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13 – 03 – 2003

Portugal – reformas no sistema entre 84 e 94

Também Portugal sofreu algumas mudanças no seu Sistema Educativo, mais


especificamente, num período de 10 entre 84 e 94. Assim, no contexto da mudança,
assistimos a um desenvolvimento económico e social, uma vez que a sua integração na
União Europeia implica a modernização das estruturas económicas e sociais (maior nº
de postos de trabalho, mais diversificado e em particular, a consolidação da
democracia no país). O reforço das componentes básicas instrucionais (saber ler,
escrever, estudar bem…) surge como uma das tendências internacionais adoptadas por
Portugal. Nota-se uma nova atitude, de maior envolvimento e participação nas
matérias de interesse geral (como é o caso do S.E.), assim como a maior flexibilidade
do sistema resulta na maior opção de escolha dentro da escola (áreas a seguir, etc. …).
A ligação às empresas revela-se uma pressão exercida sob as escolas, na medida em
que todo o S.E. converge cada vez mais depressa para um ponto único: o mercado de
trabalho. Surgem igualmente programas de orientação dos alunos procurando estes
promover a formação profissional dos menos aptos (em áreas mais direccionadas aos
seus interesses próprios).

O currículo, também ele parte inovadora das alterações feitas no sistema, engloba
cinco pontos estruturados de actuação: planeamento; conteúdo; organização;
metodologia; avaliação. Os programas cingem-se ao que é considerado essencial.
No planeamento erguem-se as ideologias, por assim dizer, ou finalidades a alcançar
com este “programa” estruturado. Deste modo, fala-se em descentralização (referente
às margens de autonomia/actuação relativamente às matérias leccionadas, ou seja,
capacidade de leccionar tendo em conta o nosso ponto de vista _ currículo oculto) e em
complexidade. Esta complexidade é referente à integração de Portugal na U.E., sendo
agora o país (S.E.) portador de um papel de cidadania europeia e de multiculturalidade
prendendo-se este último ponto com a tendência dos alunos a se integrarem e inserirem
na cultura do país de acolhimento aquando a sua estadia fora do país (capacidade de
integrar aspectos relacionados com a cultura própria)
No conteúdo nota-se a valorização da língua nacional enquanto suporte sobre a língua
e aritmética (o sujeito aprende toda a vida aumentando o seu nível de conhecimento
cultural), a (igual) valorização da língua estrangeira enquanto meio de comunicação
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num país estrangeiro e como forma de conhecimento de outras línguas dominantes no


sistema. Esta importância é igualmente vista sob o aspecto económico, na medida em
que a mão de obra é facilitada pela capacidade de comunicação noutra(s) língua(s) _ a
mão de obra deve ser “poliglota”. Por outras palavras será o mesmo que dizer que a
introdução precoce da língua estrangeira no processo de ensino é condutora de
facilidade de entrada no mercado de trabalho, cada vez mais globalizado e centrado
sob a língua mais falada (inglês). Também a transdiciplinaridade funciona como
método curricular a pôr em prática – a área escola, por exemplo, procura um ponto
comum entre disciplinas, de modo que todas interajam para o desenvolvimento de um
tema, a nível local, onde se encontra a escola (relação com programa de ensino
mediante o local de trabalho: ex. não se vão pôr jovens de um bairro de baixo nível
económico e social e fazer trabalhos que em nada lhes interessa). As novas tecnologias
da informação são também elas um ponto de aproximação aos novos sistemas de
educação, cada vez mais ligados à inovação e dimensão europeias.
A organização do currículo escolar é feita por áreas temáticas e não por áreas de
conhecimento (há um contributo único de disciplinas englobado num só conjunto) e
realiza-se em ciclos de estudo e não por anos (1º ciclo de ensino – básico; 2º ciclo –
preparatório; 3º ciclo – secundário….)
A metodologia utilizada provém da Escola Nova e é feita com base em conteúdos
centrados nos interesses dos alunos. É uma aprendizagem feita pela descoberta.
A avaliação, outrora normativa (comparação dos alunos ao modelo de aluno padrão e
resultando na avaliação final – havia porém muitos chumbos porque o modelo era
sempre muito melhor), é agora formativa e assenta na tentativa de regular o processo
de aprendizagem, dando ao professor feedback sobre CADA aluno. Este tipo de
avaliação centra-se em competências e atitudes do aluno e não nos seus
conhecimentos, é mais aberto. O aluno é comparado a si mesmo, fazendo-se notar os
objectivos de estudo por si já alcançados. Surge por questões económicas, na medida
em que diminui a taxa de insucesso escolar, reduzindo a despesa anual de manter um
aluno no mesmo ano.

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