Você está na página 1de 37

Curso de Pós-graduação em

Gestão de Recursos Humanos

QUALIDADE DE VIDA
NO TRABALHO

Prof.ª Marta Cristina Wachowicz


marta@facinter.br
EMENTA
Qualidade de vida no trabalho nos
diferentes modelos de gestão
administrativa. Estresse. Ergonomia
Higiene e segurança do trabalho.
Saúde mental no trabalho.
Organização do trabalho.
Comportamento de risco.
Programas de qualidade
organizacionais.
REFERÊNCIAS
AYRES, D. de O.; CORREA, J. A. P. Manual de
prevenção de acidentes do trabalho: aspectos
técnicos e legais. São Paulo: Atlas, 2001.

CARDELLA, B. Segurança no trabalho e prevenção de


acidentes: uma abordagem holística. São Paulo: Atlas,
1999.

CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas:


o novo papel dos recursos humanos
nas organizações. Rio de Janeiro:
Campus, 1999.

CODO, W. Indivíduo, trabalho e


sofrimento. Petrópolis: Vozes, 1993.
COUTO, H. de A. Ergonomia aplicada ao trabalho:
o manual técnico da máquina humana. Belo
Horizonte: Ergo Editora, 1996. (vol I e II).

DEJOURS, C. A loucura do trabalho: estudo de


psicopatologia do trabalho. São Paulo: Cortez-
Oboré, 1992.

DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática.


São Paulo: Edgard Blücher, 1995.
EDUARDO, M. B. de P.; MIRANDA, I. C.
S. de M. Saúde & cidadania: vigilância
sanitária. São Paulo: NAMH/FSP, 1998.

FIALHO, F.; SANTOS, N. dos. Manual


de análise ergonômica no trabalho.
Curitiba: Gênesis, 1997.
FRANÇA, A. C. L.; RODRIGUES, A. L. Stress e
trabalho: uma abordagem psicossomática. São Paulo:
Atlas, 1999.

GAIGHER FILHO, G.; MELLO, S. I.L. LER/DORT: a


psicossomatização no processo de surgimento e
agravamento. São Paulo: LTr, 2001.

GLINA, D. M. R.; ROCHA, L. E. (Orgs.) Saúde mental


no trabalho: desafios e soluções. São Paulo: VK, 2000.
GUIMARÃES, L. A. M.; GRUBITS, S.
Série saúde mental e trabalho. São
Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.

IIDA, I. Ergonomia: projeto e


produção. São Paulo: Edgar Blücher,
2005.
JACQUES, M. das G.; CODO, W. Saúde mental e
trabalho: leituras. Petrópolis: Vozes, 2002.

KROEMER, K. H. E.; GRANDJEAN, E. Manual de


ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. Porto
Alegre: Artes Médicas, 2004.

MENDES, R. Patologia do trabalho. Rio de Janeiro:


Atheneu, 1995.
RAMAZZINI, B. As doenças dos
trabalhadores. São Paulo:
FUNDACENTRO, 2000.

RIO, R. P. do. Ergonomia: fundamentos


da prática ergonômica. Belo Horizonte:
Editora Health, 1999.
RODRIGUES, M. V. C. Qualidade de vida no trabalho.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

ROSSI, A. M.; PERREWÉ, P. L.; SAUTER, S. L. Stress


e qualidade de vida no trabalho: perspectivas da
saúde ocupacional. São Paulo: Atlas, 2005.

SALIBA, T. M.; CORRÊA, M. A. C.; AMARAL, L. S.


Higiene do trabalho e programa de prevenção de
riscos ambientais. São Paulo: LTr, 2002.

SANTOS, N. dos (Org.).


Antropotecnologia: a ergonomia dos
sistemas de produção. Curitiba: Gênesis,
1997.
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO. São Paulo:
IOB, 1996. (inclui as Portarias MTb n.3.214, de
08.06.78).

SOTO, E. Comportamento organizacional: o impacto


das emoções.São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.

SOUNIS, E. Manual de higiene e medicina do


trabalho. São Paulo: Ícone, 1991.

VÁRIOS AUTORES. As pessoas na


organização. São Paulo: Editora Gente,
2002.
WACHOWICZ, M .C. Segurança, saúde & ergonomia.
Curitiba: IBPEX, 2007.

WISNER, A. A inteligência no trabalho: textos


selecionados de ergonomia. São Paulo:
FUNDACENTRO, 1994.

_______ . Por dentro do trabalho. São Paulo: FTD,


Oboré, 1987.

ZOCCHIO, A. Prática de prevenção de


acidentes: ABC da segurança do
trabalho. São Paulo: Atlas, 2002.
SITES PARA PESQUISA

www.protecao.com.br
www.mtb.gov.br ou www.trabalho.gov.br
www.anamt.com.br
www.previdenciasocial.gov.br ou www.mpas.gov.br
www.anvisa.gov.br
www.fundacentro.gov.br
www.ergonomia.com.br
www.amb.gov.br
www.saude.gov.br
www.fiocruz.br
www.saudeetrabalho.com.br
QUALIDADE DE VIDA NO
TRABALHO - QVT
Compreende a reestruturação do desenho dos
cargos, das novas formas de organizar o
trabalho, da formação das equipes de
trabalho semi-autônomas ou
auto-gerenciadas e das
melhorias do ambiente
organizacional.
(FERNANDES, 1998)
É o conjunto de ações de uma empresa no
sentido de implementar melhorias e
inovações gerenciais, tecnológicas e
estruturais no ambiente de trabalho.
(LIMONGI-FRANÇA, 1996)

A QVT tem sido apontada como


um dos fatores motivadores do
desempenho humano no
trabalho. (FERNANDES, 1996)
A origem do conceito, segundo França;
Rodrigues (1999), está ligada às condições
humana e ética do trabalho, que
compreendem desde a exposição a riscos
ocupacionais observáveis no ambiente físico,
padrões de relação entre o trabalho
contratado e a retribuição a esse esforço,
com suas implicações éticas e
ideológicas, até a dinâmica do
uso do poder formal e informal,
ou seja, o significado do
trabalho.
A falta de QVT abre um imenso precedente para o
adoecimento físico, mental e emocional dos
trabalhadores. Há necessidade de se introduzir
políticas que visem à QVT, sensibilizando os
empregadores e instituições, para o impacto
econômico dos problemas decorrentes da sua falta
ou pouca valorização expressos na performance
reduzida, nos altos índices de absenteísmo, na
rotatividade do trabalho (turnover), nos acidentes
de trabalho, e em um contexto geral, no
adoecimento do trabalhador.
A situação saudável de trabalho seria a que
permitisse o desenvolvimento do indivíduo,
alternando exigências e períodos de
repouso, numa interação dinâmica homem-
trabalho-ambiente.

As características de
personalidade mediam os
fatores estressantes do
ambiente e os sintomas.
Na qualidade de vida no trabalho está
inserida na ergonomia, na higiene, na
segurança, no layout,na organização do
trabalho pois todos têm seu campo de
atuação de forma holística. A empresa que
está atenta a estes aspectos sabe que
todos os investimentos feitos
nestas áreas surtem efeitos
imediatos, não somente no
retorno financeiro mas junto
ao trabalhador que se sente
valorizado e respeitado.
TRABALHO

Trabalho vem do vocábulo latino tripalium


que significa aparelho de tortura formado
por três paus aguçados munidos de uma
ponta de ferro, no qual os agricultores
batiam o trigo e o milho para rasgar e
esfiapar.

A palavra trabalho foi


considerada por muito tempo
como padecimento, sofrimento,
pena, labuta ou castigo.
Todo trabalho supõe tendência para um fim
e esforço. Para alguns trabalhos, este
esforço será preponderantemente físico,
para outros, intelectual.

O trabalho do homem aparece como esforço


firmado e desejado para a realização de
objetivos, obras, resultados...
PRÉ-HISTÓRIA & TRABALHO

Visto de forma isolada e extrativista, um


esforço apenas complementar ao trabalho da
natureza: colher o fruto produzido pela
mata; extrair do rio o peixe; caçar para
comer o animal (subsistência).

Uma vez sedentário, o homem


desenvolve a agricultura, a
através do plantio descobre uma
nova fonte de alimentos para si
e seus filhos
ANTIGÜIDADE & TRABALHO

Predominava um forte preconceito em relação


ao trabalho, é considerado como “atividade
desprezível”, realizada pelos escravos, que
executavam as tarefas mais humildes e
pesadas:lavoura, afazeres da casa, favores
sexuais.
O artesanato e o comércio estão
reservados ao homem livre, não-
cidadão.
O trabalho nobre é o intelectual
dos filósofos.
IDADE MÉDIA & TRABALHO

Predomina o regime de servidão, meio-termo entre


trabalho escravo e trabalho livre (vassalos).
Não há maiores preocupações com a produtividade,
as pessoas raramente trabalhavam mais do que a
metade dos dias do ano.
Havia uma sincronia entre o ritmo das
rudimentares máquinas e o movimento
do corpo que as fazia funcionar.
Não há divisão do trabalho nem tão
pouco hierarquia (indústria doméstica).
O regime de produção é fundamentado no
artesanato rudimentar nas pequenas oficinas
e na mão-de-obra intensiva e pouco-
qualificada na agricultura.
A maior preocupação está no processo de
aprendizagem (mestre-aprendizes).

Se tem o total domínio do


processo produtivo/autonomia
(visão holística).
Nas relações interpessoais
prevalece a sinergia.
A comunicação é direta (sem
hierarquias).
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL &
TRABALHO
Ocorre na Inglaterra, país que apresentava
abundância de mão-de-obra, de capitais, de meios
de transporte e de novas tecnologias: vapor.
As novas indústrias se ressentem de melhor
administração:

utilizam máquinas, emprega-se


grande número de pessoas, produção
em larga escala.
Torna-se necessária a especialização
e a divisão do trabalho.
› Divisão do trabalho (hierarquia rígida), cargos de
comando e cargos de execução.
› Padronização de gestos, comportamentos,
competências, ritmos, biorritmos levando a um
processo de robotização (pouca autonomia).
› Padronização de ferramentas e equipamentos.

› Rotina de programação, cartões de


instrução, seleção dos trabalhadores
mais adequados.
› Ênfase nas tarefas no nível do
operacional.
› Relações interpessoais quase que
inexistentes.
› Comunicação hierárquica e de difícil
acesso.
A Administração Científica foi planejada para obter o máximo
esforço do trabalhador.


Chaplin – Tempos Modernos
MODERNIDADE & TRABALHO

Fase marcada pela nítida separação entre os países


desenvolvidos (ou industrializados), os
subdesenvolvidos (ou não-indusrializados) e os países
em desenvolvimento.

Surgem novas matérias-primas


(plástico, alumínio, fibras têxteis
sintéticas, concreto) e novas fontes
de energia (nuclear, solar), mas
ocorre o predomínio do petróleo e da
eletricidade.
As teorias tradicionais não conseguem
resolver os problemas da atualidade.
A maneira tradicional de administrar e de
buscar os objetivos não proporciona os
resultados adequados.

Mudam os conceitos
administrativos.
Surge a 3ª Revolução Industrial:
Revolução da Informática,
substituindo a força física e
mental de trabalho.
Chiavenato (1999) apresenta a ARH em duas
vertentes:

1. Pessoas como Recursos


Habilidades, capacidades, conhecimento,
experiências...

2. Pessoas como Pessoas


Motivação, personalidade,
aspirações, valores,
objetivos pessoais...
ESCOLA das RELAÇÕES
HUMANAS
Seus precursores são Elton MAYO (1880-1949) e
Kurt LEWIN (1890-1947). Os estudos de Mayo
enfatizam a QVT do trabalhador:
iluminação x monotonia

Fatores psicológicos e sociais na


produção: o indivíduo não age
isoladamente, segue um grupo
Importância da comunicação,
motivação e da liderança: como
elementos que contribuem para o
crescimento da produtividade.
PRODUÇÃO ENXUTA (1940)

Tem por princípio a redução de custos


através da absoluta eliminação do desperdício
(Shingo e Ohno).

A força de trabalho é altamente qualificada


e multifuncional.

As organizações extremamente
descentralizadas.
A empresa enxuta combina vantagens das
produções artesanal e em massa, evitando
altos custos (artesanal) e a rigidez (massa).

Emprega a produção enxuta equipes de


trabalho multiqualificados em todos os níveis
da organização, além de máquinas altamente
flexíveis e cada vez mais
automatizadas, para produzir
imensos volumes de produtos
de ampla variedade.
Gestão Enxuta está alicerçada em:

- Administração participativa com visão


sistêmica
- Responsabilidade coletiva
- Busca da qualidade total ou defeito zero
- Flexibilidade
- Tecnologia e padronização
+ recursos humanos
- Limpeza, arrumação,
manutenção
- Cultura e clima organizacionais
sinergéticos
5S

O "Programa 5S" foi concebido por Kaoru


Ishikawa em 1950, no Japão do pós-guerra,
provavelmente inspirado na necessidade, que
havia então, de colocar ordem na grande
confusão a que ficou reduzido
o país após sua derrota para
as forças aliadas.
O Programa demonstrou ser tão eficaz
enquanto reorganizador das empresas e
da própria economia japonesa que, até
hoje, é considerado o principal
instrumento de gestão da qualidade e
produtividade utilizado naquele país.
Foi desenvolvido com o objetivo de
transformar o ambiente das organizações e a
atitude das pessoas, melhorando a qualidade
de vida dos funcionários, diminuindo
desperdícios, reduzindo custos e aumentando
a produtividade das instituições.

O "Programa 5S" ganhou esse


nome devido às iniciais das
cinco palavras japonesas que
sintetizam as cinco etapas
do programa.
SERI = Organização e Descarte: separar o
que não é mais necessário.
SEITON = Ordenação, Arrumação e
Organização: sistematizar as atividades
facilitando o acesso. Colocar em ordem.
SEISSO = Limpeza e Zelo do seu ambiente
físico de trabalho: ferramentas,
equipamentos...
SEIKETSU = Asseio, Higiene e
Padronização: padronizar hábitos
de higiene e limpeza. Saúde.
SHITSUKE = Disciplina,
Auto-controle e Educação:
cumprir a meta em respeito ao outro.

Você também pode gostar