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Uma Introdução
às Escrituras de Bahá’u’lláh
1
Conhecem esta frase?
“A Terra é um só país e
a humanidade os seus
cidadãos”
2
E estas frases?
• “Sois os frutos de uma só árvore e as folhas de um mesmo
ramo.”
• “Se algum rei recorrer a armas contra outro, todos unidos,
deverão levantar-se e impedi-lo.”
• “O que passar além dos limites da moderação deixará de
exercer uma influência benéfica.”
• “Os estudos académicos que começam com palavras e
terminam com palavras nunca tiveram e jamais terão valor
algum.”
3
Um primeiro contacto
O conteúdo da Epístola de Maqsud pode ser visto como uma
boa apresentação dos princípios e ensinamentos da Fé
Bahá’í. A sua estrutura é adequada para um primeiro
contacto com as Escrituras Bahá’ís.
Antes de iniciarmos uma análise desta Epístola temos de ter
presente o seguinte:
Um texto sagrado possui características
muito próprias. Temos de nos familiarizar
com o estilo, conhecer a terminologia, e ter
presente o propósito do autor, se preten-
demos compreender o sentido do texto.
Se não tivermos presentes essas
características, corremos um sério de risco
de não perceber o texto.
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Algumas Dificuldades...
5
Contextualização
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A Epístola de Maqsud
Akká, 1880
Esta epístola foi revelada em 'Akká, em 20 de Janeiro de 1882, durante o
quarto exílio de Bahá'u'lláh.
Alguns excertos desta epístola foram publicados ao longo do século XX.
Em 1978 foi disponibilizada a sua tradução integral, primeiramente em
inglês, e posteriormente noutras línguas, num volume intitulado
"Epístolas de Bahá'u'lláh reveladas após o Kitab-i-Aqdas".
Trata-se de um conjunto de epístolas reveladas por Bahá'u'lláh durante
os últimos anos da Sua vida; nelas se esclarecem e reafirmam alguns
ensinamentos anteriormente estabelecidos.
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Quem foi Maqsúd? (1)
Damasco, 1877
sobre este crente.
Assim, sabemos que Maqsúd
vivia em Damasco e tinha
escrito pelo menos duas vezes
a Bahá'u'lláh.
Também sabemos que ele se dedicava à poesia e que alguns dos
seus poemas tinham sido recitados na presença de Bahá'u'lláh.
Nesses poemas podia-se perceber o quanto ele desejava visitá-Lo
pessoalmente.
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Quem foi Maqsúd? (2)
Bahá'u'lláh devia ter muita estima por Maqsúd pois afirma-lhe que
Se lembrará dele e declara que Deus também se lembrará dele.
Bahá'u'lláh acrescenta também que o nome de Maqsúd é muitas
vezes mencionado na Sua presença.
Quando a epístola foi revelada, Maqsúd preparava-se para
empreender uma viagem a Mossul (Iraque) com o objectivo de
divulgar a Fé Bahá’í.
Bahá'u'lláh faz-lhe algumas recomendações sobre essa viagem,
aconselhando-o a usar tacto e sabedoria.
Bahá'u'lláh apresenta ainda alguns conselhos de ordem espiritual e
material. Assim, diz-lhe que se ele ficar feliz com tudo o que lhe
suceder isso será digno de louvor. Também o aconselha a arranjar
uma profissão.
Já no final da Epístola, Bahá'u'lláh revela também uma oração para
Maqsúd.
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Enquadramento histórico
Nos anos anteriores à revelação da Epístola de Maqsúd tinham
ocorrido dois eventos que lançaram muita perturbação no
mundo islâmico em que se movimentava a recém-nascida
comunidade Bahá’í:
• A guerra Russo-Otomana (1877-1878).
• Crise do Egipto e bombardeamento de Alexandria (1882)
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A humilhação Otomana (1878)
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Alexandria (1882)
Na Epístola de Maqsúd é
possível identificar alguns
temas centrais:
Revelação e Religião;
A Civilização;
O Ser Humano.
14
Muitas questões sobre religião...
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Revelação e Religião
Na Epístola de Maqsud, Bahá'u'lláh afirma a
veracidade das grandes religiões mundiais e
descreve-as como etapas de um processo gradual
de Revelação Divina. Simultaneamente rejeita
qualquer pretensão de exclusivismo ou finalidade
proclamado pelo clero em qualquer religião.
O fundador da Fé Bahá’í declara que Deus envia
ciclicamente Mensageiros Divinos à humanidade.
Esses Mensageiros - os fundadores das grandes
religiões mundiais - trazem ensinamentos cujo
objectivo é guiar e esclarecer os povos.
E sempre que apareceu algum Mensageiro Divino,
Ele foi perseguido e acusado de ser instigador da
miséria e aflição entre os povos.
O segundo parágrafo da Epístola a Maqsúd
contém um resumo deste conceito que na
terminologia Bahá’í se designa por “Revelação
Progressiva".
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Revelação e Religião
17
Revelação e Religião
DEUS
( ... )
Bahá’u’lláh
Báb
Maomé
Cristo
Buda
Zoroastro
Moisés
Krishna
Adão
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Revelação e Religião
A Epístola de Maqsúd mostra-nos quais devem ser os objectivos
da religião e quais as suas potencialidades como agente
transformador do mundo.
Assim, segundo o fundador da religião Bahá’í, o propósito da
religião é “salvaguardar dos interesses, promover a unidade da
raça humano e fomentar entre os homens o espírito de amor e
amizade. Não permitais que se torne fonte de dissensão e
discórdia, de ódio e inimizade”[15].
Bahá'u'lláh acrescenta uma
breve referência aos dirigentes
religiosos, os quais devem
consultar com os governantes
sobre o que melhor sirva os
interesse da humanidade; os
dirigentes religiosos também
têm o seu papel a
desempenhar na reabilitação
da condição humana.
19
Revelação e Religião
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Revelação e Religião
Segundo Bahá'u'lláh, a origem de muitos
dos problemas da humanidade parece
estar na incapacidade dos seres humanos
para por verdadeiramente em prática os
ensinamentos de qualquer religião.
Quando uma pessoa põe em prática os
ensinamentos de uma religião, ela
transforma-se e afecta de forma positiva
todos os que a rodeiam; a mera
transformação política e social também
defendida nesta Epístola, só por si não
surtirá grandes efeitos.
É necessária também uma transformação
ao nível individual. Como alguém
escreveu, não é possível fazer uma
sociedade de ouro com pessoas de
chumbo.
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Revelação e Religião
Todas as religiões possuem as suas Escrituras
onde se encontram registadas palavras,
ensinamentos e tradições associadas com o
Manifestante ou com os primeiros crentes.
Algumas dessas Escrituras são consideradas
como emanações do Verbo de Deus
A Epístola de Maqsúd descreve o Verbo de
Deus como a força mais poderosa entre a
criação: “...a sua influência penetrante é
incalculável. Sempre dominou e para sempre
continuará a dominar o reino da existência”[32].
Apesar de Bahá'u'lláh não Se alargar muito
sobre este assunto nesta epístola, ainda assim
utiliza metáforas interessantes que descrevem
o poder do Verbo Divino: “...um oceano cujas
riquezas são inesgotáveis”[32] “...chave mestra
para o mundo inteiro”[32].
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A Civilização
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A Situação da Humanidade (1)
Segundo Bahá'u'lláh, a
humanidade tem sido afligida
por várias convulsões, e no
entanto, ninguém parece ter
parado para reflectir um
momento sobre os motivos da
intranquilidade dos povos.
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A Situação da Humanidade (2)
Apesar do nosso planeta ter mudado muito - para melhor e para
pior - desde o momento da revelação desta epístola até aos dias
de hoje, estas questões não podem deixar de nos fazer pensar um
pouco.
Os problemas que Bahá'u'lláh aponta não são apenas os
existentes na Sua época; as palavras do fundador da religião
bahá’í nesta Epístola aplicam-se à história da civilização humana.
Mas Bahá’u’lláh não tem uma visão fatalista. Ele
afirma que o Ser Humano - enquanto criatura
racional - tem todas as capacidades para resolver
os seus problemas; mas, estranhamente, não
parece querer fazer uso dessas capacidades para
resolver esses problemas.
Para responder aos problemas actuais da
humanidade, Bahá’u’lláh advoga a necessidade
da construção de uma Nova Ordem Mundial.
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Uma Nova Ordem Mundial (1)
A expressão “Nova Ordem Mundial” tem sido
usada para descrever mudanças consideráveis e
reequilíbrios de poder na política mundial.
A expressão teve algum uso no final das duas
Guerras Mundiais, mas foi só no final da Guerra
Fria, que começou a ter um uso mais frequente.
Nessa ocasião, os presidentes Americano e
Soviético sentiram necessidade de definir a
natureza do mundo numa era de ambicionavam
ser de cooperação entre super-potências.
Mais recentemente, a expressão voltou a ser usada para descrever a
necessidade de soluções globais para problemas ambientais, crises
económicas, e outros problemas globais como a administração de
instituições mundiais (Banco Mundial, FMI, o G-20) assim como a criação
de uma força de intervenção militar rápida em estados falhados.
A expressão pode ainda ter uma conotação negativa e ser apresentada
como sinónimo de “imperialismo” ou ditadura global («1984»).
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Uma Nova Ordem Mundial (2)
27
Uma Nova Ordem Mundial (3)
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A Arte de Governar (2)
Mas Bahá'u'lláh não se coíbe de apresentar
diversos valores éticos que devem nortear
os governantes.
Na Epístola de Maqsúd, reis e governantes
são descritos como "símbolos do poder de
Deus“ [6].
Bahá’u’lláh afirma que a justiça deve ser a
pedra angular dos actos de qualquer
Homem de Estado. O seu objectivo deve ser
“o bem-estar, a segurança e a protecção do
género humano e salvaguardar vidas
humanas” [12].
Bahá’u’lláh também não hesita em condenar
os tiranos, e lamenta que "o tabernáculo da
justiça tenha caído nas garras da tirania e
opressão“[10].
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A Arte de Governar (3)
32
Uma língua auxiliar internacional
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O Ser Humano
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O Humanismo
Após o séc. XV, o Renascimento e o Iluminismo, permitiram o
aparecimento de várias correntes de pensamento humanista. Nestas
proclamava-se a dignidade e valor de todo o ser humano, e salientava-se
a importância da sua racionalidade.
Erasmo de Roterdão (1469-1536), teólogo católico
holandês, foi um dos expoentes máximos do
humanismo renascentista. É considerado o educador
dos educadores; ao longo da sua vida exortou os
seus seguidores a dedicarem-se ao ensino e a
fundarem escolas.
Acreditava que sem educação, a civilização seria
substituída pela barbárie. A educação desenvolve o
ser humano e afastando-o das outras criaturas: as
pessoas agem pela razão; os animais pelo instinto.
Por esse motivo a razão deve ser desenvolvida
através da educação.
«Os homens não nascem homens; eles tornam-
se homens».
35
O Ser Humano
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Para mais informações:
Marco Oliveira
marco_oliv@yahoo.com
http://povodebaha.blogspot.com/
http://www.bahai.pt
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A Guerra de Russo-Otomana
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