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INCOMPREENSÕES ESPIRITUAIS

JOÃO 3.1-15

I – PELO RACIOCÍNIO LÓGICO DE NICODEMOS

1. O drama de Nicodemos: Como pode? Pode? (v.4).


2. Talvez o drama nicodêmico seja o de muitos outros Nicodemos.
3. Desde muito cedo nos deparamos com a busca do raciocínio lógico. Na pré-escola
nossos pequenos aprendem: “Como pode o peixe vivo viver fora da lagoa?”. A
lógica dirá que não pode.
4. Nicodemos aborda a Jesus, dizendo-lhe que “ninguém pode fazer estes sinais que
tu fazes, se Deus não estiver com ele”.
5. Ele partiu do princípio de que conhecia as coisas relacionadas às obra de Deus:
“Sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus” (v.3). Ele sabia porque era
fariseu, conhecedor da Lei e dos Profetas; sabia porque era mestre em Israel
(v.10). Nicodemos era homem instruído.
6. Nicodemos estava perdidinho em seus próprios conhecimentos e incompreensões.
A sua cabeça estava em parafuso, começa dizendo “sabemos”, também “porque
ninguém pode”. Para saber que ninguém podia fazer, teve que entender como
poderia ser feito: “Se Deus (não) estiver com ele”.
7. O jeitão de Nicodemos nos faz lembrar nossas crianças quando pequenas. Ele tem
questões que precisam ser respondidas: “Como pode um homem nascer, sendo
velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez? (v.4);
Como pode suceder isto? (v.9)
8. Nicodemos era o religioso padrão: cumpria suas obrigações religiosas, fazia suas
orações, dizimava como todo bom fariseu, e ainda por cima era filho de Abraão.
Entretanto, Nicodemos ainda não entendia certas coisas.
II - SEM A PREOCUPAÇÃO COM A LÓGICA DE NICODEMOS

1. Jesus como procurado que fora, não deixaria o homem sem respostas. E ainda
hoje, não deixa ninguém sem respostas.
2. Jesus usa a sua lógica pessoal para explicar algumas coisas para Nicodemos: “Se
alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (v.3).
3. Nicodemos não entendeu nada, mas também não divagou por caminhos espíritas.
Nem passou pela sua cabeça a idéia reencarnacionista; o que fica evidente em sua
própria pergunta, conforme o verso 4.
4. Não faz parte do texto inicial, do discurso de Nicodemos, mas Jesus entra direto
no assunto principal da sua missão: o reino de Deus (v.3).
5. Aparecem no infinitivo dois verbos no versículo três: nascer e ver (v.3).
6. Primeiro verbo, nascer. O drama de Nicodemos estava no fato dele não ter notícias
de que alguém tinha nascido de novo.
7. Mas Jesus, calmamente, explica-lhe que falava de um outro tipo de nascimento.
Um nascimento que não envolvia uma espera de nove meses, parteira, obstetra ou
maternidade. Ele falava de um nascimento do alto (ανωθεν) da parte Deus.
8. Esse nascer de novo (do alto) implicava a vida com uma nova natureza ( 2 Cor.
5.17), o que não eliminava o homem natural.
9. Segundo verbo, ver. Este verbo reflete muito mais do que nós entendemos por
ver. Para nós ver, nos leva a pensar, lembrar do que aconteceu com Moisés (Ler
Dt. 32.48-52). A palavra grega, εἶδον, eídon, dá uma idéia de conhecer, perceber,
sentir o reino de Deus presente.
10. Como foi dito a Moisés: “Porém não entrarás nela” (v.52), assim é dito a respeito
daqueles que não nascerem do alto (Jo. 3.5).

III – E AGORA NICODEMOS?


1. Como poderíamos perguntar: E agora José?
2. Nicodemos sofria de Síndrome de Incompreensão Espiritual.
3. Era um absurdo: “Tu...não compreendes estas coisas?” (v.10). Israel estava mal
com seus mestres!
4. Havia no homem um problema de aceitação (v.11).
5. Havia também um problema de crença. Sendo tão difícil crer nas coisas que
podiam ser testemunhadas por conhecimento e por vista, imagine falar de coisas
celestiais (espirituais) (v.12).
6. Aos Nicodemos de hoje, ao homem natural, que não entende as coisas do céu,
vale as expressões da lógica de Jesus: “Não ver o Reino de Deus”, ou seja, não
percebe a dinâmica do Reino e, “não entrar no reino de Deus”, isto é, não será
beneficiado pela concessão e posse da vida que é eterna.
7. E agora Nicodemos? A entrada no Reino de Deus é somente através do “Filho do
Homem” (v.14).
8. E agora José? Com problema de crença, que não exige tanta lógica assim, como
receber a vida eterna? (v.15).
9. A fé não exige tantas explicações. Se alguém exigir muitas explicações daquilo
que se entende por fé, o máximo que conseguirá é não agradar a Deus (Hb. 11.6).

CONCLUSÃO

Não se deixe levar por pretensos conhecimentos, a chegada ao céu se dá por uma
via tranqüila, a fé.
Não é necessário chegar ao grau de Mestre em Divindades, da Lei e dos Profetas.
É preciso chegar com fé.
Se tivermos dificuldades em crer, podemos dizer: Senhor acrescenta-nos a fé.

Pr. Eli Rocha Silva


IBJH 14/01/07

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