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Ai, acabou-se o alcatrão! Que remédio senão abrandar!? É que o selim não é de
estofo! Mais umas quantas pedaladas e já estou no “suq” (mercado). Hoje o desvio é
obrigatório. A estrada principal é para as Forças Armadas que vão chegar. “Vêm trazer a
paz ao Darfur” – anunciou a emissora nacional. Oxalá fosse verdade! Mas como podem
trazer a Paz, se nas mãos têm instrumentos de guerra?
Desço da bicicleta e sou mais um no meio da multidão que se move, acotovelando-
se, à procura de viver. Lentamente, vou fazendo caminho por entre a densa massa
humana. Aparelhos de rádio ecoam no ar com discursos a cruzarem-se com músicas
variadas. Vendedores gritam o melhor e mais barato produto do mundo. Cestas e potes
com sementes e especiarias embebedam a atmosfera com os seus cheiros misturados.
De repente, a bicicleta empancou. É o brincalhão do Yohana, um dos membros do
conselho paroquial. Agarrando a roda dianteira com a sua mãozona, sai-se com mais
uma das suas gracinhas de costume: “abuna (padre), e que tal se fizéssemos aqui a
celebração da missa de Natal, no meio desta multidão?” Outras pessoas, que não
conheço, cumprimentam-me e convidam a comprar na sua barraca. Sim, quase todos de
religião muçulmana, pertencentes às muitas e variadas tribos darfurianas. Mas todos
filhos de Deus que buscam a sua Luz.