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Avaliação de riscos

Avaliação de riscos

Introdução
Segurança no trabalho é um conjunto de ciências e tecnologias que buscam
a protecção do trabalhador no seu local de trabalho, e no que se refere à
questão de segurança e de higiene no trabalho.O seu objectivo básico
envolve a prevenção de riscos e de acidentes nas actividades de trabalho
visando a defesa da integridade da pessoa humana.

O que é a avaliação de riscos?

A avaliação de riscos é o processo de avaliação dos riscos para a saúde e a


segurança dos trabalhadores decorrentes de perigos no local de trabalho. É,
pois, uma análise sistemática de todos os aspectos do trabalho, que
identifica:
■ Aquilo que é susceptível de causar lesões ou danos;
■ A possibilidade de os perigos serem eliminados e, se tal não for o caso;
■ As medidas de prevenção ou protecção que existem, ou deveriam existir,
para controlar os riscos .
Avaliação de riscos

A entidade patronal tem o dever geral de assegurar a segurança e a saúde


dos trabalhadores em todos os aspectos relacionados com o trabalho. A
Directiva-quadro da UE destaca o papel crucial desempenhado pela
avaliação de riscos e estabelece disposições de base a observar pela
entidade
patronal. Não obstante, os Estados-Membros têm o direito de adoptar
disposições mais restritivas para proteger os seus trabalhadores.

Porquê realizar uma avaliação de riscos?

A cada 15 minutos,
morre uma pessoa na UE
por causas relacionadas ao
trabalho. Acresce que,
todos os anos, centenas de
de trabalhadores
iniciam-se no trabalho; outros
entram de baixa por motivos
de stress, sobrecarga de
trabalho, lesões músculo-
-esqueléticas ou outras
doenças relacionadas com
o trabalho. Para além do
custo humano que têm para
os trabalhadores e as suas
famílias, os acidentes e as
doenças consomem igualmente os recursos dos sistemas de saúde e
afectam
a produtividade das empresas.
A avaliação de riscos constitui a base de uma gestão eficaz na segurança e
na saúde sendo fundamental para reduzir os acidentes de trabalho e as
doenças
profissionais. Se for bem realizada, esta avaliação pode melhorar a
segurança
e a saúde, bem como, de um modo geral, o desempenho das empresas.

Como avaliar os riscos?


Na maior parte das empresas, uma abordagem directa, em cinco etapas
deverá funcionar. Existem, contudo, outros métodos que funcionam
igualmente
bem, nomeadamente para riscos e circunstâncias mais complexos.

A avaliação de riscos em cinco etapas


Avaliação de riscos

Etapa 1. Identificação dos perigos e das pessoas em risco


Eis algumas pistas para identificar os perigos:
■ Circule pelo local de trabalho e observe tudo o que possa causar danos;
■ Consulte os trabalhadores e/ou os seus representantes sobre os
problemas
que lhes tenham surgido;
■ Tenha em conta os perigos a longo prazo para a saúde, por exemplo,
níveis
elevados de ruído ou exposição a substâncias prejudiciais, bem como riscos
mais complexos ou menos óbvios, por exemplo, factores de risco
psicossociais ou decorrentes da organização do trabalho;

consulte os registos de acidentes de trabalho e de problemas de saúde

na empresa;
■ Procure obter informações de outras fontes, tais como:
— manuais de instruções ou fichas de dados dos fabricantes
e dos fornecedores,
— pesquise na internet sobre saúde e segurança no trabalho,
— organismos nacionais, associações comerciais ou sindicatos,
— regulamentos e normas técnicas.
É importante que fique claro,
relativamente a cada perigo, quais as
pessoas que poderão ser afectadas;
assim, será mais fácil identificar a
melhor
forma de gerir o risco. Isto não
significa elaborar uma lista com os
nomes das
pessoas expostas, mas antes
identificar grupos, como «pessoas
que trabalham
no armazém» ou «transeuntes». O
pessoal de limpeza, os contratantes e
membros do público podem igualmente estar em risco.
Em cada caso, é importante identificar a forma que esses danos
poderão assumir, ou seja, o tipo de lesão ou problema de saúde que pode
ocorrer.

Etapa 2. Avaliação e prioritarização dos riscos


A etapa seguinte consiste na avaliação dos riscos decorrentes de cada
perigo.
Para o efeito, deve considerar-se:
■ A probabilidade do perigo ocasionar dano;
■ A gravidade provável do dano;
■ A frequência da exposição dos trabalhadores (e o número de
trabalhadores
expostos).
Um processo directo, baseado na apreciação, que não exige qualificações
especializadas ou técnicas complicadas, pode ser suficiente para muitos
perigos ou actividades do local de trabalho, nomeadamente para
actividades
Avaliação de riscos

que acarretam perigos pouco relevantes ou locais de trabalho cujos riscos


são bem conhecidos ou facilmente identificáveis e com meios de controlo
facilmente disponíveis. Provavelmente, este é o caso da maior parte das
empresas (principalmente pequenas e médias empresas, PME). Em seguida,
devem ser definidas prioridades para o tratamento dos riscos.

Etapa 3. Decisão sobre medidas preventivas


A etapa seguinte consiste ,em decidir em como podemos eliminar ou
controlar os riscos. Nesta fase, há que avaliar:
■ Se é possível eliminar o risco;
■ Se tal não for o caso, de que forma é possível controlar os riscos de modo
a
que estes não comprometam a segurança e a saúde das pessoas expostas.
Na prevenção e no controlo dos riscos, importa ter em conta os seguintes
princípios gerais de prevenção:
■ Evitar os riscos;
■ Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos
perigoso;
■ combater os riscos na origem;
■ Conferir às medidas de protecção colectiva prioridade em relação às
medidas de protecção individual (por exemplo, controlar a exposição a
vapores através de ventilação do local em vez de recorrer a máscaras
respiratórias)
■ Adaptar-se ao progresso técnico e às mudanças na informação;
■ Procurar melhorar o nível de protecção.

Etapa 4. Adopção de medidas


A etapa seguinte consiste na adopção de medidas de prevenção e de
protecção.
É importante envolver os trabalhadores e os seus representantes no
processo.
Para que as medidas se aplicaquem de forma eficaz, é necessário elaborar
um
plano em que especifique:
■ As medidas a aplicar;
■ Quem faz o quê e quando;
■ Quando deve a aplicação estar concluída.
É essencial definir prioridades para os trabalhos destinados a eliminar
ou prevenir riscos.
Etapa 5. Acompanhamento e revisão
Importa não descurar a realização de controlos regulares destinados a
verificar
a aplicação efectiva ou a eficácia das medidas de prevenção e protecção,
bem como a identificação de novos problemas.
A avaliação de riscos deve ser revista regularmente, em função da natureza
dos riscos e do grau provável de mudança na actividade laboral, ou na
sequência das conclusões da investigação de um acidente ou de um «quase
acidente» .A avaliação de riscos não é uma actividade que se possa realizar
de uma só vez .
Avaliação de riscos

Erros comuns na avaliação


São erros comuns:
• Não designar pessoas competentes para efectuar a AR
• Não disponibilizar a informação, a formação, os recursos, o tempo e o
apoio necessários aos assessores contratados pela organização
• Não garantir uma coordenação adequada entre assessores de
diferentes empresas que desenvolvem a sua actividade no mesmo
local de trabalho
• Não promover a participação de uma equipa na AR e não incluir os
trabalhadores que conhecem na prática o processo/actividade a
avaliar.
• Não ter suficientemente em conta certas categorias de riscos, por
exemplo, os factores de risco psicossociais ou decorrentes da
organização do trabalho (horário de trabalho, carga de trabalho, etc.).
• Não ter em conta os efeitos a longo prazo para a saúde, por exemplo,
os riscos causados pela exposição a longo prazo a substâncias
perigosas ou a elevados níveis de ruído.
• Consultar o manual de instruções, mas não os próprios trabalhadores:
a prática efectiva no local de trabalho pode ser diferente e os
trabalhadores conhecem os problemas.
• Seguir muito à risca a lista de controlo:
• Ter apenas em conta os vários perigos referidos na lista de controlo
• Não ter em consideração a forma como os trabalhadores interagem
com os perigos durante o trabalho.

Registar a avaliação

A avaliação de riscos deve ser registada. O seu registo pode ser utilizado
como base para:
■ Informações a transmitir às pessoas em causa;
■ Controlo destinado a avaliar se foram tomadas as medidas necessárias;
■ Elementos de prova a apresentar às autoridades de fiscalização;
■ Uma eventual revisão, em caso de alteração das circunstâncias.
Recomenda-se o registo de, no mínimo, os seguintes elementos:
■ nome e função da pessoa ou pessoas que procederam à avaliação;
■ Perigos e riscos identificados;
■ Grupos de trabalhadores expostos a riscos específicos;
■ Medidas de protecção necessárias;
■ Informações sobre a introdução das medidas, como, por exemplo, o nome
da pessoa responsável e a data;
■ Informações sobre as medidas de acompanhamento e de revisão
subsequentes, incluindo a data e o nome das pessoas envolvidas;
■ Informações sobre a participação dos trabalhadores e dos seus
representantes no processo de avaliação de riscos.
Avaliação de riscos

Participativo de avaliação dos riscos

Avaliações de risco não devem ser efectuadas pelo empregador ,ou


entidades que o represente , salvo quando não exista pessoal competente
para o fazer. Este devem envolver os empregados ou seus representantes .
Os trabalhadores deverão ser consultados, como parte do processo de
avaliação propriamente dita, e informar sobre quaisquer conclusões
alcançadas, bem como sobre as medidas preventivas a serem tomadas.
Ao proceder a avaliações de risco, considerar sempre a
possìvel presença, no local de trabalho ,de trabalhadores de outras
empresas ou estranhos (por exemplo, clientes, visitantes),
os quais devem ser consideradas como pessoas em risco, mas atenção
também deve ser dada importância à questão de saber se a sua presença
pode introduzir novos riscos no local de trabalho.

Entidade patronal:
O empregador tem o dever de:

garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores em todos os aspectos


relacionados
ao trabalho;
organizar a avaliação do risco;
seleccionar a pessoa (s) para realizar a avaliação e garantir
a sua competência;
avaliar os riscos e aplicar medidas cautelares;
consultar os trabalhadores ou os seus representantes sobre as
organizações dos serviços;
a avaliação e implementação das medidas preventivas;
estar na posse de uma avaliação de riscos;
elaborar uma avaliação e registos para consultar com os trabalhadores
e seus representantes;
fazer os registos disponíveis para eles;
assegurar que todas as pessoas afectadas são informados de qualquer
perigo, e de qualquer danos a que possam estar sujeitos e protecção de
todos as
medidas tomadas para evitar tais danos.

A pessoa que proceder à avaliação dos riscos


O empregador tem a decisão final sobre as pessoas que realizarão as
avaliações de risco. Estas podem ser:
funcionários designados pelas entidades patronais;
avaliadores externos e serviços, se houver uma falta de pessoal
competente
no local de trabalho.
As pessoas designadas pela entidade patronal para realizar as
avaliações deverão possuir:
Avaliação de riscos

(1) uma compreensão da abordagem geral para a avaliação dos riscos;


(2) a capacidade para aplicar a este local de trabalho e tarefas necessárias;

(a) identificar os problemas de segurança e de saúde;


(b) avaliar e dar prioridade a necessidade ;
(c), sugerindo opções disponíveis para eliminar ou reduzir os riscos
e o respectivo mérito;
(d) avaliar a sua eficácia;
(e) a promoção e comunicação de segurança e de saúde
melhorias e boas práticas;
(3) a capacidade para identificar situações em que eles
seriam incapazes
para avaliar adequadamente o risco.

Trabalhadores e seus representantes

Os trabalhadores e / ou os seus representantes têm o direito / dever de:

ser consultado sobre o regime de organização do avaliação do riscos e


para a nomeação das pessoas a empresa .
Tarefa;
participar na avaliação dos riscos;
alertar os seus supervisores ou empregadores sobre riscos;
elaborar relatório mudanças no local de trabalho;
ser informado dos riscos a sua saúde e segurança e do
medidas necessárias para eliminar ou reduzir esses riscos;
solicitar ao empregador tomar as medidas adequadas e que apresente
propostas para minimizar os perigos ou para remover o perigo em
fonte;
cooperar para permitir que o empregador a garantir um trabalho seguro
ambiente;
ser consultado pela entidade patronal ao elaborar os registos
das avaliações.

Empreiteiros / fornecedores

Quando empregados de empresas diferentes trabalham na mesma local de


trabalho, assessores de cada empregador podem necessidade de partilhar
informações sobre os riscos e as medidas necessárias para combater esses
riscos.

A avaliação de riscos dos recursos


Há muitos recursos disponíveis para ajudar as empresas a realizar
avaliações de risco. A escolha do método dependerá do trabalho
condições, por exemplo, o número de trabalhadores, o tipo de trabalho
e os riscos específicos.
Mais informações sobre avaliação de riscos dos recursos está disponível
em:
Avaliação de riscos

http://osha.europa.eu/topics/riskassessment

Bibliografia
O conteúdo deste trabalho baseia-se na orientação sobre a avaliação dos
riscos no trabalho,
• Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, 1996.
• Directiva 89/391/CEE do Conselho, de 12 de Junho de 1989 relativa à
introdução de medidas destinadas a promover a melhoria da
segurança e da saúde dos trabalhadores no trabalho.
• www.hsa.ie; Malta: www.ohsa.org.mt; Reino Unido: www.hse.gov.uk /
risco / index.htm
• atribunadigital.globo.com/bn_conteudo_livre
Conclusão
A aceleração do desenvolvimento nos planos da ciência, da tecnologia e da
organização social, particularmente visível no século XX, tem vindo a
significar um contexto de desafio e mutação constante no mundo do
trabalho. A percepção de um ambiente de progresso e bem estar globais,
paradoxalmente, não é acompanhada pela descida significativa dos níveis
da sinistralidade laboral que, em muitos casos, não resistem a manifestar
um sentido inverso. Esta constatação não poderia deixar de evidenciar a
obsolescência do modelo conceptual tradicional da prevenção de riscos
profissionais, ainda em aplicação ao nível das sociedades e das
organizações produtivas. A acção normativa da Organização Internacional
do Trabalho e o novo quadro legal da União Europeia são disso reflexo ao
identificarem uma matriz gestionária para a segurança e saúde do trabalho,
cujo epicentro se situa numa acção de avaliação de riscos.
Avaliação de riscos

INDICE
O que é a avaliação de riscos?.......................................................................3
Como avaliar os riscos?..................................................................................3
A avaliação de riscos em cinco etapas...........................................................4
Etapa 1. Identificação dos perigos e das pessoas em risco................4
Etapa 2. Avaliação e prioritarização dos riscos.....................................4
Etapa 3. Decisão sobre medidas preventivas........................................5
Etapa 4. Adopção de medidas..................................................................5
Registar a avaliação.......................................................................................6
Participativo de avaliação de risco………………………………………………………
….7

Entidade patronal……………………………………………………………………………..
7

A pessoa que proceder á avaliação de riscos…………………………………………


… 7

Trabalhadores e seus representantes…………………………………………………


….. 8

Empreiteiros /fornecedores…………………………………………………………………
8
Avaliação de riscos

Avaliação de riscos de recursos…………………………………………………………


….9

Bibliografia……………………………………………………………………………………..
9

Conclusão………………………………………………………………………………………
9

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