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www.embalagemmarca.com.br
estratégicos
Diante de milhares de
lançamentos, uso de amostras
ganha importância para evitar
o fracasso de produtos
ESPECIAL:
SUSTENTABILIDADE
A
lagEmmarca estiver circulan- mento na operação.
do, parte da equipe da revista A ida de Guilherme Kamio e de Marcos
estará em viagem para partici- Palhares a Chicago e a minha e de Eunice
par de dois importantes even- Fruet a Paris deverá trazer boas contribui-
tos internacionais relacionados ao setor de ções para a elaboração da próxima edição
embalagem: Pack Expo, programada para da revista. Vale lembrar que todos os meses
ocorrer de 9 a 13 de novembro, em Chicago, de dezembro, já há dez anos contando este,
e Emballage, marcado para Paris, de 17 a EmbalagEmmarca oferece a seus leitores
21 do mesmo mês, em Paris. Tanto a fei- o serviço Tendências e Perspectivas. Esse é
ra americana quanto a francesa integram o um retrato dos rumos que poderão tomar a
calendário dos eventos globais classificados economia mundial e a do país e como pode-
como “imperdíveis” no setor de embalagem, rão afetar a cadeia produtiva de embalagem.
devido ao fato de, mais do que mostrarem É, numa definição sintética, um instrumento
novidades e inovações, apontarem tendências auxiliar para o planejamento das empresas
em equipamentos, em materiais, em design e para o exercício seguinte.
em consumo. Acreditamos que incorporar a análise
É crescente a consciência dos empresários do atual momento sob a ótica dos grandes Para a revista,
e profissionais ligados à embalagem no Brasil
no tocante à importância de estarem presentes
players internacionais robustecerá em muito
o serviço Tendências e Perspectivas. Vale
informação é
em eventos como Pack Expo e Emballage, lembrar que as duas duplas que irão à Pack matéria-prima,
especialmente num momento de incerteza Expo e ao Emballage se dividirão entre a visi-
quanto aos rumos da economia mundial, ta às feiras propriamente ditas, aprofundando e estar imerso
como o atual. Mas é justamente essa situação a interação com expositores e visitantes, e onde as coisas
que, impondo cuidados sobre os gastos, leva o acompanhamento dos eventos paralelos
as empresas a relativizarem o que é tido por a ambas, voltados para discussão e análi- acontecem é
“imperdível”. É compreensível que poupem
despesas de viagem para aplicar na operação.
se. No caso do evento francês, o simpósio
internacional Pack.Vision, cumpre registrar
relacionamento e
Por que então EmbalagEmmarca se dis- a presença brasileira, com a apresentação de conhecimento.
põe a enviar dois profissionais a cada um dois cases sorteados entre os ganhadores do
daqueles eventos, sobretudo com o câmbio troféu do PrÊmio EmbalagEmmarca em 2007 Em suma, é
mais desfavorável do que estava antes da cri-
se? Acontece que, para a revista, informação
e 2008. Isso será relatado também na edição
de dezembro. Até lá.
investimento
é matéria-prima, e estar imerso onde as coi- na operação
sas acontecem é relacionamento e, portanto, Wilson Palhares
Cinco perguntas 10
debbra Johnson revela os estudos da duPont
sobre impactos da impressão de embalagens
Ciclo de Conhecimento 12
evento apontou razões e meios para as empresas
investirem em políticas de sustentabilidade
Reciclagem 37 Entrevista 40
deixe as embalagens deputado Arnaldo Jardim
secundárias nas lojas. explica o que acontecerá
É esse o mote de nova com o sancionamento da
ação do Pão de Açúcar Política de resíduos sólidos
Lynn
Dornblaser 62
diversos produtos inter-
nacionais apostam
66
em embalagens
que literalmen-
te brilham e Internacional
67
saltam aos
Livros
vinho canadense adota
olhos do
garrafa de Pet revesti-
consumidor
da com óxido de silício Obra retrata a trajetória profissional
do designer Hugo Kovadloff
Só na web 8
O que a seção de notícias de www.embalagemmarca.com.br
e a e-newsletter semanal levam aos internautas
Panorama 46
Movimentação do mundo das embalagens e das marcas
Painel gráfico 56
Produtos e processos da área gráfica
para a produção de rótulos e embalagens
Display 68
Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens
Almanaque 74
Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens
www.embalagemmarca.com.br
Uma revista que é lida mensalmente por cerca de
60 000 profissionais do setor precisa fazer parte da sua
grade de mídia. Um site visitado todos os meses por mais
Invis
de 40 000 pessoas é um complemento imprescindível.
www.embalagemmarca.com.br
E a crise? Deixe pa
Em 2009, mais dois grandes
ta em
eventos e muitas novidades.
3 de junho – DESMISTIFICANDO A INOVAÇÃO
15 de setembro – TENDÊNCIAS & PERSPECTIVAS
Consulte-nos sobre possibilidades
de patrocínio, apoio e participação.
ciclo@embalagemmarca.com.br
ra a concorrência...
só na web
Uma amostra do que a seção diária de notícias de www.embalagemmarca.com.br e a e-newsletter semanal da
revista levam aos internautas
internacional
Pepsi reformulada
A Pepsi anunciou uma drástica mudança em
sua identidade visual. A alteração mais profun-
da é no logotipo, que passará a fazer alusão a
um sorriso. A nova marca estará presente em
todas as bebidas da Pepsi a partir de 2009.
Leia mais em
www.embalagemmarca.com.br/pepsi-logo Logo atual (acima) e novo, que estampará as embalagens a partir de 2009
display
Uma lata que brilha no escuro quando Abal publica guia de reciclagem de alumínio
exposta à luz ultravioleta (UV), a conhecida
A Associação Brasileira do
luz negra, é a novidade do energético Flying
Alumínio – Abal lança o 12º volu-
Horse. A lata de 473 mililitros, fabricada
me da série de Guias Técnicos do
pela Rexam, recebe uma tinta especial que
Alumínio, desta vez explorando o
reage à luz UV. O público-alvo são os fre-
tema reciclagem. Destinado a pro-
qüentadores de casas noturnas.
fissionais que atuam em todas as
Leia mais em www.embalagem- etapas da reciclagem do alumínio,
marca.com.br/luznegraflying o guia orienta sobre as melhores
práticas a serem adotadas duran-
te o processo. A publicação pode
ser adquirida pelo site da Abal –
www.abal.org.br
Leia mais em www.embalagemmarca.com.br/guiaabal
publicidade
P
or meio de sua divisão Packaging Novas tintas: cio Gasperini, diretor de marketing da Akzo
Coatings, criada no início do ano cura quase Nobel Packaging Coatings. “Com as novas
instantânea
após a compra da fabricante ingle- tintas, as metalgráficas economizam energia,
sa de tintas para embalagens ICI, produzindo muito mais em menor tempo.”
a holandesa Akzo Nobel começa A linha de produção ficará em Santo
a ofertar no Brasil tintas para a impressão de André (SP). Gasperini afirma que o investi-
embalagens metálicas com cura (secagem) por mento da empresa é estofado por aquisições,
radiação ultravioleta (UV). A empresa será a por metalúrgicas, de maquinário adequado
primeira fabricante local de insumos desse ao trabalho com a tecnologia. As tintas UV
gênero, considerados uma tendência mundial para a decoração podem revestir desde latas de tintas imobiliárias e produtos
de latas. As tintas UV não empregam solventes em sua compo- químicos até as de bebidas e de alimentos como pescados. Para
sição, sendo, portanto, ambientalmente mais corretas. facilitar a conversão do mercado aos novos insumos, a Akzo
O apelo da sustentabilidade explica em grande parte a rapi- Nobel Packaging Coatings oferecerá assistência especializada
dez com que essas tintas vêm se difundindo mundo afora entre aos fabricantes de embalagens. (GK)
as fábricas de latas. “A cura UV ocorre numa fração de segun-
Akzo Nobel Packaging Coatings
dos, enquanto no processo tradicional a secagem leva cerca de (11) 4463-9159
dez minutos em fornos, sob altas temperaturas”, ilustra Maurí- www.akzonobel.com/packaging
C
so do packaging, a impressão de filmes plásticos utilizados
Perita em sustentabilidade em embalagens e rótulos plásticos abriga uma velha disputa
entre duas plataformas, rotogravura e flexografia. Os parti-
comenta os resultados de dários da flexografia, agora, empunham um novo argumen-
to: o de que o sistema é ambientalmente mais amigável que a rotogravura,
um estudo sobre impacto por implicar em processos de pré-impressão “mais limpos”.
À frente dessa investida, que busca sensibilizar os clientes indiretos,
ambiental dos sistemas de isto é, as indústrias usuárias de embalagens, está a americana DuPont,
detentora da popular marca Cyrel de sistemas de confecção de chapas
impressão de embalagens fotopoliméricas – ou clichês, as matrizes utilizadas na impressão fle-
xográfica. A empresa bancou um estudo de ciclo de vida que compara
os impactos ambientais de embalagens impressas com flexografia e
rotogravura, tendo recentemente divulgado seus resultados. Chefe global
de Sustentabilidade da área de impressão de embalagens da DuPont, a
americana Debbra Johnson esteve no Brasil no fim de setembro, quando
EmbalagemMarca aproveitou para questioná-la sobre a ação.
2 credibilidade?
As análises de ciclo de vida foram efetuadas por uma equi-
pe de cinco especialistas coordenados pela Five Winds
International, uma consultoria internacional independente e experiente em
foto: divulgação
inglês, no endereço www2.dupont.com/Cyrel_Sustainability/ Estados Unidos um grupo chamado Sustainable Green Printing
en_US/index.html) Partnership deverá determinar, através de certificações, os “con-
vertedores verdes”, aqueles com políticas consistentes do ponto
Os fabricantes de bens de consumo estão pre- de vista ambiental. A etapa de pré-impressão terá grande peso
4 poderão estimular?
No âmbito das entidades de classe, estamos
organizando encontros para revisar os resultados
no começo, o que atraía as clicherias e os convertedores para o
sistema térmico. O estudo servirá para embasar a argumentação
do mercado sobre sustentabilidade do processo térmico, quanti-
das análises e discutir os próximos passos. Paralelamente, nos ficando o quão mais sustentável ele é.
F
oram superiores a 92% os índices de aprovação sob
os conceitos “ótimo” e “bom” obtidos em avaliação
feita pelos participantes do Seminário Estratégico de
Sustentabilidade na Área de Embalagem, promovi-
do pela Bloco de Comunicação, com patrocínio da
Eastman do Brasil e da Vitopel e apoio da Tetra Pak, do Consulado
Geral Britânico, da Abrafilme e da Greenfield. Realizado em 14 de
outubro último na Câmara Americana de Comércio (Amcham), em
São Paulo, com o título geral de “O que é ser sustentável no mundo
corporativo”, o evento constituiu o segundo movimento do Ciclo
de Conhecimento EmbalagemMarca (o primeiro foi o Seminário
Estratégico Embalagens Flexíveis – da Matéria-Prima ao Ponto-
de-Venda, em maio) e contou com a presença de numeroso público.
Na interpretação dos organizadores, os elevados percentuais Casa cheia para discutir a sustentabilidade no mundo corporativo.
positivos alcançados por ambos os eventos de transformação, Abaixo e na página ao lado, momentos do evento
ue se consolida
stentabilidade como negócio
Patrocínio
Apoio
Apoio divulgação
A
primeira palestra do dia foi do professor de eco-
nomia da graduação e mestrado do IBMEC-SP
(Instituto Brasileiro do Mercado de Capitais),
José Luiz Rossi Jr. No início da apresentação,
Rossi Jr. começou definindo que sustentabili-
dade pode ser vista como uma tentativa das empresas em
mover na direção de uma maximização de valor no longo
prazo, “colocando mais peso nos resultados em um período
mais longo de tempo.”
O palestrante explicou que as empresas praticam ações
sustentáveis no curto prazo para obterem resultados no
longo prazo. Isso exige uma mudança no paradigma, prin-
cipalmente dos economistas, que afirmam que o objetivo
de uma companhia é a maximização do lucro corrente. A
sustentabilidade muda isso, visto que os objetivos passam a
ser de longo prazo.
Esse novo cenário traz a seguinte questão: ser sustentável
envolve custos em curto prazo, porque toda mudança implica
em despesa, mas os resultados não serão imediatos. Por isso, Rossi Jr. apresentou pesquisas americanas e brasileiras que confirmam
evoluções das empresas com políticas sustentáveis nas bolsas de valores
é preciso calcular bem os benefícios dessa mudança. Segun-
do Rossi Jr., há dois lados: o que escolhe a sustentabilidade O professor do IBMEC deu o exemplo da emissão de
(“it pays to be green”) e outro que diz “não” (“it does not”). poluentes por uma indústria. Na visão dos “contrários”,
O palestrante apresentou os argumentos utilizados pelos dois a empresa não deve se preocupar com essa externalidade
lados que o dia-a-dia das empresas tem (poluição), pois regular isso é obrigação
revelado. do governo. Outro argumento é que, ao
Entre os argumentos dos que refutam “A regulamentação investir em sustentabilidade, a empresa está
investimentos em sustentabilidade, ele deixando de destinar recursos a atividades
citou o “teorema do bem-estar”. Esse teo- governamental mais lucrativas.
rema afirma que, uma vez que a empresa Após expor as idéias contrárias às práti-
faça algo para o seu próprio bem, o resulta- é inadequada, de cas de sustentabilidade, o palestrante falou
do final para a sociedade vai ser o melhor sobre os argumentos dos que são favoráveis
também. Partindo do pressuposto de que modo que não é aos investimentos, como “externalidade”,
isso é verdade, as empresas tentam maxi- ou seja, o comportamento de um agente
mizar o lucro. A “ausência de externalida-
possível depender social afeta os que estão próximos a ele.
de” também é um dos argumentos daqueles Outro argumento é que a regulamentação
somente dela
que são contrários a investimentos em governamental é inadequada, insuficiente
sustentabilidade: ao maximizar o lucro, a ou inexistente, de modo que não é possível
para solucionar as
empresa não prejudica nem atrapalha nin- depender somente dela para solucionar as
guém, ou seja, pensa apenas nela. Assim, questões” questões; uma vez que o governo não dá
não há problemas em maximizar o lucro conta de regulamentar esses assuntos, as
corrente. “Entretanto, ao fazer isso a com- empresas devem internalizá-lo, e uma das
panhia acaba trazendo prejuízo ou ganho a terceiros. Aí esse formas é a adoção de políticas sustentáveis.
resultado não é válido”, afirmou. O economista mostrou que é melhor “internalizar” isso,
porque há pressão dos investidores e consumidores para 75% dos trabalhos indicam um efeito positivo. No aspecto
que as empresas adotem ações sustentáveis. “Certamente financeiro, o professor apontou para os seguintes efeitos:
haverá custos na implementação dessas políticas”, ponderou o valor de uma empresa que está incluída em um índice de
Rossi Jr., “mas também benefícios, como a diferenciação do responsabilidade social é maior, ao passo que, se ela for
produto, que passa a ser visto como ‘sustentável’; a criação excluída desses índices, o impacto é negativo. O professor
de confiança e cooperação, acarretando retornos maiores e mostrou dados comparativos entre o índice Dow Jones com o
duradouros; a geração de vantagens competitivas, na medi- índice Dow Jones Sustainability World Index (DJSI World),
da em que os consumidores passariam a composto por ações de empresas de reco-
reconhecer a empresa como sustentável e nhecida sustentabilidade corporativa. O
valorizá-la mais por isso.” “A sustentabilidade gráfico dos últimos anos mostram que as
O tema tem ligação também com o empresas que compõem o DJSI World têm
gerenciamento de riscos, segundo Rossi influi de maneira conseguido resultados melhores em termos
Jr. Com políticas sustentáveis, as empresas de valor de mercado na comparação com o
podem reduzir as possibilidades de eventos positiva no valor das índice Dow Jones.
prejudiciais e, caso eles ocorram, terão José Luiz Rossi Jr. levou aos congres-
custos menores. Além disso, há estudos que empresas. A relação sistas um estudo recente (2008) que aponta
indicam que empresas sustentáveis têm um que indústrias de produtos considerados
fluxo de caixa menos volátil, o que as ajuda custo/benefício é prejudiciais, como fumo e bebidas alcoó-
no mercado financeiro. Outro tópico que licas, têm suas ações menos demandadas
estimula a adoção de medidas sustentáveis
boa para companhias por investidores.
pelas empresas é a redução do custo do Assim, nota-se que a não adoção de
capital, visto que o aumento da demanda
que têm práticas políticas de sustentabilidade redunda em
pelos seus ativos resulta na ampliação do custo – em se tratando de valor da empre-
sustentáveis”
preço de mercado. sa – para as companhias. O professor
Para ilustrar os benefícios que a adoção do IBMEC-SP também expôs um gráfico
dessas práticas trazem às empresas, o professor expôs alguns compostos pelo ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial
fatos: segundo o Social Investment Forum, o Social Res- da BOVESPA) e pelo índice BOVESPA. O gráfico mos-
ponsible Investments – SRI (fundos de investimentos que trava que o valor de mercado das empresas consideradas
favorecem empresas preocupadas em reduzir seus impactos sustentáveis (participantes do índice ISE) têm maior valor
socioambientais negativos) está crescendo nos EUA a taxas de mercado.
animadoras; 11% dos ativos sob gerenciamento profissional O palestrante finalizou a apresentação ressaltando que
(fundos de pensão, fundo mútuos) naquele país estão rela- a sustentabilidade influi de maneira positiva no valor das
cionados a SRIs; e entre os anos de 2005 e 2007 os investi- empresas e que a relação custo/benefício é boa para as
mentos em responsabilidade social cresceram a uma taxa de companhias que adotam práticas sustentáveis. Ele destacou
18% ao ano. ainda que os resultados dependem das percepções que con-
Após discorrer sobre esses tópicos, o palestrante falou sumidores e investidores têm da política de sustentabilidade
sobre os resultados práticos obtidos pelas companhias que da empresa. “É importante que ela seja um programa real da
optaram por adotar práticas sustentáveis. Ele afirmou que empresa e não apenas uma ação de marketing”.
O
segundo palestrante do Seminário Estratégico
de Sustentabilidade na Área de Embalagem
foi o diretor de marcas próprias do Wal-Mart.
Fábio Cyrillo iniciou sua apresentação abor-
dando a importância da sustentabilidade dentro
da política empresarial do Wal-Mart, maior rede varejista do
mundo, com mais de 7 mil lojas, sendo 325 no Brasil com as
bandeiras Wal-Mart Supercenter, Bompreço, Big, Nacional,
Mercadorama, Maxxi e Sam´s Club. Cyrillo explicou que o
Brasil é muito importante para as operações da rede varejista
e que, juntamente com a China, o país é considerado vitrine
em relação à sustentabilidade. Isso em virtude da biodi-
versidade e dos problemas sociais e econômicos, de certa
forma parecidos nos dois países. No diagrama apresentado
pelo diretor do Wal-Mart o tema sustentabilidade aparecia
em destaque. O executivo explicou que a empresa pretende
ser líder em sustentabilidade em sua área de atuação, o que
justifica os investimentos já feitos pela empresa.
Prosseguindo com a apresentação, foi exposto o “Triple Fábio Cyrillo, diretor de marcas próprias do Wal-Mart: rede varejista está
cada vez mais exigente em relação às boas práticas de seus fornecedores
Bottom Line”, demonstrando que os objetivos econômicos,
sociais e ambientais precisam caminhar juntos para que país pobre e o varejo precisa estar preparado para dialogar
haja sustentabilidade. “O produto que não é economicamen- também com os consumidores que estão inseridos em outra
te viável, mesmo sendo sustentável, não realidade econômica. Cyrillo ressaltou que
vende”, afirmou Cyrillo. Ele ilustrou a afir- o trabalho de conscientização precisa ser
mação com exemplos do milho orgânico
“Trabalhar com feito em parceria com os fornecedores.
em lata, que no Wal-Mart não apresentou O Wal-Mart trabalha a sustentabili-
modelos sustentáveis
bom desempenho de vendas por ter o preço dade em metas mundiais, divididas em
muito elevado, e do cobertor feito a partir em empresas tem três grandes vertentes: clima, resíduos e
fios conseguidos com a reciclagem de gar- produtos. Para alcançar seus objetivos, a
rafas PET, que foi um sucesso de vendas, desafios. Um deles rede criou dez plataformas, sendo três para
por ter um preço acessível, apesar de ser clima (lojas e centros de distribição sus-
mais alto que o de produtos tradicionais é explicar aos tentáveis, escritórios sustentáveis e cadeia
concorrentes. logística sustentável), duas para resíduos
O executivo ressaltou que para trabalhar clientes o que é (reciclagem e embalagens sustentáveis) e
com sustentabilidade é preciso entender as duas para produtos (clube dos produtores
necessidades do planeta. Nesse sentido, uma embalagem e produtos sustentáveis). As outras três
os colaboradores do Wal-Mart assistem – neutralização de carbono, funcionários
a palestras e são estimulados a conhecer sustentável” conscientes e clientes conscientes – estão
essas necessidades e a incorporar produtos relacionadas às outras plataformas.
sustentáveis ao seu portfólio. Fábio Cyrillo Trabalhar em modelos sustentáveis tem
destacou que é necessário compreender os consumidores para desafios. Um deles é explicar aos clientes o que é uma emba-
poder equilibrar, de forma correta e ao mesmo tempo respon- lagem sustentável. Para facilitar esse trabalho, a rede adota
sável, a oferta de produtos. Ocorre que o Brasil ainda é um alguns pontos como fundamentais, entre eles que a embala-
gem seja capaz de atender aos critérios de custo e desempe- fazem a coleta nas lojas. Cyrillo ressaltou que é importante
nho do mercado; que em sua fonte, fabricação e transporte instruir a população e fornecer ferramentas para reciclar
utilize energia renovável; e que seja coletada e reciclada em o lixo, pois muitas vezes há vontade, porém não há coleta
ciclos biológicos e/ou industriais. Os fornecedores do Wal- seletiva ou postos de recebimento. O executivo afirmou
Mart têm de cumprir metas de sustentabilidade que fazem também que a tendência é a migração dos consumidores para
parte dos planos de negócios das empresas envolvidas nas os produtos considerados responsáveis, e que aí reside uma
parcerias. Outras estratégias utilizadas na união entre a rede boa oportunidade de negócio para os fornecedores. O gran-
de varejo e seus fornecedores incluem o de desafio é mostrar ao consumidor que
“innovation day” (dia de inovação) e o determinado artigo é fabricado de forma
fórum de embalagem. “O produto ‘verde’ diferenciada, sustentável e, por isso, tem
O palestrante apresentou exemplos de um preço característico.
embalagens ambiental e socialmente cor- não pode custar Cyrillo disse acreditar que o produto
retas, especificamente no setor de marcas verde não pode custar mais caro que os
próprias do Wal-Mart, onde a meta é ter
mais caro que outros: para ser sustentável, o produto
todas as embalagens sustentáveis. Fábio precisa ser economicamente viável. “Com
os outros:
Cyrillo ressaltou que o Wal-Mart adota a Procter nós conseguimos fazer o Ariel
embalagens certificadas com o selo FSC, Ecomax com selo de sustentabilidade e
para ser sustentável,
trabalha na redução do uso de materiais no o produto foi muito bem de venda. Caso
momento da produção e atua em parceria ele precisa ser tenhamos um Ariel, que é da Procter, e um
com outras empresas para a confecção de Omo, da Unilever, sendo o Ariel mais caro,
embalagens em material renovável, além economicamente o consumidor não comprará, pois ele não
de estimular a reciclagem. Ao mostrar percebe essa equação de valor. Ou entra-
produtos sustentáveis, o executivo retomou viável” mos junto com o mesmo preço do líder,
a questão das condições sociais da popula- porque ele é bom e é eficiente, ou não con-
ção, afirmando que o consumidor pretende seguimos colocar essa equação de valor.”
adquirir um produto diferenciado, porém esbarra no preço. O diretor da rede varejista também citou o exemplo da
Por isso, o posicionamento do produto é importante: o con- linha de detergentes da marca prórpria, como o Bio Wash,
sumidor precisa ter ciência do motivo de pagar um pouco que é um produto efetivamente biodegradável. “A venda é
mais por um artigo e ver a relação custo/benefício. O pales- boa, porque os consumidores das classes A e B percebem
trante comentou ainda sobre a pouca atratividade de algumas a equação real de valor e acabam comprando, mas não é
embalagens sustentáveis, frisando que, mesmo assim, elas uma explosão de vendas como a de outros produtos dessa
ocupam um lugar privilegiado nas gôndolas do Wal-Mart, categoria.”
justamente por se adequarem às normas da empresa. “No Wal-Mart costumamos dizer que um produto efeti-
Os minutos finais da apresentação foram dedicados à vamente sustentável teria que ser uma batata orgânica, em
abordagem de um tópico não menos importante: os resíduos. um saco de juta, entregue na loja a pé. Fora isso todos eles
Segundo o executivo, a rede tem parcerias com bancos de têm algum impacto. Dessa forma, precisamos colocar um
alimentos para a doação de alimentos, com empresas que produto que efetivamente impacte menos o meio ambiente”,
instalam coletores e com cooperativas de catadores, que concluiu o diretor de marcas próprias da rede.
O
diretor industrial da Bertin Higiene e Beleza,
Eduardo Vaz, iniciou sua palestra falando que o
tema sustentabilidade fazia parte de sua agenda
antes mesmo de ele ocupar a diretoria indus-
trial da empresa. Desde os anos 90 o executivo
trabalha com o conceito. Após essa introdução, o palestrante
retomou a definição de desenvolvimento sustentável, acres-
centando que isso não é um destino final e sim uma jornada.
Assim, sempre surgirão novas alternativas de produção,
novos materiais, e é importante buscar essas alternativas
para impactar menos o meio-ambiente.
Continuando sua apresentação, Eduardo Vaz abordou
algumas diretrizes da organização sueca The Natural Step. O
executivo frisou que já existem empresas no Brasil que estão
adotando os princípios da ONG, reafirmando que a preocu-
pação com a sustentabilidade vem crescendo. As diretrizes
do The Natural Step apontam para uma sociedade sustentá-
vel, onde o homem não pode explorar de forma predatória
os recursos naturais. É preciso que haja o correto tratamento Para Eduardo Vaz, diretor industrial da Bertin Higiene e Beleza, alguém
dos resíduos produzidos e cuidado para que os recursos, precisa ser responsabilizado pelos resíduos, e esse alguém é a indústria
como a água potável, não sejam contaminados. a questão posta é: como fabricar os produtos? Para responder
Após discorrer sobre esses assuntos, Vaz falou a res- a essa indagação, o diretor da Bertin apresentou dados da
peito dos pontos que motivam as empresas a repensar seus indústria norte-americana apontando que uma das soluções
modelos e apontou que a sustentabilidade é o caminho a ser é produzir os artigos reutilizando materiais
seguido pelas companhias. Além disso, e, assim, contribuir na redução das emis-
ter um comportamento ético é útil para os
“É fundamental sões. Eduardo Vaz frisou algumas razões
negócios, aumentando assim sua vantagem para investir em sustentabilidade, como a
competitiva. “O mercado é cada vez mais refletir sobre a preocupação existente por parte dos consu-
verde”, frisou o executivo. midores e cidadãos, a maior conscientiza-
Dando continuidade à apresentação, o sustentabilidade da ção das crianças, o ambientalismo, que se
executivo afirmou que “no paradigma dos tornou um movimento social, o comércio
negócios, o mais importante é a economia, companhia como internacional, cujas regras já estão abran-
enquanto a sociedade e o meio ambiente gendo também as questões ambientais, e o
(vida no planeta) ocupam lugares secun- negócio. Deve-se aumento da demanda do mercado por pro-
dários”. Contudo, é necessário que haja dutos sustentáveis. O palestrante citou que
uma quebra nesse paradigma e que o meio pensar na estratégia em breve indústria e varejo deverão firmar
ambiente seja trazido para o centro dos parcerias para que os resíduos dos produtos
negócios. O executivo expôs ainda uma da empresa inserida tenham o correto destino final, pois o trato
visão otimista, afirmando que a sociedade desses resíduos já é lei em alguns lugares.
está tomando ciência que seu modo de vida na comunidade” “A questão é a necessidade de fazer uma
não é sustentável e que deve repensar os legislação de forma global que responsabi-
caminhos adotados. lize alguém para ser o detentor daquele resí-
Partindo do princípio que existe a necessidade de mudar, duo final, e o caminho mais fácil é o fabricante. Não é possível
www.embalagemmarca.com.br EmbalagemMarca 23
}}} joão cesar rando
ESPECIAL
SUSTENTABILIDADE
Benchmarking brasileiro
Coleta de embalagens vazias de agrotóxicos no Brasil é referência mundial
A
palestra do presidente do inpEV (Instituto
Nacional de Processamento de Embalagens
Vazias), João Cesar Rando, foi iniciada com
um breve histórico sobre como, no início da
década de 90, um projeto prático contribuiu
para a construção de uma legislação – que divide a responsa-
bilidade entre todos os elos da cadeia – para os resíduos pós-
consumo de embalagens de agrotóxicos. No início da década
de 2000 uma lei especificou quais atribuições seriam do
agricultor, do canal de distribuição, da indústria e do poder
público. Nesse contexto nasceu o inpEV, que, nas palavras
de João César Rando, é um instituto “que visa representar o
fabricante dentro das responsabilidades que a lei estabelece”.
Paralelamente, a lei foi vista como uma oportunidade para
ser desenvolvido um sistema que fosse referência na questão.
Além de garantir a correta destinação das embalagens vazias,
a entidade sem fins lucrativos estimula a educação e cons-
ciência de proteção ambiental e apóia o desenvolvimento
tecnológico dos invólucros do setor. Presidente do inpEV, João Cesar Rando, acredita que educação de toda a
cadeia é um passo importante para a implantação de projetos sustentáveis
Prosseguindo com a apresentação, o executivo apontou
que a cadeia está unida e divulgou que seus associados os integrantes da cadeia um objetivo comum: fazer a gestão
são responsáveis pelo recolhimento de 95% do volume de ambiental das embalagens.
embalagens comercializadas. Desde 2002, quando o instituto Abordando a responsabilidade do fabricante, João Cesar
começou a operar, já foram investidos no Rando explicou a logística reversa, a rotei-
sistema cerca de R$ 265 milhões. rização do caminhão para que o mesmo
As responsabilidades e os custos são “Foi possível veículo que leva o produto cheio passe, em
compartilhados, de modo que, atender à seu trajeto de volta, nos postos de coleta
legislação faz parte do custo do negócio. estabelecer entre e traga as embalagens vazias já compac-
O inpEV investe cerca de 0,3% do fatura- tadas. No processo o agricultor devolve
mento para que o sistema de recolhimento todos os integrantes as embalagens limpas em um posto ou
de embalagens vazias funcione. Dos cus- central de recebimento. Posteriormente, as
tos do processo, aproximadamente 75%
da cadeia um embalagens são recolhidas e seguem para
são cobertos pelos fabricantes, 15% pelas incineração ou reciclagem.
cooperativas e distribuidores e 10% pelos
objetivo comum:
A exposição de um gráfico mostrou a
agricultores, que lavam e devolvem as evolução do volume de embalagens que che-
fazer a gestão
embalagens. garam ao destino final (reciclagem ou incine-
A infra-estrutura para o funcionamento ambiental ração) entre 2002 e 2006, e percebeu-se que
do sistema conta com cerca de 375 unida- houve um crescimento. São coletados 95%
des de recebimento, distribuídas em todos das embalagens” do volume de embalagens primárias (que
os estados do país. Outra frente de atuação entram em contato direto com o produto) e
é o apoio à formação de associações de 80% do volume total (que inclui os invólu-
revendedores são mais de 2500 revendedores, cooperativas cros secundários). O controle do sistema é feito através de um
e distribuidores. Dessa forma, foi possível estabelecer entre acompanhamento mensal nas unidades ou estados.
Além do desafio de retirar o material, há a questão do Um outro programa de educação criado foi o “Dia Nacio-
destino deles. O palestrante explicou que, no começo, havia nal do Campo Limpo”, no qual a comunidade local visita as
uma recicladora pequena, mas, em virtude do aumento do unidades de recebimento. O programa está evoluindo para
volume do trabalho, foram efetivadas parcerias que origi- uma “Semana Nacional” e abrangendo também as escolas,
naram uma rede de recicladoras para manter o sistema em com a visita de crianças às unidades.
funcionamento. Rando ressaltou que todo o processo é ras- O palestrante encerrou a questão educacional e retomou
treado, de modo que o inpEV acompanha o assunto do benchmark, mostrando como
a embalagem desde a sua origem até o “É fundamental que funcionam as iniciativas internacionais.
destino final. Durante o processo é fun- Nos Estados Unidos há um programa que
damental que haja a colaboração de todos haja a colaboração não está muito estruturado, mas recebe
os elos da cadeia, por isso as embalagens as embalagens vazias. No Canadá há um
também são utilizadas como ferramenta de de todos os elos da espaço para o depósito das embalagens,
divulgação do projeto, carregando um selo mas não há inspeção e só determinados
cadeia, por isso as
com a inscrição “Lave-me e devolva-me”. tipos de embalagens são recolhidos. João
A partir da reciclagem desses invólucros embalagens também Cesar Rando apresentou números que com-
podem ser feitos diversos materiais, como provam que o Brasil recolhe mais emba-
artigos voltados para a construção civil, são utilizadas como lagens usadas que todo o resto do mundo
sacos para lixo hospitalar, cruzetas para junto. A eficiência do sistema brasileiro
postes, entre outros. No futuro o instituto ferramenta de foi mostrada também na questão de custos,
espera transformar o material reciclado em onde se percebe que o projeto é o que tem
embalagens para a indústria, experiência já
divulgação os menores custos quando comparado às
feita com as tampas. do projeto” alternativas mundiais.
O presidente do inpEV abordou a edu- Abordando especificamente a sustenta-
cação, fundamental para a conscientiza- bilidade, o presidente do Instituto Nacional
ção dos agricultores a respeito da importância da gestão de Processamento de Embalagens Vazias falou sobre um
dos resíduos. Durante três anos o inpEV desenvolveu uma estudo profundo, um balanço da eco-eficiência que resultou,
campanha com um personagem, Olímpio, para transmitir segundo dados de 2006, em efeitos positivos no eixo do
mensagens claras e simples aos agricultores. De acordo com impacto ambiental. Bons resultados também foram regis-
pesquisas feitas pelo instituto, mais de 90% dos agricultores trados no eixo do impacto de custo. Uma análise do estudo
fazem a lavagem no momento correto e 95% devolvem as apontou que, em 2006, o trabalho do sistema contribuiu
embalagens, conhecem a lei e a avaliam como positiva. “É consideravelmente na redução das emissões de carbono. O
claro que o fator lei é um ponto que ajuda bastante, mas não balanço social, que também faz parte da sustentabilidade,
é o determinante. Temos muitas leis no país que funcionam de estava em andamento e, por essa razão, não foi citado.
acordo com o nível de esforço que se faz para que funciona- “Queremos ter um sistema auto-sustentável em todas as suas
rem. Acredito que a lei é um ponto importante, mas eu citaria fases”, assinalou o palestrante. João Cesar Rando finalizou a
também outros condicionadores, como o comprometimento apresentação dizendo que o inpEV busca a sustentabilidade
da cadeia. Se ela não quisesse fazer acredito que seria difícil completa do sistema e pretende produzir novas embalagens
implantar o projeto.” para a indústria a partir de material reciclado.
O
designer britânico Martin Bunce iniciou sua
apresentação com uma breve exposição sobre
a TinHorse, pequena consultoria britânica de
design que conquistou a conta de importantes
companhias, como a Unilever. A empresa, desde
o início de suas atividades, está atenta à questão da sustenta-
bilidade e busca um contínuo aprimoramento para lidar com a
questão. Segundo Bunce, sua empresa é um exemplo de que é
possível empresas pequenas atenderem outras muito maiores,
mas que chamar a atenção delas para assuntos complicados
como a sustentabilidade é uma tarefa mais árdua. Contudo,
o esforço precisa ser feito. “Nós podemos fazer muito mais”,
sentencia o designer.
Bunce apontou que a sustentabilidade é um tema muito
importante, e que se preocupa quando as empresas indagam se
os consumidores estão realmente interessados com as iniciati-
vas sustentáveis das corporações, e também se estão dispostos a
pagar mais por um produto sustentável. Para o designer inglês,
o assunto não deveria depender das preferências do consumi- Para o designer britânico Martin Bunce, ações de sustentabilidade
deveriam levar em conta a própria existência das companhias
dor, e o que se deveria levar em conta é a própria existência das
empresas e do planeta. “Caso continuemos a consumir com os tivas, que muitas vezes ainda são desconhecidas pelos executi-
mesmos padrões, se não fizermos nada, esgotaremos os recur- vos que passam o briefing de novos desenvolvimentos. Cabe,
sos em quinze anos”, afirmou, ressaltando então, ao designer o papel de instigador,
que não há tempo a perder e que as iniciativas perguntando “como agir” ou “o que fazer”
devem partir das companhias. “Caso continuemos a em relação ao tema da sustentabilidade, de
Para ilustrar o ponto acima, Bunce mos- forma que os clientes precisem buscar nos
trou uma análise dos projetos desenvolvidos
consumir manuais empresarias a forma indicada de
pela TinHorse em 2006 e 2007. O britânico tratar o assunto.
constatou que a sustentabilidade não era con-
com os mesmo Um problema que se enfrenta hoje é o que
templada nos brienfings passados pelos clien- se chama de “fadiga verde”, que, em outras
padrões, se não
tes, com questões como expansão de marcas, palavras, reflete um estado de descrença por
ampliação de participação de mercado e fizermos nada, parte dos consumidores com relação à real
inovação dominando as pautas. Quando a eficácia das ações voltadas à sustentabilida-
sustentabilidade era posta em debate, os exe- esgotaremos os de. De acordo com Bunce, informações nega-
cutivos diziam que a área de supply chain se tivas sobre o assunto – como a de que o Reino
responsabilizaria pelo assunto. Dessa forma, recursos em Unido “exporta” lixo para a Índia, revelada
o pensamento sustentável não era construído pelo noticiário britânico – acabam gerando
desde o princípio. quinze anos” um grande descrédito entre os consumidores
O palestrante lembrou que as apresen- – que, no Reino Unido, são penalizados até
tações anteriores destacaram os três pilares criminalmente quando não separam adequa-
da sustentabilidade – econômico, social e ambiental – e que os damente seus lixos.
designers têm um papel importante nesse processo. Segundo Abordando as medidas usadas para verificar o quanto um
Bunce, as empresas estão consolidando suas diretrizes corpora- processo afeta o ambiente, o palestrante citou a Análise de
Ciclo de Vida (ACV), que consiste em um amplo estudo desde compravam sacos de lixo, consumindo muito mais plástico.
a concepção do produto até o seu final. “Antes de a embalagem Dentro da linha de olhar, acima de tudo, como os consumi-
entrar no mercado é feita a ACV, comparando a nova embala- dores usam os produtos, Martin Bunce abraçou a tese de que
gem com o benchmark daquela categoria. Se não se consegue muito pode ser feito na direção da eliminação de desperdícios
nenhuma melhoria, volta-se para a prancheta”, disse. com uma correta concepção das embalagens.
Durante sua apresentação o designer classificou a susten- O palestrante usou, entre outros exemplos, os pacotes de
tabilidade como um “problema difícil”. Segundo ele, esse tipo macarrão. Segundo Bunce, quando cozinha uma quantidade
de questão costuma não ser entendido até errada do produto, o consumidor está des-
que uma solução seja desenvolvida, e precisa perdiçando energia com a fervura de água
ser trabalhada de maneira ininterrupta. Além “Enquanto um em excesso, e gerando lixo quando descarta
disso, é preciso ter em mente que não há o macarrão que sobra. Se a embalagem fosse
solução certa ou errada, pois todo problema material culpa o usada para ajudar a preparar a quantidade
é único e novo. correta, talvez consumisse mais material,
Outro ponto abordado foi que há uma outro, há inúmeras mas a eliminação dos desperdícios traria
“guerra” contraprodutiva entre os materiais de menor impacto ambiental. Para o designer,
embalagem, pois enquanto um fica culpando
atividades conômicas muitas vezes as soluções estão nas coisas
o outro, há inúmeras atividades econômicas simples.
que são muito mais prejudiciais ao ambiente,
prejudiciais ao Bunce alertou, contudo, para o fato de
e a embalagem acaba ficando no foco. que é preciso se tomar cuidado com as
ambiente, mas a
Para Martin Bunce, a busca por ativida- decisões comunicadas ao mercado como
des mais sustentáveis esbarra ainda em um embalagem acaba sendo sustentáveis, pois erros podem gerar
outro problema, que é o fato de as pessoas uma reação adversa por parte do consumi-
se engajarem em algo porque se influenciam ficando no foco” dor. Para exemplificar, Bunce citou a Inno-
por manchetes chamativas. Ele usou o exem- cent, marca de bebidas “amada pelos britâ-
plo das sacolas plásticas distribuídas na boca nicos”. A empresa adotou o uso de garrafas
do caixa de supermercados, que são muito criticadas. Mas, com plásticos biodegradáveis para seus sucos, o que ganhou
segundo o designer, as pessoas se esquecem que essas sacolas a mídia rapidamente. Porém, a idéia difundida inicialmente,
os ajudam a levar os produtos para casa, e ainda podem ter usos de que as garrafas se degradariam facilmente, passou a ser
alternativos, como fazer as vezes de sacos de lixo. duramente contestada, já que os plásticos biodegradáveis
Para o designer, o importante é pensar em como os consumi- não se degradam se não encontrarem condições apropriadas
dores utilizam os produtos que compram, pois eles são criativos para isso. A empresa foi obrigada a voltar atrás e adotar outro
e têm grande capacidade para reinventar as coisas, como ocorre tipo de embalagem.
com as sacolas plásticas. A experiência feita no Reino Unido Em suas considerações finais, Bunce levantou um ponto
para estimular, no varejo, o uso de sacolas plásticas retornáveis importante. Para ele, há um certo paradoxo na questão do
acabou tendo o efeito contrário do que se esperava. Os consu- consumo, pois as pessoas mais esclarecidas são, em geral, as
midores passaram a comprar essas sacolas, mas se esqueciam com maior poder de compra, e estão pouco dispostas a abrir
de levá-las de volta na próxima compra, e acabavam compran- mão “do melhor que o dinheiro pode comprar” – bens e ser-
do outras. No final, usavam-nas como as descartáveis, e ainda viços que não necessariamente são os mais sustentáveis.
L
uciana Villa Nova, gerente de desenvolvimento
de embalagem da Natura, iniciou sua palestra
falando um pouco sobre a história da Natura,
empresa nacional que se estruturou no segmen-
to de venda direta entre os anos de 1969 e 1974,
e com dados atuais, como a receita bruta consolidada e o
número de consultoras – mais de 700 mil.
Após a exposição dos números, Luciana fez uma expo-
sição da filosofia da Natura e esclareceu que o bem estar
pregado só existe quando os indivíduos estão bem consigo
mesmos e com os outros. A executiva frisou que por “outros”
são entendidos a sociedade e o meio ambiente. Nesse senti-
do, as políticas organizacionais são norteadas por esse prin-
cípio de bem estar. Além disso, é preciso que o compromisso
com a sustentabilidade esteja presente nos produtos, ainda
que estes sejam cosméticos, que trabalham fortemente com
a estética. Segundo a palestrante, a Natura busca incorporar
os aspectos sociais e ambientais em toda a cadeia produtiva,
evitando e/ou compensando os impactos ambientais causa- Luciana Villa Nova, gerente de desenvolvimento de embalagem da Natura:
design deve levar em conta a funcionalidade e a escolha dos materiais
dos. Outro ponto abordado foi a importância do desenvol-
vimento de itens que tragam um impacto positivo tanto no de formas sustentáveis de exploração, uso de fontes reno-
setor social quanto no ambiental. váveis e utilização de recursos naturais buscando manter
Segundo Luciana, um dos desafios da Natura é aliar ino- o equilíbrio. O aspecto social é garantido pela educação e
vação e sustentabilidade. A empresa tem pela valorização das formas de trabalho
um índice de inovação, que mede o quanto que integram a cadeia. Finalizando a tríade
os lançamentos representam na receita “O ecodesign vem o âmbito econômico, com a intenção
bruta da companhia. Atualmente, 60% da da empresa de atender aos critérios de
receita bruta vêm dos produtos apresen- das embalagens desempenho e custos do produto. Luciana
tados ao mercado nos últimos dois anos. ressaltou que tudo isso precisa ser feito
A gerente afirmou que a empresa trabalha deve contemplar, dentro de um conceito estético da embala-
em duas grandes frentes: formulações, em gem, visto que a empresa atua no setor de
que é buscada a utilização de componentes além da redução cosméticos.
de origem vegetal, e ecodesign de embala- Em virtude dessa exigência, o design
gem/eco-sócio-design de embalagem, ou dos impactos de embalagem é muito importante para
seja, as embalagens como fator de educa- empresa, levando em conta a funcionalida-
ção para o consumidor. Luciana Villa Nova
ambientais, a de e a escolha dos materiais. Ao falar em
reforçou que a sustentabilidade precisa ser embalagens sustentáveis, Luciana fez um
trabalhada nos aspectos sociais, ambien-
questão da redução
paralelo entre os ciclos de vida da natureza,
tais e econômicos. Assim, o ecodesign nos quais tudo que é criado é reutilizado, e
dos custos”
das embalagens deve contemplar, além da o ciclo de vida das embalagens. “O ecode-
redução dos impactos ambientais, a questão sign precisa pensar em como fazer e quais
dos custos, que não devem ser repassados ao consumidor. materiais escolher para que, ao final do ciclo, o material
A questão ambiental é trabalhada na Natura pela busca possa ser reutilizado”, ressaltou. Os indicadores que ajudam
a verificar a implementação de diretrizes como a reutilização, vida de um lançamento, sempre com o objetivo de reduzir
a reciclagem e a redução são a análise do ciclo de vida da ou evitar os impactos no meio ambiente. Para ilustrar, foi
embalagem e a avaliação das emissões de carbono neutro. falado sobre o produto Chronos, que utilizando um sistema
Luciana mostrou alguns exemplos da Natura, como a de refilagem pela parte de baixo do pote, ao invés de fazê-lo
refilagem. Os refis foram lançados pela Natura em 1983. Na por cima, conseguiu reduzir em 10% o impacto ambiental.
análise do ciclo de vida foi constatado que os refis reduzem Além do ciclo de vida, que é um dado quantitativo, há o
em 50% o impacto no meio ambiente. Números mais expres- qualitativo, que é carbono neutro. Nesse aspecto a empresa
sivos de redução de material nas embalagens, por exemplo, enfoca na redução das emissões de carbono, compensando
foram conseguidos com os refis de maqui- – através da compra de créditos de carbo-
lagem. Posteriormente o refil foi estendido no – somente aquilo que não foi possível
a outras categorias, e hoje é responsável “O desafio da diminuir. Nos próximos cinco anos a Natu-
por mais de 20% dos itens vendidos pela ra espera reduzir em 33% a emissão de car-
Natura. Luciana conta que há também um Natura é trabalhar bono de seu ciclo de produção e, para isso,
trabalho forte de educação junto às reven- trabalhará no desenvolvimento de novas
dedoras para que haja um incentivo à venda com embalagens embalagens, na busca de matérias-primas
do refil, não por só uma questão financeira, de origem vegetal, melhoria de matriz ener-
mas também porque será bom para o meio de PET gética, entre outros. Luciana Villa Nova
ambiente. mostrou que, dos 33% que a empresa pre-
A executiva também dedicou alguns 100% reciclado. tende reduzir, 50% estão dentro da área de
minutos às embalagens recicladas, especi- embalagens, de modo que há um desafio no
ficamente o PET. A empresa efetuou um Hoje esse desenvolvimento de novos materiais para
trabalho com alguns fornecedores para que atingir a meta da empresa.
pudesse implantar em suas embalagens o
número está Luciana finalizou sua apresentação falan-
uso de 30% de PET reciclado. Além disso, do sobre o indicador usado para dialogar
em 30%”
era importante que houvesse uma integra- com o consumidor. Frisando os três concei-
ção na cadeia social, ou seja, que esse PET tos envolvidos nas embalagens – social, via
não fosse proveniente de lixões, coletas feitas por crianças inclusão pelas cadeias de reciclagem, de educação e de mobi-
ou com trabalho irregular ou semi-escravo. “Houve um desa- lização – ela apontou para a inserção de uma “tabela ambien-
fio técnico e social”, lembrou Luciana. A executiva explicou tal” na rotulagem dos produtos Natura, em que são mostradas
que, em virtude da preocupação com o social, a Natura traba- a quantidade de material reciclado utilizado, a porcentagem
lha com cooperativas de reciclagem. Foi apontado também o daquela embalagem que pode ser reciclável e o número de
desafio da empresa, que é chegar a 100% de PET reciclado, refilagens recomendado. Assim, há um esforço para que o
seguindo o modelo europeu, que está bem próximo disso. consumidor também contribua na preservação ambiental.
Luciana mostrou quais indicadores são usados pela “Temos um programa de logística reversa, pelo qual mobiliza-
empresa para medir os resultados dessas ações, entre eles a mos nossa consultora para que ela seja um agente de mudança
análise do ciclo de vida, metodologia que considera toda a na coleta seletiva. No momento em que a transportadora entre-
cadeia produtiva, desde a matéria-prima até a transformação ga a caixa dela, é devolvida uma outra caixa com uma série de
em resíduo. Ela explicou como a Natura analisa o ciclo de embalagens vazias dela ou das consumidoras próximas.”
A
avaliação dos dois Seminários Estratégicos pro- administrativa e produtiva deve ser buscado mais intensamente
movidos por EmbalagemMarca, registrada em do que em tempos normais. Esse, acredita a Bloco de Comuni-
fichas, bem como a opinião expressa em viva cação, será um poderoso instrumento para que o setor envolvido
voz por inúmeros participantes, indicam que o com embalagem no Brasil não só atravesse a turbulência, mas
Ciclo de Conhecimento está no caminho certo e saia dela fortalecido e mais competitivo.
já se consolidou como uma iniciativa diferenciada na ação de Na arquitetura dos eventos futuros, a equipe tem se valido
transformar informação em conhecimento. Assim, para 2009, já das sugestões oferecidas pelos participantes dos seminários. O
têm data e local reservados dois eventos: um sobre inovação na principal diferencial por eles apontado é o de que os eventos
área de embalagem e outro intitulado Tendências e Perspectivas deixam claro terem sido fruto de planejamento. Ou, como
para 2010 (veja quadro). sintetizou um profissional que participou das duas oportu-
Esses dois seminários, dentre outros que estão sendo nidades, “têm começo, meio e fim”. Essa virtude elementar
organizados no âmbito do Ciclo de Conhecimento, integrarão estará presente nos próximos passos do Ciclo. Naturalmente,
uma série de iniciativas que a Bloco de Comunicação vem as críticas apresentadas foram, como desde o início das ati-
preparando para comemorar os dez anos de lançamento de vidades da Bloco de Comunicação, recebidas com gratidão,
EmbalagemMarca, que ocorre em junho de 2009. Serão ativi- por contribuirem para a missão de transformar informação em
dades e produtos voltados para a ampliação do conhecimento conhecimento.
relacionado à cadeia produtiva de embalagem e, portanto, a seu A disponíbilização do conteúdo das apresentações e dos
fortalecimento. debates dos eventos, no site www.ciclodeconhecimento.com.br,
Do ponto de vista da equipe da empresa, esforços nesse sen- foi apontada como outro serviço que distingue os Seminários
tido se fazem especialmente necessários num momento de crise Estratégicos. Eles não terminam em si, e seu material de apoio
como o atual. O entendimento é de que a ampliação do conheci- não se limita à entrega de cópias das apresentações feitas em
mento especializado e o aprimoramento da capacidade criativa, PowerPoint, como é habitual (e quando ocorre).
Coleta na fonte
Pão de Açúcar incentiva o descarte
de embalagens já nas saídas dos caixas
P
elas mãos do grupo sendo posteriormente estendidos
varejista Pão de a seis lojas do Rio de Janeiro e
Açúcar, o descarte à chamada “loja verde” da rede,
pré-consumo acena em Indaiatuba (SP) – unidade-
ao avanço da reci- modelo toda construída e operada
clagem de embalagens no Bra- sob princípios de sustentabilidade.
sil. Funciona da seguinte manei- Em outubro, a ação chegou a seis
ra: cestos de coleta situados nas lojas de Curitiba, e no início de
bocas dos caixas incentivam novembro eram previstas implan-
consumidores a descartar embala- tações em outras três lojas paulis-
gens secundárias de papel, pape- tanas do Grupo. Até o fechamento
lão ondulado e plástico ao invés desta edição, o programa havia
de levá-las para casa. Exemplos arrecadado cerca de 32 000 itens.
de alvos do projeto, batizado de “É uma solução simples, e de fácil
Caixa Verde, são os cartuchos de aplicação pelos nossos clientes,
cremes dentais, as luvas carto- que minimiza no meio ambiente
nadas dos potes de sorvete e os os impactos do consumo”, diz
filmes plásticos empregados em Paulo Pompilio, diretor de Res-
multipacks de bebidas. ponsabilidade Socioambiental do
Os Caixas Verdes estrearam Pão de Açúcar.
em janeiro deste ano numa loja Conforme explica o grupo
do Pão de Açúcar em São Paulo, varejista, a idéia dos Caixas Ver-
des é de pesquisadores do Mes-
trado em Gestão Ambiental da
Universidade Positivo, em Curi-
tiba. Ações similares, porém, já
são vistas na Europa há algum
tempo. De acordo com o Pão
de Açúcar, as ações em prol do
descarte pré-consumo não afeta-
rão os investimentos em coleta
de embalagens pós-consumo.
Nesse quesito, a rede já
contabiliza mais de 100
postos de coleta seleti-
va, mantidos em par-
ceria com a Unile-
ver. (GK)
FO
Cestos incentivam
tO
o descarte de
:d
ivu
embalagens
Lg
Finalmente um fim
FOtO: divuLgAçãO
Deputado Arnaldo
Jardim, coordenador
do projeto da Política
Nacional de Resíduos
Sólidos, adianta,
entre outros pontos
controversos, como
será tratada a questão
da responsabilidade
pela destinação das
embalagens e demais
rejeitos não-orgânicos
O
Brasil registra bons – em processo de plasma, num projeto da federal Arnaldo Jardim (PPS-SP), líder
alguns casos, invejáveis Tetra Pak. do Grupo de Trabalho que discute a
– índices de coleta e Essa performance se dá de forma não formatação da PNRS, adianta pontos
reciclagem de resíduos orgânica. Não existe uma política importantes dessa diretiva que, final-
sólidos, com destaque, nacional de administração do que a mente, poderá apontar um fim para os
no casos de embalagens, para latas de sociedade descarta, com destaque para resíduos.
alumínio e recipientes descartados de as embalagens. O tema rola – quando
defensivos agrícolas. O desempenho rola – em discussões inconclusivas Segundo notícias recentes, a Política
do país em termos de recuperação de no Congresso Nacional desde 1991, Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
alguns materiais, para produção de em torno de um projeto de Política poderia ser colocada em votação até
novos recipientes, para transformação Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). o fim deste ano. Há chance de isso
em outro tipo de produtos ou para Agora que o projeto alcançou sua ocorrer?
aproveitamento energético, é expres- maioridade e sob crescente pressão da Faz dezessete anos que o Congresso
sivo no caso do vidro, das celulósicas, sociedade, parece ter sido alcançada tenta votar uma Política Nacional de
do PET e de outros plásticos. O Brasil também a maturidade que poderá levar Resíduos Sólidos. Entretanto, acredito
é pioneiro mesmo na reciclagem de a diretiva geral a ser finalmente san- que desta vez estamos caminhando no
embalagens cartonadas assépticas pelo cionada. Nesta entrevista, o deputado rumo certo. Essa certeza decorre de um
Outro ponto polêmico diz respeito a as responsabilidades O valor das latinhas de alumínio con-
investimentos que a PNRS poderá acar- tribui fortemente para o êxito de sua
retar ao setor produtivo. O efeito natu- pela geração e pela logística reversa. No entanto, setores
ral não será o de repassar esses custos cujas embalagens não têm tanto valor
aos consumidores?
destinação. Todavia, como sucata, como o de defensivos
A PNRS tem por objetivo proporcionar agrícolas, criaram programas bem-
um novo cenário em que o setor empre-
não podemos admitir sucedidos de destinação de resíduos
sarial busque adotar práticas ecoeficien- pós-consumo. O senhor acha que falta
que lave as mãos”
tes de produção e de prestação de servi- pró-atividade de outros segmentos pro-
ços, utilizando menos recursos naturais dutivos?
e gerando menos resíduos, ao mesmo tempo A reciclagem é preceito fundamental e terá
em que produz mais. Por isso, a legislação vai destaque na PNRS em vários aspectos, pois
estimular a inovação tecnológica, a busca de o Brasil, em alguns setores, já usufrui de uma
sistemas de produção mais limpos e estimular realidade comparável a de países desenvolvi-
a ampliação do ciclo de vida dos produtos. Não dos, como é o caso das latinhas de alumínio.
acredito que o efeito natural será repassar esses Entretanto, a reciclagem não é o meio, mas sim
custos aos consumidores. Dentro do princípio o fim. Ou seja, temos o desafio de estruturar
da responsabilidade compartilhada, o governo e ampliar o percentual de coleta seletiva, pre-
e o legislativo deverão estabelecer mecanismos cisamos dispor de novas tecnologias, investir
de estímulo, assim como o setor produtivo deve na capacitação de cooperativas de catadores
investir na ecoeficiência. e “valorar” outros tipos de resíduos. Neste
sentido, o Grupo de Trabalho realizou audi-
No passado, embalagens retornáveis já foram ência pública justamente sobre a construção
utilizadas em grande escala por setores como de um modelo viável, a partir de instrumentos
o de bebidas. Hoje, produtores e varejistas econômicos e tributários, que fomentem pro-
METÁLICAS
Injeção de fôlego
Em um ano, Latapack-Ball abrirá fábrica de latinhas no Rio
Garrafa, para
500 mililitros
de água, pesa
Batendo recordes de expedi- de produção e output anual de
só 6,6 gramas ção ano após ano, o setor de 3,5 bilhões de latas/ano. O res-
latas de alumínio para bebidas tante do capital será aplicado
PET ganhará mais fôlego em 2009. em ampliações da fábrica de
44%
Para evitar colapso estrutural durante a distribuição, uma das vendas de cafés no varejo brasilei-
pequena quantidade de nitrogênio líquido é introduzida ro ocorrem em flexíveis com vácuo, as
na embalagem. A substância transforma-se em gás após embalagens mais populares da categoria.
o fechamento da garrafa, criando uma pressão interna Pacotes e almofadas vêm em segundo
que estabiliza e fortifica o recipiente. No gargalo, um novo lugar (31%), seguidos pelos potes de vidro (9%). Os números cons-
tipo de proteção de bocal, desenvolvido em conjunto
FOnte: QuALibest
CELULÓSICAS
fotos: divulgação
proporcionará uma plataforma para
expansão”, declara Paulo Tilkian, pre- Caixas poderão mitigar perdas
sidente da Rigesa. de hortifrútis na terra de Gandhi
DESIGN
Raio ampliado
Compra da American Color leva ProDesign a São Paulo
Alô, consumidor!
Uso de amostras ganha importância para gerar experimentação de novos produtos
Por Guilherme Kamio
P
ara lançar suas pastilhas Valda de amostras. Para ela, a oferta de pequenas por-
Friends, há pouco mais de dois ções para testes tem relevância especial no mer-
anos, o laboratório fluminense cado doméstico, porque o brasileiro, ao contrário
Canonne investiu numa grande dos argentinos e europeus, por exemplo, não tem
ação de sampling. Amostras grá- o costume de comprar embalagens de pequeno
tis, acondicionadas em pequenos sachês, foram volume. “Isso gera um maior grau de frustração
distribuídas em atacados, supermercados, farmá- caso o produto não atenda plenamente às expec-
cias, danceterias e até em aviões. A ação foi vital tativas do comprador”, entende Andréia.
para o sucesso do produto, hoje o segundo mais
Encartados e diferenciados
Como possibilidades para sofisticar os planos
de lançamento de produtos – hoje rotulados na
indústria, em muitos casos, pela perorada defini-
ção de “marketing de ativação” – a Mappel e a
Grand Pack apostam nos sachês para encarte em
revistas, dotados de estruturas especiais capazes
de resistir, na distribuição, a pressões maiores
que 1 tonelada; nos sachês acoplados a cartelas,
Miniaturização crescente
A miniaturização de embalagens “reais” dos pro-
dutos também cresce como tática para destacar
lançamentos de produtos. Atualmente, a Unile-
ver encampa uma campanha de fôlego centrada
na amostragem de 3 milhões de minifrascos de
seus novos sabonetes em creme Dove Cream Oil
Estojos em evidência
Packs de papel cartão popularizam-se como veículos de amostragem
O varejo, especialmente os hipermerca- entende Marlo Germer, diretor da Gráfica
dos, tem sido invadido por packs espe- 43. O empresário destaca que os estojos
ciais com ações de amostragem. Tais vêm sendo crescentemente utilizados
ações, em grande parte escorada em não apenas para ações de produtos da
cartuchos de papel cartão com janelas, mesma marca ou fabricante. Um exemplo
têm feito a festa de gráficas como 43, é o do pack promocional, feito pela 43,
Emibra e Nilpel. “Além de concatenar para caldos da Knorr (Unilever): ele ofere-
ações de amostragem, o uso de estojos ce gratuitamente um novo item da fabri-
é uma maneira de ganhar destaque nas cante de grãos Camil, um pacote de 500
populosas gôndolas dos supermercados”, gramas de feijão preto. Knorr com amostra de feijão
Camil: união de empresas distintas
Vôo nacional
Skyy, a vodca da garrafa azul, é agora fabricada no Brasil
F
ã de vodca, o inventor explica Grigoleto.
americano Maurice Kan- Outra adaptação diz respeito à ter-
bar resolveu formular, no minação da garrafa. O gargalo foi leve-
início dos anos 90, uma mente alterado para garantir o encaixe
versão da bebida isenta de uma tampa produzida localmente.
ao máximo de impurezas de fermenta- “Trata-se de um modelo de tampa con-
ção, de modo a minimizar a chance de vencional, mas que recebeu modifica-
ressacas. Sua criação, a Skyy, tornou-se ções no molde para perder o aspecto
célebre. Não só pela qualidade, mas brilhoso e ficar com uma textura super-
também pela embalagem: uma garrafa ficial fosca”, detalha Antônio Alberto
inortodoxa para vodca, com vidro todo Gomes, gerente de vendas da Plastamp,
pigmentado num azul-cobalto inspirado fornecedora do sistema de vedação.
no céu de São Francisco. A Skyy, agora,
prepara um vôo alto no Brasil, partindo Escoamento
de Sorocaba, no interior paulista. Fica Com a nacionalização, a Campari pre-
ali a fábrica do Gruppo Campari encar- tende interromper a importação da Skyy
regada da nacionalização da bebida, americana ao mercado nacional. “A
segundo receita e apresentação fiéis à empresa possui um potencial de distri-
original americana. buição bastante grande, e a fabricação
“A vodca é a mesma, mas a emba- nacional em larga escala nos permitirá
lagem, embora utilize o desenho técni- explorar canais de vendas que antes não
co lá de fora, sofreu pequenos ajustes podíamos com a Skyy importada”, afir-
na ‘tropicalização’”, comenta Alexan- ma Luciana Moreno, gerente de comu-
dre Grigoleto, gerente de marketing da nicação da Campari brasileira. Um dos
Campari do Brasil. A garrafa é produ- projetos da empresa é o de popularizar
zida pela vidraria Owens-Illinois do em restaurantes, bares e casas noturnas o
Brasil no mesmo tom azulado da emba- preparo de caipiroska com o produto – a
lagem americana, mas tem capacidade chamada “Skyypirinha”. “Como a Skyy
para 980 mililitros. Nos Estados Unidos, competirá na mesma faixa de preço das
Skyy é comercializada em garrafas de principais marcas de vodca nacional, a
750 mililitros e de 1 litro. “A diferen- embalagem, sofisticada, poderá impul-
ciação de volume facilitará a distinção sionar vendas e fidelizar público”, con-
entre as versões brasileira e americana”, fia Grigoleto. (GK)
O
forte calor não tem sido um empecilho
para o varejo de sopas no Brasil. Há
alguns anos esse mercado se desenvolve
em níveis espetaculares, tendo fechado
2007, por exemplo, com crescimento de
35% – movimentando cerca de 300 milhões de reais.
O boom se deve em grande parte às embalagens para
consumo individual, responsáveis pelo sucesso de sopas
semiprontas em pó como Vono (Ajinomoto) e Qualimax
(Liotécnica). Empresas, agora, começam a apostar em
sopas single serve prontas. Em julho, a Swift lançou
produtos desse tipo em stand-up pouches com pequenas
porções. A mais recente novidade nessa área é a primeira
linha de sopas prontas do Brasil acondicionada em emba-
lagem cartonada asséptica.
Trata-se de uma aposta da Priko, companhia paulista
que debutou neste ano no mercado. Cremes de ervilhas,
de cebolas e de legumes da empresa são acondicionados
em caixinhas longa vida Tetra Prisma de 200 mililitros,
da Tetra Pak. “O produto, inédito no Brasil, segue uma
tendência mundial que conseguiu atrair consumidores em
outros países”, diz Cláudio Hebling, presidente da Priko.
A meta da empresa, ambiciosa, é conquistar 10% do mer-
cado de sopas individuais no primeiro ano de atuação.
A Priko não pretende disputar preço com as sopas em
pó. “Nosso produto tem maior valor agregado e custará
o dobro dos produtos disponíveis no mercado”, afirma
Hebling. De acordo com ele, a Priko buscará ampliar
seu portfólio já no início de 2009, com novas versões de
sopas, e estrear em novas categorias de alimentos e de
bebidas um ano depois. (FP)
Tetra Pak
(11) 5501-3200 Sopa em caixinha,
www.tetrapak.com.br segundo a Priko, “é
tendência mundial”
www.embalagemmarca.com.br
PaIneL GRÁFICO }}} MERCADO DE CONVERSÃO E IMPRESSÃO DE RÓTULOS E EMBALAGENS
Edição:
Edição:Guilherme
Leandro Haberli
Kamio
O Graphia – Graphic Arts Industry ção e divulgação do setor gráfico bra- com 19 países das Américas, Caribe,
Alliance – grupo de exportação de sileiro no exterior. Europa e Ásia. O grupo já viabilizou a
produtos e serviços gráficos consti- O grupo iniciou suas atividades em inserção de mais de oitenta empresas
tuído pela Associação Brasileira da 2003 e acumula vendas ao exterior, no mercado internacional e também
Indústria Gráfica (Abigraf) – renovou o nos seus três segmentos de atuação participou de 68 missões comerciais
contrato de promoção comercial com (embalagem, papelaria e editorial- internacionais. O convênio de parceria
a Apex-Brasil (Agência de Promoção promocional), superior a 21 milhões de com a Apex-Brasil terá vigência até abril
de Exportações e Investimentos do reais — cerca de 12 milhões de reais de 2010, compreendendo investimentos
Governo Federal). O acordo visa à conquistados somente nos últimos de 4,7 milhões de reais, para diversas
prospecção, promoção, comercializa- dois anos. O Graphia realiza negócios atividades no exterior.
Labelexpo Asia
Heidelberg ganha três Good Design Award em nova data
Prêmio é concedido pelo ministério da Indústria e Comércio do Japão Evento é antecipado
Três soluções da Heidelberg foram vencedo- objetos, pessoas e ambientes.
A Labelexpo Asia
ras do “Good Design Award”, premiação de Neste ano, 635 empresas se inscreveram,
2009, que seria
mdesign de produtos promovida pela Japan totalizando 1067 produtos. O juri destacou
realizada de 8 a
Industrial Design Promotion Organization, a impressora Speedmaster XL 162, o CtP
11 de dezembro
do ministério da Indústria Suprasetter 190 (equi-
do ano que vem,
e Comércio do Japão, pamentos no formato
teve a data alte-
desde 1957. O prêmio é VLF – Very Large Format)
rada. A feira de rotulagem
aberto a empresas que e o Prinect Press Center,
de Xangai, na China, agora
considerem que os seus produtos contri- todas lançadas durante a Drupa 2008. O
acontecerá de 1 a 4 de
buem para a criação de relações estetica- evento aconteceu em Tóquio no dia 8 de
dezembro. Mais informações
mente mais agradáveis e melhores entre outubro.
em www.labelexpo-asia.com
Estação de lançamentos
Com a chegada do verão, cervejarias apostam em novas embalagens
A
proximidade do verão é sempre sendo utilizado nas garrafas de 600 mililitros. O
época propícia para as cervejarias selo também aparece no alto de todas as latas,
colocarem novos produtos nas pra- junto com a inscrição “edição histórica”
teleiras dos supermercados. Con- A AmBev aproveita para levar ao mercado
firmando a escrita, neste final de de São Paulo produtos que já são conhecidos
ano lançamentos pipocam no varejo. A AmBev, dos consumidores de outros Estados, como Rio
líder absoluta de mercado, comemora os 120 de Janeiro e Minas Gerais: a Skol de 1 litro (ver
anos da cerveja Brahma com uma edição de EmbalagEmmarca 108) e o multipack de 24 latas
latinhas comemorativas produzidas pela Rexam, da Brahma e da Skol (EmbalagEmmarca 107).
com vários rótulos históricos, que contam a
história da cervejaria. Entre eles se encontra o Petra, mais e maior
primeiro da marca, de 1888, com o desenho de Outra cervejaria que aposta nos dias quentes
uma mulher envolta em ramos floridos de lúpulo do verão é a Petrópolis. A empresa ampliou a
e cevada, dois dos principais ingredientes da família de uma de suas mais vendidas cervejas
bebida. premium, a Petra, originalmente elaborada ape-
Outro destaque é o rótulo de 1901, que regis- nas na versão escura. Os três novos produtos
tra a criação da Cerveja Pilsen, um marco na da cervejaria fluminense são Petra Schwar-
época, porque até então toda cerveja produzida zbier, cerveja escura de baixa fermentação;
era escura. Também é destaque a latinha com Petra Bock, do tipo bock avermelhada; e Petra
o rótulo de 1967, quando a cerveja mudou de Aurum, uma pilsen.
nome, de Brahma para Brahma Chopp, marca Com os lançamentos, a Petrópolis diversi-
que ostenta até hoje, e incorporou a cor preta ficou também os tipos de embalagem adotadas
no rótulo. “Os rótulos abordam os 120 anos para suas marcas, que se restringiam a latas de
de história e evolução da marca, que sempre alumínio e garrafas long-neck de vidro de 355
esteve muito presente na vida nos brasileiros”, mililitros e em latas de alumínio. As novas cerve-
diz Bruno Cosentino, gerente de marketing da jas chegam ao consumidor em garrafas de vidro
marca. “Por isso, comemorar este momento é não retornáveis de 500 mililitros, produzidas
relevante e especial para a Brahma e para os con- Para marcar os 120 anos,
pela Saint-Gobain, que têm o shape das emba-
sumidores.” No total, são onze latas com rótulos Brahma lança rótulo lagens de tradicionais cervejas alemãs, como a
comemorativo (garrafa)
históricos e mais um comemorativo, com o logo- e latas alusivas a rótulos
Erdinger. Para dar um ar mais nobre, além dos
tipo dos 120 anos da cerveja, que também está históricos rótulos, produzidos pela Gráfica Rami e pela
Latapack-Ball
(12) 2127-4700
www.latapack.com.br
agência de design SPO + Pantani, com rótulo em
Metalic que predomina a cor azul, tradicional nas cerve-
(85) 3299-7300 jas sem álcool.
www.metalic.com.br
O Grupo Schincariol engrossou a tendência,
Natermann ao apresentar, durante a realização do Grande
Itaipava Sem Álcool www.natermann.com.br Prêmio do Brasil de Fórmula 1, dia 2 de novem-
preserva a cor azul
caracetrística da categoria Owens-Illinois bro, em São Paulo, a Nova Schin Zero, cerveja
(11) 2542-8084 sem álcool. Comercializada em garrafas long
www.oidobrasil.com.br neck e latas de aço, fornecidas pela Metalic, e de
Rexam alumínio, produzidas pela Latapack-Ball e pela
(21) 2104-3300 Rexam, a bebida é a primeira cerveja nacional
www.rexam.com
sem álcool vendida em garrafas de vidro de 600
Saint-Gobain mililitros, fornecidas pela CIV, pela Owens-
(11) 2246-7214 Illinois e pela Saint-Gobain. Segundo o diretor
www.sgembalagens.com.br
de marketing do Grupo Schincariol, Marcel
SPO + Pantani Sacco, a cervejaria aproveita o crescimento do
(11) 3168-9166 mercado de cervejas sem álcool, impulsionado
www.spodesign.com.br
pela lei seca, para “lançar uma nova opção ao
Young & Rubicam consumidor acostumado a beber sua cerveja em
(11) 3026-4400
embalagens de 600 mililitros”. O design das
yr.updateordie.com
embalagens, que também tem o azul como cor
predominante, é da Young & Rubicam. (FP)
T
alvez por causa dos desafios libras (cerca de 545 reais), acondicionado
econômicos, ou apenas porque numa embalagem de couro com acabamentos
as pessoas apreciem um sentido metálicos e cristais Swarovski incrustados
de diversão e capricho em seus no logotipo formado por um “R” duplo (1).
produtos, o fato é que recente- Esse produto, um bronzeador, pode ser utili-
mente temos visto vários lançamentos que, zado sozinho ou combinado com uma das três
literalmente, brilham. A embalagem oferece sombras (batizadas, luxuosamente, de Villa,
maneiras para os produtos amplificarem sua Private Jet e Penthouse).
imagem, e ainda apresenta aos consumidores A empresa diz que a linha está em desen-
algo divertido e diferente. volvimento há três anos. Existem planos para
“Vários lança- Nos Estados Unidos e no Reino Unido, a coleções em edições limitadas, que inclui-
mentos literal- confecção de luxo Rock & Republic ampliou rão as maquiagens usadas nos desfiles da
seu portfólio fashion para cosméticos. E a Rock & Republic. A primeira delas se chama
mente brilham, linha de produto é, no mínimo, tão sofistica- Noir, e foi inspirada na coleção Outono 2008
da quanto os jeans que comercializa, graças da marca. A Rock & Republic a lançou
com emba- às embalagens pouco usuais. A nova linha em setembro nos Estados Unidos, nas redes
inclui máscara e itens de maquiagem para os
lagens que olhos, lábios e rosto, com embalagens que se
Nordstrom, Neiman Marcus, Bloomingdale’s
e Saks, assim como no website da empresa.
amplificam as alinham com a imagem vanguardista e sexy No Reino Unido, a Noir chegou em outubro,
da marca. O destaque da linha é o Accentuate com exclusividade na Harrods.
imagens dos Bronzer/Highlighter, comercializado por 160 Uma linha um pouco mais acessível, des-
produtos”
insigHts
Hay que endurecer...
IDÉIAS LÁ DE FORA
O
Canadá, segundo os connaisseurs de vinhos, cho de papel cartão com decoração
é uma fonte de gratas surpresas. Uma delas, fashion, inspirada em caixas de
exclusivamente no tocante à embalagem, é roupas. Dentro da caixa, um blister
protagonizada pela vinícola Artisan Wine plástico traz doses do sabão em pó
Company. As variedades Semillion/Char- divididas como pílulas, “de modo a
donnay e Cabernet/Shiraz de seus vinhos finos Painted evitar as overdoses que estragam
Turtle vêm sendo acondicionadas em garrafas de PET as roupas”, segundo a fabricante
homônima. O design da embalagem
que, diz-se, têm a mesma impermeabilidade das de vidro.
é da agência sueca Love for Art and
O segredo: um revestimento interno com óxido de silício
Business (www.loveartbusiness.se).
(SiOx), que forma uma barreira ao oxigênio, prolongan-
do a vida-de-prateleira de bebidas engarrafadas em PET.
(Trata-se, a propósito, de uma das soluções candidatas a
popularizar as cervejas em PET).
O revestimento, transparente, atóxico e finíssimo,
com espessura de 10 nanômetros, é aplicado nas gar-
rafas através de um sofisticado processo de deposição
por plasma, conhecido pelo nome comercial Plasmax. A
tecnologia foi desenvolvida pela suíça SIG Beverages,
empresa recém-adquirida pela alemã KHS, sua concor-
rente na área de sistemas de engarrafamento. De acordo
com esta última, o componente de barreira não compro-
mete a reciclagem do PET, por ser facilmente removível Dose certa 2. O leite em pó para
das garrafas. bebês Nurture Follow-On, da Heinz,
As garrafas, de 750 mililitros, são vedadas com foi introduzido no mercado britânico
tampas de rosca, de alumínio. “Além de ser prática, por com uma tampa especial em sua
embalagem. A peça, baseada num
não estilhaçar e não exigir saca-rolha, a embalagem é
mecanismo basculante que facilita a
ambientalmente mais amigável”, afirma David Fallis,
abertura com uma só mão, traz uma
vice-presidente de operações da Artisan Wine. “Como
Garrafa tem finíssima colher dosadora acoplada
pesa aproximadamente um décimo do peso médio de uma
camada interna de em sua parte interna.
garrafa convencional de vidro, ela reduz significativamen- óxido de silício aplicada
através de deposição Injetada em poli-
te a emissão de gases que, ao longo da nossa cadeia de
por plasma propileno prateado
distribuição, contribuem para o efeito estufa.” No Canadá, pela RPC Market
tal argumento vem convencendo: a embalagem já levou Rasen (www.rpc-
troféus em dois prêmios de sustentabilidade. (GK) marketrasen.co.uk), a
tampa conjuga-se a
Componente Material/Tipo Fornecedor uma lata cartonada
Ball multifoliada produ-
Garrafa PET www.ball.com zida pela Sonoco
Barreira Revestimento de óxido de silício KHS Plasmax
www.khsplasmax.com (www.sonoco.com).
Tampa Alumínio, de rosca G3 Enterprises
www.g3enterprises.com
Rótulo Plástico, auto-adesivo, impresso em flexografia 12 cores Tapp Technologies
www.tapptech.com
Roteiro de vida
Com textos e imagens, Hugo Kovadloff
rememora sua trajetória como designer
B
rasileiro por escolha,
tendo nascido em Bue-
nos Aires e emigra-
do para o Brasil ainda
jovem, nos anos 50,
Hugo Kovadloff acumulou, ao longo
de quase quarenta anos de carreira,
contribuições marcantes à história do
design nacional. Ajudou a criar as
identidades das marcas dos bancos
Itaú, Bamerindus e Real; das Bicicle-
tas Monark, das Lojas Renner, da Vasp
e a da Claro. Participou da instalação
do escritório nacional da americana
Landor, uma das maiores firmas de ciplinas e formas de arte, o que lhe
design do mundo. Hoje, é diretor de garantiu um olhar multidisciplinar. Os
criação do GAD’ Branding & Design, seis capítulos do volume são reche-
firma que ajudou a consolidar ao longo ados de ilustrações de projetos de
dos últimos anos. Em Roteiro de uma Kovadloff. Uma delas, que compõe a
vida no design (Editora Rosari, 165 capa e é comentada no livro, marcou
páginas) Kovadloff revisita toda a sua um capítulo importante na história da
trajetória. embalagem no Brasil (veja o quadro).
No livro, o designer narra a sua “Acredito que o livro seja uma contri-
formação profissional, destacando buição para que as pessoas conheçam
seus estudos na Europa e principal- a história do branding e do design no
mente seu interesse por diversas dis- país”, afirma Kovadloff. (GK)
Beleza profissional
Kendra lança linha para cabeleireiros
Spil Tag
(14) 3408-1100
www.spiltag.ind.br
Menores e verticais
Lacta ingressa no segmento de tabletes médios
O grupo Vigor investe na reformulação das A Schincariol entra na contramão do mercado e “destubainiza”
embalagens da sobremesa láctea Creamcake a tubaína. Para comemorar os 54 anos da marca Itubaína, o
Danúbio. O produto passa a ser acondicio- refrigerante ganha uma versão em garrafa de vidro long neck de
nado em potes termoformados de 90 gramas 335 mililitros, produzida pela Owens-Illinois. Batizada de Itubaína
de polipropileno (PP) da Poly-Vac, fechados Retrô, a versão revive a nostalgia da década de 1950. São três
por selos de alumínio e PP supridos pela diferentes rótulos colecionáveis, de papel com cola, fornecidos
Selimpack. A novidade fica por conta do pela Savasa Impressores: um foguete, um copo e uma garrafa. O
agrupador de papel cartão, impresso pela design dos rótulos foi criado pela Schincariol
Gráfica 43. A agência responsável pelo Owens-Illinois
design das embalagens foi a R1234. (11) 2542-8084
www.oidobrasil.com.br
Savasa Impressores
(11) 4792-4214
www.savasa.com.br FOtOs: divuLgAçãO
Gráfica 43 R1234
(47) 3221-1200 (11) 3168-1012
www.43sagrafica.com.br www.r1234.com.br
Poly-Vac Selimpack
(11) 5693-9988 (11) 4447-2080
www.poly-vac.com.br www.selimpack.com.br
empresa de capital nacional na Standard (padrão) – 750 mililitros Nabucodonosor - 15 litros (20 garrafas)
área de cosméticos, tem mais de Magnum (grande, em latim) – Melchior – 18 litros (24 garrafas)
700 mil consultoras e opera na 1,5 litro, ou 2 garrafas
Salomon – 20 litros (28 garrafas)
América Latina e na Europa. Jeroboam – 3 litros (4 garrafas)
Rehoboam - 4,5 litros (6 garrafas) Sovereign – 25 litros (33,3 garrafas)
Você sabia?
Na década de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, a economia global
enfrentou uma forte crise econômica, que levou ao racionamento de pro-
dutos em vários países. As embalagens também precisaram ser adaptadas,
devido à escassez de materiais. Para economizar papel, os rótulos foram
reduzidos. A austeridade da década de 40 afetou até a tinta de impressão:
No início, Natura usava
a quantidade de tinta nas embalagens de alguns produtos se reduziu de
embalagens standard modo que apenas o nome da marca e as instruções fossem coloridos.