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Ano III • Nº 21 • Abril 2001 • R$ 5,00

www.embalagemmarca.com.br

UM CONTÊINER MAIS ECONÔMICO • O QUE A FIEPAG MOSTOU DE MELHOR


21cartadoeditor 30/04/01 09:54 Page 3

Carta do editor
O que as gôndolas nos ensinam
C omo bem sabem
empresários e pro-
fissionais ligados à produ-
“populares”, no que a ex-
pressão significa em ter-
mos de preço baixo. Exis-
dação pareceram muito
ilustrativos. O intuito da
reportagem não é julgar
ção e à venda de produtos te a forte suspeita de sone- nem apontar soluções má-
de consumo, um interes- gação, roubo, pirataria. gicas. EMBALAGEMMARCA
sante exercício de negó- Mas a verdade é que a tec- aborda o tema dos produ-
cios é percorrer os pontos- nologia derruba seguida- tos populares com o obje-
de-venda. Os produtos que mente diferenciais, inclu- tivo de estimular a análise
disputam de forma cada sive na parte mais visível e a discussão, que podem
vez mais acirrada a aten- dos produtos, que é a em- indicar caminhos provei-
ção dos consumidores ofe- balagem. Assim, não custa tosos a todos, do designer
recem extraordinários en- repetir, o bom design po- e do projetista ao fornece-
sinamentos de marketing. de ser decisivo. Custa dor, ao usuário de embala-
Numa prateleira de super- pouco, porque o que se gens e, claro, ao consumi-
mercado ou numa estante investe nele acaba se di- dor final. A seção Espaço
de bar, por exemplo, é luindo nas grandes quan- Aberto da revista está à
possível observar marcas tidades de vendas, e re- disposição dos leitores,
anônimas e artigos de bai- força a imagem de marca. para que exponham seus
xo preço batalhando por Esses são aspectos que a pontos-de-vista sobre esse
espaço e vendas, sem o reportagem de capa desta e outros temas. Até maio.
menor complexo de infe- edição aborda, mostrando
rioridade – e muitas vezes alguns exemplos que à re- Wilson Palhares
ganhando a parada.
São muitas as explicações
para isso, mas uma, sem
dúvida, é fundamental: as
embalagens de inúmeros
desses produtos de comba-
te estão ficando mais e
mais sofisticadas, nada de-
vendo aos de ponta.
São garrafas de bebidas
baratas com rótulos me-
talizados, auto-adesivos,
verniz. Frascos de xam-
pus banais com aplica-
ções de hot-stamping e
outros recursos. Refrige-
rantes, biscoitos e refres-
cos em pó comuns em
embalagens flexíveis de
excelente impressão, bom
design, personagens li-
cenciados. Seus preços
são anotados em centa-
vos, poucas vezes ultra-
passam 1 real, raramente
chegam a 2.
Nem sempre é fácil en-
frentar a concorrência dos
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Espaço aberto
M ais uma vez vocês mostraram
que uma revista especializada pode
E MBALAGEMMARCA é muito in-
teressante e traz muitas novidades.
e deve ser um canal de expressão de Para nós isso é fundamental.
seu tema não só no conteúdo, mas Parabéns pela revista.
também na forma. O trabalho que João Elton Moreto
vem apresentado nas capas da revis- Marketing da Sanavita
ta e no encarte sobre reciclagem da Nutrição e Marketing
edição número 20 é um show de Piracicaba, SP
criatividade e inovação. Afinal,
quem disse que as capas de uma re-
vista têm de ser sempre iguais? Pa-
E ndossamos as críticas feitas
pela KHS e Label-Fix. Temos uma
rabéns por mais este trabalho. participação significativa no mer-
Fabio Mestriner cado de rotuladoras para rótulos en-
E nvolvido há 43 anos em ques-
tões de reciclagem, desejo cumpri-
Packing Design de Embalagem
São Paulo, SP
volventes alimentados por bobinas
e comercializamos diversas outras,
como auto-adesivas e shrink-slee-
mentar a equipe desta publicação
pelo excelente trabalho exposto na A precio muitíssimo a criativida-
de e o charme que permeiam as re-
ve. Gostaríamos de participar da
próxima abordagem .
edição de março de 2001 versando
sobre este importante tema. Traba- portagens abordadas nas várias edi- Marcos Silveira
lhos como esse não somente ins- ções de EMBALAGEMMARCA. Apre- Diretor comercial da Pavax (re-
truem como educam e condicionam sentar a matéria sobre reciclagem presentante exclusivo da Trine
os relacionados direta e indireta- em caderno central de papel recicla- Lab. Syst. para o Brasil)
mente com o assunto. do foi uma excelente idéia, e a exe- Barueri, SP
Nilo Alge cução está ótima.
Consultor industrial Hebe Wey Vamos abordar novamente o as-
São Paulo, SP Doutora em ciência da comunicação sunto rotuladoras em edição futu-
São Paulo, SP ra. Convidamos essa e outras em-
B rilhante a reportagem sobre re-
ciclagem na edição de março de E stivemos na FIEPAG e constata-
presas que se sentiram excluídas
da reportagem da edição número
2001. Igualmente notável é a lista- mos a excelente qualidade de sua re- 19 a entrarem em contato com a
gem dos principais fornecedores de vista. A AMS Propaganda é uma redação. Reiteramos que estamos
papel cartão no Brasil. Vocês des- agência pequena, mas sempre aten- abertos para divulgar informa-
mistificaram o assunto. A Compa- deu e atende clientes que anunciam ções importantes à cadeia de em-
nhia Suzano tem sido um verdadei- em revistas e desenvolve embala- balagens, independente do tama-
ro líder no uso de tecnologia indus- gens. nho da empresa que as fornecer.
trial e eu me orgulho de ser um de Alfredo de Magalhães Scherer
Diretor de Criação
seus fornecedores desde 1972. Na
área de fabricação de celulose (mais AMS Propaganda Ltda. S obre a reportagem “Reciclagem
pode ser um bom negócio”, so-
tarde convertida em outros produtos
de papel) a Companhia Suzano é A revista EMBALAGEMMARCA é,
sem dúvida, uma referencia impor-
mente com muita informação e
continuidade/exploração do tema é
pioneira com seus sistemas de en-
fardamento e aramagem automáti- tante para o ensino do design de em- que será possível conscientizar e
ca, utilizando equipamento fabrica- balagens. Contamos com essa im- sensibilizar o governo e a socieda-
do pela Cranston Machinery portante revista para consulta de de sobre a importância da recicla-
(EUA). Outro item de valor é a professores e alunos. gem.
amostra dos produtos da Lavezzo Haenz Gutiérrez Quintana Não adianta apenas os consumido-
(embalagem elegante, bem feita e Prof. Inst. de Artes, Comunicações e res entrarem na onda do ecologica-
representativa da técnica disponível Turismo da PUC Campinas mente correto se não existir uma
coleta seletiva efetivamente em
nessa gráfica).
Diz o velho ditado português: “ver é G ostaria de parabenizá-los pela
excelente qualidade de EMBALA-
atividade.
Enquanto isso, a embalagem conti-
crer”.
Parabéns pelo belo trabalho jorna- GEMMARCA e agradecer a oportuni- nua sendo a grande vilã da história.
lístico e editorial. dade de ter acompanhado a evolu- José Antonio Júlio
Arnold Diesendruck ção e o sucesso da revista. Conemba Consultoria Técnica e
Arnold Com Vanessa Lenz Desenvolvimento de Embalagens
São Paulo, SP São Paulo, SP Campinas, SP

4 – EMBALAGEMMARCA • abr 2001


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Espaço aberto
P arabenizo a revista EMBALAGEM-
MARCA pela reportagem “Reciclar
Q ueremos agradecer pela opor-
tunidade de participarmos da edição
cam o prazer de ler esta revista men-
salmente.
poderá ser um bom negócio”. O en- nº 20 da conceituada revista EMBA- Luiz Amauri Carvalho
foque dado à matéria, enfatizando os LAGEMMARCA, na cobertura da Fei- Gerente de área da Embalarte
ganhos econômicos e mercadológi- ra Brasilplast’2001. Indl e Coml Ltda
cos da preservação do meio ambien- Simone Mendes São Paulo, SP
te, contribui para o amadurecimento Hudson-Sharp Machine do Brasil
MENSAGENS PARA EMBALAGEMMARCA
do setor e estimula a adoção de pro- São Paulo, SP
Redação: Rua Arcílio Martins, 53
cedimentos “ecologicamente corre-
tos”. Ao mesmo tempo, ressalto a
importância das iniciativas desen-
S ou leitora assídua de sua revista e
gosto muito das informações, pois
CEP 04718-040 • São Paulo, SP
Tel: (11) 5181-6533
Fax: (11) 5182-9463
volvidas pelas associações de classe não é uma revista comercial de em-
setoriais que, como pudemos ver na balagem, e sim técnica e informativa. redacao@embalagemmarca.com.br
reportagem, desenvolvem um exce- Daniela Simeonato Victor As mensagens recebidas por carta,
lente trabalho de conscientização e Designer da Hanseatic e-mail ou fax poderão ter trechos
promoção da coleta e reciclagem Com. e Repr. Ltda não essenciais eliminados, em fun-
dos materiais que representam. São Paulo, SP ção do espaço disponível, de modo
Luciana Pellegrino a dar o maior número possível de
Diretora Executiva da Abre
(Associação Brasileira
P arabéns pelo excelente trabalho
que vem sendo apresentado por EM-
oportunidades aos leitores. As men-
sagens poderão também ser colo-
BALAGEMMARCA. Reportagens atu-
cadas dentro do site da revista
de Embalagem)
(www.embalagemmarca.com.br).
São Paulo, SP ais,com conteúdo e brilho, multipli-
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abril 2001
Diretor de Redação
Wilson Palhares
palhares@embalagemmarca.com.br
ENTREVISTA:
10 RUBNEI ROSA
Coordenador do Grupo
24 LOGÍSTICA
Contêiner
dobrável
Reportagem
redacao@embalagemmarca.com.br
Flávio Palhares
economiza flavio@embalagemmarca.com.br
de Profissionais de Guilherme Kamio
Embalagem da Abre espaço e guma@embalagemmarca.com.br
fala de seus planos reduz o Lara Martins
problema lara@embalagemmarca.com.br
Thays Freitas
de voltar thays@embalagemmarca.com.br
CAPA vazio
16 Popular não é
sinônimo de ruim.
Colaboradores
Josué Machado
Luiz Antonio Maciel
Produtos baratos
Diretor de Arte
são comprados por Carlos Gustavo Curado
milhões de pessoas.
Fique de olho Administração
Marcos Palhares (Diretor de Marketing)
MÁQUINAS
26 Versatilidade é
a palavra de ordem
Eunice Fruet (Diretora Financeira)

Departamento Comercial
comercial@embalagemmarca.com.br
da nova geração de Antonio Carlos Perreto e Wagner Ferreira
máquinas para
embalagens múltiplas Circulação e Assinaturas
assinaturas@embalagemmarca.com.br

Assinatura anual (11 exemplares):


R$ 50,00

Público-Alvo
EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que
ocupam cargos técnicos, de direção, gerência
e supervisão em empresas fornecedoras, con-
vertedoras e usuárias de embalagens para ali-
DESODORANTES
22 Embalagens inovadoras
dão novo impulso ao
mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,
materiais de limpeza e home service, bem
como prestadores de serviços relacionados
com a cadeia de embalagem.
MUNDO GRÁFICO
mercado de sticks
28 Visão dos materiais,
máquinas, tecnologias Tiragem desta edição
e equipamentos 7 500 exemplares
mostrados Filiada ao
na FIEPAG 2001

EMBALAGEMMARCA
é uma publicação mensal da
ROTULAGEM
23 Copos de vidro
decorados abrem
E MAIS
CARTA DO EDITOR ........................ 3
Bloco de Comunicação Ltda.
Rua Arcílio Martins, 53 – Chácara Santo
Antonio - CEP 04718-040 - São Paulo, SP
Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463
novas áreas para o ESPAÇO ABERTO ........................... 6
requeijão da Nestlé www.embalagemmarca.com.br
ESTRATÉGIA..................................14
O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é
INVESTIMENTOS..................33 resguardado por direitos autorais. Não é permi-
DISPLAY.........................................34 tida a reprodução de matérias editoriais publi-
cadas nesta revista sem autorização da Bloco
PANORAMA...................................38 de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em
matérias assinadas não refletem necessaria-
EVENTOS........................................44 mente a opinião da revista.
ALMANAQUE..................................46
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ENTREVISTA

“Vai ser bom para todos” gem, o cliente dela ou um pesqui-


sador até o técnico de uma indús-
tria fornecedora, o responsável
por embalagem numa empresa
usuária, seus assistentes – enfim,
quem tiver, profissionalmente,
algo a ver com atividades ligadas
a embalagem.
Rubnei Rosa, especificamente, tem
tudo a ver. Ele atua no setor há
mais de dez anos, durante os quais
trabalhou em empresas de diferen-
tes segmentos. Formado em arqui-
tetura, com pós graduação em mar-
keting, tem também MBA em Ge-
renciamento Internacional. Atual-
mente ele é gerente geral da White
Cap do Brasil, indústria que forne-
ce tampas e sistemas de fechamen-
to para o mercado de embalagens.
Rubnei Rosa foi convidado pela di-
retoria da ABRE e pelo Comitê de
Design de Embalagem da associa-
ção para ocupar a função devido a
sua sintonia com o esforço que vem
DIVULGAÇÃO

sendo desenvolvido por aqueles or-


ganismos visando integrar todos os
elos da cadeia de embalagem no
Brasil, para obter produtos e servi-
m por todos e todos por ços mais eficazes, mais bonitos e

U
RUBNEI ROSA,
um. O lema, célebre en- mais baratos. Essa integração, en-
coordenador do tre os mosqueteiros no tende Rubnei, só pode ser consegui-
Antigo Regime francês, da na medida em que se conseguir
GPE (Grupo de adapta-se perfeitamente aproximar e integrar as pessoas
Profissionais de à intenção do GPE – atuantes no setor. Nesta entrevista
Grupo de Profissionais de Embala- ele explica com pormenores como
Embalagem) da gem da Abre – Associação Brasilei- pretende fazer isso através do GPE.
Abre, fala de seus ra de Embalagem. “O GPE vai tra-
zer um benefício muito grande a to- Em linhas gerais, qual é o objetivo
planos de integração do o setor”, diz Rubnei Rosa, que do Grupo de Profissionais de Em-
e crescimento de em março último assumiu o cargo balagem da Abre – Associação Bra-
de coordenador do grupo. sileira de Embalagem?
quem atua no setor, Ele tem a qualificação básica essen- O GPE foi instituído basicamente
independentemente cial para a função: é um profissional com o objetivo de aproximar e valo-
atuante na cadeia de embalagem, rizar os profissionais de embala-
do posto e da área um amplo guarda-chuva que pode gem. Nós percebemos que nesse
específica em que abrigar desde um funcionário em segmento gigante que é o segmento
início de carreira na área, o dono de de embalagens existe a necessidade
esteja inserido uma agência de design de embala- dessa valorização, tanto do ponto de

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vista de seu aperfeiçoamento profis- entra em conflito de maneira alguma lham. Outra ação, que vamos repetir,
sional e cultural quanto em termos com os objetivos da Abre, muito foi um workshop promovido pelo
pessoais. É um segmento muito im- pelo contrário. O trabalho para o GPE para o lançamento do conceito
portante para o desenvolvimento da profissional é complementar. A nos- de projeto integrado, que é uma das
economia e para melhorar a qualida- sa estratégia está direcionada a con- bandeiras da Abre e do próprio GPE.
de percebida dos produtos brasilei- seguir que pessoas atuantes em di- Acredito que a valorização do proje-
ros. Percebemos que não existem versos pontos da cadeia cresçam ao to integrado é uma boa forma de se
muitos cursos ou maneiras de se de- mesmo tempo e possam interagir. O obter melhores resultados no desen-
senvolver um profissional de emba- resultado, assim esperamos, será o volvimento de embalagens.
lagem no Brasil. Ele acaba aprimo- crescimento uniforme do setor.
rando esse conhecimento na prática, Com que periodicidade serão reali-
no dia-a-dia do trabalho, quando po- Como se desenvolverá na prática o zadas atividades?
deria chegar lá percorrendo atalhos, Pretendemos fazer encontros men-
que nada mais são do que ampliar sais. Neles, além de ter a oportunida-
conhecimentos teóricos e trocar ex- Trabalhamos de de conhecer pessoas que traba-
periências. O objetivo central, a mis- lham em outras áreas da indústria, de
são do GPE, é ajudar esse profissio-
tanto que acabamos trocar informações, idéias, teremos
nal a crescer, tanto tecnicamente nos esquecendo de pessoas para dar palestras e apresen-
quanto pessoalmente, e também aju- tações para agregar conhecimento a
dar o setor a crescer junto.
parar e pensar em quem estiver participando. As pales-
nossas carreiras. tras deverão versar sempre sobre al-
O Grupo está aberto a que profis- gum assunto relacionado à indústria
sionais? Os que atuam na indústria Vamos ver como de embalagem, alguma tendência do
fornecedora, na usuária, designers, buscar novos setor, alguma ameaça ou preocupa-
acadêmicos, pesquisadores. . .? ção, algum aspecto ao qual os profis-
Entendemos como profissional de cursos, novos sionais da área precisem estar pres-
embalagem aquele que está em investimentos em tando atenção. Outras poderão estar
qualquer uma dessas áreas, desde o voltadas para o conhecimento da
profissional que trabalha na empresa nós mesmos, novos pessoa em si. Atualmente, todos nós
fabricante de embalagem até aquele benefícios – e não me refiro só ao profissional
que trabalha em uma empresa que de embalagem – trabalhamos tanto
utiliza a embalagem. Todos são fun- que acabamos nos esquecendo de
damentais no desenvolvimento de trabalho do GPE? parar e pensar em nossas carreiras.
uma embalagem. O importante é Por meio de eventos, encontros para Vamos tentar trabalhar a situação da
que o profissional tenha conheci- trocas de idéias, indicações de litera- pessoa no mercado: como buscar
mento e esteja integrado com todos tura e outras ações destinadas a novos cursos, como buscar novos in-
os agentes da cadeia de embalagem. aportar mais informação e mais co- vestimentos em nós mesmos, novos
Quanto mais souber o que influi no nhecimento para o profissional. No benefícios. Enfim, vamos tentar
que ela será quando pronta, melhor primeiro evento que realizamos logo abranger várias áreas, e para isso to-
será seu desempenho e sua contri- depois que assumi a coordenação do dos poderão contribuir com idéias e
buição para que ela seja o que se GPE, por exemplo, foi chamado um sugestões. É um primeiro passo para
programou. Não adianta tentar focar profissional de recursos humanos a integração.
só um segmento, senão outros pro- para falar como a pessoa deve enca-
fissionais nele atuantes serão impe- rar sua carreira, como deve projetá- É uma espécie de “quem tem põe,
didos de integrar-se. la, como deve posicionar-se dentro quem não tem tira”. . .
da empresa. Buscamos com isso in- Sim, e existem várias maneiras de se
Esses objetivos não conflitam com duzir cada um a valorizar sua posi- atingir isso. Basicamente o que esta-
os de organismos já existentes, ção profissional, seu conhecimento, mos querendo trazer é que isso seja
como a própria Abre, que vem tra- que procure especializar-se e apren- feito de maneira bem informal, isto
balhando pela integração? der continuamente. Acredito que se é, de maneira agradável. Entendo ser
O GPE vai ser focado especifica- levarmos cada vez mais pessoas fundamental que pessoas de várias
mente na pessoa física, no profissio- nessa direção ocorrerá algum bene- empresas do mesmo segmento te-
nal de embalagem. Dessa forma não fício para o setor em que elas traba- nham uma integração maior. Isso é

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fundamental para que ocorra o inter- estamos querendo implantar. O que feitas em ambiente de happy hour.
câmbio de informações. Eu diria ajuda é que os profissionais estão Os profissionais participam de um
que é um movimento que ocorrerá percebendo que não basta ficar fe- seminário, onde ocorre a interação
conforme a necessidade. Se tiver- chados dentro das empresas. Eles com o palestrante. Depois da pales-
mos sugestões desses profissionais precisam ter articulação, precisam, tra é aberta a oportunidade para to-
de atividades que venham de algu- de certa forma, promover-se. Por dos conversarem, trocarem cartões,
ma forma nos enriquecer, por que isso, à medida que as pessoas forem trocarem informações e se conhece-
não implementá-las no programa? percebendo as vantagens da atuação rem. É um processo que acrescenta
Basicamente, nosso programa é do GPE, que no fundo é a sua pró- sempre alguma coisa.
esse: promover atividades mensais pria atuação, o número de membros
nas quais estarão sendo atingidas di- do grupo deverá crescer. Conforme Ou seja, é uma boa oportunidade
ferentes maneiras de apresentação for crescendo, irá maximizando para um pingue-pongue em que en-
de programas de valorização. Não seus resultados, que é justamente in- tra todo mundo que estiver presente
temos programas grandiloqüentes, na sala. . .
exagerados, mesmo porque nin- A intenção do GPE é promover a in-
guém tem muito tempo para ativi- A intenção do GPE serção horizontal no setor. Nós en-
dades além das tantas que já tem tendemos que dentro de cada etapa
normalmente. é promover a inserção de desenvolvimento de um trabalho,
horizontal no setor. até sua utilização final, todos os pro-
Quais os custos para quem deseja fissionais devem almejar a um mes-
se integrar ao GPE? Há uma men- Dentro de cada etapa mo resultado. No fundo, todos têm o
salidade? Para participar desses de desenvolvimento mesmo objetivo. Quando digo que o
eventos há algum custo adicional? cliente também é interessado em es-
A própria estrutura do GPE necessi- de um trabalho, todos tar presente, vejo que o departamen-
ta de um subsídio. É uma participa- os profissionais to de marketing, o departamento de
ção irrisória, de 90 reais por semes- embalagem, o departamento de de-
tre, mas é o suficiente para que se devem almejar a um sign da empresa que vai utilizar a
possa manter a comunicação entre embalagem final – todos os elos da
mesmo resultado. No
os profissionais e subsidiar os recur- cadeia, enfim, vão tirar muito pro-
sos mínimos. Para participar de ati- fundo, todos têm o veito se participarem do GPE. A in-
vidades não é preciso pagar nada. tegração que cada um vai conseguir
mesmo objetivo
com profissionais de outros setores
O que é necessário para se filiar? e a atualização profissional graças às
Entrar em contato com a Abre, o tegrar e ter o maior número possível informações que serão trocadas vão
que pode ser feito através do site da de pessoas representantes da cadeia colaborar para que cada um se aper-
associação (www.abre.org.br). Ou de embalagem. feiçoe. Vale para o profissional em si
pedir a documentação por correio e e vale para o resultado do trabalho,
cadastrar-se como profissional de Nos eventos profissionais, em geral pois assim estaremos caminhando
embalagem. a troca de informações entre os pro- para conseguir um produto cada vez
fissionais de diferentes segmentos melhor no final da cadeia.
Falemos de metas. Qual é a expec- acaba se dando nos momentos mais
tativa com relação ao número de as- informais. Ou é no café, ou no al- A imprensa especializada poderá
sociados? Quantos profissionais moço, ou, melhor ainda, no happy participar?
participam hoje do GPE e quais as hour, quando as pessoas ficam em A imprensa especializada é muito
perspectivas de adesões? pé e podem circular. As reuniões do bem vinda. Nossa intenção é justa-
Atualmente contamos com cinqüen- GPE são descontraídas ou são mais mente divulgar esse trabalho para
ta membros. Queremos atingir o formais? todos os níveis desse setor, e a im-
máximo possível de profissionais, A pergunta vem direto ao encontro prensa é o melhor canal que pode-
porque, volto a ressaltar, nosso de- do que estamos trabalhando. A inte- ríamos utilizar. Assim, gostaria de
sejo é abranger toda a cadeia. A es- gração já está ocorrendo porque nós aproveitar esta oportunidade para
trutura terá de ser ampliada confor- tratamos os eventos dessa maneira, convidar todas as pessoas que inte-
me o número de integrantes do gru- como reuniões bastante informais. gram a cadeia de embalagem a par-
po. É um plano bem arrojado que Nossas três últimas reuniões foram ticipar do GPE.

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ESTRATÉGIA

O IMPORTANTE É
Para aumentar o faturamento, Batavo optou por expansão geográfica, enquan to
ganh a
e
STUDIO AG - ANDRÉ GODOY
nsina a teoria clássica país, em TetraPak de 200ml e de
de marketing que os 1000ml e em lata de alumínio de
produtos possuem um 320ml. As garrafinhas de vidro
ciclo de vida. No está- não ultrapassavam os limites da-
gio de maturidade, os mercados queles Estados. A Batavo preten-
atuais parecem ser pouco para a de mudar isso. Da mesma forma
empresa. Nesse momento, é pre- que a Tetrapak de 200ml, a garra-
ciso expandir os horizontes. fa visa atingir o mercado nacio-
Para aumentar as vendas, duas nal. A embalagem de vidro foi re-
opções básicas se apresentam: formulada pela Komatsu Design,
buscar novos mercados ou lançar que modernizou o rótulo (forneci-
novos produtos. Evidentemente, a do pela Kugler), evidenciando a
estratégia da empresa pode con- marca e o nome do produto.
templar as duas alternativas si- Em versão one way de 200ml,
multaneamente. a garrafinha, fornecida pela Cis-
Nesta edição, EMBALAGEM- per, tem formato arredondado
MARCA escolheu dois cases de su- (abaulado), boca larga com tam-
cesso para mostrar que nenhum pa metálica twist-off com botão
caminho é, por princípio, melhor de segurança (safety button) de
que o outro. De um lado está a Ba- 38mm de diâmetro, da White
tavo, que mudou o conceito da Cap. É sobretudo na característi-
embalagem do Choco Milk para ca descartável da garrafa que a
superar entraves logísticos e es- Batavo está apostando para am-
tender suas vendas para além da pliar o mercado. Segundo Cláu-
região sul do Brasil. De outro está dio Irie, diretor de marketing da
a Castelo, que criou uma linha de empresa, “o único obstáculo para
novos produtos para tirar proveito expandir a distribuição era a lo-
da imagem de seu carro-chefe, o gística”. Como a embalagem ori-
Nova embalagem:
vinagre. qualidade premium ginal era retornável, tornava-se
necessário recolher todas e trans-
Território nacional portá-las para a fábrica, em Ca-
A fim de aumentar a comercializa- Quando foi lançado, em 1958, rambeí (PR).
ção do achocolatado líquido pronto o Choco Milk era encontrado so- A embalagem também foi mo-
para beber Choco Milk, a Batavo mente nos Estados do Paraná e de dernizada para melhor atender o
está relançando uma versão moder- Santa Catarina, em garrafas de vi- consumidor. “A Batavo sempre
na, de vidro, da embalagem original dro de 200ml, com tampa metáli- procura seguir as tendências do
do produto, com vistas a ampliar ca tipo crown. mercado”, diz o diretor de marke-
sua base de cobertura geográfica. Depois de 24 anos no merca- ting da empresa. “Atualmente, o
Trata-se de uma versão premium, do, a bebida passou a ser distri- consumidor quer praticidade e co-
que se destaca não só pelo design, buída nacionalmente, mas em modidade.” De fato, com a tam-
mas também por apelar para a con- embalagens assépticas de 200ml. pa metálica de abertura fácil e a
veniência e a praticidade. Hoje, é comercializada em todo o boca larga da garrafa, torna-se cô-

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ar MERCADO
an to Castelo preferiu a extensão de linha
multaneamente, os seguintes pro-
dutos, fabricados por terceiros: cat-
chup, em frasco de polietileno com
400 gramas, da Olveplast; mostar-
da, em frasco de polietileno com
200 gramas, da Clepax; tempero
alho e sal, tempero completo sem
pimenta e tempero completo com
pimenta, todos em embalagens de
130 gramas da Polivac; cebolinha e
modo consumir o produto na pró- bra, espera fortalecer a liderança no picles, em potes de vidro com 200
pria embalagem. Além disso, a segmento vinagreiro. gramas, da Nadir Figueiredo; cogu-
garrafa vem responder a uma ou- O investimento de 3 milhões de melo, em pote de vidro com 200
tra necessidade da empresa: aten- reais, direcionados para infra-es- gramas, da Cisper; molho de pi-
der a todos os públicos. A bebida trutura, tecnologia e desenvolvi- menta, molho shoyu, molho inglês
já havia conquistado os públicos mento dos produtos, deixa clara a e molho de alho, em embalagens de
infantil, jovem e familiar com ambição da Castelo. “Repensamos vidro com 150ml, fornecidas pela
suas diferentes embalagens. A a empresa e percebemos que a Cisper. Todos os rótulos são da Grá-
nova garrafinha apela para a qua- nossa missão não é fazer vinagre, fica Rami.
lidade premium, atributo até en- mas sim oferecer produtos de qua- Para enfrentar o mercado, o la-
tão inexplorado pela marca. lidade e tradição que possam res- yout das embalagens passou por al-
saltar o sabor dos alimentos”, afir- gumas alterações, assinadas pela
Mais que vinagre ma Marcelo Cereser, superinten- Seragini Design, e a palavra “vina-
Apostando na tradição de 96 anos dente da Castelo. gre” foi retirada da denominação.
da marca no mercado, a Castelo, A pesquisa e o desenvolvimento “A partir do momento que se tem
maior fabricante de vinagres da dos produtos começaram há mais na missão outros produtos além do
América Latina e líder no segmen- de quatro anos para o lançamento vinagre, achamos melhor suprimir
to nacional de produção de vinagre do palmito, primeiro passo da em- a palavra”, considera Marcelo Ce-
para uso doméstico, acaba de lan- presa nesse caminho de diversifica- reser. “Dessa forma reforçamos a
çar, de uma só vez, doze produtos ção de produtos. Em seguida foram marca Castelo.” O superintendente
entre molhos e temperos. A empre- lançados o óleo de girassol e a azei- da empresa espera que as vendas
sa de Jundiaí (SP) quer fixar-se no tona da marca. Dando continuidade dos novos produtos alcancem 5%
segmento disponibilizando novas a esse processo, no início deste ano dos 26 milhões de reais previstos
opções para o consumidor. De que- foram colocados no mercado, si- para este ano.
DIVULGAÇÃO

Castelo: de uma só vez, grande


crescimento da linha de produtos

abr 2001 • EMBALAGEMMARCA – 15


21populares 01/05/01 16:46 Page 16

CAPA

O CHARME
DOS PRODUTOS
POPULARES
Artigos de baixo preço, dirigidos aos consumidores de menor
renda, podem ter embalagens tão boas quanto os top de linha

Por Wilson Palhares

esmo com o reajus- Nesta reportagem, que propõe

M te do salário míni-
mo, a má distribui-
ção de renda no
Brasil e uma possível infidelida-
uma discussão sobre o desafio
que representa para os profissio-
nais de venda e de marketing
das empresas descobrir forma de
atrair esse público, são mostra-
de a marcas apontam para a
persistência do consumo de pro- dos exemplos de produtos vendi-
dutos de preço baixo. dos “a preço de banana”, porém
Isso não significa que sua apre- em embalagens que usam os
sentação precise ser ruim. Na mais avançados recursos tecno-
verdade, a indústria, o comércio lógicos e de design criativo e
e o setor de embalagem podem profissional. Aliás, é o design
(como sempre puderam) benefi- que muitas vezes evidencia a
FOTOS: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

ciar-se de um mercado de deze- percepção da diferença entre um


nas de milhões de consumidores produto top de linha e um de
de artigos que fazem girar enor- “primeiro preço” – e nem sem-
me parcela da economia. pre a favor do primeiro.
16 – EMBALAGEMMARCA • abr 2001
21populares 01/05/01 16:47 Page 17

abr 2001 • EMBALAGEMMARCA – 17


21populares 01/05/01 16:47 Page 18

reocupado com os ele-

P vados índices de coles-


terol dos soldados, al-
guns anos atrás o go-
verno da Holanda resolveu aumen-
tar os soldos da tropa, na expectati-
va de que os praças substituíssem
por uma alimentação mais saudável
essa espécie de paixão nacional ho-
landesa que é comer batatas fritas.
Resultado: com mais dinheiro no
bolso, eles passaram a empanturrar-
se ainda mais de batatas fritas.
Há quem preveja que, com a ele-
vação do salário mínimo de
R$ 131,00 para R$ 180,00, algo se- Dieese – Departamento Inter-
melhante acontecerá no Brasil. Isto sindical de Estatística e Estudos ALIMENTOS
é, em vez de procurar produtos de Sócio Econômicos. Os materiais e os
qualidade superior, os consumido- processos são os
res de baixa renda usariam o adicio- MARGEM X ESCALA mesmos das marcas
nal para continuar comprando arti- Se, integrados, fornecedores de ma- líderes. A diferença às
gos “populares”, no sentido que a térias-primas, equipamentos, desig- vezes está no design
palavra tem de sinônimo de preço ners, projetistas, fabricantes e usuá-
baixo. rios melhorarem a qualidade dos É o eterno dilema de ganhar na
É bem provável que essa previ- produtos, conquistarão um mercado margem ou na escala. Aquele públi-
são se concretize, reforçando um de dimensão incalculável, suprido co compra itens de maior valor
velho desafio à cadeia produtiva no em boa parte de maneira informal. agregado e, portanto, com maior
Brasil: para atrair o consumidor po- São pessoas que estão distantes dos margem potencial de lucro. Mas
bre, fazer produtos – e embalagens hábitos de consumo de quem com- constitui uma parcela restrita de
– com “qualidade européia, mas a pra artigos sofisticados, relativa- compradores. A recém divulgada
preços asiáticos”. Convém sempre mente caros, como os mostrados na Síntese de Indicadores Sociais
lembrar que, em qualquer faixa, o reportagem de capa de EMBALA- 2000 do IBGE, que reúne dados de
consumidor faz escolhas. E, de GEMMARCA de fevereiro. pesquisas sobre a situação social e
qualquer forma, serão econômica dos brasileiros entre
mais 5,5 bilhões de reais 1992 e 1999, mostra que nada mu-
injetados na economia, dou em termos de distribuição entre
segundo estimativa do as duas datas extremas: o 1% mais
rico da população apropriou-se de
13% da renda do país; em contra-
partida, os 50% mais pobres fica-
ram com 14% da renda nacional.
Individualmente, estes últimos
consomem pouco, mas em seu con-
junto têm poder de compra igual ao

BEBIDAS
Como nas grandes
marcas, rótulos
metalizados, fechamentos
eficazes, relevos e outros
apelos vendedores

18 – EMBALAGEMMARCA • abr 2001


21populares 01/05/01 16:47 Page 19

da outra ponta da escala social (na levantamento feito pelo instituto de


verdade, como mostra o IBGE, têm pesquisa e análise de mercado AC-
1% a mais…). Enquanto a disputa Nielsen sobre o comportamento do
pelas faixas de poder aquisitivo alto consumidor brasileiro revelava que,
e médio é visível nas prateleiras e de 157 categorias de produtos, no
nas gôndolas de supermercados e de ano passado 99 marcas líderes ha-
outros estabelecimentos, apenas viam perdido 63% de participação
parte do esforço para conquistar os em volume de vendas em relação a
mais pobres vem à tona. Seu perfil é 1998. A pesquisa mostrou também
indefinido, seus hábitos e expectati- que, quando vão ao supermercado,
vas de consumo não aparecem cla- 41% dos consumidores brasileiros
ramente em pesquisas. Que produ- são influenciados pelos preços em
tos, em que embalagens, vendidos a sua decisão de compra, 29% pela
que preços eles consomem? publicidade, 23% por folhetos e
É difícil responder com precisão. apenas 2% pela marca do produto.
Mas o certo é que essa parcela anô-
nima de consumidores faz girar com “TENDÊNCIA INERCIAL”
grande dinamismo a economia in- Muitos brasileiros, não importa o
formal – isto é, 30% a 60% do Pro- valor de suas compras, consomem
duto Interno Bruto do país, confor- produtos sem marca ou de marcas
me as mais diferentes estimativas. A praticamente anônimas, e o novo
resposta àquelas perguntas poderá mínimo não deverá alterar esse
ser a resposta sobre a questão de quadro. É mais provável que se
como atrair para o consumo formal consolide uma espécie de “tendên-
essas pessoas e, conseqüentemente, cia inercial” no consumo. Os con-
os produtores clandestinos – que, a sumidores que têm essa baixíssima
rigor, não são tão clandestinos as- renda, hoje alijados do acesso até a
sim, posto que seus produtos, nem bens essenciais, provavelmente vão
sempre comercializados com notas melhorar sua alimentação básica e
fiscais, estão presentes em muitas reforçar certos “luxos”, consumin-
gôndolas de supermercados. do mais produtos de baixo preço.
Dentro dessa tendência, vão
PRESSÃO PARA BAIXO querer o melhor, pois “pobre gosta
Tudo indica que convém fazer o es- de luxo, quem gosta de miséria é in-
forço de atrair esse público. Dada a telectual”. No ponto-de-venda, a
imobilidade do quadro distributivo, frase do carnavalesco Joãozinho
a guerra para aumentar vendas ocor- Trinta se concretiza em produtos de
re essencialmente na faixa de consu- custo baixo, mas com agregação de
midores de classe média. Mas essa valor pela embalagem.
faixa está cada vez mais amea-
çada de descer um degrau, am-
pliando a faixa de baixo.
Poucos dias antes da divul-
gação do relatório do IBGE,

HIGIENE PESSOAL
E COMÉTICOS
Insumos de ponta:
hot-stamping,
termoencolhíveis,
auto-adesivos…
21populares 01/05/01 16:48 Page 20

As garrafas, os rótulos e as mar-


REFRESCOS
cas de vermutes mais baratos po-
EM PÓ
dem até ser acusados de serem imi-
Mesmo peso
tações das marcas mais renomadas,
e mesmo rendi-
mas o fato é que seu visual não fica
a dever ao delas. São recipientes
mento. Com
com sistemas de fechamento sofis- embalagem
ticados, rótulos auto-adesivos, me- maior, marca
talizados, ou com aplicações de líder se destaca
hot-stamping. Mesmo a qualidade na gôndola
do produto pode ser inferior, mas
algumas dessas marcas “populares”
são líderes em seus segmentos. que assola os meios de comunica- nham trocado mocotó por foie gras.
ção, sobretudo a TV. Enfim, o up- Um dado importante é que os
A FORÇA DO DESIGN grade por meio da embalagem pode 80, 90, 100 milhões de pessoas
Fábio Mestriner, diretor da agência ser notado em categorias que vão (ninguém sabe ao certo) que com-
especializada Packing Design, ob- de biscoitos e cosméticos a mate- põem o contingente de baixa renda
serva que cada vez mais empresas riais de limpeza. Porém, salvo pou- continuarão consumindo, ainda que
vêm percebendo que investimentos cas exceções, não se deve deixar de produtos de preço baixo. Depois,
em design e em melhorias nas em- lado o fato de que os produtos po- seria sensato observar que a prefe-
balagens se diluem nas vendas de pulares não estarão concorrendo rência do consumidor por preço em
grandes volumes. Na realidade, um com os de faixas superiores de pre- detrimento da marca é relativa.
profissional especializado pode às ço, mas sim em sua própria seara,
vezes, com seu conhecimento téc- onde a má qualidade das embala- A FORÇA DA MARCA
nico, implementar o visual de um gens é mais presente. O estudo do ACNielsen diz que
produto até conseguindo redução Em outras palavras, com o adi- marcas líderes perderam mercado.
de custos, ao substituir um material cional do mínimo poderá ocorrer Vale dizer que perderam para ou-
mais caro por outro mais barato e um aumento de volume nas vendas tras marcas e para marcas próprias,
de melhor rendimento. de artigos populares, não uma mu- que não deixam de ser marcas. Ao
Nessa linha, é desnecessário ci- dança para categorias superiores de contrário do que se ouve dizer com
tar os exemplos dos conhaques e produtos. Consumo, como se sabe, certa freqüência, as marcas pare-
dos vinhos temperados com catua- é também uma questão cultural, tal- cem estar longe de morrer. Mesmo
ba – o “energético popular”, cate- vez mais do que financeira. Gostos ao migrar de categorias de produtos
goria em plena explo- à parte, não há notícias disponíveis de valor unitário mais elevado para
são de vendas na es- de que pobres que mudaram de os de faixas inferiores, o consumi-
teira de erotismo vida, até por conta de loterias, te- dor ainda exerce sua preferência
pela marca e pela embalagem.
A substituição de refrigerantes
de marca pelas chamadas “tubaí-
nas” e destas por categorias de re-
frescos em pó em que prevalece a
relação preço/quantidade é um
exemplo. Nesse down trading, o

MATERIAIS DE LIMPEZA
Os materiais, o acabamen-
to e a Identidade visual
das embalagens não
ficam distantes das que
são típicas de produtos
que dominam a categoria

20 – EMBALAGEMMARCA • abr 2001


21populares 01/05/01 16:48 Page 21

mesmo montante de dinheiro con-


segue comprar um volume maior UMA DIFÍCIL TRAVESSIA
de bebida, mais ainda no caso dos Atrair para a formalidade as empresas que não tem dinheiro para fazer
refrescos em pó, aos quais a quanti- que atuam à margem é um problema compras.” Segundo ele, “quem aca-
dade de água adicionada pode mui- mais complicado do que parece, diz ba sofrendo as conseqüências, do
tas vezes ser maior do que a reco- Sérgio Haberfeld, presidente da ABRE ponto de vista empresarial, é a in-
mendada na embalagem. – Associação Brasileira de Embala- dústria de embalagem, forçada a
gem. Segundo ele, são três os fatores comprimir cada vez mais os preços”.
básicos que dificultam essa travessia. Cai-se, dessa forma, numa roda-viva,
HÁ DIFERENÇAS
“O primeiro é a elevada carga tributá- em que as grandes empresas usuá-
A teoria e a prática confirmam o
ria que recai sobre a produção”. Na rias de embalagem só compram de
acerto de investir na qualidade dos
opinião do presidente da Abre, “se a fornecedores qualificados, que
produtos e em marcas fortes, já que carga de impostos fosse mais baixa, recolhem impostos e, assim, têm
mesmo na guerra de preços há dife- algo no limite de 15% a 20%, prova- seus preços agravados em relação
renças de qualidade e, portanto, de velmente muitas empresas clandesti- aos que não recolhem. “A indústria
valor. É verdade, segundo lembra nas se legalizariam”. No entanto, “se- de fundo de quintal sempre pode
Lincoln Seragini, diretor da Seragi- gundo as más línguas, cairia o custo vender mais barato”, diz Haberfeld.
ni Design e um dos principais co- do suborno à fiscalização”, que hoje “Quem compra dela não se importa
nhecedores de design de embala- estaria em torno daqueles índices. se tem nota fiscal, se faz nota espe-
gem e posicionamento de marca no A segunda causa da informalidade, na lhada ou se a mesma nota vai e volta
país, que “o consumidor já não va- visão de Haberfeld, é mesmo o baixo várias vezes.” Na opinião do presi-
poder aquisitivo dos consumidores. dente da Abre a solução para esse
loriza tanto as marcas famosas e
“O brasileiro é pobre”, diz. “Ele con- tipo de ilegalidade seria estabelecer
aprendeu que a qualidade intrínseca
some pouco não é porque poupa, a co-responsabilidade de quem ven-
dos produtos, salvo raras exceções,
como fazem os japoneses, mas por- de e de quem compra.
não faz muita diferença, pois o
acesso generalizado à tecnologia,
de certa forma, igualou tudo”. No flexíveis com barreiras eficazes, nha 51% do mercado de refrescos
entanto, como ele próprio ressalta, design gráfico sofisticado, boa im- em pó (1,7 bilhão de litros/ano), in-
se essa realidade fosse absoluta, pressão e brilho. Mas, dentro dessa cluindo Tang e Clight, diet, marcas
marcas como Omo, Parmalat e tendência, alguns se destacam. líderes do segmento natural, dire-
Nestlé não teriam as posições de li- Com as marcas populares Q Suco, cionadas a consumidores que evi-
derança que têm nos diferentes seg- Q Refresco e Fresh e outras, a Kraft tam bebidas carbonatadas e com
mentos de mercado em que atuam. Foods Brasil é líder de mercado em açúcar. Seragini expressa conceitos
O fato é que, por serem popula- todas as linhas específicas em que que explicam o porquê disso e mui-
res e baratos, os produtos e suas está presente, segundo o departa- to mais. “A embalagem é o retrato
embalagens não precisam ser ruins. mento de marketing da empresa. do produto, do preço e da qualidade
Entre tantas provas em contrário, Essa posição se deve à reconhe- que se quer atender”, diz. “Ela não
evidentes nas gôndolas dos super- cida qualidade, à imagem de marca é um fim em si mesmo. O consumi-
mercados, sobressaem também os e às embalagens de primeira linha dor compra produto – e escolhe
refrescos em pó. Não importa, suas dos produtos, lembra Fabíola Fanti- marcas porque tem alternativas.”
marcas e sua qualidade, em geral ni, gerente de marketing/bebidas da
são apresentados em embalagens empresa. No final de 2000, de KOLYNOS VEM AÍ
acordo com dados Niel- Assim, é no mínimo curioso anun-
sen, a Kraft Foods deti- ciar a morte das marcas, como está
virando moda, especialmente quan-
SUCOS E do se vê, a poucos meses do fim do
REFRIGERANTES banimento imposto à marca de cre-
Dentro da me dental Kolynos, seus concor-
“tubainização”, rentes se movimentando intensa-
iniciativas de mente. Tratam de defender-se da
embalagens que volta dos cartuchos verde-amarelos
procuram mostrar ao mercado. E é interessante lem-
diferenças brar que, além de tudo, Kolynos é
um produto popular.
abr 2001 • EMBALAGEMMARCA – 21
21desodorantes 30/04/01 14:29 Page 22

DESODORANTES

PRÁTICA alavanca
Embalagens inovadoras ajudam stick a ganhar mercado

p rodutos lançados com propostas

FOTOS: DIVULGAÇÃO
muito diferentes de uso sempre
são mais suscetíveis aos destinos
extremos no jogo dos negócios.
Alcançam o céu, caso caiam no
gosto dos consumidores, ou o
limbo, se deixam má impressão e não con-
vencem. Os desodorantes em barra, ou sticks,
passaram por essa prova de fogo. E vinga-
ram. Lançados no país há pouco mais de dez
Novo
anos, formam a categoria que mais cresce em aplicador
desodorantes. Segundo pesquisa Ibope Mídia consumiu
Mix, os produtos com aplicador já têm parti- cinco
anos em
cipação de 13% nesse mercado. pesquisas
Além das fragrâncias e das propriedades
antitranspirantes, o êxito pode ser atribuído às embala- acionamento. Para reforçar a comunicação do modo cor-
gens, ou melhor, aos aplicadores, fundamentais na per- reto de uso há uma seta em alto relevo na base, que in-
cepção de qualidade do produto. O forte apelo prático do dica o sentido de girar o aplicador. Foram colocados
stick, afinal, é sustentado pelo sistema de aplicação. também um encaixe com ranhuras, para dar firmeza na
“Durante o período de utilização se estabelece uma for- hora de acionar o mecanismo, e um selo de segurança,
te ligação entre o consumidor e a embalagem”, nota Re- que só se rompe após a primeira utilização. Outras novi-
ginaldo Tavares, gerente de embalagem da Gessy Lever, dades são uma cúpula de proteção sobre a barra, para ga-
que, através da divisão Elida Gibbs de produtos rantir a integridade do produto, e a cor azul do
de toalete, investe forte na categoria. elevador, que indica quando o produto acaba.
Prova disso são os lançamentos nas diver- Fabricados pela Plastek do Brasil, de In-
sas chancelas mantidas pela empresa. Na daiatuba (SP), os aplicadores foram criados
nova linha Rexona Intensive, por exemplo, pelo próprio departamento de embalagem da
as embalagens remodeladas foram motivo de Gessy Lever, num projeto que consumiu cin-
forte trabalho de comunicação. O design foi co anos e envolveu protótipos, moldes-piloto,
inspirado nas curvas do corpo da mulher, e a pesquisas com consumidores e finalmente
nova anatomia facilita o encaixe da mão na moldes de última geração.
hora da aplicação. Tão importante quanto a er- Além da linha Rexona, líder em vendas de
gonomia é o mecanismo de elevação da barra desodorantes no país, a Gessy Lever também
desodorante. Atenta a esse aspecto, a Gessy tem sticks nas marcas Axe e Dove. Esta últi-
Lever patenteou um sistema exclusivo, sob o ma está sendo lançada também com embala-
nome easy wheel. gem similar à do Intensive. Todos os esfor-
ços revelam a consciência de que esse tipo
Projeto longo – Em vez do tradicional pa- de produto só vinga com excelência e inova-
rafuso para ser manipulado com os dedos, alvo Dove: também de ção em conteúdo e embalagem. “A perfor-
de muitas reclamações dos usuários, a base in- “roupa nova” mance de ambos, formulação e aplicador, são
teira gira para elevar a barra, e uma trava garante que o fatores determinantes na hora do consumidor optar pela
sistema não se quebre em caso de erro no sentido de recompra ou não”, conclui Tavares.

22 – EMBALAGEMMARCA • abr 2001


21requeijao 30/04/01 13:06 Page 23

ROTULAGEM

PAIXÃO E arte
Nestlé diversifica decoração de copos de requeijão para ampliar públicos

d
efinitivamente consoli-
dada como um sistema
triunfante de rotulagem,
a decoração de copos de
vidro de requeijão cre-
moso vem tendo sua
aplicação diversificada. Apesar de o
sucesso desse instrumento estar se
Apelo à paixão do brasileiro pelo futebol: tentativa de ampliar o target
mantendo firme desde 1993, a Nes-
tlé considera que ainda há espaço do de São Paulo, mas, em breve, te, da mudança de decoração dos
para ações inovadoras. Assim, acaba pretendemos levar a promoção para copos do requeijão Light Nestlé.
de fazer dois lançamentos nesse tipo todo o Brasil”, diz Viana. E não está Desde o princípio apostando em
de embalagem reutilizável. descartada a possibilidade de outros obras de artistas brasileiros para
O primeiro caso é de regionaliza- clubes serem homenageados. ilustrar os recipientes dessa linha de
ção e, simultaneamente, de diversifi- O apelo à paixão pelo futebol produto, desta vez o escolhido foi
cação de público-alvo. A empresa dispensa explicações, pois, como Alfredo Volpi, sucedendo os copos
decidiu ilustrar os copos do requei- ensina o consenso popular, “brasi- decorados com obras de Portinari,
jão com os distintivos, flâmulas e leiro pode trocar de mulher e até de Tarsila do Amaral e Aldemir Mar-
mascotes de quatro grandes clubes nacionalidade, mas de time de fute- tins. “A decoração da versão light é
de futebol do Estado de São Paulo – bol, não”. A busca do público em mais que uma estratégia de marke-
Corinthians, Palmeiras, Santos e São tese predominantemente masculino ting, é um projeto cultural”, consi-
Paulo. “Trata-se de uma regionaliza- visa ir além das crianças e das mães, dera Oduvaldo Viana. “Muitas pes-
ção da promoção, o que não aconte- que representam 80% dos compra- soas não têm disponibilidade para
cia com outros temas de decoração”, dores do produto. “Estamos bus- visitar museus. Essa é uma forma de
explica Oduvaldo Viana, gerente de cando ampliar o target, nos diferen- brindá-las e de divulgar a cultura
marketing consumidor da Nestlé. ciar e tornar a embalagem mais ape- brasileira.”
Pesquisas do Serviço de Atendi- lativa para outras faixas de consu- “O consumidor não decide a
mento ao Consumidor (SAC) da midores”, conta Viana. compra influenciado apenas pela
Nestlé indicaram haver expectativa marca, mas também pelo preço e
por parte dos consumidores para Linha Light pela decoração”, analisa Viana.
promoções regionais, em que hou- A segunda ação é um caso de manu- “Vale dizer que a embalagem mais
vesse identidade com seus gostos e tenção de estratégia, com mudança atraente tem mais chance de ser es-
interesses. “Começamos pelo Esta- de decoração. Trata-se, basicamen- colhida.” Para comprovar, o gerente
de marketing cita o desempenho de
FOTOS: DIVULGAÇÃO

vendas dos requeijão light. Durante


o ano passado, os copos foram de-
corados com obras de Aldemir Mar-
tins, e mesmo ele sendo o artista
menos conhecido dos já reproduzi-
dos as vendas aumentaram em 10%
em relação aos demais. “Isso mostra
como o consumidor opta pela bele-
Decoração com obras de Volpi: “Mais do que marketing, cultura” za da obra.”

abr 2001 • EMBALAGEMMARCA – 23


21conteinerdobravel 30/04/01 10:58 Page 24

LOGÍSTICA

5 NO lugar de 1
Contêiner dobrável ameniza o velho problema de voltar vazio

a
Por Lara Martins

fim de suprir o mercado com uma so-


lução segura e ao mesmo tempo eco-
nômica para transportar mercadorias,
a Rheon Indústria e Comércio de Pe-
ças e Equipamentos, de São Paulo, desenvolveu o
Contêiner Dobrável. Trata-se de um equipamento
de transporte cuja principal vantagem, segundo o
fabricante, é ser articulado e poder ser dobrado
tanto para dentro quanto para fora, chegando a ter
seu volume, quando não em uso, reduzido a 20%
da posição aberta.
Noboru Terabayashi, diretor presidente da
Rheon, conta que o projeto de construção do pro-
duto surgiu há dez anos, quando a Honda do
Brasil procurava um equipamento que fosse re-
tornável, tivesse robustez e qualidade para trans- Cinco caixas
portar suas motocicletas e, ao mesmo tempo, re- desmontadas
ocupam o lugar
duzisse ao mínimo a eterna dor-de-cabeça da lo- de uma montada:
gística: trazer de volta contêineres vazios. facilidade no
transporte
Custos reduzidos – Depois de muitos testes e
tentativas, a equipe encarregada de desenvolver o
projeto dentro da Rheon concebeu um contêiner
FOTOS: DIVULGAÇÃO

de fibra de vidro, com dimensões de 820 x 845 x


1650 milímetros, que pesa 65 quilos quando va-
zio. Cheio, suporta até 1 500 quilos em empilha-
mento de três unidades. O empilhamento máximo

O contêiner pode ser dobrado para dentro e para fora

24 – EMBALAGEMMARCA • abr 2001


21conteinerdobravel 30/04/01 10:58 Page 25

é de dez unidades com até 300 quilos cada. “O


Contêiner Dobrável praticamente elimina as difi-
culdades de idas e vindas e diminui muito os cus-
tos com frete, pois retorna com volume cinco ve-
zes menor”, argumenta Terabayashi.

Projetos futuros – Apesar de ser mais caro (a


unidade na medida padrão custa 2 200 reais), o
contêiner da Rheon oferece relação custo/benefí-
cio favorável, de acordo com a argumentação do
diretor presidente da empresa. “Essa relação é
compensadora, se comparada a outros tipos de
equipamento existentes no mercado, principalmen-
te os fabricados em madeira”, diz Terabayashi.
Além disso, segundo afirma, o contêiner dobrável
tem vida útil estimada em dez anos. Ele observa
também que, por ser retornável, o equipamento
permite personalização, ao contrário dos contêi-
neres tradicionais feitos de madeira, que são uti-
lizados para uma única viagem e não retornam à
empresa.
Mesmo com as vantagens que oferece, o pro-
jeto desenvolvido por Noboru Terabayashi, que
também é engenheiro mecânico, é utilizado ex-
clusivamente pela Honda. Patenteado pela
Rheon, o produto ainda não foi muito divulgado
no mercado e só é comercializado sob encomen-
da. O diretor presidente explica que a empresa
ainda não tem estrutura para manter uma linha de
produção ativa, razão por que o tamanho do con-
têiner permanecerá padronizado, até que a Rheon
se capitalize e possa impulsionar a produção.

Projetos futuros – Apostando em tempos me-


lhores, a empresa possui alguns projetos futuros.
O primeiro deles é substituir por poliuretano a fi-
bra de vidro, utilizada atualmente na fabricação.
O material, de acordo com Terabayashi, reduzi-
ria o preço final pela metade, e o peso cairia para
18 quilos, em vez dos 65 quilos atuais. “No
entanto, essa medida implica em investimentos
em novas ferramentas, que são caras”, ele expli-
ca. “Daí a necessidade de aumentar a produção
para, então, investir.”
Mantendo as principais características do
Contêiner Dobrável e seguindo o tamanho pa-
drão de uma caixa convencional, a empresa
aposta também no projeto de um recipiente retor-
nável para verduras e legumes. Apresenta tampa
e vedação, contém apenas pequenos furos para
ventilação e, quando dobrada, tem o tamanho re-
duzido de oito para um.
21maquinas 30/04/01 13:11 Page 26

MULTIPACKS

modularidad Nova geração de máquinas para multipacks of er

q uem deseja adquirir


máquinas para traba-
lhar com multipacks,
embalagens para múl-
tiplas unidades de pro-
dutos, pede versatili-
dade. Com o mercado cada vez
fabricantes de equipamentos es-
tão ligados na tendência, e vêm
apresentando novas gerações de
máquinas com maiores possibi-
lidades de integração e flexibili-
dade. O objetivo é claro: garan-
tir a satisfação e não interrom-
precisam trocar o maquinário ou
fazer malabarismos para encai-
xar novos equipamentos na li-
nha de produção. As opções de
módulos flexibilizam esse tra-
balho, e as mudanças são “assi-
miladas” rapidamente pelas má-
mais dinâmico e exigindo cons- per a continuidade de produção quinas, apenas com acertos no
tantes mudanças na apresentação do cliente quando ele decide setup do programa. “O tempo de
dos produtos, seria pouco com- mudar a apresentação de suas acerto é curto e os equipamen-
pensador investir altas quantias multipacks – alterando a quanti- tos não necessitam mais de jo-
em equipamentos de embalagem dade de produtos, acrescentando gos de acessórios definidos para
dedicados a apenas uma tarefa. acessórios, como bandejas e cada tipo de vasilhame”, diz Jo-
Por isso, nunca se falou tanto de pads, ou alterando a velocidade hann Kleist, diretor da Kisters
sistemas modulares, que possibi- de produção. Brasil.
litem fáceis upgrades de funções As novas linhas da alemã
a um investimento baixo, bem Kisters, por exemplo, procuram Rápido retorno
menor que o necessário para a levar ao extremo o conceito de Estratégia similar foi adotada
compra de um novo bem de ca- modularidade, com uma série de pela linha Variopac da Kettner,
pital. opções em módulos de funções marca do grupo Krones para
Para a conversão de multi- e de processos compatíveis. máquinas de multipacks. Dedi-
packs não é diferente. Grandes Dessa forma, os clientes não cadas ao empacotamento de la-
FOTOS: DIVULGAÇÃO

Equipamento SP, da
Kisters: shrink com
possibilidades
variadas de expansão

26 – EMBALAGEMMARCA • abr 2001


21maquinas 30/04/01 13:11 Page 27

e É A PALAVRA
of erece soluções flexíveis

tas, recipientes de vidro e de nes, as máquinas modulares


plástico em linhas de média e para multipacks da nova gera-
alta produções – processam, em ção permitem uma economia
pista simples, de 18 a 70 pacotes sensível em relação às antigas,
por minuto –, os equipamentos “o que faz com que haja rápido
são automáticos e permitem a retorno do investimento”. Alte-
inclusão de opcionais, para tro- rações no setup da máquina
ca de bobinas ou alimentadores, também são fáceis, o que permi-
trabalho conjunto com bandejas, te simplicidade no trabalho com
pads e outros. diferentes materiais e tipos de
De acordo com Rogério Bal- multipacks. “As novas máqui-
dauf, diretor comercial da Kro- nas tendem a se consolidar pela
confiabilidade e por repre-
sentarem um avanço na
busca de embalagens que
equilibrem atração com
economia”, aposta Bal-
dauf, baseando-se na im-
pressão positiva deixada
pelas mais de 100 máqui-
nas Variopac já instaladas
no mundo inteiro.

A Kettner, do grupo Krones,


também aposta em modularidade
com a linha Variopac
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Feira
Velocidade com ajuste rápido

FOTOS: DIVULGAÇÃO
Tendo em vista a exigência de clien- sos, em até cinco cores mais unida-

IMPRESSÃO
tes que buscam soluções segmen- de de verniz. Já a Speedmaster 52
tadas e em pequenas tiragens de imprime de 500 a 15 mil exemplares
embalagens, a Heidelberg mostrou por hora no formato 52 x 36 cm, em

POSITIVA
a Speedmaster CD 74 e a Speed- quatro, cinco ou seis cores e cober-
master 52. A primeira é uma impres- tura de verniz na mesma passagem
sora plana offset no formato 60 x 74 de impressão. “Para atender às no-
Fiepag mostra novas tec- cm, com alimentação de papel de vas necessidades do mercado de
nologias para renovação até 0,8 mm, e que permite ajustes embalagens não é suficiente ter
de parques gráficos rápidos da máquina. Funciona tam- uma impressora veloz, é preciso
bém para altas tiragens, o que é ga- que a máquina seja capaz de ser
Por Guilherme Kamio
rantido pela velocidade estável de ajustada rapidamente entre um tra-
As feiras voltadas a grandes se- 15 mil folhas por hora. Os cilindros balho e outro, sem gastos desne-
tores industriais geram expecta- de impressão e o sistema AirTrans- cessários de tempo e papel”, co-
tiva cada vez maior. Afinal, me- fer, de passagem da folha por ar, fa- menta Roland Krapp, responsável
ses representam hoje uma eter- zem com que o papel passe pelas pela unidade de negócios Speed-
nidade quando o assunto é tec- unidades de impressão sem curva- master da Heidelberg do Brasil.
nologia, já que as ondas da glo- tura, o que resulta em alta qualidade (11) 3746-4450
de impressão de materiais espes- atendimento@br.heidelberg.com
balização exigem atualização
constante para manter a com-
petitividade e a capacidade de
oferecer serviços e produtos de
alta qualidade.
Nesse sentido, a edição 2001
da Fiepag – Feira Internacional
de Papel e Indústria Gráfica,
realizada em conjunto com a 2ª
edição da Converflex – Feira In-
ternacional de Máquinas para
Impressão de Embalagens,
Convertedores e Materiais, ga-
nhou importância ainda maior.
Isso se deveu ao fato da sua úl-
tima edição ter acontecido há
três anos. O evento, de caráter
bienal, foi cancelado em 2000,
para não coincidir com a alemã
Drupa, maior feira mundial do
setor gráfico. Quem não pôde ir
Dobradeiras e coladeiras
a Düsseldorf conferir de perto A Bobst apresentou a Amazon sa, o grande destaque é a ope-
as novidades da Drupa tinha 70, nova máquina dobradeira- ração simples da máquina. A
motivos de sobra para ir ao coladeira para processos de empresa apresentou ainda novi-
Anhembi, em São Paulo, com a cartonagem. dades para a dobradeira-cola-
esperança de encontrar a me- Dedicada a altas tiragens, ela deira Media 100 II, como con-
lhor das vitrines. realiza automaticamente as co- juntos de inspeção e controle
Outro fator que influenciava na lagens lateral e de fundo de de qualidade, além de aplica-
perspectiva de um bom evento cartuchos com até 70 cm de lar- dor automático de cola.
gura. De acordo com a empre- (11) 4524-0083

28 – EMBALAGEMMARCA • abr 2001


21fiepag 01/05/01 16:01 Page 29

Feira
era o crescimento a passos lar- Opções diversificadas
gos do setor nos últimos anos.
A Gutemberg esteve expondo impres- mocional e de embalagem. Imprime
A Abigraf – Associação Brasilei- soras das diversas empresas que re- a quatro cores no formato máximo
ra da Indústria Gráfica confirma presenta, com vários destaques para de 720 x 1030 mm e numa veloci-
que 2000 foi o melhor ano para a área de embalagem. A Indigo Om- dade de até 15 mil impressos por
o setor na última década. O fa- nius WebStream, impressora de seis hora, e a troca das chapas, a lava-
turamento foi de 12,28 bilhões cores com alimentação por bobina, gem das blanquetas e a rolagem da
de reais, 27% a mais que o de imprime em praticamente qualquer tinta são automáticas. Há ainda uma
1999, que ficou em 9,68 bi- substrato – adesivo, filme flexível, pa- série de opcionais, para secagem,
lhões de reais. Houve abertura pelão e plásticos selecionados. Já a unidade de verniz, controle de tintei-
de 8 650 novos empregos e o Lithrone 440, da japonesa Komori, é ros e outros.
déficit da balança comercial do uma impressora universal, pois pode (11) 3225-4400
atender os segmentos editorial, pro- www.gutemberg.com.br
setor foi reduzido em 24%.
Também vale destacar os in-
vestimentos, que sofreram forte
aquecimento, chegando a
563,9 milhões de dólares em
2000, 23% a mais que os valo-
res registrados no exercício re-
trasado.
Naturalmente, esses fatores
trazem reflexos imediatos tam-
bém ao setor de embalagens,
que responde por 20% da pro-
Corte e vinco inteligente
dução do setor gráfico brasilei-
ro, de acordo com levantamen- A mesa de corte e vinco cofolder, dobradeira-coladei-
to da Abigraf. A entidade ainda Kongsberg XL24, da Barco ra, também foram destaque
revela que em 2000 as máqui- Systems, foi apresentada du- da Perpak.
nas gráficas voltadas ao mer- rante a Fiepag pela Perpak. Esta última pode ser adapta-
cado de embalagens brasileiro Com software mais inteligente, da à saída de qualquer im-
registraram vendas de 2,45 bi- que pode controlar com preci- pressora, e tem unidade cola-
lhões de reais, 26% mais que são a espessura de corte do deira com sistema de conta-
no ano anterior. substrato na mesa (permitindo gem e liberação das pilhas de
A conclusão óbvia a partir da até meio-corte), está com ope- caixas (counter-ejector).
leitura desses números é a de ração mecânica mais simples, (41) 352-6166
que os parques gráficos estão resultado do trabalho conjunto www.perpak.com.br
se renovando, para atender os de três cabeças
aumentos na demanda por ser- de corte.

viços gráficos dos mais varia- Máquinas para

dos tipos. “O empresariado do conversão de

setor tem feito grande esforço caixas de pape-


lão ondulado da
para a modernização do par-
marca Arcco,
que gráfico”, diz Max Schrap-
como a Arcco-
pe, presidente da Abigraf. Tal
flex 245 S, para
constatação atraiu sobremanei-
impressão flexo-
ra a atenção dos expositores
gráfica em duas
estrangeiros, que confirmaram
cores, e a Arc-

abr 2001 • EMBALAGEMMARCA – 29


21fiepag 01/05/01 16:02 Page 30

Feira
Rebobinamento e inspeção hi-tech
Possuindo um conjunto completo de preendendo, o que pode ser medido
presença maciça na feira. Nada dispositivos eletrônicos com recurso pela aquisição de um modelo pela
mais natural, tendo em vista de ajustes rápidos, as máquinas VLI Mack Color Etiquetas Adesivas, de
que o Brasil atingiu o posto de de inspeção, corte e rebobinamento São Paulo.
maior comprador de equipa- da Rotoflex foram mostradas no es- (11) 3845-0077
mentos gráficos da América La- tande da Comprint. Falhas detecta- ogawa@comprint.com.br
das visualmente ou eletronicamente
tina.
em bobinas de embalagens flexíveis
Nesse contexto, empresas na-
e rótulos são facilmente excluídas
cionais e “de fora” – num total
com a utilização da mesa de emen-
de 861, segundo a Alcantara
das, fazendo com que apenas os
Machado, organizadora da feira produtos em perfeito estado sejam
– se espalharam numa área de entregues aos clientes. O projeto do
60 mil metros quadrados. No- eixo de rebobinamento de troca rápi-
vas tecnologias de impressão e da permite flexibilidade no trabalho
pré-impressão foram destaca- com diferentes tamanhos de bobi-
das, como o Computer-to-plate nas, e o corte tem precisão garanti-
(CTP), que dispensa a grava- da pela tecnologia de guia de bobi-
ção de fotolitos para imprimir, nas eletrônicas de última geração.
assim como novas famílias de Cláudio Ogawa, do departamento de
papéis e máquinas de conver- marketing da Comprint, afirma que a
aceitação da máquina está sur-
são de embalagens.
Estimava-se, no fechamento do
evento, que cerca de 55 mil vi- Cabeçotes variáveis Mangas que duram
sitantes haviam passado pela
O exclusivo sistema Twinlock de
Fiepag. Além das novidades ex-
mangas (sleeves) auto-adesivas para
postas nos estandes, as quais processos flexográficos foi exposto
mostramos nestas páginas, pela MacDermid na Fiepag. A van-
houve ainda a atração do ciclo tagem é a de montar clichês sem ne-
de palestras, em que profissio- cessidade de uso de fitas acolchoa-
nais nacionais e estrangeiros das de dupla face: a superfície da
discutiram assuntos de pré-im- Twinlock é reutilizável. A adesão da
pressão, impressão, acabamen- superfície retorna após sua limpeza
to, materiais, gestão técnica e com solvente, e a manga fica nova-
outros temas de interesse do mente pronta para receber o próxi-
setor. “Os eventos técnicos são
A Plotter de mesa da fabricante ja- mo jogo de placas. O sistema pode
ponesa Mimaki para corte, vinco e durar vários anos, dependendo da
de fundamental importância
desenho foi a novidade apresentada intensidade do trabalho.
para estimular a competitivida-
durante a Fiepag pela Furnax. Com (19) 3869-7237
de, melhorar a capacitação pro-
cabeçotes variáveis, permite de 200 macdermid.br@uol.com.br
fissional e fortalecer o mercado a 5000 gramas de pressão sobre o
gráfico”, define Ernani Parise, substrato de trabalho. De acordo
superintendente de marketing com Marcus Aguiar Ribeiro, da divi-
da Abigraf. são de vendas do grupo, outros
É a consciência de que é pre- destaques são o painel interativo,
ciso que os profissionais incor- para fácil operação dos parâmetros,
porem o expertise das novas e a bomba de vácuo, para fixação do
tecnologias, senão a excelência material na mesa.
fica só nas máquinas. (11) 3277-5658
www.grupofurnax.com.br

30 – EMBALAGEMMARCA • abr 2001


21fiepag 01/05/01 16:02 Page 31

Feira
Provas e fotolitos sofisticados
Todos os lançamentos na área de tecnologia AgfaJet Proofing Base
soluções gráficas da Agfa foram com camada de resina, o que re- Novos papéis e for-
demonstrados no estande da Agfa sulta em provas de embalagens
Gevaert do Brasil. Entre os desta- com qualidade superior. Já a
talecimento em B2B
ques pertinentes à criação de em- Phoenix 2250 faz parte da nova O e-vcp, novo sistema de e-business
balagens estava a AgfaJet Sherpa geração de imagesetters de tam- integrado ao site corporativo, foi
24, sistema de prova que combina bor, para a produção de filmes e uma das novidades da Votorantim
hardware e software avançados, chapas de poliéster para impres- Celulose e Papel durante a feira. De
gerenciado pelo Apogee Série 2 são. Permite produzir até 80 folhas navegação amigável e rico em in-
RIP, equipamento jato de tinta que por hora a 1 200 ppp, e o sistema, formações sobre a linha de produ-
confere alta resolução e trabalha compacto, tem interface intuitiva, tos, pedidos dos clientes e estoques,
integrado ao software de gerencia- controlada por ícones. É recomen- o e-vcp tem o objetivo de otimizar
mento de cores Color Tune Pro e à dada para soluções de embalagem negócios, “fazendo-nos ganhar tem-
e gráficas comerciais. po e consolidar negócios com segu-
(11) 5188-6444 rança”, segundo Sérgio Vaz, diretor
www.agfahome.com de negócios da empresa. Outros
destaques foram os novos papéis
couché da linha Lumimax, entre eles
Aproveitamento total o Lumimax Pet, primeiro couché na-
cional desenvolvido especialmente
Por meio de sua divisão de Adesi- que se funde ao produto no momen- para rótulos de refrigerantes. Suas
vos Industriais, a Henkel mostrou ao to do uso, eliminando os resíduos características marcantes são a pre-
mercado na Fiepag seus novos ade- industriais. sença de revestimento brilhante em
sivos Euromelt 362 e Euromelt 301 (11) 3848-2391 uma das faces e resistência à umi-
para o mercado de embalagens de adesivosindustriais@henkel.com.br dade, para impressões em offset,
bebidas. Produzidos na unidade de flexografia e rotogravura.
Jacareí (SP da empresa, os novos (11) 269-4000 / www.vcp.com.br
produtos são dedicados à rotula-
gem de garrafas de PET com rótulos
STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

de polipropileno, em máquinas de Filmes japoneses


alta velocidade que usam adesivos
Presente em diversas áreas indus-
hot-melt. Como antecipado em Em-
triais, a Mitsubishi também possui
balagemMarca nº 12, a embalagem
linha de filmes para imagesetters,
dos adesivos é um diferencial, já
que está sendo trazida como novi-
dade e com exclusividade pela T.
Kraft e papelão ondulado novos Janér ao Brasil. De acordo com a
empresa, os filmes Mitsubishi têm
Lançamentos da Irani Papel e Embalagem na Fiepag: o Hard Box e o Kraft liner
melhor definição da formação do
branco. O primeiro é uma estrutura triplex composta de chapas de papelão ondu-
lado para a construção de embalagens para big-bags, paletes e outros produtos ponto, garantindo um ganho ex-
que utilizam madeira para o acondicionamento de produtos e cargas. Vem tendo pressivo em qualidade principal-
bastante aceitação na indústria automobilística, mente em reproduções de altas li-
como estrutura de embalagens de transporte. Já neaturas, e maior sensibilidade
o novo papel kraft é dedicado à utilização como cromática. O NC Fotolito, de Bau-
capa externa de caixas de papelão ondulado ru, é um dos birôs que vêm utili-
(leites, vinhos) e até de embalagens cartonadas zando os filmes para a área de
assépticas. A produção da Irani é verticalizada, embalagem e seu proprietário,
pois a própria empresa produz a matéria-prima Newton Chiquito, diz que os filmes
e converte as embalagens para clientes de diver- foram “prontamente avaliados e
sas indústrias. aprovados pelos clientes”.
(11) 4154-1000 / www.irani.com.br (21) 891-5400 / (11) 6165-8300

abr 2001 • EMBALAGEMMARCA – 31


21fiepag 01/05/01 16:02 Page 32

Feira
Novos papéis, nova imagem
A Brasilcote apresentou no evento visa principalmente ao mercado de
Soluções variadas novos papéis para o mercado de em- rótulos. “É uma aplicação comum na
balagens. O Lamicote Prata 130 é o Europa e que enobrece a embala-
Num enorme estande, a Intergrá- lançamento para o mercado de saco- gem, sem grande aumento de custos”
fica apresentou equipamentos de las. Para rótulos de cerveja e de ou- diz Adam Antunes, do marketing da
pré-impressão, impressão e aca- tras bebidas, a novidade é o Bierco- Brasilcote. Outro destaque foi a co-
bamento. Os destaques foram o te, que tem no papel-base tratamento municação, na feira, da nova identi-
sistema integrador Pecom, da especial para resistir à umidade. Já dade visual da empresa, moderniza-
Man Roland, software que permi- o Metalcote Gofrado, que pôde ser da pela It’s Marketing Mix.
te o gerenciamento sistêmico de visto em ação promocional na capa (11) 4360-6211
uma empresa gráfica através de de EmbalagemMarca no 18, também www.brasilcote.com.br
intercâmbio de dados, a impres-
sora Man Roland 204, para altas
tiragens, que imprime em forma-
to até 52 x 74 cm, e a impresso-
ra flexográfica Nilpeter, de seis
cores e opção de hot-stamping,
para o mercado de rótulos e eti- Fitas para flexo Rotulagem
quetas adesivas. Também foram
Com mais de vinte anos no mercado, automática
mostrados soluções em CTP a Altec apresentou na Fiepag toda a
(Computer to Plate) e equipa- A Label System mostrou ao mercado
sua linha de produtos de automação e
mentos para acabamento, como suas rotuladoras, com destaque para
controle de processo para a indústria
as guilhotinas da Wohlenberg e o a LS-100/150-3C Softlogic, cujo
gráfica. Na linha de insumos gráficos,
balancim automático para corte o lançamento foi a linha de fitas dupla grande destaque é a alta tecnologia
de etiquetas da Blumer. face R/bak Altec para otimização da de comando e controle, proporciona-
(11) 5522-5999 montagem de clichês para impressão da pelo sistema computadorizado.
intergrafica@sti.com.br flexográfica. (11) 4158-3037
(11) 5611-7393/ marketing@altec.com.br www.labelsystems.com.br

Serigrafia para auto-adesivos


A Stork ISC expôs na Fiepag seus
equipamentos de serigrafia rotati-
va, para decoração de rótulos e
etiquetas adesivas para as mais
diversas indústrias.
O sistema funciona com base nas te-
las RotaMesh, que permitem altas ti- acordo com Paulo Ruffini, gerente da pode fazer rótulos em braile e garantir
ragens de impressão, tanto em banda divisão de equipamentos da empresa, segurança, pois o sistema é difícil de
estreita como em banda larga e, pelo a principal vantagem dos adornos se- ser reproduzido em falsificações.
formato modular, podem se combinar rigráficos é a de conferir relevo, eno- (19) 429-1315
a variadas linhas de impressão. De brecendo o rótulo. O sistema também paulo_ruffini@sbu1.storkgroup.com
21Polo 30/04/01 13:04 Page 16

INVESTIMENTOS

CAPACIDADE Polo inaugura


primeira
unidade de

triplicada
extrusão
plana de
filmes de
BOPP na AL

m
Por Guilherme Kamio, enviado especial

ontenegro, Rio minar as duas tecnologias de ex- ta o poder aquisitivo dos consu-
Grande do Sul. trusão de filmes de BOPP, a tu- midores finais e indubitavelmente
Próxima a Porto bular e a plana. A primeira está aquece o mercado de alimentos”.
Alegre, a cidade alocada na unidade de Varginha Vislumbrando essa maior deman-
acaba de ganhar o status de centro (MG), onde quatro extrusoras da por filmes de BOPP, a Polo
de excelência na produção de fil- processam filmes para o mercado também tem instalada no local
mes de polipropileno biorientado de sobre-embalagens de cigarros, uma moderna metalizadora, “que
(BOPP). Lá, a Polo Indústria e numa produção de 12 mil tonela- produz filmes aluminizados para
Comércio, um dos maiores fabri- das anuais. Com a plena opera- snacks e aplicações com barrei-
cantes do material no país, inau- ção da unidade de Montenegro, ra”, explica Patrícia Guerreiro
gurou oficialmente, em 19 de apta a produzir 18 mil toneladas dos Santos, técnica de processo.
abril, sua nova unidade de extru- anuais, a capacidade de produção A decisão de instalar a fábrica
são. Fruto do investimento de 40 da Polo praticamente triplica. E em Montenegro atende a fatores
milhões de dólares, a fábrica terá já existem planos para a duplica- altamente estratégicos no que diz
sua produção voltada principal- ção da capacidade de produção respeito às logísticas de suprimen-
mente ao mercado de embalagens da nova unidade, “o que deve se to e de vendas. A matéria-prima
de alimentos, que vem capita- concretizar em até dois anos”, si- consumida pela Polo vem do Pólo
neando o crescimento do consu- naliza Derrick Marcus, diretor Petroquímico de Triunfo, forneci-
mo dos filmes de BOPP no país – presidente da Polo. da pela OPP Petroquímica, e os
em 2000 houve aumento de 15% Marcus espera que o mercado principais clientes ficam nas re-
em relação ao ano anterior. para o BOPP mantenha taxa de giões Sul e Sudeste do país. “Ade-
Com o funcionamento da uni- crescimento notável “pelo menos mais, as exportações, que vêm
dade gaúcha, a Polo, pertencente durante os próximos cinco ou seis crescendo, destinam-se principal-
ao grupo Unigel, torna-se a única anos”, avaliação condicionada a mente aos países do Mercosul, e o
empresa na América Latina e uma esperada melhora no cenário porto de Rio Grande fica próximo
uma das poucas no mundo a do- macroeconômico, “o que aumen- da fábrica”, justifica Marcus.

Mark Andy adquire a Comco e amplia atuação


Na onda das grandes fusões e aquisi- também assume estas funções junto Com a junção do expertise das duas
ções, a Mark Andy, maior produtora à Comco. empresas, a Mark Andy amplia seus
de impressoras flexográficas de ban- “A aquisição da Comco promoverá ramos de atuação, provendo solu-
da estreita no mundo, acaba de incor- uma excepcional estratégia de cresci- ções em conversão, cartonagem,
porar a Comco, outra grande fornece- mento e oportunidade em embalagens embalagens flexíveis, etiquetas e ró-
dora mundial na área. A Mark Andy flexíveis e aplicações em cartona- tulos. No Brasil, a empresa é repre-
continuará fabricando e dando supor- gem”, afirma John Eulich, presidente sentada pela Gutenberg Máquinas e
te para as máquinas de sua marca e da Mark Andy. Materiais Gráficos.

abr 2001 • EMBALAGEMMARCA – 16


21display 30/04/01 18:07 Page 34

Display
Champanhe e pote para as mães
A Bauducco investiu em embalagens Campinas (SP), que acomoda biscoitos
promocionais para o biscoito Champa- variados da marca. A NR Design conce-
nhe, do tipo “leve 3 pague 2”, para o beu o design do pote. Os cartuchos do
Dia das Mães. Outra novidade para a biscoito Champanhe trazem um design
data é um pote hermético de cerâmica, especial, assinado pela agência RW.
fornecido pela Comercial Vitória, de

Omo tamanho família


SABÃO EM PÓ EM PAPELCARTÃO LAMINADO
Omo MultiAção, o detergente em pó
O sabão em pó Minerva, da Unile- versão Minerva Brisa, o predomínio
líder em vendas no Brasil (36,2% de
ver, ganhou uma versão com sili- é da cor azul. A empresa não divul-
share, de acordo com pesquisa Ibo-
cone, o que dispensa o uso de ga os fornecedores.
pe de fevereiro de 2001), quer facili-
amaciante. Para o lançamento,
tar o dia-a-dia das donas de casa.
foram escolhidos como embala-
Para tanto, está lançando a nova
gens cartuchos de 500g e 900g, de
embalagem de 1500g, com visual
papel cartão laminado com PET e
assinado pela Oz Design e fornecida
impressos em flexografia. Na ver-
FOTOS: DIVULGAÇÃO

pela Toga. Os cartuchos de 500g e


são Minerva Floral, o cartucho
900g não estavam adequados ao
apresenta a cor rosa e é metaliza-
consumo familiar – pesquisas do Ibo-
do. Já no design do cartucho da
pe revelam que está crescendo a
aceitação pelas embalagens de
maior quantidade de sabão em pó.
IRB aposta em nova embalagem para energético
Inicialmente comercializado
somente em garrafas PET de
200ml, o energético Atomic
Energy Drink, da IRB, aparece
no mercado com uma nova
apresentação: lata de aço de
250ml, fornecida pela Metalúr-
gica Matarazzo.
De acordo com a fabricante, o
investimento está sendo feito
para o produto competir com
os similares importados encon-
trados no mercado, que usam
embalagens metálicas. O de-
sign não sofreu alterações.

34 – EMBALAGEMMARCA • abr 2001


21display 30/04/01 18:07 Page 36

FOTOS: DIVULGAÇÃO
Display
RIQUEZA EM IMAGENS PARA DESPERTAR APPETITE APPEAL
A Extra Comunicação é quem assina o design do novo produto da Valedourado, a
Vitamina de Frutas. A embalagem tem um grande espaço reservado para imagens
de frutas, estratégia para conquistar o público pelo appetite appeal. No design, a
marca também foi destacada. O produto é encontrado em embalagens cartonadas
de 1litro e de 200g, fornecidas pela Tetra Pak.

Outro lançamento da Valedourado que leva


visual desenvolvido pela Extra Comunicação é
o Chá, nos sabores limão e pêssego. A fim de
destacar o sabor natural, foram utilizadas ilus-
trações das frutas e, ao fundo, do próprio chá.
As embalagens, também fornecidas pela Tetra
Pak, ressaltam as cores das frutas (verde para o
limão e laranja para o pêssego).

Purê em porção menor para quem mora só


As empresas estão cada vez mais em embalagem menor (110g). Dis-
Design moderno
buscando conquistar o segmento ponível nos sabores manteiga e er- para o casal
single, em expansão. Para não ficar vas e tradicional, as embalagens
atrás, a Yoki lançou o purê de batata flexíveis, com filme laminado, são A Natura está colocando no
feitas pela própria Yoki e levam mercado a Sintonia de Natura,
design da Zauberas & Associados. nova colônia com versões fe-
minina e masculina. Com um
design moderno e simples, o
frasco, fabricado pela vidraria
francesa Bormioli Rocco, foi
criado pelo designer francês
Thierry Baschmacoff, do reno-
mado ateliê Aesthete.
THOMAS KREMER

KOMATSU DESENVOLVE VISUAL DE NOVA RAÇÃO


A nova linha de alimentos para desenvolvida pela Komatsu De-
cães Nutridog Sabores, da Provi- sign. As embalagens flexíveis de
mi, teve sua apresentação visual 2,5 kg, 8kg, 15kg e 25kg apre-
sentam ilustrações que
exploram os diferentes
formatos e cores das ra-
ções, com ilustração do
produto simulando uma
janela para visualização.
Union Pack e a Plastrela
são as gráficas responsá-
veis pela impressão.
21display 30/04/01 18:07 Page 37

Display

Em pote de PP, para as prevenidas


Previna, um alimento em pó à nado em um pote de polipropileno,
base de proteína isolada de soja fabricado pela Emplas.
para mulheres, é o lançamento Os rótulos wrap-around, em papel
da empresa Sanavita Nutrição e couché 90g, são impressos pela
Ciência. O produto, formulado Santa Edwiges Artes Gráficas. A

FOTOS: DIVULGAÇÃO
para reduzir o risco de câncer Ás Design e Publicidade é quem as-
de mama e os efeitos negativos sina a criação da marca e da em-
da menopausa, vem acondicio- balagem do Previna.

Linha de biscoitos da Parmalat ganha nova identidade


Toda a linha Bakery Parmalat pas- uma luz ao fundo das ilustrações
sou por uma reformulação, assi- dos ingredientes e dos produtos.
nada pela a10 Design. O projeto O posicionamento do logo facilita
envolveu alteração da logomarca, a leitura da marca Parmalat, e a
que fundiu o nome ao símbolo, e verticalização das embalagens,
novo design das embalagens. proposta pela a10, é uma inova-
A cor vermelha foi adotada como ção na apresentação de biscoitos.
novo equity para a linha, cujas As embalagens são fornecidas
embalagens também ganharam pela Shellmar e pela Tecnoval.

Puro luxo no conteúdo e na embalagem O BEM E O MAL


A Duty Free do Brasil está trazendo Fusion é o nome da nova fra-
ao Brasil o uísque super premium grância do desodorante Axe, da
Ballantine’s Purity, envelhecido por Elida Gibbs, divisão da Unilever.
20 anos. Além dos componentes, de O símbolo do produto apresenta
qualidade superior, a embalagem, dois personagens entrelaçados,
uma garrafa de vidro em forma de que representam o “bem” e o
gota, de 500 ml, segue o apelo de “mal”. As embalagens spray e
diferenciação. Pelo esmero na deco- aerossol do Axe Fusion são for-
ração e no design da garrafa, o Bal- necidas, respectivamente, pela
lantine’s Purity já ganhou diversos Sinimplast e pela empresa argen-
prêmios na Europa. O produto é en- tina Impacta. Já a versão colônia
contrado apenas nas lojas Duty médio de 85 dólares. Informações do produto é acondicionada em
Free do Brasil e da Ásia, a um preço no tel. 0800 216168 (SAC Duty Free). frascos de vidro, da Wheaton. O
design das embalagens foi de-
senvolvido internamente.
Dil e Canguru no Sym reformulado
A Dil Consultores em Design e
Marketing foi a responsável pela
reformulação da embalagem do
absorvente Sym, da Santher. O
produto, voltado para o público
jovem feminino, ganhou competi-
tividade no PDV pela apresenta-
ção moderna, com cores vibran-
tes (verde cítrico e lilás). As em-
balagens são da ITW Canguru.

abr 2001 • EMBALAGEMMARCA – 37


envase2001 26/04/01 18:00 Page 3
21panorama 30/04/01 18:16 Page 38

Panorama
DU PONT VIRTUAL REMODELADA
O braço brasileiro da Du Pont acaba sível saber a história da companhia
Plus para produ-
de lançar seu novo – e caprichado – americana, ter uma descrição técni- tos perigosos
site para a divisão de embalagem. ca e das aplicações das principais
Em www.pack.dupont.com.br é pos- marcas de filmes e resinas produzi-
das pela Du Pont, conhecer a histó-
ria das embalagens plásticas flexí-
veis e entrar em contato com a em-
presa. “Como várias companhias em
todo o mundo, a DuPont tem grande
expectativa em relação à utilização
da Internet como forma de apresen-
tação e comercialização de seus
produtos”, diz Henrique Ubrig, presi-
dente da Du Pont Brasil, justificando
o investimento.

Extrusão Copoliéster protetor A Brasilata está lançando mun-

para grandes transparente dialmente sua nova lata 1/4 de


galão para produtos perigosos,
convertedores A Eastman está reforçando a comuni-
cação das vantagens de seu novo co-
a Plus UN. Ela dispensa o uso
de sistemas de reforço e travas
poliéster Eastar AN004 na conversão
para acondicionar produtos
de embalagens. Diversos fabricantes
como tintas à base de solventes,
de cosméticos já vêm utilizando a re-
que fazem parte da categoria
sina pelas propriedades de transpa-
de produtos perigosos e têm de
rência, que permite aparência de vi-
seguir recomendações interna-
dro, barreira à evaporação, resistên-
cionais editadas pela Organiza-
cia química e benefícios no processa-
ção das Nações Unidas. Segun-
mento – por exemplo a secagem mais
do especialistas, a nova emba-
rápida que a de outros copoliésteres.
lagem é a primeira com tampa
É o caso da mexicana Zermat, que
de pressão que conseguiu pas-
utilizou a resina nas tampas das em-
sar pelos rígidos testes exigidos
balagens da linha de batons Eleganz-
A Imacom está apresentando ao para a categoria sem o auxílio
za, que por ter uma fórmula volátil ne-
mercado sua máquina extrusora de travas.
cessitava de uma embalagem total-
de dupla rosca co-rotante DRC Outra vantagem da Plus UN é
mente hermética.
58, para a fabricação de lamina- que, com ela, os fabricantes de
(1 423) 229-3078 / www.eastman.com
dos e granulação de PS, PP, PE e tintas podem eliminar sistemas
PET, entre outros materiais ter- de reforço em embalagens se-
moplásticos. Segundo José Mar- cundárias como travas plásticas
tusewicz Neto, assessor de mar- e caixas de papelão ondulado.
keting da Imacom, a empresa tra- A nova lata já tem pedido regis-
balha na divulgação das vanta- trado de patente internacional e
seria oficialmente lançada na
gens que o novo equipamento
Cannex, evento que reúne fabri-
pode trazer para grandes conver-
cantes de latas, envasadores e
tedores de embalagens plásticas.
fornecedores de equipamentos
“Eles próprios podem preparar
de todo o mundo em Denver, Es-
FOTOS: DIVULGAÇÃO

sua matéria-prima para a produ-


tados Unidos, no fim de abril.
ção”, justifica.
(11) 3619-4400
(11) 4392-4611
www.brasilata.com.br
www.imacom.com.br

38 – EMBALAGEMMARCA • abr 2001


21panorama 30/04/01 18:16 Page 40

Panorama
Transporte sem transtorno
A Packnology, representante no Bra-
sil do software Cape Pack’99, agora
na versão Millenium Edition, acaba
de inaugurar sua página na internet.
No endereço (sites.uol.com.br/pack-
nology) é possível colher informa-
Foco nas embalagens ções amplas sobre o programa, um
para alimentos dos mais utilizados mundialmente
no desenvolvimento tridimensional
Já estão abertas as inscrições para o de embalagens para paletização ou
2º Prêmio Brasileiro de Embalagem conteinerização, redução de esto-
Papelcartão, promovido pela Bracelpa ques e melhora de eficiência de ca- (19) 3251-0689
– Associação Brasileira de Celulose e deias logísticas como um todo. packnology@uol.com.br
Papel em parceria com a Universidade
Anhembi Morumbi. Destinado a estu-
dantes universitários de áreas correla- ABIVIDRO LANÇA ANUÁRIO
tas ao desenvolvimento de embala- A Abividro – Associação Brasi- alvo do maior investimento du-
gem, como design, desenho industrial, leira das Indústrias de Vidro rante 2000 – 70 milhões de dó-
artes plásticas e marketing, entre ou- está lançando seu Anuário, lares, destinados ao aumento
tras, de todo o país, o concurso é divi- com um balanço de 2000 e de produtividade e ao acesso a
dido em duas categorias: uma contem- perspectivas para o atual exer- novas tecnologias.
plará novas propostas de embalagens cício. Os dados da publicação No geral, o setor vidreiro cres-
para produtos que já usam papelcartão mostram que o ano passado ceu 6,9% em relação a 1999 e a
e outra premiará embalagens para pro- foi positivo para as embala- estimativa para 2001 é de que
dutos que não utilizam o papelcartão. gens de vidro, segmento os investimentos
A novidade deste ano é que o seg- que registrou maior alcancem o montante de
mento de alimentos foi o escolhido crescimento em fatura- 217 milhões de dólares,
como tema de desenvolvimento dos mento na indústria vi- 29% a mais que no
trabalhos. Os prêmios são computado- dreira, com 11,5%. Parti- exercício anterior. “Isso
res iMac equipados com softwares grá- cipando em 32% do fatu- consequentemente irá
ficos e a participação numa exposição ramento total do se- alavancar a pro-
e numa publicação com os melhores tor, que bateu na dução”, afirma
trabalhos. O kit de inscrição deve ser casa dos 2,3 bi- Lucien Bel-
retirado até 17 de agosto, no Campus lhões de reais monte, dire-
Centro da Anhembi Morumbi ou na (cerca de 1% tor executivo
Bracelpa. Também pode ser solicitado do PIB), as em- da associação.
pelo telefone de informações 0800 balagens tam- www.abividro.org.br
102131 ou pelo site www.papelcar- bém foram (11) 255-3033
tao.com.br.

Conservação em embalagens flexíveis


Lançado durante a Brasilplast 2001, cação. Patrocinado pela OPP Petroquí- que o livro também seja útil ao empre-
“Requisitos de conservação de alimen- mica, a publicação foi escrita pelas sariado e ao público consumidor em
tos em embalagens flexíveis” procura pesquisadoras Claire Sarantópoulos e geral. O volume custa 120 reais – as-
transmitir o máximo de informações Lea Mariza de Oliveira, do Centro de sociados do Cetea têm desconto de
técnicas para os transformadores de Tecnologia de Embalagem do Instituto 20% – e pode ser solicitado à área de
embalagens plásticas flexíveis, como Tecnológico de Alimentos (Cetea-Ital), e Documentação e Informação do Cetea
exigências de barreiras de diferentes pela engenheira de alimentos Érica Ca- (ADI).
alimentos e quais processos e mate- navesi. Além de fonte de consultas (19) 3743-1936
riais são mais adequados a cada apli- para o setor transformador, espera-se adicetea@ital.org.br

40 – EMBALAGEMMARCA • abr 2001


21panorama 30/04/01 18:16 Page 41

Panorama

A indústria brasileira de alu- A Tetra Pak Brasil recebeu do A Pimaco, líder da América
mínio fechou o ano de 2000 FDA (Food and Drug Adminis- Latina no segmento de eti-
com crescimento de 1,1% no tration, órgão norte-ameri- quetas auto-adesivas, quer
consumo doméstico de pro- cano que regulamenta em- evoluir no segmento de pro-
dutos transformados de alu- presas fornecedoras de pro- dutos industriais. Para atingir
mínio, registrando volume de dutos ligados à área alimen- a meta de crescer 20% em
667 mil toneladas no ano, tícia e farmacêutica) certifi- 2001, a empresa acaba de
contra 659,8 mil toneladas cado autorizando-a a expor- conquistar novos clientes: Ni-
em 1999. Nesse desempenho, tar suas embalagens, inclusi- vea, Bristol Myers, Basf e
o setor de folhas, atrelado ao ve as específicas para leite, SmithKline. A Pimaco já pro-
segmento de embalagens, para qualquer país. A empre- duz há seis anos os rótulos
teve aumento de 7,2%. sa é a primeira do setor de da marca Palmolive e atende
embalagens para alimentos empresas como Coper, Video-
O grupo Pão de Açúcar, apoia- que recebe esta certificação lar, Emtec, Helios Carbex e
do pela Unilever através de em toda a América do Sul. A Kanitz.
sua marca de xampu Orga- subsidiária brasileira é a sé-
nics, começou a coletar me- tima do grupo a receber a
tais, vidros, papéis, plásticos autorização.
e baterias de celular para re-
ciclagem. Postos de entrega O escritório Oz Design ficou
voluntária serão implantados em primeiro lugar no ranking O grupo Tetra Laval, da Suíça,
em 12 lojas da Grande São “Designers By Designers”, em fez uma oferta pela fabri-
Paulo e Campinas e a renda que os próprios designers es- cante francesa de máquinas
obtida com a reciclagem irá colheram os dez melhores para indústria de embalagens
para programas sociais e de designers e os dez melhores Sidel. A empresa sueca de
educação ambiental. As lojas escritórios do país. Fundada embalagens ofereceu um ágio
do grupo terão sacolas de em 1979 por Ronald Kapaz, de 21% sobre a cotação das
quatro cores, para que o Giovanni Vannucchi e André ações da Sidel, o que a avalia
cliente leve para casa emba- Poppovic, a Oz é responsável, em 1,5 bilhão de dólares.
lagens que ajudem na sepa- entre outros trabalhos, pelas
ração dos materiais. embalagens de Omo há dez Dentro de seis meses, uma
anos, de Tang e dos bolinhos tarja amarela e um logotipo
O Fechamento Plus para latas Muffs, da Santista Alimentos. em azul escuro, com a letra
continua rendendo prêmios à G, deverão constar na emba-
Brasilata. Acaba de ganhar lagem de todos os remédios
um Prêmio Ouro na categoria genéricos vendidos no País.
General Line durante o Con- A nova regra consta em reso-
gresso Latincan 2001, que lução da Agência Na-
reuniu especialistas em em- cional de Vigilância Sa-
balagens metálicas de 28 de nitária (Anvisa) e busca faci-
fevereiro a 2 de março, na litar a identificação do pro-
cidade de Cancún, México. duto.

abr 2001 • EMBALAGEMMARCA – 41


21eventos 30/04/01 10:55 Page 44

EVENTOS

CORES: CONHECENDO E APLICAN-


JUNHO DO A LINGUAGEM E SIGNIFICADOS
Workshop que tem o objetivo de estudar a
• Fispal 2001 – Com as atenções voltadas para a segmentação do
linguagem da cor conhecendo sua sintaxe
setor alimentício, o Grupo Brasil Rio criou um novo formato para a e semântica e como ela se diferencia en-
Fispal. Serão realizadas, simultaneamente, de 19 a 22 de junho, a tre diferentes países, povos e culturas. No
Fispal Alimentos & Bebidas, no International Trade Mart, e a Fispal programa, introdução à história da cor
Tecnologia & Embalagem, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, através dos sistemas cromáticos e de sua
oficializando a “Semana Internacional da Alimentação no Brasil”. relação com a arte, a ciência e uma teoria
Informações: (11) 3758-0996 da cor; introdução à metodologia do SCC
– Sistema de Cores Cecor, com aborda-
• Techno Plus – 3ª Feira Internacional de Tecnologia para as Indús-
gem à sintaxe e semântica da cor; análise
trias Farmacêutica, Química e Cosmética, que a partir de 2001 acon-
dos conceitos internacionais de cores
tecerá integrada à Fispal Tecnologia & Embalagem – 17ª Feira Inter- coordenadas para comunicação, organi-
nacional de Tecnologia & Embalagem para a Indústria Alimentícia. zação e expressão social e de sua contri-
Entre 19 e 22 de junho de 2001, das 10h às 19h no Pavilhão de Ex- buição para mais conforto, mais produtivi-
posições do Anhembi, São Paulo. dade e maior segurança.
Informações: (11) 3758-0996 O evento é voltado a profissionais de mar-
keting, promoção e vendas de produtos li-
gados à cor, profissionais e estudantes
JULHO
das áreas de arquitetura, design, moda,
• LatinPack 2001 – Quinta versão da conferência Premier na Améri- decoração, comunicação visual e webde-
sign. O curso é ministrado por Nelson Ba-
ca Latina sobre conversão de plásticos e embalagens no Mercosul.
varesco, designer gráfico, artista plástico
Serão apresentados trabalhos de extrusão e co-extrusão de filmes e
e pesquisador da cor.
folhas, de impressão e conversão de filmes, novos desenvolvimentos Dias 4, 5, 6, 7 e 8 de junho, na rua Nilo,
em embalagens de barreira e tecnologias emergentes em plásticos rí- 202, São Paulo.
gidos e flexíveis. Dias 11 e 12 de julho no hotel Deville, em Guarulhos, Informações: fax: (11) 288-8517
São Paulo. Informações: (8) 47 577-2435. E-mail: gerart@cordesign.com.br
• FCE Pharma – Feira de matérias-primas, embalagens, serviços e
FÓRUM INTERNACIONAL DA EMBA-
equipamentos para a indústria farmacêutica. De 24 a 27 de julho no LAGEM EM PAPELCARTÃO
Expo Center Norte, São Paulo. Informações: (11) 3873-0081 As últimas tendências em design de em-
• HBA South America – Matérias-primas, embalagens, serviços e balagens e em marketing ambiental, o pa-
equipamentos para a indústria de cosméticos. De 24 a 27 de julho no norama brasileiro sobre as leis para reci-
Expo Center Norte, São Paulo. Informações: (11) 3873-0081 clagem e descarte de resíduos sólidos e
novas soluções de embalagem em papel
cartão vão estar sendo debatidos no 2º
AGOSTO
Fórum Internacional da Embalagem em
• Food Ingredients South America – Ingredientes e matérias-primas Papelcartão. O evento, realizado pela
de alimentos e equipamentos para laboratórios da indústria alimentí- Campanha Papelcartão, promovida pelas
empresas Suzano, Ripasa, Papirus, Mi-
cia. De 1 a 3 de agosto no Expo Center Norte, São Paulo.
guel Forte, Ibema, Nobrecel, Klabin e Ri-
Informações: (11) 3873-0081 verwood, associadas à Bracelpa – Asso-
ciação Brasileira de Celulose e Papel, é
SETEMBRO voltado a fabricantes de papel cartão, de-
signers, supermercadistas, representan-
• Cosmoprof Cosmética – Feira Internacional da Beleza. 21 a 24 de tes da indústria gráfica e fabricantes de
Setembro de 2001. Pavilhão de Exposições do Anhembi, São Paulo. produtos de consumo.
Informações: (11) 3826-9111 Entre os palestrantes estão Christopher
McCarty, consultor de design de embala-
OUTUBRO gem, que trabalha há 30 anos com desen-
volvimento e pesquisa de embalagens
• Visual Communication – Feira de fabricantes e fornecedores de nos Estados Unidos, Vânia M. Thuerler,
máquinas, equipamentos e suprimentos para pré-impressão, ima- chefe de comunicação gráfica da Nestlé,
gens digitais, reprografia e sinalização. e Fabiano Pires, consultor da Bracelpa.
Dia 8 de maio, no Maksoud Plaza, em
De 4 a 6 de outubro no Expo Center Norte, São Paulo
São Paulo.
Informações: (11) 3873-0081 Informações pelo telefone 0800 102131.

44 – EMBALAGEMMARCA • abr 2001


21almanaque 01/05/01 16:30 Page 1

Almanaque
Reinado firme, mas curto A mãe de todas as embalagens
Maços de cigarro, cai- um pesquisador da Du-
xas de alimentos, esto- Pont Cellophane Com- Pode-se dizer que a ser colocados no
jos de CD’s e incontá- pany conseguiu desen- Revolução Indus- mercado em volu-
veis outros produtos volver um celofane à trial é a verdadeira mes – literalmente
são hoje envoltos pelos prova d’água que viria mãe das embalagens – industriais. Mas
onipresentes filmes transformar-se num po- como as conhece- os rótulos se torna-
plásticos. No entanto, pular e eficaz material mos hoje em dia, ram populares,
até meados dos anos 80 de embalagem, que du- isto é, como elemen- mesmo, a partir de
ainda era habitual usar rante meio século foi to de proteção, 1798, graças a duas
como acabamento das soberano nas funções de transporte e marke- importantes inven-
embalagens o papel ce- protetor e decorador. ting. Obviamente, ções: a máquina de
lofane. Por sua vez, até quando se fala de fazer papel, conce-
1927 esse material era embalagem está-se bida na França por
utilizado meramente falando também de Nicolas-Louis Ro-
como envoltório deco- rótulos. Com a Re- bert, e o princípio
rativo, em presentes e volução Industrial da litografia, des-
para embrulhar produ- tornou-se necessário coberto por Alois
tos domésticos. Naque- identificar os produ- Senefelder, na Ba-
le ano, Hale Charch, tos que passaram a vária.

Para pensar em casa Cada povo com seu uso


Geralmente, aquilo que se
Da pré-história aos em Tróia os resíduos
costuma chamar “esporte
dias atuais, jogar sólidos se acumula-
nacional” é retratado nas
fora foi a maneira ram ao longo do
embalagens de produtos,
favorita da humani- tempo à média apro-
sobretudo de bebidas. Um
dade de livrar-se das ximada de 1,10 me-
bom exemplo, vindo da
coisas usadas. Esca- tro por século. As
Espanha, é o dos rótulos
vações arqueológi- escavações revela-
de garrafas de aniz. Os
cas em diferentes sí- ram também que
que aqui aparecem, dos
tios indicam que o uma forma mais ou
anos 60, homenageiam
lixo simplesmente menos comum de
grandes astros da toura-
ficava onde caía ou eliminar os restos de
da, uma predileção tão
era varrido para um comida nas cidades
espanhola quanto o pró-
canto. Esse sistema era atirá-los à rua e
prio aniz. Para os brasi-
de descarte funcio- deixar que animais
leiros, é um pouco estra-
nou bem durante a domésticos, especial-
nho que não haja no país
maior parte dos últi- mente porcos, os
rótulos de cachaça com
mos 2 milhões de consumissem. As
ídolos ou emblemas de
anos enquanto as po- coisas se complica-
clube de futebol na mes-
pulações foram nô- ram de vez com o
ma profusão que se vê na-
mades. Ao fixarem- aumento das popula-
quela bebida na Espanha.
se, começaram os ções urbanas e o uso
Afinal, se for por quanti-
problemas. Arqueó- crescente de embala-
dade consumida e por
logos calculam que gens. Agora é correr.
paixão esportiva. . .

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