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THEATRO JOS DE ALENCAR Curso de Princpios Bsicos de Teatro CPBT Professor Joca Andrade Crtica da pea: Anatomia das

Coisas Encalhadas Aluno: Jonas Medeiros

A celebrao da vida, mesmo depois que a juventude se esvai, um dos pontos principais da pea. Cercada de caixas e velharias vazias, Silvia Moura diz que est cercada de belo. E que ainda bela (e de fato ) e celebra o seu presente, mesmo com as linhas da passagem do tempo se esculpidas no seu corpo. E festeja a sua metamorfose corprea e amadurecimento. Devemos celebrar o agora, mesmo que esteja velho. A poluio visual provocada pelo lixo desnecessrio me levava a refletir. Pensava: O que ser de tranqueira que eu ainda guardo dentro e fora de mim? Sim, devo fazer uma faxina!. Veja bem, somos caixas da vida. Quando a consumirmos por inteiro, talvez essa caixa corprea ser guardada em uma outra coleo de caixas, gramada, onde entes queridos nos levaro flores enquanto choram. Mas a caixa estar vazia. Ser que terei utilizado o seu contedo, toda essa vida, com intensidade e nobreza? Ou serei mais uma caixa esquecida, perdida na pilha?, questionava-me. Mas devo discordar de uma pequena parte da apresentao. Dada prepotncia adolescente, que ainda mantenho, de querer mudar, ou pelo menos, marcar o mundo, eu gostaria de ser reciclado. Quero que minha lembrana, a chispa do que sobrar do contedo da minha caixa, seja reciclado. Reciclado atravs da antropofagia dos meus pensamentos por pessoas que se sintam tocadas por eles e que os tornem seus ou, at, os transformem em algo completamente novo. Na minha concepo, a reciclagem do homem o torna eterno. Em resumo, uma pea simples e bela, que pe o espectador a refletir sobre a sua importncia para si mesmo e para a sociedade.

12 de abril 2013

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