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 Identificar as principais escolas de pensamento e suas contribuições ao estado da arte da disciplina;

 Compreender a dinâmica de evolução da disciplina.

Onde paramos?
Discutimos a necessidade do estudo do Comportamento Organizacional para o administrador e estudamos os conceitos
fundamentais da disciplina.

Próximo passo:
Vamos estudar a evolução do Comportamento Organizacional, desde o início da Revolução Industrial até a atualidade.

Fábrica antiga Indústria Metalúrgica Fábrica + Moderna Escritório Pessoas em Treinamento Empresa de tecnologia
1800 1900 1930 1950 1960-1970 2000

Se você não quer repetir o passado, estude-o.


Spinoza

A publicação em 1776 de "A Riqueza das Nações”, de Adam Smith, marca para muitos autores o
início da Revolução Industrial; de fato, neste livro surgem pela primeira vez o "princípio da
Adam Smith
especialização" e o "princípio da divisão do trabalho", que viriam a constituir as bases do
pensamento administrativo por várias décadas.

Anos depois, Charles Babbage estendeu o conceito de especialização. Em seu livro “On the Economy of
Charles
Machinery and Manufactures”, de 1832, Babbage afirmou que os princípios de especialização seriam
Babbage
aplicáveis também ao trabalho intelectual, conceito desconhecido na época.

Robert Owen foi um pioneiro ao enfatizar, no início do século XIX, as necessidades humanas dos
Fábrica do início
empregados. Suas propostas estavam um século à frente dos seus contemporâneos: regulamentação
do sec XIX, bem
dos horários e condições de trabalho, educação pública para todos, refeitórios nas fábricas e
primitiva
envolvimento das empresas em projetos para o bem-estar da coletividade.

Frederick Taylor foi o primeiro a dar tratamento científico aos problemas referentes à
organização do trabalho, em torno de três eixos principais:

Taylor
 distribuição das tarefas;
 estudo detalhado dos movimentos e tempos;
 estudo das máquinas e sua localização.

Quase ao mesmo tempo em que Taylor realizava seus estudos nos Estados Unidos, surgiram na
França os de Henri Fayol. A análise de Fayol teve um enfoque oposto ao de Taylor; enfocou a
Fayol estrutura organizacional da empresa, começando pela cúpula desta. Destacou que a função de
alta direção da empresa é quase exclusivamente administrativa e fixou princípios da
administração.

As concepções tayloristas e fayolistas partem de um princípio muito simples no que diz respeito à
psicologia do trabalhador: o comportamento do homem frente ao trabalho é guiado unicamente pelo
interesse material.

Os “pré-humanistas”

 A Administração Científica, a Escola Clássica e a Escola da Burocracia simplesmente desconsideravam o fato dos seres
humanos serem “animais sociais”.
 Já no início do século XX alguns teóricos chamavam a atenção para a influência das dinâmicas sociais sobre o desempenho
das organizações. Esses escritores discutiram um amplo espectro de tópicos de administração, incluindo as
responsabilidades sociais da administração, a filosofia de administração, a clarificação de termos e conceitos de negócios e
princípios organizacionais.
 Chester Barnard publicou seu livro-referência The functions of the Executive, em 1938. Ele delineou o papel de um alto
executivo: formular o propósito de uma organização, contratar pessoas-chave e manter as comunicações organizacionais.
 Mary Parker Follet no seu Dynamic Organization, de 1942, estendeu o trabalho de Barnard por enfatizar as situações
continuamente modificadas que os administradores enfrentam. Duas de suas contribuições-chave, a noção de que os
administradores desejam flexibilidade e as diferenças entre motivar grupos e indivíduos, assentaram os fundamentos para
a moderna abordagem da contingência
Durante as experiências nas oficinas da companhia Western Electric, no estado de Illinois,
Estados Unidos, entre 1927 e 1932, Elton Mayo e seus colaboradores demonstraram que a
Elton Mayo
produtividade não se devia a causas materiais, mas sim às relações sociais entre a direção da
empresa e os trabalhadores e, em conseqüência, à mudança entre os próprios trabalhadores.

Abrahan Maslow (1943), sugeriu que os seres humanos são motivados por uma hierarquia de
necessidades: fisiológicas, sociais e psicológicas. Assim, as organizações burocráticas que
Maslow
procuravam motivar os empregados por meio do dinheiro ou segurança no emprego, confinariam
o desenvolvimento humano ao nível mais baixo da hierarquia de necessidades.

Douglas McGregor (1946), comparou dois estilos antagônicos de administração: de um lado, um


estilo baseado na teoria tradicional, mecanicista e pragmática (Teoria X) e, de outro, um estilo
Douglas McGregor baseado na concepção mais integral do ser humano (Teoria Y). A teoria Y considera que o
trabalhado é um fato natural, e que as pessoas podem ser motivadas por meio de tarefas
interessantes e desafiadoras.

Os teóricos modernos

A partir dos anos 50, surgiu um movimento no sentido de empregar métodos científicos para estudar o comportamento humano
nas organizações.

 Jacob Moreno foi o criador da sociometria – uma técnica analítica para estudar o comportamento dos grupos.
B.F. Skinner realizou pesquisas que demonstraram que o comportamento é “função das conseqüências”.
 David McClelland criou os testes de projeção, com o intuito de avaliar a “necessidade de realização” das pessoas.
Fred Fiedler estudou a liderança a partir de um enfoque situacional e desenvolveu uma teoria abrangente sobre o
comportamento de liderança.
 Frederick Herzberg enfocou a questão de “o que as pessoas querem do seu trabalho?” Concluiu que a maioria das pessoas
deseja trabalhos que ofereçam reconhecimento, realização, responsabilidade e crescimento.
 J.R. Hackman e Greg Oldham desenvolveram durante os anos 70 uma metodologia para a análise de fatores de trabalho e
motivação, fornecendo as bases para o planejamento do trabalho.

Tendências contemporâneas

O “estado da arte” do Comportamento Organizacional engloba idéias introduzidas ao longo de mais de 100 anos.
Cada época ou escola é uma extensão ou modificação da anterior. E nem todas as idéias funcionam sempre; ao contrário, nenhum
conceito pode ser aplicado a qualquer organização.

Abordagem contingencial; não existe “uma única melhor maneira” de administrar pessoas em uma organização, nem um conjunto
de princípios que possam ser aplicados universalmente.

Nos últimos anos, os pesquisadores têm se dedicado ao aperfeiçoamento das teorias existentes e do
refinamento das técnicas para sua aplicação.

Atividade

A proposta de hoje desta atividade é que você realize uma pequena redação (1 ou 2 laudas) abordando o seguinte tema:
Como é a organização na qual atuo?

1. Descreva a organização na qual você atua do ponto de vista da evolução histórica: tradicional ou moderna,
antiga ou recém-fundada, inovadora ou parada no tempo. Justifique sempre as suas impressões.
2.
Você identifica a aplicação de algum dos princípios estudados nesta aula? Quais? Justifique brevemente.
3.
Você diria que na sua organização existe uma genuína preocupação com as pessoas?

Tome como referência para sua produção o conteúdo estudado na aula de hoje, mas também pesquise e amplie seus
conhecimentos.

Dicas:

Quando você está na sua organização, você se sente com se estivesse em outra época? No passado ou no futuro? Use esta
“sensação” para enriquecer o seu trabalho!
Publique seu trabalho que será compartilhado para os colegas da turma.

Síntese

Esta aula foi dedicada ao estudo da evolução histórica do estudo do Comportamento Organizacional.

 Em resumo, vimos que as idéias e práticas evoluem em função do contexto histórico e não “desaparecem”; cada modelo
incorpora elementos dos anteriores, ampliando-os.
 As teorias têm evoluído no sentido de uma análise mais sofisticada do ser humano, visto de uma perspectiva mais integral
e considerando as suas interações com o ambiente e com as outras pessoas.

A próxima aula será dedicada à reflexão sobre os paradigmas atuais de comportamento no mundo do trabalho.
ATÉ LÁ!

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