosamente, pode excitar a realização de conduta semelhante.
Também há crime quando o elogio recai sobre o autor de determinado crime, pela
razão de tê-lo cometido, não por qualidades outras que possa ter. Na manifestação do
agente deve restar demonstrado que o elogio é feito à pessoa do delinqüente enquanto
autor de determinado crime em razão do fato por ele praticado e não pelo que ele seja ou
pelo que o agente dele pensa enquanto cidadão ou ser humano. Não há crime quando se
elogia o autor de crime como pai de família, cidadão honrado e trabalhador ou cumpridor
de seus deveres.
A apologia do crime é incriminada porque a lei vê, nela, uma forma indireta de
incitar a prática de crime, em razão do perigo de provocar nas pessoas que a presenciam
um estímulo a seguir também os passos do que cometeu um crime ou a repetir um
acontecimento criminoso elogiado.
O fato criminoso não precisa ter sido previamente julgado, nem se exige trânsito em
julgado de sentença condenatória em relação a ele e nem tampouco ao autor de crime.
Todavia, se o fato tiver sido definitivamente julgado, com a absolvição do agente por ter
agido licitamente, por legítima defesa, estado de necessidade ou qualquer outra
descriminante real, a apologia não será nem de fato criminoso, nem de autor de crime,
porque aí o elogio se dará em relação a um fato lícito ou a uma pessoa que agiu segundo o
Direito. Não haverá, pois, tipicidade.
É crime doloso. O agente deve estar consciente de que se refere a fato criminoso ou
a autor de crime e agir com vontade livre de elogiá-lo, enaltecê-lo em local público e na
presença de indeterminadas pessoas. Se não sabe que se encontra em público, crime não
haverá. Quando o agente, em lugar fechado, realiza a conduta e, em razão dela, vem
alguém a cometer crime de mesma espécie do que foi elogiado, poderá se reconhecer,
desde que se demonstre inequívoco nexo causal, a participação, por induzimento, no crime
praticado pelo que ouviu o elogio.