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Resumo ⎯ Este artigo apresenta uma descrição do distanciamento da fonte de emissão causa um
Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre e mostra um fenômeno chamado de “chuvisco”. Além disso, um
aplicativo, voltado para uma aplicação de comércio outro fenômeno chamado de múltiplos sinais
eletrônico. Na aplicação descrita neste artigo é percorridos pela fonte, sobrepondo os sinais
exemplificada a interatividade com o usuário, onde o
recebidos pelos receptores, causando os chamados
mesmo poderá realizar compras pela própria televisão.
“fantasmas”.
Palavras-chaves ⎯ TV digital, t-commerce, ginga, Na transmissão digital isso não ocorre, pois esses
interatividade. ruídos e a sobreposição ocasionam o erro de bits, que
interrompem essa transmissão. Deve-se a esse fato a
I. INTRODUÇÃO perfeição da imagem na transmissão digital, pois ou
o sinal é recebido com a qualidade digital ou ele nem
A televisão digital vem sendo discutida chega.
mundialmente desde 1987. No Brasil, as discussões
acerca deste assunto iniciaram em 2003, dentre III. SISTEMA DE TV DIGITAL
muitas polêmicas [1]. Uma delas é a questão social,
pois 95,7% de domicílios brasileiros possuem O sistema de TV digital é um sistema baseado na
televisão e como solucionar a inclusão digital desses aplicação cliente/servidor, no qual o radio difusor é o
domicílios visto que terão de se adaptar ao novo servidor e o cliente é o telespectador. As mídias de
sistema brasileiro de TV. A primeira transmissão áudio e vídeo que são geradas pela emissora, são
digital foi somente realizada em dezembro de 2007 multiplexadas e codificadas para, assim, serem
na cidade de São Paulo, para até 2016 ser então transmitidos. Dessa forma, o mesmo ocorre com os
desativada a transmissão analógica em todo o país, aplicativos que posteriormente serão executados no
ou seja, o assunto está em ascensão. Com o intuito de lado do cliente. No cliente, acontece o caminho
demonstrar as modernizações geradas pela TV inverso da transmissão do servidor, eles são
digital foi então produzida uma aplicação para TV decodificados e demultiplexados, assim os sinais de
digital, utilizando uma linguagem de programação e vídeos e áudio são rodados diretamente na televisão,
ferramenta genuinamente brasileira, o Ginga-NCL enquanto os aplicativos são rodados no middleware,
(Nested Context Language) [2-3] e o composer [4], que no caso é o sistema operacional Ginga [3], para
respectivamente, ambos desenvolvidos pela PUC- depois serem executados em um Displayer.
Rio e a sua vertente, o Ginga-J, concebido pela Tanto o áudio quanto o vídeo seguem os padrões
UFPB [5]. estabelecidos pelas normas de codificação do sistema
brasileiro de TV digital. Estes padrões são chamados
II. IMAGEM PERFEITA de padrão de referência [3]. Ao contrário do que se
pensa, e do que se diz: o sistema brasileiro não é
Uma das diferenças notáveis entre a televisão baseado no sistema japonês. O padrão brasileiro
analógica e a digital está na qualidade da imagem. utiliza o mesmo padrão japonês para codificação de
Isto se deve ao modo de transmissão que essa áudio [6], o MPEG-4 ACC (Advanced Audio
diferença está baseada, pois como o próprio nome Coding), porém utiliza-se uma técnica de
diz: a transmissão digital, nada mais é do que os melhoramento chamada SBR (Spectral Band
sinais analógicos, sendo transformado em sinais Replication), o quê o torna diferente dos demais
digitais. sistemas. O padrão de codificação de vídeo é
Na transmissão analógica, uma vez que totalmente diferente adotado pelos outros sistemas
introduzidos ruídos, no canal de transmissão, o sinal existentes no mundo. Enquanto os sistemas
emitido sofre alterações. Da mesma forma como o americano, europeu e japonês utilizam o MPEG-2
como padrão, o sistema brasileiro utiliza o MPEG-4
AVC (Advanced Video Coding). Na Tabela I são programação eletrônica, exemplos mais utilizados
ilustrados os padrões de protocolos atualmente nessa tecnologia. A Fig. 1 exemplifica o
utilizados. funcionamento deste modelo.
TABELA I
PADRÕES DE REFERÊNCIA
Americano Europeu Japonês Brasileiro
Digitalização MPEG-4
de vídeo MPEG-2 MPEG-2 MPEG-2 AVC
Digitalização DOLBY MPEG-4
de áudio AC-3 MPEG-2 MPEG-2 ACC
Multiplexação MPEG-2 MPEG-2 MPEG-2 MPEG-2
Transmissão Modulação Modulação Modulação Modulação
dos Sinais 8-VSB COFDM COFDM BST-OFDM
Middleware DCAP MHP ARIB GINGA