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Com o advento do Código Civil de 2002 adotou-se no Brasil a teoria da empresa. Através dela, o
comerciante, antes reconhecido como aquele que praticava os “atos de comércio”, é denominado empresário
(no caso de pessoa física, empresário individual; e no caso de pessoa jurídica, sociedade empresária).
Empresário é, portanto, aquele quem exerce profissionalmente a atividade econômica organizada para a
produção ou circulação de bens ou de serviços, ressalvadas as exceções legais.
Assim, todos aqueles que exerciam atividade com as características acima relacionadas, mas que não eram
empresários à luz da legislação anterior, passam a sê-lo com a entrada em vigor do Novo Código Civil,
devendo adequar-se às disposições da nova lei, ou seja, devem registrar-se como empresário na Junta
Comercial, ajustando o seu contrato social às novas regras.
As sociedades empresárias que não atenderam às exigências passaram, a partir de 12 de janeiro de 2007, a
serem consideradas sociedades irregulares (ou sociedade em comum), devendo arcar com as conseqüências
de sua situação irregular.
Sob o ponto de vista do Código Civil, operar uma sociedade em comum significa que:
os sócios somente poderão provar a existência da sociedade por meio de documento escrito. Por outro
lado, os terceiros poderão prová-la de qualquer modo;
os bens e dívidas sociais são encarados como uma espécie de patrimônio especial, distinto do dos
sócios, e do qual estes são titulares em comum, ou seja, em condomínio;
os bens sociais responderão pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo se houver
pacto expresso que limite os poderes dos administradores (neste caso, somente terá eficácia contra o
terceiro que o conheça ou deva conhecer);
todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído aquele que
contratou pela sociedade, que responde diretamente pelas obrigações sociais. Responder solidária e
ilimitadamente significa dizer que cada sócio responde com seu patrimônio pessoal pelo pagamento
integral da dívida contraída em nome da sociedade.
Estando em situação irregular, a sociedade não poderá pedir a falência de outro empresário ou
requerer, caso seja necessário, o processamento de sua recuperação judicial. O status de irregular
impede, ainda, a negociação com instituições financeiras, a participação em licitações e
posteriormente a contratação com a administração pública.
Enfim, fica a empresa prejudicada em uma série de atos que são imprescindíveis ao quotidiano e bom
andamento da atividade de qualquer empresário.
É importante salientar que a regularização da empresa pode se dar a qualquer momento, através de uma
alteração de contrato social, que o adapte às novas disposições legais.
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ARQ. Comunicado o novo código civil e as adaptações dos cont