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mensal da
adbasto
Director - Gonçalo de Meirelles Director Adjunto - Albino Antunes Sub-Director - Marco Gomes
Ano V - N.º 51 - 20 de Março de 2009 Preço: 60 cêntimos
Mondinense inaugura
relvado Pág. 6
Pág. 5 Pág. 5
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O semáforo de Basto SERBASTO - GABINETE
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Dourado, jovem estilista R icardo CAMPO DO SECO
cabeceirense, continua a entusiasmar e REFOJOS
impor-se na moda nacional. Neste fim-de- 4860-353 CABECEIRAS DE BASTO
semana, no certame “Moda Lisboa”, Ricardo serbasto@serbasto.mail.pt
Dourado apresentou uma colecção baseada
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no ambiente vivido nos anos 30 do século
passado. As semelhanças sócio- TELEMÓVEL: 914 161 971
económicas entre os anos 30 e a actualidade SENHOR EMPRESÁRIO, QUER ATENDIMENTO PERSONALIZADO
despertaram o interesse de Ricardo COM TÉCNICOS DE CONTAS INSCRITOS NA CÂMARA
Dourado que transcreveu, de uma forma DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS?
interessante, o momento e as
condicionantes de então e de agora para a FALE NA SERBASTO, ONDE VERIFICARÁ BONS PREÇOS PARA A SUA
moda. Ricardo Dourado, um exemplo de dinamismo e talento jovem. CONTABILIDADE ORGANIZADA, POIS SÓ OS TÉCNICOS OFICIAIS DE
CONTAS PODEM FAZER E ASSINAR A SUA CONTABILIDADE.
passado dia 14 de Março, Manuel Monteiro, No NÓS ANALISAMOS TODOS OS MESES COM A INFORMAÇÃO
candidato a “solo” deputado pelo círculo eleitoral de NECESSÁRIA, OS SEUS ELEMENTOS CONTABILÍSTICOS
Braga, Abílio Vilaça (presidente da Adere Minho) e PARA UMA BOA GESTÃO FINANCEIRA.
Nóbrega Moura (presidente da Adbasto) elaboraram
uma conferência-debate interessante sobre o NÃO ENTREGUE A SUA CONTABILIDADE ORGANIZADA A QUEM
desemprego e perspectivas futuras nas Terras de NÃO É TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS, POIS ESTES ESTÃO PROÍBIDOS
Basto. Conceitos e modelos de desenvolvimento POR LEI E NÃO SÃO CONTABILISTAS, PODEM SER, QUANDO MUITO
foram enunciados e discutidos. Contudo, o futuro não “ARRANJADINHOS” DA CONTABILIDADE.
aparenta ser pintado em agradáveis tons, tendo em CONTACTE LUÍS MEIRELES E ANA MARIA, TÉCNICOS OFICIAIS
conta os factos apresentados na conferência-debate. DE CONTAS INSCRITOS NA CÂMARA D OS TÉCNICOS DE CONTAS.
Com uma taxa de desemprego acima da média (já de si elevada) nacional, uma
diminuição da oferta de emprego abrupta, um poder de compra diminuto e o super- A SERBASTO, ALÉM DE CONTABILIDADE FAZ TAMBÉM SEGUROS
endividamento de certas autarquias conduz as Terras de Basto, no seu conjunto, a NAS COMPANHIAS ONDE AS TAXAS SÃO MAIS BARATAS.
repensar a curto prazo os seus modelos políticos e económicos de actuação.
O
Conselho Pedagógico
Agrupamento de Escolas da Gandarela
do
SALÃO DE ESTÉTICA LALIBEL
aprovou uma moção (com 10 votos a
favor e 3 contra) de censura à actuação De: Eulália Fernandes
do presidente do Conselho Geral
Transitório, o autarca Joaquim Mota e Esteticista Diplomada
Silva. Os subscritores da moção desejam que o processo de transição seja claro e
imparcial, repudiando, desta forma, a pressão e o mal-estar provocados pelo autarca
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celoricense. A tendência é reforçar o “peso” e a responsabilidade da sociedade na
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escola, contudo, este processo tem de ser bem vigiado e protegido. Infelizmente, os
políticos têm uma tendência, quase natural, de se infiltrarem nas associações (de Rua Central, Nº 86 5470 Salto
qualquer índole) tornando-as plataformas das suas políticas e dos seus políticos. Algo
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20 de Março de 2009 3
Projecto vem sendo desenvolvido desde o início do ano lectivo… Cabeceiras de Basto
Agrupamento de Escolas de Guias de Portugal desenvolvem
Gandarela promove Feira de projecto “saca-rolhas”
Plantas Hidropónicas A Associação Guias de Portugal, 1ª Companhia de Cabeceiras de Basto, informa em
comunicado enviado à nossa redacção, que em parceria com a empresa “GraNorte” – que
A Escola EB 2 e 3 de Gandarela de Basto promoveu na passada quarta-feira, dia 11 de se dedica ao fabrico de produtos de cortiça – está a desenvolver o projecto “Saca-Rolhas”.
Março, uma Feira de Plantas Hidropónicas. Este projecto de grande interesse pedagógico Este projecto, lançado pela AGP em 2005, consiste em recolher rolhas de cortiça usadas,
e didáctico foi desenvolvido pelos alunos da disciplina de Ciências Naturais, sob coordenação recuperando-as para uma nova utilização.
do Professor Jorge Morgado e teve como principal objectivo assimilar as técnicas de Ao cooperar nesta causa os cidadãos estão a contribuir
cultivo de plantas hidropónicas em estufa, o que se revelou uma experiência muito útil do para a preservação do ambiente, reaproveitando um
ponto de vista pedagógico. As plantas foram semeadas, tratadas diariamente, cresceram, recurso natural – a cortiça –, e ainda a colaborar com
ganharam beleza e no passado dia 11 de Março foram expostas e vendidas a professores e instituições de solidariedade social, pois o valor que resulta
a encarregados de educação no “hall” do estabelecimento de ensino. da venda das rolhas para novo aproveitamento reverte a
Em declarações ao Jornal “O Basto”, o responsável favor de uma destas instituições.
pelo projecto, Professor Jorge Morgado referiu “Aceite o desafio e colabore connosco”, prossegue o
que o projecto de cultivar plantas hidropónicas
em estufa, cumpriu todos os objectivos, tendo comunicado. Com um pequeno gesto está a contribuir para
mobilizado e despertado interesse dos alunos e o serviço ao próximo e para o ambiente.
dos encarregados de educação. Os alunos, Estão distribuídos vários “rolhões” pelo concelho – nas
adoraram pois foi uma actividade orientada para o Associação Guias de
Galerias S. Miguel, no centro de catequese em Refojos,
saber fazer e inclusivamente, houve vários Portugal
em vários restaurantes, na escola pré-escolar e ainda na
encarregados de educação que se deslocaram à
escola para presenciar este projecto “in loco”. Escola Primária.
A ideia ganhou forma no início do ano lectivo com
o projecto a ser proposto ao Conselho Executivo,
que dada a sua utilidade, a sua dimensão prática e
Associação Empresarial de Fafe,
relevância pedagógica, foi bem acolhido pelo
Conselho Executivo, na pessoa do Professor
Horácio Lima. Seguidamente, foi disponibilizada
Cabeceiras e Celorico debate
uma sala no interior da escola para proceder ao
cultivo das plantas em estufa, foi feito um pequeno hábitos alimentares e doenças
mas necessário investimento em materiais, trabalho
que agora “deu os seus frutos”, com as plantas a
serem vendidas à comunidade educativa e o seu
Professor Jorge Morgado, incutiu noa sexualmente transmissíveis
lucro a reverter para aquisição de material para dar alunos o gosto pelo cultivo de plantas A Associação Empresarial de Fafe, Cabeceiras de Basto e Celorico de Basto promoveu, no
uma maior sustentabilidade a este projecto. hidropónicas passado dia 27 de Fevereiro, uma palestra dedicada a dois temas extremamente importantes
Hidroponia – É a ciência de cultivar plantas sem na sociedade actual, hábitos alimentares e doenças sexualmente transmissíveis”, informa
solo, onde as raízes recebem uma solução nutritiva balanceada que contém água e todos os nutrientes a instituição em comunicado enviado à nossa redacção.
essenciais ao desenvolvimento da planta. Na hidroponia, as raízes podem estar suspensas em meio
Estes assuntos merecem ser analisados e
líquido ou apoiadas em substrato inerte ( areia lavada por exemplo).
A palavra hidroponia deriva do grego hydro – água e ponos – trabalho. discutidos em qualquer faixa etária,
contudo, quando falamos de jovens a
pertinência de os discutir é claramente mais
Junta de Freguesia de Mondim premente. “Esta palestra, realizou-se no
âmbito da disciplina de Cidadania e Mundo
assinala Dia Internacional da Mulher Actual dos cursos de Educação e Formação
de Jovens que esta Associação, enquanto
A Junta de Freguesia de Mondim de Basto informa em comunicado Entidade Formadora e proprietária da
enviado à nossa redacção que tal como tem sucedido em anos Escola Profissional de Fafe, promove,
anteriores, assinalou a celebração do dia Internacional da Mulher,
assumindo-se assim como um agente de
oferecendo sempre uma mensagem e a entrega de uma rosa, por
forma a nunca esquecer aquelas mulheres que no dia 8 de Março formação e socialização de cerca de uma
do ano de 1857 perderam as suas vidas lutando pelos seus direitos. centena de formandos que frequentam
Associação Empresarial promove debate sobre
Na mesma nota enviada à comunicação social a Junta de Freguesia de estes cursos no concelho de Fafe”,
saúde
Mondim refere que pretende “com este gesto, chamar a atenção prossegue o comunicado. O principal
para o papel e a dignidade da mulher e levar a uma tomada de objectivo foi esclarecer eventuais dúvidas
consciência do valor da pessoa, perceber o seu papel na sociedade, que os jovens possuíssem, quer em relação aos riscos de uma sexualidade irresponsável,
contestar e rever preconceitos e limitações que vêm sendo impostos à mulher”. quer em relação aos distúrbios alimentares, sensibilizando-os para a importância de adoptar
hábitos de vida saudáveis, pois estão em causa factores associados a várias doenças
EU MULHER! características do nosso tempo e da nossa sociedade. A palestra foi dinamizada pela formadora
de Cidadania e Mundo Actual, Dr.ª Alice Alves, pelo Enf.º Ricardo Gonçalves e pela Dr.ª
Olho-te deitado no chão dormindo
na lassidão abandonado, no braço de Morfeu. Dulce Lemos, os quais foram unânimes em afirmar que o melhor remédio é a prevenção, quer
Nos roncos ressoando no quarto no que concerne às doenças sexualmente transmissíveis, quer no que diz respeito às doenças
decifro a mensagem provenientes de maus hábitos alimentares.
da singularidade masculina,
machista,
dono de todas as verdades,
todas as vontades, Dia do Pai – 19 de Março
todos os desejos.
E eu me sinto um trapo, um nojo
na múltipla dubiedade de papeis:
ora escrava, ora senhora,
AUGUSTO TEIXEIRA
ora súbdita, ora majestade,
ora serva, ora rainha,
(1932 - 2008)
ora discípula, ora mestra.
Mas, em todas as faces,
todas as entidades, “As pessoas de quem
na essência de cada potestade
a alma de eu mulher: gostamos não morrem.
dócil, explosiva, maternal,
eu sentimento, eu razão, passiva, Apenas deixam de ser vistas!”
frágil, impulsiva, inconstante,
destemida, protectora, intuitiva,
eu cabeça, coração, vida.
Eu Mulher!
Desce do pedestal – sê homem,
me vejas mulher!
Os teus filhos:
Eu Mulher! Olga, Augusto, Ester, Isabel, Elvira e Vítor
Ione Jaeger
4 20 de Março de 2009
Conferência sobre Desemprego promovida pela adbasto dá a “Estudo sobre o desenvolvimento sócio – económico das regiões da Galiza
conhecer a triste realidade de centenas de famílias na nossa região e do Norte de Portugal contribui para o conhecimento da Euro-Região”
20 de Março de 2009 5
Vice-Presidente da Assembleia da República visita
Agrupamento de Escolas de Gandarela Está bem... façamos de conta
Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport.
“Há autarcas em Portugal que Que não houve invulgaridades no processo de
licenciamento e que despachos ministeriais a três dias
apresentam sinais exteriores de riqueza do fim de um governo são coisa normal. Que não houve
tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a
incompatíveis com os seus rendimentos” referir montantes de milhões (contos, libras, euros?).
Façamos de conta que a Universidade que licenciou
Deputado Nuno Melo sensibilizou os alunos para uma maior José Sócrates não está fechada no meio de um caso de
polícia com arguidos e tudo.
participação na vida cívica, cultural e associativa da sua comunidade Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar
O Deputado e vice-presidente do parlamento Nuno Melo, afirmou no passado dia 9 de Março na Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que,
Escola EB 2 e 3 de Gandarela de Basto que há autarcas em Portugal que apresentam sinais pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos
exteriores de riqueza incompatíveis com os rendimentos que auferem como eleitos. Aquele de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do
parlamentar do CDS/PP, que detém uma das quatro vice-presidências da Assembleia da Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo
República, falava numa Conferência/Debate subordinada ao tema “Participação dos Jovens na numa das “melhores posições no Mundo” para enfrentar a crise devido aos prodígios
vida Pública” que reuniu cerca de 70 alunos e professores daquele Agrupamento de Escolas. académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma
o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos
Porque é que as pessoas têm uma imagem de conta que o “Magalhães” é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados
tão má dos políticos, associando-os muitas para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta
vezes a casos de corrupção? que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que
Foi a esta questão colocada por uma aluna há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que “quem se mete com
do 9º Ano de escolaridade que Nuno Melo o PS leva”. Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava
procurou dar resposta. Na sua mesmo era de “malhar na Direita” (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda).
perspectiva, “não há nenhum regime que Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de
funcione sem uma justiça forte. É represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta
absolutamente inadmissível que haja que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por
tantas notícias sobre corrupção na vida “onde é que eu ia começar” a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a
pública que saem nos órgãos de Vice-Presidente da Assembleia da República telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem
comunicação social e depois essas encantou os jovens da Escola da Gandarela confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está
mesmas pessoas nada lhes aconteça e não preocupado com a “falta de liberdade”. E Manuel Alegre também. Façamos de conta que
sejam responsabilizadas pela justiça. É necessário que haja uma justiça forte para que não não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus.
se instale nos cidadãos um sentimento de impunidade e a ideia de que tudo é permitido aos Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve
políticos, mesmo enriquecer, servindo-se da sua função para proveito próprio”. indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta
Recordando que a política deve ser entendida como uma actividade nobre, Nuno Melo incentivou que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa
os jovens a participar e envolverem-se na vida associativa, cultural e desportiva da sua freguesia prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta
e do seu concelho, incentivando o voluntariado e o serviço cívico àqueles que mais precisam. que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR
Referiu ainda que é membro de um pequeno partido, mas que apesar de ser Deputado à sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada
Assembleia da República nunca deixou de exercer advocacia, pois tem escritório na cidade disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já
de Guimarães, onde procura desenvolver a sua vida normal fora da actividade política. que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos
Contra o fim das reprovações no ensino básico e contra o regime de faltas proposto pelo Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos
Ministério da Educação por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta
Questionado por um professor sobre o que pensa da ideia do Ministério da Educação acabar que votamos. Mário Crespo (in Jornal de Notícias de 09/02/2009)
com as reprovações até ao 9º Ano de escolaridade, Nuno Melo não tem dúvidas: “a Educação
deve ser pautada pela exigência e não pelo facilitismo. Se criarmos condições para que toda a
gente passe, mesmo sem saber estamos única e exclusivamente a trabalhar para as estatísticas Serão as coisas passadas hoje
(o que é muito bonito, mas não resolve o problema) mas não estamos a facilitar a vida àqueles
jovens que dentro de poucos anos vão entrar no mercado de trabalho. Para haver emprego é
necessário jovens qualificados, caso contrário a situação agravar-se-á consideravelmente.
impossíveis?
Sobre o novo regime de faltas que tem sido contestado pelos alunos do ensino básico e Vamos ver.
secundário, Nuno Melo é peremptório: “ter colocado as faltas por doença dos alunos a contar Introduzo história e depois o presente
para a reprovação por falta de assiduidade, foi um erro e ainda bem que o Governo recuou, pois Acompanhem-me, pois, nesta viagem.
não se esperava outra coisa. É preciso distinguir muito bem aquele aluno que falta porque está Os herdeiros políticos de Júlio César do partido dos populares,
doente e não pode ir à aula, do aluno que falta sistematicamente, não estando doente”. decapitaram a oposição (havia dois partidos, os optimates e os populares,
uma espécie de direita e esquerda) proscrevendo centenas de cidadãos
Um sonho antigo tornado realidade… *António Basto Romanos influentes, incluindo Marco Túlio Cícero, expoente máximo
do republicanismo. De seu corpo, teve a cabeça e mãos expostas na
Mondinense inaugura relvado tribuna rostrada (palanque no Fórum Romano onde ele havia pronunciado as célebres Filípicas)
intencionalmente transformado em patíbulo, para se patentear, pelo macabro simbolismo, o
com vitória sobre o Prado violentíssimo sinal da absoluta censura política. Tomado o consulado, magistratura outorgada com
uso de violência sobre o Senado (…disse o centurião mostrando o gládio: “se o não fizerdes este
O Mondinense, única equipa das Terras de Basto que disputa o Campeonato Nacional de
o fará”, relata-nos Seutónio na sua biografia de César Augusto, in As Vidas dos Doze Césares),
Futebol da III Divisão, série A, acaba de inaugurar o relvado do Estádio Municipal,
assume César o poder sem oposição, e com a sua maioria no Senado reduz quase a formalidades as
assinalando o feito com uma vitória sobre o Prado por 3-1.
instituições republicanas de Roma, deste modo enfraquecidas. Para ele isso era uma questão de
A inauguração do tapete verde, contou com
governabilidade, afirma-o a seu modo o mesmo Seutónio. Note-se que foi um César que, provada
a presença de numeroso público e da massa
a inocência da sua mulher num caso de alegado adultério, repudiou-a, dizendo - “À mulher de
associativa que nunca deixou de apoiar a
César não basta ser séria é necessário parecer”.
equipa presenciando um momento histórico
desta colectividade, que é das mais antigas Movida a escala do tempo, afastada a violência física da política daquelas remotas épocas, (restando
e populares da região de basto. a violência verbal) passo ao presente.
Refira-se que o Mondinense tem jogado Ora, que temos hoje em Sócrates, herdeiro político de Guterres? Hoje, tomado o poder com a
grande parte da época fora do seu terreno, violência das falsas promessas, munido da sua maioria, ele, com o seu executivo, legisla (a qualidade
precisamente em virtude de terem decorrido parece duvidosa) na completa surdez, ou mesmo desdém relativamente às contribuições das
obras de arrelvamento do Estádio Mondim de Basto tem finalmente um relvado outras forças partidárias expressas na Assembleia (por cá não se chama Senado). Onde está a
Municipal. No aspecto desportivo e ao em excelentes condições para a prática separação de poderes? O poder executivo e o legislativo, ainda que não formalmente, estão na
contrário do que sucedeu na última época, desportiva prática nas mãos do governo, isto é, são aqueles dois poderes de um só – Sócrates. Escapa-lhe (ao
onde o clube atingiu um feito histórico, ao que parece) apenas o poder judicial, valha-nos! È a República enfraquecida. Eis a governabilidade.
classificar-se no 7º lugar da classificação, na presente época as coisas não têm corrido de
Teremos agora, note-se, em Sócrates, mutatis mutandis, o estilo César acima aludido quanto à
feição para o clube, que ocupa a ante-penúltima posição da tabela classificativa, preparando-
questão que só aos outros é que não basta só ser sério…?
se agora para disputar a “poule” de permanência no Nacional da III Divisão.
Retirando-se que as coisas passadas não são hoje impossíveis, cada um que entreveja a verdade
O relvado e o regresso a casa do Mondinense serão agora um importante estímulo para que sob o manto deste paralelo onde a história e o presente se enlaçam.
o clube consiga atingir o seu objectivo, que passa pela manutenção no Nacional de Futebol.
6 20 de Março de 2009
Servem fundamentalmente para empregar os Piscina de Cabeceiras…
amigos do Presidente da Câmara… Empresa Municipal desceu
Manuel Monteiro defende (finalmente) Taxa de IVA para 20%
Extinção das Empresas Municipais mas manteve o preço de utilização
Manuel Monteiro, candidato a Deputado pelo Distrito de Braga nas próximas eleições Utilizadores consideram atitude da empresa municipal um abuso
legislativas pelo Movimento Cívico Missão Minho, defende em declarações ao Jornal “O
e uma falta de respeito pelos utentes deste equipamento público
Basto” que as Empresas Municipais deveriam ser todas extintas! Se as Câmaras, através
dos seus serviços não são capazes de desempenhar certas funções, então deveriam privatizar Após a chamada de atenção do Jornal “O Basto” na sua edição do passado mês de Janeiro
ou concessionar a privados essa actividade. Na sua perspectiva, as Empresas Municipais de 2009, alertando para o facto da Empresa Municipal Emunibasto ter aumentado os preços
são as Empresas Públicas do Estado e servem fundamentalmente para empregar os amigos de utilização da Piscina e cobrar ilegalmente aos utentes a taxa de IVA a 21% e não 20%
do Presidente da Câmara, para pagar favores a quem os apoiou ou para colocar os filiados conforme refere a lei, a Empresa Municipal repôs a Taxa de IVA, mas estranhamente não
do partido vencedor que não tiveram lugar na vereação” desceu o preço de utilização que se mantém nos 2,56 euros por sessão, no escalão principal
dos 19 aos 59 anos.
Segundo Manuel Monteiro, “há até casos em Recorde-se que os utilizadores no escalão entre os 19 e os 59 anos, que até 31 de Dezembro
que as Empresas Municipais servem para pagavam 2,50 euros por senha passaram a pagar a partir de 1 de Janeiro de 2009, 2.56
acordos, entre quem ganha as eleições e quem euros (mais 6 cêntimos/12 escudos). Cada entrada na Piscina, no escalão principal, passa
as perde. É um escândalo o que se passa de agora a custar 513 escudos e 23 centavos em moeda antiga, um preço manifestamente
Norte a Sul, nesta matéria e é um escândalo exagerado e praticamente inacessível aos cabeceirenses de baixos rendimentos, que
de que poucos falam. O poder autárquico tem necessitam de utilizar a Piscina por questões de saúde.
feito muita coisa boa, mas se houvesse
coragem muitos Presidentes de Câmara
seriam denunciados pela forma como
governam e alimentam clientelas, nos seus
Concelhos. Fala-se muito do Dr. Alberto João
Jardim na Madeira, mas nada se diz da Manuel Monteiro defende fim das
prepotência e do poder destes novos senhores Empresas Municipais, tantas vezes
feudais”, prossegue Manuel Monteiro “que associadas a favores políticos
usam as Câmaras para fazerem o que bem lhes apetece, enquanto em muitos casos asAssembleias
Municipais são meros verbos de encher e engolem tudo o que a Câmara lhes apresenta”
“Presidentes de Câmara são os “patrões” dos concelhos e comportam-se como
proprietários dos bens municipais”
E o problema é ainda maior quando os Presidentes de Câmara são ao mesmo tempo PATRÕES,
que apesar de gerirem o erário público se comportam como proprietários dos bens municipais Em janeiro, utentes da piscina foram confrontados com novo aumento. O iva cobrado aos
e controlam os votos em função dos empregos que podem criar. E tudo isto à custa dos utilizadores desceu de 21 para 20%, mas o preço manteve-se. Que justiça é esta?
nossos impostos. “Desculpe, mas quando falo disto fico profundamente irritado. O problema
não é do partido A ou B é de todos, sem excepção! Contam-se pelos dedos de uma mão os Uma Piscina para Cabeceirenses ricos ou em boa situação económica
Presidentes de Câmara que são diferentes. Felizmente conheço alguns cuja integridade Um equipamento social de grande alcance e extraordinária importância para o concelho, que
está acima de qualquer suspeita”, conclui. foi anunciado, na sua inauguração, pela Câmara Municipal como uma mais valia em termos
sociais, foi com a privatização e com a entrega da gestão a uma empresa municipal
Numa organização da Junta de Freguesia… (curiosamente presidida pelo actual Presidente da Câmara), transformado num meio de
obtenção de lucro para os “cofres” da Emunibasto, à custa dos Cabeceirenses. A Piscina é
Contar, Cantar e Pintar Mondim hoje utilizada por muitos cidadãos, a grande maioria de classe média/baixa que não vão lá
para se divertir, mas fundamentalmente para tratar inúmeras patologias relacionadas com a
anima a Vila entre 2 e 4 de Maio coluna, considerada uma das doenças da moda. Para aqueles Cabeceirenses cujos
rendimentos mensais ultrapassam os 1000 euros, este aumento apesar de exagerado, não
tem qualquer reflexo no seu orçamento. A situação fica, no entanto, mais difícil para os
“Os nossos rios” será o tema desta iniciativa cultural Cabeceirenses de fracos recursos económicos e que têm obrigatoriamente de utilizar com
“ A Freguesia de Mondim de Basto irá dar regularidade a Piscina. Para esses o preço é quase inacessível, num equipamento que, como
sequência ao evento Contar, Cantar e Pintar se comprova, afinal foi construído para cabeceirenses ricos ou em boa situação financeira.
Mondim, com uma II edição. A continuidade
desta iniciativa resulta do sucesso do
modelo que originou uma reflexão sobre
Ribeira de Pena
esta terra, torrão natal, berço de poetas,
homens de trabalho e arte, recanto Deputado do CDS/PP na Assembleia
mágico”, pode ler-se num comunicado enviado
pela Junta de Freguesia ao nosso jornal. Nesta Municipal quer fim da cobrança de
II edição, o modelo será mais curto, apenas dos
três dias, 2 a 4 de Maio, com a temática chave
do evento a incidir sobre « Os Nossos Rios».
alugueres de contadores de água
De entre as várias actividades a desenvolver, Ângelo Ferreira propõe água e saneamento gratuitos para
no primeiro dia haverá algumas palestras/ Freguesia de Mondim prepara-se para mais todos os cidadãos do concelho
conferências, que abordarão a importância uma jornada cultural
do rio como âncora de desenvolvimento do O Deputado do CDS/PP na Assembleia Municipal de Ribeira de Pena, em comunicado enviado
Concelho, associado a uma matriz natural, ao Jornal “O Basto” refere que apresentou na última reunião da Assembleia Municipal,
lúdica e turística, todavia em perspectivas que os distingam uns dos outros. A abordagem a este realizada no passado dia 27 de Fevereiro de 2009, um protesto contra a cobrança aos utentes de
tema central reunirá um conjunto de oradores, com destaque para a participação de Monsenhor Pe. qualquer importância a título de preço, aluguer, amortização ou inspecção periódica de
Ângelo Minhava, os jornalistas António Costa Pereira, Dr. José Alberto Faria, José Teixeira da Silva contadores ou outros instrumentos de medição dos serviços utilizados, porque refere, a cobrança
e um técnico convidado, ligado à área da preservação da natureza e ambiente. Como não poderia destes serviços por parte da autarquia, contraria a actual Lei número 12/2008 de 26 de Fevereiro.
deixar de acontecer, estará patente uma exposição de fotografia e pintura dos artistas
mondinenses. Ao mesmo tempo, com a colaboração destes, o evento pretende lançar um concurso, No mesmo protesto aquele Deputado
subordinado à temática dos rios, nas modalidades: fotografia, pintura e escrita. Para todos os Municipal solicita à Câmara o imediato
interessados em participar neste concurso, devem contactar ou deslocar-se a Junta de Freguesia de cancelamento da cobrança da referida taxa,
Mondim de Basto para formalizar a sua inscrição e obter as normas que irão regulamentar os referidos assim como a devolução aos munícipes das
concursos. O segundo dia do evento dará lugar à homenagem ao Poeta, Escritor e Ex. Director do verbas ilegalmente cobradas. Na mesma reunião,
antigo Externato de Nossa Senhora da Graça, Dr. Nelson Vilela, feita pelos antigos alunos, professores. aquele Deputado Municipal apresentou uma
Ao fim da tarde, terá lugar a apresentação dos livros de José Teixeira da Silva e Adelino proposta na qual refere que à semelhança do
Ínsua. A Freguesia aproveitará para homenagear a obra histórico-jurídica, cultural e religiosa que se verifica já há vários anos nas freguesias
produzida pelo saudoso investigador Dr. António Borges de Castro atribuindo ao Acervo de Limões e Alvadia, também os munícipes
Documental da Junta de Freguesia o seu distinto nome. No Terceiro e último dia, segunda-feira, das freguesias de Salvador, Cerva, Santo Aleixo,
o evento será destinado as escolas para visita a exposição e haverá uma apresentação de um livro em Canedo e Santa Marinha, fiquem isentos do Câmara Municipal de Ribeira de Pena
Homenagem aos 900 anos de D. Afonso Henriques, do autor Pedro Seromenho, finalizando com uma pagamento do consumo de água, saneamento e
sessão de encerramento, onde serão atribuídos os prémios dos concursos. Uma vez que a parte limpeza. O Deputado não especifica no entanto,
cultural não pode viver sem a expressão musical, haverá alguns momentos que servirão para suavizar qual o resultado das votações e se a proposta foi ou não aprovada. A Câmara Municipal de Ribeira de
e engrandecer a alma com a chama que a música naturalmente desperta. Pena é desde 2001 governada por uma coligação entre o PSD e o CDS/PP.
20 de Março de 2009 7
O BAIXO-BARROSO
Escola primária e lar de idosos Março a escaldar traz
conviveram no Carnaval praga de incêndios Sérgio Mota
(Correspondente)
sonha com subida à honra Entre os muitos figurantes deste evento esteve o Jogo do Pau de Salto que fez várias
demonstrações de uma arte que ainda é ensinada nas freguesias de Salto e em Bucos,
Cabeceiras de Basto.
Diogo Cão 1 – Salto 1 / Salto 3 – Mateus 1/ Salto 3 – Régua b 1
O Grupo Desportivo e Cultural de Salto
somou sete pontos, em nove possíveis,
nas últimas 3 jornadas disputadas no
campeonato da 1ª divisão da A.F. de Vila
Real. ESTAÇÃO DE
e-mail: dc-cci@netc.pt
Depois de um jogo menos conseguido no SERVIÇO
reduto do Diogo Cão, onde não foi além Sede e Armazém Frigorífico em:
de um empate a uma bola contra uma * Comércio de Pneus Novos e
equipa mal posicionada, a turma orientada Reconstruídos Lugar de Sobreiro - Real 4700 - 272
por Abílio Barroso somou dois triunfos G.D.C. Salto tem a sua sede do edificio da Junta * Alinhamento de Direcções BRAGA
caseiros consecutivos de forma tranquila de Freguesia * Calibragem de Rodas Telefone 253 625 644 -
e que alimentam, ainda, o sonho do
regresso ao escalão máximo da A.F. de Vila Real.
Telef./Fax: 253 663 325 Telef./Fax. 253 662 661
8 20 de Março de 2009
Agora com a margem de manobra mais reduzida na especulação imobiliária, até dá suores frios pensar
NO ANO DE DARWIN
Alas abertas para Júlio Henriques, minhoto de
nascença, brotado ao mundo no ano da graça de
1838 em Arco de Baúlhe (Cabeceiras de Basto),
que foi seguramente o primeiro evolucionista
português assumido, numa altura de maior pecado
e apontar de dedo dizer-se que o Homem e o
Macaco eram parentes, do que agora dizer-se que
dois homens (ou duas mulheres) também têm o
direito de se parentar e gostar de macacadas.
Ávido de conhecimento científico, Júlio Henriques
não fez por menos. Iniciando os estudos em
Direito, curso que no séc. XIX, em boa hora, incluía
cadeiras como Botânica, Zoologia ou Mineralogia;
termina o Bacharel que lhe deu pernas para arranjar
botas e umas modestas bordas. O edifício do futuro Centro Cívico ( nome bem mais pomposo para
antiga Casa do Povo) de Arco de Baúlhe foi da sua pertença. No entanto, não satisfeito, junta no
currículo uma matrícula em Matemática saltando pouco tempo depois, para Filosofia onde consegue
o Grau de Doutor em 30 de Julho de 1865, com a tese “As espécies são mutáveis?”. Anos depois, é
Publicada por Marco Gomes em www.remisso.blogspot.com convidado como lente substituto em várias cadeiras (da Agricultura à Mineralogia) e finalmente
Quinta-feira, 5 de Março de 2009 torna-se Lente Catedrático de Botânica e Agricultura, cargo onde faz carreira, fundando e aderindo a
Sociedades Científicas, cá e lá fora.
Caretas ao Carnaval A Júlio Henriques está associado o reflorescimento do Jardim Botânico de Coimbra, do qual foi
director, o que ladeia a Alameda com o seu nome que finda, ou começa, no aqueduto junto da acrópole
Já sei que não ganho amigos com comentários universitária. Nem só de ultramontanos vive o Norte.
destes, e muito facilmente me atiram com a Publicada por Vitor Pimenta em www.malmaior.blogspot.com
habitual “falta de moral para criticar”. Não
nego que este ano, como no ano anterior, me
Quinta-feira, Fevereiro 26, 2009
descurei de participar no corso carnavalesco
de Arco de Baúlhe. Reserva-se-me, no entanto, Recuperação de pequenos e
o direito de me indignar (como alguns) com a
mediocridade em agravamento de uma festa de
Carnaval já com pouco que faça diferença.
médios centros urbanos
Como valor acrescentado, então, o Corso do Ao longo dos últimos anos (penso que dois anos -
Arco não é tem nada que se aponte, nem mínimo 2006/07!) Mondim, garantiu a existência do GTL
que seja, em relação a muitos outros dos (Gabinete Técnico Local) para o levantamento e
vulgarezinhos que se fazem por aí. Chega até a realização de uma proposta de recuperação do
ser ridículo quer na imitação do trajecto da centro histórico.
Procissão da Senhora dos Remédios, quer na forma gratuita com que se contrata gente de alterne para Segundo a Lusa, a Comissão de Coordenação e
açucarar, de um burlesco paliativo, uma desapontada marcha de entrudo - que nas temperaturas, Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N)
mesmo com o aquecimento global, ainda está muito longe do Rio de Janeiro. aprovou o investimento de 118,5 milhões de euros
Mais se acrescenta que a instituição de um concurso de grupos com direito a prémio monetário só na recuperação de vilas e cidades do Norte de
veio deturpar o sentido espontâneo e livre do Corso Carnavalesco do Arco. Se olharmos com olhos de Portugal, numa iniciativa de reabilitação inédita no
ver, há uma clara associação entre o decréscimo de qualidade e participação no cortejo e o início da país, que abrange 44 concelhos.
deriva competitiva nos últimos anos. É lamentável porque as “injustiças” na apreciação acumulam-se “Esta é a operação de reabilitação urbana mais vasta
de ano para ano e desmotivam da mesma maneira. Mas isto tem solução? - tem: e mais ambiciosa que jamais se fez em Portugal ao
Primeiro, a A.R.C.A. não tem de se sentir obrigada a organizar o Carnaval, nem pedinchar por apoios nível dos centros urbanos de pequena e média
camarários ou oficiais que enviesam muitas vezes o sentido crítico, quer nos mascarados, quer no dimensão”, anunciou hoje Carlos Lage, presidente da CCDR-N, em conferência de imprensa.
julgamento do juri contratado para distribuir subsídios de refeição fora-de-casa. Como empresa Este “mini-programa Polis” abrange 49 projectos e mais de metade dos concelhos da região (44),
privada que é, se entender que não vale o esforço, escusa de insistir e largar vinagre a torto e a direito. contando com o apoio de 83 milhões de euros (70 por cento) de fundos estruturais disponíveis no
E segundo, em alternativa, a Rua de Arco de Baúlhe e o Largo Justino de Sousa (Serra) são lugares Programa Operacional Regional do Norte.
óptimos e os bastantes (nem atrapalham o trânsito) para um desfile acima e abaixo de gente mascarada Este programa vai abranger os concelhos de Arcos de Valdevez, Alfândega da Fé, Alijó, Armamar,
nos 3 dias gordos, com uma Celebração das Carnes - quem sabe com vinho de bica aberta e mesas Arouca, Baião, Boticas, Cabeceiras de Basto, Caminha, Celorico de Basto, Felgueiras, Freixo de
montadas com churrasco do bísaro e orelha cozida. Domingo e Segunda à Noite, então, deviam ser Espada à Cinta, Lousada, Macedo de Cavaleiros, Melgaço, Mesão Frio, Miranda do Douro, Mogadouro,
ponderados como bons momentos para também se fazer festa. Basta haver vontade. Se não houver, Moimenta da Beira, Monção, Mondim de Basto, Murça, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de
paciência: a eutanásia está na ordem do dia. Lima, Póvoa de Lanhoso, Resende, Ribeira de Pena, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, São João da
Publicada por Vitor Pimenta em www.malmaior.blogspot.com Pesqueira, Tabuaço, Tarouca, Terras de Bouro, Torre de Moncorvo, Valença, Valpaços, Vieira do
Minho, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Foz Côa, Vila Pouca de Aguiar, Vila Verde, Vimioso e
Quarta-Feira, 18 de fevereiro de 2009 Vinhais.
20 de Março de 2009 13
Fundador e Director do Jornal Notícias do Bombarral
Discurso Directo! Cabeceirense José Luciano Basto
Como dizia Agostinho da Silva, a verdade é que neste momento
estamos a assistir a uma guerra civil não visível entre os que
estão no sistema e os que estão excluídos dele. As pessoas, os completa 80 anos
excluídos, não vão deixar-se abater passivamente. Daí, a chamada
de atenção de Mário Soares, há poucos dias, para os perigos de
Colaborador e amigo do Jornal “O Basto” é um exímio
Gaspar Miranda uma grande convulsão social, que pode tornar o nosso País, “guardador de memórias”
Teixeira ingovernável. O nosso amigo e conterrâneo José Luciano Basto, radicado há 50 anos na
Há cada vez mais gente desempregada, atirada para as periferias e para o caixote do lixo vila do Bombarral, localidade famosa pelo vinho de rara qualidade e pelas
desta sociedade e cada vez menos gente a trabalhar cada vez mais. O que é profundamente deliciosas “peras rocha” completou no passado dia 11 de Março oitenta
injusto para os que trabalham – porque estão transformados em escravos. primaveras.
Como dizia Agostinho da Silva, a verdade é que neste momento estamos a assistir a uma Para além de uma belíssima idade, a que poucos poderão aspirar, os oitenta
guerra civil não visível entre os que estão no sistema e os que estão excluídos dele. As anos do nosso ilustre colaborador, constituem um marco importante para o
pessoas, os excluídos, não vão deixar-se abater passivamente. Daí, a chamada de atenção Jornalismo local e regional.
de Mário Soares, há poucos dias, para os perigos de uma grande convulsão social, que
pode tornar o nosso País, ingovernável.
As revoluções surgiram assim…
Podem dizer-me que esse perigo não existe , porque Portugal está na Europa…
Só que Portugal apesar de estar na Europa, não se europeizou, nem se aproximou, por
exemplo, da França nem da Alemanha. No aspecto cultural e político aproximou-se mais
do terceiro mundo, ou das economias emergentes africanas, onde a democracia ainda é
palavra excluída dos dicionários…
Mas regressando à Europa, onde estamos, mesmo aqui há três grandes minorias que
estão a expandir-se e a aumentar: a minoria dos desempregados, a minoria dos reformados
compulsivamente e a minoria dos deslocados. Estas três minorias somadas vão ter uma
grande maioria e estão a interligar-se.
E quando este bloco funcionar podem voltar, mesmo aqui, o sistema de pernas para o ar...
A seguir ao 25 de Abril dizia-se que Portugal não iria sobreviver porque tinha perdido
o Império.
Na década de oitenta grandes pensadores entre os quais Miguel Torga se incluía, diziam
que Portugal não iria sobreviver porque não iria aguentar o embate cultural e económico
da União Europeia. Há quem diga que é a África que nos vai salvar quando a Europa
entrar em colapso.
Secretário de Estado do Governo de Durão Barroso, galardoou o nosso conterrâneo josé
As gerações de políticos a seguir ao 25 de Abril, com uma grande maioria de refractários
Luciano Basto
e que fugiram a sete pés das guerras coloniais, tinham um desconhecimento enorme
dos assuntos africanos No dia 1 de Setembro de 1986, José Luciano fundou o Jornal Notícias do Bombarral
Pensavam que África era apenas macacos a comerem bananas nas árvores. Não tornando-se seu Director, cargo que ainda hoje, 23 anos depois, ocupa com mestria,
perceberam o potencial enorme de Luanda e Lourenço Marques – duas capitais antes do empenhamento invulgar e com a mesma dedicação de sempre. O Notícias do
25 de Abril e com Portugal, desenvolvidas, e que ultrapassavam Lisboa em muitos Bombarral, jornal que temos o prazer de quinzenalmente receber na nossa redacção,
aspectos. sob a Direcção do José Luciano tornou-se um projecto jornalístico de sucesso,
Francamente não sei se é África que nos vai salvar, o que eu sei, de certeza, é que com sendo hoje uma referência da imprensa regional não só naquele concelho mas em
esta classe política, não vamos lá… * Colaborador toda a região Oeste de Portugal.
Habituei-me desde muito jovem, a ler com agrado os artigos escritos pelo
nosso amigo nos extintos Jornal de Cabeceiras e posteriormente no Fórum
Blogue do Professor Cabeceirense, onde relatava com realismo invulgar, factos, histórias e
personagens do passado de Cabeceiras de Basto, sua terra natal, onde prestou
Tribunal serviço profissional, no Cartório do registo notarial, destacando-se então como
A continuidade do Tribunal em Cabeceiras de Basto foi um um funcionário dedicado e competente. Mais recentemente, tivemos o grato
processo complexo que, desde 2006, congregou a vontade e o prazer de poder contar com este ilustre jornalista, que é um exímio e invulgar
empenho das forças políticas e dos agentes judiciários locais. “guardador de memórias”, como colaborador do Jornal “O Basto”, onde
Entretanto, o novo edifício foi construído e nesta semana entrou mensalmente assina a coluna “As minhas memórias de Cabeceiras”, muito
em funcionamento. apreciada pelos nossos leitores, de todas as idades. Mas que grande “contratação”
É uma boa obra e com inegável interesse para o concelho. nós fizemos! Sob influência do nosso amigo Augusto Teixeira, infelizmente
Mário Leite* Depois de muito tempo em precárias condições, eis que o Tribunal já desaparecido e a quem este jornal e a sua entidade proprietária muito
(Professor) da Comarca passa a deter condições dignas, o que se louva. devem, o José Luciano Basto passou a fazer parte da nossa grande família
Como diz o ditado “não há mal que nunca acabe”. de leitores e colaboradores.
Obras Reconhecendo o papel importante e insubstituível que este nosso conterrâneo
prestou à Imprensa Regional, o Governo, através do respectivo Secretário
Por falar em obras, o nosso concelho tem passado ao longo dos últimos anos pela
de Estado da tutela, galardoou e homenageou o José Luciano pelo contributo
realização de várias obras públicas.
dado ao longo de toda uma vida, ao jornalismo e à imprensa regional.
Está em vias de conclusão, talvez espere apenas a inauguração, a nova ligação à A7,
Há anos, quando desempenhei funções públicas como Deputado à Assembleia da
entre o Arco de Baúlhe e a Cal, em Basto (Santa Senhorinha).
República, e me desloquei à linda vila do Bombarral para visitar a “Festa do Vinho”,
Como cabeceirense fico satisfeito por ver a concretização de investimentos na nossa terra.
certame de grande qualidade que se realiza anualmente, perguntei pelo meu
No entanto, não é pelas obras realizadas que o nosso concelho tem resistido melhor à
conterrâneo aos meus (então) camaradas de partido daquele concelho e tive pena
crise e particularmente ao desemprego.
de não ter estado com o José Luciano. Fiz questão de visitar o pavilhão do
Desemprego Jornal Notícias do Bombarral e já então constatei o apreço e a consideração
Torna-se urgente reflectir sobre a realidade local do desemprego. que os Bombarralenses, independentemente das cores partidárias têm pelo
No último ano, a taxa de desemprego subiu e reflecte com maior intensidade a crise que José Luciano Basto, pessoa cativante e de feitio afável, conhecida de todos
se vive um pouco por toda a parte. naquela vila. Fiquei como é óbvio orgulhoso enquanto cabeceirense, ao ver
O nosso concelho está a desertificar-se, já que não havendo condições de trabalho que toda a gente gostava e apreciava o trabalho cívico e jornalístico prestado
local, há que as procurar noutras paragens. pelo nosso amigo, à sua terra de adopção.
Assim, aos poucos, temos vindo a empobrecer, a emigrar, a perder “massa crítica”. Ao comemorar 80 anos de vida, não podemos deixar de lhe enviar os parabéns pelo
A par do desemprego, outros indicadores devem merecer atenção. seu aniversário e o nosso sincero reconhecimento pela prestimosa colaboração que
Estamos mais ricos? Há melhores condições de saúde? Subimos nos rankings da tem prestado ao Jornal “O Basto”. Enquanto Editor deste Jornal e em nome de
educação? Há mais apoios sociais? Tem-se desenvolvido harmoniosamente e de forma todos os que aqui trabalham, queremos exprimir-lhe a nossa maior estima
sustentável o concelho? por V. Ex.cia, desejando-lhe muita saúde e que Deus lhe dê muita força para
A sociedade civil não pode alhear-se destes problemas. continuar por muitos mais anos a prestigiar o jornalismo e a imprensa regional
É o futuro dos nossos filhos que está em causa. como o tem feito, enviando-nos mensalmente as crónicas sobre o passado
Alguém questionava num grupo de amigos: os nossos pais deram-nos condições para de Cabeceiras, que V. Ex.cia tão bem guarda na memória.
que nós tivéssemos um futuro melhor do que o deles e conseguiram; nós estamos certos
que vamos deixar um futuro melhor aos nossos filhos? Um abraço amigo do Miguel Teixeira
(Editor do Jornal “O Basto”)
20 de Março de 2009 15
As minhas Memórias de Cabeceiras! Barragens e miragens
Valerá a pena, na mira de produzir mais um
Os pontos de encontro punhado de megawatts, submergir terras
de cultivo, destruir vegetação ribeirinha,
ameaçar todo o ecossistema do rio através
na Praça da República da eutrofização, apagar testemunhos da
nossa herança cultural, violentar a paisagem
Gostava imenso de recuar ao número um (pilas), nove (arco de caneca), vinte e com bulldozers, camiões e cabos de alta
tensão, e demais consequências?
setenta e um anos e dois (dois pratinhos), trinta e três (anos de Cristo), Paulo Pinto*
conservar os nove que oitenta e oito (as mamas delas), noventa (o mais
José Luciano O Sr. Leng Hong, delegado do Partido Comunista Chinês ao
então possuía, ouvindo o velhinho), etc. E o que é certo, é que se passavam, congresso de Espinho, deve ter-se sentido em casa: a unanimidade,
Gonçalves Basto*
sino do Mosteiro de São sem dar por isso, muitas horas, cujas despesas eram a encenação, a aclamação do grande líder. O nosso primeiro-
(Bombarral) Miguel de Refojos, em diminutas, baseando-se nuns copos tintos ou ministro é um homem cada vez mais previsível: sabe-se que fala
Cabeceiras de Basto, que se dizia ter sido adquirido brancos, bem como rodadas de cerveja. sempre por volta das 20 horas, que desvaloriza todas as crises e
em Mafra, já por uma soma assinalável para a época. Noutra sala, junto ao balcão de atendimento, juntava- que se irrita solenemente com as críticas, todas as críticas. Também
Quem o badalava naquela altura, anunciando a morte se diferente grupo, quase sempre constituído por se sabe que se prepara para ganhar as eleições para, na semana
de alguém ou alertando para o horário das Missas, Amílcar Augusto Viana, Doutor Agostinho Montinho, seguinte, anunciar dezenas de medidas económicas e sociais
era o velho «Revolta», que um dia me convidou a Américo Bastos, Bernardino Gustavo Pereira Leite duríssimas que negará furiosamente até ao dia do sufrágio. Não
acompanhá-lo, subindo ambos a custo, os inúmeros Bastos, Mamede de Carvalho Mendes, Padre Manuel está em causa a necessidade de medidas impopulares, mas sim
degraus de pedra, que davam acesso ao cimo do de Araújo e muitas mais figuras. Curiosamente, na sala – como de costume – a poeira que nos lançam para os olhos.
campanário e a pedir-me que tivesse cuidado com as que dava acesso à rua, ali permaneciam dois O Governo tem um projecto para a nossa região: construir
cordas depositadas no chão, ligadas ao badalo do inseparáveis amigos, Doutor Juca Montinho e Severino barragens. Fridão, Daivões, Padroselos, Gouvães, eis os topónimos
respectivo sino, as quais, enroladas numa perna, Leitão, os quais, geralmente, se mantinham calados. que irão pôr as terras de Basto no mapa do aproveitamento
podiam projectar, o mais distraído, a setenta e tal metros Na esplanada, era o local predilecto da figura da hidroeléctrico nacional. Assim está previsto e, tudo o indica, assim
de altura, se por acaso, o sino estivesse a tocar. Ele imprensa, António Ferreira de Sousa (funcionário será. Quem percebe disto são os engenheiros e, como se sabe,
judicial), cunhado dos referidos irmãos Fidalgos, bem um deles chefia o Governo.
mesmo prendia as cordas a pregos resistentes na
As barragens têm sido, de há muito, das obras públicas de maior
parede e só as puxava com o desvio do corpo, sempre como, o Senhor Morais (Chefe da Conservação de
envergadura e mais acarinhadas pelos governantes. Algumas
com muito cuidado. Estradas), Doutor Ferreira Leite (Médico), Doutor
barragens foram anunciadas como verdadeiras receitas
E por falar em sino, certo dia perguntaram ao meu Falcão (Advogado), Francisco Mendes, tio de milagrosas para regiões e países: a de Assuão, no Egipto, e a das
saudoso pai, qual era o instrumento de cordas, que Mamede Mendes e outro rol de amigos. Três Gargantas, na China, são talvez os exemplos mundiais mais
sabia tocar, cuja resposta imediata foi sino! Relativamente ao café do fundo pertencente à Pensão destacados, mas o nosso Alqueva também poderia figurar na lista.
Como o meu espírito ainda está em franco movimento, Cabeceirense, outro conjunto de pessoas ali se reunia, O regime salazarista construiu muitas, grandes e pequenas, na
com solidez de raciocínio, recordo-me de tantas nomeadamente, o extraordinário homem do cinema, metrópole e no Ultramar.
pessoas que conheci na Praça da República, que é Ilídio dos Santos, António Manuel Pereira Ramos, Parecem-me existir dois argumentos de peso a favor das barragens
impossível enumerar, mas de certeza que foram Benedito Gonçalves Serra, muitos funcionários do no Tâmega e nos seus afluentes: a produção de energia eléctrica
milhares, durante o período de permanência na minha Tribunal e de outras repartições públicas. Quanto à utilizando um recurso renovável e «limpo», e o potencial turístico.
terra natal até 1961 e para quem nasceu no ano de Pensão Cabeceirense, propriamente dita, um grupo Já a criação de emprego local será seguramente diminuta, e o
1929, a percentagem de pessoas é bastante elevada, de amigos, quinzenalmente, ali se encontravam para movimento acrescido só se fará sentir durante as obras. As
cuja maior parte, já não pertence ao número dos vivos. almoçar, constituído pelo Acipreste Francisco Xavier barragens, como motor do desenvolvimento local, são uma
E foi na Praça da República, principalmente no café de Almeida Barreto, Tenente Bernardo, Albininho da miragem, uma ilusão em que os autarcas por vezes embarcam e
do meio, onde convivi de perto, aos fins de semana, Castanheira, Engenheiro de Aradela, Domingos da qual querem convencer os cidadãos. Contudo, sendo o vale tão
com muitos Cabeceirenses, a jogar o Quino, numa Medeiros, o Médico Doutor Camilo, o Zéquinha Melo estreito e encaixado, as albufeiras não terão dimensão para atrair
sala perto da cozinha, ouvindo-se a água do rio, que e ainda um idoso muito simpático, que não me recorda grandemente os turistas (e a qualidade da água, pelo menos no rio
o nome, que então se encontrava hospedado na Tâmega, dificilmente permitirá o uso por banhistas). Quanto à
por debaixo deslizava suavemente e das pessoas que
energia, por respeitável que seja o argumento, o contributo de todas
aderiam ao popular jogo, me recordo de algumas, tais Pensão Venâncio, julgo que de apelido Barroso.
estas barragens reunidas para a produção eléctrica nacional não
como, Zé Pote, os irmãos Fidalgos (António, Manuel Quem se deslocava ao dito café do fundo, propriedade
irá além de 1% (previsões do próprio Governo) e será rapidamente
e Paulino), Armindo Leitão, Augusto Carteiro, do casal formado por Arnaldo de Moura Coutinho e absorvido pelo crescimento do consumo. De facto, o potencial
Augusto Teixeira, Chico Polícia, Fernando Guerreiro Glória de Magalhães Vaz Coutinho, era o meu saudoso hidroeléctrico do País está já em grande parte aproveitado.
da Silva e tantos outros, cuja lista nunca mais acabava. pai, o Candidinho do Barrosão, para beber a sua Valerá a pena, na mira de produzir mais um punhado de megawatts,
É de notar, que o autor desta crónica, tinha muita tacinha de vinho verde e que na sua opinião, ajudava submergir terras de cultivo, destruir vegetação ribeirinha, ameaçar
sorte no preenchimento dos cartões, cobrindo os a «mudar a água às azeitonas». Também se deslocavam todo o ecossistema do rio através da eutrofização, apagar
respectivos números com feijões e que saíam do saco, à Praça da República, duas figuras que muito admirei, testemunhos da nossa herança cultural, violentar a paisagem com
por alguém seleccionado. Era dado um nome a cada as quais residiam em Bucos, Custódio Henriques Brás bulldozers, camiões e cabos de alta tensão, e demais
pedra que o pregoeiro tirava, dando alguns exemplos, e o Professor José Paula Casalta. Bons *Colaborador
tempos! consequências? Esta política barragista, tão do agrado de
engenheiros da EDP e empreiteiros, está a condenar os últimos
verdadeiros rios de Portugal (o Sabor, o Paiva, o Tua, o Côa, o
O QUE OS OLHOS MORTAIS NÃO ENXERGAM Tâmega…) a uma morte lenta. É isto que queremos?
Claro que as necessidades energéticas são reais, e que é vital
(CAPÍTULO XLVIII) desenvolver as fontes renováveis e não poluentes. A evolução da
Neste capítulo vou fazer uma um pedaço de chão que trabalharam e que dele são deslocados tecnologia permite hoje uma variedade de apostas, do solar à
pequena abordagem sobre a para um lar, fica sempre uma metade do outro lado a gritar biomassa, do eólico à energia das ondas, a maioria delas com
chamada terceira idade, bem pela outra metade. O busílis gira em volta de um reduzido impacto ambiental. O modelo de produção também conta:
como os desaires que a mesma individualismo que mais tarde terá de ser pago com a em vez de grandes investimentos que agridem a Natureza, pagos
Albino Antunes* desencadeia. desilusão. Digo isto, porque nos tempos que correm, os por todos nós mas que ficarão propriedade das grandes empresas
Embora eu particularmente, só considere terceira idade ou lugares ou pelo menos as sedes das freguesias, têm e dos senhores da finança, interessaria muito mais apoiar a micro-
fim de ciclo, para aquelas pessoas que deixam de exercer possibilidades de ter um mini lar para aqueles que já não produção local e doméstica, que reduza a pressão sobre as redes
qualquer actividade por velhice excessiva, ou doença arrastarem o seu físico não sejam retirados das suas raízes eléctricas e reduza o desperdício energético. Será isto impossível?
enquadrada na velhice e que já não tenham um físico em e possam contemplar o seu pedaço de chão até se libertarem Ou falarão os grandes interesses mais alto? A meu ver, o nosso
condições de criar vigor. Entre estes existem ainda os que do físico. No entanto, é bom que se vão desapegando dos interesse, dos Portugueses e dos que aqui neste torrão vivem, tem
vivem em terras de alguém e os que vivem em terras de bens que adquiriram, pois na matéria nada é eterno. pouco a ver com estas barragens.
*Colaborador
ninguém. Considero os que vivem em terras de alguém Todos queremos viver muitos anos e isso é bom enquanto o
aqueles que vivem nas aldeias e pequenas vilas rurais, onde nosso físico nos consegue acompanhar. Quero dizer, que só
têm um pedaço de chão e a ele estão ligados com amor. interessa vivermos muitos anos, enquanto o nosso físico e A titulo informativo e para que os caros leitores deixem de temer a morte, digo-
Temos depois os que vivem em terras de ninguém. Para o espírito trabalharem em simbiose. É penoso quando o vos que já estive fora do corpo por motivo de uma explosão. Vi o meu corpo
estes, que são os que vivem nas cidades, o arranque para espírito lhe apetece ir até além e o físico fica aquém. caído no chão, inerte no meio da fumaça. Eu ao lado a vê-lo. O fumo não me
um lar torna-se menos doloroso, porque cidades são cidades E a morte! Todos temos medo da morte. Medo daquela que impediu a visão, vi sempre o corpo até à altura em que o fumo desapareceu e eu
onde o contraste pouco difere. Mas para aqueles que têm nos liberta da dor e de um corpo cadavérico que nos faz fui atraído novamente ao corpo e me levantei. Neste pequeno tempo de separação,
prisioneiros e tristes. Tememos a morte porque apercebi-me que o corpo não era nada, não pensava, não tinha acção. O espírito
desconhecemos a liberdade e a leveza que ela nos via, pensava e sentia emoções. O corpo só voltou a ter vida quando eu (espírito)
proporciona. A morte é liberdade o nascimento na matéria é entrei nele não por querer, mas porque fui atraído para ele depois da fumaça ter
prisão, trabalho e desilusão, no entanto não devemos desaparecido. O corpo não sentia dores, eu (espírito) também não, as dores só
provocar a morte, devemos primar pela vida corpórea até apareceram quando corpo e espírito ficaram unidos.
ao fim, porque viemos à matéria com um fim, portanto não Face ao exposto, a morte não é problema, o grande problema é a doença,
devemos interromper esse percurso. Deus deu-nos a vida principalmente quando já não nos deixa alternativas e se prolonga. Todos queremos
por um determinado período, porquanto não devemos viver mais tempo, o prémio é o sofrimento.
interrompe-la, mas também não há interesse em a prolongar Para evitarmos um fim de ciclo muito doloroso, devemos de nos mexer enquanto
quando o físico já não corresponde às exigências da matéria. houver forças, o resto deixamos com o Alto.
Refiro-me aqui aos corpos que estão ligados às máquinas No próximo capítulo vou falar sobre a actual aflição da humanidade, tanto no
sem vigor nem perspectivas de reactivar. campo material como no campo espiritual. *Colaborador
Os textos de Opinião reproduzidos são exclusivamente da responsabilidade dos seus autores, não vinculando o Jornal “ O Basto”.
20 de Março de 2009 17
Editorial Opinião ALER
ALERTTA
Mudar ou não mudar? Um regime que se auto sustenta pela ignorância e pelo medo
e que nos rouba a identidade, jamais poderá conduzir-nos à
São preocupantes os números que foram democracia.
enunciados na conferência/debate “Desemprego
Não fora a circunstância do nosso subdesenvolvimento, qualquer
nas Terras de Basto e Perspectivas futuras ”. Com português medianamente informado, perceberia o embuste retórico de
uma taxa de desemprego que ultrapassa a média todos aqueles que nos entram casa adentro através da caixa mágica que é
nacional, com uma abrupta diminuição da oferta a televisão. Gente que é paga para nos mentir.
de emprego, com um poder de compra diminuto e O País está arquitectado, sempre esteve, segundo princípios e conceitos que
a escassear, e o super-endividamento de algumas Ilídio Santos* nos encaminham subtilmente rumo a uma nova forma de cultura da ignorância.
autarquias, o futuro das Terras de Basto aparenta, Os países, especialmente aqueles que vivem em economias de
na melhor das hipóteses, ser laborioso. subsistência, são os mesmos cujos povos sofrem de uma profunda debilidade ao nível dos patamares
Infelizmente, já se sente uma certa efervescência do conhecimento.
Medra em países como Portugal, a ilusão de que tudo está a ser feito no sentido da criação de um bem
(descontentamento) social.
Marco Gomes estar superior, designadamente nas áreas da Educação, da Saúde e da Justiça.
Poder-se-á afirmar que o presente é um reflexo Quando um País é desigual, como o nosso, a melhor saída política para alimentar a quimera da
(Sub-Director) do passado. No meu entender o presente não democracia, é intuírem no povo uma espécie de alegoria, que não é mais do que tenaz ardilosamente
existe. Existe, sim, um palpável passado e uma perspectiva futura que, manobrada para que pensemos que o regime é democrático.
amavelmente, designamos de futuro. O que sentiremos amanhã será os efeitos Não há melhor forma de condicionar as nossas vontades que não seja através do estímulo do Ego, do
das decisões do passado. Se os indicadores sócio-económicos estão no estado controlo pela Doença ou do Medo pela Justiça.
em que estão, não é por um acaso dos deuses é, provavelmente, um resultado Eleva-se o ego, massificando-se o ensino e dando a ideia errada de que hoje tudo é diferente. Nesta
de um longo caminho de decisões e estratégias que políticos, decisores e eleitores ilusão de facilidades, produzem-se licenciaturas como outrora se diplomavam administrativos,
trilharam. As consequências são, matematicamente, visíveis. Quem acreditar electricistas, carpinteiros ou mecânicos, etc…
Amaciados nesta volúpia, convencemo-nos estarmos perante uma igualdade de oportunidades, quando,
que os destinos destas Terras são escritos por aqueles que a destinam, então a
de facto, a realidade é bem distinta.
sentença está declarada. O fenómeno não é de apreensão fácil, pelo que se torna necessário que cada um tome consciência de
A afamada “crise internacional” não poderá desculpar todos os erros, desculpem, que há outros caminhos que nos passam despercebidos e que, no fundamental, criam condições
mas a seriedade dos factos não o permite. objectivas para que as desigualdades subsistam, como sempre, aliás.
Contudo, o futuro a nós pertence. Exactamente, a “nós”. É imperativo incentivarmos A circunstância de estarmos perante um sistema de ensino massificador, logo de índices de
a mudança de certos modelos e políticas de desenvolvimento que se provaram conhecimentos nivelados por baixo, suscita-nos a necessidade de salvaguardar o futuro dos nossos
falidas. Mais uma vez, as consequências são, matematicamente, visíveis. Haja filhos e netos através da procura de soluções mais qualificadas.
boa vontade e humildade para mudar aquilo que a realidade sentenciou como errado. A desconfiança instala-se em todos quantos são capazes de entender estes efeitos subtis das democracias
controladas.
A Saúde é outro pilar importante para manter a quietude do povo.
O Caos
“Os senhores, os patrões, estão mesmo instalados principescamente. Seguem, caninamente,
Com uma população cada vez mais envelhecida e uma grande franja tocada por dificuldades do mundo
global, mormente os que economicamente são mais débeis, a grande porta de entrada para o despojo
da dignidade encontra-mo-la no exacto momento em que a enfermidade real ou imaginária nos impele
o CHEFE, como mandam as boas normas partidárias. O demo-chefe é o chefe, pra tudo. Ele na procura de cuidados comuns.
pode fazer as tropelias mais espantosas que quiser – e faz, e de que maneira! – ele próprio É nesta hora que nos confrontamos com as nossas fraquezas, aquele momento em que passamos a ser
mais um número estatístico, à mercê de interesses corporativos que, proficientes e altivos profissionais,
beija os pés aos chefes de riba, aos mores, senão não há prebendas; e os chefes do alto
fazem questão de alcançar.
precisam deles para exercerem permanentemente o caciquismo eleitoral moderno” Passamos a rodopiar ao gosto da disponibilidade e disposição de quem não tem tempo a perder com plebeus.
Variadores, assessores, assessores dos assessores, A nossa vida está feita num oito e preparada para longos dias, meses e até anos, de procuras, de vénias
penduras, altos funcionários dos paços senhoriais, e subserviências. Exista ou não a doença física, fica garantido o mal moral, retratado em homens e
que vivem beneditinamente na Coutada Real, mulheres, cuja única dúvida, é duvidar se vale a pena perder tanto.
sentiram-se mordidos por causa de três textos Entrados na jaula do sistema, aceitamos como certo que a nossa penitência dá força à tal democracia,
jornalísticos meus publicados numas folhas de aquela que nos vendem a cada momento e nos promete e fala da célebre igualdade de oportunidades.
poucos ledores. Bom e mau. Bom, porque enfiaram Quanto à justiça, sempre que nos impingem que não existe, não vão no conto, não é para todos, de
a carapuça até aos pés. Mau, porque nesta facto, mas é forte para com os fracos e branda para com os poderosos.
democracia à portuguesa, de balalaica, não é Temos exemplos recentes que nos mostram que anda a passo de tartaruga, quando está em causa quem
alcançável a correcção e a emenda do dirigismo. Os senhores, os patrões, estão mesmo instalados dela põe e dispõe.
principescamente. Seguem, caninamente, o CHEFE, como mandam as boas normas O povo, esse, paga sempre a sua conta, quer porque lhes faltam todos os meios ou porque normalmente
partidárias. O demo-chefe é o chefe, pra tudo. Ele pode fazer as tropelias mais espantosas são facilmente condenáveis.
que quiser – e faz, e de que maneira! – ele próprio beija os pés aos chefes de riba, aos Acontece que quando o cidadão do kispo entra na sala de audiências de um qualquer tribunal e se
mores, senão não há prebendas; e os chefes do alto precisam deles para exercerem depara com aquela plataforma onde têm assento os das vestes de preto, convence-se que acabou de
permanentemente o caciquismo eleitoral moderno. entrar no mundo dos clandestinos, enquanto suspira para que termine o suplício.
Nos 15/20 anos primeiros de liberdade constitucional – onde vai a nossa desmemória? – foi assim Não é ele, não sabe sequer quem é. Sabe que tem medo, logo, não confia na justiça.
em Cabeceiras com o pândego e heróico campilhismo, embora as possibilidades de golpes de rins Tem razão, a democracia prega-lhe nova partida…, afinal, a igualdade de oportunidades, também por
serem menos e mais difíceis, por não haver tanto arame como hoje. Mas foi um fartar-vilanagem, esta via, não desce ao povo.
meu Deus, minha Nossa Senhora. Um regime que se auto sustenta pela ignorância e pelo medo e que nos rouba a identidade, jamais
Vivemos, desgraçadamente, pindericamente 48 anos de Ditadura feroz e criminosa. O 25 de Abril poderá conduzir-nos à democracia.
foi uma flor de auréola, mas murchou e secou.
* Colaborador
Os concelhos (dos antigos homens-bons) e o país todo está sem rei nem roque. Ainda se
estivesse com roque…
Disseram-me que o São Miguel já desceu da peanha, desbaratinado com isto tudo, e veio
M. Lúcia Leitão Pinto
cá fora com um landreiro, deu umas boas toletadas e entrou pelos corredores fradescos a Dia do Pai – 19 de Março
Natural de Refojos de Basto
espadachar a torto e a direito. Mas não. Mentiram-me.
O São Miguel, com órgão ou sem órgão, está sossegadinho a observar as trapalhadas sem fim do (Campo do Sêco)
reino da quiromancia da nossa terra e da Patriazinha amada.
Também me disseram que vêm aí os Dons Abades restaurar a clausura conventual. Não acredito. Cabeceiras de Basto
O Joaquim António de Aguiar matou-os a todos “per omnia”.
Outros Abades cantam agora o Glória a Deus, ao Poder e ao Dinheiro… Alexandre Vaz Dia 28-2-2008
Lúcia, faz hoje um ano que tu nos deixaste.
Vendem-se
Lotes de terrenos para construção de moradias.
Mas eu tenho a certeza que Deus te deu
um bom lugar no Céu.
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18 20 de Março de 2009