Adriana Villela
Setembro de 2007
DOSSIÊ TÉCNICO
Sumário
1. Introdução.............................................................................................................................2
2. Objetivo.................................................................................................................................2
3. Vidro: propriedades e aplicações .........................................................................................2
3.1 Propriedades físico-químicas do material...........................................................................3
3.1.1 Composição química do vidro comum.............................................................................3
3.2 Coloração do vidro..............................................................................................................3
3.3 Propriedades físico-químicas do vidro................................................................................4
3.3.1 Temperatura de transição vítrea e escala de viscosidade ..............................................4
3.3.2 Homogeneidade e porosidade.........................................................................................4
3.3.3 Classificação do resíduo, reciclabilidade do material e índices de reciclagem ...............5
4. Processos de produção ........................................................................................................6
4.1 Tecnologia de fabricação ...................................................................................................6
4.1.1 Processo de produção industrial do vidro........................................................................6
4.1.2 Conformação dos vidros..................................................................................................6
4.2 Técnicas tradicionais de fabricação ...................................................................................7
4.2.1 A prática artesanal do vidro moldado: técnica de termoformagem .................................7
4.2.2 A prática artesanal do vidro soprado: técnica de insuflação ..........................................9
4.3 Fases produtivas do vidro: contaminantes e seus efeitos ................................................10
5. Produção e sustentabilidade: gestão dos resíduos ............................................................11
5.1 Metodologia de análise de ciclo de vida (ACV) ................................................................12
5.1.1 Projeto do ciclo de vida de um produto (Life Cycle Design) ..........................................12
6. Infra-estrutura necessária para produção de vidro.............................................................12
6.1 Espaço físico e organização da produção........................................................................13
6.2 Instalação elétrica e hidráulica .........................................................................................13
6.3. Transporte .......................................................................................................................13
7. Fornecedores......................................................................................................................13
7.1 Fornecedores do material especializado necessário para as atividades produtivas........13
7.2 Equipamentos...................................................................................................................13
7.2.1 Fornos industriais e assistência técnica .......................................................................13
7.2.2 Refratários e material de consumo especializado .........................................................14
7.2.3 Ferramentas e equipamentos de proteção....................................................................14
7.2.4 Grandes geradores de resíduos recicláveis de vidro ....................................................14
8. Legislação e normas Técnicas (ABNT) sobre vidro e resíduos..........................................15
8.1 Leis federais, projetos de lei e resoluções CONAMA.......................................................15
8.2 Normas ABNT sobre as práticas ......................................................................................15
8.3 Recomendações da ABIVIDRO........................................................................................16
9. Patentes..............................................................................................................................16
9.1 Blocos e telhas em vidro...................................................................................................16
9.2 Azulejos e pastilhas em vidro ...........................................................................................16
9.3 Vidro Temperado ..............................................................................................................16
9.4 Utilitários em vidro ............................................................................................................17
9.5 Embalagem de alimentos e de bebidas............................................................................17
Conclusões e recomendações ...............................................................................................17
Referências bibliográficas ......................................................................................................18
Anexos....................................................................................................................................21
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DOSSIÊ TÉCNICO
Título
Assunto
Resumo
Palavras chave
Conteúdo
1. Introdução
O vidro é um dos materiais mais antigos utilizados pelo homem. O material surgiu
espontaneamente, na presença das condições favoráveis para a sua transformação,
aproximadamente quatro mil anos atrás. Foi descoberto por acaso, pelos fenícios, ao
acenderem fogueiras na areia da praia, em presença de areia, salitre e calcário.
Shelby (apud ALVES et at. 2001, p13-14) sugere que foi a combinação de sal marinho
(NaCl) e possivelmente ossos (CaO), presentes nas madeiras utilizadas para acender o fogo
sobre a areia (SiO2) na salgada beira do mar Mediterrâneo, que teriam criado condições
para tal redução do ponto de fusão do material, levando à produção de um vidro de baixa
qualidade. A partir daí, do Egito e da Mesopotâmia, a arte vidreira foi difundida e depois
desenvolvida em todos os continentes.
2. Objetivo
O vidro é um material translúcido, cristalino, impermeável, inerte, ainda que bastante frágil.
Trinca com facilidade quando submetido a pancadas ou a diferenças bruscas de
temperatura, já que é o pior condutor de calor. O vidro é um material líquido, que está super-
resfriado (congelado) à temperatura ambiente, que é bem abaixo de sua temperatura de
fusão. Essa temperatura varia de acordo com a composição e a pureza da mistura.
Segundo Callister (2002, p. 292), os vidros são um grupo familiar de materiais cerâmicos,
que têm como principais características a transparência ótica e a relativa facilidade de
fabricação. Quanto à sua composição química, são formados por silicatos não-cristalinos
que também contêm outros óxidos (CaO, Na2O, K2O e Al2O3), que influenciam em suas
propriedades.
Segundo Alves (et al, 2001, p21), de acordo com a função que desempenham no processo,
são cinco as categorias de materiais constituintes do vidro: formador/vitrificante (sílica),
fundente (sódio ou potássio), agente modificador (estabilizantes/cal ou cálcio), agente de cor
(óxidos metálicos diversos) e agente de refino.
Um vidro de cal de soda típico (vidro comum) consiste em aproximadamente 70% de sílica
(SiO2 - óxido de silício),soda (Na2 CO3 - carbonato de sódio) e cal (CaCO3 - carbonato de
cálcio) e é obtido pela fusão de seus componentes, de forma homogênea, em fornos de alta
temperatura.Além de seus componentes básicos, essa mistura recebe outras substâncias,
que lhe alteram a resistência e a pigmentação.
Segundo Pascual (et al, 2004, p26), o vidro de chumbo ou cristal resulta da substituição do
óxido de cálcio pelo óxido de chumbo, que aumenta a densidade e o índice de refração do
material. Devido a sua plasticidade, este vidro mais brando pode receber gravação e
entalhe.
Já o vidro de borossilicato (vidro refratário) composto de sílica (SiO2), ácildo bórico (H3BO3),
ácido fosfórico (H3PO4) e, algumas vezes, óxido de alumínio (Al2O3), possui enorme
resistência química e reduzido coeficiente de dilatação térmica, que aumenta sua resistência
ao choque térmico e a altas temperaturas, sendo muito utilizado na fabricação de
instrumentos de laboratórios e de utensílios de cozinha.
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Óxido de érbio Er2O3
Óxido de cobalto Azul CoO
Callister (2002, p293) explica que, para os materiais vítreos (não cristalinos), não existe uma
temperatura definida na qual o líquido se transforma em um sólido, como o que acontece
com os materiais cristalinos. Quando se aquece um vidro acima da Tg, tem início o seu
comportamento viscoelástico e ocorre um aumento da entropia configuracional do sistema,
ou seja, as unidades formadoras do vidro adquirem a capacidade de escoamento e podem
encontrar diferentes arranjos relativos.
Ainda segundo o autor (CALLISTER, 2002, p294), sobre a escala de viscosidade identifica-
se vários pontos específicos que são importantes na fabricação e no processamento dos
vidros:
Ainda segundo este autor (CALLISTER, 2002, p292), especialmente quando se necessita de
transparência ótica, o vidro produzido deve ser homogêneo e isento de poros. A
homogeneidade é obtida pela fusão e pela mistura completa dos ingredientes brutos.
Porosidade resulta de pequenas bolhas de gás produzidas, que devem ser absorvidas pelo
material fundido ou eliminadas de alguma maneira. Isso exige um ajuste apropriado da
viscosidade do material fundido.
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3.3.3 Classificação do resíduo, reciclabilidade do material e índices de reciclagem
De acordo com a ABNT, 1987a, b, c, d (apud IPT/CEMPRE, 2000, p29), o lixo pode ser
classificado, de acordo com sua natureza física, sua composição química e seu grau de
periculosidade para o meio ambiente, respectivamente em:
Segundo estas classificações, o vidro seria classificado como lixo seco, inorgânico e inerte.
Vidros recicláveis: garrafas de bebidas; espelhos; vidros de janelas; box de banheiro; pára-
brisa; potes de produtos alimentícios; frascos de remédios e perfumes; embalagens em
geral, e cacos dos produtos citados acima.
Vidros que não permitem reciclagem: cristais, lâmpadas; tubos de televisão e válvulas;
ampolas de remédios; porcelana, cerâmicas e louças (que não são vidros, mas costumam
estar misturados aos resíduos).
Layargues (2002) lembra que não é porque o material é 100% reciclável, como são o vidro e
o alumínio, que ele será 100% reciclado. Assim, no mercado brasileiro de bebidas, as
embalagens de alumínio atingem maior índice de reciclagem (97%) do que as de vidro
(45%), apesar dos dois materiais serem 100% recicláveis, como se pode observar no
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1998 2000 2001 2002 2003
vidro 15 18 25 33 35 37 39 40 40 41 42 44 45
alumínio 37 39 50 56 63 61 64 65 73 78 85 87 89
Fontes: ABIVIDRO, ABIPET, ABRALATAS - sites institucionais, consultados em 2006.
Silva (2002, p14) comparou as performances dos impactos ambientais das cadeias
produtivas da reciclagem de diferentes matérias para embalagem, demonstrando que alguns
materiais, por suas características físico-químicas e processos tecnológicos de
processamento, oferecem maiores ou menores vantagens/facilidades para a sua
reciclagem.
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4 Processos de produção
1. Prensagem;
2. Insuflação;
3. Estiramento;
4. Conformação das fibras;
5. Recozimento;
6. Têmpera do vidro;
7. Devitrificação.
Callister (2002, p295) explica ainda que a resistência de uma peça de vidro pode ser
melhorada pela introdução intencional de tensões residuais de superfície de natureza
compressiva. Isso é atingido pelo processo da têmpera térmica, aquecendo-se a peça até
uma temperatura acima da região de transição vítrea, porém abaixo do ponto de
amolecimento. Ela é, então, resfriada até a temperatura ambiente em meio a um jato de ar
ou, algumas vezes, a um banho de óleo. O efeito é que o interior tende a contrair o exterior,
impondo tensões radiais voltadas para dentro. Após o resfriamento (temperatura ambiente),
ela mantém tensões compressivas sobre a superfície, com tensões de tração nas regiões
interiores.
No caso de um vidro que não foi submetido à têmpera, uma trinca será introduzida a um
nível mais baixo de tensão externa e, conseqüentemente, a resistência à fratura será menor.
Este tipo de vidro é utilizado onde se necessita de alta resistência: portas-grandes, pára-
brisas de automóveis e lentes de óculos.
Primeiro ficando gelatinoso, depois líquido, conformando-se à forma que o contiver. Assim,
trabalha-se com o processo de fusing, derretendo o material em fornos de alta temperatura,
dando-lhe forma por meio de formas de gesso (uso único) ou de cerâmica (de múltiplo uso).
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Quanto menores são os fragmentos do material que se quer derreter, maior é a temperatura
que se utilizá. Em geral, para derreter garrafas (o material que mais se utiliza na
reciclagem), usa-se em torno de 840ºC. Os fornos para fusing de vidro atingem até 900ºC,
mas para fazer vidro a partir da sílica, precisar-se-á de temperaturas mais altas, em torno de
1200ºC a 2000ºC, a depender dos componentes e da qualidade do vidro que se quer obter.
O vidro de garrafas é alcalino (contém soda). Isso abaixa o seu ponto de fusão (em torno de
1.100ºC) e o seu ponto de amolecimento (a partir de 300ºC). Garrafas de champagne (óxido
de ferro) são mais resistentes e têm paredes mais grossas.
Conforme Alves (et al, 2001, p24), hoje o vidro utilizado em embalagens já pode ser
classificado e totalmente reciclado. Para isso, faltando apenas que pesquisadores
desenvolvam novas tecnologias de reciclagem e encontrem para ele novas oportunidades
de aplicação.
A técnica oferece alguns riscos para a saúde. Os efluentes de metais pesados e outros
elementos tóxicos de esmaltes e vidros, bem como a manta cerâmica de isolamento do
forno, podem provocar problemas de saúde, por isso o equipamento deve ser instalado em
local bem ventilado e os pigmentos manuseados com uso de equipamentos, como luvas e
óculos de proteção. O forno computadorizado que ilustra este documento é revestido com
tijolos de cerâmica refratária de alta temperatura, e atinge temperaturas de 1.200oC. O forno
para vidro deve ir até pelo menos 900oC. (Figuras 2,3 e 4)
Além disso, quando mal manuseado, o vidro provoca cortes, e é preciso utilizar luvas e
óculos de proteção para lidar com etapas de trabalho que possam soltar ciscos, como o
corte ou o lixamento de peças (etapa de acabamento). O forno deve estar em local
ventilado, para que não se respire os vapores tóxicos, e não deve ser aberto durante a
queima e o resfriamento, para que as peças não trinquem com o choque de temperatura.
Figuras 2 e 3 – Forno revestido com tijolos de cerâmica e montagem das peças nas prateleiras.
Fonte: Adriana Villela, arquivo da pesquisadora, 2004.
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Figura 4 – Forno elétrico para fusing de vidro com abertura frontal.
Fonte: Adriana Villela, arquivo da pesquisadora, 2006.
A partir de um tubo de vidro com o auxílio de um maçarico fixo sobre uma mesa, o
hialotécnico moldará a peça, insuflando-lhe ar, quando aquecida. O maçarico é alimentado
por três componentes: AR (compressor de ar); GÁS (botijão de butano) e OXIGÊNIO (botijão
de oxigênio), e como o vidro é mau condutor, vai aquecer o tubo num só ponto, no meio.
O artesão fecha uma das extremidades do tubo e, depois de aquecê-lo, sopra pela outra
ponta, dando-lhe forma, como quem sopra um balão. Vai aquecendo e soprando,
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aquecendo e soprando, eliminando e soldando partes, até obter a forma desejada. O
processo não é fácil e depende da experiência e da paciência do profissional.
A técnica requer muito treino e destreza manual. O artesão trabalha contra a gravidade o
tempo todo. Precisa ser extremamente hábil com as mãos e ter muita coordenação para não
ter sua peça deformada por sua ação. Precisa manter o alinhamento horizontal entre as
hastes que serão continuamente giradas com as duas mãos. Durante a fusão da massa de
vidro no centro, as duas partes se desestruturam (se soltam), mas não poderão ser torcidas
durante o giro de 360ºC. (Figura 5).
Para a redução das tensões internas do vidro, depois das sucessivas soldagens das peças,
reaquece-as até mais ou menos 300/350ºC, resfriando-as lentamente (tempera-as) em um
forno elétrico caseiro, que ele mesmo fez, onde atinge aproximadamente 350/400ºC e tem
abertura na parte superior.
A atividade oferece alguns riscos para para a saúde e o meio-ambiente. A radiação ultra-
violeta do fogo do maçarico atinge o fundo da córnea, queimando-a. A toxidade dos
componentes do vidro e o risco de acidentes (explosões), exigem organização, cautela,
observação de normas e uso equipamentos de segurança no manuseio do material e gestão
dos processos produtivos.
Segundo a classificação de Marlet (2005), que avalia o perfil ambiental do material, o vidro
é um material natural, inorgânico, não renovável, não biodegradável, reciclável, intensidade
energética média. Em geral, é um material saudável em sua fase de uso.
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5 Produção e sustentabilidade: gestão dos resíduos (3Rs)
A gestão de resíduos gerados envolve custos cada vez mais altos, e é um dos maiores
problemas ambientais para os municípios. Nos últimos dez anos, o aumento dos resíduos
está ligado às alterações nos padrões de consumo e descarte, superando a influência do
aumento populacional em si. Segundo Layargues (2002, p10), as iniciativas de reciclagem
são sempre insipientes diante da magnitude do problema, que é o volume da produção do
descarte.
Esta reciclagem, por sua vez, está condicionada à possibilidade de escoamento dos
materiais produzidos (produtos reciclados ou resíduos). “Não se deve segregar materiais
para reciclagem caso não haja demanda significativa dos mesmos.” (CEMPRE, 2000).
3%
27%
25%
aterro/lixões
reciclagem
reuso indevido
reuso caseiro
45%
As embalagens de vidro têm como seu principal mercado o setor de bebidas, que utiliza dois
sistemas distintos: o retornável e o descartável.
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A reciclagem do vidro produzido em escala industrial ainda é um desafio para a cadeia
produtiva da reciclagem do material. O custo do transporte do material e o ICMS sobre
circulação ineterestadual dos resíduos ainda é elevado, desafiando a criatividade dos
interessado em ampliar sua escala. A reciclagem em escala industrial acontece, na região
industriais onde estão as empresas recicladoras, geralmente, próximas das envasadoras.
Nas outras regiões o resíduo de vidro (cacos) tem pouco valor econômico.
A Metodologia de Análise do Ciclo de Vida de um produto (ACV) adota uma visão sistêmica
de produto, que analisa o conjunto de inputs e de outputs de todas as sua fases: (1) pré-
produção; (2) produção; (3) distribuição; (4) uso e (5) descarte -, avaliando as
conseqüências ambientais, econômicas e sociais de sua produção.
Para Manzini e Vezzoli (2002, p99), “os limites ambientais dão testemunhos de que já não é
mais possível conceber qualquer atividade de desingn sem confrontá-la com o conjunto das
relações que, durante o seu ciclo de vida, o produto vai ter no meio ambiente. Ninguém mais
nega que um artefato deve provocar um baixo impacto ambiental ao ser produzido,
distribuído, utilizado e eliminado/descartado.”
Para esses autores os custos ambientais e outros fatores – custos, assistência, aspectos
legais, culturais, éticos e estéticos – devem ser levados em conta desde a fase inicial de
elaboração do produto, levando a uma abordagem sistêmica do design (desenho do
sistema-produto inteiro). Para eles, uma das tarefas para o desenvolvimento de novos
produtos no futuro seria o projeto do ciclo de vida do produto (life cycle design/LCD), com o
objetivo “de reduzir a carga ambiental associada a todo o ciclo de vida de um produto”.
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• Galpão com pé direito alto e ampla ventilação cruzada.
• Tanques para lavagem das garrafas e local para seu armazamento.
• Bancadas de trabalho com cadeiras para aproximadamente 5-12 funcionários.
• Estante e armário com chave para guardar o material de consumo.
• Vitrine com chave para exposição permanente da produção.
6.3 Transporte
O transporte libera ainda CO2, contribuindo para o aquecimento global. Outro argumento a
favor de sua redução no planejamento da produção.
7 Fornecedores
• Equipamentos:
Areia de Sílica (SiO2); Cabonato Sódico (Na2CO3); pedra calcárea (CaCo3) ou cal viva
(CaO); Feldspato (P2OA2O2 e SiO2); Bórax (Na2B4O7 . 10H2O3) ou ácido bórico (H3BO3) e
agentes colorantes (metais diversos).
• Ferramentas:
Forno a tanque contínuo (fusão/1500 oC; refinação/1300 oC), formas diversas para
conformação do vidro; cadinho; cortadores de vidros, lavadora de garrafas; esteiras e outros
equipamentos, de acordo com o tipo de atividade desenvolvida;
7.2 Equipamentos
ARTS FIRE
marcio@estivarefratários.com.br
19 3891-6233
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FOSBEL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
Serviços de Inspeção c/Endoscópio; Reparos de Fornos (Processo de Solda Cerâmica)
www.fosbel.com
11 4161-9707
SAINT-GOBAIN SEFPRO
Refratário
sefprobrasil.sgcp@saint-gobain.com
19 2127-8710/2127-87122127-8711
Para organizar uma eventual coleta seletiva de resíduos de vidro para reciclagem em sua
localidade, busque parcerias com as empresas especializadas em venda de bebidas que
utilizam vasilhames descartáveis, tais como casas de festas, restaurantes, bares, etc.
Vidraçarias e empresas de vidro temperado são excelentes geradoras de resíduos
interessantes para a reciclagem (circuito limpo).
Em todos os casos, é melhor evitar que os resíduos de vidro sejam misturados aos outros
tipos de lixo. Isso facilita a limpeza do material para reciclagem, reduzindo o consumo de
água, sabão e energia nos processos de reciclagem.
Para coletar os resíduos dos grandes geradores, é preciso dispor de veículo destinado para
este fim, realização de coletas com periodicidade regular, calculada em função dos volumes
gerados. Para os pequenos, é importante a implantação de pontos de entrega voluntária em
locais estratégicos, em pontos de passagem dos geradores-doadores de resíduos,
especialmete, de vidros.
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8 Legislação e normas técnicas (ABNT) sobre vidro e resíduos
Normas da Série ISO 14000 relativas à Avaliação do Ciclo de Vida (Life Cycle
Assessment): Consulte em <http://www.life-cycle.org>.
• ISO 14000 e ISO 14001 Guide – orienta busca de normas desta série, inclui manual
de procedimentos, treinamento, formulários etc. (http://www.iso-14001.org.uk/iso-
14040.htm)
• ISO 14000/14040/14041/14042/14043 – estabelecem princípios básicos e requisitos
para Análise de Inventário ou Avaliação de Impacto, assim como para divulgação
dos resultados.
Obstáculos à reciclagem do material, como custo de transporte e do ICMS, fazem com que
o sistema de reciclagem proposto seja viável, apenas em regiões próximas de empresas
recicladoras.
9 Patentes
PI0315611-7 03/10/2003 METODO E APARELHO PARA PRODUÇAO DE CHAPAS DE VIDRO TEMPERADO CURVO
SISTEMA E METODO PARA SIMULTANEAMENTE AQUECER E RESFRIAR VIDRO A
PI0314851-3 18/09/2003
PRODUÇAO DE VIDRO TEMPERADO
PROCESSO E APLICAÇAO DE COMPOSTO DE CORES TORNANDO O VIDRO
PI8801665-0 05/04/1988
TEMPERADO E TRANSLUCIDO
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VIDRO VERMELHO PROCESSO DE FABRICAÇAO DE VIDRO VERMELHO AMPOLAS E
PI0602662-1 11/07/2006
TUBOS TINGIDOS OBTIDOS COM ESSE VIDRO
PI0504482-0 28/09/2005 ARTIGO DE VIDRO ANTIADERENTE E PROCESSO DE PRODUÇAO DO MESMO
PI0503276-8 05/08/2005 LUMINARIAS DE VIDRO RECICLADO E RESINA
METODO E DISPOSITIVO PARA CONTROLAR MASSA DA GOTA DE VIDRO NA
PI0508636-1 04/03/2005
PRODUÇAO DE RECIPIENTES DE VIDRO OCOS
PI0500353-9 03/02/2005 COMPOSIÇOES DE VIDRO
Conclusões e recomendações
Apesar de ser um material natural, o vidro não é bio-degradável e sua produção envolve
grande consumo de energia elétrica, extração de materiais não renováveis e liberação de
CO2 e outros contaminantes ambientais.
Uma das estratégias sugeridas para superar as barreiras para a reciclagem do material é a
sua reciclagem em oficinas de trabalho com forno elétrico, no próprio local de geração e
deposição final do resíduo, seguindo tendência mundial de redução das operações de
transporte na produção, um dos grandes responsáveis pela emissão de gases do efeito
estufa.
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Anexos
SITES CONSULTADOS
www.abividro.org.br
www.abepet.com.br
www.abal.org.br
www.bndes.gov.br
www.cempre.org.br
www.cidades.gov.br
www.inpi.gov.br
www.snis.gov.br
http://www.movimentodoscatadores.org.br/, consulta em 28/6/2007
Data de finalização
28 set. 2007.
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