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(Biênio 2001/2002)
-----------SUMÁRIO
ÀS 9 HORAS COMPARECEM OS
SRS:
Amapá
ANTONIO FEIJÃO PSDB
JURANDIL JUAREZ PMDB
Presentes de Amapá: 2
Pará
GERSON PERES PPB
HAROLDO BEZERRA PSOB
Presentes de Pará: 2
Amazonas
VANESSA GRAZZIOTIN pedoS
Presentes de Amazonas: 1
Acre
ZILA BEZERRA PTB
Presentes de Acre: 1
Maranhão
NEIVA MOREIRA POT
Presentes de Maranhão: 1
Ceará
ANTONIO CAMBRAIA PSOB
ANIBAL GOMES PMDB
JOSÉ UNHARES PPB
JOSÉ PIMENTEL PT
MARCELO TEIXEIRA PMDS
Presentes de Ceará: 5
Piauí
B.sA PSOB
THEMlsTOCLES SAMPAIO PMDB
Presentes de Piauí: 2
Rio Grande do Norte
Âf!pSltl de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Scxta-leÍra 31 40835
CARLOS ALBERTO ROSADO PFL
LAIRE ROSADO PMOB
SALOMÃO GURGEL POT
Presentes de Rio Grande do Norte: 3
Pernambuco
MARCOS DE JESUS PL
Presentes de Pernambuco: 1
Alagoas
REGIS CAVALCANTE PPS
Presentes de Alagoas: 1
Sergipe
CLEONÂNCIO FONSECA PPB
IVAN PAIXÃO PPS
Presentes de Sergipe: 2
Bahia
NELSON PELLEGRINO PT
PEDRO IRUJO PFL
ROLAND LAVIGNE PMDB
Presentes de Bahia: 3
Minas Gerais
ANTONIO DO VALLE PMOB
ELIAS MURAD PSOB
GI LMAR MACHADO PT
L1NCOLN PORTELA PSL
MARCOS LIMA PMDB
OSMÂNIO PEREIRA PSOB
SARAIVA FELIPE PMDB
S~RGIO MIRANDA pedoS
TILDEN SANTIAGO PT
VIRGILlO GUIMARÃES PT
Presentes de Minas Gerais: 10
Espírito Santo
LUIZOURÁO PFL
Presentes de Esp\rlto Santo: 1
Rio de Janeiro
JAIR BOLSONARO PPB
MIRIAM REID PSB
4()~36 Scxla-lcira 31 DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 2()() I
brigar o animus retorquendi às publicações relaciona- Pelo exposto, classificadas as infrações nos
das com a VCN Empresa de Mineração Ltda., minera- arts. 20 e 21 da Lei n° 5.250/67, respectivamente, ca-
dora que leva o nome do querelado, porque o texto in- lúnia e difamação, para as quais, observado o dispos-
quinado de ofensivo foi além, extrapolou em detrimento to nos arts. 43, caput, e parágrafos, 45, e, subsidiaria-
da reputação do querelante - e a quem acusa precisa- mente, ex vi do disposto no art. 48, todos da Lei de
mente de tê-lo extorquido - mesmo que inverídicas ou Imprensa, o rito processual previsto nos arts. 519 a
"infundadas" as matérias, que salientou, pois, como 523 do Código de Processo Penal, recebida a queixa,
acentua Manoel Pedro Pimentel: "Ninguém tem o direito requer a citação do querelado para que apresente de-
de censurar o próximo de modo ofensivo à sua reputa- fesa prévia no prazo assinado no § 1° do art. 43 da Lei
ção" (Legislação Penal Especial, Ed. RT, 1972, p. 161). na 5.250, de 1967, sob pena de revelia, ouvindo-se a
No plano subjetivo, a calúnia também é de mani- seguir o Ministério Público, sendo a final, julgada pro-
festa e irrecusável evidência. cedente a ação penal para condená-lo nas penas co-
minadas aos delitos, praticados que foram em con-
O querelado é Deputado Federal. Possui, e
curso formal, de conformidade com a regra do art. 70,
bem, a noção de ilicitude das expressões assacadas
caput, 2a parte, do Código Penal.
contra o ofendido. Portanto, quando as divulgou, não
Protesta pela produção de outros meios de prova,
ignorava que estava realizando, conscientemente, ato
especialmente o testemunhal- fornecendo o rol de suas
ou fato que a lei descreve como crime. Seria especio-
testemunhas, e indicando os demais meios, na fase do
so, ou uma contradictio in se ipsa, afirmar que não
art. 523 do Código de Processo Penal - destinados a
tinha intenção de praticar o crime.
contraporem-se à prova da verdade, se necessário.
E não ignorava que o estava imputando ao ofen-
Nestes termos, R. e A. esta com o exemplar do
dido falsamente. Do contrário, se verdadeira fosse a jornal, cf. art. 43 da Lei na 5.250/67, é O que se deixa
acusação, a permissibilidade expressa no art. 301 do requerido, respeitosamente, e P. Deferimento.
CPp, autorizava o querelado a dar ordem de prisão
Mogi das Cruzes, 3 de março de 2000. - Fran-
em flagrante ao então extorsionário, mormente se o
cisco Martins, Advogado, OAB/SP na 76.969.
fato foi presenciado por testemunhas ou pudesse ser
comprovado por qualquer modo. Nenhuma providên- À Comissão de Constituição e Justiça
cia a seu alcance adotou o Sr. Valdemar Costa Neto. e de Redação. Publique-se.
Quanto à difamação, desbordando da moldura Em 30-8-2001. - Deputado Aécio Ne-
do animus que inspirou a publicação do artigo, a in- ves, Presidente.
fração está, objetivamente, nos fatos atribuídos ao Do Sr. Senador Mozarildo Cavalcanti, Quar-
querelante, e subjetivamente, "na voluntária manifes- to-Secretário, no exercício, da Primeira Secreta-
tação do pensamento", por intermédio do que escre- ria, do Senado Federal, nos seguintes termos:
veu, "e na consciência de sua idoneidade ofensiva à
honra alheia" (cf: Euclides Custódio da Silveira, Direi- Ofício na 1.034 - SF
to Penal- Crimes contra a Pessoa, 1973, pág. 236). Brasília, 29 de agosto de 2001
O artigo difamatório foi escrito voluntariamente, e
À Sua Excelência o Senhor
consciente estava o seu autor, do caráter ofensivo das
Deputado Severino Cavalcanti
expressões usadas - e, aqui, também, não é crível que o
Primeiro-Secretário da Câmara dos Deputados
querelado ignorasse que, atribuir e imputar ao "Sr. João
Manoel Beraldi de Almeida, Diretor Comercial do Jornal Senhor Primeiro-Secretário,
A Semana o fato de "Achacar" é aleivoso e ultrajante- Encaminho a Vossa Excelência, a fim de ser sub-
ofendendo, a um só tempo, a honra objetiva, subjetiva e a metido à revisão da Câmara dos Deputados, nos ter-
profissional do querelante. Com a primeira, atacou o res- mos do art. 65 da Constituição Federal, o Projeto de Lei
peito, a consideração, a reputação, a fama no meio social do Senado na 144, de 1999, constante dos autógrafos
em que vive o Sr. João Manoel Beraldi de Almeida, que é em anexo, que "Dispõe sobre a veiculação de progra-
pessoa notoriamente conhecida. Pela segunda, atingiu o mação educativa para crianças, por meio dos canais de
apreço próprio, o status dignitatis, o juízo que cada um radiodifusão de sons e imagens (televisão), e estabele-
tem de si e, por ú~imo, aos deveres profissionais ou parti- ce sanções pelo seu descumprimento".
culares da vítima, que goza de reputação e Conceito, Atenciosamente, - Senador Mozarildo Caval-
atuando na imprensa por trinta anos, sem jamais ter tido canti, Quarto-Secretário, no exercício da Primeira
qualquer envolvimento com a justiça. Secretaria.
408S0 Sexla-It:íl'a 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agusto de 20()(
PROJETO DE LEI N° 5.269/01 § 2° O Relatório de Programação Infantil, a ser
Dispõe sobre a veiculação de pro- divulgado pelas emissoras, conterá informações, atu-
gramação educativa para crianças, por alizadas trimestralmente, sobre a programação infan-
meio dos canais de radiodifusão de sons til que colocam no ar, inclusive a data, hora, duração e
e imagens (televisão), e estabelece san- descrição dos programas.
ções pelo seu descumprimento. § 3° As emissoras manterão tais relatórios nos
O Congresso Nacional decreta: arquivos da estação, destacados do restante da
Art. 1° As emissoras de radiodifusão de sons e programação e acessíveis à inspeção por parte do
público.
imagens (televisão) dedicarão pelo menos cinco ho-
ras semanais à transmissão de programação especi- § 4° As emissoras divulgarão, mediante anúncio
ficamente concebida para a educação moral, cultural periódico, no ar e em outros meios de propaganda, a
e intelectual das crianças. existência, disponibilidade e modo de acesso aos re-
latórios mencionados nesta lei.
§ 1° Define-se como "programação especifica-
mente concebida" qualquer programação televisiva § 5° As emissoras designarão um responsá-
que atenda, em todos os aspectos, às necessidades vel pela programação infantil, cujo nome deverá
educacionais e informativas da criança e do adoles- ser de acesso público, bem como os meios de con-
cente, de idade igualou inferior a dezesseis anos, in- testá-lo.
cluindo as necessidades intelectuais/cognitivas ou § 6° O cumprimento desta lei não exime a emis-
sociais/emocionais, sempre em harmonia com o que sora do contido no art. 76 da Lei n° 8.069, de 13 de ju-
preconiza a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e lho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e
sua regulamentação. do Adolescente.
§ 2° A programação a que se refere o § 1° deve- § ]O Especial atenção se dará às crianças de
rá preencher os seguintes requisitos mínimos: idade inferior a oito anos na elaboração e veiculação
1- ter a educação da criança como objetivo prin- da programação de que trata esta lei.
cipal; Art. 3° As cenas reais de violência que envolvam
11 - ter o objetivo educacional do programa e a menores de idade, como vítimas ou como infratores
audiência infantil corno alvos explicitados no Relató- só poderão ser veiculadas na programação das emis~
rio de Programação Infantil a que se refere o Inciso soras de televisão no horário compreendido entre as
111 do art. 20 desta lei; 22 (vinte e duas) horas e 5 (cinco) horas.
0
111 _ ser levada ao ar entre as 7 (sete) e as 22 Art. 4 O cumprimento desta lei será aferido no
(vinte e duas) horas; processo de renovação das concessões de canais de
IV _ ser regularmente incluída na programação; radiodifusão, e quando o Congresso Nacional apreci-
V ar os atos do Poder Executivo, na forma do § 10 do art.
- ter uma duração não inferior a 15 (quinze) 223 da Constituição Federal.
minutos;
VI - ser identificada como programação infantil Parágrafo único. As emissoras apresentarão,
educativa, no momento em que vai ao ar. como documento indispensável à renovação da
Art. 2° As emissoras são obrigadas a identificar concessão ou permissão, Relatório de Televisão
Educativa para Crianças, contendo consolidação
e divulgar sua programação destinada ao público in-
fantil, facilitando a informação de pais, mestres e inte- dos relatórios de programação infantil a que se refe-
ressados em geral, de três formas: re o inciso 111 do art. 2°, em formato padronizado
pelo Ministério das Comunicações.
I - mediante identificação da programação-nú-
cleo, no momento em que esses programas vão ao Art. 5° O Poder Executivo regulamentará esta
ar; lei no prazo de noventa dias, e as emissoras lhe da-
" - mediante identificação de tais programas rão cumprimento no prazo de um ano, a contar da
para os editores de guias de programação; data de sua publicação.
111 - mediante publicação e divulgação de Rela- Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua pu-
tório de Programação Infantil. blicação.
§ 10 A identificação da programação-núcleo se Senado Federal, 29 de agosto de 2001. - Sena-
fará através de ícone posto no ar ao início do progra- dor Edison Lobão, Presidente do Senado Federal
ma e no período que antecede os comerciais. Interino. '
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-Icira 31 40S51
Ofício n° 1.035 - SF de Direitos Humanos, em substituição a Deputada
Brasília, 29 de agosto de 2001 Nice Lobão.
Atenciosamente, - Deputado Inocêncio Olivei-
À Sua Excelência o Senhor
ra, Líder do Bloco Parlamentar PFL-PST.
Deputado Severino Cavalcanti
Primeiro-Secretário da Câmara dos Deputados Defiro. Publique-se.
Em 30-8-2001. - Aécio Neves, Presi-
Senhor Primeiro-Secretário,
dente.
Encaminho a Vossa Excelência, a fim de ser sub-
metido à revisão da Câmara dos Deputados, nos ter- Ofício n° 1.124-L-PFU2001
mos do art. 65 da Constituição Federal, o Projeto de Lei
Brasília, 21 de agosto de 2001
do Senado n° 57, de 2001 , constante dos autógrafos em
anexo, que "Altera o art. 36 do Decreto-Lei n0221 , de 28 Excelentíssimo Senhor
de fevereiro de 1967, que dispõe sobre a proteção e es- Deputado Aécio Neves
tímulos à pesca e dá outras providências". Presidente da Câmara dos Deputados
Atenciosamente, - Senador Mozarildo Caval- Nesta
canti, Quarto-Secretário, no exercício da Primeira Senhor Presidente,
Secretaria. Indico a Vossa Excelência a Deputada Nice Lo-
bão para integrar, como membro suplente, a Comis-
PROJETO DE LEI N° 5.270/01
são de Direitos Humanos, em vaga existente.
Altera o art. 36 do Decreto-Lei n° Atenciosamente, - Deputado Inocêncio Olivei-
221, de 28 de fevereiro de 1967, que dis- ra, Líder do Bloco Parlamentar PFUPST.
põe sobre a proteção e estímulos à pes-
ca e dá outras providências. Defiro. Publique-se.
Em 30-8-2001. - Aécio Neves, Presi-
O Congresso Nacional decreta: dente.
Art. 1° O art. 36 do Decreto-Lei n° 221, de 28 de fe-
vereiro de 1967, passa a vigorar acrescido do seguinte § Ofício n° 1.194-L-PFU01
2°, numerando-se o atual parágrafo único como § 1°: Brasília, 29 de agosto de 2001
"Art. 36 . Excelentíssimo Senhor
Deputado Aécio Neves
§ 2° É responsabilidade dos proprietários ou Presidente da Câmara dos Deputados
concessionários de represas, de acordo com determi- Nesta
nações do órgão competente, a produção e distribui-
Senhor Presidente,
ção de alevinos em suas áreas de atuação." (NR)
Indico a Vossa Excelência os Deputados do Blo-
Art. 2° Esta lei entra em vigor na data de sua pu- co Parlamentar PFUPST que farão parte da Comis-
blicação. são Especial destinada a proferir parecer à Proposta
Senado Federal, 29 de agosto de 2001. - Sena- de Emenda à Constituição n° 598-Al98, que "altera a
dor Edison Lobão, Presidente do Senado Federal, redação das letras a, b, c e d do inciso VI, § 3°, do art.
Interino. 14 da Constituição Federal" (idade mínima para cargo
Do Sr. Deputado Inocêncio Oliveira, Líder do eletivo) e apensada.
Bloco Parlamentar PFLlPST, nos seguintes ter- Titulares Suplentes
mos: Francisco Coelho Antônio Carlos Konder Reis
Ofício n° 1.123-L-PFU2001 Ivânio Guerra Francistônio Pinto
Brasília, 21 de agosto de 2001 Jairo Carneiro Kátia Abreu
Paulo Magalhães Mauro Fecury
Excelentíssimo Senhor
Deputado Aécio Neves Rodrigo Maia Osvaldo Coelho
Presidente da Câmara dos Deputados Sérgio Barcellos Paulo Gouvêa
Nesta Atenciosamente, - Deputado Inocêncio Olivei-
ra, Líder do Bloco Parlamentar PFL-PST.
Senhor Presidente,
Indico a Vossa Excelência o Deputado José Ro- Publique-se.
cha para integrar, como membro titular, a Comissão Em 30-8-01. - Aécio Neves, Presidente.
40852 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 200!
Ofício n° 1.196-L-PFU01 OF. PSDBI N° 50212001
Brasília, 29 de agosto de 2001 Brasília, 29 de agosto de 2001
Excelentíssimo Senhor A Sua Excelência o Senhor
Deputado Aécio Neves Deputado Aécio Neves
Presidente da Câmara dos Deputados Presidente da Câmara dos Deputados
Nesta Senhor Presidente,
Tenho a honra de indicar a Vossa Excelência o
Senhor Presidente, Deputado José Múcio Monteiro, como membro su-
Indico a Vossa Excelência os Deputados do plente, para integrar a Comissão Especial destinada a
Bloco Parlamentar PFLlPST que farão parte da Co- proferir parecer à Proposta de Emenda à Constituição
missão Especial destinada a proferir parecer à Pro- n° 54-A/99, "que acrescenta o artigo ao Ato das Dis-
posta de Emenda à Constituição n° 306-A/OO, que posições Transitórias (cria quadro temporário para
"acrescenta o parágrafo terceiro ao art. 215 da servidores públicos)".
Constituição Federal, instituindo o Plano Nacional Atenciosamente, - Deputado Jutahy Junior, Lí-
de Cultura". der do P8DB.
Defiro. Publique-se
Titulares Suplentes Em 30-8-01 . - Aécio Neves, Presidente.
Celcita Pinheiro Arolde de Oliveira
Do Sr. Deputado Geddel Vieira lima, Líder
Darci Coelho Jaime Fernandes Filho
do PMDB, nos seguintes termos:
Euler Ribeiro Lael Varella
José Carlos Coutinho Lavoisier Maia OF/GAB/I/ND 558
Mário Assad Júnior Paes Landim Brasília, 29 de agosto de 2001
Milton Barrosa Roberto Pessoa A Sua Excelência o Senhor
Atenciosamente, - Deputado Inocêncio Olivei- Deputado Aécio Neves
ra, Líder do Bloco Parlamentar PFL-PT. DD. Presidente da Câmara dos Deputados
Publique-se. Senhor Presidente,
Em 30-8-01. - Aécio Neves, Presidente. Comunico a Vossa Excelência que o Deputado
Antônio Cruz passa a integrar, na qualidade de Titu-
Do Sr. Deputado Jutahy Junior, Líder do
lar, a Comissão de Constituição e Justiça e de Reda-
PSDB, nos seguintes termos:
ção, e, na qualidade de Suplente, a Comissão de Se-
OF.PSDB/N° 4592001 guridade Social e Família, em vagas existentes.
Brasília, 22 de agosto de 2001 Por oportuno, renovo a Vossa Excelência pro-
testos de estima e consideração. - Deputado Geddel
A Sua Excelência o Senhor
Vieira Lima Líder do PMDB.
Deputado Aécio Neves
Presidente da Câmara dos Deputados Defiro. Publique-se
Em 30-08-01. - Aécio Neves, Presi-
Senhor Presidente, dente.
Venho solicitar a Vossa Excelência a gentileza Do Sr. Deputado Walter Pinheiro, Líder do
de determinar o desligamento do Deputado Roberto PT, nos seguintes termos:
Rocha da Comissão Especial destinada a proferir pa-
Oficio n° 173/Plen
recer à Proposta de Emenda à Constituição nO 57-A,
de 1999, que "altera os art. 159 da Constituição Fede- Brasília, 22 de agosto de 2001
ral, para instituir o Fundo Nacional de Desenvolvi- Excelentíssimo Senhor
mento do Semi-Árido e prevê suas fontes de recur- Deputado Aécio Neves
sos". DD. Presidente da Câmara dos Deputados
Atenciosamente, - Deputado Jutahy Junior, Lí-
Senhor Presidente
der do P8DB.
Tenho a honra de dirigir-me a Vossa Excelência a
Defiro. Publique-se fim de indicar, como suplentes, o Deputado José Pimen-
Em 30-8-01. - Aécio Neves, Presidente. tel, PT/CE, e a Deputada Teima de Souza, PT/Sp, na Co-
Agosto de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS SeXla-lcira 31 40853
missão Parlamentar de Jnquérrto destinada a "investigar Do Sr. Deputado Inaldo Leitão, Presidente
várias irregularidades praticadas durante a vigência do da Comissão de Constituição e Justiça e de Re-
Regime de Administração Especial Temporária (RAE1) dação, nos seguintes termos:
no BANESPA - Banco do Estado de São Paulo S.A". OF. n° 704-P/2001 - CCJR
Atenciosamente, - Deputado Walter Pinheiro,
Brasília, 21 de junho de 2001
Líder do PT.
A Sua Excelência o Senhor
Defiro. Publique-se Deputado Aécio Neves
Em 30-08-01. - Aécio Neves, Presi- DD. Presidente da Câmara dos Deputados
dente. Nesta
Do Sr. Deputado Odelmo Leão, Líder do Senhor Presidente,
PPB, nos seguintes termos: Comunico a Vossa Excelência, em cumprimen-
Ofício n° 405/01 to ao art. 58 do Regimento Interno, a apreciação por
este Órgão Técnico, em 13 de junho do corrente, dos
Brasília, 22 de agosto de 2001
Projetos de Lei nOs 4.512-B/94 e 1.145/91.
A Sua Excelência o Senhor Solicito a Vossa Excelência autorizar a publica-
Deputado Aécio Neves ção dos referidos projetos e parecer a eles oferecidos.
DD. Presidente da Câmara dos Deputados Cordialmente. - Deputado Inaldo Leitão, Presi-
Senhor Presidente, dente.
Tenho a honra de indicar a Vossa Excelência Publique-se.
pelo Partido Progressista Brasileiro - PPB, a Deputa- Em 30-8-2001. - Aécio Neves, Presi-
da Almerinda de Carvalho, como suplente, em substi-
dente.
tuição ao Deputado Iberê Ferreira, para integrar a Co-
OF. nO 769-P/2001 - CCJR
missão Técnica de Seguridade Social e Família.
Brasília, 26 de junho de 2001
Atenciosamente, - Deputado Odelmo Leão,
Líder do PPB. A Sua Excelência o Senhor
Deputado Aécio Neves
Defiro. Publique-se DD. Presidente da Câmara dos Deputados
Em 30-8-2001. - Aécio Neves, Presi- Nesta
dente. Senhor Presidente,
Do Sr. Deputado Inácio Arruda, Líder do Bloco Comunico a Vossa Excelência, em cumprimen-
Parlamentar PSB/PCdoB, nos seguintes termos: to ao art. 58 do Regimento Interno, a apreciação por
Of. n° 99/01 este Órgão Técnico, em 21 de junho do corrente, do
Projeto de Lei n° 1.238-B/95.
Brasília, 22 de agosto de 2001 Solicito a Vossa Excelência autorizar a publica-
Excelentíssimo Senhor ção do referido projeto e parecer a ele oferecido.
Deputado Aécio Neves Cordialmente, - Deputado Inaldo Leitão, Presi-
Presidente da Câmara dos Deputados dente.
Nesta Publique-se.
Senhor Presidente, Em 30-8-2001. - Aécio Neves, Presi-
Indico, nos termos regimentais, o Deputado Sér- dente.
gio Miranda como membro suplente da Comissão OF. n° 896-P/2001- CCJR
Especial destinada a proferir parecer à Proposta de Brasília, 14 de agosto de 2001
Emenda à Constituição n° 277-.A., de 2000, do Poder
Executivo, que "altera os arts. 149 e 177 da Constitui- A Sua Excelência o Senhor
ção Federal" (combustíveis). Deputado Aécio Neves
Ao ensejo renovo a Vossa Excelência protestos DD. Presidente da Câmara dos Deputados
de elevada estima. - Deputado Inácio Arruda, Líder Nesta
do Bloco PCdoB/PSB. Senhor Presidente,
Defiro. Publique-se. Encaminho a Vossa Excelência, para as provi-
Em 30-8-2001. - Aécio Neves, Presi- dências regimentais cabíveis, as Propostas de
dente. Emenda à Constituição nOs 224/95 e 439/96 e
40854 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosill de 20(] I
448/97, apensadas, apreciadas por este Órgão Téc- OF. N° 902-P/2001-CCJR
nico, em 9 de agosto do corrente. Brasília, 14 de agosto de 2001
Aproveito o ensejo para reiterar a Vossa À Sua Excelência o Senhor
Excelência protestos de elevada estima e distinta Deputado Aécio Neves
consideração. - Deputado Inaldo Leitão, Presi- DO. Presidente da Câmara dos Deputados
dente. Nesta
Publique-se. Senhor Presidente,
Em 30-8-01. - Aécio Neves, Presidente. Comunico a Vossa Excelência, em cumprimen-
to ao art. 588 do Regimento Interno, a apreciação por
OF. N° 898-P/2001 - CCJR este Órgão Técnico, em 9 do corrente, do Projeto de
Lei n° 2.359-B/OO.
Brasília, 14 de agosto de 2001 Solicito a Vossa Excelência autorizar a publica-
A Sua Excelência o Senhor ção do referido projeto e parecer a ele oferecido.
Deputado Aécio Neves Cordialmente, - Deputado Inaldo Leitão, Presi-
DO. Presidente da Câmara dos Deputados dente.
Nesta Publique-se.
Em 30-8-01. - Aécio Neves, Presidente.
Senhor Presidente, OF. N° 903-P/2001 - CCJR
Encaminho a Vossa Excelência, para as provi- Brasília, 14 de agosto de 2001
dências regimentais cabíveis, os Projetos de Lei nOs
A Sua Excelência o Senhor
1.353/99 e 2.751/00 e 2.858/00, apensados, aprecia-
Deputado Aécio Neves
dos por este Órgão Técnico, em 9 de agosto do cor-
DO. Presidente da Câmara dos Deputados
rente.
Nesta
Aproveito o ensejo para reiterar a Vossa Senhor Presidente,
Excelência protestos de elevada estima e distinta Comunico a Vossa Excelência, em cumprimen-
consideração. - Deputado Inaldo Leitão, Presi- to ao art. 58 do Regimento Interno, a apreciação por
dente. este Órgão Técnico, em 9 do corrente, do Projeto de
Publique-se. Lei n° 1.443-A/99.
Em 30-8-01 . - Aécio Neves, Presidente. Solicito a Vossa Excelência autorizar a publica-
ção do referido projeto e parecer a ele oferecido.
OF. N° 900-P/2001 - CCJR Cordialmente, - Deputado Inaldo Leitão, Presi-
Brasília, 14 de agosto de 2001 dente.
A Sua Excelência o Senhor Publique-se.
Deputado Aécio Neves Em 30-8-01. - Aécio Neves, Presidente.
DO. Presidente da Câmara dos Deputados OF. W 906-P/2001-CCJR
Nesta
Brasília, 14 de agosto de 2001
A Sua Excelência o Senhor
Senhor Presidente,
Deputado Aécio Neves
Comunico a Vossa Excelência, em cumpri- DO. Presidente da Câmara dos Deputados
mento ao art. 58 do Regimento Interno, a aprecia- Nesta
ção por este Órgão Técnico, em 9 do corrente, do Senhor Presidente,
Projeto de Lei n° 2.973-B/OO. Encaminho a Vossa Excelência, para as provi-
Solicito a Vossa Excelência autorizar a pu- dências regimentais cabíveis, o Projeto ~e Decreto
blicação do referido projeto e parecer a ele ofere- Legislativo n° 940101, apreciado por este Orgão Téc-
nico, em 9 de agosto do corrente.
cido.
Aproveito o ensejo para reiterar a Vossa Exce-
Cordialmente, - Deputado Inaldo Leitão, Pre- lência protestos de elevada estima e distinta conside-
sidente. ração. - Deputado Inaldo Leitão, Presidente.
Publique-se. Publique-se.
Em 30-8-01. - Aécio Neves, Presidente. Em 30-8-01. - Aécio Neves, Presidente.
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 31 40855
OF. N° 907-P/2001-CCJR OF. N° 916-P/2001 - CCJR
Brasília, 14 de agosto de 2001 Brasília, 15 de agosto de 2001
A Sua Excelência o Senhor À Sua Excelência o Senhor
Deputado Aécio Neves Deputado Aécio Neves
DO. Presidente da Câmara dos Deputados DO. Presidente da Câmara dos Deputados
Nesta Nesta
Senhor Presidente, Senhor Presidente,
Encaminho a Vossa Excelência, para as provi- Encaminho a Vossa Excelência, para as provi-
dências regimentais cabíveis, o Projeto qe Decreto dências regimentais cabíveis, o Projeto qe Decreto
Legislativo n° 969/01, apreciado por este Orgão Téc- Legislativo n° 972/01, apreciado por este Orgão Téc-
nico, em 9 de agosto do corrente. nico, em 14 de agosto do corrente.
Aproveito o ensejo para reiterar a Vossa Exce- Aproveito o ensejo para reiterar a Vossa Exce-
lência protestos de elevada estima e distinta conside- lência protestos de elevada estima e distinta conside-
ração. - Deputado Inaldo Leitão, Presidente. ração. - Deputado Inaldo Leitão, Presidente.
Publique-se. Publique-se.
Em 30-8-01. - Aécio Neves, Presidente. Em 30-8-01. - Aécio Neves, Presidente.
Of. N° 910-P/2001-CCJR OF. N°917-P/2001-CCJR
Brasília, 15 de agosto de 2001 Brasília, 15 de agosto de 2001
A Sua Excelência o Senhor À Sua Excelência o Senhor
Deputado Aécio Neves Deputado Aécio Neves
DO. Presidente da Câmara dos Deputados DO. Presidente da Câmara dos Deputados
Nesta Nesta
Senhor Presidente, Senhor Presidente,
Encaminho a Vossa Excelência, para as provi- Encaminho a Vossa Excelência, para as provi-
dências regimentais cabíveis, a Proposta de Emenda dências regimentais cabíveis, o Projeto de D~creto
à Constituição na 593/98, apreciada por este Órgão Legislativo n° 1.054/01, apreciado por este Orgão
Técnico, em 14 de agosto do corrente.
Técnico, em 14 de agosto do corrente.
Aproveito o ensejo para reiterar a Vossa Exce-
Aproveito o ensejo para reiterar a Vossa Exce-
lência protestos de elevada estima e distinta conside-
lência protestos de elevada estima e distinta conside- ração. - Deputado Inaldo Leitão, Presidente.
ração. - Deputado Inaldo Leitão, Presidente.
Publique-se.
Publique-se. Em 30-8-01. - Aécio Neves, Presidente.
Em 30-8-01 . - Aécio Neves, Presidente.
OF. N° 924-P/2001 - CCJR
OF. N° 914-P/2001 - CCJR
Brasília, 21 de agosto de 2001
Brasília, 15 de agosto de 2001
À Sua Excelência o Senhor
À Sua Excelência o Senhor
Deputado Aécio Neves
Deputado Aécio Neves
DO. Presidente da Câmara dos Deputados
DO. Presidente da Câmara dos Deputados
Nesta
Nesta
Senhor Presidente,
Senhor Presidente,
Comunico a Vossa Excelência, em cumprimen-
Encaminho a Vossa Excelência, para as provi- to ao art. 58 do Regimento Interno, a apreciação por
dências regimentais cabíveis, o Projeto de Decreto este Órgão Técnico, em 15 de agosto do corrente, do
Legislativo n° 682/00, apreciado por este Órgão Téc- Projeto de Lei n° 550-8/99.
nico, em 14 de agosto corrente. Solicito a Vossa Excelência autorizar a publica-
Aproveito o ensejo para reiterar a Vossa Exce- ção do referido projeto e parecer a ele oferecido.
lência protestos de elevada estima e distinta conside- Cordialmente, - Deputado Inaldo Leitão, Presi-
ração. - Deputado Inaldo Leitão, Presidente. dente.
Publique-se. Publique-se.
Em 30-8-01 . - Aécio Neves, Presidente. Em 30-8-01. - Aécio Neves, Presidente.
4()~56 Scxla-JCira 3) DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agl1stll (li; 2()())
OF. N° 925-P/2001 - CCJR Do Sr. Deputado Zenaldo Coutinho, Presiden-
Brasília, 21 de agosto de 2001 te em exercício, da Comissão de Constituição e
Justiça e de Redação, nos seguintes termos:
À Sua Excelência o Senhor
Deputado Aécio Neves OF. W 859-P/2001 - CCJR
DD. Presidente da Câmara dos Deputados Brasília, 8 de agosto de 2001
Nesta
À Sua Excelência o Senhor
Senhor Presidente, Deputado Aécio Neves
Encaminho a Vossa Excelência, para as provi- DO. Presidente da Câmara dos Deputados
dências regimentais cabíveis, o Projeto de Decreto Nesta
Legislativo nO 648/00, apreciado por este Órgão Téc-
nico, em 16 de agosto do corrente. Senhor Presidente,
Aproveito o ensejo para reiterar a Vossa Exce- Encaminho a Vossa Excelência, para as provi-
lência protestos de elevada estima e distinta conside- dências regimentais cabíveis, o Projeto de Lei n°
ração. - Deputado Inaldo Leitão, Presidente. 4.115/01, apreciado por este Órgão Técnico, em 7 de
agosto do corrente.
Publique-se.
Em 30-8-01. - Aécio Neves, Presidente. Aproveito o ensejo para reiterar a Vossa Exce-
lência protestos de elevada estima e distinta conside-
OF. W 927-P/2001 - CCJR ração. - Deputado Zenaldo Coutinho, Presidente em
Brasília, 21 de agosto de 2001 exercício.
À Sua Excelência o Senhor Publique-se.
Deputado Aécio Neves Em 30-8-01. - Aécio Neves Presidente.
DD. Presidente da Câmara dos Deputados OF. N° 862-P/2001 - CCJR
Nesta
Senhor Presidente, Brasília, 8 de agosto de 2001
Encaminho a Vossa Excelência, para as provi- À Sua Excelência o Senhor
dências regimentais cabíveis, o Projeto de Decreto Deputado Aécio Neves
Legislativo rO 977/01, apreciado por este Órgão Téc- DD. Presidente da Câmara dos Deputados
nico, em 16 de agosto do corrente.
Nesta
Aproveito o ensejo para reiterar a Vossa Exce-
lência protestos de elevada estima e distinta conside- Senhor Presidente,
ração. - Deputado Inaldo Leitão, Presidente. Encaminho a Vossa Excelência, para as provi-
dências regimentais cabíveis, o Projeto de Decreto
Publique-se. Legislativo nO 3.524/01, apreciado por este Órgão
Em 30-8-01. - Aécio Neves, Presidente. Técnico, em 7 de agosto do corrente.
OF. N° 928-P/2001-CCJR Aproveito o ensejo para reiterar a Vossa Exce-
lência protestos de elevada estima e distinta conside-
Brasília, 21 de agosto de 2001 ração. - Deputado Zenaldo Coutinho, Presidente em
A Sua Excelência o Senhor exercício.
Deputado Aécio Neves Publique-se.
DD. Presidente da Câmara dos Deputados
Em 30-8-01. - Aécio Neves, Presidente.
Nesta
Senhor Presidente, OF. N° 867-P/2001 - CCJR
Encaminho a Vossa Excelência, para as provi- Brasília, 8 de agosto de 2001
dências regimentais cabíveis, o Projeto de Decreto
À Sua Excelência o Senhor
Legislativo n° 991/01 , apreciado por este Órgão Téc-
Deputado Aécio Neves
nico, em 16 de agosto do corrente.
DO. Presidente da Câmara dos Deputados
Aproveito o ensejo para reiterar a Vossa Exce-
Nesta
lência protestos de elevada estima e distinta conside-
ração. - Deputado Inaldo Leitão, Presidente. Senhor Presidente,
Encaminho a Vossa Excelência, para as providên-
Publique-se. cias regimentais cabíveis, as Propostas de Emenda à
Em 30-8-2001. - Aécio Neves, Presi- Const~uição n 598/98 e 344101 , apensada, apreciadas
05
111- de mais da metade das Assembléias Legis- § 4° A contribuição de que trata este artigo terá
lativas das unidades da Federação, manifestando-se, sua exigibilidade subordinada ao disposto no art. 195,
cada uma delas, pela maioria relativa de seus mem- § 6°, da Constituição, e não poderá ser cobrada por
bros. prazo superior a dois anos.
• § 4° acrescido pela Emenda Constitucional n° 12, de
§ 1° A Constituição não poderá ser emendada 15-8-1996.
na vigência de intervenção federal, de estado de dete- Art. 75. É prorrogada, por trinta e seis meses, a
saoudee~adodesn~. cobrança da contribuição provisória sobre movimen-
§ 2° A proposta será discutida e votada em cada tação ou transmissão de valores e de créditos e direi-
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, consi- tos de natureza financeira de que trata o art. 74, insti-
derando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quin- tuída pela Lei n° 9.311, de 24 de outubro de 1996, mo-
tos dos votos dos respectivos membros. dificada pela Lei n° 9.539, de 712 de dezembro de
§ 3° A emenda à Constituição será promulgada 1997, cuja vigência é também prorrogada por idêntico
pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado prazo.
Federal, com o respectivo número de ordem. • Artigo, caput, acrescido pela Emenda Constitucional n°
21, de 18-3-1999.
§ 4° Não será objeto de deliberação a proposta
§ 1° Observado o disposto no § 6° do art. 195 da
de emenda tendente a abolir:
Constituição Federal, a alíquota da contribuição será
I - a forma federativa de Estado; de trinta e oito centésimos por cento, nos primeiros
11 - o voto direto, secreto, universal e periódico; doze meses, e de trinta centésimos, nos meses sub-
111 - a separação dos Poderes; seqüentes, facultado ao Poder Executivo reduzi-Ia to-
IV - os direitos e garantias individuais. tal ou parcialmente, nos limites aqui definidos.
• § 1° acrescido pela Emenda Constitucional n° 21, de
§ 5° A matéria constante de proposta de emen- 18-3-1999.
da rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser § 2° O resultado do aumento da arrecadação,
objeto de nova proposta na mesma sessão legislati- decorrente da alteração da alíquota, nos exercícios fi-
va. nanceiros de 1999, 2000 e 2001, será destinado ao
custeio da previdência social.
• § 2° acrescido pela Emenda Constitucional nO 21, de
ATO DAS DISPOSiÇÕES CONSTITUCIONAIS
18-3-1999.
TRANSITÓRIAS
§ 3° É a União autorizada a emitir títulos da dívi-
da pública interna, cujos recursos serão destinados
Art. 74. A União poderá instituir contribuição pro- ao custeio da saúde e da previdência social, em mon-
visória sobre movimentação ou transmissão de valo- tante equivalente ao produto da arrecadação da con-
res e de créditos e direitos de natureza financeira. tribuição, prevista e não realizada em 1999.
• Artigo, caput, acrescido pela Emenda Constitucional n° • § 3° acrescido pela Emenda Constitucional n° 21, de
12, de 15-8-1996 18-3-1999.
CAPíTULO XIV
Da Habilitação
PROJETO DE LEI N° 5.226, DE 2001
(Da SI'" Nair Xavier Lobo)
Altera o art. 159, da Lei n° 9.503, de Art. 159. A Carteira Nacional de Habilitação, ex-
23 de setembro de 1997, que institui o pedida em modelo único e de acordo com as especifi-
Código de Trânsito Brasileiro. cações do Contran, atendidos os pré-requisitos esta-
(Às Comissões de Viação e Transpor- belecidos neste Código, conterá fotografia, identifica-
tes;e de Constituição e Justiça e de Reda- ção e CPF do condutor, terá fé pública e equivalerá a
ção (art. 54) - Art. 24, 11) documento de identidade em todo o território nacio-
nal.
O Con9resso Nacional decreta:
§ 1° - É obrigatório o porte da Permissão para
Art. 1° O caput do art. 159 da Lei n09.503, de 23
Dirigir ou da Carteira Nacional de Habilitação quando
de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsi-
o condutor estiver à direção do veículo.
to Brasileiro, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 159. A carteira Nacional de Habilitação, ex-
§ 2° - (Vetado)
pedida em modelo único e de acordo com as especifi- § 3° - A emissão de nova via da Carteira Nacio-
cações do Contran, atendidos os pré-requisitos esta- nal de Habilitação será regulamentada pelo Contran.
belecidos neste Código, terá fé pública, equivalerá a § 4° - (Vetado)
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Sexta-lcira 31 40897
§ 5° - A Carteira Nacional de Habilitação e a ção em grupo de consórcio as importâncias pagas ao
Permissão para Dirigir somente terão validade para a fundo comum, com base no valor do bem ou do servi-
condução de veiculo quando apresentada em origi- ço apurado na data da formalização da desistência,
naI. em até trinta dias contados a partir desta formaliza-
§ 6° - A identificação da Carteira Nacional de ção.
Habilitação expedida e a da autoridade expedidora Art. 2° Esta lei entra em vigor na data de sua pu-
serão registradas no Renach. blicação.
§ 7° - A cada condutor corresponderá um único
Justificação
registro no Renach, agregando-se neste todas as in-
formações. Desde a década de sessenta, os consorclos
§ 8° - A renovação da validade da Carteira Naci- atuam no País sem que haja lei que regule a restitui-
onal de Habilitação ou a emissão de uma nova via so- ção das parcelas pagas pelos participantes que se re-
mente será realizada após quitação de débitos cons- tiram do grupo. O projeto de lei que ora apresentamos
tantes do prontuário do condutor. tem como alvo proteger essas pessoas, pois, segun-
§ 9° (VETADO). do as normas vigentes estabelecidas pelo Banco
§ 10. A validade da Carteira Nacional de Habili- Central do Brasil, têm que esperar até o encerramen-
tação está condicionada ao prazo de vigência do exa- to do grupo parta que possa reaver o que pagaram.
me de aptidão física e mental. Contamos com o apoio dos nobres pares para a
*§ 10 acrescido pela Lei n09.602. de 21-1-1998. aprovação da presente proposição.
§ 11. A Carteira Nacional de Habilitação, expedi- Sala das Sessões, 28 de agosto de 2001. -
da na vigência ao Código anterior, será substituída Deputada Nair Xavier Lobo.
por ocasião do vencimento do prazo para revalidação
do exame de aptidão física e mental, ressalvados os PROJETO DE LEI N° 5.230, DE 2001
casos especiais previstos nesta Lei. (Do Sr. Inácio Arruda e Outros)
'§ 11 acrescido pela Lei n° 9.602, de 21-1-1998. Altera a Lei n° 9.504, de 30 de se-
Art. 160. O condutor condenado por delito de tembro de 1997, que "estabelece normas
trânsito deverá ser submetido a novos exames para para as eleições", modificando os critéri-
que possa voltar a dirigir, de acordo com as normas os de acompanhamento e divulgação das
estabelecidas pelo Contran, independentemente do pesquisas eleitorais, na propaganda ou
reconhecimento da prescrição, em face da pena con- publicidade oficial, no sistema eletrônico
cretizada na sentença. de votação e procedimentos no anúncio
§ 1° Em caso de acidente grave, o condutor nele parcial e final dos resultados das urnas.
envolvido poderá ser submetido aos exames exigidos (Apense-se ao Projeto de Lei n° 3.693,
neste artigo, a juízo da autoridade executiva estadual de 2000)
de trânsito, assegurada ampla defesa ao condutor.
§ 2° No caso do parágrafo anterior, a autoridade O Congresso Nacional decreta:
executiva estadual de trânsito poderá apreender o do- Art. 1° Acrescente-se aos arts. 33, 40, 59 e 61 da
cumento de habilitação do condutor até a sua aprova- Lei n° 9.504, de 30 de setembro de 1997, os seguin-
ção nos exames realizados. tes parágrafos:
"Art. 33 .
tação da vontade do eleitor seja conhecida República, governadores, senadores, deputados fe-
por quaisquer terceiros presentes à seção derais e estaduais em 404 mil urnas eletrônicas. Po-
eleitoral. rém, o ministro apresenta restrições às proposições
§ 12. Os partidos políticos não pode- em tramitação no Congresso, questionando-lhes a
rão se eximir de sua responsabilidade na eficácia no combate à fraude.
verificação dos programas eletrônicos e de Sabemos, contudo, do esforço empreendido pe-
computador (software) que serão disponibili- los técnicos - a exemplo do engenheiro Amílcar Bru-
zados em tempo hábil para exame pela Jus- nazo; parlamentares - dos quais destacamos o sena-
tiça Eleitoral. dor Roberto Requião e o deputado Vivaldo Barbosa; e
§ 13. É vedada a interferência de qual- personalidades públicas do porte do ex-governador e
quer órgão vinculado ao Poder Executivo na presidente do POT, Leonel Brizola, entre outras. So-
elaboração ou instalação dos programas mando-nos ao esforço de correção de rota de um sis-
eletrônicos e computacionais (software) a tema de votação considerado vulnerável, apresenta-
serem inseridos nas urnas eletrônicas.
mos o atual projeto de lei, que, introduzidas as nossas
"Art. 61 . sugestões, acrescenta uma iniciativa de sistematiza-
ção de opiniões novas e antigas, contribuindo desse
modo para o debate em curso.
§ 1° Após a totalização, e antes da Desse modo, questionamos o papel das pesqui-
proclamação do resultado geral da eleição,
sas de opinião no processo político-eleitoral, tendo
será realizada a conferência aleatória do re-
em vista a necessidade de clara delimitação da in-
sultado de cinco por cento (5%) das urnas
fluência dos institutos especializados em acordo com
eletrônicas, escolhidas por sorteio, com a
setores da mídia na predefinição dos resultados elei-
contagem manual dos votos impressos de-
torais. Enfim, são fartos os exemplos nos quais esses
positados na respectiva urna convencional.
resultados foram comprometidos pela divulgação pla-
§ 2° Para cada urna na qual a confe-
nejada de estatísticas viciadas pela disparidade rela-
rência acusar discrepâncias entre os votos
tiva à margem de erro, em prejuízo de um ou mais
virtuais e os votos impressos, outras vinte
candidatos. Tal instrumento de aferição das tendênci-
(20) serão conferidas, observado o mesmo
as de voto, dimensionado pelas eleições da última dé-
processo estabelecido no parágrafo anteri-
or. cada, têm provocado mais estragos e prejuízos do
que benefícios ao nosso sistema eleitoral.
§ 3° Os Tribunais Regionais Eleitorais
darão ampla publicidade, com divulgação As pesquisas de opinião têm assumido a feição
pela imprensa e pela rede mundial de com- de mecanismos de indução ao voto, influenciando ni-
putadores, às informações parciais e à tota- tidamente no processo eleitoral, favorecendo o su-
lização de votos de cada seção e zona de posto vencedor mediante a apresentação dos índices
sua jurisdição. pelos institutos e pela mídia - em especial às véspe-
§ 4° Completada a apuração e totaliza- ras dos pleitos. Permitida aos partidos políticos envol-
ção das urnas de cada Estado, o respectivo vidos - mediante o acompanhamento de equipes téc-
Tribunal Regional Eleitoral encaminhará ao nicas especializadas - a fiscalização amiúde da me-
Tribunal Superior Eleitoral a ata correspon- todologia, universo escolhido e técnicas de aborda-
dente, que será amplamente divulgada pela gem das pesquisas, a sociedade brasileira estará
imprensa e pela rede mundial de computa- mais próxima do respeito devido à democracia repre-
dores." sentativa.
Art. 2° Esta lei entra em vigor na data de sua Consideramos fundamental também o trata-
publicação. mento eficaz do vértice no qual se encontram o voto,
sua conferência, apuração e recontagem. O presiden-
Justificação
te do TSE reconheceu o direito dos eleitores (à com-
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral provação do voto) como legítimo em palestra realiza-
(TSE), ministro Nelson Jobim, admitiu a possibilidade da na sede do Conselho Federal da Ordem dos Advo-
de promover mudanças nas eleições de 2002, quan- gados do Brasil (OAB), em Brasília. Daí a importância
do cerca de 114 milhões de brasileiros (aproximada- de uma lei que estabeleça a impressão do voto e me-
mente 67% da população) votarão para presidente da canismos pelos quais o resultado das urnas será fide-
40l)OO S..:xta-ti;ira 31 DIÁRiO DA CÂMARA DOS DEPlHA()()S Agusto de 2001
digno diante da opinião pública e da vontade sobera- LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
na dos eleitores. COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS -
A nossa opinião considera que a introdução do CeDI
voto impresso, de acordo com a qual os eleitores ad- LEI N°9.S04, DE 30 DE SETEMBRO DE 1997
quirem a prerrogativa de conferir o registro digitado
na urna eletrônica e o perfeito funcionamento da má- Estabelece normas para as Elei-
quina, permite o exercício, a um só tempo, do direito ções.
de votar e do dever de fiscalizar a possível ocorrência
de fraudes.
Das Pesquisas e Testes Pré-Eleitorais
A presente proposição trata de suprir as modifi-
cações necessárias na Lei n° 9.504, e institui, entre Art. 33. As entidades e empresas que realiza·
outras mudanças, normas para a realização e divul- rem pesquisas de opinião pública relativas às elei-
gação das pesquisas, aperfeiçoando o voto impresso ções ou aos candidatos, para conhecimento público,
para permitir a conferência, ampliando o perfil da re- são obrigadas, para cada pesquisa, a registrar, junto
contagem manual ou eletrônica dos votos. Este último à Justiça Eleitoral, até cinco dias antes da divulgação,
procedimento deverá ser mais abrangente e obrigató- as seguintes informações:
rio, contemplando 5% do total dos votos de cada zona I - quem contratou a pesquisa:
eleitoral, escolhidos aleatoriamente. Buscamos, des- 1i - valor e origem dos recursos despendidos no
se modo, o respeito à vontade do eleitor enquanto trabalho:
elemento fundamental da democracia representativa, 111 - metodologia e período de realização da
na forma da ampliação máxima do direito à fiscaliza- pesquisa;
ção partidária, abrindo-se ainda a possibilidade de IV - plano amostrai e ponderação quanto a
apuração e totalização paralelas mediante o acesso sexo, idade, grau de instrução, nível econômico e
instantâneo aos Boletins de Urna em todos os mo- área física de realização do trabalho, intervalo de con·
mentos das apuraçôes e em todas as instâncias de fiança e margem de erro;
votação nos municípios e nos estados. A elevada res- V - sistema interno de controle e verificação,
ponsabilidade do TSE e dos TRE na proclamação do conferência e fiscalização da coleta de dados e, do
resultado das eleições encontrará respaldo num pro- trabalho de campo;
cesso mais transparente, confirmado pela verificação VI - questionário completo aplicado ou a ser
aleatória do contraste estatístico, resultando em mai- aplicado;
or respeito e confiança da sociedade nos resultados VII - o nome de quem pagou pela realização do
eleitorais. Assim, é fundamental também a delimita- trabalho.
ção nítida da esfera de influência do Executivo, visto § 1° As informações relativas às pesquisas se-
que sua participação tem contribuído para o advento rão registradas nos órgãos da Justiça Eleitoral aos
da suspeição acerca do processo eletivo - esfera per- quais compete fazer o registro dos candidatos.
tinente ao Poder Judiciário e partidos políticos. § 2° A Justiça Eleitoral afixará imediatamente,
Como afirma o Jornal Folha de São Paulo em no local de costume, aviso comunicando o registro
editorial, "Toda melhoria que afaste dúvidas é das informações a que se refere este artigo, colocan-
bem-vinda. O voto é o instrumento pelo qual o eleitor do-as à disposição dos partidos ou coligações com
manifesta sua vontade. Se o cidadão não está plena- candidatos ao pleito, os quais a elas terão livre aces-
mente convencido de que os governantes que assu- so pelo prazo de trinta dias.
mem o poder são os escolhidos nas urnas, a confian- § 3° A divulgação de pesquisa sem o prévio re-
ça na democracia sai abalada." gistro das informações de que trata este artigo sujeita
Se as urnas eletrônicas são tão violáveis quanto os responsáveis a multa no valor de cinqüenta mil a
o painel do Senado como entende a versão mais ace- cem mil Ufir.
ita, eliminaremos os riscos proporcionados pelo mo- § 4° A divulgação de pesquisa fraudulenta cons-
mento em que se gravam os dados no disquete rumo titui crime, punível com detenção de seis meses a um
ao computador central. A sociedade brasileira estará ano e multa no valor de cinqüenta mil a cem mil, Ufir.
mais tranqüila nas eleições de 2002. Art. 34. (Vetado).
Sala das Sessões, 22 de agosto de 2001, - § 1° Mediante requerimento à Justiça Eleitoral,
Deputado Inácio Arruda, pedoB - CE. os partidos poderão ter acesso ao sistema interno de
AWlsto de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 31 40<)0 I
controle, verificação e fiscalização da coleta de dados 1- das sedes dos Poderes Executivo e Legislati-
das entidades que divulgaram pesquisas de opinião vo da Unido, dos Estados, do Distrito Federal e dos
relativas às eleições, incluídos os referentes à identifi- Municípios, das sedes dos Tribunais Judiciais, e dos
cação dos entrevistadores e, por meio de escolha li- quartéis e Outros estabelecimentos militares;
vre a aleatória de planilhas individuais, mapas ou 11 - dos hospitais e casas de saúde;
equivalentes, confrontar e conferir os dados publica- 111 - das escolas, bibliotecas públicas igrejas e
dos, preservada a identidade dos respondentes. teatros, quando em funcionamento
§ 20 O não-cumprimento do disposto neste arti- § 40 A realização de comícios é permitida no ho-
go ou qualquer ato que vise a retardar, impedir ou difi- rário Compreendido entre as oito e as vinte e quatro
cultar a ação fiscalizadora dos partidos constitui cri- horas.
me, punível com detenção, de seis meses a um ano, § 50 Constituem crimes no dia da eleição puníve-
com a alternativa de prestação de serviços à, comuni- is com detenção de seis meses a um ano, com a alter-
dade pelo mesmo prazo, e muita no valor de dez mil a nativa de prestação de serviços à comunidade pelo
vinte mil Ufir. mesmo período, e multa no valor de cinco mil a quinze
§ 30 A comprovação de irregularidade nos da- mil Ufir:
dos publicados sujeita os responsáveis às penas I - o uso de alto-falantes e amplificadores de
mencionadas no parágrafo anterior, sem prejuízo da som ou a promoção de comício ou Carreata;
obrigatoriedade da veiculação dos dados corretos no 11 - a distribuição de material de propaganda po-
mesmo espaço, local, horário, página, caracteres e lítica, inclusive volantes e outros impressos, ou a prá-
outros elementos de destaque, de acordo com o veí- tica de aliciamento coação ou manifestação tenden-
culo usado. tes a influir na vontade do eleitor.
Art. 40. O uso, na propaganda eleitoral, de sím-
bolos, frases ou imagens, associadas ou semelhan-
Da Propaganda Eleitoral em Geral
tes às empregadas por órgão de governo, empresa
pública ou sociedade de economia mista constitui cri-
Art. 38. Independe da obtenção de licença muni- me, punível com detenção, de seis meses a um ano,
cipal e de autorização da Justiça Eleitoral a veicula- com a alternativa de prestação de serviços à comuni-
ção de propaganda eleitoral pela distribuição de fo- dade pelo mesmo período, e multa no valor de dez mil
lhetos, volantes e outros impressos, os quais devem a vinte mil Ufir.
ser editados sob a responsabilidade do partido, coli- Art. 41. A propaganda exercida nos termos da
gação ou candidato. legislação eleitoral não poderá ser objeto de multa
Art. 39. A realização de qualquer ato de propa- nem cerceada sob alegação do exercício do poder de
ganda partidária ou eleitoral, em recinto aberto ou fe- polícia.
chado, não depende de licença da polícia.
§ 1° O candidato, partido ou coligação promoto- Do Sistema Eletrônico de Vota00 e da Totalização
ra do ato fará a devida comunicação à autoridade poli- dos Votos
ciai em, no mínimo, vinte e quatro horas antes de sua
Art. 59. A votação e a totalização dos votos se-
realização, a fim de que esta lhe garanta, segundo a
rão feitas por sistema eletrônico, podendo o Tribunal
prioridade do aviso, o direito contra quem tencione
Superior Eleitoral autorizar, em caráter excepcional, a
usar o local no mesmo dia e horário.
aplicação das regras fixadas nos arts. 83 a 89.
§ 20 A autoridade policial tomará as providênci- § 10 A votação eletrônica será feita no número
as necessárias à, garantia da realização do ato e ao do candidato ou da legenda partidária, devendo o
funcionamento do tráfego e dos serviços públicos que nome e fotografia do candidato e o nome do partido
o evento possa afetar. ou a legenda partidária aparecer no painel da urna
§ 3 0 O funcionamento de alto-falantes ou ampli- eletrônica, com a expressão designadora do cargo
ficadores de som, ressalvada a hipótese contemplada disputado no masculino ou feminino, conforme o
no parágrafo seguinte, somente é permitido entre as caso.
oito e as vinte e duas horas, sendo vedados a instala- § 20 Na votação para as eleições proporcionais,
ção e o uso daqueles equipamentos em distancia in- serão computados para a legenda partidária os votos
ferior a duzentos metros: em que não seja possível a identificação do candida-
40S)02 Sexla-ll:ira 31 DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS ÂgLlslLl de 2(JO I
to, desde que o número identificador do partido seja de social. Podemos sustentar, com toda a clareza,
digitado de forma correta. que este é um dos principais programas assistências
§ 3° A urna eletrônica exibirá para o eleitor, pri- do Ministério da Educação para o ensino fundamental
meiramente, os painéis referentes às eleições propor- e alcança quase um quarto da população brasileira.
cionais e, em seguida, os referentes ás eleições ma- A merenda regionalizada também contribuiu
joritárias. para atrair as crianças para a escola. A elaboração do
Art. 60. No sistema eletrônico de votação consi- cardápio envolve a participação social As especifica-
derar-se-á voto de legenda quando o eleitor assinalar ções dos produtos a serem
o número do partido no momento de votar para deter- adquiridos são explicitadas nos procedimentos
minado cargo e somente para este será computado. de compra do programa, fazendo menção à proce-
Art. 61. A urna eletrônica contabilizará cada dência da chamada produção colonial, ao valor bioló-
voto, assegurando-lhe o sigilo e inviolabilidade, ga- gico.
rantida aos partidos políticos, coligações e candida- Diante do exposto peço a aprovação dessa pro-
tos ampla fiscalização. posição aos Nobres Colegas.
Art. 62. Nas seções em que for adotada a urna Sala das Sessões, 28 de agosto de 2001. -
eletrônica, somente poderão votar eleitores cujos no- Deputado, José Carlos Coutinho, PFL - RJ.
mes estiverem nas respectivas folhas de votação, não
PROJETO DE LEI N° 5.234, DE 2001
se aplicando a ressalva a que se refere o art. 148, §
(Do Sr. José Carlos Coutinho)
1°, da Lei n° 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código
Eleitoral. Fixa regras sobre a profissão de
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral motorista de transporte coletivos urba-
disciplinará a hipótese de falha na urna eletrônica que nos e dá outras providências.
prejudique o regular processo de votação. (Apense-se ao Projeto de Lei n° 1.113,
de 1988)
O Congresso Nacional decreta:
Art. 1° Aplicam-se as determinações da presen-
PROJETO DE LEI N° 5.231, DE 2001
te lei aos integrantes da categoria profissional dos
(Do Sr. José Carlos Coutinho)
motoristas de veículos coletivos urbanos e interurba-
Disciplina a composição da meren- nos.
da escolar e dá outras providências. Parágrafo único. Pertencem à categoria referida
(Apense-se ao Projeto de Lei n° 2.964, no caput os profissionais habilitados nos termos da
de 1992) legislação em vigor e devidamente registrados na De-
O Congresso Nacional decreta: legacia Regional do Trabalho.
Art. 1° A merenda escolar servida na rede públi- Art. 2° O piso salarial da categoria será de 8
ca de ensino será constituída de produtos compatíve- (oito) salários mínimos, independentes de qualquer
is com os hábitos alimentares de cada Estado e o Dis- convenção ou acordo coletivo de trabalho.
trito Federal. Art. 3° A jornada de trabalho por turno de reve-
Art. 2° A merenda escolar será composta, obri- zamento será de 6 (seis) horas.
gatoriamente, de produtos locais. Parágrafo único. Considera-se como trabalho
Art. 3° Esta lei entra em vigor na data de sua pu- cumprido todo o tempo em que o motorista estiver su-
blicação. bordinado ao empregador, ainda que não esteja na
Art. 4° Revogam-se todas as disposições em direção do veículo.
contrário. Art. 4° As horas que excedem à jornada de 6
(seis) horas e do trabalho noturno, ainda que decor-
Justificação rente de negociação coletiva, serão acrescidas de
Quando o Programa Nacional de Alimentação 50% (cinqüenta porcento) sobre o valor da hora nor-
Escolar foi criado, em 1954, no final do governo Var- mal.
gas, ninguém poderia imaginar, àquela época, que Art. 5° Fica terminantemente proibida a prorro-
assumisse as dimensões que tem hoje. Passados 45 gação da jornada de trabalho noturno.
anos, a merenda escolar, como é popularmente co- Art. 6° Fica estabelecido um seguro obrigatório,
nhecida, se constitui, em larga medida, numa realida- custeado pelas empresas, em benefício dos motoris-
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-kira 31 40903
tas e cobradores de transportes coletivos, para cober- 1° do art. 37, os § 10, 3° e 4° do art. 39, o
tura dos ricos ávida, de acidentes, furtos e roubos art. 41-A, os § 7°, 8° e 90 do art. 42, o ca-
ocorridos no exercício da profissão. put do art. 46, o § 3° do art. 47, o caput do
Art. 7° Os motoristas autônomos não estão obri- art. 58 da Lei n° 9.504, de 30 de setembro
gados ao cumprimento das disposições constantes de 1997, acrescenta o parágrafo único ao
nesta lei, salvo no que concerne ao limite máximo da art. 13, os §§ 2° a 4° ao art. 21, o parágra-
jornada de trabalho que será de 8 (oito) hora por turno fo único ao art. 38 da Lei n° 9.096, de
ininterrupto. 1995, § 50 ao art. 20, o § 30 ao art. 30, §
Art. 8° Os integrantes desta categoria profissio- 40 ao art. 36, o § 60 ao art. 39, o art. 41-8,
nal terão direito aposentadoria especial, após 25 (vin- os incisos 111, IV e V ao § 2° do art 47, o
te e cinco) anos de trabalho, nos termos da legislação art. 57-A, a alínea g ao inciso 111 do § 30
previdenciária. do art. 58, o inciso 111 ao art. 88 e o art.
Art. 9° Esta lei entra em vigor na data de sua pu- 98-A à Lei n° 9.504, de 1997, e revoga o
blicação. inciso XV do art. 22, da Lei Complemen-
A rt. 10o Revogam-se as dlSposlçoes
.. - .
em contra-
tar n° 64, de 18 de maio de 1990, o pará-
f .. d rt 22 d L' ° 9 096 d
rio. gra o umco o a. a el n . ,e
1995, os § 10 e 20 do art. 53 e o art. 55 da
Justificação Lei na 9.504, de 1997.
As condições de trabalho do motorista urbano e (Às Comissões de Finanças e Tributa-
interurbanos hoje em dia é uma das mais difíceis, por ção (art. 54); e de Constituição e Justiça e
causa da sua sobrecarga de trabalho, a presente lei de Redação)
tem por objetivo à proteção de categorias laborais ex- O Congresso Nacional decreta:
postas a toda sorte de exploração econômica, sem li- Art. 10 Esta Lei altera o art. 359, da Lei n04.737,
mites ou atenuantes, caracterizando uma omissão de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), o § 1° do
que viola os direitos humanos, que expõe a popula-
art. 7°, o § 3° do art. 80, o inciso 111 do caput do art. 90,
ção a perigos incontáveis, que atenta, enfim, contra a o inciso VI do art. 15, o art. 17, parágrafo único, o art.
própria dignidade da pessoa humana.
19, caput e § 1o, e o art. 21, caput e parágrafo único,
Em face desta circunstâncias os motoristas su- da Lei na 9.096, de 19 de setembro de 1995, o § 2° do
portam elevado desgaste físico e mental, decorrente art. 6°, o § 12 do art. 80, o § 10 do art. 37, os § 10,32 e
da constante pressão que sua profissão. Assim, tor-
42 do art. 39, o art. 41-A, os § 72,8° e 92 do art. 42, o
nar-se necessário que se faça justiça a esta categoria
caput do art. 46, o § 32 do art. 47, o caput do art. 58
profissional tão desgastada pela precariedade das
da Lei n° 9.504, de 30 de setembro de 1997, acres-
condições de trabalho em que operam, o que, via de
centa o parágrafo único ao art. 13, os § 2° a 42 ao art.
conseqüência, constitui-se em conditio sine
21, o parágrafo único ao art. 38 da Lei n° 9.096, de
que non para o resgate, neste particular, da paz e 1995, o § 52 ao art. 2°, o § 32 ao art. 32, o § 42 ao art.
tranqüilidade social no Brasil.
36, o § 6° ao art. 39, o art. 41-8, os incisos 111, IV e Vao
Conto, assim, com o apoio dos Ilustres Pares § 2° do art. 47, o art. 57-A, a alínea 9 ao inciso 111 do §
para a aprovação. 32 do art. 58, o inciso 111 ao art. 88 e o art. 98-A à Lei na
Sala de Sessões, 28 de agosto de 2001. - Depu- .504, de 1997, e revoga o inciso XV do art. 22 da Lei
tado José Carlos Coutinho, PFL - RJ. Complementar n° 64, de 18 de maio de 1990, o pará-
PROJETO DE LEI N° 5.268, DE 2001 grafo único do art. 22 da Lei n° 9.096, de 1995, os §§
(Da Comissão Especial Destinada ao Estudo das 10 e 20do art. 53 e o art. 55 da Lei n09.504, de 1997.
Reformas Políticas) Art. 2° O art. 359 da Lei na 4.737, de 15 de julho
de 1965 (Código Eleitoral), passa a vigorar com a se-
Altera o art. 359, da Lei n° 4.737, de
guinte redação:
15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), o §
( do art. 7°, § 3° do art. 8°, o inciso 111 do "Art. 359. Recebida a denúncia, o Juiz
caput do art. 9°, o inciso VI do art. 15, o designará dia e hora para o interrogatório do
art. 17, parágrafo único, o art. 19, caput e acusado, ordenando a citação deste e a no-
§ 1°, e o art. 21, caput e parágrafo único, tificação do Ministério Público.
da Lei n° 9.096, de 19 de setembro de Parágrafo único. O réu ou seu defen-
1995, o § 20 do art. 60, § 1° do art. 80, o § sor, findo o interrogatório, terá o prazo de
40<)04 S0xtél-l\:irél 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto d0 20(J\
dez dias para oferecer alegações escritas alínea b do mesmo dispositivo, relação dos
prévias, arrolar testemunhas ou juntar docu- deputados federais fundadores, com o
mentos." (NR) nome do estado que representam e a vota-
ção por eles obtida.
Art. 32 O art. 22, da Lei Complementar n° 64,
de 18 de maio de 1990 (Lei das Inelegibilidades), ...................................................."(NR) .
passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 13 .
"Art. 22 . Parágrafo único. O partido que tenha
entre seus filiados deputados federais cujos
xv - (Revogado) votos obtidos na última eleição, somados,
atendam aos requisitos deste artigo também
tem direito a funcionamento parlamentar."
Art. 42 Os dispositivos adiante enumerados da (NR)
Lei n° 9.096, de 19 de setembro de 1995 (Lei dos "Art. 15 ..
Partidos Políticos), passam a vigorar com a seguinte
redação: VI - condições e forma de escolha de
"Art. ]O .. seus candidatos a cargos e funções eleti-
§ 1° Só é admitido o registro do estatu- vas, e admissão ou vedação do registro de
to de partido político que tenha caráter naci- candidatura para o mesmo cargo dos filia-
onal, considerando-se como tal: dos detentores de mandato de deputado fe-
a) aquele que comprove o apoiamento deral, estadual ou distrital, ou de vereador, e
de eleitores correspondente a, pelo menos, dos que tenham exercido esses cargos em
meio por cento dos votos dados na última qualquer período da legislatura que estiver
eleição geral para a Câmara dos Deputa- em curso;
dos, não computados os votos em branco e .................................................... "(NR) .
os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, "Art. 17 .
dos estados, com um mínimo de um décimo Parágrafo único. Deferida a filiação do
por cento do eleitorado que haja votado em eleitor, ser-Ihe-á entregue comprovante, no
cada um deles; ou modelo adotado pelo partido, do qual será
b) os que tenham entre seus fundado- feita cópia para envio à Justiça Eleitoral,
res deputados federais cujos votos obtidos juntamente com as relações de que trata o
na última eleição, somados, atendam aos art. 19". (NR)
requisitos do art. 13 para obtenção do direi- "Art. 19. Na segunda semana dos me-
to a funcionamento parlamentar. ses de abril e outubro de cada ano, o parti-
...................................................."(NR) . do, por seus órgãos de direção municipais,
"Art. 8° .. regionais ou nacional, deverá remeter, aos
juízes eleitorais, para arquivamento, publi-
§ 3° Adquirida a personalidade jurídica cação e verificação do cumprimento dos
na forma deste artigo, o partido promove a prazos de filiação partidária para efeito de
obtenção do apoiamento mínimo de eleito- candidatura a cargos eletivos, a relação dos
res a que se refere a alínea a do § 1° do art. nomes de todos os seus filiados, da qual
7° e realiza os atos necessários para a constará a data de filiação, o número dos tí-
constituição definitiva de seus órgãos e de- tulos eleitorais e das seções em que estão
signação dos dirigentes na forma do seu es- inscritos, devendo ser acompanhada de có-
tatuto; é dispensado o apoiamento de eleito- pia dos comprovantes das novas filiações
res ao partido que atenda à exigência da alí- realizadas desde o envio da última relação.
nea b do mesmo dispositivo." (NR) § 1° Se a relação não é remetida nos
"Art. 9° . prazos mencionados neste artigo, permane-
ce inalterada a filiação de todos os eleitores,
III - certidões dos cartórios eleitorais constante da relação remetida anteriormen-
que comprovem ter o partido obtido o apoia- te, salvo na hipótese do disposto no § 32 do
mento mínimo de eleitores a que se refere a art. 21.
alínea a do § 1° do art. 7° ou, na hipótese da ...................................................."(NR).
Agosto de 2()O I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEI'lJTADOS Sexta-feira 31 409()5
"Art. 21. Para desligar-se do partido, o vereador, e aos que tenham exercido esses
filiado faz comunicação escrita ao órgão de cargos em qualquer período da legislatura
direção municipal ou ao juiz eleitoral da que estiver em curso, é assegurado o regis-
zona em que for inscrito, sendo-lhe forneci- tro de candidatura para o mesmo cargo pelo
do o respectivo comprovante. partido a que estejam filiados, salvo veda-
§ 1° Decorrido um dia útil da entrega ção do estatuto partidário.
da comunicação, o vínculo torna-se extinto, ..................................................." (NR).
para todos os efeitos. "Art. 36 .
§ 2° O juiz eleitoral, no prazo de dois
dias, informará ao órgão de direção munici- § 4° Não se considera propaganda ele-
pal todas as comunicações de desligamento itoral a manifestação pública de qualquer
do partido que lhe forem dirigidas, para que pessoa, por qualquer meio, ainda que medi-
os nomes dos desligados não sejam incluí- ante material impresso, sobre assuntos polí-
dos na próxima relação de filiados, a ser fei- ticos, de administração pública e de interes-
ta de acordo com o caput do art. 19. se coletivo, antes do período definido no ca-
§ 32 Se, após o desligamento do filia- put deste artigo." (NR)
do, o partido incluir seu nome na relação a "Art. 37 ..
que se refere o art. 19, caput, o juiz, de ofí- § 1° A Justiça Eleitoral notifica o candi-
cio ou a requerimento do interessado, medi- dato ou partido presumivelmente beneficiá-
ante prova documental, desconsiderará a in- rio da pichação, inscrição a tinta ou veicula-
clusão. ção de propaganda em desacordo com o
§ 4° O filiado a um partido não poderá disposto neste artigo para que, no prazo de
filiar-se a outro sem desligar-se do primeiro; três dias, restaure o bem ou negue a res-
se não comprovado o desligamento, preva- ponsabilidade pelo dano; se o candidato ou
lecerá a filiação preexistente. " (NR) partido deixar de restaurar o bem no prazo
"Art. 22 . estipulado, será instaurado inquérito para
identificar o responsável e sujeitá-lo a multa
Parágrafo único. (Revogado)." no valor de cinco mil a quinze mil Ufirs.
"Art. 38 . ..................................................." (NR).
"Art. 39 .
Parágrafo único. No ano em que se re- § 1° O candidato, partido ou coligação
alizem eleições gerais de qualquer nível, promotora do ato fará a devida comunica-
será dobrado o valor das dotações orça- ção à autoridade policial em, no mínimo,
mentárias a que se refere o inciso IV." (NR) vinte e quatro horas antes de sua realiza-
ção, a fim de que esta lhe garanta, segundo
Art. 5° Os dispositivos adiante enumerados da
Lei nO 9.504, de 30 de setembro de 1997 (Lei das a prioridade do aviso, o direito contra quem
tencione usar o local no mesmo dia e horá-
Eleições), passam a vigorar com a seguinte reda-
ção: rio; a autoridade policial emitirá recibo indi-
cando a data e a hora em que recebeu a co-
"Art. 6° . municação.
Art. 15. O Estatuto do partido deve conter, entre § 10 Se a relação não é remetida nos prazos
outras, normas sobre: mencionados neste artigo, permanece inalterada a fi-
liação de todos os eleitores, constante da relação re-
1- nome, denominação abreviada e o estabele-
metida anteriormente.
cimento da sede na Capital Federal;
§ 2° Os prejudicados por desídia ou má-fé pode-
11 - filiação e desligamento de seus membros;
rão requer, diretamente à Justiça Eleitoral, a obser-
111- direitos e deveres dos filiados: vância do que prescreve o caput deste artigo.
IV - modo como se organiza e administra, com a Art. 20. É facultado ao partido político estabele-
definição de sua estrutura geral e identificação, com- cer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária su-
posição e competências dos órgãos partidários nos periores aos previstos nesta lei, com vistas a candi-
níveis municipal, estadual e nacional, duração dos datura a cargos eletivos.
mandatos e processo de eleição dos seus membros;
Parágrafo único. Os prazos de filiação partidá-
V - fidelidade e disciplina partidárias, processo ria, fixados no estatuto do partido, com vistas a candi-
para apuração das infrações e aplicação das penali- datura a cargos eletivos, não podem ser alterados no
dades, assegurado amplo direito de defesa; ano da eleição.
VI - condições e forma de escolha de seus can-
didatos a cargos e funções eletivas: Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado
faz comunicação escrita ao órgão de direção munici-
VII - finanças e contabilidade, estabelecendo,
pal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.
inclusive, normas que os habilitem a apurar as quanti-
as que os seus candidatos possam despender com a Parágrafo único. Decorridos dois dias da data
própria eleição, que fixem os limites das contribuições da entrega da comunicação, o vínculo torna-se ex-
dos filiados e definam as diversas fontes de receita do tinto, para todos os efeitos.
partido, além daquelas previstas nesta lei;
Art. 22. O cancelamento imediato da filiação
VII - critérios de distribuição dos recursos do partidária verifica-se nos casos de:
Fundo Partidário entre os órgãos de nível municipal,
estadual e nacional que compõem o partido; 1- morte;
IX - procedimento de reforma do programa e do 11 - perda dos direitos políticos;
. estatuto.
111 - expulsão;
Art. 16. Só pode filiar-se a partido o eleitor que
estiver no pleno gozo de seus direitos políticos. IV - outras formas previstas no estatuto, com
Art. 17. Considera-se deferida, para todos os comunicação obrigatória ao atingido no prazo de
efeitos, a filiação partidária, com o atendimento das quarenta e oito horas da decisão.
regras estatutárias do partido.
Parágrafo único. Quem se filia a outro partido
Parágrafo único. Deferida a filiação do eleitor, deve fazer comunicação ao partido e ao juiz de sua
será entregue comprovante ao interessado, no mode- respectiva Zona Eleitoral, para cancelar sua filiação;
lo adotado pelo partido. se não o fizer no dia imediato ao da nova filiação,
Art. 18. Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor fica configurada dupla filiação, sendo ambas consi-
deverá estar filiado ao respectivo partido pelo menos deradas nulas para todos os efeitos.
40914 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 2001
CAPíTULO V em nome do partido político ou por depósito bancário
Da Fidelidade e da Disciplina Partidárias diretamente na conta do partido político.
Art. 23. A responsabilidade por violação dos de- § 4° (Revogado pela lei n09.504, de 30-9-1997).
veres partidários deve ser apurada e punida pelo
competente órgão, na conformidade do que disponha
TíTULO V
o estatuto de cada partido.
Disposições Gerais
§ 1° Filiado algum pode sofrer medida discipli-
nar ou punição por conduta que não esteja tipificada
no estatuto do partido político. Art. 53. A fundação ou instituto de direito priva-
§ 2° Ao acusado é assegurado amplo direito de do, criado por partido político, destinado ao estudo e
defesa. pesquisa, à doutrinação e à educação política,
rege-se pelas normas da lei civil e tem autonomia
TíTULO 111 para contratar com instituições públicas e privadas,
Das Finanças e Contabilidade dos Partidos prestar serviços e manter estabelecimentos de acor-
do com suas finalidades, podendo, ainda, manter in-
tercâmbio com instituições não nacionais.
CAPíTULO 11 Art. 54. Para fins de aplicação das normas esta-
Do Fundo Partidário belecidas nesta lei, consideram-se corno equivalen-
Ad. 38. O Fundo Especial de Assistência Finan- tes a Estados e Municípios o Distrito Federal e os Ter-
ceiraaos Partidos Políticos (Fundo Partidário) écons- ritórios e respectivas divisões político-administrati-
tituído por: vas.
I - multas e penalidades pecuniárias aplicadas TíTULO VI
nos termos do Código Eleitoral e leis conexas; Disposições Finais e Transitórias
" - recursos financeiros que lhe forem destina-
dos por lei, em caráter permanente ou eventual; Art. 55. O partido político que, nos termos da le-
gislação anterior, tenha registro definitivo, fica dispen-
111 - doações de pessoa física ou jurídica, efetu-
sado da condição estabelecida no § 1° do art. 7° e
adas por intermédio de depósitos bancários direta-
deve providenciar a adaptação de seu estatuto às dis-
mente na conta do Fundo Partidário;
posições desta lei, no prazo de seis meses da data
IV - dotações orçamentárias da União em valor
de sua publicação.
nunca inferior, cada ano, ao número de eleitores ins-
critos em 31 de dezembro do ano anterior ao da pro- § 1° A alteração estatutária com a finalidade pre-
posta orçamentária, multiplicados por trinta e cinco vista neste artigo pode ser realizada pelo partido polí-
centavos de real, em valores de agosto de 1995. tico em reunião do órgão nacional máximo, especial-
mente convocado na forma dos estatutos, com ante-
§ 1°(Vetado)
cedência mínima de trinta dias e ampla divulgação,
§ 2°(Vetado) entre seus órgãos e filiados, do projeto do estatuto.
Art. 39. Ressalvado o disposto no art. 31 ,o parti-
§ 2° Aplicam-se as disposições deste artigo ao
do político pode receber doações de pessoas físicas
partido que, na data da publicação desta lei:
e jurídicas para constituição de seus fundos.
1- tenha completado seu processo de organiza-
§ 1° As doações de que trata este artigo podem
ção nos termos - da legislação anterior e requerido o
ser feitas diretamente aos órgãos de direção nacio-
registro definitivo;
nal, estadual e municipal, que remeterão, à Justiça
Eleitoral e aos órgãos hierarquicamente superiores 11 - tenha seu pedido de registro sub judice,
do partido, o demonstrativo de seu recebimento e res- desde que sobrevenha decisão favorável do órgão ju-
pectiva destinação, juntamente com o balanço contá- diciário competente;
bil. 111 - tenha requerido registro de seus estatutos
§ 2° Outras doações, quaisquer que sejam, de- junto ao Tribunal Superior Eleitoral, após o devido re-
vem ser lançadas na contabilidade do partido, defini- gistro como entidade civil.
dos seus valores em moeda corrente. Art. 56. No período entre a data da publicação
§ 3° As doações em recursos financeiros devem desta Lei e o inicio da próxima legislatura, será obser-
ser, obrigatoriamente, efetuadas por cheque cruzado vado o seguinte:
Agosto de 20(J I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-teira 31 40915
I - fica assegurado o direito ao funcionamento didatos mais votados, e considerando-se eleito o que
parlamentar na Câmara dos Deputados ao partido obtiver a maioria dos votos válidos.
que tenha elegido e mantenha filiados, no mínimo, § 2° Se antes de realizado o segundo turno,
três representantes de diferentes Estados; ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de
11 - a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes,
disporá sobre o funcionamento da representação par- o de maior votação.
tidária conferida, nesse período, ao partido que pos-
§ 3° Se, na hipótese dos parágrafos anteriores,
sua representação eleita ou filiada em número inferior
remanescer em segundo lugar mais de um candidato
ao disposto no inciso anterior;
com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
111 - ao partido que preencher as condições do
inciso I é assegurada a realização anual de um pro-
§ 4° A eleição do Presidente importará a do can-
grama, em cadeia nacional, com a duração de dez mi- didato a Vice-Presidente com ele registrado, o mes-
mo se aplicando à eleição de Governador.
nutos;
IV - ao partido com representante na Câmara Art. 3° Será considerado eleito Prefeito o candi-
dos Deputados desde o início da Sessão Legislativa dato que obtiver a maioria dos votos, não computados
de 1995, fica assegurada a realização de um progra- os em branco e os nulos.
ma em cadeia nacional em cada semestre, com a du- § 1° A eleição do Prefeito importará a do candi-
ração de ci nco minutos, não cumulativos com o tempo dato a Vice-Prefeito com ele registrado.
previsto no inciso 111; § 2° Nos Municípios com mais de duzentos mil
V - vinte e nove por cento do Fundo Partidário eleitores, aplicar-se-ão as regras estabelecidas nos
será destacado para distribuição a todos os partidos §§ 1° a 3° do artigo anterior.
com estatutos registrados no Tribunal Superior Eleito-
Art. 4° Poderá participar das eleições o partido
ral, na proporção da representação parlamentar filia-
que, até um ano antes do pleito, tenha registrado seu
da no início da Sessão Legislativa de 1995.
estatuto no Tribunal Superior Eleitoral, conforme o
disposto em lei, e tenha, até a data da convenção, ór-
gão de direção constituído na circunscrição, de acor-
LEI N° 9.504, DE 30 DE SETEMBRO DE 1997 do com o respectivo estatuto.
PORTARIA N° 170, DE 12 DE MAIO DE 2000 De conformidade com o art. 49, inciso XII,
O Ministro de Estado das Comunicações, no combinado com o § lOdo art. 223, da Constituição
uso de suas atribuições, considerando o disposto nos Federal, o Excelentíssimo Senhor Presidente da Re-
arts. 10 e 19 do Decreto n° 2.615, de 3 de junho de pública submete à consideração do Congresso Na-
1998, e tendo em vista o que consta do Processo cional, acompanhado da Exposição de Motivos do
Administrativo nO 53800.000409198, resolve: Senhor Ministro de Estado das Comunicações, o ato
Art. 1° Autorizar a Associação Comunitária Re- que autoriza a Associação Comunitária Regional da
gional da Mata para o Desenvolvimento Social, Cultu- Mata para o Desenvolvimento Social, Cultural e
ral e Artístico - ASCOREM, com sede na Av. Florianó- Artístico - ASCOREM, a executar, pelo prazo de
polis, n° 5.123, Centro, na cidade de Rolim de Moura, três anos, sem direito de exclusividade, serviço de
Estado de Rondônia, a executar serviço de radiodifu- radiodifusão comunitária, na cidade de Rolim de
são comunitária, pelo prazo de três anos, sem direito Moura, Estado de Rondônia.
de exclusividade.
Atendendo ao disposto no § 3° do art. 223 da
Art. 2° Esta autorização reger-se-á pela Lei n° Constituição, a matéria foi enviada ao Poder Legis-
9.612, de 19 de fevereiro de 1998, leis subseqüentes, lativo para a devida apreciação, uma vez que o ato
seus regulamentos e normas complementares. somente produzirá efeitos após a deliberação do
Art. 3° A entidade fica autorizada a operar com o Congresso Nacional.
sistema irradiante localizado nas coordenadas geo- Cumpre-nos, portanto, opinar sobre os aspec-
gráficas com latitude em 11 E48"21 's e longitude em tos técnicos e formais da matéria submetida ao exa-
61 E47"58'W, utilizando a freqüência de 104,9 MHz. me desta Comissão, nos termos do inciso 11, alínea h,
Art. 4° Este ato somente produzirá efeitos legais do art. 32 do Regimento Interno.
após deliberação do Congresso Nacional, nos termos
do § 3° do art. 223 da Constituição, devendo a entida- 11 - Voto do Relator
de iniciar a execução do serviço no prazo de seis me-
ses a contar da data de publicação do ato de delibera- A autorização do Poder Público para a exe-
ção. cução de serviço de radiodifusão comunitária é re-
Art. 5° Esta portaria entra em vigor na data de gulada pela Lei n° 9.612, de 19 de fevereiro de
sua publicação. - Pimenta da Veiga. 1998. No processo em questão, a Associação Co-
Aviso n° 1.011 - C. Civil munitária Regional da Mata para o Desenvolvi-
mento Social, Cultural e Artístico - ASCOREM
Em 20 de junho de 2000 atendeu aos requisitos da legislação específica e
À Sua Excelência o Senhor foi autorizada para execução do serviço de radio-
Deputado Ubiratan Aguiar difusão comunitária.
Primeiro-Secretário da Câmara dos Deputados A análise deste processo deve basear-se no
Brasília-DF Ato Normativo n° 1, de 1999, desta Comissão. Veri-
Senhor Primeiro-Secretário, ficada a documentação, constatamos que foram
Encaminho a essa Secretaria Mensagem do atendidos todos os critérios exigidos por este diplo-
Excelentíssimo Senhor Presidente da República na ma regulamentar. O ato de outorga obedece aos
qual submete à apreciação do Congresso Nacional princípios de constitucionalidade, especialmente no
os atos que autorizam a execução de serviços de ra- que se refere aos arts. 220 a 223 da Constituição
diodifusão comunitária constantes das Portarias nOs Federal, e atende às formalidades legais, motivos
140, 142a 147,152,154, 155, de 25deabril de 2000; pelos quais somos pela homologação do ato do Po-
156, de 26 de abril de 2000; e 160 a 170, de 12 de der Executivo, na forma do Projeto de Decreto Le-
maio de 2000. gislativo que ora apresentamos.
Atenciosamente, - Pedro Parente, Chefe da Sala da Comissão, 26 de junho de 2001. - Depu-
Casa Civil da Presidência da República. tado Heráclito Fortes, Relator.
401)26 Sexla-tCim 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agoslo de 2001
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO
W 1.100, DE 2001 N° 1.101, DE 2001
(Da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e
Aprova o ato que autoriza a Associ- Informática)
ação Comunitária Regional da Mata para MENSAGEM N° 1.066/00
o Desenvolvimento Social, Cultural e TVR N° 127/00
Artístico - ASCOREM, a executar serviço Aprova o ato que autoriza a Associ-
de radiodifusão comunitária, na cidade ação Comunitária Cativa a executar ser-
de Rotim de Moura, Estado de Rondônia. viço de radiodifusão comunitária, na lo-
calidade de Rio Brilhante, Estado do
o Congresso Nacional decreta: Mato Grosso do Sul.
Art. 1° É aprovado o ato a que se refere a Porta- (À Comissão de Constituição e Justiça
ria n° 170, de 12 de maio de 2000, que autoriza a e de Redação (art. 54))
Associação Comunitária Regional da Mata para o De-
senvolvimento Social, Cultural e Artístico - O Congresso Nacional decreta:
ASCOREM, a executar, pelo prazo de três anos, sem Art. 1° É aprovado o ato a que se refere a Porta-
direito de exclusividade, serviço de radiodifusão co- ria n° 218, de 31 de maio de 2000, que autoriza a
munitária, na cidade de Rolim de Moura, Estado de Associação Comunitária Cativa a executar serviço de
Rondônia. radiodifusão comunitária, pelo prazo de três anos,
Art. 2° Este decreto legislativo entra em vigor na sem direito de exclusividade na localidade de Rio Bri-
data de sua publicação. lhante, Estado do Mato Grosso do Sul.
Sala da Comissão, 26 de junho de 2001. - Depu- Art. 2° Este decreto legislativo entra em vigor na
tado Heráclito Fortes, Relator. data de sua publicação.
Sala da Comissão, 29 de agosto de 2001.- Depu-
11I - Parecer da Comissão tado César Bandeira, Presidente.
.'
judicilll proferi , no. "'lOS do Mandodo do Segurança rt- 1997J4.oo.0n0S7'() - Ir Vara com finalidade CdUClh\l1 e cultuBI. na C:ldade de [)ourad01., Estado do Mato Gros.so do Sul. Este ato-
50lIl0'"' produzirá .feitos lepts ,pós dehberoçlo do Congresso Nacional. llO5 Lermos do § 2" do arng<>
~
Seçio Judiciária do OiSlrito FeclcnI. objeto do PrOClCUO ri- 10167.C)()()748199-77. "'torizo o
. da Faunda I proecdcr I nomaçlo di oandida.. RAD.I:IDE ARRAIS BTIlJ no <:af1lD do 223 da ConstllUlç&o.
i . FISC01 da Receita FecIc:nI. pertcncmt. ao Quadro do Pessoal doqudc MiniS1tno. PII'1E'trI'A DA V'EICA
r4in1atro
L ,:'..
.
O MIN1S11l0 DE ESTADO DO PL.Al\'EJAMENTO. ORÇAMENTO E GESTÁO.
'. com a Lei n! 9.649. de 27 de maio de 1998. e altmçdes poncnorcs. pu-a D
•
~o d. dccisto judlcial proferida 00. aulO' do Mandado do S~ ri- 6417·DF-
tmlJlll-8 pelo SupenOf TrílnuW do JumÇlliSTJ. olljelo do procooo n' 08001006780199-34.
IOf. nO 114/20001
OESP~CHOS
t.,;m
00 MINISTRO
1 ~ de JunhO de 1000
«iDaa Ministeno da Juniça a proceder I POmc:açio dos cand.iduOI Dai.De de Uma Harfen. rilbi.
Tenda em V\su u Informaçóe:s de JulgamentD dos Recurso! AdmirnstrlnVQ5 interpostos pQJ' liciwuc:s da
~ 'lf"rtStc, Fnqcu.eo 0.8. V.Ue Von KoueL J~a Jacqacs Doce... M'rcia Rou de 'atll.
ConcolTtnc<J n' 067197.SFOIMC. dabor1dos pela Comissão Espc<tal d. Ámbi'" Nooional OONUC\lido
~ Aadré Süuin Limao.a nos at'80! de Policial RodoV1ãriD FcdcraJ. pcrlcn.ccnlcs la Quldro de.
~ do Departamento de Poücili RodOVliria Fed~.
l Portaol n'> 063 de OS dc feverc1ro de 1997 allerada pela PortaI1a. ni 136 de: ""4 de abril de 1 000
pe.
cooforme relllc.!o em anexo. I)S qual! adoto cama motivacio e fundamentação desle. homologo as
. -
~.
I'IARTUS TAVARES decis6es cU CorulSsio. obscrY3.ndo que 15 raz6l:S das habilitlÇÓa e inabt1iUlçõc:s. em qucstlo deoorTa"lU'n
da estrile observincia às CDru1icôes estabelecIdas no rt"5ptC1IVo Ediw. ml cumprimcnlo li legislaç.lo
n9 196/10001 vigcrne.
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PIHENT~ DA "'EIG~
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; I RECURSOS CONHECIDOS E NÃO PROVIDOS CONTRA A HABIUrAÇÃO DE TERCEIROS
I c:::~=: : c ur I
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GABINETE DO MINISTRO
PO~TI\~IAS Of.: 11 DE :-lAIO DE 2000
o
DE EST Ano DAS COMUNICAÇOES. no uso do 'UIS ambu,çõa. collSlde:ranoo o
~ ~ amElo' 10 c 19 do Decreto n· 2.61 S. de J de junno de 1998. resolve IIUlonzar as emldades ANEXO 11 • RECURSO NÃO CONHECIDO
.~ relacionadas 3 cxecuw. pelo prazo de tds anos. s.cm din:ltu ti: CXCI,U5.IVldadc. SCf'\IIÇO de : "~7::~~:'::: : ~~f' Il. OCAUO
.. O& I l,j' I RI.CQJllflll'tn COl'fTRA:
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~l\u.Io COml1nltana. Os ~t~ de aUlonzaçlo somente produ.ut5o ef~itos legalJ apiK deliberB(:1o do l 0.1 flol: \/oloLr"ltAllO loo! $ISTf...... 'Y~IA DE COMUHICA(Ol$lTO" j MI:tlAOIOOIJ1JS.-O lTO" I
~
N"do Nome da Enudade Loc4I1lwIelUF
P'oc:csso
t
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I
~3 $3670,0007J6198 MscK:laÇAD ComumlAnl.c Culrural de C&ÇU !C..ulGO
Tl:ndo em '''Iua a.s Infoml'Ç(3cs d~ Julgamcnlo dos R«ursos AdmlOI!!:lrallvos Intn'pClSIOS por hcilallla das
;~ \ 53800.000)73<'18 IAssoclDÇl\o ComW1ltanl Romlpori do Espigão IEsp'gio do .Ü<SttlRO
I do üeslc PIll1I a Prcset\'lçJO da CultUnI J
L.;lnCOfTClCliU nl! I~~. l~). 125. 126.131. 13:::. In. 135.136.138. IJI, I~. I~S. 149. 150. 151. l~~.
151. 15•. 156. 157. lS9. 160 c 161/97·SSR..nv1C . elaborados rela ComiSSão EspeCial de Llcllaç.io
.e o DescnvolV1menlo Soclal e Amst1co _: con,ut\uda pels Pon.ma ~ 811. de: 29 de dczembro de 1997. :thcrada pela Portanll nt 136. de 24 de abnl
-',.." ACROMEO. . Jc :!OOO. coniormc relad.o c:1ll oUlex.o. os quais adoto como mOllvlldo e fundamtntação destc. homologo
~ .53830 0016SS1981 A<soc,acAo COmun,""'o C.1Iul'1l de ,Peclnnhas P.1ISUlSP .\5 I1ccuóes ri. Com~5'.ãO. ob~ervando Que 8j rillÕa du hi.tulllaçóc:l c mabllltaçÕC5. em qucsUo
IPednnlw Paul i.... Jn:OfTeraJn da c:stt1L1 obs.crvãncra às condições c:l.labc~du nos rcspccnvos. Editais. em c:umpruncnlo •
116 51770 0020141'1SlltidloC"muniW11 MB<lalcru - FM Santa Maria MadalcnaJ RJ I~Sl$1ação v,gemc.
de Três Lagoas, Estado do Mato Grosso do dia, na cidade de Natal. Estado do Rio
Sul (Processo n° 53700.000057/94); Grande do Norte (Processo n°
• Rádio Oifusora Matogrossense 53780.000007/94);
LTOA, concessionária de serviço de radio- • Chirú Comunicaçoes LTOA, conces-
difusão sonora em onda média, na cidade sionária de serviço de radiodifusão sonora
de Corumbá, Estado do Mato Grosso do Sul em onda média, na cidade de Palmitinho,
(Processo n° 53700.000232/93); Estado do Rio Grande do Sul (Processo n°
• Rádio e Televisão Caçula LTOA, 53790.000861/98);
concessionária de serviço de radiodifusão • Rádio Luz E Alegria LTOA, conces-
sonora em onda média, na cidade de Três sionária de serviço de radiodifusão sonora
Lagoas, Estado do Mato Grosso do Sul em onda média, na cidade de Frederico
(Processo n° 53700.000059/94); Westphalen, Estado do Rio Grande do Sul
• Sistema Sul Matogrossense de Radio- (Processo n° 53790.000098/94);
difusão LTOA, concessionária de serviço de • Rádio Princesa do Jacuí LTOA., con-
radiodifusão sonora em onda média, na cida- cessionária de serviço de radiodifusão sono-
de de Ponta Porã, Estado do Mato Grosso do ra em onda média, na cidade de Candelária,
Sul (Processo n° 50700.000118/93); Estado do Rio Grande do Sul (Processo nO
• Rádio Rural Nova Guaranésia 53790.000017/93);
LTOA, concessionária de serviço de radio-
• Rádio Ouaraí LTOA, concessionária
difusão sonora em onda média, na cidade
de serviço de radiodifusão sonora em onds
de Guaranésia, Estado de Minas Gerais
média, na cidade Ouaraí, Estado do Rio
(Processo n° 29710.000257/92);
Grande do Sul (Processo n°
• Rede Juiz de Fora de Radiodifusão 53790.001591/95);
LTOA., concessionária de seviço de radiodi-
• Rádio São Miguel LTOA, concessio-
fusão sonora em onda média, na cidade de
nária de serviço de radiodifusão sonora em
Juiz de Fora, Estado de Minas Gerais (Pro-
onda média, na cidade de Uruguaiana,
cessa n° 291 04.000194/91);
Estado do Rio Grande do Sul (Processo n°
• Rádio Arapuan LTOA., concessioná-
50790.000890/93);
ria de serviço de radiodifusão sonora em
onda média, na cidade de João Pessoa, • Rádio São Roque LTOA, concessio-
Estado da Paraíba (Processo n° nária de serviço de radiodifusão sonora em
50730.000399/93) ;
onda média, na cidade de Faxinal do Sotur-
no, Estado do Rio Grande do Sul (Processo
• Rádio Educadora de Conceição
nO 53790.000022/94);
LTOA., concessionária de serviço de radio-
difusão sonora em onda media, na cidade • Rádio Oifusora do Vale do Itabapoana
de Conceição, Estado da Paraíba (Processo Limitada, concessionária de serviço de radio-
n° 50730.000296/92); difusão sonora em onda média, na cidade de
• Rádio Cultura Norte Paranaense Bom Jesus de Itabapoana, Estado do Rio de
LTOA., concessionária de serviço de radio- Janeiro (Processo n° 29770.000389192);
difusão sonora em onda média, na cidade • Rádio São Bento LTOA, concessio-
de Paranavaí, Estado do Paraná (Processo nária de serviço de radiodifusão sonora em
n° 53740.000285/93); onda média, na cidade de São Bento do
• Rádio Itamaraty LTOA, concessioná- Sul, Estado de Santa Catarina (Processo n°
ria de serviço de radiodifusão sonora em 53820.000099/97);
onda média, na cidade de Piripiri, Estado do • Rádio Progresso de São Carlos
Piauí (Proce~so n° 29115.000146/92); LTOA., concessionária de serviço de radio-
• Rádio Grande Picos LTOA, conces- difusão sonora em onda média, na cidade
sionária de serviço de radiodifusão sonora de São Carlos, Estado de São Paulo (Pro-
em onda média, na cidade de Picos, Estado cesso n° 50830.000236/94);
do Piauí (Processo n° 29115.000173/92); • Rádio Educação Rural LTOA., con-
• Rádio Trairy LTOA, concessionária de cessionária de serviço de radiodifusão sono-
serviço de radiodifusão sonora em onda mé- ra em onda tropical, na cidade de Campo
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DI..: I'UTAD()S Scxta-Icira 31 40933
Grande, Estado do Mato Grosso do Sul DECRETO DE 17 DE JULHO DE 2000
(Processo na 50700.000040/93);
Renova concessão das entidades
• Rádio Cultura Fluminense LTDA., con-
que menciona, para explorar serviços de
cessionária de serviço de radiodifusão sonora
radiodifusão, e dá outras providências.
em onda tropical, na cidade de Campos,
Estado do Rio de Janeiro (Processo na O Vice-presidente da República,no exercicio do
50770.002517192); cargo de Presidente da República, no uso das atribui-
• Rede Centro Oeste de Rádio e Tele- ções que lhe conferem os arts. 84, inciso IV, e 223. ca-
visão LTOA., concessionária de serviço de put, da Constituição, 33, § 3°, da Lei n0 4.117, de 27
radiodifusão de sons e imagens, na cidade de agosto de 1962, e 6° da Lei n° 5.785, de 23 de ju-
de Campo Grande, Estado do Mato Grosso nho de 1972, e tendo em vista o disposto no art. 6°, in·
do Sul (Processo na 29112.000212/91); ciso I, do Decreto na 88.066, de 26 de janeiro de 1983.
• TV Esplanada do Paraná LTOA., con- Decreta:
cessionária de serviço de radiodifusão de sons
Art. 1° Fica renovada a concessão das entida-
e imagens, na cidade de Ponta Grossa, Esta-
des abaixo mencionadas, para explorar, sem direito
do do Paraná (Processo na 53740.000406/98);
de exclusividade, pelo prazo de dez anos, serviço de
• Televisão Norte Do Rgs LTDA., con- radiodifusão sonora em onda média:
cessionária de serviço de radiodifusão de
I - Sociedade Emissora Radiovox LTDA., a par-
sons e imagens, na cidade de Carazinho,
tir de 5 de julho de 1996, na cidade de Muritiba, Esta-
Estado do Rio Grande do Sul (Processo na
do da Bahia, outorgada pela Portaria Contei nO 397,
53528.000192/99) ;
de 17 de junho de 1966, e renovada pelo Decreto n°
• TVSBT - Canal 3 De Nova Friburgo
96.009, de 3 de maio de 1988 (Processo n°
LTOA., concessionária de serviço radiodifu-
53640.000161/96);
são de sons e imagens, na cidade de Nova
Friburgo, Estado do Rio Janeiro (Processo
11- Radiodifusora Asa Branca LTDA., a partir de
na 53770.000951193); 22 de março de 1992. na cidade de Boa Viagem,
Estado do Ceará, outorgada pelo Decreto na 86.962,
• TV Coligadas de Santa Catarina
de 25 de fevereiro de 1982 (Processo nO
S.A., concessionária de serviço radiodifusão
29108.000434/91 );
de sons e imagens, na cidade de Blumenau,
Estado de Santa Catarina (Processo na 111 - Rádio Jornal Centro Sul LTDA., a partir de
53820.000299/97). 10 de fevereiro de 1992, na cidade de Iguatú, Estado
do Ceará, outorgada pelo Decreto n° 86. 718, de 11 de
2. Observo que a renovação do prazo de vi- dezembro de 1981 (Processo n° 29650.000267/92);
gência das outorgas para explorar serviços radiodi- IV - Rádio Sant'ana de Tianguá LTOA., a partir
fusão é regida pelas disposições contidas na Lei na de 15 de agosto de 1997, na cidade de Tianguá, Esta-
5.785, de 23 de junho de 1972, e no Decreto na do do Ceará, outorgada pelo Decreto n079.846, de 23
88.066, de 26 de janeiro de 1983, que a regulamen- de junho de 1977, e renovada pelo Decreto de 29 de
tou. julho de 1992, aprovado peio Decreto Legislativo n°
3. Cumpre ressaltar que os pedidos foram ana- 80, de 16 de setembro de 1999 (Processo n°
lisados pelos órgãos técnicos deste Ministério e con- 53650.000898/97) ;
siderados de acordo com os dispositivos legais apli- V Fundação Roberto Rabello de
cáveis, demonstrando possuir as entidades as quali- Comunicação Social, a partir de 22 de setembro de
ficações necessárias à renovação da concessão. 1992, na cidade de Afonso Cláudio, Estado do Espíri-
4. Nessa conformidade, e em observância ao to Santo, outorgada originariamente à Rádio Difusora
que dispõem a Lei n° 5.785, de 1972, e seu Regula- Guanduense Ltda., conforme Decreto n° 87.486, de
mento, Decreto na 88.066, de 1983, submeto o assun- 18 de agosto de 1982, e transferida pelo Decreto de
to á superior consideração de Vossa Excelência para 17 de dezembro de 1996, para a concessionária de
decisão e submissão da matéria ao Congresso Naci- que trata este inciso (Processo na 50660.000172/92);
onal, em cumprimento ao § 3° do art. 223 da Constitu- VI - Rádio Difusora de Colatina LTOA., a partir
ição. de 1° de maio de 1994, na cidade de Colatina, Estado
Respeitosamente, - Pimenta da Veiga, Minis- do Espírito Santo, outorga pela Portaria MVOP n° 40,
tro de Estado das Comunicações de 16 de janeiro de 1950, e renovada pelo Decreto n°
40934 SextH-feira 31 DIÁl~IO DA CÀMARA DOS DEPUTADOS Agoslo de 2001
90.308, de 16 de outubro de 1984 (Processo n° da a passar à condição de concessionária em virtude
50660.000050/94) ; de aumento de potência de sua estação transmisso-
VII- Fundação Dom Stanislau Van Melis, a par- ra, conforme Exposição de Motivos n° 133, de 12 de
tir de 16 de fevereiro de 1992, cidade de São Luis dos setembro de 1989, do Ministério das Comunicações
Montes Belos, Estado de Goiás, outorgada originaria- (Processo n° 2971 0.000287/92);
mente à Rádio Vale da Serra Ltda., conforme Decreto XIV - Rede Juiz de Fora de Radiodifusão LTOA.,
na 86.857, de 14 de janeiro de 1982, e transferida pelo a partir de 28 de maio de 1991, na cidade de Juiz de
Decreto de 18 junho de 1996, para a concessionária Fora, Estado de Minas Gerais, outorgada pelo Decre-
de que trata este inciso (Processo na to n° 85.958, de 4 de maio de 1981 (Processo n°
29109.000547/91); - 29104.000194/91 );
VIII - Empresa Rádio Independente LTDA., a XV - Rádio Arapuan LTOA., a partir de 1° de no-
partir de 1° de maio de 1994, na cidade de Aquidaua- vembro de 1993, na cidade de João Pessoa, Estado
na, Estado do Mato Grosso do Sul, outorgada pela da Paraíba, outorgada pelo Decreto na 28.882. de 21
Portaria MJNI na 165-B, de 11 de abril de 1962, reno- de novembro de 1950, e renovada pelo Decreto n°
vada pela Portaria na 7, de 16 de janeiro de 1986, e 98.111, de 31 de agosto de 1989, aprovado pelo De-
autorizada a passar à condição de concessionária em creto Legislativo n° 183, de 5 de setembro de 1991
virtude de aumento de potência de sua estação trans- (Processo n° 50730.000399/93);
missora, conforme Exposição de Motivos na 102, de 8 XVI - Rádio Educadora de Conceição LTOA., a
de junho de 1987, do Ministério das Comunicações partir de 27 de outubro de 1992, na cidade de Concei-
(Processo na 53700.000106/94); ção, Estado da Paraíba, outorgada pelo Decreto n°
IX - Rádio Difusora de Três Lagoas LTDA., a 87.505, de 23 de agosto de 1982 (Processo n°
partir de 12 de maio de 1994, na cidade de Três Lago- 50730.000296/92);
as, Estado do Mato Grosso do Sul, outorgada pela XVII- Rádio Cultura Norte Paranaense LTOA., a
Portaria MVOP na 63, de 30 de janeiro de 1956, e re- partir de 1° de maio de 1994, na cidade de Paranavaí,
novada pelo Decreto na 92.630, de 2 de maio de 1988 Estado do Paraná, outorgada pela Portçuia MVOP n°
(Processo na 53700.000057/94); 638, de 22 de outubro de 1956, e renovada pelo De-
X - Rádio Difusora Matogrossense LTDA., a creto n° 89.372, de 8 de fevereiro de 1984 (Processo
partir de 10 de novembro de 1993 na cidade de Co- na 53740.000285/93);
rumbá, Estado do Mato Grosso do Sul, outorgada XVIII- Rádio Itamaraty LTDA., a partir de 12 de
pelo Decreto na 2.310, de 4 de fevereiro ae 1938, e re- novembro de 1992, na cidade de Piripiri Estado do Pi-
novada pelo Decreto na 91.493, de 29 de julho de auí, outorgada pelo Decreto n° 87.612, de 21 de se-
1985 (Processo na 53700.000232/93); tembro de 1982 (Processo n° 29115.00014-6/92);
XI- Rádio e Televisão Caçula LTDA., a partir de XIX - Rádio Grande Picos LTDA., a partir de 2
1° de maio de 1994, na cidade de Três Lagoas, Esta- de dezembro de 1992, na cidade de Picos, Estado do
do do Mato Grosso do Sul, outorgada à Rádio a Voz Piauí, outorgada pelo Decreto n° 87.667, de 5 de ou-
da Caçula Limitada, pela Portaria MJNI n° 381-8, de tubro de 1982 (Processo n° 29115.000173/92);
28 de novembro de 1961, renovada pelo Decreto n° XX - Rádio Trairy LTOA., a partir de 1° de maio
92.135, de 13 de dezembro de 1985, e autorizada a de 1994, na cidade de Natal, Estado do Rio Grande
mudar sua denominação para a atual, conforme Por- do Norte, outorgada pela Portaria MVOP n° 49, de 4
taria na 100, de 29 de junho de 1987, do Diretor da De- de fevereiro de 1960, revigorada pela Portaria MJNI
legacia Regional em Campo Grande do Departamen- n° 179-8, de 11 de abril de 1962, e renovada pelo De-
to Nacional de Telecomunicações, do Ministério das creto nO 90.156, de 5 de setembro de 1984 (Processo
Comunicações (Processo n° 53700.000059/94); n° 53780.000007/94);
XII Sistema Sul Matogrossense de XXI - Chiru Comunicações LTDA., a partir de 5
Radiodifusão LTOA., a partir de 10 de junho de 1993, de outubro de 1998, na cidade de Palmitinho, Estado
na cidade de Ponta Porã, Estado do Mato Grosso do do Rio Grande do Sul, outorgada pelo Decreto na
Sul. outorgada pelo Decreto n° 88.237, de 13 de abril 96.672, de 9 de setembro de 1988 (Processo n°
de 1983 (Processo n° 50700.000118/93); 53790.000861/98);
XIII - Rádio Rural Nova Guaranésia LTDA., a XXII- Rádio Luz e Alegria LTDA., a partir de 1°
partir de 6 de setembro de 1992, na cidade de Guara- de maio de 1994, na cidade de Frederico Westphalen,
nésia, Estado de Minas Gerais, outorgada pela Porta- Estado do Rio Grande do Sul, outorgada pela Portaria
ria MC n° 170, de 1° de setembro de 1982, e autoriza- MVOP n° 573, de 21 de junho de 1955, e renovada
Ag,llsltl de 2001 DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Sexta·feira 31 40935
pelo Decreto n° 90.422, de 8 de novembro de 1984 I - Rádio Educação Rural LTOA., a partir de 1°
(processo n° 53790.000098/94); de maio de 1993, na cidade de Campo Grande, Esta-
XXIII - Rádio Princesa do Jacuí LTDA., a partir do de Mato Grosso do Sul, outorgada pelo Decreto n°
de 1° de novembro de 1993, na cidade de Candelária, 819, de 2 de abril de 1962, renovada pelo Decreto n°
Estado do Rio Grande do Sul, outorgada pelo Decreto 92.668, de 16 de maio de 1986 (Processo n°
n° 41 .987, de 5 de agosto de 1957, e renovada pelo 50700.000040/93);
Decreto n° 94.186, de 6 de abril de 1987 (Processo n° 11 - Rádio Cultura Fluminense LTOA., a partir de
53790.000017/93); 1° de maio de 1993, na cidade de Campos, Estado do
XXIV - Rádio Quarai LTDA., a partir de 1° de Rio de Janeiro, outorgada originariamente à Rádio
maio de 1994, na cidade de Quaraí, Estado do Rio Cultura de Campos Uda., conforme Decreto nO
Grande do Sul, outorgada pela Portaria MVOP n0520, 46.445, de 16 de julho de 1959, renovada e transferi-
de 30 de maio de 1955, renovada pela Portaria MC n° da pelo Decreto n° 91.749, de 4 de outubro de 1985,
948, de 3 de novembro de 1975, e autorizada a pas- para a concessionária de que trata este inciso (Pro-
sar à condição de concessionária em virtude de au- cesso n° 50770.002517/92).
mento de potência de sua estação transmissora, con- Art. 3° Fica renovada a concessão das entida-
forme Exposição de Motivos n° 134, de 12 de setem- des abaixo mencionadas, para explorar, sem direito
bro de 1989, do Ministério das Comunicações (Pro- de exclusividade, pelo prazo de quinze anos, serviço
cesso n° 53790.001591/95); de radiodifusão de sons e imagens:
XXV - Rádio São Miguel LTOA., a partir de 1° de I - Rede Centro Oeste de Rádio e Televisão
novembro de 1993, na cidade de Uruguaiana, Estado LTOA., a partir de 21 de outubro de 1991, na cidade
do Rio Grande do Sul, outorgada pelo Decreto nO 822, de Campo Grande, Estado de Mato Grosso do Sul,
de 2 de abril de 1962, e renovada pelo Decreto N° outorgada pelo Decreto n° 78.190, de 3 de agosto de
89.869, de 27 de junho de 1984 (Processo n° 1976 (Processo n° 29112.000212/91);
50790.000890/93) ; 11- TV Esplanada do Paraná LTOA., a partir de 9
de julho de 1998, na cidade de Ponta Grossa, Estado
XXVI - Rádio São Roque LTDA., a partir de 1°
do Paraná, outorgada pelo Decreto n° 62.639, de 30
de maio de 1994, na cidade de Faxinal do Soturno,
de abril de 1968, e renovada pelo Decreto n° 89.198,
Estado do Rio Grande do Sul, outorgada pelo Decreto
de 16 de dezembro de 1983 (Processo n°
n° 74.048, de 13 de maio de 1974, e renovada pelo
53740.000406/98);
Decreto n089.631, de 8 de maio de 1984 (Processo n°
53790.000022194) ; 111- Televisão Norte do Rgs Lida., a partir de 14
de março de 2000, na cidade de Carazinho, Estado
XXVII - Rádio Difusora do Vale do Itabapoana
do Rio Grande do Sul, outorgada originariamente à
Limitada, a partir de 17 junho de 1992, na cidade de
Rádio e Televisão Albuquerque Ltda., pelo decreto n°
Bom Jesus de Itabapoana, Estado do Rio de Janeiro,
91.050, de 6 de março de 1985, autorizada a mudar
outorgada pe Decreto n° 87.109, de 19 de abril de
sua denominação social para a atual, conforme Por-
1982 (Processo n° 29770.000389/92);
taria Dentel n° 477, de 6 de outubro de 1986 (Proces-
XXVIII- Rádio São Bento LTDA., a partir de 21 so n° 53528.000192199);
de junho de 1997, na cidade de São Bento do Sul, IV - TVSBT - Canal 3 de Nova Friburgo LTOA., a
Estado de Santa Catarina, outorgada pelo Decreto n° partir de 22 de março de 1994, na cidade de Nova Fri-
79.662, de 5 de maio de 1977, renovada pelo Decreto burgo, Estado do Rio de Janeiro, outorgada originari-
n° 94.526, de 26 de junho de 1987 (Processo n° amente à TVS - TV Studios Sílvio Santos Ltda., con-
53820.000099/97) ;
forme Decreto n° 83.094, de 26 de janeiro de 1979,
XXIX - Rádio Progresso de São Carlos LTOA., a transferida pelo Decreto n° 91.042, de 5 de março de
partir de 12 de maio de 1994 na cidade de São Car- 1985, à TVS - Canal 3 de Nova Friburgo Ltda., autori-
los, Estado de São Paulo, outorgada pela Portaria zada a mudar sua denominação social para a atual,
MVOP nO 2845, de 7 de novembro de 1957, e renova- conforme Portaria n° 111 , de 29 de abril de 1986, do
da pelo Decreto n° 90.576, de 28 de novembro de Diretor da Delegacia Regional no Rio de Janeiro do
1984 (Processo n° 50830.000236/94). Departamento Nacional de Telecomunicações do Mi-
Art. 2° Fica renovada a concessão das entida- nistério das Comunicações (Processo n°
des abaixo mencionadas, para explorar sem direito 53770.000951 (93);
de exclusividade, pelo prazo de dez anos, serviço de V - TV Coligadas De Santa Catarina S.A., a par-
radiodifusão sonora em onda tropical: tir de 24 de maio de 1997, na cidade de Blumenau,
40936 Sexla-JCíra 3l DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agoslo de 200\
Estado de Santa Catarina, outorgada pelo Decreto n° lativo para a devida apreciação, uma vez que o ato
60.465-A, de 14 de março de 1967, e renovada pelo somente produzirá efeitos após a deliberação do
Decreto n° 92.448, de 7 de março ae 1986 (Processo Congresso Nacional.
n° 53820.000299197). Cumpre-nos, portanto, opinar sobre os aspec-
Art. 4° A exploração do serviço de radiodifusão, tos técnicos e formais da matéria submetida ao exa-
cujas concessões são renovadas por este Decreto, me desta Comissão, nos termos do inciso 11, alínea h
reger-se-á pelo Código Brasileiro de Telecomunica- do art. 32 do Regimento Interno.
ções, leis subseqüentes e seus regulamentos.
" - Voto do Relator
Art. 5° A renovação da concessão somente pro-
duzira efeitos legais após deliberação do Congresso O processo de renovação de outorga requerida
Nacional, nos termos do § 3° do art. 223 da Constitui- pela Rádio Progresso de São Carlos LIda., executan-
ção. te de serviço de radiodifusão sonora em onda média
Art. 6° Este decreto entra em vigor na data de encontra-se de acordo com a prática legal e docu-
sua publicação. mentai atinente ao processo renovatório e os docu-
Brasília, 17 de julho de 2000; 179° da Indepen- mentos juntados aos autos indicam a regularidade na
dência e 112° da República. - Fernando Henrique execução dos serviços.
Cardoso. Todas as exigências do Ato Normativo n° 1, de
1999, desta Comissão, foram atendidas e os docu-
Aviso n° 1.289 - C. Civil mentos juntados aos autos indicam a regularidade na
Em 1° de agosto de 2000 execução dos serviços.
I - Relatório
Aprova o ato que outorga permissão
à Rádio Bebedouro FM Ltda., para explorar
De conformidade com o art. 49, inciso XII, serviço de radiodifusão sonora em fre-
combinado com o § 10 do art. 223, da Constituição qüência modulada, na localidade de Pas-
Federal, o Excelentíssimo Senhor Presidente da Re- sos Maia, Estado de Santa Catarina.
pública submete à consideração do Congresso Na-
cional, acompanhado da Exposição de Motivos do O Congresso Nacional Decreta:
Senhor Ministro de Estado das Comunicações, o ato
Art. 1° É aprovado o ato a que se refere a Porta-
que outorga permissão à Rádio Bebedouro FM
ria n° 594, de 4 de outubro de 2000, que outorga per-
LIda., para explorar, pelo prazo de 10 (dez) anos,
missão à Rádio Bebedouro FM LIda., para explorar,
sem direito de exclusividade, serviço de radiodifusão
pelo prazo de 10 (dez) anos, sem direito de exclusivi-
sonora em freqüência modulada, na localidade de
dade, serviço de radiodifusão sonora em freqüência
Passos Maia, Estado de Santa Catarina.
modulada, na localidade de Passos Maia, Estado de
Atendendo ao disposto no § 3° do art. 223 da Santa Catarina.
Constituição, a matéria foi enviada ao Poder Legis- Art. 2" Este decreto legislativo entra em vigor na
lativo para a devida apreciação, uma vez que o ato data de sua publicação.
somente produzirá efeitos após a deliberação do
Sala da Comissão, 12 de junho de 2001. - Depu-
Congresso Nacional.
tado Francisco Coelho, Relator.
Cumpre-nos, portanto, opinar sobre os aspec-
tos técnicos e formais da matéria submetida ao exa- 11I - Parecer da Comissão
me desta Comissão, nos termos do inciso 11, alínea
A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comuni-
"h", do art. 32 do Regimento Interno.
cação e Informática, em reunião ordinária realizada
11 - Voto do Relator hoje, aprovou o parecer favorável do Relator, Deputa-
do Francisco Coelho, à TVR n° 469/00, nos termos do
A outorga do Poder Público para a execução de Projeto de Decreto Legislativo que apresenta. Absti-
serviço de radiodifusão é regulada pelo Decreto n° veram-se de votar os Deputados Ana Corso, Babá,
52.795, de 31 de outubro de 1963, com as modifica- Gilmar Machado, Jorge Bittar e Marcos Afonso.
ções do Decreto n° 2.108, de 24 de dezembro de Estiveram presentes os seguintes Deputa-
1996. No processo em questão, a Rádio Bebedouro dos: César Bandeira, Presidente; Francistônio
FM LIda., atendeu aos requisitos da legislação espe- Pinto e Júlio Semeghini, Vice-Presidentes; Alber-
cífica e obteve a maior pontuação do valor ponderado, to Goldman, Domiciano Cabral, Iris Simões, João
nos termos estabelecidos pelo Edital, tornando-se a Almeida, Luiz Piauhylino, Magno Malta, Nárcio
vencedora da concorrência para exploração do servi- Rodrigues, Saulo Coelho, Suas Câmara, Márcio
ço de radiodifusão sonora em freqüência modulada. Fortes, Josué Bengston, Salvador Zimbaldi, Arol-
A análise deste processo deve basear-se no Ato de de Oliveira, Corauci Sobrinho, José Rocha,
Normativo n° 1, de 1999, desta Comissão. Verificada Luiz Moreira, Mário Assad Júnior, Santos Filho,
a documentação, constatamos que foram atendidos Ariston Andrade, Francisco Coelho, Benito
todos os critérios exigidos por este diploma regula- Gama, Hermes Parcianello, Marçal Filho, Nair
mentar, Xavier Lobo, Nélson Proença, Ricardo Izar, Mari-
O ato de outorga obedece aos princípios de nha Raupp, José Borba, Jonival Lucas Júnior,
constitucionalidade, especialmente no que se refere Gustavo Fruet, Ana Corso, Babá, Gilmar Macha-
aos artigos 220 a 223 da Constituição Federal, e aten- do, Jorge Bitlar, Marcos Afonso, Márcio Reinaldo
de às formalidades legais, motivos pelos quais somos Moreira, Paulo Marinho, Vic Pires Franco, Nelson
pela homologação do ato do Poder Executivo, na for- Meurer, Ary Kara, Luiza Erundina, Valdeci Faiva,
ma do Projeto de Decreto Legislativo que ora apre- Agnaldo Muniz, Dr. Hélio, Olímpio Pires e Bispo
sentamos. Wanderval.
Sala da Comissão, 12 de junho de 2001. - Depu- Sala da Comissão, 29 de agosto de 2001. - Depu-
tado Francisco Coelho, Relator. tado César Bandeira, Presidente.
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Scxt~-jeira 31 40lJ65
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO 2 - Portaria n° 493, de 23 de agosto de 2000 -
N° 1.126, DE 2001 Associação Comunitária Cultural de Bálsamo, na ci-
(Da Comissão de Ciência e Tecnologia, dade de Bálsamo - SP;
Comunicação e Informática) 3 - Portaria n° 494, de 23 de agosto de 2000 -
MENSAGEM N° 1.680/00 Associação de Desenvolvimento Artístico. Cultural e
TVR N° 545/00 Social de Santa Albertina, na cidade de Santa Alberti-
Aprova o ato que autoriza a Associ- na - SP;
ação dos Amigos da Cultura de Colinas a 4 - Portaria nE 49S, de 23 de agosto de 2000 -
executar serviço de radiodifusão comuni- Grêmio do Projeto Cultural e Criativo Alternativa, na
tária, na localidade de Colinas, Estado do cidade de Capivari - SP;
Maranhão. S - Portaria n° 496, de 23 de agosto de 2000 -
(À Comissão de Constituição e Justiça Associação Beneficente e Cultural Comunitária Dió-
e de Redação (art. S4» genes Almeida Celestino, na cidade de São Miguel
dos Campos - AL;
O Congresso Nacional decreta:
6 - Portaria n° 497, de 23 agosto de 2000 -
Art. 1° E aprovado o ato a que se refere a Porta-
Associação Divina Providência de Amparo Social e
ria n° SOO, de 23 de agosto de 2000, que autoriza a
Cristão, na cidade de Brumado - BA;
Associação dos Amigos da Cultura de Colinas a exe-
7 - Portaria n° 498, de 23 de agosto de 2000 -
cutar serviço de radiodifusão comunitária, pelo prazo
Associação Comunitária Engenheiro Arcoverde-Ace-
de três anos, sem direito de exclusividade, na locali-
nave, na cidade de Condado - PB;
dade de Colinas, Estado do Maranhão.
8 - Portaria n° 499. de 23 de agosto de 2000 -
Art. 2° Este decreto legislativo entra em vigor na
Associação Comunitária de Rádio Difusão Cidade
data de sua publicação.
FM, na cidade de Fortaleza dos Nogueiras - MA;
Sala da Comissão, 29 de agosto de 2001. - Depu-
9 - Portaria nE soa, de 23 de agosto de 2000-
tado César Bandeira, Presidente.
Associação dos Amigos da Cultura de Colinas, na ci-
TVR N° 545, DE 2000 dade de Colinas - MA;
(Do Poder Executivo) 10- Portaria n° SOl, de 23 de agosto de 2000 -
MENSAGEM N° 1.680/00 Associação Comunitária Cultural e
Submete à apreciação do Congres- Ecológica Rio dos Bois, na cidade de Anicuns-
so Nacional o ato constante da Portaria GO;
500, de 23 de agosto de 2000, que autori- 11 - Portaria n° 502, de 23 de agosto de 2000 -
za a Associação dos Amigos da Cultura Associação Comunitária Cultural Beneficente Viva
de Colinas a executar, pelo prazo de três Voz, na cidade de Várzea da Roça - BA;
anos, sem direito de exclusividade, servi- 12 - Portaria nO S03, de 23 de agosto de 2000 -
ço de radiodifusão comunitária na cidade Associação Comunitária de Base do Município de Ca-
de Colinas, Estado do Maranhão. riús - ABC, na cidade de Cariús - CE;
(Às Comissões de Ciência e Tecnolo- 13 - Portaria n° S04, de 23 de agosto de 2000 -
gia, Comunicação e Informática; e de Cons- Associação Comunitária Amargosa, na cidade de
tituição e Justiça e de Redação (art. S4» Amargosa - BA; e
Senhores Membros do Congresso Nacional, 14 - Portaria n° 505, de 23 de agosto de 2000-
Nos termos do artigo 49, inciso XII, combinado Associação de Radiodifusão Comunitária de Catalão,
com o § 3° do artigo 223, da Constituição Federal, na cidade de Catalão - GO.
submeto à apreciação de Vossas Excelências, acom- Brasília, 13 de novembro de 2000. - Fernando
panhadas de Exposições de Motivos do Senhor Mi- Henrique Cardoso.
nistro de Estado das Comunicações, autorizações EM n° 533/MC
para executar, pelo prazo de três anos, sem direito de
exclusividade, serviços de radiodifusão comunitária, Brasília, 19 de outubro de 2000
conforme seguintes atos e entidades: Excelentissimo Senhor Presidente da República,
1 - Portaria n° 492, de 23 de agosto de 2000- Encaminho a Vossa Excelência Portaria de ou-
Associação Comunitária de Rádio FM/Bandeirantes, torga de autorização e respectiva documentação para
na cidade de Bandeirantes-MS; que a entidade denominada Associação dos Amigos
4()l)66 Sexw-reira J I DIÁRIO DA CÀMARA DOS DEPUTADOS Agusto de 2()() I
da Cultura de Colinas, com sede na cidade de Coli- Art. 3° A entidade fica autorizada a operar com o
nas, Estado do Maranhão, explore o serviço de radio- sistema irradiante localizado nas coordenadas geo-
difusão comunitária, em conformidade com o caput gráficas com latitude em 06[01 '55"S e longitude em
do art. 223, da Constituição e a Lei n° 9.612, de 19 de 441 14'24"W, utilizando a freqüência de 106,3 MHz.
fevereiro de 1998. Art. 4° Este ato somente produzirá efeitos legais
2. Referida entidade requereu ao Ministério das após deliberação do Congresso Nacional, nos termos
Comunicações sua inscrição para prestar o serviço, do § 3° do art. 223 da Constituição, devendo a entida-
cuja documentação inclui manifestação de apoio da de iniciar a execução do serviço no prazo de seis me-
comunidade, numa demonstração de receptividade ses a contar da data de publicação do ato de delibera-
da filosofia de criação desse braço da radiodifusão, ção.
de maneira a incentivar o desenvolvimento e a sedi- Art. 5° Esta portaria entra em vigor na data de
mentação da cultura geral das localidades postulan- sua publicação. - Pimenta da Veiga.
tes.
Aviso n° 2.025 - C. Civil.
3. Como se depreende da importância da inicia-
tiva comandada por Vossa Excelência, essas ações Em 13 de novembro de 2000
permitem que as entidades trabalhem em conjunto
A Sua Excelência o Senhor
com a comunidade, auxiliando não só no processo
Deputado Ubiratan Aguiar
educacional, social e cultural mas, também, servem
Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados
de elo à integração de informações benéficas em to-
BRASíLIA-DF.
dos os segmentos, e a todos esses núcleos populaci-
onais. Senhor Primeiro Secretário,
4. Sobre o caso em espécie, determinei análises Encaminho a essa Secretaria Mensagem do
técnica e jurídica da petição apresentada, constatan- Excelentíssimo Senhor Presidente da República na
do a inexistência de óbice legal e normativo ao pleito, qual submete à apreciação do Congresso Nacional
o que se conclui da documentação de origem, con- os atos que autorizam a execução de serviços de ra-
substanciada nos autos do Processo Administrativo diodifusão comunitária, pelo prazo de três anos, sem
n° 53680.000849198, que ora faço acompanhar, com direito de exclusividade, constantes das Portarias n°
a finalidade de subsidiar os trabalhos finais. 492 a 505, de 23 de agosto de 2000.
5. Em conformidade com os preceitos constituci- Atenciosamente, - Pedro Parente Chefe da
onais e legais, a outorga de autorização, objeto do Casa Civil da Presidência da República.
presente processo, passará a produzir efeitos legais
COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA,
somente após deliberação do Congresso Nacional, a
COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA
teor do § V do art. 223, da Constituição Federal.
Respeitosamente, - Pimenta da Veiga, Ministro I - Relatório
de Estado das Comunicações. De conformidade com o art. 49, inciso XII, com-
PORTARIA N° 500, DE 23 DE AGOSTO DE 2000 binado com o § 1° do art. 223, da Constituição Federal,
o Excelentíssimo Senhor Presidente da República
o Ministro de Estado das Comunicações, no submete à consideração do Congresso Nacional,
uso de suas atribuições, considerando o disposto nos acompanhado da Exposição de Motivos do Senhor
artigos 10 e 19 do Decreto n° 2.615, de 3 de junho de Ministro de Estado das Comunicações, o ato que au-
1998, e tendo em vista o que consta do Processo toriza a Associação dos Amigos da Cultura de Coli-
Administrativo n° 53680.000849198, resolve: nas a executar serviço de radiodifusão comunitária,
Art. 1° Autorizar a Associação dos Amigos da pelo prazo de 3 (três) anos, sem direito de exclusivi-
Cultura de Colinas, com sede na Avenida Coronel dade, na localidade de Colinas, Estado do Maranhão.
Brandão, BR -135, s/n·, Bairro Guanabara, na cidade Atendendo ao disposto no § 3° do art. 223 da
de Colinas, Estado do Maranhão, a executar serviço Constituição, a matéria foi enviada ao Poder Legislati-
de radiodifusão comunitária, pelo prazo de três anos, vo para a devida apreciação, uma vez que o ato so-
sem direito de exclusividade. mente produzirá efeitos após a deliberação do Con-
Art. 2° Esta autorização reger-se-á pela Lei nO gresso Nacional.
9.612, de 19 de fevereiro de 1998, leis subseqüentes, Cumpre-nos, portanto, opinar sobre os aspec-
seus regulamentos e normas complementares. tos técnicos e formais da matéria submetida ao exa-
Agosto de 2001 DIÁR 10 DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 31 40967
me desta Comissão, nos termos do inciso 11, alínea veram-se de votar os Deputados Ana Corso, Babá,
"h", do art. 32 do Regimento Interno. Gilmar Machado, Jorge Bittar e Marcos Afonso.
11 - Voto do Relator Estiveram presentes os seguintes Deputa-
dos: César Bandeira, Presidente; Francistônio
A autorização do Poder Público para a execução
Pinto e Júlio Semeghini, Vice-Presidentes; Alber-
de serviço de radiodifusão comunitária é regulada
to Goldman, Domiciano Cabral, íris Simões, João
pela Lei n° 9.612, de 19 de fevereiro de 1998. No pro-
Almeida, Luiz Piauhylino, Magno Malta, Nárcio
cesso em questão, a Associação dos Amigos da Cul-
Rodrigues, Saulo Coelho, Silas Câmara, Márcio
tura de Colinas atendeu aos requisitos da legislação
Fortes, Josué Bengston, Salvador Zimbaldi, Arol-
específica e foi autorizada para execução do serviço
de de Oliveira, Corauci Sobrinho, José Rocha,
de radiodifusão comunitária.
Luiz Moreira, Mário Assad Júnior, Santos Filho,
A análise deste processo deve basear-se no Ato Ariston Andrade, Francisco Coelho, Benito
Normativo n° 1, de 1999, desta Comissão. Verificada a Gama, Hermes Parcianello, Marçal Filho, Nair
documentação, constatamos que foram atendidos to- Xavier Lobo, Nélson Proença, Ricardo Izar, Mari-
dos os critérios exigidos por este diploma regulamen- nha Raupp, José Borba, Jonival Lucas Júnior,
tar. Gustavo Fruet, Ana Corso, Babá, Gilmar Macha-
O ato de outorga obedece aos princípios de do, Jorge Bittar, Marcos Afonso, Márcio Reinaldo
constitucionalidade, especialmente no que se refere Moreira, Paulo Marinho, Vic Pires Franco, Nelson
aos artigos 220 a 223 da Constituição Federal, e aten- Meurer, Ary Kara, Luiza Erundina, Valdeci Paiva,
de às formalidades legais, motivos pelos quais somos Agnaldo Muniz, Or. Hélio, Olímpio Pires e Bispo
pela homologação do ato do Poder Executivo, na for- Wanderval.
ma do Projeto de Decreto Legislativo que ora apre- Sala da Comissão, 29 de agosto de 2001. - Depu-
sentamos. tado César Bandeira, Presidente.
Sala da Comissão, 11 de junho de 2001. - De-
putado Francistônio Pinto, Relator. PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO
N° 1.127, DE 2001
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO
(Da Comissão de Ciência e Tecnologia,
N° 1.126, DE 2001
Comunicação e Informática)
Aprova o ato que autoriza a Associ- MENSAGEM N° 1.680/00
ação dos Amigos da Cultura de Colinas a TVR N° 548/00
executar serviço de radiodifusão comuni-
tária, na localidade de Colinas, Estado do Aprova o ato que autoriza a Associ-
Maranhão. ação Comunitária de Base do Município
O Congresso Nacional decreta: de Cárius - ABC, a executar serviço de
radiodifusão comunitária, na cidade de
Art. 1° E aprovado o ato a que se refere a Porta-
Cárius, Estado do Ceará.
ria n° 500, de 23 de agosto de 2000, que autoriza a
Associação dos Amigos da Cultura de Colinas a exe- (À Comissão de Constituição e Justiça
e de Redação (art. 54))
cutar serviço de radiodifusão comunitária, pelo prazo
de 3 (três) anos, sem direito de exclusividade, na lo-
O Congresso Nacional decreta:
calidade de Colinas, Estado do Maranhão.
Art. 2° Este decreto legislativo entra em vigor na Art. 1° E aprovado o ato a que se refere a Por-
data de sua publicação. taria n° 503, de 23 de agosto de 2000, que autoriza
Sala da Comissão, 11 de junho de 2001 . - Depu- a Associação Comunitária de Base do Município de
tado Francistônio Pinto, Relator. Cárius - ABC, a executar, pelo prazo de três anos,
sem direito de exclusividade, serviço de radiodifusão
111 - Parecer da Comissão comunitária na cidade de Cárius, Estado do Ceará.
A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comuni- Art. 2° Este decreto legislativo entra em vigor
cação e Informática, em reunião ordinária realizada na data de sua publicação
hoje, aprovou o parecer favorável do Relator, Deputa-
do Francistônio Pinto, à TVR n° 545/00, nos termos do Sala da Comissão, em 29 de agosto de 2001.
Projeto de Decreto Legislativo que apresenta. Absti- - Deputado César Bandeira, Presidente.
4096g SI:x.la-l'cira:' \ DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS A\!,oslo dI: 200\
TVR N° 548, DE 2000 9 - Portaria n° 500, de 23 de agosto de 2000-
(Do Poder Executivo) Associação dos Amigos da Cultura de Colinas, na ci-
MENSAGEM N° 1.680/00 dade de Colinas-MA:
10- Portaria na 501 , de 23 de agosto de 2000 -
Submete à apreciação do Congres-
Associação Comunitária Cultural e Ecológica Rio dos
so Nacional o ato constante da Portaria
Bois, na cidade de Anicuns-GO:
503, de 23 de agosto de 2000, que autori-
za a Associação Comunitária de Base do 11 - Portaria na 502, de 23 de agosto de 2000 -
Município de Cariús -ABC, a executar, Associação Comunitária Cultural Beneficente Viva
pelo prazo de três anos, sem direito de Voz, na cidade de Várzea da Roça-BA:
exclusividade, serviço de radiodifusão 12 - Portaria n° 503, de 23 de agosto de 2000 -
comunitária na cidade de Cariús, Estado Associação Comunitária de Base do Município de Ca-
do Ceará. riús - ABC, na cidade de Cariús-CE;
(Às Comissões de Ciência e Tecnolo- 13 - Portaria n° 504, de 23 de acosto de 2000 -
gia, Comunicação e Informática; e de Cons- Associação Comunitária Amargosa, na cidade de
tituição e Justiça e de Redação (Art. 54») Amargosa-BA: e
14 - Portaria na 505, de 23 de agosto de 2000 -
Senhores Membros do Congresso Nacional. Associação de Radiodifusão Comunitária de Catalão,
Nos termos do artigo 49, inciso XII, combinado na cidade de Catalão-CO.
com o § 3 0 do artigo 223, da Constituição Federal, Brasília, 13 de novembro de 2000. - Fernando
submeto à apreciação de Vossas Excelências, acom- Henrique Cardosso.
panhadas de Exposições de Motivos do Senhor Mi-
nistro de Estado das Comunicações, autorizações EM N° 535 IMC
para executar, pelo prazo de três anos, sem direito de Brasília, 19 de outubro de 2000
exclusividade, serviços de radiodifusão comunitária,
conforme os seguintes atos e entidades: Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
1 - Portaria na 492. de 23 de agosto de 2000- Encaminho a Vossa Excelência Portaria de ou-
Associação Comunitária de Rádio FM/Bandeirantes, torga de autorização e respectiva documentação para
na cidade de Bandeirantes-MS; que a entidade denominada Associação Comunitária
de Base do Município de Cariús - ABC, com sede na
2 - Portaria n° 493. de 23 de agosto de 2000 -
cidade de Cariús, Estado do Ceará, explore o serviço
Associação Comunitária Cultural de Bálsamo, na ci-
de radiodifusão comunitária, em conformidade com o
dade de Bálsamo-SP;
caput do art. 223, da Constituição e a Lei n09.612, de
3 - Portaria na 494. de 23 de agosto de 2000 -
19 de fevereiro de 1998.
Associação de Desenvolvimento Artístico, Cultural e
2. Referida entidade requereu ao Ministério das
Social de Santa Albertina, na cidade de Santa Alberti-
Comunicações sua inscrição para prestar o serviço,
na-SP:
cuja documentação inclui manifestação de apoio da
4 - Portaria na 495, de 23 de agosto de 2000 - comunidade, numa demonstração de receptividade
Grêmio do Projeto Cultural e Criativo Alternativa, na da filosofia de criação desse braço da radiodifusão,
cidade de Capivari-SP: de maneira a incentivar o desenvolvimento e a sedi-
5 - Portaria na 496. de 23 de agosto de 3000 - mentação da cultura geral das localidades postulan-
Associação Beneficente e Cultural Comunitária Dió- tes.
genes Almeida Celestino, na cidade de São Miguel 3. Como se depreende da importância da inicia-
dos Campos-AL: tiva comandada por Vossa Excelência, essas ações
6 - Portaria n° 497, de 23 agosto de 2000 - permitem quê a~ entidades trabalhem em conjunto
Associação Divina Providência de Amparo Social e com a comunidade, auxiliando não só no processo
Cristão, na cidade de Brumado-BA; educacional, social e cultural mas, também, servem
7 - Portaria n° 498, de 23 de agosto de 2000- de elo à integração de informações benéficas em to-
Associação Comunitária Engenheiro Arcover- dos os segmentos, e a todos esses núcleos populaci-
de-ACENAVE, na cidade de Condado-PB: onais.
8 - Portaria na 499, de 23 de agosto de 2000 - 4. Sobre o caso em espécie, determinei análises
Associação Comunitária de Rádio Difusão Cidade técnica e jurídica da petição apresentada, constatan-
FM, na cidade de Fortaleza dos Nogueiras-MA: do a inexistência de óbice legal e normativo ao pleito,
Agosto de 2001 DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEI'UTAI)OS Sexta-feira 31 40969
o que se conclui da documentação de origem, con- direito de exclusividade, constantes das Portarias n°
substanciada nos autos do Processo Administrativo n° 492 a 505, de 23 de agosto de 2000.
53650.002603/98, que ora faço acompanhar, com a Atenciosamente, - Pedro Parente - Chefe da
finalidade de subsidiar os trabalhos finais. Casa Civil da Presidência da República.
5. Em conformidade com os preceitos constituci- COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA,
anais e legais, a outorga de autorização, objeto do COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA
presente processo, passará a produzir efeitos legais
somente após deliberação do Congresso Nacional, a I - Relatório
teor do § 3° do art. 223, da Constituição Federal.
De conformidade cm o art. 49, inciso XII, combi-
Respeitosamente, - Pimenta da Veiga, Ministro nado com o § 1° do art. 223, da Constituição Federal,
de Estado das Comunicações. o Excelentíssimo Senhor Presidente da República
PORTARIA N° 503 DE 23 DE AGOSTO DE 2000 submete à apreciação do Congresso Nacional, acom-
panhado de Exposição de Motivos do Senhor Ministro
O Ministro de Estado das Comunicações, no de estado das Comunicações, o ato que autoriza a
uso de suas atribuições, considerando o disposto nos Associação Comunitária de Base do Município de Ca-
artigos 10 e 19 do Decreto n° 2.615, de 3 de junho de riús a executar, pelo prazo de 03 (três) anos, sem dire-
1998, e tendo em vista o que consta do Processo ito de exclusividade, serviço de radiodifusão comuni-
Administrativo nO 53650.002603/98, resolve: tária, na cidade de Cárius, Estado do Ceará.
Art. 1° Autorizar a Associação Comunitária de Atendendo ao disposto no § 3° do art. 223 da
Base do Município de Cariús - ABC, com sede na
Constituição, a matéria foi enviada ao Poder Legislati-
Rua Augustinho de Paula Brito, s/n°, Bairro Centro, na
vo para a devida apreciação, uma vez que o ato so-
cidade de Cariús, Estado do Ceará, a executar servi-
mente produzirá efeitos após a deliberação do Con-
ço de radiodifusão comunitária, pelo prazo de três gresso Nacional.
anos sem direito de exclusividade.
Cumpre-nos, portanto, opinar sobre os aspec-
'Art. 2° Esta autorização reger-se-á pela Lei n°
tos técnicos e formais da matéria submetida ao exa-
9.612, de 19 de fevereiro de 1998, leis subseqüentes
me desta Comissão, nos termos do inciso 11, alínea"
seus regulamentos e normas complementares.
h" , do art. 32 do Regimento Interno.
Art. 3° A entidade fica autorizada a operar com o
sistema irradiante localizado nas coordenadas geo- 11 - Voto do Relator
gráficas com latitude em 06°32'27s e longitude em
A autorização do Poder Público para execução
39°30'04"W, utilizando a freqüência de 104,9 MHz.
de serviço de radiodifusão comunitária é regulada
Art. 4° Este ato somente produzirá efeitos legais pela Lei n° 9.612, de 19 de fevereiro de 1998. No pro-
após deliberação do Congresso Nacional, nos termos
cesso em questão, a Associação Comunitária de
do § 3° do art. 223 da Constituição, devendo a entidade Base do Município de Cárius atendeu aos requisitos
iniciar a execução do serviço no prazo de seis meses a
da Legislação específica e foi autorizada para execu-
contar da data de publicação do ato de deliberação.
ção do serviço de radiodifusão comunitária na locali-
Art. 5° Esta Portaria entra em vigor na data de dade de Cariús, estado do Ceará.
sua publicação. - Pimenta da Veiga
A análise deste processo deve basear-se no Ato
Aviso n° 2.025 - C. Civil Normativo n° 01 de 1999, desta Comissão. Verifica a
documentação, constatamos que foram atendidos to-
Em 13 de novembro de 2000
dos os critérios exigidos por este diploma regulamen-
A Sua Excelência o Senhor tar.
Deputado Ubiratan Aguiar, O ato de outorga obedece aos princípios de
Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados. constitucionalidade, especialmente no que se refere
Brasília-DF. aos artigos 220 a 223 da Constituição Federal, e aten-
Senhor Primeiro Secretário, de às formalidades legais, motivos pelos quais somos
Encaminho a essa Secretaria Mensagem do pela homologação do ato do Poder Executivo, na for-
Excelentíssimo Senhor Presidente da República na ma do Projeto de Decreto Legislativo que ora apre-
qual submete à apreciação do Congresso Nacional sentamos.
os atos que autorizam a execução de serviços de ra- Sala da Comissão, 7 de junho de 2001. - Depu-
diodifusão comunitária, pelo prazo de três anos, sem tado Jorge Pinheiro - Relator
4097() Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agoslu de 2()UI
Assinaturas Confirmadas
1 ALBERTO FRAGA PMDB DF
2 ARNALDO MADEIRA PSDB SP
3 AUGUSTO FARIAS PPB AL
4 AUGUSTO FRANCO PSDB SE
5 BISPO WANDERVAL PL SP
6 CELelTA PINHEIRO PFL MT
7 CESAR BANDEIRA PFL MA
8 CHICO DA PRINCESA PSOB PR
9 CORIOLANO SALES PMDB BA
10 DARClslO PERONDI PMDB RS
11 DUILlO PISANESCHI PTB SP
12 EURICO MIRANDA PPB RJ
13 FÉLIX MENDONÇA PTB BA
14 GERSON PERES PPB PA
15 GILBERTO KASSAB PFl SP
16 HERCULANO ANGHINETTI PPB MG
17 II:DIO ROSA S.PART. RJ
18 IRIS SIMÕES PTS PR
19 JOSÉ EGYDIO PL RJ
20 JOVAIR ARANTES PSD8 GO
21 KÁTIA ABREU PFL TO
22 LAIRE ROSADO PMDB RN
23 L1DIA QUINAN PSDB GO
24 LÚCIA VÂNIA PSDB GO
25 LUCIANO CASTRO PFL RR
26 LUIZ ANTONIO FLEURY PTB SP
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 31 40991
PROJETO DE LEI
N~ 4.853-B, DE 1994
(Do Sr. Paulo Paim)
. ~~.
SUMÁRIO
I - Projeto Inicial
Art. 3 0
Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
JUSTIFICAÇÃO
ol.:orrido. Pode ate dar-~~ (.) caso d~ lJlI~ (} l.:untrihuilllC tiquc iscnto. dependendu de seu:
rendimento tributa\"t~1 e do mOlllante do <ll.:rescimo
o Presidente da República,
Paço saber que o ConKresso Nacional decreta e eu' sanciono a selUinte Lei;
AIt. 1," Os rendimentos e lanhos de capital percebidos a partir de 1." ~
juur1ro de 1989, por pessoas t1s1cas residentes ou domiciliadas no Brasil. seria·
tributados pelo Imposto sobre a Renda na forma da .legislação vigente, com as
modificações introduzid.as por esta Lei.
Art, 2." O Imposto sobre a Renda das pessoas ffstcas será de'lido, mensal-
mente, à medida em que os rendimentos e ganhos de capital torer_"1 percebidos.
Art. 3." O imposto incidirá sobre o rendimento bruto, sem q\;alquer dedu·
çio, ressalvado o disposto nos anigos 9." a 14 desta Lei.
§ 1." Constituem rendimento bruto todo o produto do capital. do trabalho
ou da combinac;io de ambos, os alimentos e pensões percebidos em clinbe1ro, e
ainda os ~oventos de qualquer •.atureza., assim também entendidos os acrésci·
mos paU1moniais não correspondentes aos rendimentos declarados.
§ 2: Interrará o rendimento bruto, como ganho de capital. o resultado da
soma doa lanhos auferidos no mês, decorrentes de alienação de bens ou direitos
de qualquer natureza, considerando-se como ganho a diferença positiva entre o
valor de transmjssão do bem ou direito e o respectivo custo de aCl\ÚSic;lo corri-
lido molUltariamente, observado o disposto DOS artiloa 15 a 22 desta Lei.
S 3: Na apuração do pnho de capital serão consideradas as operações qWl
Importem a11enaçio, a qualquer titulo, de bens ou direitos ou cessio ou prome.
sa de ceaaão de direitos à sua aGuis1çio, tais como as realizadas por compra e
venda. permuta, adjudicação, desapropriação, dação em paramento, doação, pro-
Agoslo de 200! DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Scxla-tcira 31 40995
cunu;io em causa própria, promessa de compra e venda, cessão de direitos ou
promesaa de ce!Sáo de direitos e contratos afins.
§ 4: A tributação independe da denominação dos rendimentos, títulos ou di-
reitos. da locaUzação, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da orilem dos
bens produtores da renda, e da forma de percepção das rendas ou proventos.
baataado, para a ínCidêneía do imposto. o beneficio do contribuinte por qualquer
forma e a qualquer titulo.
§ 5.' Ficam revcgaC.os todos os dispositivos legais concessivos de isenção oU
exc.lwsAo. dá base de -eáJcuJo do Imposto sobre a Renda das Pessoas t1.sicas. de
rendimentos e proventos de qualquer natureza, bem col!\o os que autonzam redu·
çAo do imposto por investimento ele interesse econOmipo pu social.
Senhor Presidente,
Cordiais Saudações,
/ ) ;(2(2&---1
Deputa~UIZCARLOS HAULY·
Presidente
JUSTIFICAÇÃO
~
.\~
;VkARA
O pUlado Federal
Agosto de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Scxta-Ieira 31 40999
\\11••. J+"'\Mi;~.'; ,
Maria Linda IhAea
I Secretária
tir de 20/03 /95 , por cinco sessões. Esgotado o prazo, nao foram
secretária
I - RELATÓRIO
Depu.~~
~~tQr
Deputado GE
Pr
. Z?Wt-' he..-l-
SERGIO SAMPAIO CONTREIRAS DE ALMEIDA
I • RELATÓRIO
11 - VOTO DO RELATOR
'~rl. 145 .
§ 10 Sempre que possível, os impostos te~o caráter
pessoal e serão graduados segundo 8 capacidade
econõmica do contribuinte ( ...)
"" .n
Se a percepção cumulativa de ganhos enseja a cobrança
do Imposto de Renda, que não incidiria se eles fossem recebidos nos exercícios
devidos. duplamente deve sentir-se injustiçado o contribuinte: por receber seus
~ .
ganhos com atraso e por recebê-los com o desconto do imposto que não "sena
devido.
EMENDA SUPRESSIVA N° 1
EMENDA SUPRESSIVA N° 2
Deputado OSMAR-SERRAGLlO
Relator
. EMENDA SUPRESSIVA N° 1
,
''-- \.. \..-- ~- -
Deputado OSMAR SERRAGLlO
Relator
.~~_'J'-
/Deputado INALDü LEIT Ãü
Presidente
N° 1- CCJR
I
/\ .
'"'-' '-.,....,.,'-.
Deputado INALDO LEITÃO
Presidente
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Scxta-lcira31 41011
ENlliNDASADOTADAS-CC~
~2-CCJR
. ~,..........
'
.
-
........
-"/'
ENrnNDASAOOTADAS-CCJR
N° 1 - CCJR
G~
I Deputado INALDO LEITÃO
i Presidente
41012 S<:xla-l'eira31 DIÁRIO \)1\ CÂMI\RI\ DOS lJEI'UTI\DOS Agpslo de 2()()[
ENlliNDASADOTADAS-CCJ~
.
~~-.
Deputado fNALDO LEIT Ãü
Presidente
Requer, na forma do art. 58, § 3° ele o art. 132, § 2°, do Regimento Interno, que o Projeto
de Lei nO 2.564-C, de 1992, do Senado Federal, com pareceres favoráveis das Comissões
de Mérito, seja apreciado pelo Plenário.
Nome Parlamentar
Agosto d~ 20D I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS S~xta-Icira 31 41013
Tipo da Proposição: REC
Autor da Proposição: RICARDO BARROS E OUTROS
Data de Apresentação: 21/08/01
Ementa: Requer, nos tennos do art. 58, § 3°, combinado com o art. 132, §
2° do Regimento Interno, que seja submetido ao Plenário o
Projeto de Lei nO 2546/92, do Senado Federal.
Possui Assinaturas Suficientes: SIM
~~-
Assinaturas Confirmadas
1 ABELARDO LUPION PFL PR
2 ADAUTO PEREIRA PFL PB
3 ANDRÉ BENASSI PSDB SP
4 ANIVALDO VALE PSDB PA
5 ARISTON ANDRADE PFL BA
6 ARNALDO FARIA DE sA PPB SP
7 ARNON BEZERRA PSDB CE
8 BASiLIO VILLANI PSDB PR
9 CELCITA PINHEIRO PFL MT
10 CESAR BANDEIRA PFL MA
11 EDISON ANDRINO PMDB SC
12 EDMAR MOREIRA PPB MG
13 EXPEDITO JÚNIOR PSDB RO
14 FERNANDO DINIZ PMDB MG
15 HAROLDO BEZERRA PSDB PA
16 IBERÊ FERREIRA PTB RN
17 IRIS SIMÕES PTB PR
18 JOÃO ALMEIDA PSOB BA
19 JOÃO CALDAS PL AL
20 JOAo LEÃO PPB BA
21 JOSÉ CARLOS FONSECA JR. PFL ES
22 JOSÉ INDIO PMDB SP
23 JOSÉ LOURENÇO PMDB BA
24 JOSÉ MÚCIO MONTEIRO PFL PE
25 JOVAIR ARANTES PSDB GO
411114 Sexta-Ieira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 2110 I
26 KÁTIAABREU PFL TO
27 LAEL VARELLA PFL MG
28 LAURA CARNEIRO PFL RJ
29 LAVOISIER MAIA PFL RN
30 LlDIA QUINAN PSDB GO
31 L1NCOLN PORTELA PSL MG
32 LUCIANO CASTRO PFL RR
33 LUCIANO PIZZATIO PFL PR
34 LUIZ ANTONIO FLEURY PTS SP
35 LUIZ CARLOS HAULY PSDB PR
36 MARCia FORTES PSOB RJ
37 MÁRIO ASSAD JÚNIOR PFL MG
38 MÁRIO NEGROMONTE PSOB BA
39 NELO RODOLFO PMDB SP
40 NELSON MARCHEZAN PSDB RS
41 NELSON MARQUEZELLI PTS SP
42 NEUTON LIMA PFL SP
43 NILO COELHO PSDB BA
44 ODELMO LEÃO PPB MG
45 OSMAR TERRA PMDB RS
46 OSÓRIO ADRIANO PFL DF
47 OSVAlDO BIOLCHI PMDB RS
48 PAUDERNEY AVELlNO PFL AM
49 PEDRO CHAVES PMDB GO
50 PEDRO CORRÊA PPB PE
51 PHILEMON RODRIGUES PL MG
52 RAFAEL GUERRA PSDB MG
53 RICARDO BARROS PP8 PR
54 ROBERTO BALESTRA PPB GO
55 ROLAND LAVIGNE PMDB BA
56 ROMEL ANIZIO PPB MG
57 RUBEM MEDINA PFL RJ
58 SALVADOR ZIMBALDI PSDB SP
59 SAULO PEDROSA PSDB BA
60 SILAS BRASILEIRO PMDB MG
61 SILVIO TORRES PSDB SP
62 URSICINO QUEIROZ PFL BA
63 VILMAR ROCHA PFL GO
64 VITTORIO MEDIOU PSDB MG
65 WAGNER ROSSI PMDB SP
66 WERNER WANDERER PFL PR
67 XICO GRAZIANO PSDB SP
68 ZENALDO COUTINHO PSDB PA
69 ZULAIÊ COBRA PSDB SP
Assinaturas Repetidas
1 NELSON MARQUEZELLI PTB SP
2 ROMEL ANIZIO PPB MG
Agosto de 200! DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-tCira 31 41015
Ofício nO 140/ 2001 132, § 2° do Regimento interno, que sea submetido
ao Plenário o Projeto de Lei n° 2546192, do Senado
Brasilia, 23 de agosto de 2001
Federal" contém número suficiente de signatários,
A Sua Senhoria o Senhor constando a referida proposição de:
Dr. Mozart Vianna de Paiva
69 assinaturas confirmadas;
Secretário-Geral da Mesa
Nesta 2 assinaturas não confirmadas;
2 assinaturas repetidas;
Senhor Secretário-Geral:
Comunico a Vossa Senhoria que o Recurso do Sr. 1 assinatura ilegível
Deputado Ricardo Barros e Outros, que "Re- Atenciosamente, - Cláudia Neves C. de Sou-
quer, nos termos do art 58, § 30, combinado com o art. za, Chefe
PROJETO DE LEI
N~ 2.546-C, DE 1992
(Do Senado Federal)
PLS N2 225/9 t
Altera a redação do parágrafo 2g do art. 551 da Lei n!l 7.797, de 10 de julho de 1989, que cria o
Fundo Nacional de Meio Ambiente B dá outras providências; tendo pareceres: da Comissão
de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias, pela aprovação (relatora: DEP.
RAQUEL CAPIBERIBE); da Comissão de Finanças e Tributação, pela adequação financeira e
orçamentária e, no mérito, pela aprovação (relator: DEP. SAULO QUEIROZ); e da Comissão
de Constituição e Justiça e de Redação, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica
legislativa, com emendas (relator: DEP. ROLAND LAVIGNE).
SUMÁRIO
I . Projeto fnicial
SlNOPSZ
~ CoDgresso Nacional decreta:
... ""l!Vt. i.o O I 2.° do art. 5.° da Lei 0.0 7.797, de
PROJETO DE LEI DO SENADO N.o 225, DE 1991
10 de julho de 1989, pasaa a vigora.r com a seguinte Altera a redaçio • A 1.0 do arL 5.0 da
redação: Lei 0.0 '7.'79'7, de 10 de Julho de 1181, que cria
"Art. 5.° . o FuDdo Naeioaal de Meto AmJ»1cote, o dá
outras proYiclâldu.
Apresentado pelo senador MArelo Lacerda
................................. " - ..
I 2.° Seml'lpreJuizIo das açõea em Amblto lldo. no expecUente da Besd.o de li-8-91, e pu;-
nac1ooal, será dada prioridade a.oa projetos que bUcado no DCN (Seçio n>, de 20-8-91. Despacbado
tenham sua área de atuação Da AmamnJa Le- à. CoID1ssão da.. Assuntos Boda1a - CAS (dedsão
gal elou no Pantanal Ma.to~nae.· .te~t1.ya>. onde. poderá receber emendaa, apóe
pubUcação e distribuiçáo em avulsos pelo prazo de
Art. 2.° Esta lei entra em vigor na d&ta ele sua cinco dias úteis.
publicação.
Em 12-12-91, a CAS aprova o parecer do rela.-
tor favorável ao projeto.
. />(~ i .
Irr!~ I
Auremlton Araruna de Ahileida
S~rerário . / - - - \
P/J,eéC?e:-.e. 011
COMISSÃO DE DEFESA 00 CONSUMIDOR, MEIO AMBIENTE E MJNORIAS
I - Relat:.6r1.o
t O relat6rio.
II - Vo~o do R.l.~or
Depu~a ~ribe
2ll.- PARECER DA COMISSÃO
Depulad me
Pr . cot
"(lIl/t
ho
~
~
Del'll
Relatora
plbe ·be
41020 Sexta-feira:ll DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Agoslo de 2001
COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO
~~;,..J..A. ~...:v...:çJ"O'~,
J..A)j M .....
PARECER DA
I - R.EU.TÓRIO
1· Unidades de Conservação:
V - DesenvolVimento lnsmuclOna!:
VJ - Controle ambientai:
D - VOTO DO RIUTOR
: QU:P
Relator
41022 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agos«) de 200 I
111 - PARECER DA COMISSÃO
Presldente
. ~~
SERGIO SAMPAIO CO rT"'n-L,-r-L.~LL~S DE ALMEIDA
Secretário
SÉRGIO SAt~&:~RAS
Secretário
DE ALMEIDA
41024 Sex.ta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 200 I
I ~ RELATÓRIO.
É o relatório.
11 • VOTO DO RELATOR
de 2000.
Deputado RO N \. VIG~E
Relator
41026 Sexta-feira 31 DI1\1< 1<) DA CÂMARA DOS DEPl JTADOS Agusto de 20()\
\'-1~
• : I
In - PARECER DA COMISSÃO
E~NDASADOTADAS-CC*
E~NDASADOTADAS-CC~
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~
'---..._"--- .~
\
Assinaturas Confirmadas
1 ANIBAl GOMES PMDB CE
2 ANTONIO JOAQUIM ARAÚJO PPB MA
3 ARMANDO ABíLlO PSDB PB
4 BABÁ PT PA
5 BONIFÁCIO DE ANDRADA PSDB MG
6 CABO JÚLIO S.PART. MG
7 CANDINHO MATTOS PSDB RJ
8 CARLOS BATATA PSDB PE
9 CARLOS DUNGA PTB PB
10 CARLOS SANTANA PT RJ
11 CHICO DA PRINCESA PSD8 PR
12 CLOVIS VOLPt PSD8 SP
13 COSTA FERREIRA PFL MA
14 DR. BENEDITO DIAS PP8 AP
15 DUILlO PISANESCHI PTB SP
16 EBER SILVA PL RJ
17 EDIR OLIVEIRA PTa RS
18 EDUARDO BARBOSA PSD8 MG
19 ELlSEU MOURA PPB MA
20 ENIVALDO RIBEIRO PPB PB
21 EURípEDES MIRANDA PDT RO
22 EXPEDITO JÚNIOR PSDB RO
23 EZIDIO PINHEIRO PSB RS
24 FERNANDO DINIZ PMDB MG
25 GLYCON TERRA PINTO PMDB MG
26 IGOR AVELlNO PMDB TO
27 ITAMAR SERPA PSDB RJ
41 032 S~xla-Icira 3I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto d~ 200]
CAPíTULO V
Da Comunicação Social
Art. 220. A manifestação do pensamento, a cria-
lEI N° 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 n
ção, a expressão e a informação, sob qualquer forma, Dispõe sobre o Estatuto da Criança
processo ou veículo não sofrendo qualquer restrição, e do Adolescente e dá outras providênci-
observado o disposto nesta Constituição. as.
§ 1° Nenhuma lei conterá dispositivo que possa
constituir embaraço à plena liberdade de informação
jornalística em qualquer veículo de comunicação so- LIVRO 11
cial, observado o disposto no art .. 5°, IV, V, X, XIII e Parte Especial
XlV.
§ 2° É vedada toda e qualquer censura de natu-
reza política, ideológica e artística. TíTULO VII
§ 3° Compete à lei federal: Dos Crimes e das Infrações Administrativas
I - regular as diversões e espetáculos públicos,
cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza
deles, as faixas etária a que não se recomendem, lo- CAPíTULO 11
cais e horários a que sua apresentação se mostre ina- Das Infrações Administrativas
dequada;
11- estabelecer os meios legais que garantam à Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou
pessoa e à família a possibilidade de se defenderem espetáculo público de afixar, em lugar visível e de fácil
de programas ou programações de rádio e televisão acesso, à entrada do local de exibição, informação
que contrariem o disposto no art. 221, bem como da destacada sobre a natureza da diversão ou espetácu-
Agosto de 200 I DIÁR 10 DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 31 41043
lo e a faixa etária especificada no certificado de clas- COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
sificação: COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA
Pena - multa de três a vinte salários de referên-
cia, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou qua- I - Relatório
isquer representações ou espetáculos, sem indicar os O Projeto de Lei n° 298, de 1995, que "dispõe
limitem de idade a que não se recomendem: sobre a classificação indicativa de diversões e espe-
Pena - multa de três a vinte salários de referên- táculos públicos, programas de rádio e televisão e fil-
cia. duplicada em caso de reincidência, aplicável, se- mes oferecidos para venda ou locação, e dá outras
paradamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de providências", de autoria do nobre Deputado Paulo
divulgação ou publicidade. Gouvêa, objetiva regulamentar o § 3° do art. 220 da
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televi- Constituição Federal, que dispõe sabre o assunto.
são, espetáculo em horário diverso do autorizado ou Preocupe-se o ilustre colega com os abusos na pro-
sem aviso de sua classificação: gramação das emissoras de rádio e televisão, bem
como nos filmes e espetáculos públicos, em termos
Pena - multa de vinte a cem salários de referên- da veiculação de conteúdo inapropriado ao público
cia; duplicada em caso de reincidência a autoridade
que os consome. "Destinados a proporcionar entrete-
judiciária poderá determinar a suspensão da progra- nimento sadio, promover a cultura e se tornarem ins-
mação da emissora por até dois dias. trumentos auxiliares do processo educacional, esses
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou importantes segmentos podem exercer papel distor-
congênere classificado pelo órgão competente como cido, estabelecendo influências negativas, sobretudo
inadequado às crianças ou adolescentes admitidos à juventude, pelos maus exemplos que exibem", des-
ao espetáculo: taca o nobre autor.
Pena - multa de vinte a cem salários de referên- A proposta foi encaminhada a esta Comissão
cia; na reincidência, a autoridade poderá determinar a para exame, nos termos do art. 32, inciso li, do Regi-
suspensão do espetáculo ou o fechamento do esta- mento Interno desta Casa. Transcorrido o prazo regi-
belecimento por até quinze dias. mental de cinco sessões, não foram apresentadas
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adoles- emendas à mesma.
cente fita de programação em vídeo, em desacordo À proposição principal foram apensadas as se-
com a classificação atribuída pelo órgão competente: guintes iniciativas
Pena - multa de três a vinte salários de referên- a) Projeto de Lei n° 752, de 1995, apresentado
cia; em caso de reincidência, a autaridade judiciária pelo ilustre Deputado Ivo Mainardi, que "regulamenta
poderá determinar o fechamento da estabelecimento o inciso I, § 3° do artigo 220, da Constituição Federal".
por até quinze dias. Preocupa-se autor com os abusos na programação
da mídia sua influência sobre os espectadores, em
especial crianças e adolescentes
b)Projeto de Lei n° 1.053, de 1995, de autoria do
COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA nobre Deputado Hilário Coimbra, que "define critérios
COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA TERMO DE para a programação das emissoras de radiodifusão
RECEBIMENTO DE EMENDAS sonora e de sons e imagens". A proposta informa em
PROJETO DE LEI N° 298/95 lei as disposições constantes do Capítulo II do Código
de Ética da Radiodifusão Brasileira, editado pela
Nos termos do art. 119, caput, I do Regimento ABERT - Associação Brasileira de Emissoras de Rá-
Interno da Câmara dos Deputados, o Sr. Presidente dio e Televisão.
determinou a abertura - e divulgação na Ordem do c) Projeto de Lei n° 1.347, de 1995, proposto
Dia das Comissões - de prazo para apresentação de pelo ilustre Deputado João Pizzolatti, que "dispõe so-
emendas, a partir de 2-5-95, por cinco sessões, es- bre a defesa da pessoa e da família em relação à pro-
gotado o prazo, não foram recebidas emendas ao gramação de rádio e televisão que contrarie valores
projeto. éticas e social". Com a iniciativa, espera o nobre autor
Sala da Comissão, 11 de maio de 1995 - Maria regulamentar os dispositivos do art. 220, § 3°, inciso
Ivone do Espírito Santo, Secretária. 11, da Constituição Federal.
41044 SexHI-!cira 3 I DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Agoslll de 2001
" - Voto do Relator so, com a apresentação de conteúdos inadequados
aos horários de sua transmissão".
o Projeto de Lei n° 298, de 1995, foi apresenta- O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n°
do pelo ilustre Deputado Paulo Gouvea com o intuito
de regulamentar o § 3° do art. 220 da Constituição Fe- 8.069, de 13 de julho de 1990) já estabeleceu alguns
deral, que determina: critérios para a classificação indicativa de diversões e
espetáculos públicos ao determinar, em seus arts. 74
"Art. 220 A manifestação do pensa- a 77 que:
mento, a criação, a expressão e a informa-
"Art. 74. O Poder Público, através do
ção, sob qualquer forma, processo ou veícu-
órgão competente, regulará as diversões e
lo não sofrerão qualquer restrição, observa-
espetáculos publicos, informando sobre a
do o disposto nesta Constituição.
natureza deles, as faixas etárias a que não
§ 3° Compete à lei federal: se recomendem, locais e horários em que
I - regular as diversões e espetáculos sua apresentação se mostre inadequada.
públicos, cabendo ao Poder Público infor- Parágrafo único. Os responsáveis pe-
mar sobre a natureza deles, as faixas etári- las diversões e espetáculos públicos deve-
as a que não se recomendem, locais e horá- rão afixar, em lugar visível e de fácil acesso,
rios em que sua apresentação se mostre à entrada do local de exibição, informação
inadequada. destacada sobre a natureza do espetáculo e
11 - estabelecer os meios legais que a faixa etária especificada no certificado de
garantam à pessoa e à família a possibilida- classificação.
de de se defenderem de programas ou pro- Art. 75. Toda criança ou adolescente
gramações de rádio e televisão que contrari- terá acesso às diversões e espetáculos pú-
em o disposto no art. 221, bem como da blicos classificados como adequados à sua
propaganda de produtos, práticas e serviços faixa etária.
que possam ser nocivos à saúde e ao meio Parágrafo único. As crianças menores
ambiente." de dez anos somente poderia ingressar e
É clara, portanto, a responsabilidade do Poder permanecer nos locais de apresentação ou
público na classificação de diversões e espetáculos, exibição quando acompanhadas dos pais ou
de caráter informativo. No caso particular da progra- responsável.
mação de rádio e televisão, deverá ser assegurado Art. 76. As emissoras de rádio e televi-
mecanismo para a proteção da pessoa e da família, são somente exibiria, no horário recomen-
atendendo-se aos princípios estabelecidos no art. dado para o público infanto-juvenil, progra-
221 da Carta, que diz: mas com finalidades educativas. artísticas,
culturais e informativas.
"Art. 221. A produção e a programação
Parágrafo único. Nenhum espetáculo
das emissoras de rádio e televisão atende-
será apresentado ou anunciado sem aviso
rão aos seguintes princípios:
de sua classificação, antes de sua transmis-
I - preferência a finalidades educati-
são, apresentação ou exibição.
vas, artísticas, culturais e informativas.
Art. 77. Os proprietários, diretores, ge-
11 - promoção da cultura nacional e re- rentes e funcionários de empresas que explo-
gional e estímulo à produção independente rem a venda ou aluguel de fitas de programa-
que objetive sua divulgação, ção em vídeo cuidarão para que não haja
111 - regionalização da produção cultu- venda ou locação em desacordo com a clas-
ral artística e jornalística, conforme percen- sificação itribuída pelo órgão competente.
tuais estabelecidos em lei; Parágrafo único. As fitas a que alude
IV - respeito aos valores éticos e sociais este artigo deverão exibiu, no invólucro, in-
da pessoa e da família". formação sobre a natureza da obra e a faixa
Como bem destaca o autor da proposição prin- etária a que se destinam."
cipal, Deputado Paulo Gouvêa, "a realidade em nosso Também definiu, nos arts. 252 a 256,
País, todavia, demonstra claramente a inobservância as penalidades cabíveis nos casos de infra-
do texto constitucional, pois em grande parte dos pro- ções administrativas relacionadas ao assun-
gramas exibidos verificam-se casos de flagrante abu- to em exame
Agosto de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-Ieira 31 41045
"Art. 252. Deixar o responsável por di- Questionado acerca da validade da iniciativa,
versão ou espetáculo público de afixar, em através da Ação de Inconstitucionalidade n0392 - DF,
lugar visível e de fácil acesso, a entrada do requerida pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), o
local de exibição, informação destacada so- Supremo Tribunal Federal pronunciou-se nó sentido
bre a natureza da diversão ou espetáculo e de não conhecer a ação, expressando o relator, em
a faixa etária especificada no certificado de seu voto:
classificação:
"Em fase preliminar, entendo incabível
Pena - multa de três a vinte salários
a presente demanda direta de inconstitucio-
de referência, aplicando-se o dobro em caso nalidade. É que está dirigida contra mera
de reincidência.
portaria do excelentíssimo Senhor Ministro
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou qua- de Estado da Justiça que regulamentou di-
isquer representações ou espetáculos, sem indicar os ploma legal do Congresso Nacional. A natu-
limites de idade a que não se recomendem: reza do ato normativo atacado decorre não
Pena - multa de três a vinte salários só do teor respectivo, como também é reve-
de referência, duplicada em caso de reinci- lada pela própria Lei n° 8.069, de 13 de ju-
dência, aplicável, separadamente, à casa de lho de 1990, no que previu, mediante o pre-
espetáculo e aos órgãos de divulgação ou ceito do artigo 74, que o Poder Público "re-
publicidade. gulará as diversões e espetáculos públicos,
Art. 254. Transmitir, através de rádio informando sobre a natureza delas, as fai-
ou televisão, espetáculo em horário diverso xas etárias a que não se recomendem, loca-
do autorizado ou sem aviso de sua classifi- is e horários em que sua apresentação se
cação: mostre inadequada".
Pena - multa de vinte a cem salários
Trata-se, em suma, de matéria que, reconheci-
de referência, duplicada em caso de reinci-
damente, é tratada no Estatuto da Criança e do Ado-
dência, a autoridade judiciária poderá deter-
lescente.
minar a suspensão da programação da
emissora por até dois dias. Consideramos, ainda assim, que a iniciativa do
Art. 255. Exibir filmes trailer, peça, amostra ou nobre colega Paulo Gouvêa é oportuna, pois permite
congênere classificado pelo órgão competente como aperfeiçoar os critérios estabelecidos no Estatuto. É
inadequado às crianças ou adolescentes admitidos nosso parecer, portanto, que a matéria deva ser apro-
ao espetáculo: vada.
No intuito de aperfeiçoar a proposta, insulinas
Pena - multa de vinte a cem salários
algumas modificações, na forma do substitutivo que
de referência; na reincidência, a autoridade
oferecemos. Em especial nos preocupamos em pre-
poderá determinar a suspensão do espetá-
servar as disposições do Estatuto da Criança e do
culo ou o fechamento do estabelecimento
Adolescente no que se refere ao procedimento classi-
por até quinze dias.
ficatório, às obrigações do exibidor, distribuidor ou
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adoles- produtor do espetáculo ou diversão pública e ás pe-
cente fita de programação em vídeo, em desacordo nalidades para a veiculação ou apresentação de
com a classificação atribuída pelo órgão competente: evento ou material em desacordo com a sua classifi-
Pena - multa de três a vinte salários cação.
de referência; em caso de reincidência, a À proposta principal foram apensados os se-
autoridade judiciária poderá determinar o fe- guintes projetos:
chamento do estabelecimento por até quin- a) Projeto de Lei nO 752, de 1995, de autoria do
ze dias." nobre Deputado Ivo Mainardi, que "regulamenta o in-
Fundamentado nesse diploma legal, o ciso I, § 3°, do artigo 220, da Constituição Federal".
Ministério da Justiça emitiu a Portaria n° Trata-se de iniciativa voltada, conforme justifica o au-
773, de 19 de outubro de 1990, que regula- tor. a atender às "reclamações, de pais, educadores e
menta a classificação de diversões e espe- psicólogos contra os programas exibidos pelas emis-
táculos públicos, o respectivo horário de vei- soras: a liberdade de expressão e informação não
culação quando destinados a rádio ou tele- pode se sobrepor à defesa dos valores éticos, religio-
visão e os critérios básicos de classificação. sos e morais da família e da sociedade". Concorda-
41046 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Aglls\u de 2001
mos com a iniciativa do ilustre parlamentar, cujas dis- quados para menores de 12 (doze), 14 (quatorze) ou
posições encontram-se contempladas no substitutivo 18 (dezoito) anos.
que ora apresentamos. § 1° Os programas de rádio e televisão só pode-
b) Projeto de Lei n° 1.053, de 1995, de autoria rão ser exibidos nas seguintes faixas de horário
do nobre Deputado Hilário Coimbra, que "define crité- I - entre as 20 (vinte) horas e as 4 (quatro) ho-
rios para a programação das emissoras de radiodifu- ras, os classificados como inadequados para meno-
são sonora e de sons e imagens". A proposta transfor- res de 12 (doze) anos;
ma em lei as disposições constantes do Capítulo 11 do 11- entre as 22 (vinte e duas) horas e as 4 (qua-
Código de Ética da Radiodifusão Brasileira, editado tro) horas, os classificados como inadequados para
pela ABERT - Associação Brasileira de Emissoras de menores de 14 (quatorze) anos:
Rádio e Televisão. Estabelece, assim, urna classifica- 111_ entre as 23 (vinte e três) horas e as 4 (qua-
ção dos horários de exibição de filmes e programas tro) horas, os classificados corno inadequados para
na televisão, em função do conteúdo veiculado. So- menores de 18 (dezoito) anos.
mos, pois, favoráveis à aprovação da proposição, nos
termos do substitutivo que apresentamos. § 2" As emissoras de rádio e televisão não pode-
rão divulgar ou fazer chamadas de programas fora
c) Projeto de Lei n° 1.347, de 1995, proposto dos horários estabelecidos para cada faixa etária.
pelo ilustre Deputado João Pizzolatti, que "dispõe so-
bre a defesa da pessoa e da família em relação à pro- Art. 3" Na definição da classificação disposta no
artigo anterior, deverão ser observados, entre outros,
gramação de rádio e televisão que contrarie valores
os seguintes critérios:
éticos e sociais". Com a iniciativa, espera o nobre au-
tor regulamentar os dispositivos do art. 220, § 3", inci- a) a obra ou o programa terá seu conteúdo avali-
so 11, da Constituição Federal. Reconhecemos o méri- ado integralmente, não cabendo a efetivação de cor-
to da proposição e somos pela sua aprovação, na for- tes ou modificações;
ma do substitutivo que apresentamos. b) predominância de caráter educativo ou cultu-
Aprovamos, em suma, a proposição principal, ral da obra ou programa, para sua classificação ade-
Projeto de Lei n° 298, de 1995, e as propostas apen- quada a todas as faixas etárias;
sadas, Projetos de Lei n° 752, de 1995, n° 1.053. de c) inadequação para menores de 18 (dezoito)
1995 e art. 1.347, de 1995, na forma do substitutivo anos, de obras ou espetáculos que se caracterizem
que oferecemos. pelo incitamento à violência e ao crime e pelo desres-
Sala da Comissão, de de 1995 _ Deputado peito aos valores éticos e sociais da pessoa e da fa-
mília.
João Iensen, Relator.
Art. 4° A natureza da obra ou espetáculo, a clas-
1° SUBSTITUTIVO OFERECIDO PELO RELATOR sificação e, quando couber, a faixa etária a que não se
recomenda, deverão ser apresentadas, de forma des-
Dispõe sobre a classificação indica- tacada:
tiva de diversões e espetáculos públicos,
I - antes do início e durante os intervalos de
programas de rádio e televisão e filmes
apresentação, quando se tratar de programas de rá-
oferecidos para venda ou locação, e dá
dio e televisão;
outras providências.
11 - nos materiais de publicidade, em bilheteria,
Art. 1" Compete ao Poder Público emitir a classi- e locais de acesso, quando se tratar de espetáculos e
ficação indicativa das diversões e espetáculos públi- diversões públicas;
cos, dos programas de rádio e televisão e dos filmes 111 - no invólucro dos filmes ofarecidos para ven-
oferecidos para venda ou locação, prevista no art. da ou locação.
220, § 3°, da Constituição Federal, informando sobre Art. 5° Constitui inflação administrativa a divul-
a natureza deles, as faixas etárias a que não se reco- gação, comercialização ou apresentação de diver-
mendem, locais e horários em que sua apresentação sões e espetáculos públicos, programas de rádio e te-
se mostre inadequada. levisão e filmes para venda ou locação em condições
Art. 2° Ficam as diversões e espetáculos públi- que contrariem as disposições desta lei e da Lei n°
cos, os programas de rádio e televisão e os filmes ofe- 8.069, de 13 de julho de 1990, que "dispõe sobre o
recidos para venda ou locação classificados, para fins Estatuto da Criança e do Adolescente, e dá outras
de delimitação de faixa etária, como livres ou inade- providências" .
Agusto de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Scxta-Il:ira 31 41047
Parágrafo único. Aplicam-se, no caso da infra- Gouveia, objetiva regulamentar o § 3° do art. 220 da
ção, as penas previstas nos artigos 252 a 256 da Lei Constituição Federal, que dispõe sobre o assunto.
n° 8.069, de 13 de julho de 1990, que "dispõe sobre o Preocupa-se o ilustre colega com os abusos na pro-
Estatuto da Criança e do Adolescente, e dá outras gramação das emissoras de rádio e televisão, bem
providências" . como nos filmes e espetáculos públicos, em termos
Art 6° O Poder Executivo regulamentará esta lei da veiculação de conteúdo inapropriado ao público
n° prazo de 60 (sessenta) dias após a sua publicação. que os consome. "Destinados a proporcionar entrete-
Art. 7° Esta lei entra em vigor na data de sua pu- nimento sadio, promover a cultura e se tornarem ins-
blicação. trumentos auxiliares do processo educacional, esses
inportantes segmentos podem exercer papel distorci-
Art. 8° Revogam-se as disposições em contrário.
do, estabelecendo influências negativas, sobretudo
Sala da Comissão, de de 1999. - Deputado
junto à juventude, pelos mais exemplos que exibem,
João Iensen, Relator.
destaca o nobre autor.
COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA A proposta foi encaminhada a esta Comissão
COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA para exame, nos turnos do art. 3°, inciso 11, do Regi-
mento Interno desta Casa. Transcorrido o prazo regi-
TERMO DE RECEBIMENTO DE EMENDAS
mental de cinco sessões, não foram apresentadas
PROJETO DE LEI N° 295/95 emendas à mesma.
Nos termos do art. 119, caput, 11 do Regimento À proposição principal foram apensadas as se-
Interno da Câmara dos Deputados, o Sr. Presidente guintes iniciativas:
determinou a abertura - e divulgação na Ordem do a) Projeto de Lei n° 752, de 1995, apresentado
Dia das Comissões - de prazo para apresentação de pelo ilustre Deputado Ivo Mainardi, que "regulamenta
emendas, a partir de 25-9-95, por cinco sessões, es- o inciso I, § 3°, do artigo 220, da Constituição Federal.
gotado o prazo, não foram recebidas emendas ao Preocupa-se o autor com os abusos na programação
Substitutivo oferecido pelo Relator. da mídia e um influência sobre os espectadores, em
Sala da Comissão, 4 de outubro de 1995. - Ma- especial crianças e adolescentes.
ria Ivone do Espírito Santo, Secretária. b) Projeto de Lei n° 1.053, de 1995, de autoria
Paragráfo único. Aplicam-se, no caso de infla- do nobre Deputado Hilário Coimbra, que "define crité-
ção, as penas previstas nos artigos 252 a 256 da Lei rios para a programação das emissoras de radiodifu-
n° 3.069, de 13 de julho de 1990, que "dispõe sobre o são sonora e de sons e imagens". A proposta transfor-
Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras pro- ma em lei as disposições constantes do Capitulo 11 do
vidências" . Código de Ética da Radiodifusão Brasileira, editado
Art 6° O Poder Executivo regulamentam em lei pela ABERT - Associação Brasileira de Emissoras de
no prazo de 60 (sessenta) dias, apos a publicação. Rádio e Televisão.
Art. 7° Esta lei entra em vigor na data de sua pu- c) Projeto de Lei n° 1.347, de 1995, proposto
blicação. pelo ilustre Deputado João Pizzolatti que "dispõe so-
Art. 8° Revogam-se as disposições em contrá- bre a defesa da pessoa o da família em relação à pro-
rio. gramação de rádio e televisão que contrarie valores
Sala da Comissão, de de 199. - Deputado João éticas e sociais". Com a iniciativa, espera o nobre au-
Iensen, Relator. tor regulamentar os dispositivos do art. 220. § 3°, inci-
so 11, da Constituição Federal.
PARECER DA COMISSÃO DE CIÊNCIA E No parecer que submetemos a esta douta Co-
TECNOLOGIA. COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA missão, consideramos que a iniciativa do nobre cole-
PARECER REFORMULADO ga Paulo Gouvêa é oportuna, pois permite aperfeiço-
ar os critérios estabelecidos no Estatuto da Criança e
I - Relatório do Adolescente (Lei n° 3.069. de 13 de julho de 1990)
O Projeto de Lei n° 293, de 1995, que "dispõe em relação ao assunto. Fomos, pois, pela aprovação
sobre a classificação indicativa de diversões e espe- da matéria.
táculo públicos, programas de rádio e televisão e fil- No intuito de aperfeiçoar - proposta. inserimos
mes oferecidos para venda ou locação, e dá outras algumas modificações, na forma do substitutivo que
providências", de autoria do nobre Deputado Paulo oferecemos. Em especial. nos preocupamos em pre-
4104S Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agllsto de 2001
servar as disposições do Estatuto da Criança e do Art. 2° Ficam as diversões e espetáculos publi-
Adolescente no que se refere ao procedimento classi- cas. os programas de rádio e televisão e os filmes ofe-
ficatório, ás obrigações do exibidor. distribuidor ou recidos para venda ou locação classificados, para fins
produtor do espetáculo ou diversão pública e às pe- dc delimitação de faixa etária, como livres ou inade-
nalidades para a veiculação ou apresentação de quados para menores de 12 (doze), 14 (quatorze) ou
evento ou material em desacordo com a sua classifi- 18 (dezoito) anos.
cação. § 1° Os programas de rádio e televisão só pode-
Nosso parecer foi, portanto, favorável à aprova- rão ser exibidos nas seguintes faixas de horário:
ção da proposição principal. Projeto de Lei n° 298, de I - entre as 20 (vinte) horas e as 4 (quatro) ho-
1995, e das propostas apensadas. Projetos de Lei n° ras, os classificados como inadequados para meno-
752, de 1995, n° 1.053, de 1995 e n° 1.347, de 1995, res de 12 (doze) anos:
na forma do substitutivo que oferecemos.
11- entre as 22 (vinte e duas) horas e as 4 (qua-
Entretante, a fase de discussão da maioria nes- tro) os classificados como inadequados para meno-
ta Comissão foi bastante proveitosa tendo possibilita- res de 14 (quatorze) anos:
do o surgimento de novos elementos acerca do tema
111- entre as 23 (vinte e três) horas e as 4 (qua-
em exame. Destaca-se, entre estes, a manifestação
tro) horas, os classificados como inadequados para
escrita de voto do ilustre Deputado Wagner Rossi, fa-
menores de 18 (dezoito) anos.
vorável à aprovação da matéria com emenda aditiva
ao parágrafo 2° do artigo 2° do Substitutivo. § 2° As emissoras de rádio e televisão não pode-
rão, ao divulgar ou fazer chamadas de programas fora
É o relatório.
dos horários estabelecidos para cada faixa etária, uti-
11 - Voto do Relator lizar sons ou imagens dos programas ou filmes a se-
rem veiculados.
Considerando os novos elementos ora disponí-
veis, que justificam uma revisão do posicionamento Art. 3° Na definição da classificação disposta no
inicialmeme assumido, precedemos ao exame da ma- artigo anterior. deverão ser observados. entre outros,
téria e decidimos reformular nosso parecer anterior, os seguintes critérios:
acolhendo a sugestão do nobre Deputado Wagner a) a obra ou o programa terá seu conteúdo avali-
Rossi Para maior clareza, incorporamos ao substituti- ado integralmente. não cabendo a efetivação de cor-
vo, em nova redação, o texto aditado. tes ou modificações:
Somos, em suma, pela aprovação do Projeto de b) predominância de carater educativo ou cultu-
Lei n° 298, de 1995. e das propostas apensadas, Pro- ral da obra ou programa, para sua classificação ade-
jetos de Lei n° 752. de 1995, n° 1.053, de 1995 e n° quada a todas as faixas etárias:
1.347, de 1995, na forma do substitutivo que oferece- c) inadequação para menores de 18 (dezorto)
mos, com emenda ao artigo 2°, § 2°. anos, de obras ou espetáculos que se caracterizem
Sala da Comissão, 12 de junho de 1996. - De- pelo incitamento à violência e ao crime e pelo desres-
putado João Iensen, Relator. peito aos valores éticos e sociais da pessoa e da fa-
mília.
2° SUBSTITUTIVO OFERECIDO PELO RELATOR Art. 4° A natureza da obra ou espetáculo, a clas-
Dispõe sobre a classificação indica- sificação e, quando couber, a faixa etária a que não se
tiva de diversões e espetáculos públicos, recomenda, deverão ser apresentadas, de forma des-
programas de rádio e televisão e filmes tacada.
oferecidos para venda ou locação, e dá I - antes do início e durante os intervalos de
outras providências. apresentação, quando se tratar de programas de rá-
dio e televisão:
Art. 1° Compete ao Poder Público emitir a classi-
ficação indicativa das diversões e espetáculos públi- 11 - nos materiais de publicidade, em bilheterias
cos, dos programas de rádio e televisão e dos filmes e locais de acesso, quando se uatar de espetáculos e
oferecidos para venda ou locação, prevista no art. diversões públicas:
220, § 3°, da Constituição Federal, informando sobre 111 - no invólucro dos filmes oferecidos para ven-
a natureza deles, as faixas etárias a que não se reco- da ou locação.
mendem, locais e horários em que sua apresentação Art. 5° Constitui infração administrativa a divulga-
se mostre inadequada. ção, comercialização ou apresentação de diversões e
Agosto de 20(JI DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS SeX\1l-lcira 31 41049
espetáculos públicos, programas de rádio e televisão e SUBSTITUTIVO ADOTADO
filmes para venda ou locação em condições que con- PELA COMISSÃO
trariem as disposições desta lei e da Lei n° 8.069, de
Dispõe sobre a classificação indica-
13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da
tiva da diversões e espetáculos publicos,
Criança e do Adolescente, e dá outras providências. programas de rádio e televisão e filmes
Parágrafo único. Aplicam-se, no caso de infra- oferecidos para venda ou locação, e dá
ção, as penas previstas nos artigos 252 a 256 da Lei outras providências.
n° 8.069, de 13 de julho de 1990. que "dispõe sobre o
Estatuto da Criança e do Adolescente, e dá outras Art. 1° Compete ao Poder Público emitir a classi-
providências" . ficação indicativa das diversões e espetáculos públi-
cos, dos programas de rádio e televisão e dos filmes
Art. 6° O Poder Executivo regulamentará esta
oferecidos para venda ou locação, prevista no art.
lei no prazo de 60 (sessenta) dias após a sua publi-
220, § 3°, da Constituição Federal, informando sobre
cação.
e natureza deles, as faixas etárias a que não se reco-
Art. 7° Esta lei entra em vigor na data de sua pu- mendem, locais e horários em que sua apresentação
blicação. se mostre inadequada.
Art. 8° Revogam-se as disposições em contrá- Art. 2° Ficam as diversões e espetáculos públi-
rio. cos, os programas de rádio e televisão e os filmes ofe-
Sala da Comissão, 12 de junho de 1996. - Depu- recidos para venda ou locação classificados, para fins
tado João Iensen, Relator. de limitação de faixa etária, como livres ou inadequa-
dos para menores de 12 (doze), 14 (quatorze) 18 (de-
zoito) anos.
11I- Parecer de Comissão § 1° Os programas de rádio e televisão so pode-
A Comissão de Ciência e Tecnologia. Comu- rão ser exibidos nas seguintes faixas de horário:
nicação e Informática, em Reunião Ordinária reali- I - entre as 20 (vinte) horas e as 4 (guatro) ho-
zada hoje, aprovou, por unanimidade, o Projeto de ras, os classificados como inadequados para meno-
Lei nO 298/95 e os de nO 752/95, 1053/95 e res de 12 (doze) anos.
1347/95, apensados, com Substitutivo, nos termos 11 - entre as 22 (vinte e duas) horas e as 4 (qua-
do Parecer Reformulado do Relator Deputado tro) horas, os classificados como inadequados para
João Iensen, com voto em separado do Deputado menores de 14 (quatorze) anos.
Wagner Rossi. 111- entre as 23 (vinte e três) horas e as 4 (quatro
Estiveram presentes os seguintes Deputa- horas) os classificados como inadequados para me-
dos: Ney Lopes - Presidente; Luiz Moreira. Carlos nores de 18 (dezoito) anos.
Apolinário e Wagner Salustiaxto - Vice-Presiden- § 2° As emissoras de rádio e televisão não pode-
tes; Antônio Joaquim Araújo, Arolde de Oliveira, rão, ao divulgar ou fazer chamadas de programas fora
João Iensen, Maluly Netto, Paulo Cordeiro, Paulo dos horários estabelecidos para cada faixa etária, uti-
Ffeslautder, Bosco França, Cássio Cunha Lima, lizar sone ou imagens dos programas ou filmes a se-
Edinho Araujo, Hélio Rosas, João Almeida, Pedro rem veiculados.
Irujo, Roberto Valadão, Corauci Sobrinho, Edson Art. 3° Na definição da classificação disposta no
Queiroz, José Janene, Laprovita Vieira, Pauder- artigo anterior, deverão ser observados, entre outros,
ney Avelino, Antônio Carlos Pannunzio, Domin- os seguintes critérios.
gos Leonelli, Koyu lha, Roberto Santos, Jaques a) a obra ou o programa terá seu conteúdo avali-
Wagner, Jorge Wilson. Ricardo Izar, Euripedes ado integralmente, não cabendo a efetivação de cor-
Mirando e Leonel Pavan, membros titulares; Cé- tes ou modificações;
sar Bandeira. Luciano Pizzatto, Mauricio Najar, b) predominância de caráter educativo ou cultu-
Philemon Rodrtgues, António Brasil, Nau Souza, ral da obra ou programa, para sua classificação ade-
Zaire Rezende, Renato johnsson, Silvernani San- quada a todas as faixas etárias.
tos, Itamar Serpa e Marconi Perillo, membros su- c) inadequação para menores de 18 (dezoito)
plentes. anos, de obras ou espetáculos que se caracterizem
Sala da comissão, 12 de junho de 1996. - De- pelo incintamento a violência e ao crime e pelo des-
putado Ney Lopes, Presidente. respeito aos valores éticos da pessoa e da família.
41050 Sexta-feira 31 DIÁRiO DA CÀMARA DOS DEPUTADOS Agostu de 200 I
Art. 4° A natureza da obra ou espetáculo, a clas- ou fazer chamadas de programas fora dos horários
sificação e, quando couber, a faixa etária a que não se estabelecidos para cada faixa etária, referido pará-
recomenda, deverão ser apresentadas de forma des- grafo impede a mera divulgação de programas que
tacada. serão veiculados nas faixas de horário adequados e,
I - antes do início e durante os intervalos de portanto, limita o acesso do público alvo a programas
apresentação, quando se tratar de programas de rá- proibidos para menores. Entendemos que a preocu-
dio e televisão; pação do relator é compreensível, pois verdadeiros
,,- nos materiais de publicidade, em bilheterias abusos têm sido cometidos pelas emissoras de televi-
e locais de acesso, quando se tratar de espetáculos e são que, muitas vezes, escolhem as cenas mais explí-
diversões públicas; citas de sexo e violência para divulgar ou fazer cha-
111- no invólucro dos filmes oferecidos para ven- madas de programas fora dos horários recomenda-
da ou locação. dos.
Art. 5° Constitui infração administrativa a divul- Dessa forma, optamos pela apresentação de
gação ou comercialização ou apresentação de diver- proposta de nova redação para o referido artigo que,
sões e espetáculos públicos, programas de rádio e te- a nosso ver, contempla as limitações necessárias
levisão e filmes para venda ou locação em condições para tornar eficaz o projeto de lei em questão:
que contrariem as disposições desta lei e da Lei n° "Art. 2° .
8.069, de 13 de julho de 1990, que "dispõe sobre o § 2° As emissoras de rádio e televisão não pode-
Estatuto da Criança e do Adolescente, e dá outras rão, ao divulgar ou fazer chamadas de programas fora
providências" . dos horários estabelecidos para cada faixa etária, uti-
Parágrafo único. Aplicam-se, no caso de infra- lizar sons ou imagens dos programas ou filmes a se-
ção, as penas previstas nos arts. 253 a 256 da Lei na rem veiculados.
8.069, de 13 de julho de 1990, que "dispõe sobre o Esperamos contar com o apoio do ilustre relator
Estatuto da Criança e do Adolescenle, e dá outras da matéria e de nossos pares na Comissão para in-
providências". corporar essa nossa sugestão que, com certeza, apri-
Art. 6° O Poder Executivo regulamentará esta lei morar o substitutivo e resguarda as necessárias res-
no prazo de 60 (sessenta) dias após a sua publicação. trições sobre a veiculação de programa, pelas emis-
Art. ]O Esta lei entra em vigor na data de sua pu- soras de rádio e televisão.
blicação. Sala da Comissão, de de 1999. - Deputado
Art. 8° Revogam-se as disposições em contrá- Wagner Rossi.
rio.
Sala da Sessões, 12 de junho de 1996. - Ney
Lopes, Presidente. COMISSÃO DE EDUCAÇÃO,
CULTURA E DESPORTO
VOTO EM SEPARADO
Do Deputado Wagner Rossi
O Projeto de Lei n° 298, de 1995, de autoria do TERMO DE RECEBIMENTO DE EMENDAS
nobre Deputado Paulo Gouvêa pretende regulamen-
tar o § 3° do art. 220 da Constituição Federal que dis-
põe sobre a classificação indicativa de diversões e PROJETO DE LEI N° 298, DE 1995
espetáculos públicos, programas de rádio e televisão
e filmes oferecidos para venda ou locação.
Analisando o mérito do projeto, o Relator desig- Nos termos do art. 119, caput, I, do Regimento
nado por esta Comissão, Deputado João Iensen, Interno da Câmara dos Deputados, o Sr. Presidente
apresentou parecer favorável na forma de um substi- determinou a abertura - e divulgação na Ordem do
tutivo que aprimorou a proposta inicial. Dia das Comissões - de prazo para apresentação de
No entanto, consideramos que a redação dada emendas ao projeto, a partir de 9 de agosto de 1996,
ao § 2° do art. 2° não se coaduna com o espírito do por cinco sessões. Esgotado o prazo, não foram rece-
substitutivo que trata de forma bastante equilibrada o bidas emendas ao projeto.
citado preceito constitucional. Ao estabelecer que as Sala da Comissão, 19 de agosto de 1996. - Cé-
emissoras de rádio e televisão não poderão divulgar lia Maria de Oliveira, Secretária.
Agusto de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Scxla-lcira31 41051
PARECER DA COMISSÃO de comunicação, que estimulam a violência, o uso de
DE EDUCAÇÃO, CULTURA E DESPORTO drogas, ou agridem a consciência moral ou religiosa da
populacão tem sido parte do cotidiano brasileiro.
I - Relatório
A defesa da sociedade contra as práticas acima
O Projeto de Lei n° 298, de 1995 de autoria do descritas encontra uma clara base jurídica na Consti-
nobre Deputado Paulo Gouvêa, busca regulamentar tuição Federal, em seus art. 220, § 3° e 221.
o § 3° do art. 220 da Constituição Federal. Reza o art. 220, § 3° que "compete à lei federal re-
Ao projeto de lei acima referido foram apensa- gular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao
dos os Projeto de Lei n° 752, de 1995, n° 1.053 e Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas
1995, e n° 1.347, de 1995. etárias a que não se recomendem, locais e horários em
O Projeto de Lei n° 752, de 1995, apresentado que sua apresentação se mostre inadequada".
pelo nobre Deputado Ivo Mairnardi, "regulamenta o in- Já o art. 221 da Carta Magna estabelece que as
ciso I, parágrafo 3°, do art. 220 da Constituição Fede- emissoras de rádio e televisão atenderão a certos
ral". Esta proposição procura coibir abusos na progra- princípios, em sua programação, dentre os quais, "o
mação da mídia em função de sua influência sobre os respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da
espectadores, em especial crianças e adolescentes. família".
O Projeto de Lei n° 1.053, de autoria do ilustre A matéria, conforme demonstra o ilustre Relator
Deputado Hilário Coimbra, "define critérios para a na Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e
programação das emissoras de radiodifusão sonora e Informática, Deputado João Iensen, não se ressente
de sons e imagens". A proposta transforma em lei as de falta de regulamentação.
disposições constantes do Capítulo 11 do Código de
O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n°
Ética da Radiodifusão Brasileira.
8.609, de 13 de Julho de 1990) aborda a questão em
O Projeto de Lei n° 1.347, de 1995, proposto
diversos de seus artigos. Da mesma forma, uma por-
pelo nobre Deputado João Pizzolati, "dispõe sobre a
taria do Ministério da Justiça procura disciplinar a exe-
defesa da pessoa e da família em relação à progra-
cução de medidas pertinentes ao assunto. Todos os
mação de rádio e televisão que contrarie valores éti-
artigos daquele diploma legal relativos ao tema, como
cos e sociais". Pretende o autor regulamentar art.
a portaria acima referida, são citados no parecer do
220, § 3°, 11, da Constituição Federal.
ilustre Relator, Deputado João Iensen.
Apreciada no âmbrto da Comissão de Ciência,
Embora já regulamentada, saudita o nobre De-
Tecnologia, Comunicação e Informática, a Proposição
putado João Iensen que a aprovação do proposta, na
não recebeu emendas. Relatou-a no âmbito dessa Co-
forma do substitutivo por ele apresentado, represen-
missão, o ilustre Deputado João Iensen, que emitiu pa-
taria um aperfeiçoamento dos procedimentos estabe-
recer favorável, com apresentação de substitutivo.
lecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Neste subsautivo, o Relator procurou compatibilizar a
proposta com o disposto no Estatuto da Criança e do Nosso ponto de vista coincide com o do ilustre
Adolescente que, também, regula a matéria. Deputado João Iensen. A aprovação da iniciativa, na
Considerando a pertinência do voto em separa- forma do substitutivo apresentado, representaria um
do do nobre Deputado Wagner Rossi, que aperfeiçoa aperfeiçoamento dos critérios dispostos na Lei n°
um aspecto relevante do projeto de lei, resolveu o 8.609, de 13 de Julho de 1990.
ilustre Relator no âmbito daquela Comissão, reformu- Deve ser, ainda, acrescido o argumento de que a
lar seu parecer, incluindo no substitutivo as sugestões aprovação do projeto de lei em teia representa uma for-
ali apresentadas. ma de tornar clara a preocupação da sociedade e do
Na Comissão de Educação, Cultura e Desporto, patiamento com um problema social da maior gravida-
esgotado o prazo regimental não foram apresentadas de, que o Poder Executivo, com os instrumentos norma-
emendas. tivos de que dispõe, não tem sido capaz de resolver.
Por todas essas razões, nosso parecer é favorá-
11 - Voto do Relator vel à aprovação do projeto de lei principal e dos proje-
A necessidade de um procedimento indicativo tos de lei apensados, na forma do substitutivo apre-
aos pais ou responsáveis sobre o tipo de informação sentado pelo Deputado João Iensen na Comissão de
divulgado pela "mídia" escrita ou falada é algo que se Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática.
faz sentir há muito tempo em nosso País. De fato, a di- Sala da Comissão, 20 de novembro de 1996. -
vulgação de espetáculos pela televisão ou outro meios Deputado Costa Ferreira, Relator.
411152 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMAI<A DOS DEPUTADOS Agnsh.l de 2001
111 - Parecer da Comissão nos termos dos arts. 58, § 4°, e 164, § 4°
do RICD, respectivamente. Oficie-se ao
A Comissão de Educação, Cultura e Desporto,
requerente e, após, publique-se.
em reunião )rdinária realizada hoje, aprovou, unani-
memente, nos termos do parecer do Relator, Deputa- Em 30-6-99. - Michel Temer, Presi-
do Costa Ferreira o PL na 298/95 e os de nas 752/95, dente.
1.053/95 e 1.347/95, apensados, na forma do substi- REQUERIMENTO
tutivo da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comuni- (Do Sr. João Pizzolatti)
cação e Informática.
Estiveram presentes os Senhores Deputados: Mo- Requer o desarquivamento de pro-
acyr Andrade, Presidente; Maurício Requião, Vice-Presi- posições
dente; Ubiratan Aguiar, Luciano Castro, Severino Alves, Senhor Presidente,
Djalma de Almeida Cesar, Marisa Serrano, Padre Roque, Nos termos do art. 105, parágrafo único, do Re-
Dolores Nunes, Esther Grossi, Mário de Oliveira, Maria
gimento Interno da Câmara dos Deputados, requeiro
Elvira, Jairo Carneiro Costa Ferreira, Itamar Serpa, a Vossa Excelência o desarquivamento das proposi-
Osmânio Pereira, Paulo Lima, Ricardo Gomyde, Pedro ções de minha autoria, a seguir relacionadas:
Wilson, Osvaldo Coelho e Eurico Miranda.
PEC na 257/95, PL na 1.347/95, PL na 1.707196,
Sala da Comissão, 20 de novembro de 1996. - PL na 1.708/96, PL na 2.201 /96, PL n° 2.433/96, PL na
Deputado Severino Alves, Presidente em Exercício. 2.434/96. PL na 2.812197, PL na 2.813/97, PL na
(art. 40, caput, in fine) 2.940/97, PL na 3.505/97, PL na 3.506/97, PL na
COMISSÃO DE CONSTITUiÇÃO 4.472/98, PL na 4.625/98, PL na 4.626/98, PLP na
E JUSTiÇA E DE REDAÇÃO 119/96, PLP na 231/98, PLP n0238/98, PRC n079/96.
Sala das Sessões, 30 de junho 1999. - Deputado
TERMO DE RECEBIMENTO DE EMENDAS João Pizzolatti.
PROJETO DE LEI N° 298-8/95
TERMO DE RECEBIMENTO DE EMENDAS
(Apensados os Projetos de Lei nOs 752/95,
1.052/95 e 1.347/95) PROJETO DE LEI N° 298-A/95
Nos termos do art. 119, caput, I do Regimento Nos termos do art. 119, caput, inciso I do Regi-
Interno da Câmara dos Deputados, alterado pelo art. 10, mento Interno da Câmara dos Deputados, alterado
I, da Resolução na 10/91, o Senhor Presidente determi- pelo art. 10, I, da Resolução na 10/91, O Senhor Presi-
dente determinou a abertura e divulgação na Ordem
nou a abertura - e divulgação na Ordem do Dia das Co-
do Dia das Comissões, prazo para recebimento de
missões - de prazo para apresentação de emendas a
emendas a partir de 14-6-00, por cinco sessões.
partir de 9-12-96, por cinco sessões. Esgotado o prazo,
Esgotado o prazo, não foram apresentadas emendas
não foram recebidas emendas ao projeto. ao projeto e aos seus apensados.
Sala da Comissão, 18 de março de 1997. - Sér- Sala da Comissão, 21 de junho de 2000. - Sér-
gio Sampaio Contreiras de Almeida, Secretário. gio Contreiras de Almeida, Secretário.
Sala da Comissão, 17 de maio de 2001. - De- "Art. 1° Esta lei regula o § 3°, do art.
putado Inaldo Leitão, Presidente. 220 da Constituição FederaL"
PROJETO DE LEI N° 298-B, DE 1995 Sala da Comissão, 17 de maio de 2001. - De-
putado Inaldo Leitão, Presidente.
EMENDAS ADOTADAS - CCJR
PROJETO DE LEI N° 298-B, DE 1995
N°5
SUBSTITUTIVO DA CCTCI
Suprima-se o art. 6° do projeto, renu- SUBEMENDAS ADOTADAS - CCJR
merando-se os demais.
N°2
Sala da Comissão, 17 de maio de 2001. - De-
putado Inaldo Leitão, Presidente. Suprima-se o art. 6° do substitutivo, re-
numerando-se os demais.
PROJETO DE LEI ND 752, DE 1995
Sala da Comissão, 17 de maio de 2001. - De-
EMENDAS ADOTADAS - CCJR
putado Inaldo Leitão, Presidente.
N° 1 RECURSO N° 169, DE 2001
Dê-se ao caput do art. 1° do projeto a seguinte (CONTRA DECISÃO CONCLUSIVA DE
redação: COMISSÃO)
"Art. 1° As telenovelas, os filmes, os do- (Do Sr. Paulo Octávio e Outros)
cumentários e os desenhos só poderão ser Requer, na forma do art. 58, § 3° clc
exibidos, pelas emissoras de televisão, segun- o art. 132, § 2°, do Regimento Interno,
do adequação das faixas etárias aos respecti- que o Projeto de Lei n° 3.672-A, de 2000,
vos horários: com parecer favorável da comissão de
mérito, seja apreciado pelo Plenário.
d) a) " (Publique-se. Subemeta-se ao Plenário)
Sala da Comissão, 17 de maio de 2001. - RECURSO NO 169 DE 2001
Deputado Inaldo Leitão, Presidente. (Do Sr. Deputado Paulo Otávio e outros)
PROJETO DE LEI ND 752, DE 1995 Recorrem da apreciação conclusiva, pela
EMENDAS ADOTADAS - CCJR Comissão de Constituição e Justiça e de Re-
W2 dação, do Projeto de Lei n° 3.672, de 2000,
que "Dispõe sobre as atribuições dos serviços
Dê-se à alínea d do art. 1° do projeto a seguinte notariais e do 3° Ofício de Registro Civil, Títu-
redação:
los e Documentos e Pessoas Jurídicas do Pa-
"Art. 1° . ranoá DF, criados pela Lei n° 8.185, de 14 de
maio de 1991, com as alterações feitas pelas
d) acima de 21 anos: das 22:00 até às Leis nOs 8.407, de 10 de janeiro de 1992,
7:00 horas." 9.248, de 26 de dezembro ae 1995 e 9.699, de
Sala da Comissão, 17 de maio de 2001. - 8 de setembro de 1998".
Deputado Inaldo Leitão, Presidente. Sala das Sessões, 28 de agosto de 2001.
41058 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Ap,osto de 20() I
.....
Assinaturas Confirmadas
1 AGNELO QUEIROZ PCdoB DF
2 ALE>< CANZIANI PSDB PR
3 ANDRÉ BENASSI PSDB SP
4 ARNALDO FARIA DE sÁ PPB SP
5 ASDRUBAL BENTES PMDB PA
6 AVENZOAR ARRUDA PT PB
7 BARBOSA NETO PMDB GO
8 BISPO RODRIGUES PL RJ
9 CLOVIS VOLPI PSDB SP
10 CORIOLANO SALES PMOB BA
11 ELlSEU RESENDE PFL MG
12 FREIRE JÚNIOR PMDB TO
13 GASTÃO VIEIRA PMOB MA
14 GONZAGA PATRIOTA PSB PE
15 GUSTAVO FRUET PMDB PR
16 HAROLDO LIMA pedoS BA
17 IVAN PAIXÃO PPS SE
18 JOÃO CALDAS PL AL
19 JOÃO COSER PT ES
20 JOÃO HENRIQUE PMDB PI
21 JOÃO LEÃO PPB BA
22 JOÃO SAMPAIO PDT RJ
23 JORGE KHOURY PFL BA
24 JORGE PINHEIRO PMDB DF
25 JOSÉ CARLOS ALELUIA PFL BA
26 JOSÉ CARLOS FONSECA JR. PFL ES
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-Ieira 31 41059
27 JOSÉ DIRCEU PT SP
28 JOSÉ GENOíNO PT SP
29 JOSÉ íNDIO PMDB SP
30 JOSÉ MILlTÃO PSDB MG
31 LAEL VARELLA PFL MG
32 LUCIANO CASTRO PFL RR
33 MAGNO MALTA PL ES
34 MANOEL VITÓRIO PT MS
35 MARCOS AFONSO PT AC
36 MÁRIO NEGROMONTE PSDB BA
37 MENDES RIBEIRO FILHO PMDB RS
38 NELSON MEURER PPB PR
39 NEY LOPES PFL RN
40 NILTON CAPIXABA PTS RO
41 NORBERTO TEIXEIRA PMDB GO
42 ooiuo BALBINOnl PSDB PR
43 OLAVO CALHEIROS PMDB AL
44 OLlMPIO PIRES PDT MG
45 PAULO OCTÁVIO PFL DF
46 PEDRO CELSO PT DF
47 PEDRO VALADARES PSB SE
48 PROFESSOR LUIZINHO PT SP
49 RENATO VIANNA PMOB SC
50 RICARDO FIUZA PPB PE
51 RONALDO VASCONCELLOS PL MG
52 SOCORRO GOMES PCdoS PA
53 VANESSA GRAZZIOTIN PCdoS AM
54 VITTORIO MEDIOLl PSOB MG
55 WELLlNGTON DIAS PT PI
56 WILSON SANTOS PMDB MT
57 ZENALDO COUTINHO PSDB PA
--------·CÂMl\MOOSOOPUTADOS
SGM - SECAP (7503) ==========
Conferência de Assinaturas
29/08/0\ 9:35:46 Página: 001
. _ - - - - - - _ .._ - - -
Assinaturas Confirmadas
1 ANDRÉ BENASSI PSDB SP
2 ANIVALDO VALE PSDB PA
3 ANTONIO CARLOS PANNUNZIO PSDB SP
4 ARISTON ANDRADE PFL BA
5 ARNALDO FARIA DE SÁ PPB SP
6 ARNALDO MADEIRA PSDB SP
7 ARNON BEZERRA PSDB CE
8 AUGUSTO NARDES PPB RS
9 BARBOSA NETO PMDB GO
10 BASiLIO VILLANI PSDB PR
11 BONIFÁCIO DE ANDRADA PSDB MG
12 CELCITA PINHEIRO PFL MT
13 CORIOLANO SALES PMDB BA
14 CUSTÓDIO MATTOS PSDB MG
15 DARClslO PERONDI PMDB RS
16 DR. HELENO PSDB RJ
17 DUILlO PISANESCHI PTB SP
18 ELlSEU RESENDE PFL MG
19 EULER RIBEIRO PFL AM
20 EURICO MIRANDA PPB RJ
21 FEU ROSA PSOB ES
22 FRANelSTÓNIO PINTO PFL BA
23 GERVASIO SILVA PFL se
24 HERÁCLITO FORTES PFL PI
25 IÉDIO ROSA S.PART. RJ
26 INoeE:Nelo OLIVEIRA PFL PE
Agüsto de 20tH DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-Icira 31 41075
Assinaturas Repetidas
1 ELlSEU RESENDE PFL MG
2 PAULO MAGALHÃES PFL BA
3 SILVIO TORRES PSDB SP
4\ 076 Scxta-li:ira:' I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Ag\)S\ll d-: 200\
Em face do exposto, meu VOTO é pela apro- Acrescenta parágrafo ao artigo 211
vação do Projeto de Lei n° 2.786, de 1997, dada sua da Constituição Federal.
constitucionalidade, jundicidade, legalidade, regi- (Apense-se à PEC N° 78/95)
mentalidade e técnica legislativa. ERRATA
Sala da Comissão, 29 de maio de 2001. - Depu-
tado Fernando Coruja Relator (Republica-se em virtude de novo despacho do
Sr. Presidente)
111- PARECER DA COMISSÃO
ONDE SE LÊ:
A Comissão de Constituição e Justiça e de Re-
PROJETO DE LEI N" 233, DE 1999
dação, em reunião ordinária realizada hoje, opinou
unanimemente pela constitucionalídade, jurídicidade (Da Sra. Rita Camata)
e técnica legislativa do Projeto de Lei n° 2.786-A/97, Modifica a redação dos artigos 83 e
nos termos do parecer do Relator, Deputado Fer- 84 da Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990
nando Coruja. - Estatuto da Criança e do Adolescente.
Estiveram presentes os Senhores Deputados: (À Comissão de Seguridade Social e
Inaldo Leitão - Presidente, Robson Tuma e Família; e de Constituição e Justiça e de
Osmar Serraglio - Vice-Presidentes, André Benassi, Redação (Art. 54) - Art. 24,11)
Custódio Mattos, Fernando Gonçalves, Murilo Do- LEIA-SE:
mingos, Nelson Marchezan, Nelson Otoch, Ricardo
PROJETO DE LEI N" 233, DE 1999
Ferraço, Vicente Arruda, Zulaiê Cobra, Aldir Cabral,
(Da Sra. Rita Camata)
Antônio Carlos Konder Reis, Jaime Martins, Moroni
Torgan, Paes Landim, Paulo Magalhães, Vilmar Ro- Modifica a redação dos artigos 83 e
cha, Coriolano Sales, Geovan Freitas, José Priante, 84 da Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990
Mendes Ribeiro Filho, Renato Vianna, Roland Lavig- - Estatuto da Criança e do Adolescente.
ne, Geraldo Magela, José Dirceu, José Genoíno, (À Comissão de Seguridade Social e
Luiz Eduardo Greenhalgh, Marcos Rolim, Augusto Família; e de Constituição e Justiça e de
Farias, Edmar Moreira, Eurico Miranda, Gerson Pe- Redação - Art. 24,11)
41082 Sexta-feira ~ I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Aguslo de 2001
ERRATA No Estado da Paraíba, especialmente nos Muni-
cípios de Cajazeiras e Sousa, na região do Alto Ser-
(Republica-se em virtude de novo despacho do
tão, tem acontecido algo que causa indignação. O Go-
Sr. Presidente)
verno, por intermédio de coordenação especial criada
ONDE SE LÊ: exatamente para resolver o problema, estabelece um
PROJETO DE LEI N° 4.941, DE 2001 número de bolsas-renda, depois exige que uma co-
(Do Poder Executivo) missão faça a seleção, com critérios mais definidos.
MSC - 698/01 O que acontece? A comissão faz a seleção. Che-
Dispõe sobre a incidência das Con- ga-se à conclusão de que, por exemplo, quinhentas fa-
tribuições para o PIS/Pasep e da Contri- mílias estão em condições de risco e precisam receber
buição para o Financiamento da Seguri- cesta básica e bolsa-renda. Só que o número destina-
dade Social nas operações de venda de do à cesta básica e à bolsa-renda é de apenas cem
gás natural e de carvão mineral. unidades. O que fazer com as quatrocentas restantes?
(Às Comissões de Finanças e Tributa- O Governo exige que a comissão exclua do programa
ção; e de Constituição e Justiça e de Reda- as pessoas excedentes. Ela, evidentemente, dirá que
ção (Art. 54)) não. Como já falei anteriormente, isso vira "lista de
Schindler", ou seja, para saber quem vai morrer. Diante
LEIA-SE:
do impasse, qual a resposta do Governo? Não distribu-
PROJETO DE LEI N° 4.941, DE 2001 ir unidades a todas as famílias cadastradas.
(Do Poder Executivo) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, aonde
MSC - 698/01 vamos chegar? Temos cestas básicas armazenadas,
Dispõe sobre a incidência das Con- certamente recursos disponíveis também para bol-
tribuições para o PIS/Pasep e da Contri- sa-renda. Por que não são distribuídos? Porque a co-
buição para o Financiamento da Seguri- munidade, num gesto de dignidade e de solidarieda-
dade Social nas operações de venda de de, não aceita que haja seleção para excluir pessoas
gás natural e de carvão mineral. que preencham os mesmos critérios. Não é compre-
(Às Comissões de Minas e Energia; de ensível que o Congresso silencie diante de situação
Finanças e Tributação; e de Constituição e como essa. Teremos de convocar o Sr. Ministro Raul
Justiça e de Redação (Art. 54)) Jungmann, que sempre ocupa páginas com manche-
tes especiais, para explicar o quadro caótico em que
O SR. PRESIDENTE (Themístocles Sampaio)
- Finda a leitura do expediente, passa-se às se encontram essas pessoas. O que faremos? Esta-
belecem-se critérios objetivos. O Governo simples-
IV - BREVES COMUNICAÇÕES mente diz que não há bolsa-renda e cesta básica para
Concedo a palavra ao Sr. Deputado Marcelo atender àquelas famílias e exige que a comunidade
Teixeira. local as exclua do programa.
O SR. MARCELO TEIXEIRA (PMDB - CE. Sem Sr. Presidente, sinceramente, não podemos to-
revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputa- lerar a situação. Não podemos assistir a tudo isso pa-
dos, quero solidarizar-me com o Prefeito de Fortaleza cificamente.
pela nota publicada ontem nos jornais sobre o bárbaro Espero que o Parlamento, ao invés de se curvar
crime em que seis portugueses foram assassinados. às ordens do Poder Executivo, tenha coragem de de-
Esse é um fato a lamentar. Com certeza, o povo fender questão básica de integração nacional, não
brasileiro entendeu o problema. Os responsáveis por permitir que nenhum brasileiro passe fome e viva em
esse bárbaro crime serão punidos e nosso turismo situação humilhante, corno ocorre hoje com as pesso-
continuará crescendo a cada dia. as a que me referi, o que desintegra a Nação. É falta
Muito obrigado. de espírito nacional. E, não tendo capacidade de rea-
O SR. AVENZOAR ARRUDA (PT - PB. Sem re- ção, urna vez que não pressionam, essas pessoas
visão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parla- podem morrer de fome e, talvez, não atinjam a popu-
mentares, mais uma vez estamos aqui para denunci- laridade do Sr. Presidente da República. Se isso não
ar o que está acontecendo com o chamado Programa acontecer, essas pessoas simplesmente não existem
de Convivência com o Semi-Árido, que distribui cesta ou apenas venham a existir estatisticamente, como
básica, bolsa-renda no Nordeste do Brasil. números ou voto no período eleitoral.
i\gosto de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 31 410S3
A situação agrava-se com a greve dos servido- gitar. Enfrentamos os grandes interesses do mercado,
res públicos da saúde e está chegando a estado de a Organização Mundial do Comércio e os Estados
calamidade pública. As pessoas estão morrendo nas Unidos, que questionavam a Lei de Proteção da Pro-
filas dos hospitais. A população precisa de assistên- priedade Industrial, também conhecida como Lei de
cia e não a encontra porque os órgãos federais estão Patentes, em especial o artigo 68, caput, que permite
paralisados. O Governo não negocia com o setor, não o licenciamento compulsório de patente, se o deten-
envia projeto de lei a esta Casa para que o façamos e tor desta "exercer os direitos dela decorrentes de for-
comporta-se como se nada estivesse acontecendo. ma abusiva ou por meio dela praticar abuso do poder
Lembro-me de ter visto charge do Angeli que di- econômico (. ..)".
zia: "Eu juro que ali tem um presidente". O chargista Ignorando protestos dos grandes grupos farma-
tem toda razão. Precisamos fazer visita ao Palácio do cêuticos, seis laboratórios estatais passaram a produ-
Planalto para saber se o Presidente da República lá zir sete tipos de medicamentos fundamentais no com-
se encontra e se há governo no País. Já começo a du- bate à AIDS, a custos 70% inferiores. Se tivéssemos
vidar. À medida que não há vontade política para re- de importar todos esses remédios, os gastos não se-
solver absolutamente nada, o Governo deve ter saí- riam nunca inferiores a US$530 milhões, e a cobertu-
do, e não estamos sabendo. ra, tal como é feita no momento, estaria inviabilizada.
O SR. HÉLIO COSTA (PMDB - MG.) - Sr. Presi- O programa vem provar que a doença, ainda
dente, inicialmente congratulo-me com a Mesa da Câ- sem cura, é controlável, e, mais importante, tornou-se
mara dos Deputados pela sessão solene que será re- tratável como drama social contemporâneo. No Bra-
alizada hoje à tarde em homenagem a um dos maio- sil, portadores da AIDS, principalmente os mais ca-
res vultos da política de Minas Gerais, o criador dos rentes, não morrem mais por falta de atendimento.
Diários Associados de Minas Gerais, Pedro Aleixo. Esse enorme avanço social e humanitário, Sr.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, apesar Presidente, decorre tão-somente da vontade política,
de estigmas sociais terríveis que ainda nos amarram que tem propiciado pesados investimentos não ape-
inexoravelmente ao atraso, não obstante os baixíssi- nas no programa de fornecimento de remédios, mas
mos indicadores sociais que continuamos a exibir, te- sobretudo em campanhas nacionais e em diversas
mos, nos últimos tempos, algo concreto a comemorar. modalidades de prevenção.
Tornamo-nos referência mundial no combate à AIDS. Segundo o Ministro da Saúde, os recursos anu-
Estamos demonstrando que, por mais terrível que almente aportados situam-se na ordem de R$1 bi-
seja, essa doença é hoje tratável também nos países lhão. É preciso, pois, aderir ao trabalho que judiciosa-
em desenvolvimento. mente vem sendo feito e, mais que isso, reconhecê-lo
Graças ao programa de distribuição gratuita e uni- pelo elevado mérito que possui.
versal dos chamados medicamentos anti-retrovirais, Aliás, o reconhecimento, muitas vezes negado
conduzido de forma corajosa pelo Ministro da Saúde, no Brasil, tem surgido na própria opinião pública inter-
José Serra, desde 1997, aí está uma vitória que nos or- nacional, como exemplifica a matéria publicada no
gulha verdadeiramente: no ano 2000, cerca de 95 mil início do ano, no jornal The New York Times, em que
pessoas foram atendidas, em 424 unidades de distribui- se detalhou e louvou o programa brasileiro.
ção, a um custo de US$303 milhões. Um acordo firmado entre o Brasil e quatro países
Do ponto de vista humanitário, a iniciativa confe- africanos (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e São
re uma nova dimensão existencial aos pacientes, com Tomé), sobre cooperação e assistência, igualmente re-
substanciais melhorias na sua qualidade de vida. vela a projeção adquirida pelo País na matéria.
Mais aptos fisicamente, resgatados do sofrimento Dos avanços, o maior, contudo, Sr. Presidente,
moral, esses pacientes voltam a ter planos, passam a diz respeito ao acordo há pouco celebrado entre o
viver com mais dignidade e retomam o exercício dos Brasil e os Estados Unidos, na Organização Mundial
direitos de cidadãos que o preconceito quase sempre do Comércio, a OMC, pondo fim aos ataques nor-
lhes negava. Trata-se portanto, nobres colegas, de ini- te-americanos à Lei de Patentes brasileira. Os Esta-
ciativa de grande relevância social. dos Unidos encerraram assim, ao menos por ora, o
Do ponto de vista da soberania, da au- processo contra o Brasil naquele foro internacional,
to-afirmação brasileira perante a comunidade interna- numa admissão forçosa de que a norma em vigor
cional, conseguimos, Sr. Presidente - e o Congresso está correta.
Nacional foi um dos responsáveis por esse feito -, Foi um recuo estratégico dos Estados Unidos,
algo que no passado alguns sequer se atreviam a co- sem dúvida. Duas forças principais motivaram esse re-
410X4 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÀMARA DOS DEPUTADOS AguslO de 2001
cuo. De um lado, o êxrto do programa brasileiro, que tem Pela localização e grande fertilidade do seu
servido de modelo a muitos países em situação seme- solo, igualou superior à fertilidade do Rio Nilo, cujas
lhante. Do outro, a opinião pública mundial, que tem terras dão vida ao Egito, essas áreas eram procura-
questionado os altos preços cobrados pelos fabricantes das por muitos agricultores e pecuaristas, que aí se
dos remédios usados no combate ao HIV, que ensejam estabeleceram ordeira e pacificamente.
lucros abusivos, chegando à casa dos 1.000%. O INCRA, após os levantamentos e análises ne-
Há no planeta, Sras. e Srs. Deputados, cerca de cessários, veio a legitimar a ocupação das terras pela
36 milhões de pessoas infectadas pela AIDS. Desse outorga de título definitivo de propriedade, mediante o
total, 25 milhões estão na África Subsaariana, dese- pagamento do valor estabelecido, aos ocupantes que
nhando um mapa terrível de sofrimento e morte. atendessem às exigências.
No Brasil, estima-se que existam 196 mil soro- Lamentavelmente, o INCRA, por demora buro-
positivos. Em 2000, foram registrados 8.600 novos ca- crática, não outorgou o título definitivo de propriedade
sos. De 1980 a 2000, as autoridades sanitárias com- das terras ocupadas a muitos agricultores e pecuaris-
putaram um total de 203 mil casos. tas nas mesmas condições daqueles que tiveram a
São números realmente assustadores, em face ventura de recebê-lo.
dos quais cresce a nossa responsabilidade, avultam Com a criação do Parque Nacional de Ilha Gran-
os deveres da sociedade, aumenta a necessidade de de, os ditos ilhéus foram obrigados a deixar suas pro-
participação do Estado, seja no papel de educador, priedades e impedidos de retornar às mesmas, inclu-
seja no de regulamentador, seja no de provedor dos sive com ameaças e agressões.
meios para abrandar os estigmas da doença. Os proprietários e ocupantes das terras foram
Muito já foi alcançado. Cada vitória traz consigo delas expulsos sem que lhes fosse paga qualquer in-
uma renovação de esperança. E, como bem disse um denização, o que concretizou um verdadeiro confisco,
ilustre conterrâneo de Minas Gerais, o poeta Murilo figura abominada pelo direito pátrio.
Mendes, sem esperança não acontece o inesperado. Alheio à situação e às condições a que foram jo-
Era o que tinha a dizer. gados esses agricultores e pecuaristas, o Poder PÚ-
O SR. DILCEU SPERAFICO (PPB - PRo Pro- blico, até hoje, vilipendiando o direito deles, não lhes
nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e pagou a indenização devida nem os socorreu por
Srs. Deputados, notícia publicada no jornal O Estado qualquer outro modo, nem mesmo com uma cesta bá-
do Paraná", tradicional órgão da imprensa do meu sica, apesar de pedidos feitos à Primeira-Dama, Da.
Estado, no último dia 21 de agosto, e que passou qua- Ruth Cardoso.
se despercebida da mídia nacional é que impõe mi- Muitas famílias passaram a viver na periferia
nha presença nesta tribuna. das cidades da região, partindo diversas delas para
Hoje, mais do que nunca, é necessário um aler- outros Estados, à procura de meio de vida e, por não
ta veemente a todas as autoridades responsáveis terem qualificação profissional urbana, outras passa-
pelo meio ambiente e pela preservação da natureza, ram a engrossar a multidão de bóias-frias, procuran-
sejam federais, sejam estaduais, sejam municipais. do outras, ainda, os acampamentos dos sem-terras.
Relata o "Estado do Paraná" a ocorrência de in- Diversos desses agricultores, que atingiram a
cêndio que teve início na Ilha Grande, no Rio Paraná, idade suficiente para tanto, não conseguiram aposen-
cuja área integra o Parque Nacional de Ilha Grande. tar-se por não poderem provar atividade agrícola, por
Esse parque foi criado pelo Decreto n. o 139/97, falta de nota de produtor rural.
de 30 de setembro de 1997, compreendendo 266 Em qualquer dessas situações, são vítimas de
ilhas e 120 quilômetros de várzeas do Rio Paraná, to- arbitrariedade inominável do Poder Público Federal.
talizando 78 mil hectares. Ao invés do respeito ao direito de propriedade
Além da criação do Parque Nacional de Ilha assegurado, foi-lhes negada a proteção constitucio-
Grande, foi instituída a Área de Proteção Ambiental- nal- ressalte-se, da Constituição cidadã - para o re-
APA, englobando toda a área desse parque e o Pontal cebimento de prévia e justa indenização pela desa-
do Paranapanema, tendo sido incumbido ao IBAMA o propriação de seus bens:
encargo de implantar o parque. Foram jogados na rua da amargura, vivendo a
Da criação do Parque Nacional de Ilha Grande é sopitar sua revolta contra o Poder Público, revolta que
que surgiu o grave problema de que passo a dar co- é considerada da sua impotência ante a indiferença
nhecimento aos nobres Deputados. do Poder Público Federal, que os levou a tão dramáti-
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-lcira 31 410S5
ca situação e aí os esqueceu, como se tal esqueci- A muito custo os diretores de associações de
mento de desrespeito aliviasse seu sofrimento ilhéus, assumindo todos os riscos decorrentes, têm
Vêem o Estado como seu algoz, carrasco de refreado o intento de seus associados invadirem as
suas famílias, e não como o garantidor dos seus direi- ilhas, visando retornar às suas propriedades.
tos que deveria ser. Desejam os ilhéus voltar às suas atividades
Considere-se que o homem sem trabalho, muito agrícolas e isso é um direito deles: tirando da terra o
mais se seus meios de trabalho foram-lhe tomados sustento da família, com os excedentes ajudar a dimi-
arbitrariamente, como no caso que ora relato a V. nuir os problemas do País com a alimentação dos bra-
Exas., sente-se humilhado, não se considera um cida- sileiros.
dão completo, vendo a si mesmo como um chefe de Muitos ilhéus encaminharam pedidos de indeni-
família incompetente. zação diretamente ao IBAMA, esperando que fossem
Veja-se a arbitrariedade também concretizada atendidos por via administrativa, porque assim lhes
no fato de o IBAMA até hoje não ter pedido a imissão fora prometido.
de posse das áreas de terras dos ilhéus. Os pedidos foram protocolados, e não se pas-
Retarda o Poder Público a propositura da ne- sou disso, pois nenhuma satisfação foi dada aos re-
cessária ação de desapropriação dessas terras no in- querentes.
tuito, por certo, de impor aos ilhéus uma indenização No final do ano 2000, chegou a ser publicado na
cujo importe fique muito abaixo da realidade dos valo- imprensa que o dinheiro necessário para o pagamen-
res imobiliários da região, que não lhes possibilitará a to das indenizações das terras do ilhéus estava depo-
compra de um trato de terra onde viver. Isso seria ile- sitado, à disposição do IBAMA.
gal, indecente, imoral, seria o calote total. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, essa é a
Felizmente, tais manobras hão de ser barradas triste realidade vivida pelos nossos concidadãos arbi-
pela Justiça, única esperança dos ilhéus a esta altura trariamente expulsos de suas terras pelo Poder Públi-
dos acontecimentos. co Federal para que elas passassem a integrar a área
Muitas foram as promessas, por parte das auto- do Parque Nacional de Ilha Grande.
ridades, de solução pronta para os problemas decor- Seus bens, na prática, estão submetidos a um
rentes da criação do Parque Nacional de Ilha Grande. confisco, pois até hoje não lhes foi paga a indeniza-
Até o Sr. Ministro do Meio Ambiente, José Sar·· ção devida.
ney Filho, quando, no início de setembro de 1999, vi- Nosso brado, nosso apelo, é para que essa arbi-
sitou o Parque Nacional de Ilha Grande, prometeu so- trariedade tenha fim, porquanto a postura de indife-
lução imediata para o problema da indenização das rença do Governo Federal em face do problema rela-
terras do Ilhéus. tado concretiza inominável injustiça, e esta apequena
Já se vão dois anos dessa visita e nada de con- o Estado e denigre a imagem dos responsáveis pela
creto se viu para tal solução. Promessas, só promes- sua ocorrência.
sas, é o que resta. Já está na hora de o Governo Federal, através
Daí não se tome por surpresa o fato de as matas dos órgãos competentes do Ministério do Meio Ambi-
do Parque Nacional de Ilha Grande transformarem-se ente, pôr um fim a esta situação, resolvendo o proble-
um dia num grande incêndio, chamas soltas em rolos, ma de vários brasileiros que esperam do Governo
flavos, manifestação da revolta dos injustiçados pelo uma solução e não esta arbitrariedade.
Poder Público, nomeadamente pelo IBAMA. Esperando ter tocado o sentimento de V. Ex"s.,
Então, a notícia de um grande incêndio e não de pedimos apoio, assim como o desta Casa, na busca
um pequeno incêndio, como o ora noticiado no Esta- de solução para tão aflitiva situação vivida por conci-
do do Paraná correrá o mundo, revelando a incúria e a dadãos nossos.
irresponsabilidade das autoridades que têm a obriga- Era o que tinha a dizer.
ção de incrementar a implantação do Parque Nacio- O SR. L1NCOLN PORTELA (Bloco/PSL - MG.
nal da Ilha Grande, iniciando pelo pagamento de justa Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,
indenização aos que foram expulsos, arbitrariamente, Sras. e Srs. Deputados, ao que parece, não teremos
de suas terras para a formação desse santuário de uma situação confortável nos próximos meses.
preservação. Segundo notícia veiculada no jornal Hoje em
Que dirá, então, o mundo todo disso? Que ima- Dia de 27 de agosto, "o mercado de trabalho deve
gem será feita do Brasil? passar por uma situação delicada, com expectativa
41086 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 20() 1
de queda ou pelo menos de estagnação na oferta de Pastare acrescenta, contudo, que to-
novas vagas. Considerando as expectativas mais das as opções que em geral antecedem
pessimistas - que incluem atraso de investimento no esse tipo de decisão já foram tomadas em
setor elétrico - e a projeção privada de crescimento setores fortes de grandes cadeias produti-
do Produto Interno Bruto (PIB) entre 1% e 2% no ano, vas, como férias coletivas, banco de horas e
os cargos que deixam de ser criados, somados aos planos de demissão voluntária. O exemplo
cortes, podem atingir um total de 800 mil postos de mais claro vem da indústria automobilística.
trabalho este ano, de acordo com previsão da Central Nos setores de telecomunicações e eletroe-
Única dos Trabalhadores (CUT) e de cálculos aproxi- letrônicos a situação é ainda mais crítica. A
mados do professor José Pastare". própria Associação Brasileira da Indústria
Ainda segundo a matéria: Elétrica e Eletrônica (Abinee) prevê corte de
cerca de 500 vagas até o fim do ano. Várias
Numa tendência que contraria a sazo-
empresas ligadas a esses setores dispensa-
nalidade, estima-se que no segundo semes-
ram funcionários recentemente, como Nor-
tre de 2001 os índices de desemprego não
tel, Furukawa e GloboCabo.
apresentem o ritmo tradicional de queda em
conseqüência do aquecimento da economia Por mais que se diga o contrário, Sr. Presiden-
que sempre ocorre no período. Isso porque, te, Sras. e Srs. Deputados, estamos no fundo do
este ano, tudo indica que o nível de ativida- poço. Se não forem tomadas medidas urgentes, não
de do primeiro semestre supere o previsto haverá mais tempo para que o Brasil saia dessa po-
para o segundo. sição de desconfiança não só perante os brasileiros,
A previsão da CUT é de que 400 mil mas perante o mundo todo.
vagas deixem de ser criadas em todo o País Era o que tinha a dizer.
e seu presidente, João Felício, estima que Muito obrigado.
postos sejam fechados em igual número.
O SR. JAIR BOlSONARO (PPB - RJ. Sem re-
Isso sem considerar os que já estejam de-
visão do orador.) - Sr. Presidente, estou dando pros-
saparecendo, acrescenta o Presidente da
seguimento ao meu pronunciamento de ontem, tendo
Força Sindical, Paulo Pereira da Silva. No
em vista mais uma injusta medida tomada por este
Centro de Solidariedade ao Trabalhador, da
Governo contra militares da União, companheiros da
Força, a média de ofertas de vagas por dia
Marinha, da Aeronáutica, do Exército, seus pensio-
caiu de 8.500, em junho, para 4.200 na se-
nistas e ex-combatentes.
mana passada.
Haverá alteração no cenário, alerta o Na medida provisória original que trata da remu-
especialista José Pastore, só se os investi- neração dos militares estava previsto que em janeiro
mentos no setor elétrico, previstos em cerca de 2002 teríamos aumento de 5% nos contrache-
de R$1 bilhão apenas para este ano, vierem ques, ou seja, mais uma migalha. Agora, na reedição
o mais rápido possível. Segundo ele, caso a dessa medida, o Governo transferiu-o para 2003, sem
verba só saia no ano que vem, o quadro do conhecimento dos chefes militares.
emprego será muito preocupante. Tal medida visa, entre outras coisas, Sr. Presi-
Pastare lembra ainda que, em geral, o dente, aumentar superávit primário - foi ordem do
dado usado pelo mercado é de que cada FMI - para pagamento de juros da dívida externa e
1% de crescimento do PIB crie de 350 mil a destinar dinheiro às eleições do ano que vem. Sabe-
400 mil postos de trabalho. Além disso, ele mos que ordem do FMI não se discute: cumpre-se.
explica que, tradicionalmente, cerca de 40% Ordem do Supremo Tribunal Federal pode-se ignorar.
do PIB vêm do resultado da atividade eco- É o prenúncio do fim da democracia no País!
nômica do primeiro semestre e os outros Houve grande corte também no Ministério dos
60%, do segundo. Assim, se no início do Transportes, ocupado pelo PMDB. Não basta o parti-
ano previa-se crescimento econômico entre do ter tempo na televisão. Com o corte, fica sem muni-
4% e 4,5%, a queda de dois pontos percen- ção, fazendo com que desista da idéia de candidatura
tuais desse indicador resultaria no cancela- própria.
mento do surgimento de pelo menos 700 mil O Governo foi benevolente com os Ministérios
vagas. Os próprios trabalhadores já come- da Saúde e da Educação, porque José Serra e Paulo
çam a prever mais dificuldades. Renato são pré-candidatos do PSDB.
Agosto (k 20(H DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 31 41087
Quanto ao corte nos demais Ministérios, isso foi bem comum e não ao bem de poucos, prepotentes ou
feito no varejo. No caso específico do Ministério da apaniguados.
Defesa, era quase impossível haver corte. Do orça- O passo a que me refiro, Sr. Presidente, Sras. e
mento global, 85% são destinados a pagamento de Srs. Deputados, foi a sanção do Projeto de Lei n°
pessoal. E para a vida vegetativa dos quartéis e inves- 3.242, de 2000, originário do Poder Executivo, do qual
timento em instrução, 15%. Era impossível cortar tive a honra e a satisfação de ser Relatora. Em ato so-
15%. Repito: era impossível! Resolveram, então, tirar lene no Palácio do Planalto, o referido projeto foi
da folha de pagamento. E o Governo teve a idéia de transformado em lei, sancionado pelo Sr. Presidente
transferir a migalha de 5% para 2003, reajuste que se- da República.
ria concedido em janeiro de 2002. O que seria cortado Não se pode negar a coragem e a decisão do Sr.
em outra parte foi retirado dos proventos dos milita- Fernando Henrique Cardoso de se contrapor, de for-
res. Tiraram o pão da boca dos filhos dos sargentos, ma incisiva, à grilagem de terras que, desde à época
dos cabos e dos praças para atender ao Fundo Mone- da colonização, tem concentrado riquezas e distribuí-
tário Internacional. do misérias. Coragem que a sociedade toda, inde-
As autoridades insensíveis do País estão acos- pendentemente de ideologia político-partidária, apla-
tumadas a se utilizar da disciplina do militar para sub- ude.
jugá-lo e humilhá-lo. Mas nos resta ainda a esperança Mas a Presidência da República não é somente
que depositamos nos chefes militares - aceitarão o Sr. Fernando Henrique. É urna equipe que deve ser
passivamente mais este tapa na cara em nome de harmônica e coesa, como o é. Uma equipe que intera-
uma falsa disciplina? ge e que se completa na consecução dos objetivos
Para concluir, Sr. Presidente, temos informa- propostos. Portanto, nada mais justo do que trazer a
ções de que a medida que chegou ontem aos quar- este plenário, à presença de meus nobres pares, os
téis hoje já está causando grande inquietação no nomes do Dr. Raul Selens Jungmann, Ministro de
meio militar. Venho apelando a meus companheiros Estado do Desenvolvimento Agrário; do Dr. José
da Casa e há sete meses discursando contra as me- Abraão, Secretário Executivo do Ministério do Desen-
didas do Governo. O Congresso está omisso. A Co- volvimento Agrário, e do Dr. Sebastião Azevedo, Pre-
missão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, sidente do Instituto Nacional de Colonização e Refor-
por exemplo, nega-se a convocar o Dr. Geraldo Quin- ma Agrária, o INCRA.
tão para prestar esclarecimentos sobre a atual crise Na qualidade de Relatora do projeto que se
que os militares atravessam. Se a Casa continuar se transformou em lei, posso, de viva voz e de forma se-
omitindo dessa maneira, vai ser surpreendida. gura e convicta, assegurar aos senhores presentes e
Mais uma vez apelo aos companheiros para à Nação brasileira o esforço, o empenho e a dedica-
que não se omitam, porque estamos à beira de uma ção com que se lançaram nesta ingente tarefa de,
crise militar séria, estamos à beira do caos. Ouçam a melhorando e aperfeiçoando o sistema registral brasi-
voz muda dos militares das casernas que são discipli- leiro, pôr termo às fraudes dominiais, às falcatruas
nados, patriotas, honestos e decentes. Se a crise ul- perpetradas por alguns magistrados e registradores
trapassar os muros dos quartéis, pode acabar no no exercício de suas atribuições. Anote-se, a bem da
Congresso. clareza, que não estamos generalizando quando nos
A SRA. ZILA BEZERRA (PTS - AC. Sem revi- referimos aos atos iníquos de magistrados e de oficia-
são da oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputa- is registradores. Não se pode lançar nódoas na digni-
dos, um passo decisivo foi dado, terça-feira última, dia dade de todos os oficiais registradores e membros da
28 de agosto, para a solução de muitos problemas magistratura somente porque alguns não se fizeram
que assolam o meio rural brasileiro. Um passo que so- dignos da função que o Estado lhes delegou.
mente pessoas comprometidas com a causa pública, Voltando à lei recentemente sancionada, acredi-
com o bem-estar social e com a inclusão dos que vi- tamos que, com ela, uma nova fase se inicia nas rela-
vem à margem da economia, da sociedade e da cida- ções fundiárias. Uma fase em que o Estado, dispondo
dania podem dar. Um passo firme e decidido, capaz de mecanismos adequados, atuará mais decisiva-
de modificar sistemática secular que somente benefi- mente na profilaxia e na punição dos atos ilícitos que
cia o forte em detrimento do débil econômico do meio envolvam a posse e o domínio de terras rurais, tanto
rural. Um passo corajoso porque não se intimidou di- públicas como privadas.
ante do poder do grileiro, do usurpador das terras, Quisemos, no início de nossa abordagem, dei-
que, por serem públicas, devem ser destinadas ao xar consignada, tornar pública, nossa homenagem ao
410XS Scxtil-Icira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto (10 200 I
Sr. Presidente da República e a seus colaboradores finitiva para se levar condição de vida condigna à po-
mais diretos pela lei sancionada. Mas não seria justo pulação dos Municípios do semi-árido piauiense.
deixar de fazer, nesta sede, especial referência ao Dr. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Muni-
Caio Hilton de Freitas Teixeira, membro da Consulto- cípio de Pio IX tem cerca de 16 mil habitantes: 6 mil na
ria Legislativa desta Casa, onde exerce também a zona urbana e 10 mil no interior. A cidade é de uma
função de Coordenador da Área de Direito Agrário. E pobreza tremenda no que diz respeito a abastecimen-
o fazemos por entender que sem sua colaboração to de água, mas há regiões de chapada onde é feito
atenta e equilibrada, sem a cobertura de seu profun- plantio intensivo do caju. Dá gosto andar por lá e ver o
do conhecimento do Direito Agrário, do Direito Regis- contraste: são mais de 60 mil hectares plantados,
trai e de seu conhecimento das questões fundiárias, uma produção espetacular.
talvez não tivéssemos nós, a sociedade brasileira, O Município de Santo Antônio de Lisboa, de
muitos benefícios que dessa lei advirão. pouco mais de 400 quilômetros quadrados, está ex-
Portanto, Sr. Presidente, que fique consignado portando cerca de 15 mil caixas de caju por dia. Mas
nos Anais da Casa nosso respeito e admiração por não é só. A economia do Município está centrada
esse profissional que só engrandece a Consultoria também no feijão e na mandioca. Agora estamos tra-
Legislativa. balhando com apoio do Ministério da Agricultura na
Muito obrigada. retomada da cotonicultura em toda a região.
O SR. B. SÁ (PSDB - PI. Sem revisão do ora- Sr. Presidente, o povo só quer água para de uma
dor.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ontem vez por todas se estabilizar. Já provaram que são ca-
compareci a audiência com o Ministro Raul Jung- pazes de produzir e crescer. Não estão lá pedindo o
mann e, dentre outros assuntos, convidei-o para visita tal dinheiro do Bolsa-Renda. Querem instrumentos,
ao Município de Pio IX, no Estado do Piauí, que está meios para viver com independência sem os abalos
sofrendo tremendamente com a falta de água, até da falta de água na época de pouca chuva.
mesmo para consumo humano. O açude que o abas- Fiz por escrito convite ao Sr. Ministro Raul Jung-
tecia, construído pelo DNOCS em 1948, secou de mann e espero que S.Exa. vá em breve conhecer
vez. Essa é urna região de pouca quantidade de chu- essa situação, com toda a bancada do Estado do Pia-
vas e de solo cristalino, com chances de obtenção de uí e o Sr. Governador. Em vez de gastar fortunas com
água em aqüíferos subterrâneos muito pequenas. carros-pipa, deveria investir numa solução definitiva
Quero que o Ministro vá ao Município Pio IX não para o problema, construindo uma barragem no Rio
para que S. Exa. veja mais um povo a sofrer pela falta Marçal, no Município de Pio IX.
de água, mas para que constate a necessidade ur- Era o que tinha a dizer.
gente de apoio do Governo Federal, por meio do Mi- O SR. PADRE ROQUE (PT - PR. Pronuncia o
nistério Extraordinário denominado Ministério da seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. De-
Seca, para a solução do abastecimento de água não putados, já estamos adentrando o mês de setembro
só daquele Município, mas de outros pequenos em e, mais urna vez, os agricultores familiares do Brasil
derredor, como Alagoinha, Campo Grande, Vila Nova, estão à espera de definições do Governo Federal
Santo Antônio de Lisboa, Monsenhor Hipólito e Fran- para poder semear a terra. É uma triste ladainha que
cisco Santos. Esses Municípios, que englobam um to- se repete todos os anos. O Governo e sua burocracia
tal de 63 mil habitantes, necessitam urgentemente de atrasam a liberação dos recursos e quem paga a con-
água. A solução é a construção de urna barragem de ta são nossos colonos, que não conseguem ter aces-
porte maior no Rio Marçal, que drena a maior bacia so aos financiamentos para viabilizar o plantio de
hidrográfica da região e que, com certeza, acumulará suas lavouras.
a cada ano mais de 60 milhões de metros cúbicos de Neste ano de 2001, a situação foi pior que nos
água, o suficiente para abastecer os Municípios que anteriores, pelo menos para nossos agricultores fami-
acabei de citar. liares. Já para os grandes fazendeiros o Governo fez
Ora, Sr. Presidente, os Governos Federal, Esta- uma clara deferência: anunciou a liberação dos recur-
duais e Municipais, não só este ano, mas em anos sos para o financiamento da safra no início de julho.
passados em que se deu a seca, gastaram verdadei- Para os agricultores familiares, porém, o anúncio só
ras fortunas trazendo água de distâncias enormes por foi feito na metade de agosto.
intermédio de carros-pipa, fazendo enormes despe- E, mesmo após o anúncio do pacote de medi-
sas. E o mais curioso: a água não era de boa qualida- das para o PRONAF, o Governo ainda não liberou re-
de. Então, fui fazer ver ao Ministro que há solução de- cursos para o plantio, o chamado financiamento para
Ap.oslo de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Scxta-li.:ira 31 41089
custeio da safra, o que aumenta o grau de dificulda- FRENTE SUL DA AGRICULTURA FAMILIAR
des do nosso homem do campo.
Cansados de esperar promessas não
Não bastasse a falta de garantia do preço mí- cumpridas, nós agricultores familiares mais
nimo, a falta de um seguro agrícola que garanta a uma vez precisamos deixar o trabalho na la-
produção do agricultor contra as intempéries, a falta voura e tomar as ruas e cidades para de-
de estoques reguladores, nosso agricultor familiar nunciar nossa situação para a sociedade.
ainda tem de enfrentar uma série de dificuldades A situação não é nova, e nos entriste-
para obter um mísero financiamento para o plantio ce o fato do governo não reconhecer que
de sua lavoura. A começar pela burocracia. São tan- somos mais de quatro milhões de famílias,
tos os documentos exigidos para se obter financia- que em quase todas as pequenas cidades
mento que metade dos agricultores familiares não somos a principal economia, que podemos
consegue ter acesso ao crédito junto ao banco. ser a principal solução para os problemas
Some-se a isso a demora do Governo para liberar sociais dos grandes centros urbanos, que
os recursos, que chegam ao agricultor sempre de- produzimos mais de 80% da alimentação
pois da época de plantio. Tudo isso desestimula básica do país.
nosso agricultor, que acaba migrando do campo É preciso lutar novamente, assumimos
para a cidade. esta posição pública depois de inúmeras ten-
Mas nosso Governo não tem nenhuma sensibili- tativas de negociação através da Frente Sul
dade pelos problemas sociais. A área econômica só da Agricultura Familiar junto ao Governo Fe-
tem olhos e recursos para o Fundo Monetário Interna- deral que permanece respaldando a Agricul-
cional - FMI. Para pagar os juros, há uma infinidade tura Patronal pela Bancada Ruralista, as
de recursos, seja do Tesouro, seja do Orçamento. Só Grandes Cooperativas e Bancos Cooperati-
não tem dinheiro para a agricultura, só não tem dinhe- vas e o FMI através do Ministério da Fazen-
iro para a produção. Produzir alimentos e riqueza não da. Para nós Agricultores/as Familiares restou
é prioridade deste Governo. A ele só interessam os uma agenda de promessas não cumpridas:
banqueiros internacionais, os agiotas, os megaespe- Primeiro: Apresentação do
culadores. PRÉ-PLANO DE SAFRA 2001 com a pro-
messa, em resposta a audiência da
A prova do descaso com que o Governo tem tra-
FRENTE SUL, de disponibilização dos re-
tado os agricultores familiares pode ser sentida quan-
cursos para início de julho de 2001, dos
do mantemos contato com as entidades que repre-
quais 15% seriam repassados diretamente
sentam nossos pequenos e miniprodutores rurais.
às Cooperativas de Crédito dos Agricultores
Ontem, em meu gabinete, recebi a visita de uma re-
Familiares - PROMESSA NÃO CUMPRIDA.
presentação da Frente Sul da Agricultura Familiar, or-
Segundo: Saem recursos para a agri-
ganização que congrega diversas entidades sindica-
cultura patronal em JULHO DE 2001, com
is, associações, ONGs, que lutam em defesa da agri-
aumento de quase 40% no volume de recur-
cultura familiar. Estão em Brasília negociando e pres-
sos, para a Agricultura Familiar nada -
sionando a área econômica do Governo Federal para
PROMESSA NÃO CUMPRIDA.
que atenda a algumas de suas reivindicações que re-
solveriam em parte os problemas enfrentados pelos Terceiro: Saem as normas do Plano
2001/2002 em agosto para a Agricultura Fa-
nossos agricultores.
miliar, sem recursos para Assistência Técni-
A Frente Sul lançou carta denunciando o desca- ca, sem o crédito para as Cooperativas de
so do Governo com a agricultura familiar, setor res- Crédito dos Agricultores/as Familiares
ponsável por mais de 80% da produção nacional de (SISTEMA CRESOL), e sem definir quanto
alimentos. dinheiro e quando será disponibilizado -
Por concordar em gênero, número e grau com PROMESSA NÃO CUMPRIDA.
a avaliação da Frente Sul da Agricultura Familiar, Quarto: O Governo ameaça cortar
leio a carta para que fique registrada nos Anais da 40% dos recursos da Agricultura Familiar.
Casa. Espero que ela chegue aos ouvidos dessa in- Os recursos da safra passada não estão ga-
sensível equipe econômica, que se nega a ouvir o rantidos.
clamor dos que produzem o pão que alimenta nos- Diante desta triste realidade, pedimos
sa Nação. a esta autoridade local que nos apoie, reme-
410l)O Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DI21'UTADOS Agosto de 200\
tendo as reivindicações a seguir para as ins- Homem de profunda sensibilidade pelo social e,
tâncias competentes do banco do Brasil e juntamente com sua esposa, D. Alice Carneiro, sem-
do ministério da fazenda, para que no prazo pre devotado à faina de oferecer melhor qualidade de
máximo de 10 (dez) dias a contar desta vida às populações pobres, vítima da exclusão social,
data, todas sejam solucionadas: Rui Carneiro foi se tornando cada vez mais digno do
1 - Liberação imediata de recursos, respeito e da admiração do povo paraibano, conse-
em quantidade suficiente, para atender as guindo a tarefa singular de, a partir de 1950, elegerse
demandas dos agricultores/as familiares. quatro vezes ao Senado Federal, aí permanecendo
2 - Imediata publicação das portarias durante 27 anos.
de equalização do ministério da fazenda, Somente a morte, nos idos de 1977, conseguiu
para que possa ser iniciado as contrata- interromper essa vitoriosa seqüência de mandatos
ções; eletivos majoritários, conquistados em sucessivos
3 - Imediata assinatura do convênio pleitos, nos quais, a cada eleição que processava, era
do Banco do Brasil com o SISTEMA cada vez maior a consagração popular recebida nas
CRESOL de Cooperativas de Crédito. umas.
Francisco Beltrão, PR, 27 e 28 de Na vida privada, durante algumas décadas, Rui
agosto de 2001. Carneiro foi Presidente de uma corporação financeira
Sr. Presidente, solicito a V. Exa que meu pro- multinacional- o Banco Hipotecário Lar Brasileiro-,
nunciamento seja divulgado em A Voz do Brasil. pertencente ao grupo Larraigotti e, posteriormente,
Muito obrigado. ao banqueiro norteamericano David Rockfeller, mas
O SR. WILSON BRAGA (Bloco/PFL - PB. Pro- apesar de seus vínculos com esses setores financei-
nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e ros internacionais, jamais deixou de defender os inte-
Srs. Deputados, desejo registrar a passagem do cen- resse do Brasil e, particularmente, do seu Estado.
tenário de nascimento do Senador Rui Carneiro, De sua família despontam ilustres homens pú-
ocorrida no último dia 20 de agosto, tendo sido alvo blicos, ainda hoje prestando relevantes serviços à Pa-
das mais expressivas comemorações em todo o terri- raíba, podendose citar entre esses o Dr. Antônio Car-
tório paraibano. neiro Amaud, seu sobrinho, duas vezes Deputado Fe-
Peço a atenção dos ilustres pares, principal- deral e posteriormente eleito Prefeito de João Pes-
mente dos que não tiveram a honra de conhecer a soa. Como médico, notabilizou-se por sua luta precur-
vida pública desse grande paraibano, um dos políti- sora contra o câncer, na Paraíba, tendo sido respon-
cos que sempre honraram o País e a política brasilei- sável, juntamente com o falecido Deputado Janduhy
ra, desde o momento que nela ingressou, sob a Iide- Carneiro, pela criação da Fundação Napoleão Laure-
rança de Getúlio Vargas, empunhando armas para fa- ano.
zer vitoriosa a grande revolução nacionalista de 1930. Outro exemplo de homem público entre os fami-
Após vitorioso o momento revolucionário, no iní- liares do Senador Rui Carneiro é o ilustre Desembar-
cio dos anos 40, foi nomeado pelo Presidente Vargas gador Raphael Carneiro Amaud, jurista emérito, que
Interventor na Paraíba, fase em que lançou os funda- recentemente exerceu a Presidência do Tribunal de
mentos de uma política de assistencialismo às popu- Justiça do Estado e a Presidência do Tribunal Regio-
lações carentes, inédita no Estado, e com a qual nal Eleitoral, um paradigma de vida devotada à justiça
consolidou sua liderança política, a qual foi sempre e ao interesse público do nosso Estado.
marcada por um populismo irresistível, solidário e Quero deixar bem vivo na memória dos meus
inovador. pares que o Senador Rui Carneiro foi, enfim, um ho-
Apesar de ter governado a Paraíba durante a vi- mem público de tão elevado conceito no Senado Fe-
gência do Estado Novo, em que as liberdades e ga- deral e na política paraibana que os grandes líderes
rantias individuais estiveram suspensas, Rui Carneiro do nosso Estado sempre o tiveram como modelo de
conduziu o Estado num clima de tolerância e de res- comportamento e dele sempre fizeram um paradig-
peito à liberdade do cidadão, a ponto de merecer de ma, tal foi a grandeza de sua personalidade e a impor-
um dos maiores adversários do regime, Carlos Lacer- tância de sua vida pública.
da, a ressalva de que a Paraíba, sob seu comando, Ao finalizar, Sr. Presidente, requeiro seja regis-
pode ser denominada Suíça brasileira, por se consti- trado nos Anais da Casa o voto de reconhecimento da
tuir num oásis no deserto de liberdade imposto pelo Paraíba a esse ilustre paraibano, que tantos serviços
regime autoritário de então. prestou àquele Estado e ao Brasil. Esta homenagem
AgllSlo de 2001 DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Sexta-leira3\ 4\091
que ora prestamos é feita em meu nome e no de toda Central eleva a taxa de juros, o que restringe os inves-
a bancada federal do meu Estado. timentos e dificulta a expansão dos negócios. O nível
Sr. Presidente, solicito que meu pronunciamen- de emprego, então, pára de crescer. Assim, pois, o
to seja endereçado aos familiares de Rui Carneiro, déficit da balança comercial está diretamente ligado à
principalmente ao Desembargador Rafael Carneiro, taxa de câmbio, à taxa de juros e ao ritmo de cresci-
um dos ilustres representantes dessa família em meu mento da economia e do emprego.
Estado. O déficit da balança comercial tem um outro efe-
Era o que tinha a dizer. ito talvez ainda mais perverso, pois quando este cres-
O SR. FRANCISTÔNIO PINTO (Bloco/PFL - ce eleva-se o Risco Brasil, já que investidores e cre-
BA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, dores externos passam a questionar a capacidade do
Sras. e Srs. Deputados, o excepcional desempenho País de honrar seus compromissos. O spread - que é
da agricultura na safra que está sendo colhida mere- o adicional sobre os juros, a título de cobertura de ris-
ce algumas reflexões. Em primeiro lugar, cumpre sali- co, das captações de recursos no mercado financeiro
entar a magnitude do crescimento da produção. De internacional - eleva-se e aumenta o custo da rola-
82,5 milhões de toneladas de grãos em 1999/2000, a gem da dívida externa. Em síntese, toda a economia
produção deve saltar, no corrente ano agrícola, para entra em um círculo vicioso de declínio, que, no pas-
92 milhões de toneladas, um crescimento, portanto, sado, só foi revertido com a intervenção do FMI e
de 10,4%. Todavia, ainda mais auspicioso que o salto suas exigências, as famosas "condicionalidades",
na produção é a forma como esta foi realizada, pois que tanto sacrifício impuseram ao povo brasileiro.
os mais de 10% de crescimento da produção foram O que quero mostrar com esta análise, Sr. Presi-
obtidos numa área que cresceu apenas 2%. Em ou- dente, é que o saldo da balança comercial tornou-se o
tras palavras, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, calcanhar-de-aquiles da economia brasileira. E é jus-
os dados já computados do Ministério da Agricultura tamente neste ponto que reside a vital importância do
demonstram, de forma inequívoca, o grande avanço setor agrícola, pois enquanto nossa balança comerci-
tecnológico de nossa agricultura. Pode-se dizer o que ai tem sido cronicamente deficitária, a balança comer-
se quiser da agricultura brasileira, mas não se pode ciai de produtos agrícolas é fortemente superavitária.
negar que nossos agricultores estão ficando cada vez Alguns dados ilustram a afirmativa: em 1999, as
mais competentes. exportações agrícolas renderam 11,9 bilhão de dóla-
E competência, obviamente, gera dividendos. res ao País, enquanto as importações custaram-nos
Competência repercute no bolso do agricultor e traz 1,99 bilhão em divisas, deixando-nos um saldo positi-
ganhos que se espraiam por toda a sociedade. Se- vo de quase 10 bilhões de dólares. Em 2000, o saldo
gundo dados do IBGE e da Fundação Getúlio Vargas, de exportações sobre importações caiu para 8,6 bi-
a renda nominal de lavouras e pecuária foi de 49 bi- lhões, principalmente por causa da queda de preços
lhões de reais, em 1998; cresceu 15,6% no ano se- das mais importantes commodities agrícolas no
guinte e outros 9,4% em 2000. Com isso, a renda agrí- mercado internacional. No ano em curso, com a recu-
cola atingiu 56.7 bilhões de reais em 1999 e saltou peração de alguns preços e o aumento dos volumes
para 62 bilhões em 2000. A expectativa para o ano em exportados, a expectativa é de que, mais uma vez, a
curso é de que o crescimento da renda agrícola agricultura venha contribuir de forma ainda mais vigo-
acompanhe o ótimo desempenho da safra e que, com rosa que no passado para o equilíbrio de nossas con-
esta, se ampliem os benefícios que a agricultura tem tas externas.
trazido para a economia e a sociedade brasileiras. O substancial crescimento da produção agrícola
O impacto mais visível da boa safra será sobre a nacional como o observado na presente safra se, de
balança comercial. Atualmente, o crescimento da um lado, é uma boa notícia, como acabamos de mos-
economia brasileira está sendo restringido de forma trar, de outro, põe em evidência a enorme fragilidade
dramática pela limitada disponibilidade de divisas. Em de nossa infra-estrutura econômica. Nada mais em-
outras palavras, o fraco desempenho do balanço de blemático das deficiências de nossa estrutura de
pagamentos impede a renda nacional de crescer transportes e armazenagem do que as longas filas de
mais rapidamente. Se a renda cresce, as importações caminhões estacionados nas rodovias de acesso aos
acompanham e, como há grande escassez de divi- portos. A verdade é que não temos armazéns sufici-
sas, uma vez que as reservas estão baixas, a taxa de entes para guardar os grãos - e por isso os armaze-
câmbio eleva-se, pressionando os preços internos. namos em caminhões às margens das estradas -,
Para impedir que a inflação fuja ao controle, o Banco como corretamente diagnosticou um representante
410'.12 S<:xta-kim 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto lk 2001
dos caminhoneiros a caminho do Porto de Parana- vadores militares, a despeito da tímida atitude no que
guá. A verdade, ternos de afirmar e reafirmar, é que a se refere à questão agrária.
expansão de nossa produção agropecuária ainda Em período recente, ao setor agrícola têm sido
continua restringida pela nossa limitada capacidade destinados recursos em torno de 5 a 8 bilhões de dó-
de escoamento da produção. lares, contra 21 bilhões de dólares no fim da década
O transporte rodoviário é notoriamente caro e de 1970.
deficiente; o transporte ferroviário é limitado a poucas Fernando Homem de Melo, Professor titular da
regiões; e o mais barato de todos, o transporte hidro- Universidade de São Paulo - USP, em "O Declínio da
viário, inexplicavelmente quase não existe, com exce- Política Agrícola" (Gazeta Mercantil - 09/10/2000),
ção da Hidrovia Tietê-Paraná, a única em operação bem salienta:
realmente relevante. A menos que o País tome as pro- Uma boa política agrícola tem vários
vidências que a situação requer para eliminar este
componentes, que variam entre países. O
gargalo, estará, sem sombra de dúvida, renunciando componente crédito agrícola deve ser im-
ao crescimento de seu produto agrícola e, em conse- portante para nós, entre outras razões, pelo
qüência, sacrificando o próprio crescimento da eco- fato de o Brasil dos últimos 20 anos ter sido
nomia.
caracterizado por elevadas taxas de juros
Por último, mas não menos importante, a gran- reais no mercado financeiro. Adicionalmen-
de safra de 2001 deixa às claras a fragilidade dos me- te, mesmo depois de várias reduções, a
canismos governamentais de apoio à comercializa- taxa Selíc, do Banco Central, ainda é eleva-
ção. As Aqu' ~~ições e Empréstimos do Governo Fede- da, de 16,5%, considerando-se a taxa pre-
ral, os Programas de Escoamento da Produção e os vista de inflação: 4% para o IPCA em 2001.
leilões de compra de contratos de opção estão no li- Isso, sem dúvida, limita a implementação de
mite da disponibilidade de recursos. Se esta é urna outros mecanismos de financiamento, me-
boa notícia, porque, de certa forma, mostra a preocu- nos dependentes da intervenção oficial.
pação do Governo com o bom uso do dinheiro públi- A adoção de inovações tecnológicas,
co, ao contrário do passado em que a comercializa- na ausência de recursos próprios dos agri-
ção tinha sido praticamente estatizada, dando mar- cultores, depende da disponibilidade de fi-
gem a toda sorte de falcatruas e a pedidos de CPI, nanciamentos para a compra de insumos.
por outro lado, deixa exposta a precariedade da situa- Essa é uma das relações entre crédito e
ção: por causa da diminuição dos meios e dos recur- crescimento agrícola. Entretanto, o que tem
sos para o financiamento da comercialização, cor- acontecido é uma sistemática redução dos
re-se o risco de que uma superoferta venha a provo- financiamentos disponíveis, especialmente
car a depreciação exagerada dos preços. Além de um nos anos 90, excetuando-se os concedidos
desastre financeiro para os agricultores, o rebaixa- à agricultura familiar, por meio do inovador
mento de preços neste ano colocará em risco a safra PRONAF. Essa redução é uma possível ex-
do ano que vem. plicação para o bastante modesto comporta-
São essas, Sr. Presidente, as reflexões que eu mento da produção agrícola (vegetal) brasi-
quis dividir com os nobres colegas e com o povo bra- leira nos anos 90. A de produtos animais
sileiro. teve melhor desempenho, mas ela sempre
foi menos dependente do crédito oficial.
Peço a V. Ex" que meu pronunciamento seja di-
E acrescenta:
vulgado em A Voz do Brasil.
As reduções dos financiamentos con-
O SR. JOSÉ CARLOS ELIAS (PTB - ES. Pro- cedidos pelo Sistema Nacional de Crédito
nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Rural, num período de dez anos, são alar-
Srs. Deputados, a agricultura brasileira necessita ur- mantes. Mesmo em um período mais curto,
gentemente de urna mudança radical da postura go- a redução foi expressiva. Comparando-se o
vernamental com relação ao setor. período do Plano Real, 1995/99, com os di-
Inicialmente, cabe ressaltar que o setor agrícola fíceis anos do Plano Collor, 1990/92, a dimi-
nacional não foi devidamente contemplado nos pro- nuição foi de 15,4 bilhões de reais para 10,1
gramas do período da industrialização pesada dos bilhões de reais (-34,6%). Embora outras
Governos Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, en- fontes de financiamento tenham sido ampli-
tretanto, mereceu certo apoio dos governos conser- adas, como a indústria de insumos, esses
Agosto de 200\ DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sext:.J-feira 31 41093
números evidenciam as dificuldades dos sos parceiros comerciais, dentre outras recomenda-
produtores nos anos recentes. ções. Só assim poderão ser evitadas crises como a da
É importante salientar também que, a partir do cafeicultura, que vêm empobrecendo os agricultores.
início da década de 90, os Governos do País efetua- Sr. Presidente, peço que meu discurso seja di-
ram uma rápida abertura comercial de nossa agricul- vulgado nos meios de comunicação da Casa.
tura à concorrência com os importados, expondo pro- O SR. MARCOS DE JESUS (Bloco/PL - PE.
dutos sensíveis de nossa agropecuária à concorrên- Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs.
cia com países que subsidiam suas agriculturas. Deputados, Nação brasileira, viemos agradecer a pla-
Contudo, a diferença não se restringe aos subsí- ca de honra ao mérito que recebemos no Município
dios. Nos países desenvolvidos, o setor agrícola é de Afogados da Ingazeira, Pernambuco, por iniciativa
protegido por tarifas alfandegárias maiores que as do Vereador Hamilton Marques, do PFL daquele Le-
nacionais e por seguros agrícolas que asseguram gislativo Municipal. A homenagem foi feita numa ses-
renda aos agricultores na ocorrência de queda de sa- são comandada pelo Presidente da Câmara de Vere-
fra, o que propicia acesso fácil às fontes privadas de adores, José Erickson Torres Lopes, e é o reconheci-
crédito. mento de que realmente trabalhamos em favor da-
Ademais, os governos mantêm estoques regu- quele Legislativo, que muitas vezes tem sido injustiça-
ladores que asseguram, de alguma forma, a estabili- do pela imprensa. Não se pode condenar todo um
dade de preços. segmento por conta de alguns ladrões do Erário. Isso
"Nada disso existe no Brasil", destaca Simone existe em todos os setores.
Biettler Mateos, em "Conflitos podem aumentar por Fomos recebidos com muito carinho e amor por
falta de política agrícola" - O Estado de S.Paulo, em todos que compõem aquele Parlamento. Os anseios
25/09/2000: e as necessidades daquele povo são muito grandes.
O Sertão do Pajeú tem sofrido com falta de verbas
Alguns poucos seguros agrícolas ga- para promover seu desenvolvimento e dar assistência
rantem o pagamento do financiamento ban- a uma população que tanto sofre com a seca. Só mes-
cário, mas não a renda dos produtores. mo quem vive na região sabe o quanto padece no
Mesmo os estoques reguladores, que prati- Sertão do Pajeú, no Sertão do Araripe, no Sertão do
camente todos os países do mundo man- Moxotó, no Agreste, no Agreste Meridional.
têm, deixaram de funcionar há alguns anos,
Agradecemos aos nobres Vereadores a luta que
depois de muitas denúncias de desvios de têm empreendido em favor do seu povo.
recursos.
Sr. Presidente, essa moção de aplauso, essa
A questão dos subsídios é um dos as-
homenagem que nos fizeram, como disse, foi apoiada
pectos mais claros da falta de política agrí-
por todos os Vereadores. Todos - Oposição e Situa-
cola. No Brasil, os únicos existentes são os
ção - concordaram em nos oferecer aquela placa.
embutidos nos créditos do PRONAF, que
Toda honra e toda glória para o Senhor Jesus!
representam, em média, pouco mais de 100
Sabemos das dificuldades que enfrenta o Muni-
reais ao ano para cada um dos 4,2 milhões
cípio de Afogados da Ingazeira, especialmente no to-
de estabelecimentos agrícolas familiares.
cante ao Programa Renda Mínima. Uma quantidade
Diante disso, é fácil perceber que essas medi- muito pequena de bolsas-escola foi distribuída àquela
das deprimiram a renda dos agricultores, gerando o população de mais de 34 mil habitantes. Numa cidade
aumento dos níveis de inadimplência e negligência com alto índice de desemprego, além da grave seca,
no que se refere ao manejo e tratos culturais das la- só foram concedidas 1.200 bolsas. Quando fui a São
vouras. A conseqüência foi a redução do grau de José do Egito, os Vereadores reclamaram do mesmo
auto-suficiência de importantes produtos agrícolas, problema. Também em Sertânia, onde fomos home-
como arroz, trigo, algodão e até de algumas pautas nageados pelos Vereadores, a dificuldade é a de
nas quais o Brasil sempre foi superavitário, a exem- sempre.
plo do cacau e do café. Mas quero ater-me a Afogados da Ingazeira.
Impõe-se, assim, uma total revisão da postura Naquela reunião, todos os Vereadores diziam que
do Governo, a qual deve conter, obrigatoriamente, mais de 800 inscritos infelizmente não foram benefici-
maiores gastos em pesquisa e difusão tecnológica, ados. Em Petrolina, 1.300 pessoas foram cortadas.
infra-estrutura de transportes, crédito a juros interna- Mas elas precisam se alimentar, tanto quanto os ou-
cionais e exigência de reciprocidade por parte de nos- tros.
41094 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADUS Agosto de 2001
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estamos extrema competência, grande poeta, com quem con-
aqui para registrar a angústia de todo o povo do Ser- vivi algum tempo, buscou de J.G. de Araújo Jorge o
tão do Pajeú. consentimento para prefaciar uma de suas obras de
Agradecemos aos Vereadores que fazem parte poesia.
daquele Legislativo Municipal: Aline da Fonseca; Luiz No Rio Grande, principalmente no litoral, tive-
Alves dos Santos; Augusto Severo Martins da Fonse- mos momentos de grandeza daquela alma, fazendo
ca; Hamilton Marques da Silva - autor da proposição serenatas à noite com Noel Guarany, extraordinário
de homenagem -; Luiz Gonzaga da Silva; Renaldo tradicionalista e nativista, que também já nos deixou.
Lima Silva; Cícero Ramos de Souza; José lone de Dilamar Machado cantava, e bem; tinha ritmo, melo-
Almeida; Braz Emídio de Vasconcelos e Raul Cajuei- dia e vocação. Eu, cada vez que cantava, era um de-
ro de Albuquerque. sastre amazônico, porque não tinha ritmo e voz, mas
Deixo a eles meu abraço amigo e fraterno. tinha coragem de andar com Noel Guarany e Dilamar
Solicito ao Sr. Presidente da República que trate Machado, companheiro que, lamentavelmente, fale-
com carinho o Bolsa-Renda. S.Exa. também tem fi- ceu aos 65 anos.
lhos, esposa e netos. Embora não viva a mesma situ- Ditamarfoi velado na Câmara dos Vereadores, e
ação do povo do sertão, tem idéia do que lá acontece. todos os partidos, inclusive os adversários de ontem,
Só quem passa fome e enfrenta dificuldades sabe do foram levar os pêsames a Léa, Anderson, Alceu, Álva-
real sofrimento. ro e André, que é um extraordinário radialista e pro-
Sr. Presidente, agradeço a oportunidade a toda fessor universitário.
a sociedade do Sertão do Pajeú, especialmente ao Não sei o que mais poderia dizer para traduzir a
Legislativo Municipal de Afogados da Ingazeira, que . amargura e a tristeza que os humanos sofremos prin-
nos recebeu com muito carinho. cipalmente em decorrência de não termos a concep-
Muito obrigado, Sr. Presidente. ção correta do que é a morte. Será que a morte é o
O SR. ALCEU COLLARES (Bloco/PDT - RS.) fim? Pessoalmente, não acredito na morte. Acredito
- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Rio Gran- na vida e, conseqüentemente, em outras paragens no
de do Sul perdeu, no dia 23, o companheiro Dilamar campo da ascensão espiritual da criatura humana.
Machado, uma das figuras políticas de maior relevo, Quando nos perguntarmos quem somos nós, de onde
dada sua coerência, verticalidade e maneira muito viemos, para onde vamos, o que estamos fazendo
fraterna e extremamente generosa. Foi radialista, jor- aqui e tivermos capacidade de responder com algu-
nalista, político e Vereador em Porto Alegre. ma lógica, estaremos, sem dúvida alguma, cami-
Tive a alegria de estar com Dilamar Machado, nhando para a compreensão do que é a passagem
sempre trabalhista e brizolista. Em qualquer circuns- em busca de outras paragens no campo da espiritua-
tância, tinha voz tranqüila e serena para tentar con- lidade.
sertar e construir harmonia partidária. Foi um dos O SR. PAULO GOUVÊA (Bloco/PFL - SC. Pro-
mais competentes jornalistas e radialistas de progra- nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e
mas populares de enorme alcance. Quando resolveu Srs. Deputados, no último dia 28, o Município de Gua-
candidatar-se à Vereador, obteve a maior votação da ramirim celebrou 52 anos de emancipação políti-
história do Legislativo de Porto Alegre. co-administrativa. A data foi comemorada festivamen-
Sofreu também as conseqüências de uma dita- te pelos guaramirenses, que podem se orgulhar de vi-
dura cega e violenta, que tantos males causou à Na- ver em um Município de grandes perspectivas de de-
ção brasileira. Teve coragem de denunciar, da tribuna senvolvimento.
da Câmara de Vereadores, que a ditadura ou alguém Guaramirim recebeu seus primeiros colonizado-
ligado a ela havia assassinado o Sargento Manoel, res alemães na segunda metade do século XIX, na
que apareceu boiando no Rio Guaíba. Durante muito esteira aberta com a chegada de imigrantes em Join-
tempo sofreu por ter sido cassado, devido à coragem ville e Blumenau. A colonização começou efetivamen-
de fazer a acusação, mas nunca perdeu a maneira te em 1887, por imigrantes liderados pelo Prof. Gusta-
tranqüila, fraterna e generosa de conviver com seus vo Doubrawa. Aos alemães juntaram-se depois tam-
amigos. bém descendentes de portugueses e italianos. Nos
Extraordinário Vereador, Deputado, jornalista, primeiros anos, a colônia recebeu o nome de Bana-
radialista, Dilamar Machado podia perder um amigo, nal, que o Presidente Getúlio Vargas mudou por de-
mas não perdia uma piada. Contador de histórias com creto, em 1944, para Guaramirim - nome de origem
Agosto dl: 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DI:iI'UTADOS Sl:xta-/õ:ira 31 41095
indígena que significava garça (guará) pequena (mi- Itajaí. Quarenta e sete anos depois, em 1897, a ação
rim). colonizadora atingia o Alto Vale do Itajaí, formava
A localização de Guaramirim é privilegiada. O onze distritos, incluindo a sede, e abrangia uma área
Município está situado no maior pólo econômico de de 10 mil quilômetros quadrados.
Santa Catarina, constituído por Joinville, Blumenau e Sob o comando firme do Dr. Blumenau, os colo-
Jaraguá do Sul. Seu território é cortado pela BR-280, nos dedicaram-se ao trabalho da terra, embora hou-
um corredor de exportação que liga o porto de São vesse profissionais artesãos entre os primeiros imi-
Francisco do Sul ao planalto norte catarinense. Sua li- grantes. O amor à liberdade marcou desde o início a
gação com Blumenau e com o Vale do Itajaí é feita colônia: ao viajante que tivesse escravos em sua
pela SC-413, que tive a oportunidade de reformar in- companhia, apenas 48 horas lhe eram concedidas
tegralmente durante a administração do para permanecer no povoado. Educar os filhos era es-
ex-Governador Vilson Kleinubing, da qual participei sencial, nem que para isso fosse preciso importar pro-
como Secretário de Estado dos Transportes e Obras. fessores da terra natal e instalar uma escola para
Guaramirim teve três fases em seu crescimento. cada pequeno número de famílias.
A primeira em 1910, com a inauguração da estação Liberdade, trabalho e educação - esses os valo-
ferroviária, que fortaleceu o comércio local. Em 1930 res que alimentaram a vida da colônia e que constitu-
veio o ciclo da industrialização, com destaque para a em o grande legado dos pioneiros a seus descenden-
cana-de-açúcar e para a cerâmica. Na década de 70 tes. Com base neles, o Município cresceu e se desen-
surgiram as indústrias moveleiras, de conservas, de volveu.
massas alimentícias, metalúrgicas, tintas e vernizes. Hoje, Blumenau é responsável pelo segundo
Na agricultura, predominam o arroz irrigado, a bana- maior PIB de Santa Catarina: em 2000, o PIB anual
na e a oleiricultura. de Blumenau foi de R$3,5 bilhões (9,02% do PIB ca-
Neste início de século, o Município inaugura tarinense), ficando atrás apenas de Joinville (pIB de
uma nova era de desenvolvimento. A construção da R$5,2 bilhões ou 13,3% do PIB estadual). Tal desem-
termelétrica do norte catarinense, a pavimentação da penho deve-se, ainda, à força da indústria têxtil, res-
rodovia Guaramirim-Joinville, os investimentos priva- ponsável por 38% da economia local. Desde o início
dos que se aceleram prenunciam uma época de mui- da crise do setor, em 1994, Blumenau experimenta
to progresso, com prosperidade e qualidade de vida gradual diversificação de sua economia. Comércio e
para sua gente. serviços, turismo de eventos e informática vêm au-
Tudo que o Município é hoje se deve ao povo mentando sua importância na geração de emprego e
guaramirense, competentemente liderado pelo Prefe- renda. E isso é benéfico, de acordo com o Presidente
ito Mário Sérgio Peixer. É o povo que saúdo e ao qual do Sindicato das Indústrias Têxteis, Ulrich Kuhn:
presto homenagem, com meus efusivos cumprimen- 'Toda a economia dependente de uma só atividade
tos ao Prefeito e aos Vereadores. Homenagem pelo corre perigo porque uma crise no setor abala a região
que já realizaram. Saudação pelo que ainda realiza- inteira".
rão. Festejar uma data é, sobretudo, celebrar valores: Nos últimos dez anos, o setor de informática for-
trabalho, dedicação e alegria de viver. É isso que os taleceu-se em Blumenau: tornou-se o segundo pólo
guaramirenses estão comemorando no aniversário de tecnologia do Estado e um dos principais do País.
de seu Município. Hoje o setor congrega 494 empresas, movimen-
Parabéns, Guaramirim. ta R$150 milhões/ano e emprega 4,5 mil trabalhado-
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, passo a res, respondendo por 7% do ISS. Importante e decisi-
abordar outro assunto. va contribuição para isso vem sendo dada pelo
No próximo dia 2 de setembro, Blumenau come- BLUSOFT - Blumenau Pólo de Informática, criado
mora seus 151 anos de fundação: 151 anos de uma em 1992. Já passaram pelo BLUSOFT 28 empresas,
história marcada pelo pioneirismo, pela bravura, pelo das quais 19 permanecem no mercado.
trabalho sério e persistente; uma história que traz no Mais de 54% da população economicamente
rosto as marcas da dignidade, da honradez, do prazer ativa prestam serviços para o setor terciário, sobretu-
de fazer bem feito. do no comércio e no turismo. A participação do co-
Foi em 1850 que dezessete imigrantes alemães, mércio no ICMS está aumentando gradativamente:
tendo à frente o Dr. Hermann Bruno OUo Blumenau, no período de janeiro a junho deste ano teve um
então com menos de 30 anos, deram início à coloni- acréscimo de 19,11 % contra 16% no mesmo período
zação de algumas terras adquiridas no Médio Vale do do ano passado. O setor que mais arrecada está vin-
410l)6 Sl:xt,I-\cira 3 I DIÀKIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto til: 2()O I
culado à vocação de Blumenau, o comércio de con- portantes e indispensáveis à população no seu cotidi-
fecções, que é o maior segmento da cidade em núme- ano bem servir.
ro de estabelecimentos. É inacreditável o tipo de tratamento que tem
O turismo de eventos é outro segmento que sido dispensado aos taxistas de Boa Vista pela Prefe-
apresenta taxas médias de crescimento de 30% ao ita da Capital, Teresa Jucá. Nas eleições municipais
ano. Desde 1996, foram realizados 303 eventos de do último ano, esses taxistas que são agora persegui-
grande e médio porte. Alguns eventos estão consoli- dos foram aliados declarados da então candidata Te-
dados em Blumenau: a Feira de Informática do Cone resa Jucá.
Sul - CONINFO, a Feira Internacional da Indústria Da tribuna, gostaria de fazer breve relato, dese-
Têxtil - FEMATEX, a Feira da Indústria da Habitação jando que seu eco alcance aquela autoridade munici-
- HABITACON, a Feira de Produtos Agrícolas, a Feira pal, para que a Prefeita se sensibilize e redefina seus
Catarinense para Condomínios e a Feira de Sonori- atos políticos, evitando maiores prejuízos aos taxis-
zação de Automóveis. tas. Trata-se de classe constituída de pais de famílias
Blumenau, porém, não é só trabalho. e trabalhadores responsáveis, que buscam o susten-
to diário de maneira justa e honrosa, muita vezes ar-
Blumenau é também educação e cultura. A alfa-
betização atinge índices situados entre os melhores riscando a própria vida neste tempo de quase incon-
trolável violência urbana.
do País, o ensino primário e médio está ao alcance de
todos os interessados. No ensino superior, o Municí- Ultimamente, apareceram alguns microônibus
pio conta com a Fundação Universidade Regional de em circulação na Capital, sem licença da Câmara Mu-
Blumenau - FURB, resultado da parceria entre a inici- nicipal, concorrendo de forma ilegal com os tá-
ativa privada e o Poder Público. Nela estudam 15 mil xis-lotação, veículos importantes para a população,
alunos, distribuídos em 32 cursos de graduação e 38 por serem meio de deslocamento mais rápido e de
cursos de especialização e/ou mestrado. melhor conforto.
A cultura tem seu lugar assegurado em Blume- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, não pre-
nau. Conta com um excelente teatro - Teatro Carlos tendemos contestar o conforto dos microônibus, até
Gomes- e com a Escola Superior de Música. O Muni- equipados com ar-condicionado, mas a prática desi-
cípio conta também com grupos folclóricos, artistas gual e desleal de concorrência, ainda mais que não
plásticos de projeção nacional e internacional, arte- têm autorização da Câmara Municipal, torna esse
sãos, escritores, pesquisadores, corais, dois museus episódio muito estranho.
(da família colonial e de História Natural) e mais de Outro fato questionável diz da necessidade de a
trinta clubes de caça e tiro, que preservam as tradi- Prefeita de Boa Vista explicar as razões de ter cassa-
ções das festas de rei e rainha, do tiro ao alvo, do bo- do o alvará de aproximadamente vinte taxistas, que já
Ião e da bocha. tinham sido pagos até o ano fiscal de 2002. Essa me-
dida tem causado sérios transtornos àqueles que, na
Mais importante que tudo isso é constatar com
sua maioria, estão com os táxis alienados e se vêem
orgulho que Blumenau jamais se afastou do maior pa-
no desespero por não poderem honrar suas presta-
trimônio que possui: o sentido da liberdade, o amor ao
ções. Esse assunto tem gerado revolta em toda a
trabalho, o cultivo da educação e o gosto de viver.
classe.
É isso sobretudo que se acelera no próximo do- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quere-
mingo, dia 2. Muitos desafios terão ainda de ser venci- mos que a Prefeita de nossa Capital atenda de uma
dos. E o serão, como foram os anteriores, porque Blu- forma coletiva aos agentes sindicais, a fim de permitir
menau jamais se dobrou diante de qualquer problema que todos eles, de forma ordeira e pacífica, façam
ou dificuldade. Sua história é a prova mais concreta suas reivindicações à Chefe do Executivo Municipal.
de que isso ocorrerá. E é preciso que se deixe bem claro que S. Exa. tem-se
Parabéns à minha querida Blumenau. Ontem, recusado, peremptoriamente, a recebê-los. As regras
hoje e sempre Blumenau merece o melhor. de operação para os microônibus devem ser do co-
O SR. FRANCISCO RODRIGUES (Bloco/PFL - nhecimento público e com a devida aprovação do Po-
RR. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, der Legislativo Municipal.
Sras. e Srs. Deputados, gostaria de falar a respeito de Gostaria de dirigir indagações à senhora Prefei-
assunto que vem preocupando toda uma classe de ta solicitando esclarecimentos. Primeiro: por que os
trabalhadores do meu Estado, Roraima, representa- microônibus não transportam idosos nem deficientes
da pelos taxistas. São trabalhadores laboriosos, im- (passes livres) e nem aceitam vale-transporte? Se-
AW)sto de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-leira 31 41097
gundo: por que os referidos veículos só circulam nos por etapa, evoluindo em escala crescente para, den-
bairros centrais e nos principais corredores, onde é tro em breve, chegar à invejável posição de área livre
maior o número de passageiros? E, por último: qual a de febre aftosa por vacinação.
política do Município para amenizar as dificuldades Mesmo sendo um Parlamentar de oposição ao
ainda maiores que serão enfrentadas pelos quase Governo do Estado, não me constranjo em elogiar as
400 taxistas, que, na sua maioria, operam tá- ações exitosas, ainda mais por ter enfrentado um pro-
xis-lotação? blema da dimensão da febre aftosa, que perturba e
Para concluir, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Depu- abala até países desenvolvidos da Europa e grandes
tados, gostaria de conclamar toda a classe pol ítica de produtores como o Uruguai e Argentina.
Roraima para união em defesa dessa laboriosa clas- Em Rondônia, o dever de casa foi feito e será
se profissional de nosso Estado, os taxistas, e, por continuado. É o que desejo e em que confio.
conseguinte, toda a população por eles servida nas Era o que tinha a dizer.
24 horas do dia e durante os 365 dias do ano, a fim de O SR. ANTONIO CAMBRAIA (PSDB - CE.
que solicitem a S.Exa. a Prefeita de Boa Vista, Teresa Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs.
Jucá, detalhamentos acerca desse seu posiciona- Deputados, volto a ocupar a tribuna para prestar ho-
mento, que se configura muito, mas muito estranho. menagem especial às mulheres, às mulheres traba-
Muito obrigado. lhadoras rurais, que tanto se têm destacado na luta
O SR. CONFÚCIO MOURA (PMDB - RO. Pro- incessante do dia-a-dia para o sustento de suas famí-
nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e lias em todo o nosso imenso Brasil.
Srs. Deputados, cumprimento, através deste pronun- Jovens pescadoras, quebradeiras de coco,
ciamento, o Dr. Irineu Barbieri, Presidente da Agência camponesas, pequenas agricultoras, dentre outras,
de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril do Estado de têm sobrevivido frente as condições mais precárias
Rondônia - IDARON, pelo excelente trabalho que existentes em nossa sociedade, principalmente na
vem apresentando à frente dessa instituição, que teve área rural. Na maioria das vezes, têm sido vítimas de
papel extraordinário na melhoria da imagem do Esta- um modelo socioeconômico e cultural deveras arcai-
do com o movimento de controle da febre aftosa. co, que, por vezes, estimula práticas discriminatórias
Recebi dados estatísticos encaminhados em 25 machistas.
de junho, contendo o relatório da primeira etapa de Além da dupla jornada no lar e no trabalho, a
vacinação do mês de maio de 2001, com detalhamen- participação da mulher na formação da renda familiar
to Município a Município, a idade do gado vacinado e tem sido pouco valorizada. Talvez pelo fato do seu tra-
também os não-vacinados. O total de bovinos naque- balho ter sido constantemente rotulado como trabalho
le mês foi de 7.079.472 cabeças, e destas foram imu- não gerador de renda monetária. Na realidade, elas
nizadas 6.870. 814 - resultado espetacular, se se são produtoras de vida, de dignidade. E estão empre-
considerar o tempo efetivo de trabalho do IDARON e gadas em todos os tipos de atividades: na horta case-
a necessidade de mobilização dos diversos setores ira, no bosque, para garantir o fornecimento de lenha;
da sociedade produtiva que, mais tarde, se envolve- no pomar, para fornecer frutas; no lago, para apanhar
ram nos mesmos objetivos: erradicar a febre aftosa do o peixe; na criação de pequenos animais para consu-
Estado. mo próprio e na necessidade, para gerar renda extra,
O modelo rondoniense foi inovador. Além dos na produção de queijos, conservas e doces. São es-
esforços do Governo do Estado, que aplicou significa- tas as atividades exercidas quase que exclusivamen-
tivos recursos próprios, contou com o apoio do Minis- te pelas trabalhadoras rurais. São elas as donas da
tério da Agricultura. O mais importante foi a participa- fertilidade da espécie humana, que estão alastrando
ção ativa do setor privado, que se integrou às ações seu domínio também para a fertilidade da terra, trans-
do Governo: criou o FEFA - Fundo Estadual de Febre formando-a em celeiros prósperos de vidas.
Aftosa, que juntou os recursos financeiros que viabili- É bem verdade que a maioria das atividades
zaram o cadastramento das propriedades rurais. exercidas pelas mulheres não são reconhecidas
Além disso, o ilustre Presidente Irineu Barbieri, como produtivas pelo sistema financeiro. Quando
pela sua seriedade e notório conhecimento, criou sis- abordo o assunto, refiro-me, em especial, aos respon-
temas participativos de envolvimento da sociedade, sáveis pela concessão de créditos, que, segundo in-
os comitês municipais de febre aftosa. Com todo esse formações obtidas, demonstram, além da aversão ge-
trabalho, o Estado de Rondônia, considerado até o rai à agricultura familiar - em face da pouca rentabili-
ano 2000 como de risco desconhecido, vem, etapa dade, numa perspectiva de acumular lucros com fi-
4109g Sçxta-fçira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto dç 20!) I
nanciamentos -, também a desqualificação a que pública, eles ainda não conseguiram alcançar as con-
são submetidas essas mulheres quando de seus pe- dições ideais de trabalho, não só no Brasil como em
didos de liberação de créd~o. todo mundo. Só para exemplificar, citarei o exemplo
Na oportunidade, quero registrar, sensibilizado, dos Estados Unidos, que hoje amarga uma carência
que até mesmo nos longínquos rincões do meu Esta- de profissionais dessa área, pois os jovens universitá-
do, o Ceará, as mulheres têm-se unido em prol de sua rios não têm sido atraídos para as faculdades de en-
categoria. Ainda no início deste mês de agosto, acon- fermagem por conta da falta do devido reconhecimen-
teceu na minha querida cidade de Crateús, no cen- to dos enfermeiros e enfermeiras. No geral, são pro-
tro-oeste cearense, o Encontro Regional das Mulhe- fissionais que muito trabalham e não ganham o sufici-
res Trabalhadoras da Região. O evento reuniu cerca ente para lhes compensarem a dedicação. Resultado:
de cinqüenta participantes. o número de pacientes é altamente desproporcional
Na pauta desse Encontro, foram discutidos te- ao número de profissionais disponíveis, promovendo
mas da maior relevância para a agricultura, tais como um caos dentro do sistema de saúde.
a estiagem, a inclusão das mulheres nos programas No Brasil, esses profissionais têm enfrentado
governamentais de combate à seca e a identidade da problemas. Apesar das diversas universidades exis-
trabalhadora rural, enfocando nesse prisma a valori- tentes no País, na grande maioria federais, poucos
zação de sua auto-estima e a profissionalização da são os cursos de alta qualidade profissional. O núme-
categoria. ro de faculdades particulares ainda é menor, e a quali-
Ao finalizar, Sr. Presidente, gostaria de parabe- dade dos cursos não é satisfatória, ainda que as men-
nizar as mulheres pelas batalhas travadas no salidades sejam altíssimas.
dia-a-dia, quer no seio familiar, quer na realização de Fora as dificuldades encontradas ainda nos
uma carreira profissional, em prol da melhoria da qua- anos de formação, o enfermeiro e o auxiliar de enfer-
lidade de vida dos seus entes queridos e, enfim, da magem se deparam com um mercado de trabalho
sociedade como um todo. não muito propício para a excelência profissional. Bai-
Eram estas as minhas palavras. xos salários e carga horária desgastante têm impedi-
do que o profissional da enfermagem se sinta confor-
Muito obrigado, Sr. Presidente.
tável em sua posição. Muitos deles desistem da carre-
O SR. GUSTAVO FRUET (PMDB - PR. Sem re- ira, preferem atuar em urna outra área, entrando no
visão do orador.) - Sr. Presidente, quero registrar a serviço público ou partindo para outra área mais re-
apresentação de pedido de informações ao Ministério compensadora.
da Fazenda sobre incentivos fiscais para reciclagem e
A categoria já sugeriu diversas vezes que se re-
reutilização de resíduos sólidos, assunto que debate-
formule a política de carreira dos enfermeiros. Entre
mos em conferência realizada nesta Casa.
as principais reivindicações dos profissionais estão a
O SR. CARLOS DUNGA (PTB-PB. Sem revi- melhoria da remuneração em relação as horas traba-
são do orador.) - Sr. Presidente, associo-me à preo- lhadas, reconhecimento do profissional como parte
cupação do ilustre Deputado Antonio Cambraia com integrante da equipe multiprofissional de saúde, um
relação ao Nordeste, especialmente com o sertão, incentivo para compensar o desgaste físico e mental,
devido à exclusão do morador da periferia no Progra- regularização do duplo vínculo no serviço público,
ma Bolsa-Renda. como acontece com os médicos, diminuição da carga
Estamos solicitando ao Governo que estenda horária semanal de 40 para 30 horas semanais, entre
esse benefício a todos. outros.
O 5R. ANTÔNIO DO VALLE (PMDB - MG. Hoje, o profissional da enfermagem encontra-se
Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. desatualizado, pois não há tempo viável que possibili-
Deputados, venho a esta tribuna solidarizar-me com te uma especialização ou reciclagem. Imaginem só o
uma categoria de profissionais extremamente impor- que acontece com os auxiliares de enfermagem, cu-
tante para a nossa sociedade, bem como relatar a jos salários são ainda mais reduzidos. Não nos pode-
atual situação desses profissionais que colaboram mos esquecer de que esses profissionais tratam de
com a melhoria do atendimento à saúde de nosso vidas humanas, e que por isso merecem todo o res-
povo. peito e dignidade, até para que nos possa ser garanti-
Estou falando dos profissionais da enfermagem. do um atendimento isento de qualquer ranço por con-
Sei que aqui compartilhamos da mesma idéia a res- ta das péssimas condições conferidas a esses profis-
peito desses profissionais. Apesar da grande utilidade sionais nos últimos anos.
Agusto de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-Icira 31 410<)9
É importante destacar o excelente trabalho que Peço que seja inserida, nos Anais da Casa, para
vem sendo realizado pelo Conselho Federal de Enfer- que a família de Oswaldo Amorim dela tome conheci-
magem - COFEN, em especial a Resolução n° 256, mento, matéria em que Oliveira Mello presta sincera
de 2001 , de 12 de julho de 2001, que autoriza o uso homenagem a este jornalista.
do título de Doutor pelos enfermeiros, considerando, Para encerrar, reafirmo a necessidade de que a
dentre outros aspectos, que o uso de título de Doutor situação dos enfermeiros e auxiliares de enfermagem
tem por fundamento procedimento isonômico, sendo, seja discutida de maneira séria, mas serena, nesta
em realidade, a confirmação da autoridade científica Casa.
profissional perante o paciente. Sr. Presidente, solicito a V. Ex" que faça divulgar
Precisamos atentar para as falhas desse nosso este meu pronunciamento nos órgãos de comunica-
Sistema Único de Saúde, precisamos de uma nova ção da Casa.
política de carreiras na área de saúde que beneficie Muito obrigado.
todos os profissionais que a compõem, para que pos- MA TÉRIA A QUE SE REFERE O
samos criar um todo mais forte e harmonioso, com a ORADOR
finalidade de promover melhor assistência a todos
aqueles que necessitam de cuidados e tratamentos OSWALDO, NA ETERNIDADE"
hospitalares. OLIVEIRA MELLO
Faço um apelo ao Ministro da Saúde, José Serra Tudo foi muito depressa. De uma hora para outra
- que tem feito extraordinário trabalho à frente daque- Oswaldo Amorim, fisicamente, envelheceu. Aquela jo-
le Ministério, dando nova dinâmica à saúde pública-, vialidade facial enganava a idade que carregava. O
e ao Ministro do Trabalho e Emprego, Francisco Dor- espírito, no entanto, continuava jovem. Sonhando
nelles, no sentido de que atendam às reivindicações sempre com uma Patos de Minas cada dia mais gran-
da classe dos enfermeiros no País. diosa. Esquecia-se de si mesmo e vivia preocupado
É preciso analisar com cuidado os projetos de com o outro.
lei que tramitam na Casa, em especial os de n°'2.264, Na sua teimosia de sonhador, como era visto,le-
de 1996, 969, de 1999, e 2.295, de 2000. São notórias vantou uma porção de sugestões que se diziam im-
as dificuldades enfrentadas por aquela importante ca- possíveis de realização. A maioria delas, porém, se-
tegoria no contexto da saúde pública, seja no acesso não todas, foram concretizadas. Os que as realiza-
à universidade e às condições de trabalho, seja na ram, porém, não admitiam, ou fingiam que não sabi-
questão crucial da remuneração. am terem sido por ele sugeridas. Os seus sonhos não
Esta Casa, que defende os interesses da popu- eram utopias, mas visões de quem se encontrava mu-
lação, precisa ficar atenta a esse problema, cuja solu- ito à frente dos homens de seu tempo. Quanta coisa
ção vem sendo postergada. ele sonhou e não se realizou porque os mandatários
da terra não acreditaram nele ou então não tiveram a
Não vou me alongar no assunto, em razão dos
capacidade de atingir os seus sonhos.
inúmeros oradores inscritos, mas peço às autorida-
Entre muitos, basta citar a Avenida JK. Foi logo
des competentes que considerem a categoria dos en-
depois de inaugurada a nossa primeira estrada de as-
fermeiros com o devido respeito.
fano, a BR-354, popularmente conhecida como Rodo-
Sr. Presidente, também quero registrar o faleci- via do Milho. Nem conhecida ainda era como Avenida
mento, no último dia 15 de agosto, em minha cidade, JK, mas como início da sonhada Rodovia, cujo quilô-
Patos de Minas, do jornalista Oswaldo Amorim. Pro- metro zero estava fincado ali, no final da Major Gote.
fissional de altíssima estirpe, brasileiro sonhador, pre- Desde então, ele a previa, se não tomassem os devi-
gava a igualdade entre as pessoas, acreditava na jus- dos cuidados, como um corredor. Foi até ao seu ami-
tiça social, acima de tudo, e entendia que o nosso go, Prof. Radamés Teixeira, urbanista respeitado, pro-
País é o melhor do mundo. fessor da Escola de Arquitetura da UFMG, e dele soli-
Deu sua colaboração a grandes órgãos de im- citou um estudo para evitar a sua previsão. O Prol. Ra-
prensa do País, como aos jornais Tribuna da Impren- damés atendeu ao pedido do amigo. Oswaldo o trou-
sa, O Estado de S.Paulo, O Globo, Jornal do Bra- xe a Patos de Minas para ver a situação in re, antes da
sil, Última Hora, Diário do Commercio, Diário de instalação dos novos bairros margeando-a. Não lhe
Notícias e também às revistas O Cruzeiro, Manche- deram ouvido, nem importância ao estudo elaborado
te, Realidade, Visão, Cigarra e Veja. Ao falecer, pelo urbanista Radamés. Talvez achassem que a ci-
prestava serviço à RADIOBRÁS, em Belo Horizonte. dade não andasse ao lado da Rodovia re-
411(J() Sexla-Ieira 31 DIÁRIO I)A CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 2()(J I
cém-inaugurada. Mas ela andou, e muito rapidamen- Filho do farmacêutico Sebastião de Castro
te. A Rodovia foi transformada em Avenida, toman- Amorim e Maria Pereira Guimarães (Dona Fia).
do-se, de fato, num imenso corredor. Estudou no Grupo Escolar Marcolino de Barros,
E a urbanização da Lagoa Grande? Quem pri- na Escola de Dona Madalena e no Ginásio Benedito
meiro sugeriu? E o alerta para a Prefeitura não permi- Valadares.
tir loteamento margeando o Córrego do Monjolo, nas Em Patos de Minas iniciou a sua vida de jorna-
proximidades do Paranaíba, no hoje conhecido Bairro lista, colaborando com a imprensa local e da região,
Jardim Paulistano? As enchentes, como bem previu o de maneira amadora. Em 1 de janeiro de 1955, com o
"sonhador", vieram, cobriram casas e criaram inúme- advogado Mário da Fonseca Filho, lança o primeiro
ros problemas sociais para as administrações futuras. número do semanário "Correio de Patos", que circula
E a Universidade, que caminha a passos rápi- durante todo o ano.
dos, foi a previsão do Oswaldo que, quando candidato
Transfere-se para Belo Horizonte, em 1957, e,
a deputado federal, adotou o slogan "Oswaldo é a
durante algum tempo, graciosamente, trabalha no jor-
Universidade". Uma alerta aos eleitores, se eleito, nal Diário de Minas. A partir de então trabalhou nos
tudo faria para que não houvesse apenas uma Fafipa, seguintes jornais do País: Tribuna da Imprensa, Esta-
mas uma Universidade em Patos de Minas. Ele so-
do de São Paulo, O Globo, Jornal do Brasil, Ultima
nhou e ainda pôde ver o seu sonho realizado, apesar Hora, O Binômio, Diário do Comércio, Diário de Notí-
de não ter sido ele~o. Foi para a eternidade poucos cias. Trabalhou também nas revistas Alterosa, Rodo-
dias antes da instalação do Centro Universitário. via, Manchete, Realidade, Visão, Mundo Ilustrado, a
No seu sonho, acreditou, desde a primeira Festa Cigarra, Veja, O Cruzeiro (de que foi Diretor da Sucur-
do Milho, em 1959, em sua continuidade. Tanto acreditou sal, em São Paulo). Ultimamente trabalhava na esta-
que, neste mesmo ano, levou ao Brasil, através de um tal Radiobrás, onde permaneceu durante 22 anos, até
Suplemento de edição nacional, da "Tribuna da Impren- a sua morte.
sa", a capacidade criadora do povo de sua terra. Dentro
Colaborador assíduo da imprensa patense.
de mais algum tempo, voltou, através das páginas da re-
Escreveu, sobretudo, no Jornal dos Municípios, Folha
vista "0 Cruzeiro", com ilustrações coloridas, a mostrar
Diocesana, Novo Tempo, Correio Patense e na revista
aos brasileiros que a festa tinha vindo para ficar e enri-
A Debulha.
quecer o calendário turístico do Estado e do próprio País.
Já se prepara para a realização da sua 44a Festa. Além das colunas dos jornais locais, semanal-
mente, usava dos microfones da Rádio Clube nas ma-
O "Patense desvairado", como gostava de ser
nhãs dos sábados e no programa Café das Quatro.
chamado, procurava todos os meios de sempre estar
Era o momento utilizado para cobrar das autoridades
mostrando as potencialidades de Patos de Minas e a
administrativas do Município realizações em favor do
capacidade de trabalho de sua gente. Muitos dos
povo.
seus conterrãneos o taxavam de visionário, mas sem-
pre andando pelos caminhos de seus sonhos, trans- Grande defensor da ecologia, muito falou e lutou
formando-os em realidade. E, quando não os segui- pela criação e efetivação do Parque do Paranaíba.
am, como os cuidados com a Avenida JK, como o lo- Também via a importância da urbanização das lagoas
teamento à beira do Córrego, passaram a ter proble- do Trevo da Pipoca, principalmente a pertencente do
mas, e muito sérios. Posto Patão.
O "visionário" se foi. Justamente quando sentia Realizou memoráveis reportagens com intelec-
que todos os horizontes lhe estavam sendo fechados. tuais como Afonso Arinos, João Cabral de Melo, so-
Justamente nesse instante, Deus abriu-lhe o amplo bre índios etc. Como repórter, andou por todo o Brasil,
horizonte da eternidade. Foi serenamente, sem um fazendo coberturas de diversos assuntos e aconteci-
gemido, nem um ai de lamúria ou de ressentimento, mentos. Viajou pelo mundo, principalmente vários pa-
numa bonita tarde de 15 de agosto. Foi como viveu, íses europeus. Foi à Grécia, onde teve oportunidade
tranqüilo, esquecido de si mesmo, com a certeza de de visitar os principais locais da sua cultura milenar e
que não só o impossível é digno de ser sonhado. também aos Estados Unidos.
• Publicado no semanário Folha Patense, de 18 de agosto de Durante 22 anos, tempo em que trabalhou na Ra-
2001. diobrás, e residiu em Brasília e Belo Horizonte, respec-
DADOS BIOGRÁFICOS tivamente, semanalmente enfrentava a viagem notur-
Oswaldo Guimarães Amorim nasceu em Patos na de sexta-feira para estar presente em meio à cidade
de Minas, em 10 de janeiro de 1931. que mais amou no mundo: Patos de Minas.
Agosto de ZUOI DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 31 41101
Já debilitado, só não viaJou nas duas sex- Isso, por si só, já é muito grave. Mas me causou
tas-feiras que antecederam à sua morte, porque as espécie o projeto de lei aprovado no Senado que per-
suas condições fisicas não mais permitiram. mite aos hospitais universitários facultarem 25% dos
Foi candidato a Prefeito Municipal de Patos de seus leitos públicos à clientela pagante. Ora, Sras. e
Minas, obtendo expressiva votação e também a De- Srs. Deputados, essa esdrúxula forma é mais um
putado Federal. Como suplente, na época da ditadu- acinte à clientela massacrada do SUS.
ra, como majoritário da região, teve grande participa- O argumento de que esses recursos virão para
ção em muitas realizações a favor da região. favorecer o deficiente financiamento do SUS é mais
Foi casado, em primeiras núpcias, com a senho- um sofisma para ludibriar a consciência dos de
ra lolanda Garcez Chaves, com quem teve o filho boa-fé. Analisemos com imparcialidade o engodo que
Oswaldo Guimarães Amorim Filho, mestre em música nos querem fazer engolir.
e residente nos Estados Unidos. Em segundas núpci- É certo que a excelência desses hospitais é in-
as, com a senhora Maria de Fátima da Silva, com discutível, mas também é certo que os excelentes
quem teve dois filhos, Maíra e Marco Antônio. profissionais que lá militam são egressos de faculda-
Foram seus irmãos: Wilson Sebastião, Tioca (fa- des públicas, tiveram seus títulos de residentes, mes-
lecido), Carminha, Newton (falecido), Delza, Hélio e tres, doutores, tudo pago com o dinheiro público, nele
Elza. inclusos os mirrados recursos dos pobres e da classe
média. Os prédios suntuosos foram construídos com
Faleceu, de enfarte, às 15 horas de 15 de agos- dinheiro público; os equipamentos comprados com
to de 2001 e foi sepultado, no dia seguinte, no cemité- recursos públicos; os honorários e atuais pagamen-
rio de Santa Cruz, sob comoção de familiares e ami- tos pelos procedimentos lá efetuados têm um plus
gos. A beira da sepultura fizeram pronunciamento de que varia de 25 a 75%. Uma AIH (Autorização de
despedida o Prof. Oliveira Mello e o Deputado Estadu- Internação Hospitalar) nos hospitais universitários é 5
ai, Dr. Hely Tarquínio. O Prefeito José Humberto, de a 10 vezes maior que a dos hospitais filantrópicos,
Patos de Minas, decretou luto oficial, de tres dias, no dos contratados e dos conveniados pelo SUS. E mais
Município e a Rádio Clube prestou-lhe homenagens ainda: todo o recurso humano destes nosocômios é
especiais, logo que foi noticiado o seu falecimento e pago por verba extra do Ministério da Educação.
durante todo o período de seu velório.
Nada mais lucrativo para um docente, que se
O SR. PRESIDENTE (Themístocles Sampaio) - serve da estrutura do hospital universitário, de seus
Concedo a palavra ao Sr. Deputado José Linhares. equipamentos, de seus residentes, de outras vanta-
O SR. JOSÉ UNHARES (PPB - CE. Sem revi- gens e de sua própria reputação, do que atender paci-
são do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputa- entes privados e cobrar honorários.
dos, há uma grande preocupação nacional com a so- Mais uma vez o Governo apresenta um argu-
brevivência do SUS - Sistema Único de Saúde, já que mento para colocar menos dinheiro nesses hospitais
os recursos aportados para sustentar a atenção que com a prática da segunda porta.
atualmente ele dispensa sobretudo aos mais caren- Na hora que subtraio 25% de leitos dos hospita-
tes, por vários fatores, vêm-se tornando exíguos e in- is universitários, estou excluindo 25% dos procedi-
suficientes. mentos diagnósticos e terapêuticos mais complexos
A título de exemplo, consideremos o corte, nes- dos usuários do SUS. Hoje, uma cirurgia de alta com-
te ano, de 1,2 bilhão que a área econômica anuncia, plexidade ingressa numa fila infinda para um dia,
em nome de uma interpretação dada pela Advocacia sabe Deus quando, ser realizada. Avalie-se como
Geral da União - AGU, fajutamente, para a nossa de- será com menos 25%. Hoje, se alguém portador de
cantada PEC n° 29, da Saúde, votada por todos os plano de saúde é atendido por hospital do SUS - to-
Congressistas e aprovada por unanimidade nesta dos nós sabemos -, o plano se obriga a ressarcir ao
Casa. SUS as despesas efetuadas.
A valer a interpretação dada pela AGU, até o Não alcançamos o valor destas fundações que
ano 2004 teremos um corte de 4 bilhões no orçamen- nascem dentro de hospitais públicos para priorizar os
to da Saúde e, como conseqüência lógica e natural, pagantes. Temos de ficar alertas, mais um golpe se
menos recursos, menos assistência, mais doença, prepara para asfixiar o que já está em fase de extin-
mais sofrimento para os infelizes deserdados da for- ção, o nosso SUS.
tuna, que se vêem mais uma vez espoliados de direi- Por isso, Deputado Carlos Mosconi, Sras. e Srs.
tos que lhe foram outorgados pela Constituição. Deputados, nós, os defensores do SUS, portanto, dos
41102 S.:xla-J\:ira 31 DIARIO DA ('AMARA DOS DEPUTADOS Agllslo de 2001
excluídos, temos de lutar contra esse corte de 1 mi- deu 11 Municípios; em 2001, teve sua ação ampliada
Ihão e 200 mil e temos também de ser contra esses para 20 Municípios, incluindo agora Plácido de Cas-
25% retirados, mais uma vez, dos hospitais universi- tro.
tários para dar à clientela privilegiada pagante. O Governo Estadual do Acre promoveu a adoção
Muito obrigado, Sr. Presidente. dos protocolos e firmou parceria com o programa.
O SR. PRESIDENTE (Themístocles Sampaio) A negociação do protocolo no Município vem
- Solicito aos Deputados que desejam dar seus pro- ocorrendo, desde janeiro de 2001, em diversas reu-
nunciamentos como lidos que tenham um pouco de niões dos segmentos da sociedade, tanto na zona ur-
paciência, porque os inscritos para falar neste mo- bana, quanto na área rural.
mento estão reclamando que se inscreveram cedo e Nas reuniões, a comunidade levantou propostas
querem ter seu direito garantido. e compromissos para o uso do fogo, com o foco prin-
Darei a palavra a todos, mas solicito que espe- cipal voltado para a redução de acidentes e a substi-
rem sua vez. tuição da queimada por tecnologias viáveis, ao alcan-
Concedo a palavra pela ordem ao nobre Depu- ce dos produtores.
tado Carlos Mosconi. Na assinatura do protocolo, a sociedade está
O SR. CARLOS MOSCONI (PSDB - MG. Pela consolidando os acordos obtidos durante as reuniões
ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, de- que o antecederam.
sejo apenas cumprimentar o Deputado José Linhares Além dos representantes dos vários setores da
pela lucidez de suas palavras. sociedade local, participarão do evento o Prefeito
Muito obrigado. Francisco Tavares de Souza, o diretor da organiza-
O SR. MARCOS AFONSO - Sr. Presidente, ção Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, Roberto
peço a palavra pela ordem. Smeraldi, o Secretário de Meio Ambiente do Acre,
Carlos Edgard de Deus, a Superintendente do
O SR. PRESIDENTE (Themístocles Sampaio) -
IBAMA do Acre, Idelcleide Rodrigues de Lima, e a
Tem V. Ex a a palavra.
representante da Secretaria de Coordenação da
O SR. MARCOS AFONSO (PT - AC. Pela or- Amazônia do Ministério do Meio Ambiente, Débora
dem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Almeida.
Srs. Deputados, venho a esta tribuna, para divulga-
O engenheiro agrônomo Judson Ferreira Valen-
ção em todos os meios de comunicação desta Casa,
tim, da EMBRAPA (AC), ministrará uma palestra so-
comunicar que no dia 31 de julho de 2001 foi divulga-
bre "Manejo de Pastagens sem Uso do Fogo", seguin-
do, no Portal da Amazônia "Amigos da Terra", o Proto-
do-se a apresentação a respeito das negociações do
colo de Prevenção ao Fogo, que se expande no Vale
protocolo, com discussão em grupos.
do Rio Acre.
No final da tarde, haverá uma programação cul-
Diversos setores da sociedade civil no Municí-
tural com apresentação de artistas locais, exposição
pio de Plácido de Castro (AC) assinaram, na sexta-fe-
de artesanato, degustação de comidas típicas e apre-
ira, dia 3 de agosto, o Protocolo sobre Uso do Fogo no
sentação de fotografias das atividades do programa
Município. Depois de Xapuri e Acrelândia, que desde durante as negociações do protocolo.
o ano passado contam com um protocolo bem suce-
O evento será celebrado na Pousada Rapirrã.
dido, este modelo de pactuação local está-se expan-
dindo no Alto e Baixo Vale do Rio Acre (no dia 17 de Era isso o que tínhamos a dizer no plenário des-
agosto será a vez do Município de Capixaba). ta Casa sobre tão relevante tema.
Entre os objetivos do protocolo, há o de atingir o Sr. Presidente, aproveito a oportunidade para
comprometimento da sociedade para evitar que o anunciar a apresentação de três requerimentos de in-
fogo das queimadas se transforme em incêndios flo- formações, um ao Ministro de Minas e Energia e dois
restais. ao Ministro do Meio Ambiente.
A assinatura do protocolo faz parte do Programa Muito obrigado.
Fogo: Emergência Crônica, da organização Amigos O SR. PRESIDENTE (Themístocles Sampaio)-
da Terra - Amazônia Brasileira, com apoio da Coope- Concedo a palavra ao nobre Deputado Euler Morais.
ração Italiana. O programa Fogo: Emergência Crônica O SR. EULER MORAIS (PMDB - GO. Pronun-
atua, desde o ano 1999, em diversos Municípios da cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs.
região amazônica na adoção de medidas de combate Deputados, as últimas décadas marcaram a consoli-
e prevenção a incêndios. Em 2000, o programa aten- dação do turismo como uma das atividades econômi-
Agnslo de 20() I DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Sexla-leira31 41103
cas mais importantes no País. O potencial de cresci- que aceitou participar do projeto, viabilizando a im-
mento, no entanto, ainda é subexplorado por falta de plantação da obra. A entidade já atua na área de pro-
investimentos, políticas de incentivo e mão-de-obra fissionalização há vários anos, inclusive com um pro-
adequada. Os cursos profissionalizantes para o setor grama de qualificação e treinamento para adolescen-
ainda são poucos e os esforços para a qualificação tes. Os recursos do convênio devem ser liberados ain-
dos trabalhadores são descontínuos. da este ano.
Na área de ecoturismo, mais recente, os obstá- Quero ressaltar aqui o envolvimento do Prefeito
culos são ainda maiores. O cerrado e suas de São Miguel do Araguaia, Pe. Manuca Neres Brito,
sub-regiões apresentam um dos maiores potenciais e do Diretor-Geral da Fundação Pró-Cerrado, Adair
de visitação nesta área, mas as iniciativas ainda são Antonio de Freitas Meira, que foram fundamentais
embrionárias. Os esforços públicos locais se restrin- para a viabilização do projeto. É preciso lembrar, ain-
gem a ações isoladas. da, que a obra começou a ser gestada na administra-
Desde o início de meu mandato, tenho discutido ção municipal anterior, quando o ex-Prefeito Luís Pei-
com vários setores iniciativas para estimular o turis- xoto doou a área onde será construída a escola.
mo e o ecoturismo no cerrado, particularmente no Iniciativas como esta devem multiplicar-se, para
Estado de Goiás. garantir mão-de-obra especializada para os empre-
Em agosto, o primeiro resultado destes esforços endimentos que começam a ser desenvolvidos na
se materializou com um convênio entre o Ministério área de ecoturismo e para os projetos de expansão
da Educação e uma entidade privada para a constru- na área do turismo tradicional. A maioria das proje-
ção da primeira escola de ecoturismo e preservação ções apontam a área turística como a atividade com
ambiental de Goiás. A unidade de ensino vai ser im- maior potencial econômico para garantir a retomada
plantada no Município de São Miguel do Araguaia, lo- do crescimento do País, com a geração de empregos
calizado na região do Vale do Araguaia. e renda. Os esforços para estimular o turismo, portan-
O convênio entre o Ministério da Educação e a to, devem tornar-se prioridade das políticas públicas
Fundação Pró-Cerrado para a construção da escola para viabilizar um canal alternativo de desenvolvi-
profissionalizante foi assinado no último dia 21, em mento econômico e integrar regiões e populações
Brasília. São Miguel do Araguaia foi a única cidade marginalizadas da economia nacional.
goiana incluída no Programa de Expansão da Educa- Sr. Presidente, peço que este discurso seja en-
ção Profissional do MEC. Vão ser investidos na obra 3 caminhado aos órgãos de divulgação da Casa.
milhões, 78 mil, 539 reais. Muito obrigado.
As gestões que fiz para viabilizar os recursos A SRA. ANA CORSO (PT - RS. Pronuncia o
para a instalação da escola foram norteadas pela in- seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. De-
tenção de garantir a implantação de um centro de en- putados, o Presidente Fernando Henrique Cardoso,
sino capaz de formar mão-de-obra especializada de certo modo, resumiu sua visão sobre a saída para
para o mercado de trabalho da região. a grave crise que o País vive atualmente com a frase:
Serão oferecidos três cursos técnicos nas áreas "Exportar ou morrer". É uma afirmação mais dramáti-
de hotelaria, turismo e agropecuária e 81 cursos bási- ca do que a inventada pelo regime militar (1964 e
cos, como os de preservação ambiental, meio ambi- 1984), quando foi forçado a iniciar o pagamento da dí-
ente, ecoturismo, garçom, cozinha, comércio, infor- vida externa contraída para fazer o chamado "milagre
mática, imagem pessoal (cabeleireiro, manicure e pe- econômico" dos anos setenta. Na época, 1982, sob o
dicure), indústria eletroeletrônica, agricultura, irriga- comando do então Ministro da Fazenda, Delfim Netto,
ção, fruticultura, pecuária e piscicultura. o Governo lançou o lema "Exportar é o que importa".
A obra, com 3 mil e 800 metros quadrados, será Será que "exportar ou morrer" é uma nova forma
construída em terreno cedido pela Prefeitura Munici- de dizer que só existe uma bala para vencer os per-
pal, com 21 mil metros quadrados de área. A escola calços da economia gerenciada por FHC e Malan?
terá capacidade para atender 2 mil, 670 alunos ainda O povo brasileiro está cansado de viver no limi-
no primeiro ano de funcionamento. te. Contribui, economiza e sacrifica-se, para no fim os
O envolvimento da Fundação Pró-Cerrado, enti- governantes irem a público dizer que "se correr o bi-
dade socioeducativa e ambiental, com sede em Goiâ- cho pega, se ficar o bicho come". Não nos podemos
nia, foi fundamental para a viabilização do projeto. submeter a uma concepção de governo e de econo-
Com a impossibilidade de a Prefeitura operacio- mia que parecem estar dominados por princípios an-
nalizar sozinha todos os cursos, procurei a Fundação, tagônicos e irredutíveis. É preciso enxergar saídas
41 104 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 200 I
para além do bem ou do mal, do exporta ou morre, do Mas e para o PT e a coligação de forças à es-
contrário em pouco tempo não haverá garganta para querda do centro - como PSB, PDT, PPS, PCdoB e
"engolir os sapos". mesmo partes do antigo PMDB em várias regiões,
A palavra de ordem de FHC é auto-explicativa e onde tem uma proposta nacionalista? O que o mode-
desesperada. Vem de um governante que, no fundo, lo chinês tem a ensinar para esse bloco?
não acredita no País, no seu próprio povo, no amplo Os neoliberais, quando se voltam para a China
mercado interno que tem, que é uma de suas maiores para atacar a esquerda, dizem que o país tem bolsa
riquezas. Se for adotada, o mais provável é que, em de valores, mercados futuros, preços comandados
2010, o Brasil se estará lamentando por mais uma dé- pelo mercado, ampla abertura para o capital estran-
cada de atraso, como a dos anos 80, de crescimento geiro, mecanismos de concorrência cada vez mais
econômico mínimo, na transição da ditadura militar amplos - o que é verdade. Mas não são essas, no en-
para o regime democrático conservador que se se- tanto - assim como não é saber se os chineses conti-
guiu, ou a dos anos 90, de crescimento menor ainda, nuam sendo ou não socialistas - , as questões bási-
quando a democracia brasileira tornou-se neoliberal e cas da China de hoje que interessam aos que querem
ainda mais precária. encontrar um caminho alternativo para o Brasil no
mundo globalizado e em crise.
O Presidente da República parece que vê o Bra-
sil amarrado a um esquema de globalização implacá- A partir de 1978, a China fez dois movimentos
vel, com capitais flutuantes - até mesmo covardes -, estratégicos e relacionados: uma ampla reforma
que nos atingem implacavelmente, para o qual não agrária e uma ampla abertura externa.
existe alternativa aparente, no qual certas politicas - As comunas rurais, que produziam e distribuíam
estabilidade monetária, responsabilidade fiscal, res- os resultados levando em conta critérios sociais con-
peito às regras das organizações internacionais - são siderados mais avançados, foram substituídas por co-
universais e inevitáveis. munidades rurais nas quais os camponeses passa-
ram a ter mais iniciativa, apoiados em contratos de ar-
Quando falam a S. Exa que existe um país, a
rendamento das terras públicas por prazos longos. Ao
China, que cresce a um ritmo entre 8 a 10% ao ano,
mesmo tempo, a uma liberação controlada e generali-
há 20 anos, e que parece uma alternativa ao esque-
zada de seus preços internos e à reorganização com-
ma seguido por seu Governo, S. Ex a descarta dizendo pleta da política cambial chinesa, seguiu-se um enor-
simplesmente que a China é diferente.
me desenvolvimento do comércio externo do país,
Por que a China é diferente? Os próprios chine- que levou a China à condição de 5° maior exportador
ses não se consideram modelo para ninguém e insis- do mundo.
tem nas peculiaridades de seu desenvolvimento e no E é esse enorme saldo comercial que vem per-
de cada país. Seu regime político é, de fato, muito di- mitindo à China pagar o custo dos empréstimos exter-
ferente. Há mais de meio século o país é dirigido por nos e da tecnologia estrangeira, que veio através de
um poderoso Partido Comunista e os oito pequenos incontáveis associações, também controladas, com
partidos que o ajudaram a tomar o poder. O PCCh as multinacionais, e que permite também a manuten-
continua reafirmando teses consideradas hoje com- ção de um volume extraordinário de reservas em mo-
pletamente extravagantes, como a da "ditadura do edas fortes - mais de 150 bilhões de dólares - , com
proletariado". Os chineses têm uma civilização mile- o que o país manteve sua moeda estável em meio às
nar, uma população gigantesca. E, mais que tudo, fi- cinco crises financeiras internacionais desencadea-
zeram uma revolução socialista que, a despeito de to- das desde 1995 - México, Ásia, Rússia, Brasil e
das as transformações operadas no país desde a Argentina.
morte de Mao Tsetung, há 25 anos, e das reformas Os chineses consideram que estão na "etapa
econômicas comandadas por Deng Tsiaoping, a par- primária do socialismo" e que essa etapa pode durar
tir de 1978, ainda mantêm toda a terra, grande parte "dezenas de gerações". Não parecem muito dispos-
da propriedade imobiliária urbana e cerca de 300 mil tos a grandes discussões ideológicas. Um dos lemas
empresas sob controle estatal. favoritos de Deng Tsiaoping, referindo-se à questão
Que inspiração os neoliberais iriam buscar num dos técnicos e da tecnologia, era o de que "não impor-
país onde o papel do Estado é tão crucial assim? É ta a cor do gato, desde que ele cace ratos".
natural, portanto, que para o Governo FHC e a coliga- Muitos políticos brasileiros que vêem o País as-
ção de partidos que o apóiam a China nada tenha a solado pela tormenta da crise do modelo neoliberal
ensinar. deveriam olhar a experiência atual do milenar povo
Ag()sto de 200\ DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 3 I 4 I lOS
chinês pelo menos com o mesmo pragmatismo: não está exposta e exige providências no sentido de ver
importa a cor do regime, se vermelho ou se cor de resolvida essa grave questão.
rosa; o que importa é que ele se apóie no mercado in- Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
terno do país, onde está sua maior força, e abra suas O SR. CORIOLANO SALES (PMDB - BA. Pro-
fronteiras para a internacionalização em busca do nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e
que os outros têm de melhor, com determinação e in- Srs. Deputados, no último dia 23, realizou-se na Câ-
dependência. mara de Vereadores de Vitória da Conquista, na Ba-
Por fim, quero ressaltar que faço esta compara- hia, uma importante sessão especial para discussão
ção para afirmar, mais uma vez, que alternativas exis- das dívidas dos pequenos produtores rurais junto ao
tem e não são poucas. É preciso relacionar-se com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e ao Banco do
mundo globalizado levando à frente nosso potencial Brasil (BB), que têm sido objeto de negociação frus-
humano, nossas riquezas e nossa força. É necessária trada entre as partes.
a formulação de políticas dirigidas para combater A reunião na Câmara de Vereadores foi requeri-
nossas contradições: a seca e a geada, a miséria e da pela Associação de Pequenos Produtores Rurais
concentração de renda, os sem-terra e os latifúndios da Região Sudoeste - APROS, com apoio do Movi-
improdutivos, dentre outras. mento de Produtores Agrícolas - MPA e do Movimen-
E para que isto aconteça, precisamos mais do to dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST.
que exemplos, precisamos de atitude. No dia anterior à sessão especial, os pequenos
Sr. Presidente, solicito a V. Exa que divulgue este produtores rurais fizeram intenso movimento na cida-
pronunciamento nos órgãos de comunicação da de, em frente à agência do BNB, distribuindo "cerca
Casa. de 6 mil litros de leite e 500 quilos de café em protesto
Muito obrigada. contra as medidas recessivas adotadas pelo Governo
Federal que, segundo eles, são responsáveis pela fa-
O SR. WElINTON FAGUNDES (PSDB - MT.
lência de mais da metade do segmento e inadimplên-
Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs.
cia de cerca de 98% dele", conforme o Diário do Su-
Deputados, quero registrar desta tribuna visita que fiz
doeste de 21 do corrente. "Os 2% que restam", disse
ontem à Caixa Econômica Federal e à ENGEA, onde
o Presidente da APROS, Alípio Correia, "ainda estão
fui muito bem recebido.
em dia porque não venceram os prazos de pagamen-
O Estado do Mato Grosso, sempre preocupado tos".
com a questão moradia, solucionou há algum tempo,
Em verdade, além dos fatores recessivos provo-
a dívida dos moradores dos conjuntos residenciais
cados pelo Plano Real, que fez da agropecuária a sua
Jardim Atlântico e Jardim Europa, em Rondonópolis,
âncora verde, destruindo preços e restringindo mer-
por meio de programa de incentivo junto à COHAB.
cados, toda a do região do sudoeste esteve afetada
Agora está em negociação mais um programa por longos períodos de secas sucessivas que dizima-
de incentivo. Desta vez, o conjunto residencial Mare- ram lavouras, plantações e rebanhos, provocando
chal Rondon, motivo da visita que fiz ontem. Restará o prejuízos irreparáveis aos produtores, sobretudo os
conjunto residencial São José. pequenos, que não tiveram como honrar os seus
Gostaria de contar mais uma vez com o apoio compro missos.
da Caixa Econômica Federal e da ENGEA no sentido A questão de fundo de endividamento está, por-
de estudarem a possibilidade de estender esse incen- tanto, baseada em duas situações: a defasagem dos
tivo aos habitantes do São José, que, ansiosos, preços, a alta dos insumos para a agropecuária e o
aguardam solução para o seu problema. aumento dos encargos financeiros; e as secas que
Outro assunto, Sr. Presidente. Há poucos dias, afetaram a produção a níveis inferiores, bastante infe-
realizamos nesta Casa sessão solene em homena- riores às expectativas dos produtores.
gem ao Sistema Brasileiro de Televisão pelo transcur- A realidade dos fatos milita a favor dos produto-
so dos vinte anos de sua fundação. Seu proprietário, o res em busca de uma negociação satisfatória, que
empresário Sílvio Santos, neste momento, encon- prorrogue seus débitos junto aos agentes financeiros
tra-se refém do seqüestrador de sua filha em sua pró- do Governo Federal, o Banco do Nordeste e o Banco
pria residência. do Brasil, com recálculo das obrigações, desembuti-
Preocupa a todos os brasileiros essa avalanche mento e revisão dos encargos. Sem isso, dificilmente
de seqüestros no País, particularmente em São Pau- as dívidas serão pagas e os bancos serão obrigados
lo. A sociedade sofre com a falta de segurança a que a executar os seus créditos, penhorar milhares de
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propriedades renais e sacrificar famílias que vivem geração de empregos e riquezas do País e, em espe-
quase que exclusivamente da lavoura de subsistência cial, de nossa sofrida Região Nordeste.
e da pequena pecuária, hoje suficiente para manuten- Buscávamos viabilizar, por exemplo, projetos de
ção da família. capital importância para nosso desenvolvimento,
O quadro da produção agrícola sugere que o como a construção de uma nova refinaria de petróleo
Governo desenvolva um programa arrojado de apoio para o Nordeste, tantas e tantas vezes adiada, em ra-
à agricultura familiar, com juros subsidiados, ínfimos, zão de infindáveis estudos de viabilidade técnica -
e amparo técnico como forma de garantir o homem no esta, de óbvia comprovação e dispensando estudos-
campo. Fora disso é provocar o êxodo rural dirigido e insanáveis dúvidas quanto à melhor localização
para os centros urbanos, onde os problemas sociais e para o empreendimento, através dos quais a
a própria criminalidade tendem a aumentar, desarti- PETROBRAS justificava a continuada postergação
culando as cidades e fazendo crescer o exército de da obra, enquanto não somente se planejava, mas
desempregados desqualificados. logo se passava à ação, quando se tratava de investir
É uma situação grave, que o Governo Federal na modernização e na ampliação das refinarias do
precisa enfrentar sem mais delongas. Os produtores Centro-Sul do País.
não podem esperar. A Região Nordeste possui, até hoje, unicamente
Espero que o Governo adote as providências a Refinaria Landulfo Alves, na Bahia, para realizar o
essenciais para atendimento ao apelo dos produto- abastecimento de derivados de petróleo de todo o
res, que têm o meu integral apoio. seu território; o CentroSul do País conta com dez refi-
Concluo este pronunciamento com o anúncio de narias, que têm continuamente passado por proces-
encaminhamento de indicação ao Ministério da Fa- sos de modernização e melhoria, visando ampliar sua
zenda para determinar ao Banco do Nordeste e ao capacidade de refino.
Banco do Brasil a renegociação das dívidas dos pro- Urge, pois, sanar imediatamente tão grave injus-
dutores rurais e a conseqüente revisão das taxas de tiça, com a implantação, sem maiores delongas, de ou-
juros, com o recálculo do saldo devedor, desembutin- tra refinaria de petróleo em território nordestino, agora
do os encargos que fizeram essas obrigações prati- com a bem-vinda participação do capital privado do
camente impagáveis. grupo alemão Thyssen, não só para fazer frente às ne-
SI'. Presidente, aproveito o ensejo para manifes- cessidades de abastecimento de seus habitantes,
tar minha solidariedade ao empresário Sílvio Santos, como para auxiliar na redução dos custos de distribui-
que, neste momento, está sendo vítima de brutal se- ção de combustíveis, por evitar as longas viagens dos
qüestro. Encontra-se refém do seqüestrador em sua derivados de petróleo desde as refinarias do Sul e do
própria residência. Sudeste até os nossos mercados consumidores.
Muito obrigado. Compreendemos bem e consideramos como
O SR. COSTA FERREIRA (Bloco/PFL - MA. mais do que justas as aspirações de muitos dos Esta-
Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, dos do Nordeste em sediar essa nova refinaria, bus-
Sras. e Srs. Deputados, há alguns anos, quando nes- cando ampliar o seu desenvolvimento econômico e
ta Casa emprestamos nosso decidido apoio ao Go- expandir a oferta local de empregos; no entanto, for-
vemo Federal na votação das emendas constitucio- çoso é também lembrar que numa época de conten-
nais que garantiriam a realização das tão necessárias ção de gastos orçamentários para aplicação nos in-
reformas da ordem econômica nacional, nós o fize- vestimentos de maior prioridade, a alocação das ver-
mos tendo em vista a concretização de um antigo so- bas deve ser feita de forma a contemplar os projetos
nho: o de que pudéssemos, a partir de tal atitude, atin- que ofereçam as maiores vantagens competitivas.
gir finalmente uma época de desenvolvimento harmô- No caso que especificamente vimos analisando,
nico e sustentado do País, com oportunidades real- cremos que o Maranhão é o Estado que apresenta as
mente iguais para todos. melhores condições para a instalação da nova refina-
Mais tarde, quando aprovamos a nova lei regu- ria de petróleo do Nordeste.
lamentadora das atividades da indústria petrolífera Dentre as muitas vantagens oferecidas pelo
nacional, buscávamos, através da permissão a outras Estado do Maranhão, poderíamos citar sua localiza-
empresas, além da PETROBRA8, para explorar as ção geográfica privilegiada, estrategicamente situado
atividades englobadas no monopólio estatal do petró- entre o Norte e o Nordeste, e sua proximidade das ro-
leo, atrair capitais privados para atuarem nesse im- tas marítimas de petroleiros do Caribe, dos írnportan-
portante setor de nossa economia e contribuir para a tes mercados consumidores dos Estados Unidos e da
Agosto de 2UO I DIÁRIO D/\ CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-li:ir<J31 41107
América Central e de grandes produtores e exporta- Sr. Presidente, solicito a V. Ex" que autorize a di-
dores de petróleo, como a Venezuela e o México. vulgação deste pronunciamento através dos órgãos
Porém, uma das maiores vantagens que oferece de comunicação da Casa.
o Maranhão para a implantação da nova refinaria é, Na oportunidade, manifesto nossa solidarieda-
sem sombra de dúvida, o Porto de Itaqui, um dos maio- de ao empresário Sílvio Santos.
res do País quanto à tonelagem de mercadorias movi- Era o que tinha a dizer.
mentadas e maior escoadouro de produtos de todo o O SR. EURípEDES MIRANDA (Bloco/PDT -
Nordeste. Graças a sua grande profundidade natural, RO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e
este porto achase apto a receber navios de grande to- Srs. Deputados, a Comissão da Amazônia e de De-
nelagem e calado, sem a necessidade de realização senvolvimento Regional realizou, ontem, audiência
de qualquer obra, em uma das mais privilegiadas situ- pública para tratar de assuntos de interesse dos servi-
ações portuárias em todo o mundo, sendo superado dores dos ex-Territórios Federais.
apenas pelo Porto de Rotterdam, na Holanda. O requerimento que deu origem à audiência pú-
Enquanto isso, estimase que, para os demais blica é de minha autoria e tratava da convocação dos
portos da Região Nordeste, seriam necessárias Ministros da Fazenda, Pedro Malan, e do Planeja-
obras orçadas em vários milhões de reais para reali- mento, Martus Tavares. Entretanto, houve acordo
zar as adaptações necessárias, a fim de garantir as para que comparecessem à referida audiência o Se-
mesmas condições de operação existentes em Itaqui. cretário de Recursos Humanos do Ministério do Pla-
Portanto, a implantação de uma refinaria de pe- nejamento, Dr. Capela, e a Subsecretária de Planeja-
tróleo no Maranhão é de fundamental importância mento do Ministério da Fazenda, Ora. Gildenora, ten-
para nosso Estado, não só pelo vulto dos investimen- do em vista essa secretaria e subsecretaria trabalha-
tos a serem feitos, da ordem de dois bilhões de reais, rem diretamente com os servidores dos ex-territórios.
como pelo fantástico efeito multiplicador de que se re- Também estiveram presentes à audiência o Se-
veste uma obra de tamanha envergadura. Não so- cretário-Gerai da CONDSEF e representantes dos
mente é importante para a geração de empregos dire- seguintes sindicatos, SINDSEF, SINTERO,
tos como para a diversificação das oportunidades de SINSEPOL e SINPFETRO, que trouxeram as reivindi-
trabalho, em uma região tradicionalmente dependen- cações dos segmentos por eles representados. Den-
te da agricultura e da pecuária, mesmo assim quando tre as reivindicações, foi muito discutida a questão
não castigada pelo flagelo da seca, época em que o dos anuênios, das progressões, da isonomia salarial
homem do campo se vê, como na atual quadra, obri- e de plano de saúde.
gado a abandonar sua terra e sua família e aventurar- Os representantes dos servidores dos
se em atividades de pouco rendimento e futuro incer- ex-territórios disseram ao Dr. Capela e à Ora. Gildeno-
to, quando não, à falta de melhores perspectivas, ra que são tratados como servidores de segunda ca-
abandonar sua terra e migrar para o Sul do País. tegoria.
Além do mais, a operação de uma nova refinaria Os Parlamentares presentes apresentaram as
certamente trará em seu bojo a implantação de ativi- mesmas queixas dos representantes dos servidores
dades afins, como a petroquímica e a produção de públicos, bem como reclamaram da morosidade dos
fertilizantes; de um lado, gerarseá um grande incenti- ple~os. Disseram ainda que os servidores foram e são
vo para a industrialização local e, de outro, fomentar- muito importantes para a região amazônica, pois estão
seá a vocação agrícola da imensa região sob sua distribuídos na maior parte do território brasileiro, que
área de influência, que poderá, dentro de muito pouco é a Amazônia, tão cobiçada pelo mundo inteiro.
tempo, transformarse em um dos principais celeiros O Dr. Capela e a Ora. Gildenora responderam a
de gêneros alimentícios de todo o Brasil e, quem todos os questionamentos, bem como se propuseram
sabe, do mundo. a analisar caso a caso na maior brevidade possível,
Por tudo isso, concitamos, do alto dessa tribuna, além de reconhecerem que, em muitos casos, são
todos os representantes da bancada maranhense nes- justas as reclamações tanto dos Parlamentares como
ta Casa a juntaremse a nós neste momento, para bus- dos servidores.
carmos trazer para nossa terra um empreendimento Sr. Presidente, solicitei a audiência em questão
que certamente representará um significativo impulso para dar aos servidores públicos a oportunidade, por
para nosso desenvolvimento e garantirá a melhoria da intermédio dos seus sindicatos, e ao lado dos Parla-
qualidade de vida de nosso tão sofrido povo. mentares dos seus respectivos Estados, de apresen-
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tarem diretamente aos Ministérios do Planejamento e Informa-se que, na semana passada, a balança
da Fazenda suas reivindicações, em campo neutro, já comercial brasileira manteve a trajetória de recupera-
que a presente audiência foi realizada na Câmara dos ção. O superávit acumulado no ano atingiu 352 mi-
Deputados, ou seja, na "Casa do povo". Dessa forma, lhões de dólares.
as partes estavam muito à vontade para fazer suas O cenário mundial indica o que os paises ricos
avaliações a respeito do relacionamento do Ministério estão empurrando nações emergentes, como o Brasil
com os servidores públicos. e Argentina, para a recessão. Os Estados Unidos, por
Para concluir, espero realmente que os gestores exemplo, depois de quase dez anos de crescimento
dos Ministérios do Planejamento e da Fazenda tenham permanente, perdeu fôlego. No trimestre passado,
se sensibilizado com a situação de abandono em que cresceu apenas 0,7%, a menor taxa desde o primeiro
se encontram os servidores dos ex-territórios. trimestre de 1993. E isso acabou se refletindo nas
economias asiáticas.
Não tenho dúvidas de que os pleitos serão aten-
didos, pela forma cordial como se apresentaram na Qual o resultado prático disso?
audiência pública o Dr. Capela e a Ora. Gildenora, As importações são rebaixadas a níveis consi-
ocasião em que aproveito para agradecê-los pela pre- deráveis e os países emergentes, como Brasil, aca-
sença. bam ressentindo-se pela queda das exportações,
prejudicando a sua balança comercial e, por via de
Sr. Presidente, também quero aproveitar a opor-
conseqüência, o mercado interno recebe o impacto.
tunidade para registrar minha solidariedade ao em-
presário Sílvio Santos, vítima de seqüestro. A questão envolve uma gama de fatores, pois
não são apenas conjunturais. Dizem até que falta cul-
Muito obrigado.
tura exportadora, que resulta em soluções no mínimo
O SR. ALMIR SÁ (PPB - RR. Pronuncia o se- vagarosas.
guinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputa- O Governo brasileiro tem feito esforços para pa-
dos, nas últimas semanas, muito se tem falado da gar a dívida social, embora muitos digam que a rota
economia do nosso País. econômica está equivocada. Entendem que os inves-
O próprio Presidente da República, ao dar pos- timentos internos deveriam ser priorizados. O Presi-
se ao Embaixador Sérgio Amaral no Ministério do De- dente Fernando Henrique Cardoso tem feito alertas
senvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, convo- para que o Brasil não mude a rota. Mas é preciso fazer
cou o País a exportar mais, sob pena de comprome- algo para defender o País e seu povo dos efeitos des-
termos o nosso desenvolvimento. "Exportar ou mor- ta recessão exportada.
rer", disse o Presidente. Sr. Presidente, solicito que seja dada a este pro-
O Presidente Fernando Henrique Cardoso, nunciamento a devida divulgação.
mesmo antes de ser Ministro das Relações Exterio- Muito obrigado.
res, depois, como Ministro da Fazenda e, agora, como O SR. NEIVA MOREIRA (Bloco/PDT - MA. Pro-
primeiro mandatário da Nação, sabe as razões pelas nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e
quais emitiu essa sentença. A frase foi por muitos criti- Srs. Deputados, temos a exata dimensão da crise ins- .
cada e até considerada um apelo inútil, senão dramá- titucional que assola o País. A imposição de modelo
tico. que sacrifica toda a sociedade, transferindo renda
Assistimos, nas últimas semanas, a algo verda- dos menos aquinhoados aos mais favorecidos pelo
deiramente espantoso, senão preocupante. É inevitá- perverso mecanismo dos juros extorsivos, da desna-
vel fazer comparações. Se não, vejamos: Hong Kong cionalização da indústria nacional, da desenfreada
- que é menor do que o Rio de Janeiro - exporta o do- importação que elimina os postos de trabalho e lança
bro do que o Brasil. A Coréia - que é um quarto do ao desemprego parcela significativa da população
Brasil - exporta duas vezes mais do que nós. Tudo brasileira.
isso porque estes países inventaram uma dezena de O Brasil ocupa a nada honrosa terceira posição
marcas globais, ou seja, os chamados Tigres Asiáti- no ranking dos países com maior desemprego. Be-
cos inovaram, foram criativos. A expansão daqueles nefícios previdenciários são suprimidos, salários são
países foi crescente. No ano passado, atingiram 37 contidos - nunca o salário mínimo alcançou patama-
pontos percentuais no comércio mundial, enquanto a res tão baixos em nosso País.
comparação, no mesmo período, aponta o Brasil com Seguindo essa lógica, as reformas empreendi-
regressão, chegando ao ano 2000 a 0,9% negativos. das no aparelho do Estado centraram-se em dois el-
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sextu-feira 31 41109
xos: de um lado, a reforma patrimonial, caracterizada não-financeiras. Em 1995 essa participação era de
pela privatização de empresas estatais, ampliação do 18%, passando a 15% em 2000 e 13,5% em 2001.
espectro de serviços públicos concedidos, redução Ainda segundo estudo do DIEESE, a relação de
da participação acionária dos entes públicos; de outro despesas com pessoal, em face da receita corrente lí-
lado, a minimização de custos com pessoal consubs- quida, vem decrescendo drasticamente ao longo dos
tanciado em programas de demissão voluntária, e, últimos seis anos. Essa relação, que era de 56,21 %
basicamente, no arrocho remuneratório dos servido- em 1995, encontra-se hoje na faixa de 36,31 %, o que
res públicos, que, há cerca de seis anos, não têm demonstra brutal achatamento salarial da maioria dos
seus vencimentos reajustados. O último reajuste de servidores públicos civis da União.
22,07%, equivalente à variação do IPCr de julho a de- Torna-se evidente o posicionamento do atual
zembro de 1994, foi concedido em janeiro de 1995, Governo Federal de privilegiar o pagamento dos juros
ainda no Governo Itamar Franco. e serviços da dívida, em detrimento da estruturação e
A perda do poder aquisitivo dos servidores al- aparelhamento do Estado, para bem servir aos cida-
cança sacrificado patamar de 75,48% desde 1995. dãos, e também em detrimento da qualificação e dig-
Os tributos federais são indexados à variação da nificação dos servidores públicos.
UFIR, e as tarifas públicas de empresas concedidas Ressalte-se que de há muito vem sendo travada
foram reajustadas nos últimos seis anos em 166,64%, uma luta para que a remuneração dos servidores e o
segundo o índice de Custo de Vida -ICV do DIEESE, salário benefício dos trabalhadores alcancem os pa-
com o beneplácito do Governo Federal, sob o falacio- tamares exigidos pela realidade social e pelo texto
so argumento de não afugentar o capital estrangeiro. constitucional.
Todos os itens que compõem a cesta básica de Não assistimos inertes à desmoralização do
qualquer cidadão, segundo o ICV do DIEESE, obtive- funcionalismo e a ruptura de seus padrões mínimos
ram significativos reajustes nos últimos seis anos: re- de dignidade remuneratória.
médios (113,71%), educação (164,26%), aluguel Dentre as diversas medidas de natureza parla-
(150,26%), alimentação (33,06%), transportes mentar e judicial adotadas pelo PDT, destacamos a
(116,98%), dentre outros, o que contribui para o deli- Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão nO
neamento desse dramático quadro de penúria em 2.061, ajuizada em parceria com o Partido dos Traba-
que se encontram os servidores públicos, ativos e lhadores, que produziu histórica decisão do Supremo
aposentados. Tribunal Federal ao considerar que o Presidente da
República encontra-se em mora constitucional desde
Dados do Ministério do Planejamento e Orça-
agosto de 1999, por não ter encaminhado projeto de
mento indicam que, do total de 1 milhão e 700 mil ser-
lei prevendo reajuste geral e sem distinção de índice a
vidores públicos federais, incluindo os ativos (829 mil)
todos os servidores públicos federais, por força do in-
e os aposentados e pensionistas (871 mil), cerca de 1
ciso X do art. 37 da Constituição Federal, na forma da
milhão e 300 mil- 76% do total - não receberam ne-
redação conferida pela Emenda Constitucional n° 19,
nhum centavo de reajuste nos últimos seis anos.
de 1998 - emenda da reforma administrativa.
Em contrapartida, segundo os dados do
Essa ação, que objetivou resgatar direito consti-
DIEESE, os cargos em comissão tiveram aumentos tucional e inalienável de todos os servidores públicos
que variaram de 149% a 204%, bem como algumas
federais, constitui-se em mais uma das inúmeras vitó-
carreiras específicas tiveram reajuste diferenciado
rias obtidas pelos partidos de oposição, a despeito de
que, em certos casos, chega ao patamar de 100%.
todas as restrições existentes, contra um modelo eco-
São reestruturadas carreiras específicas ou con- nômico que sufoca a produção, gera o desemprego,
cedidas gratificações diferenciadas que beneficiam arrocha os vencimentos dos servidores públicos e en-
parcela qualificada, porém reduzida de servidores. divida o País.
A análise do Orçamento da União permite, ain- No entanto, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parla-
da, segundo detalhado estudo do DIEESE, a consta- mentares, numa atitude de desrespeito à decisão da
tação que, se de um lado a participação dos juros, en- Suprema Corte do País, o Governo anuncia reajuste
cargos e amortização da dívida tem crescido, numa linear de 3,5% aos servidores civis, a ser encaminha-
perspectiva histórica de 1995 a 2001 , em relação às do em projeto de lei juntamente com a proposta orça-
despesas não-financeiras, observa-se comportamen- mentária para 2002.
to diverso com relação às despesas com pessoal e Em face de uma perda do poder de compra da
encargos sociais em face das chamadas despesas remuneração que se situa em 75,24%, o Governo
41110 Sexta-feira 31 DIÁRlO DA CÂMAI{A DOS DEPUTADOS Agusto de 200 I
acena com reajuste de 3,5%1 Trata-se de um desafio is, sem que houvesse licitação, para realização de
ao cumprimento da decisão judicial que considerou obras e serviços para a Prefeitura.
inconstitucional a mora do Presidente da República. A irmã, o cunhado e o sobrinho da Secretária
Tentaremos combater essa nova injustiça. Luta- Municipal de Saúde são funcionários contratados da
remos, no Parlamento, pela concessão de reajuste Prefeitura. O Prefeito Antônio Imbassahy, depois de
digno aos servidores públicos. De outro lado, recorre- feitas muitas denúncias, exonerou a irmã da Secretá-
remos ao Supremo Tribuna Federal contra essa dissi- ria; o cunhado e o sobrinho continuam no emprego.
mulação que contraria sua decisão soberana de con- A Secretária Municipal foi à Câmara dizer que
ceder, desde 1999, revisão geral da remuneração dos estava tudo certo; o Prefeito exonerou seus assesso-
servidores. res.
Nossa proposta é e continuará sendo em defesa Terceiro: o filho da gerente do Centro de Zoono-
da justiça e da dignidade daqueles que, por vocação, ses e sobrinho da Secretária Municipal de Saúde é
emprestam sua força de trabalho ao Estado, em bus- sócio da sobrinha do Prefeito da cidade de Salvador
ca do bem comum. na empresa Hype Tecnologia em Informática Ltda.,
O SR. NELSON PELLEGRINO (PT - BA. Sem prestadora de serviço na Secretaria Municipal de Sa-
revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. De- úde, com sede em Dias D'Ávila e filial em Salvador.
putados, primeiramente, ao agradecer ao Deputado Todos esses contratos foram feitos com dispensa de
Orlando Fantazzini a gentileza de permutar comigo o licitação.
horário de inscrição, registro nossa solidariedade ao Quarto: a Secretária realizou dois contratos com
empresário Sílvio Santos, que, neste momento, é víti- a empresa Warner Distribuidora de Medicamentos,
ma de seqüestro. sem licitação, um no valor de 691 mil, 268 reais, e ou-
Mas, Sr. Presidente, lamento que, mais uma tro no valor de 318 mil, 407 reais. Esses dois contra-
vez, tenha de vir à tribuna desta Casa para denunciar tos, juntos, somam mais de 1 milhão de reais. A Se-
desmandos administrativos da Secretária Municipal cretária comprou os medicamentos sem licitação, ale-
de Saúde do Município de Salvador, Aldely Rocha, gando emergência, quando outras empresas do ramo
cuja Secretaria está envolvida até o pescoço em de- poderiam fornecer os produtos a preços bem meno-
núncias de corrupção. O Prefeito Antônio Imbassahy res.
tem sido conivente com essa situação. Apenas quan- Quinto: a Secretária firmou um contrato de mais
do os argumentos são irrefutáveis, exonera assesso- de 1 milhão de reais com a Fundação José Silveira,
res da Secretária. Embora a Secretária Municipal de uma pequena fundação, para fornecimento de banhe-
Saúde tenha ido à Câmara Municipal dizer que tudo o iros e outros equipamentos tubulares utilizados du-
que fez e faz é legal, o Prefeito continua exonerando rante o carnaval, embora houvesse outras empresas
apenas seus assessores. Se a Secretária vai à Câma- especializadas no setor. A Fundação José Silveira,
ra Municipal dizer que está tudo certo e o Prefeito que atua na área de pesquisa científica, não tem es-
exonera seus assessores, quem está errado? Cabe trutura. Está claro, portanto, que ela acabou servindo
ao Prefeito ou à Secretária dizer. de biombo. Sendo uma fundação respeitável, o con-
Passo a relacionar algumas irregularidades hoje trato foi firmado, porém com dispensa de licitação; os
existentes na Secretaria Municipal de Saúde de Sal- serviços foram terceirizados a empresas que certa-
vador. mente fazem parte do esquema da Secretária Munici-
Primeiro: a Secretária Aldely Rocha autorizou a pal de Saúde.
contratação da Stratus Comércio de Produtos de Lim- É inaceitável que apesar de comprovado o ne-
peza e Serviços Ltda., cujo motorista é dono da em- potismo e outras irregularidades que envolvem a Se-
presa e seu testa-de-ferro. A Secretária não soube cretaria Municipal de Saúde de Salvador, praticadas
justificar. pela Secretária Aldely Rocha e seus assessores, o
Segundo: a empresa Ártico Instalações Térmi- Prefeito Antônio José Imbassahy da Silva ainda a
cas Ltda. firmou contrato com a Prefeitura Municipal mantenha no cargo, embora venha exonerando os
de Salvador, por intermédio do Liceu de Artes e Ofíci- assessores que estejam envolvidos em irregularida-
os, sem que houvesse licitação. Quem são os proprie- des. Denunciei, na época da campanha, fato que le-
tários dessa empresa? O filho da Secretária Munici- vou à exoneração de seu chefe de almoxarifado. Mas
pal de Saúde e o irmão do Diretor do Liceu de Artes e o cargo já foi preenchido: hoje é chefe de almoxarifa-
Ofícios. Está clara a conexão. Ambos montaram a em- do a esposa do dono da Warner, empresa que forne-
presa que firmou contrato de mais de 1 milhão de rea- ceu medicamentos à Secretaria Municipal de Saúde.
Agosto de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexla-lCira 31 41111
~s irre~u~aridades continu~m ~ gra~sar na Se- saúde e atendimento à criança, por exemplo, premia-
cretana MunIcIpal, mas o Prefeito e cOnivente com dos por organismos internacionais e nacionais.
essa situação" pois ~antém no cargo a ~ecretária Transparência e forte vínculo com seu povo são
~Idely_ Rocha. E precls? colocar ur:n p~nto final nessa marcas indeléveis da administração do Prefeito Octá-
sltuaça~, nessa I~orahdad~ ~ue, infelizmente, acon- vio Carneiro, que define obras e metas ouvindo críti-
tece hOJe na Prefeitura Municipal de Salvador. cas e sugestões das pessoas simples, em suas ca-
sas, em seus bairros, com um projeto de gabinete iti-
Durante o discurso do Sr. Nelson Pel- nerante denominado "O Governo é Você".
legrino, o Sr. Themístocles Sampaio, § 2°
As reuniões mensais do projeto "O Governo é
do art. 18 do Regimento Interno, deixa a ca-
deira da presidência, que é ocupada pelo Você" contam com a presença do Prefeito Octávio
Carneiro e de todos os seus secretários, e são reali-
Sr. Marçal Filho, § 2° do art. 18 do Regi-
zadas, a cada vez, em comunidades diferentes do
mento Interno.
Município, sendo a última a recebê-lo a de Santa Rita,
O 5R. PRESIDENTE (Marçal Filho) - Tem a pa- também com a participação de moradores das locali-
lavra o Deputado Paulo Feijó. dades de Morrinhos e Santa Francisca.
O SR. PAULO FEIJÓ (PSDB - RJ. Pronuncia o As reuniões traduzem o esforço do Prefeito
seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. De- Octávio Carneiro em estabelecer canais regulares de
putados, tendo sido eleito Deputado Federal por dois diálogo com o povo de Quissamã, ouvindo deste suas
mandatos consecutivos, pelo desejo dos Municípios principais demandas para apresentação de propos-
do interior fluminense, mantenho, sempre que possí- tas que possam ser absorvidas pela administração
vel, a postura de apresentar nesta distinta Casa de municipal e aplicadas dentro das limitações que pos-
leis assuntos afetos aos interesses do norte, noroeste sam existir na órbita das legislações em vigor.
e centro-norte do Estado do Rio de Janeiro. A gestão do Prefeito Octávio Carneiro, em seu
Esta minha caminhada, como Parlamentar de terceiro mandato, é responsável pela percepção des-
perfil basicamente distrital, regional, permite-me um tes anseios populares da comunidade quissamaense,
contato direto com diferentes Municípios, e desejo, e desta, por sua vez, encontra total respaldo na exe-
neste momento, tecer alguns comentários a respeito cução de seus programas públicos.
da excepcional administração que vem sendo execu- Como Deputado Federal, mantenho o compro-
tada na cidade de Ouissamã, norte fluminense, por metimento regional de servir os Municípios do norte,
seu Prefeito Octávio Carneiro. noroeste e centro-norte fluminense com o intuito de fi-
Refiro-me a Ouissamã com incomparável consi- xar, neste egrégio Parlamento, um canal para exposi-
deração, por respeito ao seu povo e aos seus repre- ção das principais mazelas, das maiores necessida-
sentantes políticos, aos seus homens públicos, que des do povo aguerrido e trabalhador do interior do
têm construído, passo a passo, um Município com Estado do Rio de Janeiro.
melhor qualidade de vida para os seus, explorando Em face deste compromisso, Sr. Presidente,
seu potencial econômico de maior relevo, a agricultu- não me furto de fazer menção a diferentes administra-
ra e o turismo, com as suas atividades decorrentes. ções públicas do interior do Estado do Rio de Janeiro,
Tem sido o Prefeito Octávio Carneiro um incan- que tanto contribuem com o desenvolvimento de seus
sável administrador a serviço de sua gente, desenvol- Municípios, a exemplo do que é feito pelo Prefeito
vendo, com preocupação permanente, programas Octávio Carneiro, em Ouissamã.
que, ao longo dos últimos anos, têm provocado a am- Gostaria de encerrar este pronunciamento reite-
pliação dos equipamentos públicos de suporte nas rando o meu respeito pela administração do Prefeito
áreas de infra-estrutura, saneamento, saúde, entre Octávio Carneiro, meu companheiro de partido e meu
tantas outras a receberem maciços investimentos da aliado na luta conjunta que desenvolvemos pela indu-
administração municipal. ção do desenvolvimento do norte fluminense, em que
Apesar do perfil de Município de pequeno porte, Ouissamã, em conjunto com outros Municípios, exer-
as idéias tocadas pela administração do Prefeito ce papel de elevada importância.
Octávio Carneiro e dos capazes colaboradores de Era o que tinha a dizer.
seu 5taf1 alcançam a dimensão da grandeza que se O 5R. FLÁVIO ARN5 (PSDB - PR. Sem revisão
deve, respeitosamente, a toda a população de Ouis- do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados,
samã. São dezenas de projetos, alguns na área de tenho acompanhado atentamente, com a responsabi-
41 112 SlJxl<J-J'lJira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 2001
Iidade da minha representação popular e como mem· rão, mas fazemos tudo para que vivam em guetos,
bro da Comissão de Direitos Humanos desta Casa, a sem fiscalizar a maneira como é imposta à maioria
questão da segurança pública no Brasil, em particu- absoluta deles a propalada disciplina hierárquica.
lar, no meu Estado, o Paraná. Desta maneira, o que se vem processando é a
Questiono o porquê de tantos movimentos por gradativa civilidade das polícias militares do Brasil
salários e condições de trabalho afetando as áreas para que, ao longo de um processo histórico próprio,
presidiais, penitenciárias, da Polícia Civil, mais preo· mesmo adotando a estrutura militar como forma orga-
cupante ainda, da Polícia Militar. nizacional, se aproximem cada vez mais da urbanida-
Entretanto, vencida a perplexidade, é indispen- de civilista, embora contendo pequenos segmentos
sável que se comece a trabalhar efetivamente nessa especiais de elite militarizados, utilizados para com-
área da segurança pública e que tenhamos real con- bate a assaltos a cidadelas e controle de tumultos e
tribuição para dar, como caixa de ressonância que so- distúrbios civis.
mos das preocupações da Nação brasileira. Entretanto, contrariamente, dentre as propostas
Não posso deixar de constatar que as polícias dos Governadores reunidos pelo Exmo. Sr. Fernando
militares do Brasil constituem o derradeiro segmento Henrique Cardoso, assístimos à apresentação de
social a receber os influxos das verdadeiras liberda- propostas militaristas puras, das quais várias se en-
des democráticas conquistadas por todos os demais. caminham para militarização das polícias civis, ao in-
Realmente, importantes avanços aconteceram vés de conceder e regulamentar o direito de sindicali-
nos mais diversos setores do tecido social pátrio, pré zação e greve para os policiais militares.
e pós-Constituição de 1988, que vão desde assuntos Ora, Srs. Deputados, os encapuzados, os mo-
ligados à terra, passando pelo Ministério Público e tins, a desobediência são fruto da repressão, do atra-
mesmo o Judiciário, mas só agora chegando ao apa- so do gueto em que a sociedade brasileira vem man-
relho estatal encarregado de fazer cumprir as leis, tendo as instituições, a quem se atribuiu a nobre mis-
seja pela apuração dos delitos ou pela manutenção são de cuidar da ordem e segurança públicas dos
da ordem e segurança públicas. Como tal, e em res- Estados-membros do Brasil.
peito à própria natureza das suas funções públicas, Aproveito a oportunidade, Sr. Presidente, para
não podem ser eles, por si mesmos, condutores dos prestar também minha solidariedade ao empresário
processos democráticos liberalizantes, sob pena de Sílvio Santos neste momento difícil.
se tornarem inúteis ao sistema a que servem. Era o que linha a dizer.
Assim, somente agora chamam a atenção para A SRA. VANESSA GRAZZIOTIN (Blo-
si, no momento em que exercitam o sagrado dever de co/PCdoB - AM. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presi-
todos os estamentos sociais, que é o de praticar a au- dente, Sras. e Srs. Deputados, ontem, a CPI destina-
todefesa dos seus interesses. da à investigação da ocupação ilegal de terras públi-
Verdadeiramente, não é imaginável que ainda cas na Amazônia, conhecida como CPI da Grilagem,
exista no Brasil grupo social que não tenha regula- depois de um ano e meio de trabalho, conseguiu votar
mentado o número de horas semanais trabalhadas, o e aprovar o relatório final, que, penso, tem importân-
que tem permitido que os Governos estaduais e a cia significativa não só para a região amazônica, mas
própria hierarquia das corporações imponham condi- para todo o Brasil.
ções desumanas de trabalho, sem considerar a ne- Como em toda CPI, enfrentamos na CPI da Gri-
cessidade que todo profissional tem de cuidar da ati- lagem problemas sérios de ordem política. Ainda on-
vidade, é claro, mas, também, da sua família, do lazer, tem, pela manhã, tivemos a ameaça da
da cultura, da saúde física e mental, enfim, da sobre- não-aprovação do relatório - trabalhado pelo Relator
vivência digna a que faz justiça. e mais cinco Sub-Relatores - ou a de vê-lo derrotado
Temos sido pródigos em impedi-los de ter um e substituído por outro, que certamente não retrataria
segundo emprego (o bico), mas não lhes provemos o conjunto das investigações realizadas, repito, du-
condições para ter um salário digno. Igualmente, para rante um ano e meio.
impedi-los de se sindicalizarem e fazerem greve, mas Conversamos com todos os Deputados daquela
sem criar mecanismos que lhes permitam a defesa CPI e conseguimos manter o importante conteúdo do
dos direitos como pessoa humana. relatório. Estado por Estado, trabalhamos em alguns
Ternos sido generosos com o Estado, mas pa- dos casos mais gritantes, mais importantes, e que vi-
drastos com o cidadão policial militar, de quem quere- nham dificultando, sem dúvida alguma, a situação
mos respeito e garantias de que não se insubordina- fundiária.
Agosto li.: 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS S.:xta-leira31 41113
Para que todos tenham idéia, a partir da instala- deste ano, durante o recesso parlamentar, na Polícia
ção da CPI da Grilagem, o Tribunal de Justiça do Federal do Distrito Federal.
Estado do Amazonas mudou de forma radical sua Nesse depoimento, o Senador afirma categori-
postura. O Tribunal, que até então se omitia em rela- camente que todos os processos de desapropriação
ção à questão fundiária, e, quando agia, o fazia incor- chegavam prontos, formatados, e que S.Exa. apenas
retamente, passou a fazer correções em vários Muni- dava a decisão final. Mentira! Temos telegramas do
cípios. Ao mudar de postura, o Tribunal conseguiu, Senador Jader Barbalho, Ministro àquela época, re-
em poucos meses, cancelar registros de terras, che- querendo para si processos que não estavam pron-
gando a um total de aproximadamente 37 milhões de tos, que não estavam formatados. O Senador Jader
hectares até o final da CPI. Essas terras eram regis- Barbalho pedia os processos, atropelava o curso nor-
tradas em cartório, em nome de particulares, quando, mal dos mesmos, aumentava em mais de 1.000% o
na realidade, pertenciam à União, Sr. Presidente. valor das terras e, dessa forma, as desapropriava.
Apesar de termos mantido íntegro o relatório, Grande parte dessas áreas, desapropriadas amiga-
com todas as investigações realizadas, não consegui- velmente pelo ex-Ministro, com valores superfatura-
mos, no final, manter na totalidade as propostas de in- dos, não servem para absolutamente nada em rela-
diciamentos de pessoas envolvidas no processo da ção à reforma agrária.
grilagem; pessoas que, direta ou indiretamente, foram Sr. Presidente, semana que vem, em que pese a
responsáveis por danos e prejuízos causados à retirada do indiciamento do Senador e de outras pesso-
União na região amazônica. Infelizmente, na votação as, vamos encaminhar todas as ilegalidades por eles
relativa aos indiciados, os Deputados, na sua maioria, cometidas ao Ministério Público e à Comissão de Ética
pautaram-se não pela imparcialidade, não pelo espíri- do Senado Federal, além de outros órgãos.
to de decididamente fazer justiça, mas pela parciali-
Muito obrigada.
dade; quer dizer, movidos por dois pesos e duas me-
didas. O SR. ÁTILA LINS (Bloco/PFL - AM. Sem revi-
são do orador.) - Sr. Presidente, apenas fazer um bre-
Cartorários do Pará e do Amazonas e pessoas
ve registro.
envolvidas em grilagem, que não detêm poder econô-
mico e político, foram mantidos na listados indiciados. Quero destacar a solenidade realizada em Ma-
Enquanto isso, empresários e pessoas que detêm po- naus, onde a empresa Manaus Energia assinou con-
der econômico e político foram todos retirados da re- trato, na presença do Governador Amazonino Men-
lação dos indiciados. des, para a construção de Linhão subaquático que vai
ligar Manaus a Manacapuru, com investimentos em
Do Estado do Amazonas, por meio de um desta-
torno de 25 milhões de reais.
que de votação em separado, foram retirados os no-
mes de um desembargador, de cinco juízes e de dois O SR. ROBÉRIO ARAÚJO (Bloco/PL - RR.
empresários envolvidos. Um deles, Mustaf Said, en- Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,
volvido nos casos mais graves analisados pela CPI, Sras. e Srs. Deputados, como acontece em todo final
vem sendo processado na Justiça Federal daquele de semestre, os jornais abriram manchetes mostran-
Estado. O Ministério Público, nas suas alegações fi- do os monstruosos lucros que todos os bancos brasi-
nais, já se pronunciou pela condenação desse cida- leiros tiveram, alguns com quantias realmente astro-
dão. A CPI foi mais além, ao detectar outras irregulari- nômicas.
dades cometidas por esse cidadão. Mesmo assim, Até aí, nada demais. O grande problema é que a
ele, que já foi Prefeito de um Município do interior e sociedade brasileira e mais precisamente os clientes
pertence a um partido político, teve seu nome retirado dessas instituições bancárias não sabem para onde
da relação dos indiciados. vai todo esse dinheiro, transformado em milhões de
E o pior: do Estado do Pará, o nome do Senador reais.
Jader Barbalho também foi retirado da lista dos indici- Esses lucros, como bem atestam os economis-
ados. A CPI provou que o Senador foi responsável, e tas - nem é preciso ser profissional da área econômi-
continua sendo, à época em que esteve à frente da ca, todos sabem -, são provenientes dos altos juros
Pasta da Reforma Agrária, pelos maiores arbítrios re- cobrados, com a conivência do Governo Federal.
alizados e praticados naquele Ministério. Provamos, Além do mais, são taxas e mais taxas debitadas nas
com dados antigos e novos, que o Senador continua a contas bancárias que os usuários não sabem como
mentir por aí afora. Temos aqui o depoimento presta- surgem e que só servem para engrossar cada vez
do pelo Senador Jader Barbalho, no dia 10 de julho mais os lucros dos bancos.
41 114 Sexlil-Icira:1 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 200 I
Apesar de todo o dinheiro que arrecada, o que Quero deixar registrada minha total solidarieda-
se vê é o atendimento bancário cada vez pior. O clien- de ao Sr. Sílvio Santos, que tem prestado relevantes
te não é respeitado e tem que ficar horas na fila, per- serviços à sociedade brasileira.
dendo seu precioso tempo. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, são no-
Mas o que surge como mais grave é a questão tórias em nosso País as carências no campo da saú-
salarial dos funcionários dos bancos. Muito pior do de pública. Educação e saúde constituem, na verda-
que isso são as injustiças praticadas por algumas ins- de, o binômio que configura o real progresso de uma
tituições bancárias, como o BRADESCO. sociedade. O Brasil, reconhecidamente considerado
Ontem, o Secretário-Geral do Sindicato dos Nação em desenvolvimento, alcançou notáveis avan-
Bancários de Roraima, Wilson Pedro Rabelo, denun- ços em alguns setores, mas com gritantes desigual-
ciou, em Boa Vista, que o BRADESCO vem demitindo dades sociais, pois carece de mudanças profundas
naquele Estado, desde 1996, todas as mulheres com nas políticas de educação e de saúde, para que o
filhos. Quando retornam da licença maternidade, elas povo brasileiro possa incluir-se entre os que desfru-
recebem o aviso de demissão. tam de bons padrões de qualidade de vida.
Essa decisão do BRADESCO merece todo nos- Hoje vou falar especificamente da saúde pública.
so repúdio. Por isso, apoiamos a atitude tomada on- Em Recife está em curso obra de grande signifi-
tem pelos bancários de Boa Vista, que chegaram a fa- cação para a população de Pernambuco, que é o
zer uma manifestação em protesto ao que aquele Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (o
banco vem fazendo, ao deixar pessoas honestas e PROCAPE Prof. Luiz Tavares), que já se encontra na
trabalhadoras desempregadas. fase final de acabamento, com grande parte dos equi-
Concluindo, também quero registrar a presença pamentos já adquiridos e em processo de licitação.
desde ontem, em Brasília, de um grupo de docentes Destinado a ser o segundo centro cardiológico
das instituições federais de ensino superior que veio do Brasil, o PROCAPE Prol. Luiz Tavares, como infor-
pedir ao Ministro da Educação, Paulo Renato Souza, mou o diretor do Hospital Universitário Oswaldo Cruz,
que abra um canal de negociações para que suas rei- Prot. Enio Lustosa Cantarelli, uma das pessoas mais
vindicações sejam atendidas. distintas de Pernambuco, pela sua obsessão, pela
Dentre os pleitos dos professores das universida- sua maneira de conduzir os destinos desse grande
des públicas que estão em greve desde o dia 22 do cor- hospital, ainda precisa de recursos para conclusão e
rente estão a realização de concurso público, reposição aquisição de equipamentos. Está prevista sua inau-
das perdas salariais, com índice de reposição de guração parcial para dezembro deste ano.
75,48%, incorporação das gratificações, manutenção Trata-se de obra fundamental para o progresso
dos direitos de aposentadoria, defesa da previdência da medicina em Pernambuco. Constitui um centro de
social pública e defesa dos direitos sindicais. excelência, composto de hospital e centro de estudos
Todos esses pleitos são justos e têm nossa e pesquisas. Aparelhos para a realização de exames
aprovação. como tomografia, ressonância magnética, medicina
Muito obrigado. nuclear e outros de menor porte ainda não foram ad-
O SR. SEVERINO CAVALCANTI (PPB - PE. quiridos por falta de disponibilidade financeira.
Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Por essa razão, há grande expectativa, no meu
Deputados, antes de iniciar o pronunciamento que me Estado, em torno da posição a ser tomada pela ban-
traz a esta tribuna, desejo hipotecar irrestrita solidari- cada pernambucana no Congresso Nacional durante
edade ao grande empresário Sílvio Santos, que está a votação do Orçamento da União.
sendo vítima do descaso do Poder Público. É fundamental, para a conclusão da importante
Não podemos concordar nem ficar indiferentes, obra do Recife - o Pronto Socorro Cardiológico de
porque poderemos ser as próximas vítimas. Vemos Pernambuco - a aprovação da emenda de bancada
um homem com tantas atividades, com tanto aparato, ao Orçamento de 2002 no valor de 12 milhões de rea-
ser vencido por um tresloucado, que ameaça sua pró- is. Com tais recursos, estará assegurada a realização
pria existência após já ter seqüestrado sua filha. de tão expressiva conquista para a medicina de Per-
É necessário que o Governo torne providências nambuco e do Nordeste.
enérgicas e procure amparar a sociedade. A socieda- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, para que
de não pode ficar à mercê de criminosos e assassi- se possa avaliar o que o PROCAPE representará para a
nos, como está acontecendo atualmente. nossa região, transm~o alguns dados esclarecedores.
Agosto de 200[ DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-Ieíra 31 41115
Sua estrutura compreenderá dois edifícios de Instituto de Ciências Biológicas e Faculdade de Enfer-
quatro e sete pavimentos interligados, incluindo gara- magem Nossa Senhora das Graças.
gem para 190 veículos. O PROCAPE contará com Há previsão de atendimento a mil pacientes por
205 leitos, emergência cardiológica com vinte boxes, dia.
unidade coronária, unidade de cuidados intermediári- Eram estas, Sr. Presidente, as informações bá-
os, UTls pós-operatórias e quatro andares de enfer- sicas que desejava trazer à Câmara dos Deputados
marias, com 140 leitos. sobre uma obra que engrandece a medicina de Per-
Terá ainda duas salas de hemodinâmica, medi- nambuco e do Nordeste.
cina nuclear, ressonância magnética, tomógrafo, áre- Na votação da emenda citada, os Srs. Parla-
as para realização de todos os exames complementa- mentares saberão, estou certo, apoiar a decisão da
res em cardiologia, laboratório de análises clínicas, bancada pernambucana. O PROCAPE engrandece-
ginásio de fisioterapia, centro cirúrgico com quatro rá, também, o acervo de conquistas da medicina car-
salas, centro de cirurgia experimental, centro de estu- diológica de todo o Brasil, ampliando consideravel-
dos com auditório para duzentas pessoas, cinco salas mente as áreas de assistência social, de aprimora-
de aula, biblioteca, restaurante, lanchonete e centro mento do ensino médico e de enfermagem, enfim,
administrativo. fortalecendo um setor em que ainda há tanta carên-
O PROCAPE é um empreendimento nascido na cia, tanta demanda e tanta necessidade.
Universidade de Pernambuco, através do Hospital O PROCAPE é um gesto vigoroso que nasce na
Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), em terreno doa- cidade do Recife e tende a transformar-se em iniciati-
do pela Prefeitura da Cidade do Recife nas gestões va paradigmática, em modelo para todo o País, a indi-
de Jarbas Vasconcelos e Roberto Magalhães. Conta car a preocupação dos nossos médicos, dos nossos
com recursos do Ministério da Saúde, através das governantes, da nossa sociedade com uma realidade
emendas ao Orçamento, além da contrapartida do que não pode mais ser ignorada ou dissimulada, tal a
Governo do Estado de Pernambuco. sua gravidade.
Sr. Presidente, trago, aqui, depoimento para que Cuidar da saúde é proteger a vida, o bem maior
fique registrado nos Anais desta Casa. Reporto-me que Deus nos deu.
ao entusiasmo e à determinação com que o Prol. Enio O SR. ORLANDO FANTAZZINI (PT - SP. Sem
Lustosa Cantarelli, diretor do HUOC, cuida da concre- revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. De-
tização do projeto, um sonho que se transforma em putados, a Constituição Federal considera a criança e
realidade. o adolescente prioridade absoluta. Percebemos, en-
Ele não esconde o sorriso quando aponta o que tretanto, que a nossa Carta Magna merece reparo,
já foi feito e se emociona quando prevê, em breve, o fi- porque, na prática, a prioridade absoluta do Governo
nal da construção e o início do funcionamento do tem sido o atendimento aos desígnios do Fundo Mo-
PROCAPE. É movido por um sentimento de justiça e netário Internacional.
de reconhecimento, pelo que presto singela homena- Digo isso porque, quando analisamos os recursos
gem ao Prol. Enio Cantarelli. Mas quero declarar que destinados ao suprimento das necessidades da criança
o maior reconhecimento ao trabalho de S.Sa. é asse- e do adolescente no Orçamento da União, observamos
gurar a aprovação da emenda de 12 milhões de reais, que, se verdadeira fosse essa premissa, os investimen-
para que o PROCAPE seja concluído e comece a fun- tos no setor seriam bem maiores. No Brasil, são cons-
cionar plenamente. tantes as denúncias de abuso sexual envolvendo crian-
Como já afirmamos, o referido pronto-socorro ças e adolescentes e de prostituição infantil.
compreenderá estrutura física de 16 mil metros qua- Retornei esta semana de Campina Grande,
drados de construção, o que corresponde a um hospi- onde estive em missão oficial da Comissão de Direi-
tal de porte significativo. tos Humanos para apurar in loco o aliciamento de
Cabe também ressaltar que o empreendimento, adolescentes para a prostituição infantil. Depois de
segundo o Prof. Cantarelli, deverá, oportunamente, ser denunciaram os aliciadores, essas adolescentes vêm
transformado em fundação, vinculada à Universidade sofrendo ameaças de morte.
de Pernambuco. Dessa forma, suas atividades extrava- Lamentavelmente, não são tomadas, por parte
sarão o caráter assistencial, devendo o PROCAPE as- dos Poderes constituídos, medidas para que cessem
sumir relevante função educacional como campo de en- essas ameaças. E sabemos o porquê. No longo diálo-
sino e pesquisas da Faculdade de Ciências Médicas, go que mantivemos, várias dessas adolescentes nos
41 II (i S.:xla-Icira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEl'LJTADOS Agusto de 200 I
declararam que a classe política está envolvida nessa Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
prática, assim corno policiais e grandes empresários. O SR. ANTONIO FEIJÃO (PSDB - AP. Sem re-
Dias após o Ministério Público tomar incisiva ati- visão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Depu-
tude no sentido de conseguir a decretação da prisão tados, no último dia 27 foi protocolada, no Superior
preventiva de uma aliciadora, seis advogados compa- Tribunal de Justiça, ação popular contra cinco De-
receram à delegacia onde ela estava presa oferecen- sembargadores do Tribunal de Justiça do Estado do
do seus serviços. Segundo o Ministério Público nos Amapá.
informou, a aliciadora, pessoa de poucos recursos, Se referida ação tivesse como titular um cida-
não tinha como contratar seis advogados. Mais al- dão do meu Estado, um Parlamentar do meu Estado,
guns dias se passaram, e o que se observou foi justa- não nos causaria estranheza. Acontece que o Secre-
mente o relaxamento da prisão dessa senhora. tário de Saúde da Prefeitura Municipal de São Paulo,
Consta do processo fita em que as meninas gra- o nobre colega Arlindo Chinaglia, foi quem ingressou
varam as denúncias, mas a Polícia científica diz não com essa ação. Ele pede que sejam afastados dos
poder fazer a degravação porque a ela faltam grava- cargos cinco dos sete Desembargadores do Tribunal
dor e fitas K-7. de Justiça do Estado do Amapá, entre eles o nosso
Trata-se de rede de aliciadores que tem o res- digníssimo Dr. Carmo Antônio, Presidente daquele
paldo e a conivência dos Poderes constituídos, o que egrégio Tribunal.
impossibilita que os aliciadores sejam presos e que O Dr. Carmo Antônio entrou na magistratura por
esse tipo de violência cesse em nosso País. concurso público, em que obteve o primeiro lugar na
Mais lamentável é o aspecto cultural. Grande classificação; fez concurso nacional para o Ministério
parcela da sociedade vê com a maior naturalidade e Público e classificou-se entre os primeiros colocados;
considera muito normal o fato de que meninas quei- fez concurso para o cargo de Assessor Legislativo
ram se prostituir - meninas de 11, 12, 13 anos. desta Casa e foi muito bem classificado; exerceu to-
Ontem, em audiência pública realizada a pedido das as prerrogativas de juiz e cumpriu todos os
do Deputado Regis Cavalcante, aqui presente, discu- pré-requisitos para ser nomeado Desembargador.
tíamos o tráfico de crianças e de adolescentes para Sr. Presidente, estranha-me que um Secretário
exploração sexual. Protestamos veementemente jun- da maior cidade da América Latina, da atribulada
to ao Ministério da Justiça, que tem permitido a exibi- Pasta da Saúde, saia de seus cuidados para imiscu-
ção da minissérie "Presença de Anita", um estímulo ir-se em assunto de outro Estado, embora pareça não
para que adolescentes enveredem no campo da pros- ter tido tempo de denunciar o escândalo do lixo da
tituição. O Ministério da Justiça, aliás, não tem progra- Prefeitura de São Paulo, objeto de uma Comissão
mas para garantir a assistência do Governo às ado- Parlamentar de Inquérito.
lescentes que queiram deixar essa vida ou que não O que pretende o Deputado Arlindo Chinaglia
queiram ser aliciadas para a prostituição. ao agredir um Tribunal de Justiça laureado pelo Go-
Para que duas das adolescentes que ouvimos verno da Alemanha, que tem o reconhecimento de
em Campina Grande não continuem a correr risco de todo o País, que implantou no Estado a Justiça Itine-
vida, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara rante? Aquela corte judiciária é também laureada
dos Deputados teve de interceder solicitando ao Mi- pela implantação do Projeto Pirralho, que busca res-
nistério Público sua inclusão no Programa de Prote- gatar crianças que trabalham quando deveriam estar
ção à Testemunha - esperamos obter êxito. Aqueles na escola.
que querem contribuir para o fim do aliciamento de O Deputado Arlindo Chinaglia presta grande
crianças e adolescentes, em vez de serem protegi- desserviço ao seu Município, porque recebe dinheiro
dos, estão sendo expostos publicamente e deixados dos munícipes para dedicar seu tempo às ações per-
como presas fáceis para os que querem enriquecer tinentes à Saúde e não para, como jurista, tentar de-
por meio da exploração sexual. sestabilizar as relações institucionais do Judiciário,
Não vemos nenhuma ação nesse sentido por do Executivo e do Legislativo do Estado do Amapá.
parte da EMBRATUR, que possibilita aos hotéis do Fico muito triste em saber desse fato, porque o
País receberem essas adolescentes; não vemos Secretário Arlindo Chinaglia teve bela passagem por
igualmente ações do Itamaraty no exterior com o ob- esta Casa. Imaginem, amanhã, um vereador do Ama-
jetivo de coibir o turismo sexual. Enfim, não vemos pá pedir a instalação de uma CPI para investigar irre-
qualquer ação concreta que vise pôr fim à prostituição gularidades cometidas pela Prefeita Marta Suplicy.
infantil em nosso País. Que tipo de chacota não fariam desta tribuna os De-
Agoslo de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-lcira 31 41117
putados do PT de São Paulo? Mas o Deputado Arlin- co, mais uma vez, seja usado de forma irresponsável,
do Chinaglia criou o precedente. como quer fazer o Sr. Governador da Bahia.
Por isso, Sr. Presidente, para defender o traba- Apelo aos Srs. Vereadores de Jequié no sentido
lho digno, probo e sério de todos aqueles Desembar- de que tenham a mesma coragem dos Vereadores de
gadores, vimos, em nome do PSDB do meu Estado, Ilhéus, outra grande e importante cidade da Bahia, e
manifestar nosso apoio ao Tribunal de Justiça do derrubem o projeto do Governador César Borges, se-
Estado do Amapá e repudiar a ação do Deputado pultando de vez essa mania de querer vender o patri-
Arlindo Chinaglia. Sugiro que S.Exa. dedique seu mônio público estadual.
tempo a propor ações na Justiça para combater a cor- Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
rupção e os atos ilícitos da Prefeitura da qual é Secre- O SR. WELLlNGTON DIAS (PT - PI. Pronuncia o
tário de Estado. seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Depu-
O SR. ROLAND LAVIGNE (PMDB - BA. Sem tados, o assunto que nos traz a esta tribuna é a greve
revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. De- dos seNidores públicos, especialmente a dos professo-
putados, há dois dias assistimos a um gesto que o res e funcionários das universidades públicas federais.
Brasil repudia: o uso da Polícia Militar para reprimir Sr. Presidente, a greve das universidades públicas
manifestações pacíficas. atinge hoje 45 instituições federais, abrangendo o corpo
O fato ocorreu em Jequié, uma das grandes ci- docente e funcionários que decidiram aderir ao movi-
dades do Estado da Bahia, a mando do Sr. Governa- mento em defesa de seus direitos, pela reposição salarial
dor. Jovens manifestantes e políticos idealistas esta- e melhores condições de ensino em nosso País.
vam na Câmara Municipal daquela cidade para, com Apenas para se ter uma idéia, Srs. Parlamenta-
9 mil assinaturas populares, tentar convencer os Ve- res, durante os anos do Governo FHC, os recursos
readores a votarem contra o projeto de privatização para as universidades públicas diminuíram a cada
da empresa de saneamento público da Bahia, a ano. Em preços médios de 1999, foram gastos, em
EMBASA - Empresa Baiana de Águas e Saneamento 1995, R$6,1 bilhões; em 1996, R$5,6 bilhões; em
SA Para nossa surpresa e para surpresa da demo- 1997, R$5,3 bilhões; em 1998, R$4,8 bilhões e, final-
cracia brasileira, lá estavam os policiais militares, a mente, em 1999, houve pequeno aumento em rela-
mando do Sr. Governador, a reprimir, a espancar jo- ção ao ano anterior, R$5,5 bilhões. Esses números in-
vens e adolescentes que lá se encontravam defen- dicam que, cumulativamente, o Governo reduziu em
dendo legitimamente suas teses. R$3,2 bilhões os recursos para as universidades pú-
Repudiamos ações dessa natureza. Não é pos- blicas entre os anos de 1995 a 1999.
sível que, em plena democracia, se queira manter no Em conseqüência, a oferta de vagas públicas e
Estado da Bahia um regime de exceção, Deputado gratuitas no ensino superior corresponde a apenas cer-
Leur Lomanto. ca de 40% das matrículas. Não houve até agora preocu-
pação efetiva em expandir o número de vagas do setor
Estaremos sempre vigilantes para denunciar atos
público, de tal modo a tornar a freqüência nas universi-
dessa natureza. O Governador precisa entender que
dades privadas opção e não uma necessidade.
não é dono do povo, não é dono do Estado da Bahia, é
A greve, de acordo com a FASUBRA - Federa-
apenas um gestor temporário das ações de governo.
ção de Sindicatos de Trabalhadores das Universida-
Com profundo pesar, diversos Parlamentares des Brasileiras, possui os seguintes eixos: reposição
que fazem oposição ao Governo do Estado da Bahia salarial, autonomia com democracia, plano único de
ocuparam esta tribuna para denunciar ao Brasil o cer- carreira e salários, defesa dos hospitais universitários
ceio à liberdade de pessoas que querem se manifes- e contra a lei de regulamentação do emprego público.
tar em defesa do patrimônio público.
Como não poderia deixar de ser, a questão da re-
Não queremos, Deputado Leur Lomanto, de Je- posição salarial se mostra cruciante (os seNidores rei-
quié, que se faça com a EMBASA o que se fez com a vindicam um reajuste de 75,48%, equivalente às perdas
COELBA, vendida a preço irrisório para serem os re- ocorridas entre o período de janeiro de 1995 a dezem-
cursos aplicados em obras que hoje não mais vemos bro de 2000), pois o funcionalismo público está há sete
na Bahia. As obras estruturais não foram alcançadas. anos sem qualquer tipo de reajuste, como não se can-
A venda da EMBASA tem por objetivo, neste sam de repetir os seNidores em greve e mesmo muitos
instante, preparar o caixa do Governo do Estado para Parlamentares desta Casa, mesmo os da base de sus-
as próximas eleições para Governador. Nós, aqui tentação do Governo FHC, que reconhecem o inédito
nesta Casa, não vamos permitir que o dinheiro públi- arrocho salarial vivido pelos seNidores públicos.
411l!l Sexla-Icira 31 DIÁRiO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Aguslu de 200 I
No que se refere aos docentes, a situação não é car a execução de obras, não só da Hidrelétrica de Tu-
menos grave. Como se pode perceber pela maciça ade- curuí, mas também a questão relacionada com o
são dos docentes federais à greve, a compressão sala- poço de Urucu, no Estado do Pará, e principalmente
rial também atingiu patamares insuportáveis. É lamen- das eclusas de Tucuruí, que foi o objetivo principal do
tável que as universidades públicas estejam paradas e requerimento que fizemos para que a Comissão da
que milhares de alunos fiquem prejudicados com o pos- Amazônia e de Desenvolvimento Regional e a Câma-
sível cancelamento do semestre acadêmico, num preju- ra Federal tivessem oportunidade de verificar, in
ízo incalculável para o País e para os alunos. loco, a execução daquelas obras.
Objetivando a obtenção de superávits primários a As eclusas de Tucuruí, obra iniciada em 1981,
todo custo, o Governo FHC não poupou os servidores inacabada, ainda hoje preocupa todos nós da Região
públicos. O controle de gastos com pessoal foi funda- Centro-Oeste, do Estado do Pará, e toda a grande ba-
mentai para a obtenção de resu~ados da ordem de R$70 cia de navegação dos Rios Araguaia e Tocantins. Qu-
bilhões nos anos de 1999 e 2000 e tudo leva a crer que ando a barragem para a execução de Tucuruí foi
em 2001 o superávit primário será de R$34 bilhões. construída, num rio com 2.500 metros de largura, não
Como se vê, a prioridade deste Governo é obter se possibilitou a passagem da navegação. Essas
resultados para que sobrem recursos para o paga- obras até hoje não foram concluídas. Constatamos
mento dos juros das dívidas interna e externa. Há, que estão em ritmo lento, vivendo de promessas.
portanto, no orçamento federal, margem de manobra Sr. Presidente, ao trazer a esta Casa a real situ-
relativamente grande para que seja concedido reajus- ação das eclusas, peço a todos os Deputados, não só
te maior do que as migalhas de 3,5% que o Governo aos da minha Comissão, mas também aos de todas
pretende incluir no Orçamento de 2002. as outras, apoio para que criemos um grupo de traba-
É bem verdade que parcela signfficativa de servi- lho, a fim de acompanhar a etapa de construção de
dores públicos, aproximadamente 150 mil, já tiveram re- Tucuruí 2, uma obra distinta, que vai ser concluída em
composições remuneratórias, porém grande parte, aí in- dezembro de 2002.
cluídos a maioria dos servidores técnico-administrativos, Pelo andamento das obras e pela liberação dos
está com os salários congelados desde 1995. recursos, pudemos confirmar que essas eclusas não
É preciso lembrar também que todas as recorn- serão concluídas na mesma época em que será con-
posições salariais não foram estendidas aos servido- cluída a obra de Tucuruí 2.
res aposentados, ferindo, portanto, o disposto no § 8° Trazemos o nosso depoimento, uma vez que
do art. 40 da Constituição Federal de 1988. constatarnos, juntamente com os próprios técnicos que
Na discussão do Orçamento para 2002, esta a estão construindo, que a obra está ern ritmo lento.
Casa terá também a grande responsabilidade de, a Contamos com o apoio dos Deputados Nicias Ri-
exemplo do que foi feito com o salário mínimo, ao bus- beiro e José Priante, que se encontram presentes, e de
car no orçamento meios para elevação do piso mínimo tantos outros do Estado do Pará. Os Deputados Asdru-
brasileiro, encontrar no orçamento federal os recursos bal Bentes e Anivaldo Vale estiveram comigo nessa visi-
para melhor recomposição dos salários dos servido- ta. Com certeza a bancada do Pará, assim como as ou-
res. Este deve ser um compromisso desta Casa para tras da Comissão da Amazônia e de Desenvolvimento
com aqueles que ajudam a construir o Brasil. Regional, acompanharão essas obras.
Era o que tinha a dizer. As eclusas de que tanto se fala nada mais são
Muito obrigado. do que uma espécie de elevador hidráulico para que a
O SR. HAROLDO BEZERRA (PSOB - PA. Sem passagem da navegação se dê ao longo do Rio To-
revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. De- cantins, que foi barrado em 1984. Reiniciadas em
putados, nos dias 16 e 17 do corrente fizemos uma vi- 1998, as obras estão em ritmo lento.
sita aos Municípios de Tucuruí, no Estado do Pará, e Naquela região há produção de mais de cinco
Coari, no Estado do Amazonas, para acompanhar- milhões de toneladas de grãos para serem exporta-
mos a execução das obras da Hidrelétrica de Tucuruí. dos e conduzidos ao longo do rio, fazendo um passeio
Em missão especial da Comissão da Amazônia de dois mil quilômetros no rumo do Porto de Parana-
e de Desenvolvimento Regional, um Grupo de Traba- gUá, saindo pelo Mato Grosso. São dois mil quilôme-
lho composto pelos Deputados Asdrubal Bentes, do tros de descida e dois mil de volta, encarecendo o
Pará; Airton Cascavel, de Roraima, e Vanessa Graz- custo do transporte e não permitindo que o nosso
ziotin, do Amazonas, tivemos oportunidade de verifi- País tenha realmente condição de competir com o
Agosto de 20Dl DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 31 41119
mercado internacional, a preço justo, e colocar o nos- este lado da questão, acabem por levar mais e mais
so produto na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos. desespero, sobretudo, aos pequenos produtores de
Agradeço-lhe, Sr. Presidente, a oportunidade e algodão do meu Estado, Alagoas, que tem naquela la-
conto com o apoio de todos os Deputados desta Casa voura a única tábua de salvação.
para criarmos esse grupo de trabalho. Sr. Presidente, para esta lavoura, inclusive reto-
Muito obrigado. mada naquele Estado, já que no passado tínhamos pro-
O SR. REGIS CAVALCANTE (Bloco/PPS - AL. dução significativa, os médios e pequenos agricultores
Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. recebem a semente, sobretudo agricultores familiares.
Deputados, primeiro, foi a cana. O Nordeste encon- E o que acontece? Na hora do socorro da assistência
trou nessa cultura o que parecia ser sua redenção, técnica, no âmbito dos Governos Estadual e Federal, há
mas, não obstante a dinheirama daí resultante, pro- visão ambígua desses dois setores, cada um jogando
duziu um dos mais grotescos processos de explora- culpa nos meios burocráticos, esquecendo-se de que
ção de mão-de-obra barata e farta. Depois, vieram o produtor rural, principalmente do agreste, da região de
algodão e o cacau; aquele, transformando o Nordeste Arapiraca, em Alagoas, necessita de atenção imediata.
em seu maior produtor, e este, gerando fabulosas for- O Ministério da Agricultura neste País é virtual e
tunas na região cacaueira do sul da Bahia. precisa, sim, que se apresentem propostas concretas
A cana prossegue seu caminho, mas todos enten- para que agricultores tenham apoio direto do setor gover-
dendo que a monocultura, ocupando vastas regiões em namental, principalmente na área da assistência técnica.
cada Estado, tem seus dias contados, havendo neces- Basta dessa exclusão absurda que estamos vi-
sidade de reformulação desse processo com a diversifi- vendo. É necessária a contribuição dos Governos es-
cação de lavouras. O cacau foi quase dizimado pela tadual e federal, no que se refere à agricultura do meu
vassoura-de-bruxa, mas, como resultado de uma políti- Estado.
ca permanente e pertinente, consegue ir saindo pelo Muito obrigado pela atenção.
menos da parte mais profunda daquela crise.
O algodão enfrenta problemas de várias espécies. Durante o discurso do Sr. Regis Caval-
Já nem nos referimos à carência de créditos bancári- cante, o Sr. Marçal Filho, § 2° do artigo 18
os. Impossível aceitar que os Bancos do Brasil e do do Regimento Interno, deixa a cadeira da
Nordeste continuem atuando apenas como bancos presidência, que é ocupada pelo Sr. Wilson
comerciais naquela área, deixando de lado o sentido Santos, 4° Suplente de Secretário.
desenvolvimentista que, por exemplo, tinha a Carteira
de Crédito Agrícola do Banco do Brasil. E, para cúmu- O SR. PRESIDENTE (Wilson Santos) - Conce-
lo dessas agruras, surge, com furor, a praga do bicu- do a palavra ao Deputado Nilson Mourão.
do, que vai dizimando imensos algodoais, levando o O SR. NILSON MOURÃO (PT - AC. Pronuncia
desespero a milhares e milhares de agricultores, fa- o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. De-
zendo com que ainda sejam maiores a pobreza e a putados, um dos graves problemas no Brasil para a
exclusão naquela área tão sofrida. realização da reforma agrária, que pode ser caracteri-
Atendendo aos justos reclamos de várias enti- zado como grilagem, é o processo de reconcentração
dades classistas, encaminhamos requerimento ao de terras nos assentamentos do INCRA, permitindo
Ministério da Agricultura solicitando agilidade na libe- que não-beneficiários da reforma agrária, como fa-
ração dos agrotóxicos necessários ao combate da- zendeiros, comerciantes, políticos, médicos, se apro-
quela praga, sem o que, impossível negar, frus- priem de terras a ela destinadas.
trar-se-iam todas as tarefas de produção e manuten- A Superintendência Regional do INCRA, no
ção da fibra, que ainda é fator de desenvolvimento da Estado do Acre, administra 63 projetos de assenta-
economia nordestina. mentos, com aproximadamente 15.766 famílias em
O Governo Federal já teria autorizado o Gover- um pouco mais de 1.500.000 hectares.
no do Estado a dar início à liberação, mas, pelo que Segundo o relatório da Operação Coleta de Da-
temos sabido, a atuação do Governo Estadual é vaci- dos SIPRA 2000, promovida pela autarquia, foram
lante, ambígua, mesmo sem que possamos definir, identificados nos projetos 1.292 parcelas ocupadas
de pronto, que interesses estaria defendendo o Sr. por não-beneficiários da reforma agrária. As ocupa-
Ronaldo Lessa. ções irregulares se acentuam, pela ordem: Projeto de
O que não é possível é que práticas de descami- Colonização Pedro Peixoto (300), Projeto de Assen-
nhos burocráticos, para nos prendermos apenas a tamento Benfica (157), Projeto de Colonização Qui-
41120 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 200!
xadá (157), Projeto de Colonização Humaítá (103), rio, a destinação das terras para a reforma agrária, ar-
Projeto de Assentamento Caquetá (66). recadadas ou desapropriadas, desvirtua-se dos prin-
Caso exemplar merece ser mencionado: o Projeto cípios constitucionais, que destinam expressamente
Benfica. O seringal Benfica ou Casco do Benfica, com áreas desapropriadas por interesse social para fins
uma área de 5.127 hectares, situado nos Municípios de de reforma agrária aos agricultores sem-terras, a não
Rio Branco e Senador Guiomard, pertencia a Tufic ser que se modifique a finalidade do instituto de desa-
Assmar e outros, tendo sido objeto de desapropriação propriação para reforma agrária .
por interesse social para fins de reforma agrária no ano Recomenda-se ao INCRA, como órgão condu-
de 1991. Ali seria instalado o PA Benfica, sob condução tor da reforma agrária, a eleição de áreas propícias e
do INCRA, visando o assentamento de 450 parceleiros, viáveis de concentração de produtores rurais em con-
beneficiários do Programa de Reforma Agrária. dições de produção, comercialização e acesso à saú-
Dada sua proximidade dos núcleos urbanos, es- de e educação e não o patrocínio de áreas extrema-
pecialmente da Capital, aconteceram ocupações ile- mente distantes e desprovidas de condições reais
gítimas, na maior parte das vezes por políticos, em- para garantir o êxito de um projeto de assentamento.
presários, comerciantes, sem qualquer prévia autori- Recomenda-se ainda, após a imissão de posse
zação do INCRA, e se constituem em ocupantes de nos imóveis desapropriados, ação imediata, visando
terras públicas, afetadas ao assentamento de traba- o assentamento dos parceleiros previamente selecio-
Ihadores sem-terra. Aí edificaram mansões, chácaras nados, em razão de que a demora para implantação
com piscinas, restaurantes, fazendas, num ato acinto- do Projeto de Reforma Agrária conduz à ocupação
so, tendo merecido inclusive recentemente duras crí- desordenada por terceiros e até à transferência de di-
ticas do Ministro Raul Jungmann. reitos possessórios.
Em vistoria rural, o INCRA constatou a presen- Era o que tinha a dizer.
ça de cerca de 157 situações de posses constituídas O SR. PRESIDENTE (Wilson Santos) _ Solicito
após a edição do decreto expropriatório, criando situ-
às Sras. e Srs. Deputados que venham ao plenário, a
ações irregulares por beneficiarem pessoas físicas e fim de darmos início à Ordem do Dia.
até jurídicas sem qualquer amparo legal.
Diante desse fato, intentou ação reivindicatória Há 280 Parlamentares na Casa e apenas 240
perante a Justiça Federal no ano de 1993/94, julgada registraram presença no painel do plenário.
procedente em primeira instância contra cerca de 40 O SR. PRESIDENTE (Wilson Santos) - Conce-
ocupantes sem-título, para recuperar as terras irregu- do a palavra ao Deputado Salomão Gurgel, que dis-
larmente detidas. porá de até cinco minutos na tribuna.
Mais recentemente, ajuizou cerca de dezenove O SR. SALOMÃO GURGEL (Bloco/PDT - RN.
ações reivindicatórias e estão em curso mais quaren- Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e
ta procedimentos judiciais para retomada das posses Srs. Deputados, venho a esta tribuna tratar de tema mu-
pertencentes a um público que não necessita de ter- ito importante do ponto de vista ético e histórico, que ca-
ras. Pior ainda, às custas de terras desapropriadas rece de reflexão por toda a sociedade civil e principal-
para fins de reforma agrária. É um claro exemplo de mente por nós que estamos nesta Casa, configurada
que os instrumentos legais de desepropriação por in- como o espaço privilegiado de diversidade de pensa-
teresse social podem ser utilizados para beneficiar os mentos e práticas que, advindas dos Estados, proporci-
antigos proprietários, bem como os de posses ilegíti- onam repercussões nos âmbitos nacional e internacio-
mas, e não os destinatários da distribuição da terra. nal: a sustentabilidade no Nordeste.
Esta srtuação nos projetos de assentamento do Hoje, muito se tem falado sobre o sustentável; e
INCRA no Estado do Acre é um fato e, ao mesmo tempo, a compreensão que tenho de sustentabilidade pode
um problema que requer o encaminhamento de solução, ser traduzida, em princípio, na paridade de oportuni-
pois a destinação das terras administrativas pela autar- dades e de direitos para todos. Não compreendo sus-
quia deve ser, priomariamente, para beneficiários da re- tentabilidade sem que existam participação, alternati-
forma agrária, segundo disciplina a legislação. vas, escolhas e vivências plenas de cidadania.
A solução para as irregularidades encontradas Portanto, o alcance de uma política sustentável
é a promoção da reintegração de posse das parcelas para o espaço chamado Nordeste deverá compreen-
ocupadas por não-beneficiários da reforma agrária, der, em sua formulação, a teia das relações políticas,
com indenização das benfeitorias úteis e necessári- sociais, culturais e ecológicas, então estabelecidas.
as, naquilo que couber. Assim manda a lei. Do contrá- Não é a compreensão disto ou daquilo, de forma des-
Agosto de 20() 1 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-Içira 31 41121
vinculada e fragmentada. É uma combinação de to- Esta é outra dimensão importante a ser obser-
das essas variáveis presentes no cotidiano de cada vada nesta temática: a ética e o compromisso estabe-
um, nordestino e nordestina. lecido entre Poder Público e sociedade civil, no que
Este é um desafio que precede as variáveis es- diz respeito à importância dada à materialização de
tatísticas de mais ou menos recursos disponíveis e in- processos promotores de sustentabilidade local, hu-
vestidos. Pois o que conta para milhares de homens e mana e solidária.
mulheres que se encontram em situação de exclusão, Essa dimensão ética deverá fornecer respostas
desamparo e vulnerabilidade material e social, são as ao "sentimento disseminado de que o cargo público é
realidades que aviltam ou melhoram suas condições uma variedade do direito à propriedade" , tão divulga-
de vida; se a vida que têm é sinônimo de dignidade e do nos escândalos políticos, nos quais o dinheiro pú-
decência ou não. blico que poderia servir para promover desenvolvi-
É necessário para isso que as ações de promo- mento e sustentabilidade do público coletivo, toma
outro destino: o do privado egoísta e envilecedor da
ção da sustentabilidade humana, local e solidária per-
dignidade humana do outro.
mitam à população sentir-se cidadão e cidadã e, portan-
to, responsável pelo destino do local e do global. Isso Muito obrigado pela atenção.
significa muito mais do que fiscalizar, significa executar O SR. DIVALDO SURUAGY (Bloco/PST - AL.
a tarefa de propor e monitorar recursos públicos, articu- Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e
lando o público com o privado, as necessidades com as Srs. Deputados, a deterioração das perspectivas eco-
potencialidades, a inteligência contextual com a sabe- nômicas é algo mais que conjuntural. Novamente incer-
doria cultural, o homem e a mulher com a natureza. tezas externas repercutem no Brasil com intensidade
Significa investir recursos públicos, numerários, inquietante. Há fragilidades estruturais na economia
por vezes bem menores do que os que foram captados brasileira, problema ao qual o Governo Federal não de-
ilicitamente e desviados do TRT de São Paulo. Significa dicou energia suficiente ao longo de dois mandatos.
prestar atenção na Constituição, quando fala da digni- O mero contágio da crise argentina provocou
dade e do crescimento do País, entendendo o País - uma medida real da dificuldade brasileira de financiar
Brasil muito mais do que uma extensão territorial, e sim compromissos externos. Todos os motivos não teriam
como um espaço habitado por seres humanos que de- repercussão bastante não fosse mais do que conside-
pendem, muitas vezes, do discernimento e lucidez dos rável a fragilidade das contas externas.
que fazem esta Casa, para viver com a dignidade de se- Tal situação se deve à condução do Plano Real,
rem chamados brasileiros. que permitiu o aumento do déficit em conta corrente
Como prática de sustentabilidade significativa, para um nível superior ao considerado seguro, e à
em que exista participação, alternativas, escolhas e manutenção desse déficit em patamar perigoso.
vivências plenas de cidadania, é possível citar, entre O ajuste fiscal, as metas inflacionárias, a reto-
outras, os processos participativos que culminam mada do crescimento econômico, todo esse edifício
com a elaboração dos PDLS - Planos de Desenvolvi- ainda repousa sobre base precária. Fez-se pouco
mento Local Sustentável. Essa proposta de PDLS pela competitividade. Todo o modelo de estabilidade
consegue articular todos os setores da sociedade ci- induziu as empresas ora a endividar-se mais no exte-
vil organizada e Poder Público, com o objetivo de pen- rior, ora a importar mais.
sar o local (cidades e microrregiões) com o mais glo- Os mercados receberam as elevações de juros
bal (regiões, Estados e País). É um espaço propicia- pelo Banco Central com ceticismo. Volta-se a recorrer a
dor de formação para a cidadania ativa de todos os malabarismos que, no passado, foram capazes apenas
participantes; um investimento social que coaduna re- de, no máximo, protelar crises mais profundas.
cursos técnicos, financeiros, humanos, institucionais Não é a primeira crise enfrentada pelo Real. Houve
e ambientais, envolvendo respeito e tolerância às di- outras também graves: o México, em 1994; a Tailândia,
ferenças, preservando e valorizando o saber e suas em 1997; a Rússia, em 1998; e a ruptura da âncora brasi-
representações no imaginário dos participantes. leira, em 1999. Em todas elas, fa~ou ao Ministério da Fa-
Porém, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, zenda e ao Banco Central a capacidade de tratarem os
são processos participativos que fazem a sua parte, episódios como problemas estruturais. O Governo não
mas desconhecidos ou até mesmo ignorados pelo enfrentou as crises, buscando soluções duradouras para
Executivo e Legislativo, e têm dificuldades para sair as questões que afetam a competitividade do País e a
do papel e do imaginário de quem os construiu. sua capacidade de crescimento sustentável.
41 122 S,:xla-lCira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Al$osl<.1 LI.: 20() I
A limitação dos canais domésticos de financiar beração de 127 milhões de reais relativos à quarta
investimentos, a irracionalidade do sistema tributário etapa do programa de recuperação em andamento,
e a precariedade das políticas de estímulo às expor- dependendo apenas de votação no Senado Federal.
tações são evidências de um liberalismo demais obtu- O Presidente admitiu que as metas do Governo
so, a que falta bom-senso para recorrer a um conjunto são ousadas, mas que, ante o drama vivenciado pela
de políticas que contemplem uma intervenção do gente do cacau da Bahia, toda a ousadia é pequena.
Estado quando ela é necessária, para que se miti- A proposta é a de elevar a produtividade das planta-
guem os efeitos da turbulência internacional. ções dos atuais 230 quilos de cacau seco por hectare
A cada crise nos mercados globais, a resultante para 1,5 mil quilos/hectare. A produção baiana se si-
das ações do Governo foi o aumento da vulnerabilida- tuaria acima das 300 milloneladas de cacau por ano.
de externa, agravando o mal sob várias formas: do re- A cada ano estaria se formando, tomando como base
curso ao FMI à emissão de dívida pública indexada ao a atual produção da Bahia de 100 mil toneladas/ano
dólar, passando por concessões comerciais e abertu- excedentes em torno de 200 mil toneladas anuais.
ra crescente da economia. Sr. Presidente, não é demais lembrar que a produ-
Para ser forte, o Real precisa do apoio de vários ção baiana alcançou, no ano cacaueiro internacional de
pilares: responsabilidade no trato das contas externas e 1984/85, um recorde de produção de 457 mil toneladas.
capacidade de gerar divisas, de exportar e de substituir Nos últimos oito anos, a safra baiana diminuiu de
exportações. O descaso com as contas externas deixou 294.720 toneladas, em 1993/94, para as 98.580 tonela-
uma falha perene na economia brasileira. E ela ameaça das colhidas na safra 1999/00. No ano 2000/2001, pela
a moeda a cada ventania no mercado internacional. primeira vez, nos últimos cinco anos, a Bahia não regis-
O SR. NILTON CAPIXABA (PTB - RO. Pronun- trou queda em sua produção de cacau, e sím um au-
cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. mento. É o que se pode inferir da leitura do Quadro 1.
Deputados, fazia muito tempo que a cacauicultura do O crescimento da safra 2000/01 foi de pouco
Estado da Bahia, e por que não dizer a cacauicultura mais de 3,42 mil toneladas, ou seja, 3,6% a mais sobre
nacional, não recebia uma injeção de alento, um so- a safra de 1999/00. O crescimento não é significativo,
pro de esperança da grandeza do que lhe foi aplicado mas para os especialistas não interessa no momento a
na última sexta-feira, dia 24 de agosto. quantidade. O que importa é o que parece ser uma in-
Nessa sexta-feira, 24 de agosto, em visita à sede versão de tendência. A leve mudança no quadro é atri-
da CEPLAC - Comissão Executiva do Plano da Lavou- buída à normalização das condições climáticas, depo-
ra Cacaueira, em Ilhéus, Bahia, o Presidente Fernando is de três anos seguidos de chuvas escassas. Outros
Henrique Cardoso anunciou a alocação de recursos observadores creditam a retomada às tímidas entra-
para a recuperação dos cacauais sul-baianos. das do cacau procedente de áreas renovadas com mu-
O novo programa de desenvolvimento para o se- das donadas de cacau a partir de 1997.
tor cacaueiro a ser implantado no sul da Bahia integra o Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, com as
Plano Agrícola e Pecuário, a partir de 2002, prevê a libe- "metas ousadas" o Governo espera voltar a contar e ele-
ração de 489 milhões de reais em três anos, para a re- var as receitas cambiais. É duro lembrar que o Brasil, de
novação de 200 mil hectares de cacauais. É importante tradicional País exportador, passou a importar cacau
destacar que, pela primeira vez, o cacau terá plano de para suas indústrias. Serão gerados 100 mil postos de
safra. Isso significa que os investimentos ocorrerão de trabalho, com pleno emprego durante todo o ano, e, ade-
forma permanente para toda a lavoura. rnais, manter a auto-sustentabilidade da produção caca-
Segundo o próprio Presidente Fernando Henri- ueira, com a preservação da Mata Atlântica e demais re-
que Cardoso, do total a ser liberado, 307 milhões se- cursos naturais da região.
rão investidos na substituição de plantações envelhe- O Ministro da Agricultura, Pecuária e do Abaste-
cidas, atacadas pela enfermidade vassou- cimento, Pratini de Morais, destacou que o conjunto
ra-de-bruxa, por mudas de clones resistentes à doen- de providências para recuperar a cacauicultura foi dis-
ça e pelo adensamento das novas plantações. cutido com a participação de lideranças baianas do
Serão aplicados 50 milhões de reais em equipa- PMDB e P8DB, e teve total apoio dos Ministros da Fa-
mentos de industrialização de subprodutos que pos- zenda, Pedro Malan, e do Planejamento, Gestão e
sam agregar valor e aumentar a renda do produtor. Orçamento, Martus Tavares.
Para o custeio e manutenção das áreas com planta- O Ministro Pratini de Morais acredita que, com o
ções já danadas, serão destinados mais 132 milhões novo plano anunciado em Ilhéus, pelo Presidente Fer-
de reais. Para este ano, o Presidente já aprovou a li- nando Henrique Cardoso, o Brasil voltará a ser o segun-
Agosto de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Scxta-leira3141123
do produtor mundial de cacau. Destacou ainda a impor- de Rondônia contratou empréstimos no valor de 10
tância da recente Resolução n° 2.848 do Conselho Mo- milhões de reais, que correspondeu a 19,2%. No
netário Nacional- CMN, que fixou normas para a repac- exercício de 2000, o BASA fez a maior aplicação de
tuação das dívidas dos produtores. Além de fixar os juros recursos do FNO, atingindo a marca dos 102 milhões
em 8,75% e restabelecer prazos de pagamento, entre de reais. Os projetos de Recuperação de Cacauais,
cinco e dez anos, a Resolução facilitou o acesso ao saldo de Implantação de Novos Cacauais, de Diversificação
remanescente de 127 milhões de reais do programa. e Infra-estrutura, somaram 11,9 milhões de reais,
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todo o com uma correspondência da ordem de 11,2%.
arsenal de recursos de financiamento para a recupe- O crédito não será o fator limitante para a recu-
ração de cacauais infectados pela enfermidade vas- peração dos cacauais atacados pela vassou-
soura-de-bruxa, por via da clonagem e adensamento ra-de-bruxa, nem tão pouco para a ampliação das
das plantações, não atenderá à cacauicultura da áreas de implantação de novos cacauais. A limitação
Amazônia e, particularmente, à de Rondônia. maior poderá vir a ser continuidade da aplicação da
Na realidade, a alocação de recursos financei- Medida Provisória n° 2.166-66, que limita a área a ser
ros e a adequação desses recursos à capacidade de cultivada de cada propriedade em 20%, e a capacida-
absorção de crédito dos produtores teria de ser, como de operacional do quadro de extensionistas da
foi, focado na realidade da Bahia. CEPLAC/SUPOC, já sobrecarregado.
Como produtor rural, e como Deputado Federal Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, as boas
que dedica todas as suas energias e capacidade de notícias dadas pelo Presidente Fernando Henrique
trabalho aos negócios do campo, fico feliz e reconhe- Cardoso não ficaram restritas à recuperação dos ca-
cido pelo anúncio do Presidente Fernando Henrique cauais. O Presidente anunciou nova política salarial
Cardoso de efetivamente levar não somente esperan- para o órgão, que prevê aumento geral médio de 53%
ças, mas coisas práticas, bens materiais de financia-
para o funcionalismo e de até 80% no caso de pesso-
mentos para a sofrida lavoura cacaueira da Bahia. al especializado, mais qualificado da CEPLAC, com
No que se refere a financiamento, Rondônia título em nível de mestrado (MS) e doutorado (PhD).
está razoavelmente bem amparada. O Banco da
Esses pesquisadores especializados, com quin-
Amazônia vem seguidamente aplicando montante de
recursos substanciais, via FNO - Fundo Constitucio- ze e até vinte anos de experiência, ganham hoje em
nal de Financiamento do Norte, com uma taxa de ju- torno de R$ 1.500,00. Os salários da CEPLAC estão
ros de 4,5% ao ano; esta taxa de juros é quase a me- defasados há anos, e a maioria do seu corpo técnico
tade da taxa de empréstimo para a Bahia. está deixando o órgão, atraído por empresas priva-
das. A Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC,
As aplicações de investimento do BASA têm um
a EMBRAPA e outras instituições de pesquisas têm
ritmo crescente: em 1997, foram aplicados 12 milhões
de reais; em 1998, as aplicações subiram para 32 mi- política salarial mais atrativa.
lhões; em 1999, alcançaram os 52 milhões. No ano O reconhecimento dos baixos salários, na
2000, as aplicações totalizaram 106 milhões. CEPLAC, partiu do Ministro da Agricultura, Pecuária e do
A partir do ano agrícola 1996/97, a CEPLAC lan- Abastecimento, Pratini de Morais, que, em audiência pú-
çou uma campanha de recuperação de cacauais que blica perante a Comissão de Agricultura e de Política Ru-
estivessem com alta incidência de vassou- ral da Câmara dos Deputados, na sessão do dia 10 de
ra-de-bruxa. Em 1997/98, iniciou um programa de im- maio de 2000, disse: "Nós temos PhD lá ganhando
plantação de novos cacauais, voltado para os Municí- R$1.200,00. Então, precisamos equacionar de uma vez
pios que plantavam cacau, sob a denominação de por todas esse problema de remuneração do pessoal de
"Pólos Espontâneos". nível superior da área de tecnologia. É um trabalho que
Em 1997 foram aplicados na cacauicultura 3,3 depende do Executivo e também do Congresso para não
milhões de reais, o que correspondeu a 27,5% do to- ficar também um trem da alegria; é perigoso".
tal aplicado pelo BASA em Rondônia. Em 1998, quan- Em razão das medidas anunciadas pelo Presi-
do as aplicações do BASA subiram para 32 milhões dente Fernando Henrique Cardoso, quando de sua vi-
de reais, a CEPLAC aprovou e contratou projetos de sita à CEPLAC, Ilhéus, e como anteriormente negoci-
recuperação e implantação de cacauais num montan- ado entre o órgão e os Ministérios da Agricultura, Pe-
te de 11,7 milhões, ou seja, 36,5%. cuária e do Abastecimento e do Planejamento, Orça-
No ano de 1999, quando as aplicações do mento e Gestão, foi autorizada a emissão de decreto
BASA foram de 52 milhões de reais, a cacauicultura concedendo 375 FCTs - Funções Comissionadas
41124 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DFI'IJIA\)OS Agusto de 2001
Técnicas, nessa primeira etapa, ficando as 373 res- Cargos cujo enquadramento não foi autorizado:
tantes a serem publicadas ainda neste ano. Nível Superior- Advogado, agente de economia
No total, a CEPLAC fará jus a 748 FCTs, sendo 76 doméstica, bioquímico, engenheiro de segurança,
para a CEPLAC/SUPOC-Rondônia, 116 para a educador, extensionista, professor, secretário execu-
CEPLAC/SUPOR-Pará, 19 para a CEPLAC/DIRET-Brasí- tivo, técnico em planejamento e administração.
lia, e 537 para a CEPLAC/SUBES-Bahia e Espírrto Santo. Nível Médio/Auxiliar - Agente escolar, auxiliar
Toclas as unidades da CEPLAC receberão a metade das de manutenção, auxiliar de serviços gerais, auxiliar
vagas nesta primeira fase. de classificação de cacau, apontador, auxiliar de
A Função Comissionada Técnica - FCT foi cria- campo, auxiliar de escritório, classificador de cacau,
da pela Medida Provisória n° 2048 e "... é caracteriza- canoeiro, contramestre de obras, enumerador, fotó-
das pela complexidade e responsabilidade, somente grafo, fiscal de obras, governanta, gráfico, inspetor de
podendo ser exercida por servidor com qualificação, segurança, mecânico de máquina de escritório, oficial
capacidade e experiência". de manutenção, Secretária, professor horista, ser-
Os valores atribuídos a cada função variam do vente, tratorista, técnico em manutenção.
Nível 1, de R$ 3.800,00, até o Nível 15, com R$ Cargos considerados em extinção:
324,00. Esses valores, contudo, não serão pagos pela Nível Médio/Auxiliar - Auxiliar de copa e cozinha,
totalidade, mas apenas parcialmente, examinado auxiliar de topógrafo, contínuo, cozinheiro, motorista, téc-
caso a caso, na oportunidade da indicação dos ocu- nico em agrimensura, telefonista, topógrafo, vigilante.
pantes, de acordo com o perfil estabelecido e aprova- Em extinção estão os cargos do PCC - Lei n°
do para cada posto de trabalho. 5.645f70, para os quais o Governo não mais pretende
Além da concessão das 748 FCTs, que benefici- contratar e cujas atividades já estão sendo terceirizadas.
arão cerca de 30% do quadro efetivo da CEPLAC, No caso da CEPLAC, os cargos acima referidos serão
que é de um total de 2.500 servidores, o Presidente correlacionados com os do PCC, explicitando-se na por-
da República, autorizou a inclusão da CEPLAC Plano taria de enquadramento a expressão "cargo em extin-
de Cargos e Carreiras - Lei n° 5.645/1970. ção". Apenas os ativos, nesse caso, serão enquadrados,
Segundo análise do Ministério do Planejamento, já que os cargos de inativos já foram extintos.
Orçamento e Gestão, apresentada em nota técnica, al- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, os com-
guns cargos do Plano da CEPLAC são passíveis de en- promissos assumidos pelo Presidente Fernando
quadramento em cargos com nomenclatura correlatas Henrique Cardoso, pactuados com os Ministros da
com os do PCC - Plano de Cargos e Carreiras. Agricultura, Pecuária e do Abastecimento e do Plane-
jamento, Orçamento e Gestão, com a participação de
A CEPLAC está fortemente empenhada, e ago-
expressivas lideranças políticas, tais como Governa-
ra com a posição do Presidente da República, fortale-
dor do Estado, Senadores, Deputados Federais, Pre-
cida, para providenciar o enquadramento desses car-
feitos e lideranças da sociedade civil organizada e or-
gos e, logo em seguida, trabalhar com a CRH - Coor-
ganizações não-governamentais, enchem-nos de es-
denadoria de Recursos Humanos, do Ministério da
perança para que, afinal, sejam resolvidos os proble-
Agricultura, Pecuária e do Abastecimento, na defesa
mas salariais, não somente dos pesquisadores, mas
de que o mesmo tratamento seja dado para os dema-
também de extensionistas, educadores, pessoal de
is cargos.
apoio administrativo, apoio operacional, enfim de todo
Cargos cujo enquadramento foi autorizado: o quadro funcional da CEPLAC.
Nível Superior - Analista de processamento de Não poderia deixar de fazer um apelo para que,
dados, arquiteto, assistente social, bibliotecário, con- dentre os cargos cujo enquadramento não foram autori-
tador, dentista, engenheiro civil, médico, psicólogo, zados, os cargos de extensionista, de educador/profes-
pesquisador, técnico em comunicação social, técnico sor, sejam, com urgência, autorizados. Como poderá ser
em educação física. ferta a importante tarefa da recuperação dos cacauais via
Nível Médio/Auxiliar - Assistente administrativo, clonagem e adensamento das plantações? Essa tarefa
auxiliar de laboratório, auxiliar de meteorologia, auxili- incorpora grande responsabilidade técnica e de integri-
ar de comunicação, assistente de comunicação, de- dade de caráter. Como cumpri-Ia sem a participação de
senhista, desenhista projetista, escriturário, operário extensionistas capacrtados, motivados e vinculados a
de campo, operador de computador, prático agrícola, urna instrtuição pública séria? As mudas donais devem
programador, tratador de animais, técnico agrícola, ser de boa procedência, devem ser mudas certificadas.
técnico em edificação, técnico de laboratório. Mudas produzidas em estações experimentais da
Agosto de 200\ DIÁRIO DA CÂMARA DOS DI:I'UTADOS Sexta-leira31 41125
CEPLAC, na Biofábrica, ou em viveiristas credenciados e ção ao Conselho de Desenvolvimento do Agronegó-
com bons antecedentes. Afinal, comentários são feitos cio do Cacau.
da ocorrência de "garimpeiros clonais" no sul da Bahia. O SR. PRESIDENTE (Wilson Santos) - Para-
Sr. Presidente, diante deste extenso pronunci- béns, Deputado Nilton Capixaba. Conhecemos V. Exa
amento a respeito de importantes decisões toma- de Rondônia e sabemos da importância desse plano
das, que por certo encaminharão a cacauicultura para a reativação de cultura tão importante como o
nacional, e, em especial a baiana, deixo para a pró- cacau.
xima oportunidade notícias e comentários com rela-
QUADRO A QUE SE REFERE O
ORADOR
QUADRO 1
(toneladas)
ANO TEMPORÃ PRINCIPAL TOTAL
I I
I 199311994 147.240 147.480 I 294.720
199411995 103.500 130.500 234.420
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Agllslo de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Scxla-leira 31 41143
O SR. PRESIDENTE (Wilson Santos) - Conce- preito de gratidão, deixar de evocar neste
do a palavra ao Deputado Jorge Khoury. instante de renascimento da saga do cacau
O SR. JORGE KHOURV (Bloco/PFL-BA. Pronun- a figura de Antonio Carlos Magalhães.
cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs.
Na segunda-feira, ao parabenizá-lo pela postu-
Deputados, a Bahia sempre tem dado exemplos ao Bra-
ra, disse-me S.Exa. que fazia aquilo com a maior na-
sil. Quer seja por ter sido a primeira terra brasileira civili-
turalidade, o que aumentou mais ainda a minha admi-
zada, quer por ter miscigenação racial sem igual no ração pelo contemporâneo da Escola Politécnica.
País, quer pelos filhos que se destacaram nos mais dife-
Já no domingo, dia 25, na terra que homenage-
rentes segmentos da sociedade, como Ruy Barbosa e
ou Ruy Barbosa adotando o seu nome, um filho seu,
Castro Alves, Otávio e João Mangabeira , Simões Filho
que tem o privilégio de ter nascido na mesma data de
e Miguel Calmon, Irmã Dulce e Mãe Menininha, Jorge
sua terra, 28 de agosto, OUo Alencar, Vice e futuro
Amado e tantos outros. Aliás, sempre que buscamos
Governador da Bahia, presenciou outro desagravo.
elogiar alguém, somos inclinados a citar os mortos.
Desta feita, o Senador Paulo Souto afastou todas as
Devemos, no entanto, ter a coragem de realçar intrigas da sexta e do sábado - bastante repercutidas
os vivos, pois eles é que estão escrevendo a História. na imprensa - , dizendo, com a clareza que lhe é pe-
Assim, acrescentei à minha lista de baianos que são culiar e com a emoção que só os honestos de propó-
referência Noberto Odebrechet, Elcimar Coutinho e sito têm, que pertence a um grupo que tem comando.
Antonio Carlos Magalhães - e é sobre este que pre-
Afirmou S.Exa.:
tendo me alongar.
Como político, conheço-o o suficiente para con- Por isso participamos aqui, Senador
siderá-lo exemplo que a Bahia dá para o Brasil. Já são Antonio Carlos, deste momento de alegria.
uma grife as suas iniciais - ACM -, e já virou jargão E eu tenho certeza de que é isso que conta
traduzi-Ias como "Ação, Competência e Moralidade". para o senhor, não interessa o que tenham
Não bastasse tamanha referência para a História, feito de injustiça, o que interessa são sem-
acresceria a sua indubitável capacidade de agregar, pre essas manifestações, porque o povo da
formar grupo, sob a égide da hierarquia, da disciplina Bahia lhe tem dado atenção, dizendo para o
e da fidelidade. E este último adjetivo talvez seja a senhor ir em frente, dizendo para continuar
mais forte característica do grupo carlista. lutando pela terra, dizendo para vencer os
A turbulência que incita os momentos pré-eleito- obstáculos.
rais não tem poupado, Sr. Presidente, Sras. e Srs. De- Foi uma reafirmação de sua lealdade. Aliás, nin-
putados, a busca da instabilidade do referido grupo. guém deu tanta demonstração de fidelidade como o
No último final de semana, em dois palcos diferentes, Senador Paulo Souto, que se afastou do Governo em
tivemos clara demonstração do quanto é monolítico 1998 para dar passagem àquele que seria o nosso
esse grupo. E sabe a Oposição baiana que só poderá Governador hoje e Presidente da República em 2002,
ter expectativa de vitória alimentando a intriga em re- se não fossem outros os desígnios de Deus: o Depu-
lação ao referido grupo. tado Luis Eduardo.
Na sexta-feira passada, dia 24, em Ilhéus, as li- A manutenção da unidade do grupo é a chave
deranças oposicionistas da Bahia, reforçadas pelo da sucesso. A unidade está mantida, e a vitória virá.
Presidente da República, tentaram levar avante seus
Era o que tinha a dizer.
planos, mas esbarraram no Menino de Jequié, que
não deixa se deslumbrar com o cargo de Governador O SR. ARNON BEZERRA (PSDB - CE. Pro-
ou com qualquer tipo de elogios do primeiro mandatá- nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e
rio do País, mantendo intacto o grupo. Srs. Deputados, é com imensa alegria que registra-
mos a premiação nacional conferida ao Projeto Pingo
Perante todos, afirmou o Governador César
d'Água, desenvolvido no Município de Quixeramobim
Borges:
em parceria com o Governo do Estado do Ceará.
Os dias de promissão, como o que vi- Implantado em 1998 no Vale da Forquilha, região
vemos hoje, no entanto, não seriam possí- mais seca de Quixeramobim, o projeto Pingo d'Água
veis sem a presença marcante dos constru- teve apoio da Universidade Estadual do Ceará e de
tores dos nossos tempos, alguns dos quais universidades francesas e hoje é considerado uma das
aqui presentes. Não pretendo nominá-Ios, opções econômicas de convívio permanente com a
mas é impossível, até por ato de justiça e seca, uma de suas características mais importantes.
41144 SeXla-ll:ira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 2DUI
Enquanto a perfuração mecânica de um poço, água permitirá a implantação, entre 2002 e 2003, de 7
em média, custa 6 mil reais, os poços artesanais do mil hectares irrigados, beneficiando 125 mil agriculto-
Pingo d'Àgua são entregues à comunidade a um cus- res.
to unitário de 200 reais. Muito obrigado, Sr. Presidente.
Com a tecnologia de irrigação por gotejamento O SR. WALTER PINHEIRO (PT - BA. Pronuncia o
possibilitada pelo projeto, os agricultores de Quixera- seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputa-
mobim têm produzido melancia, melão e outras fru- dos, o Brasil tem problemas cujo enfrentamento nos exi-
tas. Segundo o Prefeito do Município, Cirilo Pimenta, ge coragem. Aliás, precisamos de coragem até mesmo
dois hectares irrigados são mais do que suficientes para reconhecer sua existência. Entre esses problemas
para uma família da região dispor de boa renda. secretos que nos envergonham e que se mantêm ocul-
Encanta-nos nesse projeto a viabilização da tos devido à postura de avestruz que mu~os adotam,
agricultura em pleno semi-árido, sem que sejam ne- está o racismo, prática que peca contra a humanidade.
cessários programas megalomaníacos. É apenas um Ao discriminar alguém por ter outra cor de pele
procedimento barato, porém de largo alcance social: ou outra etnia, agimos contra os mais elementares
atende aos pequenos agricultores. princípios da humanidade. Racista é aquele que apli-
ca o que há de mais primitivo, de mais cruel, de mais
Mais importante do que o prêmio e o reconheci-
ordinário, de mais vil no ser humano.
mento inst~ucional ao Pingo d'Água é sua extensão a
mais de cem Municípios localizados em regiões de se- Estes comentários vêem a propósito de pesqui-
mi-árido ou que tiverem decretado estado de emergên- sa publicada hoje pelo jornal A Tarde, sobre a discri-
cia ou de calamidade pública no Estado do Ceará, num minação praticada contra os negros no mercado de
total de 5 mil novos poços. Daqui a trinta dias terão início trabalho. É fato que o trabalhador, por ser negro, rece-
as perfurações, mediante convênio entre as Prefe~uras be a metade do que é pago a pessoa de cor branca
e a Secretaria de Agricu~ura Irrigada do Ceará. que ocupe a mesma função. Isto é, o negro, a princí-
pio, terá um salário menor que o de seu colega bran-
Os poços são cavados em áreas de aluviões,
co, embora na mesma atividade.
caracterizadas como aquelas que possuem depósito
O estudo foi apresentado na 3 3 Conferência Mun-
de cascalho, localizadas às margens dos rios. e ria-
dial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia
chos temporários, com profundidade de 7 a 12 me-
e Formas Conexas de Intolerância, que está acontecen-
tros. O Governo do Ceará entrará com 80% do investi-
do em Durban, África do Sul. Trata-se de retrato mundi-
mento, e os Municípios com 20%.
al, mas que se aplica inteiramente ao Brasil.
Os pequenos proprietários do semi-árido terão A discriminação pela cor faz com que o empre-
acesso, no programa Nacional de Agricultura Familiar- go seja primeiro para o branco. A maioria dos de-
PRONAF, a financiamentos de até 15 mil reais para a sempregados é negro: o desemprego atinge 21,7%
compra de equipamentos de irrigação, como motores e dos negros e 15,7% dos nãonegros. A discriminação
borrachas. O financiamento será fe~o por intermédio do é ainda maior quando verificamos o gênero: o de-
Banco do Nordeste ou de um fundo de aval solidário, semprego atinge 25,1% das mulheres negras e
que consiste em dois ou três avalistas, sem penhor. 18,9% das não-negras. A mulher negra sofre dupla
Reconhecemos no Projeto Pingo d'Água a atua- discriminação: por ser mulher (o mercado paga me-
ção decisiva das instituições públicas em parceria lhor ao homem) e por ser negra (paga melhor à bran-
com tecnologias que se baseiam na criatividade po- ca). Ser homem e negro não altera muito a situação:
pular e na pesquisa acadêmica. Essas parcerias vi- o desemprego atinge 19% dos negros e 13,2% dos
sam apoiar a geração de renda para o agricultor em nãonegros.
seu local de origem e, com isso, eliminar a migração, Ser mulher é mesmo uma condição ruim neste
as humilhantes distribuições de esmolas e a ocupa- planeta machista. A pesquisa mostra que o salário
ção dos sertanejos em trabalhos sem sentido, corno médio das mulheres é 62% do salário médio dos ho-
as antigas frentes de serviço. mens. Ou seja, além de racista, machista.
São ações como o Pingo d'Água que queremos Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, tudo
ver prosperar no semi-árido, um projeto que dá a famílias isso nos incomoda e nos deixa indignados. Mais
de pequenos agricultores acesso a água para consumo ainda pelo fato de sermos da Bahia, onde a marca
humano e animal e para a irrigação. Com sua extensão, da negritude, a força da raça negra está presente
esse projeto poderá viabilizar urna oferta de 180 milhões no ar, na terra, na cultura, no sangue de todos de
de metros cúbicos de água por ano. E esse volume de lá.
Agostll de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Scxta-I~jra 31 41145
Pesquisas como esta, além de mostrarem a discriminar os que são ig uais a nós, mas, pelo contrá-
nossa realidade, mostram que precisamos mudar o rio, aceitando as diferenças.
quadro. Não podemos continuar sendo um País racis- Era o que tinha a dizer.
ta e, portanto, atrasado do ponto de vista de humani-
dade. Devemos encarar o tema de frente, debater e v- ORDEM DO DIA
assumir nossa identidade mestiça, negra, branca, ín- PRESENTES OS SEGUINTES SRS
dia, amarela e tudo o mais de que somos feitos, sem DEPUTADOS:
Partido Bloco
RORAIMA
Alceste Almeida PMDB
Almir Sá PPB
Francisco Rodrigues PFL PFL/PST
Luciano Cast...o PFL PFL/PST
Luis Barbosa PFL PFL/PST
Robério A ...aújo PL PL/PSL
Presentes de Roraima ; 6
AMAPÁ
Antonio Feijão PSDB
Badu Picanço PSDB
Dr. Benedilo Dias PPB
Edua."do Seabra PTB
.Ju...andil Juarez PMDB
Sérgio Barcellos PFL PFL/PST
Presentes de A .....apã : 6
PARÁ
Anivaldo Vale PSDB
Asdrubal Bentes PMDB
Babá PT
Deusdeth Pantoja PFL PFLlPST
Ge...son Peres PPB
Giovanni Queiroz PDT POT/PPS
Haroldo Bezerra PSDB
José Prlante PMDB
Nlclas Ribeiro PSDB
Renildo Leal PTB
Soco o Gomes PCdoB PSB/PCDOB
Vic Pi es Franco PFL PFL/PST
Presentes de Pará ; .. 2
AMAZONAS
Atlla Lins PFL PFLlPST
Euler Ribeiro PFL PFL/PST
Silas CãrTlara PTB
Vanessa G ...a=iolin PCdoS PSB/PCDOB
Presentes de A~zonas : 4
RONDONIA
Agnaldo Muniz PPS PDT/PPS
Confúcio Moura PMDB
Eurlpedes Miranda PDT POT/PPS
Expedito Júnior PSDB
NUton Capixaba PTB
Sérgio Carvalho PSDB
Presentes de Rondonia ; 6
ACRE
IIdefonço Cordeiro PFL PFL/PST
JoGoo Tota PPB
41146 Sexta-feira 31 DiÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agoslo de 200 I
Partido Bloco
Márcio Bittar PPS PDT/PPS
Marcos Afonso PT
Nilson Mourão PT
Zila Bezerra PTe
Presentes de Acre : 6
TOCANTINS
Darci Coelho PFL PFUPST
Osvaldo Reis PMDB
Pastor Amarildo PPB
Paulo Mourão PSDB
Presentes de Tocantins: 4
MARANHÃO
Albérico Filho PMDB
Cesar Bandeira PFL PFUPST
Costa Ferreira PFL PFUPST
Joêo Castelo PSOB
José Antonio Almeida PSB PSB/PCDOB
Mauro Fecury PFL PFL/PST
Neiva Moreira POT PDT/PPS
Nice Lobão PFL PFUPST
Pedro Fernandes PFL PFUPST
Pedro Novais PMDB
Presentes de Maranhão : 10
CEARÁ
Almeida de Jesus PL PUPSL
Aníbal Gomes PMDB
Antonio Cambraia PSDB
Inácio Arruda PCdo8 PSB/PCDOB
José Linhares PPB
José Pimentel PT
Léo Alcântara PSDB
Manoel Salviano PSDB
Marcelo Teixeira PMDB
Moroni Torgan PFL PFUPST
Nelson Otoch PSDB
Pinheiro Landim PMDB
Raimundo Gomes de Matos PSDB
Sérgio Novais PSB PSB/PCDOB
Vicente Arruda PSD8
Presentes de Ceará : 15
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexla-feira31 41147
PIAuí
B.Sã PSDB
João Henrique PMDB
Themlstocles Sampaio PMOB
Wellinglon Dias PT
Presentes de Piauí : 4
RIO GRANDE DO NORTE
Carlos Alberto Rosado PFL PFUPST
Lavoisier Maia PFL PFLlPST
Ney Lopes PFL PFLlPST
Salomll.o Gurgel POT PDT/PPS
Presentes de Rio Grande do Norta : 4
PARAIBA
Adauto Pereira PFL PFUPST
Armando Abilio PSDB
Avenzoar Arruda PT
Canos Dunga PTB
Damião Feliciano PMOB
Domiciano Cabral PSDB
Efraim Morais PFL PFUPST
Enivaldo Ribeiro PPB
Inaldo Leilão PSOB
Presente5 de Paraíba : 9
PERNAMBUCO
Clemenlíno Coelho PPS POT/PPS
Gonzaga Patriota PSB PSB/PCDOB
Inocêncio Oliveira PFL PFUPST
Joel De Hollanda PFL PFUPST
José Chaves PMOB
José Múcio Monteiro PFL PFUPST
Luciano Bivar PSL PLlPSL
Luiz Piauhylino PSDB
Marcos de Jesus PL PUPSL
Osvaldo Coelho PFL PFLlPST
Pedro Corrêa PPB
Pedro Eugênio PPS PDTIPPS
Severino Cavalcanti PPB
PllIsenles de Pernambuco: 13
AlAGOAS
Divaldo Suruagy PST PFUPST
Helenildo Ribeiro PSDB
Joêo Caldas PL PUPSL
José Thomaz NonO PFL PFLlPST
Regis Cavalcante PPS PDT/PPS
Presentes de Alagoas : 5
SERGIPE
Cleonâncio Fonseca PPB
Ivan Paixão PPS POT/PPS
Jorge Alberto PMDB
41148 Sexta-feira 31 DIÁR1U DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 200\
Partido Bloco
José Teles PSDB
Sérgio Reis PTS
Presentes de Sergipe :5
BAHIA
Ariston Andrade PFL PFUPST
Claudio Cajado PFL PFUPST
Coriolano Sales PMDB
Francistônio Pinto PFL PFUPST
Jaques Wagner PT
João Carlos Bacelar PFL PFLlPST
Jorge Khoury PFL PFL/PST
José Carlos Aleluia PFL PFLlPST
José Lourenço PMDB
José Rocha PFl PFlIPST
Jutahy Junior PSDB
Leur Lomanto PMDB
Luiz Moreira PFL PFLlPST
Mário Negromonte PSDS
Milton Barbosa PFL PFLlPST
Nelson Pellegrino PT
Paulo Braga PFL PFLlPST
Paulo Magalhlles PFL PFUPST
Pedro lrujo PFL PFlIPST
Roland Lavigne PMDB
Saulo Pedrosa PSDB
Ursicino Queiroz PFL PFUPST
Waldir Pires PT
Presentes do Bahia : 23
MINAS GERAIS
Aécio Neves PSDB
Anlõnio do Valle PMDB
Carlos Mosconi PSDS
Custódio Mattos PSDB
Danilo de Castro PSDB
Eduardo Barbosa PSOS
Elias Murad PSDB
Fernando Diniz PMDB
Gilmar Machado PT
Hélio Costa PMDB
Herculano Anghinetti PPB
Ibrahim Abi-Ackel PPB
Jaime Martins PFL PFlIPST
Jo30 Magalhaes PMDB
João Magno PT
José Milita0 PSOB
linceln Porteia PSL PUPSL
Marcos Lima PMDB
Maria Elvira PMDB
Agosto de 200l DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-Icira 31 41149
Mario Assad Júnior PFL PFL/PST
Mário de Oliveira PMDB
Narcio Rodrigues PSDB
Nilmario Miranda PT
Odelmo Leão PPB
Olímpio Pires POT PDT/PPS
Osmênio Pereira PSDB
Philemon Rodrigues PL PUPSl
Rafael Guerra PSDB
Romel Anízio PPB
Romeu Queiroz PSDB
Ronaldo Vasconcellos PL PUPSl
Saraiva Felipe PMDB
Saulo Coelho PSDB
Sérgio Miranda PCdoB PSB/PCDOB
Tilden Santiago PT
Virgllio Guimarães PT
Walfrido Mares Guia PTB
Presentes de Minas Gerais : 37
EsplRITO SANTO
José Carlos Elias PTB
José Carlos Fonseca Jr. PFL PFLlPST
Luiz DUra0 PFL PFUPST
Max Mauro PTB
Ricardo Ferraço PPS POT/PPS
Presentes de Espírito Santo :5
RIO DE JANEIRO
Alexandre Cardoso PSB PSB/PCOOB
A1merinda de Carvalho PPB
Arolde de Oliveira PFL PFUPST
Bispo Rodrigues Pl PUPSL
Carlos Santana PT
Or. Heleno PSDB
Fernando Gonçalves PTS
lédio Rosa S.Part.
Jair Bolsonaro PPB
João Mendes PMDB
João Sampaio PDT PDT/PPS
Luíz Ribeiro PSOB
Luiz Sérgio PT
Márcio Fortes PSOB
Milton Temer PT
Minam Reld PSB PSB/PCDOB
Paulo Baltazar PSB PS8/PCDOB
Paulo de Almeida PST PFUPST
Paulo Feijó PSDB
Reinaldo Gripp PL PLlPSL
Roberto Jefferson PTB
Rubem Medina PFL PFLlPST
41 ISO Sexla-lilira 31 UlÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 21)(j I
Simão Sessim PPB
Valdeci Paiva PSL PUPSL
Wanderley Martins PSB PSB/PCDOB
Presentes de Rio de Janei ro : 25
SÃO PAULO
Aldo Rebelo PCdoB PSB/PCDOB
Aloizio Mercadante PT
Arnaldo Madeira PSDB
Ary Kara PPB
Bispo Wanderval PL PUPSL
Chico Sardelli PFL PFUPST
Corauci Sobrinho PFL PFLlPST
De Velasco PSL PUPSL
Delfim Netto PPB
Oullio Pisaneschi PTB
Fernando Zuppo PSDC
Iara Bernardi PT
Ivan Valente PT
Jair Meneguelli PT
João Eduardo Dado PMDB
João Paulo PT
Jorge Tadeu Mudalen PMDB
José Genolno PT
Julio Semeghini PSDB
Kincas Mattos PSB PSB/PCDOB
Luciano Zica PT
Marcelo Barbieri PMDB
Marcos Cintra PFL PFLlPST
Michel Temer PMDB
Milton Monti PMDB
Orlando Fantazzini PT
Paulo Kobayashi PSDB
Paulo Lima PMOB
Ricardo Izar PMOB
Robson Tuma PFL PFLlPST
Salvador Zimbaldi PSDB
Valdemar Costa Neto Pl PL/PSL
Wagner Rossi PMOB
Wagner Salustiano PPB
Presentes de São Paulo : 34
Agoslo de 2(0) DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 31 41151
Partido Bloco
MATO GROSSO
Celcila Pinheiro PFL PFUPST
Ricarte de Freitas PSDB
Telé Bezerra PMDB
Welinlon Fagundes PSDB
Wilson Santos PMDB
Presentes de Mato GroSllo : 5
DISTRITO FEDERAL
Jorge Pinheiro PMDB
Osório Adriano PFL PFLlPST
Pedro Celso PT
Presentes de Distrito Federal : 3
GoIÁs
Euler Morais PMOB
Jovair Aranles PSOB
Luiz Sittencourt PMDB
Norberto Teixaira PMDB
Pedro Chaves PMDB
Vilmar Rocha PFL PFLlPST
Presentes de Goiás :6
MATO GROSSO DO SUL
DI'. Antonio Cruz PMDB
João Grandão PT
Manoel Vitório PT
Marçal Filho PMOB
Marisa Serrano PSOB
Pedro Pedrossian PPB
Waldemir Moka PMOB
Presentes de Mato Grosso do Sul : 7
PARANÁ
Affonso Camargo PSDB
Airlon Roveda PSOB
Basílio Villaní PSDB
Chico da Princesa psoa
Dilceu Sperafico PPB
Flávio Arns PSDB
Gustavo Fruet PMDB
Iris Simões PTS
Ivanio Guerra PFL PFUPST
José Borba PMOB
José Carlos Martinez PTS
Luiz Carlos Hauly PSDB
Nelson Meurer PPS
Odilio Balbinolti PSDB
Osmar Serraglio PMDB
Padre Roque PT
Ricardo Barros PPB
Santos Filho PFL PFUPST
41152 Scxla-fcira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS I)EPU'l'AI)OS Agostu de 2001
Presentes de Paraná : 18
SANTA CATARINA
Antônio Carlos Konder Reis PFL PFUPST
Carlito Merss PT
Eni Voltolini PPB
Fernando Coruja por PDT/PPS
Gervásio Silva PFL PFUPST
Hugo Biehl PPB
João Pizzolatti PPB
Paulo Gouvêa PFL PFUPST
Serafim Venzon PDT PDT/PPS
Vicente Caropreso PSOB
Presentes de Santa Catarina : 10
Partido Bloco
RORAIMA
Salomão Cruz PPB
Presentes de Roraima : 1
AMAPÁ
Fátima Pelaes PSDB
Presentes de Amapá : 1
PARÁ
Josué Bengtson PTB
Zenaldo Coutinho PSOB
Presentes de Pará :2
AMAZONAS
Arthur Virgílio PSOB
Luiz Fernando PPB
Presentes de Amazonas :2
TOCANTINS
Antônio Jorge PTB
Freire Júnior PMDB
Igor Avelino PMOB
Presentes de Tocantins :3
MARANHÃO
Francisco Coelho PFL PFUPST
Gastão Vieira PMDB
Sebastião Madeira PSOB
Presentes de Maranhão :3
CEARÁ
Adolfo Marinho PSOB
Arnon Bezerra PSOB
Eunício Oliveira PMOB
Rommel Feijó PSOB
Presentes de Ceará :4
4 J 170 Sexta-feim 31 DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Agustu de 20(H
Partido Bloco
RIO GRANDE DO NORTE
Ana Catarina PMDB
Laíre Rosado PMDB
Múcio Sá PTB
Presentes de Rio Grande do Norte : 3
PARAíBA
Ricardo Rique PSDB
Wilson Braga PFL PFUPST
Presentes de Paraíba : 2
PERNAMBUCO
Djalma Paes PSB PSB/PCDOB
Eduardo Campos PSB PSB/PCDOB
Fernando Ferro PT
João Colaço PMDB
Maurilio Ferreira Lima PMDB
Presentes de Pernambuco ; 5
ALAGOAS
Augusto Farias PPB
Luiz Dantas PST PFUPST
Olavo Calheiros PMDB
Presentes de Alagoas : 3
BAHIA
Jaime Fernandes PFL PFUPST
Jairo Carneiro PFL PFUPST
Jonival Lucas Junior PMOB
Walter Pinheiro PT
Presentes de Bahia : 4
MINAS GERAIS
Aracely de Paula PFL PFUPST
Bonifácio de Andrada PSOS
Cabo Júlio S.Part.
Cleuber Carneiro PFL PFUPST
Eliseu Resende PFL PFUPST
Márcio Reinaldo Moreira PPB
Maria do Carmo Lara PT
Mauro Lopes PMOS
Presentes de Minas Gerais : 8
eSpíRITO SANTO
Feu Rosa PSDS
Rita Camata PMDB
Presentes de Espírito Santo: 2
Agosto de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 31 41171
Partido Bloco
RIO DE JANEIRO
Aldir Cabral PFL PFUPST
Alexandre Santos PSOB
Oino Fernandes psoa
Jorge Bittar PT
Jorge Wilson PMOB
Laura Carneiro PFL PFUPST
Mattos Nascimento PST PFUPST
Miro Teixeira PDT PDT/PPS
Rodrigo Maia PFL PFUPST
Vivaldo Barbosa PDT PDT/PPS
Presentes de Rio de Janeiro: 10
SÃO PAULO
Alberto Goldman PSDB
Angela Guadagnin PT
Antonio Carlos Pannunzio PSDB
Arnaldo Faria de Sá PPB
Celso Russomanno PPB
Clovis Volpi PSDB
Cunha Bueno PPB
Gilberto Kassab PFL PFUPST
José Indio PMDB
José Roberto Batochio PDT POT/PPS
Luiz Antonio Fleury PTB
Luiza Erundina PSB PSB/PCDOB
Medeiros PL PUPSL
Professor Luizinho PT
Rubens Furlan PPS PDT/PPS
Sampaio Dória PSOB
Teima de Souza PT
Xico Graziano psoa
Presentes de São Paulo : 18
MATO GROSSO
Murilo Domingos PTa
Pedro Henry PSDB
Presentes de Mato Grosso : 2
DISTRITO FEDERAL
Geraldo Magela PT
Paulo Octávio PFL PFUPST
Wigberto Tartuce PPB
Presentes de Distrito Federal :3
GOIÃS
Aldo Arantes PCdoS PSB/PCDOB
Juquinha PSDB
Lúcia Vânia PSOB
Ronaldo Caiado PFL PFUPST
Presentes de Goiás : 4
41172 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Agusto de 2001
Partido Bloco
PARANÁ
Alex Canziani PSDB
Hermes Parcianello PMDB
Márcio Matos PTS
Moacir Micheletto PMDB
Rubens Bueno PPS PDT/PPS
Presentes de Paraná : 5
SANTA CATARINA
Edinho 8ez PMD8
João Matos PMDB
Pedro 8ittencourt PFL PFUPST
Presentes de Santa Catarina : 3
RIO GRANDE DO SUL
Adão Pretto PT
Clovis IIgenfritz PT
Paulo José Gouvêa PL PUPSL
Roberto Argenta PHS
Presentes de Rio Grande do Sul : 4
Partido Bloco
RORAIMA
Airton Cascavel PPS PDT/PPS
Total de Ausentes: 1
AMAPÁ
Evandro Milhomen PSB PSB/PCDOB
Total de Ausentes: 1
PARÁ
Elcione Barbalho PMDB
Paulo Rocha PT
Raimundo Santos PFL PFUPST
Total de Ausentes: 3
AMAZONAS
Francisco Garcia PFL PFUPST
Pauderney Avelino PFL PFUPST
Total de Ausentes: 2
RONDONIA
Marinha Raupp PMDB
Oscar Andrade PL PUPSL
Total de Ausentes: 2
ACRE
José Aleksandro PSL PUPSL
Sérgio Barros PSDB
Total de Ausentes: 2
TOCANTINS
Kátia Abreu PFL PFUPST
Total de Ausentes: 1
MARANHÃO
Antonio Joaquim Araújo PPB
Eliseu Moura PPB
Paulo Marinho PFL PFUPST
Remi Trinta PL PUPSL
41174 Sexla-Icira 31 DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 20()1
Partido Bloco
MARANHÃO
Roberto Rocha PSDB
Total de Ausentes: 5
CEARÁ
Chiquinho Feitosa PSD8
Pimentel Gomes PPS PDT/PPS
Roberto Pessoa PFL PFLlPST
Total de Ausentes: 3
PIAuf
Átila Lira PSDB
Ciro Nogueira PFL PFLlPST
Heráclito Fortes PFL PFUPST
Marcelo Castro PMDB
Mussa Demes PFL PFUPST
Paes Landim PFL PFUPST
Total de Ausentes: 6
RIO GRANDE DO NORTE
Iberê Ferreira PTB
Total de Ausentes: 1
PARAíBA
Marcondes Gadelha PFL PFUPST
Total de Ausentes: 1
PERNAMBUCO
Armando Monteiro PMD8
Carlos Batata PSDB
Joaquim Francisco PFL PFLlPST
José Mendonça Bezerra PFL PFLlPST
Ricardo Fiuza PPB
Salatiel Carvalho PMDB
Wolney Queiroz PDT PDT/PPS
Total de Ausentes: 7
ALAGOAS
Givaldo Carimbão PSB PSB/PCDOB
Total de Ausentes:
SERGIPE
Augusto Franco PSDB
Pedro Valadares PSB PSB/PCDOB
Tânia Soares PC doS PSB/PCDOB
Total de Ausentes: 3
BAHIA
Benito Gama PMDB
Eujácio Simões PL PUPSL
Félix Mendonça PTB
Agosto de 2()(JI DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Scxla-Ieira 31 41175
Partido Bloco
BAHIA
Geddel Vieira Lima PMOB
Gerson Gabrielli PFL PFUPST
Haroldo Lima PCdoB PSB/PCDOB
João Almeida PSOB
João Leão PPB
Luiz Alberto PT
Nilo Coelho PSOB
Reginaldo Germano PFL PFUPST
Yvonilton Gonçalves PFL PFLlPST
Total de Ausentes: 12
MINAS GERAIS
Edmar Moreira PPB
Glycon Terra Pinto PMOB
Lael Varella PFL PFLlPST
Maria Lúcia PMOB
Paulo Delgado PT
Silas Brasileiro PMDB
Vittorio Medioli PSDB
Zezé Perrella PFL PFUPST
Total de Ausentes: 8
EspíRITO SANTO
João Coser PT
Magno Malta PL PUPSL
Rose de Freitas PSOB
Total de Ausentes: 3
RIO DE JANEIRO
Alcione Athayde PSB PSB/PCOOB
Candinho Mattos PSDB
Camélia Ribeiro PL PL/PSL
Eber Silva PL PUPSL
Eurico Miranda PPB
Fernando Gabeira PV
Itamar Serpa PSOB
Jandira Feghali PCdoB PSB/PCDOB
José Carlos Coutinho PFL PFUPST
José Egydio PL PUPSl
Luisinho PST PFUPST
Total de Ausentes: 11
SÃO PAULO
André Benassi PSDB
Antonio Kandir PSDB
41176 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agllstn de 200 I
Partido Bloco
SÃO PAULO
Dr. Hélio POT PDT/PPS
Emerson Kapaz PPS PDT/PPS
João Herrmann Neto PPS PDT/PPS
José Aníbal PSDB
José de Abreu PTN
José Dirceu PT
Lamartine Posella PMDB
Luiz Eduardo Greenhalgh PT
Moreira Ferreira PFL PFUPST
Nelo Rodolfo PMDB
Nelson Marquezelli PTB
Neulon Lima PFL PFLlPST
Ricardo Berzoini PT
Silvio Torres PSDB
Vadão Gomes PPB
Zulaiê Cobra PSDB
Total de Ausentes: 18
MATO GROSSO
Uno Rossi PSDB
Total de Ausentes: 1
DISTRITO FEDERAL
Agnelo Queiroz PCdoB PSB/PCDOB
Tadeu Filippelli PMDB
Total de Ausentes: 2
GOlAS
Barbosa Neto PMOB
Gaovan Freitas PMDB
Udia Quinan PSDB
Nair Xavier Lobo PMDB
Pedro Canedo PSDB
Roberto Balestra PPB
Zé Gomes da Rocha PMOB
Total de Ausentes: 7
MATO GROSSO DO SUL
Nelson Trad PTB
Total de Ausentes: 1
PARANÁ
Abelardo Lupion PFL PFUPST
Dr. Rosinha PT
José Janene PPB
Luciano Pizzatto PFL PFUPST
Agosto de 2001 DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Scxta-Icira 31 41177
Partido Bloco
PARANÁ
Max Rosenmann PSDB
Oliveira Filho PL PUPSL
Werner Wanderer PFL PFUPST
Total de Ausentes: 7
SANTA CATARINA
Edison Andrino PMDB
Luci Choinacki PT
Renato Vianna PMDB
Total de Ausentes: 3
RIO GRANDE DO SUL
Augusto Nardes PPB
Cezar Schirmer PMDB
Darcisio Perondi PMDB
Enio Bacci PDT PDT/PPS
Esther Grossi PT
Ezidio Pinheiro PSB PSB/PCDOB
Germano Rigotto PMDB
Henrique Fontana PT
Luis Carlos Heinze PPB
Marcos Rolim PT
Nelson Marchezan PSDB
Osmar Terra PMDB
Osvaldo Biolch i PMOB
Total de Ausentes: 13
41178 Sl:xta-Il:ira 31 DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Agosto (Il: 20() 1
O SR. PRESIDENTE (Wilson Santos) - Encerro a sessão, convocando outra para amanhã, sexta-feira, dia
31, às 9 horas.
PROPOSIÇÓES EM FASE DE
PROPOS,ÇÕES EM FASE DE
RECEBIMENTO DE EMENDAS (5 SESSÕES)
RECEBIMENTO DE EMENDAS (5 SESSÕES)
Decurso: 4 a Sessão
Decurso:4 a sessão Última Sessão: 03/09/01
Última Sessão: 03/09/01 Projetos de lei (art. 119, I e § 10 )
PROJETO DE LEI Nº 2.599-A/OO - da Sra. Marinha
Projetos de lei (art. 119, 'e § 1°) Raupp - Que "dispõe sobre a criação de selo
comemorativo do Dia Intemacional da Mulher'.
RELATORA: Deputada NAIR XAVIER LOBO
PROJETO DE LEI NQ 1.201/99 - do Sr. Oliveira Filho -
que "estabelece em favor de famílias cujos chefes PROJETO DE LEI NQ 4.670/01 - do Sr. Oliveira filho -
sejam idosos, cota das vagas em projetos de que "altera o art. 11, § 2º do Decreto nº 52795 de 31 de
assentamento de reforma agrária." outubro de 1963".
RELATOR: Deputado THEMfsTOCLES SAMPAIO RELATOR: Deputado NELSON PROENÇA
PROJETO DE LEI Nº 4.895/01 - do Sr. Telmo Kirst - que PROJETO DE LEI Nº 4.681/01 - do Sr. Aldo Rebelo -
"veda a discriminação contra os plantadores de fumo na que "dispõe sobre a dublagem de filmes estrangeiros
concessão de créditos do Programa Nacional de importados para exibição através de radiodifusão de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF)." sons e imagens (televisão) por assinatura e fitas ou
RELATOR: Depuiado WAlDEMIR MOKA discos para vídeo".
RELATOR: Deputado BISPO WANDERVAL
PROJETO DE LEI N° 4.835/01 - do Sr, Luiz Moreira - PROJETO DE LEI N2 3.245/00 - do Sr. Ricardo de
que "suprime o art. 19 da Lei nO 9.637, de 15 de maio de Rezende Ferraço . que "estabelece programa de
1998, que 'dispõe sobre a qualificação de entidades desenvolvimento das regiões centro e sul do estado do
corno organizações sociais, a criação do Programa Espírito Santo, e da outras providências ".
Nacional de Publicização, a extinção dos órgãos e RELATOR: Deputado GUSTAVO FRUET
entidades que menciona e a absorção de suas
atividades por organizações sociais. e dá outras PROJETO DE LEI N° 3.071/00 - do Sr. Renato Silva·
providências". que "dispõe sobre destinação de percentual da renda
RELATORA: Deputada LUIZA ERUNDINA das loterias exploradas pela CEF as prefeituras
municipais" .
PROJETO DE LEI N° 4.867/01 - do Sr. Bispo Rodrigues RELATOR: Deputado SÉRGIO NOVAIS
- que "veda às empresas prestadoras de serviços de
telefonia, que têm números de identificação coincidentes PROJETO DE LEI N2 4.634/01 . do Sr. Heráclito Fortes
com os números de identificação de partidos políticos . que "disciplina a utilização de recursos federais pelas
registrados no Tribunal Superior Eleitoral, realizar preleituras municipais".
qualquer tipo de publiCidade, entre 6 de julho e 30 de RELATOR: Deputado EDIR OLIVEIRA
novembro de 2002, em todo o território nacional".
(Apensado: PL nO 4.912/01)
RELATOR: Deputado DA. HELIO
COMISSÃO DE eCONOMIA,
PROJETO DE LEI N° 4.904/01 - do Sr. Salvador INDÚSTRIA E COMÉRCIO
Zimbaldi - que "cria o serviço de Distribuição de Sinais
de TB Aberta - DTVA' .
RELATOR: Deputado SI LAS CÂMARA
AVISOS
COMISSÃO DE DEFESA DO
PROPOSiÇÕES EM FASE DE
CONSUMIDOR, MEIO AMBIENTE E RECEBIMENTO DE EMENDAS (5 SESSÕES)
MINORIAS
Decurso:3 a sessão
AVISOS Última sessão: 04/09/01
PROJETO DE LEI N° 4.790/01 • do Sr. Jair Meneguelli -
PROPOSiçÕeS SUJEITAS A que "dispõe sobra a obrigatoriedade de dispositivo
RECEBIMENTO DE EMENDAS, A PARTIR "billoltagem' nos aparelhos elétricos € eletrônicos de
DE SEGUNDA FEIRA (DIA 03109/01) uso doméstico comercializados no território nacional."
RELATOR: Deputado ALMEIDA DE JESUS
Projetos de Lei (art. 119, I e § 1°)
PROJETO DE LEI Nº 4.879/01 - do Sr. João Coser -
que "torna obrigatório a proteção contra contaminação
PROJETO DE LEI N2 4.679/01 - do Sr. Aldo Rebelo - das embalagens de produtos comercializados como
que "dispõe sobre a obrigatoriedade de adição de prontos para o consumo." (Apensado: PL 4916/01)
farinha de mandioca refinada, de farinha de raspa de RELATOR: Deputado OSÓRIO ADRIANO
mandioca ou de fécula de mandioca à farinha de trigo".
RELATOR: Deputado INÁCIO ARRUDA
Decurso:Sasessão
PROJETO DE LEI N° 4.836/01 - do Poder Executivo - Última sessão: 31/08/01
que "cria a aularquia federal Instituto de Pesquisas
Jardim Botânico do Rio de Janeiro, e dá outras Substitutivo (A.rt. 119, li e §1°)
providências".
RELATOR: Deputado FERNANDO GABEIRA
AS PROPOSIÇÓES ABAIXO SOMENTE RECEBERÃO
EMENDAS APRESENTADAS POR MEMBROS DESTA
COMISSÃO DE COMISSÃO
PROJETO DE LEI N" 4.230-A/01 - do Sr. Clementino PROJETO DE LEI N" 4.680101 - dos Sr. Aldo Rebelo -
Coelho - que "destina recursos oriundos oas que -regulamenta o exercício das atiVidades de Yõga e
privatizaçôes para a educação e saúde públicas ou cria os Conselhos Federal e R~ionais de VOga".
outros obletlvos de polltlca social, e dA outras RELATOR. Oepu\ado FREIRE JUNIOR
providências" .
RELATOR: Deputado UASICINO QUEIROZ PROJETO DE LEI N" 4.654/01- do Sr. Mário de
Oliveira - que "dispõe sobre o exercício da profissão de
PROJETO DE LEI N" 4.777/01 - do Sr. Jovair Antunes Desenhista".
- que 'dispõe sobre a proibição, em todo o território RELATOR: Deputado FREIRE JÚNIOR
nacional, da produção. do uso e comercialização de
fibras à base de acetato de pollvinila • PVA, destinadas
ao fabrico de fibrocimento. ou o seu uso como isolantes COMISSÃO DE VIAÇÃO E
acústicos e térmicos."
RELATOR: Deputado DA. ROSINHA
TRANSPORTES
PROJETO DE LEI N" 4.898/01 - do Sr. Nelson AVISOS
Pellegrino - que "altera a Lei n" 8.080, de 19 de
setembro de 1990 a fim de inserir capitulo sobre PROPOSIÇOEs SUJEITAS A
atenção à saúde dos dependentes de drogas".
RELATOR: Deputado ELIAS MURAD
ReCEBIMENTO DE EMENDAS, A PARTIR
DE SEGUNDA-FEIRA (DIA 03/09/01)
PROJETO DE LEI N" 4.901/01 - do Sr. Marcos Rolim
- que " regulamenta restritivamente o emprego da Projetos de Lei (art. 119,1, do RICO.
Eletroconvulaoterapia (ECT) e dá outras providência!)" .
RELATOR: Deputado SALOMÃO GURGEL PROJETO DE LEI NV 1.967-A/99 - do Senado Faderal
(PLS N" 480/99) - que "faculta o acesso gratuito de
PROJETO DE LEI N" 4.929/01 - do Sr. Arnaldo Faria idosos a Parques Nacionais, e dá outras providências"
de Sá - qlJe " dispõe sobre a complementação da (apensados os PLs. nlls 1.193195, 2.740197, 3.475/97,
aposentadoria a ex-servidores autárquicos do extinto 3.670/97, 3.695197, 3.706197, 4.316198, 4.644198,
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatfstica - IBGE e 387/99, 608199, 901/99. 909199. 979199. 1.106199.
~ outras providências", 2.021/99, 2.321/00. 2.697/00, 3.024/00, 3.149/00 e
RELATOR: Deputado VICENTE CAROPRESO 3.192/00).
RELATOR: Deputado CHICO DA PRINCESA
COMISSÃO DE TRABALHO, DE PROJETO DE LEI N!I 4.689/01 - do Sr. Wigberlo
ADMINISTRAÇÃO ESERViÇO Tartuce - que "dispõe sobre o horário de tráfego dos
veículos de carga nas rodovias federais".
PÚBLICO RelATOR: Deputado HAROLDO BEZERRA
Substitutivos (art. 119,11 e § 1°) PROJETO DE LEI NV 4.741/01 - do Sr. Alberto Fraga-
que "acrescenta dispositivos à Lei nQ 9.503, de 23 de
ATOS DO PRESDIDENTE
o PRESIDENTE DA DOS
DEPUTADOS, no uso das ;,tribuiçees que lhe cOnfere! c
).~U:f'CIO NEVES
p:esHier:::e J
v,,~o~
~IO NEVES
/ ?resident.e
(
41 196 S<.:xla-li:ira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 200 I
o l?RESIDENTE DA DOS
DEPUTADOS, no uso das atribui.ções que. lhe confere o
)
~.
~
9:;/ -
cro NEVES
. Pr:e::;.idente J
.....
o PRESIDENTE DA CAMARA DOS
DEPUTADOS, no uso c.as atribuições que :r.e confere o
3~ , .i tem T
~ , da Lei 8. :112, 11 de dezembc:-o de 1990,
DULCENIRA MARIA DA SILVA, ocupante de car.ljO da Categoria
FUrlcio:laJ ce Técnico 1..e91 slat~ivo atribuiçao Agente àe
Servi ços Legislati.vos, Padrilo 26, ponto na 6.0-15, di.! função
comis~ionada de C!lefe da Seção de Apo.io Técnico, FC-05, do
Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados, que exerc.ia na
Ccordenaç~o de Emergênci.as Médicas, do Ceç,aCLcHl\el1to t-íédico, a
partir. de 10 de setembro.do corrente ano.
,~ '->0J-?
Jcg NEVES I
/pcesidente /
J~~-r
./pr:eSidente
) _('~O
10 NEVES
P'.,ident. ~~
Agoslo de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexla-feira 31 4120 I
)Q'~llf
..
cro NEVE
PI:e:údent
41202 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Ap.oStc1 de 2001
;i!: ~/'"
, IÕ NEVES
-..' do· -":')
re~l .. enl ~'. I
artigo lO, item I, alínea "<l", <lu Ato da Mesa nO 205, de 28 [Je
jUf):Jo de 199J, e o ar·ti.go 6° do Lei ~o 13.112, de l' de
dezembro de 1990,
item JI, da Lei ,1° 8.112, citada, JOSÉ MARIA DE ALMEIDA SOUSA
para exercer, no Gabinete do Segundo Vice-Presidente, o cargo
de Assistente Técnico de Gabinete 1'.éjunto 1), CNE-15, do Quadro
de Pessoal da C~mara dos Deputados, cr:iado pelo artigo lOdo
Ato da Mesa nO lO, de 29 de ma;:ço de 1995, combinado COlf. o
parágrafo anico do artigo l° do Ate da Mesa n° 01, de 24 de
fevereiro de 1999.
)~~~ cro
Presidente
NEVES
!
41204 Sexta-feira 31 DlÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 200 I
)t.@j
O PRESIDENTE DA cÂMARA DOS
DEPUTADOS, :10 uso das a;:riblliç:':"s lr.Je ItH~ cOllfere o
"'rt i.qo 1", .i.l~,.;IO 1, alíneiJ "Ct", ,jo Ato da Mesa nO 205, de 28 de
j:.Jnho de 1990,
#?-~~~/;
~tio NEVES
. / Pre"",der.t:c
4120G Sexlil-t"llira 31 DIÁRIO DA CÀMARA DOS DEPUTADOS Agosto cfll 200 I
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41208 Sexta-feira 31 DIÁRIO D/\ CÂMARA DOS In:I'UlADOS /\\.!,osto de 200 I
capengas, ro que tange à reforma tributária nesta bustível, há muita evasão de impostos. Há muita so-
Casa, tendo em vista a dúvida, que é uma incógnita, negação. O Governo do Estado de Pernambuco mes-
se o Poder Executivo vai arrecadar mais ou menos mo fez um grande esforço, através do Secretário da
com a reforma tributária. A preocupação do Governo Fazenda, e conseguiu em boa parte eliminar essa
obviamente inibe o avanço desta Comissão. questão. Mas, em relação ao álcool, persiste ainda
Sr. Presidente, quero fazer esse registro apenas uma preocupação muito grande com relação à sone-
para dizer que tomei a iniciativa de convidar o Presi- gação.
dente da PETROBRAS para esta reunião porque Indagaria de V. sa como é que vê a desoneração
também não deixa de ser uma oportunidade para a dos impostos sobre o álcool, de tal forma a só cobrar
empresa vir aqui e falar da importância desta institui- esses impostos da mistura do álcool e da gasolina,
ção, quando muitos brasileiros a desconhecem. mistura esta que hoje é aprovada. A idéia talvez seria
Não farei nenhuma pergunta, porque tudo o que simplificar a cadeia produtiva do álcool, de forma a
foi dito na sua palestra foi gravado e, com certeza, evitar essa sonegação.
contribuirá, em muito, para o trabalho desta Comis- Por último, indagaria de V. sa quais são as pers-
são e, em especial, para o nosso relatório. pectivas de adotarmos em nosso País - se V. sa tem
Em nome da Comissão, agradeço a V. sa por ter informações - os motores bicombustíveis, ou seja,
comparecido a esta reunião e pela presteza, caracte- aqueles motores que passam a possuir uma célula,
rística de V.S a , dos demais membros da Diretoria e como já existem nos Estados Unidos, para que o car-
dos técnicos. Sempre que eu e a Comissão de Minas ro pudesse ser abastecido simultaneamente por ga-
e Energia, da qual também sou membro, solicitamos solina ou álcool, em diferentes misturas. A nossa pre-
o comparecimento de V.S!!J., somos atendidos com ocupação é que o Programa Nacional do Álcool, que
muita presteza. tanta contribuição deu ao nosso País em termos de
Na qualidade de representante do povo brasilei- divisas, geração de emprego, contribuição para a me-
ro, afirmo que V.S!!J. estão prestando grande serviço à lhoria do meio ambiente, vem sendo ameaçado pelo
Nação. sucateamento da frota, sobretudo dos veículos a ál-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Carlos Santa- cool. A cada ano diminui o número de veículos abas-
na) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Joel de tecidos com o álcool e, conseqüentemente, o merca-
Hollanda. do para o álcool está ficando cada vez mais reduzido.
O SR. DEPUTADO JOEL DE HOLLANDA - Sr. Se já tivéssemos a possibilidade de usar veículos de
Presidente da Comissão, Sr. Presidente e Diretores da combustíveis que pudessem ser abastecidos, tanto
PETROBRAS que o acompanham, Srs. Parlamentares, por álcool quanto por uma mistura de gasolina e álco-
inicialmente, indagaria ao Sr. Presidente da ol, poderíamos, talvez, criar um mercado para esse
PETROBRAS como S.Sa. vê o projeto, no meu Estado produto, que é de tecnologia nacional e que o Brasil,
de Pernambuco, sobre a construção de uma refinaria entre os cem maiores produtores do mundo, ocupa o
de petróleo em Porto de Suape. Vimos que, pelas infor- primeiro lugar, com o menor custo mundial da produ-
mações que V. sa nos prestou, há espaço para ampliar ção desse produto.
as atuais refinarias já existentes no Brasil e também São as três indagações que faço a V. sa, como
para novas plantas industriais. Em função do compor- início do nosso debate.
tamento do mercado, como V. sa avalia a oportunidade O SR. PRESIDENTE (Deputado Carlos Santa-
ou não de Pernambuco, de empresas, de empresários na) - Vou aproveitar para fazer uma indagação, já que
pernambucanos procurarem ainda associações, inclu- o nobre Deputado Joel de Hollanda é o último Parla-
sive com parceiros internacionais, para tentar viabilizar mentar inscrito. Acho que, pelos debates que foram
uma planta de refinaria no Estado de Pernambuco, de feitos e que se produzem nesta Comissão, os dados
forma a aumentar a capacidade de refino em nosso que nos foram entregues são a partir de experiências
País? que estamos tendo. Acho importante compararmos o
A segunda indagação é sobre o álcool. V. sa quadro com o dos outros países em termos do impos-
chamou a atenção sobre a necessidade de reivindicar to que existe, da flexibilidade dessa questão.
as alíquotas do ICMS e dos demais impostos que inci- Essa PEC tem um aspecto importante: entrar-
dem sobre a gasolina. Sabemos que é por aí que exis- mos, hoje, realmente em todo o processo da não-so-
te uma grande evasão de impostos em nosso País. negação, fato que verificamos e estamos acompa-
Apesar de todo o esforço da Agência Nacional de Pe- nhando paulatinamente em vários Estados. Ao mes-
tróleo, das Secretarias Estaduais, no setor de com- mo tempo, uma questão de educação nossa, no sen-
Agosto de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-ll:ira 31 41217
tido da importação. Fatos não são ditos para a socie- o refino do petróleo pesado que continuamos a produ-
dade, e a PETROBRAS acaba pagando muito mais, zir, graças a Deus, e vamos produzir mais ainda. A
no final, do que qualquer produto importado interna- PETROBRAS empresarialmente tem interesse que
mente. Onde essa situação esbarra? O problema está haja um projeto de refino privado no Brasil e está dis-
no destino que vamos dar ao dinheiro. Quero deixar posta a mostrar esse interesse através de uma parti-
bem claro, está aqui a última frase do último parágra- cipação minoritária não operacional, condicionada à
fo: "incentivo à produção de produtos menos poluen- transformação do petróleo da PETROBRAS, o óleo
tes, visando à melhoria da qualidade do ar nos cen- bruto pesado.
tros urbanos". Ninguém é contra isso, mas temos que A situação no Nordeste claramente dará um dé-
aproveitar esse momento, porque existe uma grande ficit em 2005 de quanto, Albano?
crise na .área de transporte, tanto. de carga ~omo de O SR. ALBANO DE SOUZA GONÇALVES _
passageiros. Sou do Estado do RIo de Janeiro, onde Deve ter em torno de 200 250 mil barris de déficit.
b~rramente estão tent~ndo .fazer rodízio, como em O SR. HENRI PHILI~PE REICHSTUL _ A partir
Sao Paulo. . Temos que Investir em transporte de mas- d' de 2005 , tenamos,
" d os 500 ml'1 d e d e"f"t
ICI ,em torno de
sa e qualidade.
_ .Vamos aprofundar
_ bastante essa IS- 250'1 N d t 'b'l't
ml no or es e, o que pOSSI II ana . a const -
ruçao
cussao no sentido da proteçao, de termos a mesma d d f" li h' t d f
.. Q' - h " d' e uas re Inanas. emos con eClmen o e que 0-
Isonomia com produtos. uanto a ISSO nao avera 1- b d d d' . t d C " t d
- . b Ih E" ram a or a os OIS prOJe os, um o eara e ou ro e
vergenclas, vamos ter que tra a ar. extremamente P b Od C . t ". d d
. I d d f' I d ' emam uco. o eara es a mais avança o e o e
Importante termos c areza o pro uto ma esse Im- P b " . . . . t V" t ...
. . d I d' d emam uco e mais Inclplen e. anos po enClalS m-
posto, onde vamos aplica-lo, on e e e po era aten er t"d . d 'f t d' d r
melhor a sociedade. ves I ores pnva os manl es aram eseJo e ~na Isar,
. . .. estudar, consultar a PETROBRAS, se ela sena parce-
Esta mUito nltldo que,. no ~u.n~o, est,amos f~zen- ira. Temos dito que sim, condicionando a absorção do
do uma pequena reforma tnbutana Junto a questao da nosso Petróleo' nós teríamos interesse em incentivar
PEC n° 277. . .. o projeto de retino e dele participar. Estamos aguar-
a companheiro Gabelra gostana de fazer algu- dando coisas mais concretas em relação a isso.
ma intervenção?(Pa~sa.). A definição da PEC 277-A e as condições de
. Deputa~o Marclo Fortes gostana de fazer algu- mercado no Brasil são uma precondição para uma to-
ma mtervençao? (Pausa.) mada de definição de um grupo privado. É muito difícil
. Com a palavra o Presidente Henri Philippe Re- um grande investidor investir. Estamos falando de
Ichstul. custo de investimento de refino num projeto zero, que
O SR. HENRI PHILlPPE REICHSTUL - Vou tra- é em torno de 12 mil dólares o barril; estou falando de
tar do refino e dos motores e pedir ao Diretor da BR uma refinaria de 100 mil barris nova, de 1 bilhão e 200
Distribuidora para comentar a questão do álcool e da milhões de dólares, sem ter clareza de que preço ele
unificação das alíquotas de ICMS. Ele é um mistura- vai poder vender esse produto. A PETROBRAS, sen-
dor, no bom sentido. do uma empresa pública, não tem essa incerteza e
Como pode ser visto numa das tabelas apresen- isso já resulta de um histórico. Portanto, vejo como de
tadas, em função do plano de investimentos da fundamental importância a solução da questão da im-
PETROBRAS na área de refino, em 2005, claramente portação de gasolina, uma definição clara do que
haverá um déficit de produtos no mercado brasileiro será o mercado, com uma precondição para grupos
da ordem de 500 mil barris de petróleo/produto. Isso interessados. Nossas sensações foram bater um pou-
possibilita a construção de duas a três refinarias que co na questão regulatória. E falaram: "Olha, vamos
levam no mínimo quatro ou cinco anos entre o projeto, esperar um pouco." Estava para definir em 1° de janei-
licença ambiental e construção. Daí a importância de ro de 2000. Não se definiu e agora está para ser defi-
termos uma clareza por parte dos investidores de nido em 10 de janeiro de 2001, com graves riscos,
quais são as regras do jogo no mercado de derivados como disse o Relator de que isso possa não aconte-
no Brasil. A PETROBRAS já tem hoje 98% do refino e, cer. Será prejudicial ao consumidor, à indústria brasi-
portanto, não vai liderar um projeto novo de refino. A leira e à PETROBRAS. Nós hoje recebemos com a
OCDE limita como meta 40% de participação das em- PETROBRAS preços internacionais. Não temos
presas de gás, por exemplo, no processo de desregu- medo da concorrência, contanto que haja condições
lamentação de seus mercados. Seria muito temerário de igualdade de competição. Isso envolve tanto a con-
a PETROBRAS empresarialmente liderar um projeto tribuição quanto o ICMS, que é tão ou mais importan-
novo de refino. Entretanto, ela tem um problema que é te que a questão da contribuição. Não tenho dúvidas
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quanto a isso. Portanto, estamos plenamente prontos, célula de hidrogênio e obviamente o álcool é uma
já temos estratégias comerciais para nos adaptar a possibilidade nesta questão.
isso e não ficarmos com a pecha de sermos monopo- Espero que rapidamente os programas tenham
listas da importação de gasolina. Isso não nos traz ne- tempo para adquirir massa específica. Estamos alo-
nhuma vantagem, somente ônus. cando técnicos, pesquisadores, os recursos estão lá.
Portanto, com relação à refinaria de Pernambu- Os programas já foram definidos; levará um certo
co, é uma questão de identificar grupos de fato inte- tempo para que essa massa crítica comece a apre-
ressados numa atividade. sentar resultados. Estamos começando a nos inscre-
Com relação à questão de motores e do álcool, ver nos vários fóruns ambientais de discussão deste
a PETROBRAS, depois da verdadeira, posso dizer, tipo. Queremos liderar essa discussão como empre-
revolução - se o Gabeira me permite, em todos os sa. Logo teremos boas notícias neste sentido.
sentidos - ambiental, um conceito de segurança ope- Se o Presidente da Mesa permite, quero pedir
racional em meio ambiente, depois, principalmente ao Diretor Júlio César do Carmo Bueno que responda
do acidente na Baía de Guanabara. A empresa está sobre a unificação da incidência de ICMS no álcool.
fazendo um investimento de mais de 1 bilhão de dóla- O SR. JÚLIO CÉSAR DO CARMO BUENO -
res na área ambiental, quer liderar a discussão no Boa tarde.
Brasil como empresa, não como órgão público, de to- A questão do álcool tem de ser dividida em
das as discussões da fronteira da questão ambiental, duas. Primeiro, o álcool anidro, que é o misturado à
da questão do aquecimento, da questão das energias gasolina. Neste caso, a tributação é feita na gasolina,
renováveis. Nós, a partir deste ano, alocaremos 50 e não vemos nenhum problema, a não ser um que de-
milhões de reais todos os anos, até 2005, num pro- pois mencionarei. Mas regra geral, do ponto de vista
grama de energia renovável. Estamos instalando um da tributação, não há nenhuma questão a ser coloca-
programa de energia eólica no Rio Grande do Norte da. A questão que se põe é a do álcool hidratado,
para pesquisar, aprender, entender. Estamos desen- aquele que se utiliza nos carros como combustíveis.
volvendo vários programas de energia solar também, Vou solicitar alguns dados para mostrar como é
montando um anel de competência dentro da compa- importante essa questão. No Estado de São Paulo, a
nhia, usando o centro de pesquisas, para fazer vários nossa estimativa é de que cerca de 40% do álcool hi-
projetos com respeito à célula de hidrogênio, mencio- dratado, hoje comercializado em São Paulo, venha de
nada pelo Deputado Joel de Hollanda. origem desconhecída. Há uma evidência disso. A SR,
Claramente, nesta crise de energia elétrica que há cerca de dois anos, vendia em torno de 80 a 120
estamos vivendo, a energia renovável volta também à mil metros cúbicos por mês e hoje vende 30 mil me-
discussão. O sol é uma das maiores e melhores ener- tros cúbicos por mês. Todas as outras grandes distri-
gias renováveis que temos, segundo o Deputado Ga- buidoras do SINDICOM têm essa mesma trajetória e
beira. Portanto, a forma de utilizar o sol é através do não é uma posição específica da BR. Sugerimos nes-
plantio de biomassa, basicamente da cana. ta questão a solução clássica - um comércio que te-
O Brasil fez um enorme esforço no passado, não nha uma taxação muito elevada e uma grande
só os usineiros mas toda a sociedade, através de in- sonegação -: baixarmos as alíquotas. Diria que essa
centivos e de um programa de álcool extremamente seria a primeira medida. Por exemplo, no Estado de
bem-sucedido. Seria uma terrível pena e um desper- São Paulo, há uma conta do SINDICOM que, se a alí-
dício social para o País, justamente no momento em quota do álcool hidratado for baixada para 12%,
que esse típo de energia está sendo discutido nos pa- ter-se-ia a mesma receita, ou um pouco maior. Enfim,
íses de ponta, nos Estados Unidos, por exemplo, que isso aumentaria a base tributária.
perdêssemos o pé, tendo avançado tanto nesta ques- Há mais um dado importante: a estimativa do
tão. Apesar de ser um produto concorrente ao nosso, SINDICOM é de que cerca de 1 bilhão de reais por
não acreditamos que, segurando um concorrente, va- ano é perdido em sonegação do álcool hidratado.
mos ganhar. Temos que ser os melhores e esta tem A primeira questão que me parece evidente é que
sido a nossa norma. Não estamos segurando nada. se deveria reduzir a tributação do álcool hidratado.
Pelo contrário. Só vamos ganhar músculo, competên- A segunda questão que também é evidente:
cia, continuidade e sucesso a longo prazo, quando LIma maior fiscalização. Às vezes fico, como cidadão e
conseguirmos apresentar melhores soluções para contribuinte, imaginando por que não se tem uma fis-
nossos clientes: a sociedade brasileira. Portanto, co- calização rígida nesta questão do álcool. Há uma
meçamos um programa forte de pesquisa na área de questão que, na verdade, é um subitem. Provavel-
Agosto dll 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS SIlXla-l~ira 31 41219
mente, a melhor coisa neste momento seria acabar mos o risco de mais uma vez colocarmos a tranca de-
com a substituição tributária das distribuidoras no pois da porta arrombada.
caso do álcool hidratado, para dar responsabilidade Era o que queria dizer.
ao posto de gasolina, submetido a uma fiscalização:
O SR. HENRI PHILlPPE REICHSTUL - Apenas
ele teria de demonstrar que teria comprado de uma
para dizer que faço minhas as preocupações do De-
fonte legal.
putado Luiz Antonio Fleury. No início da exposição,
Com relação ao álcool anidro - fiquei de menci- ressaltei os dois tipos de preocupação com relação à
onar o problema -, ele é tributado apenas através da qualidade na abertura do mercado. Era uma preocu-
gasolina, volta e meia o mercado verifica que se adici- pação não sadia a vinda de uma gasolina de baixíssi-
ona água ao álcool, ou seja, se vende álcool anidro ma qualidade, sobretudo, ambientalmente falando.
como hidratado. Essa é uma informação importante. Há excesso de capacidade, principalmente de gasoli-
Enfim, esse é o resumo do quadro de sugestões na do leste europeu, de baixíssima qualidade, o que
que eu teria com relação ao álcool anidro: reduzir a tri- desmonta todo um trabalho histórico que tem sido de
butação e acabar com a substituição tributária das melhoria da qualidade da gasolina brasileira, que re-
distribuidoras no caso do álcool hidratado. presentou investimentos da PETROBRAS e benefíci-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen- os ao cidadão brasileiro.
de) - Pergunto aos Parlamentares se pretendem fa- Temos de tomar cuidado para que isso não seja
zer uso da palavra. (Pausa.) jogado fora, pois passou por um amadurecimento das
I
Com a palavra o Deputado Luiz Antonio Fleury. autoridades ambientais, das ONGs, da indústria auto-
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY - mobilística brasileira, que vem acompanhando o pro-
Sr. Presidente, aproveito a presença do Henri Philippe cesso. É um trabalho, um esforço conjunto da indús-
Reichstul, Presidente da PETROBRAS, para fazer tria automobilística, instalada no Brasil, da
uma observação que me parece fundamental. Esta- PETROBRAS, na medida em que é a maior refinado-
mos tratando de uma questão muito importante, para ra, das autoridades ambientais, das ONGs. Tudo
que possamos assegurar a igualdade de condições pode ser jogado rapidamente no lixo, se não tomar-
entre a PETROBRAS e os competidores estrangei- mos cuidado.
ros. Refiro-me à proposta de emenda constitucional A outra preocupação, que é sadia, é a vinda de
de que estamos tratando. uma gasolina de excelente qualidade. Estamos inves-
No entanto, há outra questão que me preocupa: tindo para que o produto importado seja de excelente
a falta da definição do mínimo da qualidade dos com- qualidade.
bustíveis ou dos derivados de petróleo que entrarão O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen-
no Brasil a partir do próximo ano. Entendo que, embo- de) - Com a palavra a Deputada Miriam Reid.
ra isso seja função da Agência Nacional de Petróleo,
A SRA. DEPUTADA MIRIAM REID - Manifesto
a PETROBRAS poderia dar uma grande contribuição
a mesma preocupação do Deputado Luiz Antonio
a esta Casa se trouxesse os elementos técnicos ne-
Fleury.
cessários para que pudéssemos definir a qualidade
da gasolina e de outros derivados de petróleo, que se- Quando se prepara uma legislação, sem a ga-
rão importados a partir do ano que vem. O objetivo se- rantia de uma qualidade no nível da nossa, estamos
ria não corrermos o risco de receber aqui a gasolina na verdade colocando em risco os preços do nosso
que não é aceita em outros pa íses do mundo, como já produto, porque na medida em que se garante uma
aconteceu com pneus e uma série de outras importa- qualidade tem-se um investimento maior.
ções que acabaram sendo feitas. Como esta Comis- Se o lixo do mundo vier para cá, estaremos privi-
são está tratando de forma direta de assegurar que a legiando esses fornecedores, que, onde não têm
PETROBRAS tenha condições de competição atra- mercado, estarão tentando utilizar-se de um mecanis-
vés do estabelecimento da contribuição que vai subs- mo. Como legisladores, precisamos ter competência
tituir a PPE, entendo que não podemos perder essa de preparar medidas fiscalizadoras, porque depois
oportunidade. que houver a invasão do mercado será difícil modifi-
Sugiro a V.Ex.!!!! que possamos obter esses da- car o quadro. Ou preparamos agora critérios bem rígi-
dos técnicos da PETROBRAS, a fim de discutirmos, dos, rigorosos e uma forma de evitar que tal situação
no momento oportuno, com a ANP, qual o combustí- comece a acontecer, ou ficará incontrolável exigir boa
vel que queremos aqui importado, para não correr- qualidade para nossa gasolina.
41220 Sexta-feira 31 D[;\RIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS AgoSh\ de 20() [
Outra questão é com relação à tributação. Foi pa. É necessário que, simultaneamente à abertura do
dito que não haverá alteração nesse aspecto. mercado, haja uma legislação adequada, que dê iso-
Gostaria de dizer aos colegas Deputados que nomia tributária e igualdade de condições tanto ao
apresentei uma emenda relativa a esta questão. Atu- produto nacional quanto ao importado. E ao mesmo
almente, a tributação é toda no refino. Nós, Estados tempo que haja uma fiscalização rigorosa da entrada
produtores, não temos tributação na produção do pe- desses produtos, com uma limitação dos pontos onde
tróleo. Apresentamos uma emenda, que teve um am- poderão entrar, do tipo de documentação, das condi-
plo apoiamento, no sentido de que haja eqüidade, jus- ções de transporte e de chegada desses produtos.
tiça com os Estados produtores e tributação na fonte, O Deputado Gabeira não está aqui, mas é a
sem alterar, para a PETROBRAS, os valores. Seria questão do casco duplo, cuidados, segurança opera-
uma distribuição mais justa. cional e ambiental dos transportadores desses produ-
Atualmente, o que temos? O Estado do Rio de tos. É fundamental para dar igualdade de competição.
Janeiro, por exemplo, produz 1 milhão de barris de pe- Existe uma série de navios não fretados pela
tróleo. São Paulo tributa 750 mil barris e o Estado do PETROBRAS ou pelas empresas de primeira linha,
Rio apenas 250 mil, porque é o que comportam as mas que existem no mercado. Existem navios com tri-
nossas refinarias. Portanto, gostaria de ouvir a opi- pulações trabalhando em condições subumanas,
nião do Presidente da PETROBRAS sobre essas condições ambientais as piores possíveis, que têm
duas questões. um histórico de vazamentos enormes pelo mundo
Mais uma questão: a recente situação em que a afora e que podem vir a ser utilizados para trazer pro-
imagem da PETROBRAS está sendo exposta. A cada dutos ao Brasil, agravando mais ainda a baixa quali-
fim de semana, as manchetes dos jornais têm noticia· dade dos produtos que possam vir a trazer.
do acidentes com petróleo. Tivemos dois nas platafor- A SRA. DEPUTADA MIRIAM REID - Só uma
mas, com uma paralisação de doze a treze delas em sugestão. Seria interessante estudar uma forma de o
dois fins de semana. Tivemos mais dois acidentes em consumidor saber qual é a gasolina nacional e a im-
São Paulo que agitaram a opinião pública nacional. portada? Dessa forma, a população poderia optar.
Um atingiu um bairro elegante de São Paulo, com as O SR. HENRI PHllIPPE REICHSTUl - Seria
piscinas cheias de petróleo; agora, um bairro popular muito difícil, Deputada, porque a gasolina é um produ-
com 2 mil pessoas, tendo que alterar o seu fim de se- to homogêneo, ou seja, define-se um padrão de quali-
mana, sua vida. dade para o produto importado ou o nacional, é a
Penso, Sr. Presidente, que é preciso uma inves- mesma análise química, um produto é igual ao outro.
tigação mais rigorosa, porque a impunidade vem se Tenho mais preocupação em relação aos mecanis-
perpetuando. Na minha opinião, é preciso que haja mos de fiscalização na entrada dessa importação,
uma ação contundente e eficaz, no sentido não só de tanto relacionados com transporte, como com a quali-
esclarecer as causas dos acidentes, que ainda não fi- dade do produto e quanto à eqüidade tributária. É
caram esclarecidas, como também de punir os res- possível fazer? Sim. Há países que são só importado-
ponsáveis pelos prejuízos causados à imagem da res, como os países da Europa. Exceto a Noruega e a
PETROBRAS e também à Nação. Inglaterra, que não são produtores, ou seja, importam
Gostaria de ouvir a opinião de V. sa, as providên- todos os produtos, ou o petróleo bruto ou o produto.
cias que foram tomadas nesse sentido e também em A incidência fiscal na Europa é muito mais grave
relação ao mecanismo de controle da qualidade da do que no Brasil. Um litro de gasolina que hoje é ven-
gasolina, a fim de evitar que ela traga à Nação mais dido a R$1 ,60, na Inglaterra é vendido a R$3,OO. No
prejuízos em vez de benefícios. entanto, a refinaria da Shell, na Inglaterra, vende o li-
Gostaria que V. sa também se manifestasse a tro da gasolina a mais ou menos o mesmo preço da
respeito da tributação na produção do petróleo. PETROBRAS.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen- Esses países conseguem montar esquemas de
de) - Com a palavra o Presidente da PETROBRAS. internação desses produtos. Hoje, é em torno de
O SR. HENRI PHILlPPE REICHSTUl - Com R$3,OO o litro de gasolina na Inglaterra, na França; na
relação à qualidade, penso que fiz observações na Itália, talvez um pouco menos, R$2,60 ou R$2,aO. A
minha palestra, temos uma preocupação muito gran- carga fiscal é enorme. Na apresentação que fiz, a
de. Na medida em que representamos 98% da produ- PETROBRAS recebe por litro de gasolina 63 centa-
ção de produtos de petróleo no Brasil, estaremos dis- vos. Provavelmente a Shell também deve estar rece-
postos, de fato, a essa concorrência. Isso nos preocu- bendo 63 centavos na Inglaterra, na Franca ou em al-
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexla-lcira 31 4122 I
guma refinaria européia. Vender esse produto a 2,60, Hoje mostro com muito orgulho que temos nove
a carga fiscal é mais do que três vezes o preço origi- centros. Cada um deles tem de 2 mil a 3 mil metros
nai do produto. Há uma enorme possibilidade de so- quadrados de galpão construído, com equipamentos,
negação. No entanto, é possível montar um esquema bombas, barreiras, bóias, material absorvente, veícu-
de fiscalização que funcione. los, barcos. Cada um deles tem material equivalente
Não temos um estoque tão bom, vide as mistu- ao que foi necessário importar no acidente da Baía de
ras de produtos vendidos nos nossos postos. Mas Guanabara há um ano e meio.
penso que tem de haver um esforço adicional enorme Há um ano e meio, não tínhamos um Centro de
nessa questão; vale a pena fazer. Esse produto tem Defesa Ambiental. Devíamos ter no Rio de Janeiro
uma base fiscal fundamental para os Estados e a seis, sete quilômetros de barreira. Hoje, só no CDA do
União; tem essa característica, como o cigarro e a be- Rio, devemos ter mais de 20 ou 25 quilômetros de
bida, e portanto um aparelho fiscal deve ser montado. barreira e pessoal trabalhando, de prontidão, 24 ho-
ras por dia. Hoje temos nove desses centros instala-
Com relação à tributação na fonte, a própria De-
dos, funcionando.
putada mencionou ser uma questão que não afeta a
PETROBRAS, mas a redistribuição. Tem que haver É difícil passar essa informação, porque a co-
uma discussão do CONFAZ e dos Estados. Como a municação privilegia os defeitos e não as correções,
PETROBRAS tem atuação em todos os Estados, pre- mas nove centros estão funcionando 24 horas por dia
fere ficar fora dessa confusão, porque tem outros atualmente.
grandes problemas para tratar. O PEGASO está em curso. Os acidentes foram
mencionados, inclusive o de Tamboré. Há uma Co-
Finalmente, com relação à imagem da
missão Mista Estado e PETROBRAS que vai investi-
PETROBRAS, penso que a Deputada - que é da re-
gar se o desenho estava correto ou não. Mas qualquer
gião de Macaé, Campos, norte fluminense ,região
que seja a responsabilidade específica do segundo
onde a PETROBRAS atua - tem acompanhado, as-
acidente, o importante é que os dois dutos foram des-
sim como vários Deputados presentes, o trabalho da
ligados automaticamente peJo novo Sistema Escada,
PETROBRAS, no sentido de chegar no estado da
que está sendo introduzido em todos os 12 mil, 14 mil
arte na segurança operacional e no meio ambiente.
quilômetros de duto que a PETROBRAS tem.
São vinte, trinta anos de atraso que precisam ser re-
Nos dois acidentes do Paraná e da Baía de Gua-
cuperados e não se consegue isso de uma hora para
nabara, o petróleo foi fluindo durante duas horas e no
outra.
do Rio de Janeiro foram quatro horas. Por quê? Por-
Tenho dito e afirmado que a empresa tem hoje que não havia equipamento suficiente. Desses dois,
mais de 10 bilhões de reais em caixa; tem 2 bilhões e com o esquema de prontidão, uma hora depois do
meio de reais alocados para a questão ambiental; tem acidente de Tamboré, já tinha uma barreira no Rio Ti-
um programa que está em curso, o PEGASO, que foi etê, num córrego que passava por Tamboré que po-
reforçado recentemente por várias outras iniciativas, deria vir a chegar óleo lá; as barreiras já estavam
o Centro de Defesa Ambiental, um programa mais sis- montadas. Conseguimos evacuar 2 mil famílias, inde-
têmico de segurança, que vai fazer com que chegue- pendentemente da responsabilidade de quem era o
mos, a partir de 2003, nessa excelência que procura- problema, e as colocamos em hotéis, escolas, onde
mos. Infelizmente, não vamos conseguir chegar lá an- foi possível. O grau de prontidão que a empresa tem
tes de 2003. hoje - isso posso falar de boca cheia - é totalmente
Montamos mecanismos de suporte, de defesa, diferente do que existia há um ano e meio.
redes de proteção até 2003, na forma, por exemplo, Mas a excelência ambiental só vamos conseguir
dos Centros de Defesa Ambiental. Hoje existem nove em 2003. Vamos conviver, em alguns momentos, com
Centros de Defesa Ambiental funcionando em todo o acidentes. Temos que estar com a prontidão máxima.
Brasil. Seis foram inaugurados. Não consegui inaugu- Existem recursos, equipamentos, prontidão. Existe
rar os nove por problemas de agenda, mas o nosso um trabalho de revisão de tudo. Agora estamos revi-
compromisso era de ter os nove centros funcionando sando todo o processo de terceirização, que pode ser
e desde 10 de janeiro de 2001 estão funcionando. O um efeito indireto. Estamos terceirizando corretamen-
último que inaugurei foi em Manaus. A Deputada este- te ou não? Não somos contra a terceirização. Alguns
ve no de Macaé, o Deputado Luiz Antonio Fleury, no sindicatos o são por princípio, mas não temos a posi-
de São Paulo, alguns Deputados estiveram presentes ção de ser contra por princípio. Queremos fazer uma
em algumas dessas inaugurações. terceirização correta, nem mais, nem menos. Esta-
41222 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 2 (lI) I
mos revendo, não há tabu quanto a isso. Pode ser que PETROBRAS, porque hoje já é notada a ação imedia-
estejamos terceirizando demais e voltaremos atrás ta desta empresa, quando ocorre algum problema, al-
onde houve erro. Estamos terceirizando de menos, gum acidente e o esclarecimento que vem sendo
vamos terceirizar mais. Tenho dito: são todos brasilei- dado à opinião pública.
ros, registrados, pagando seus impostos, são iguais Na verdade, entendemos perfeitamente que
aos funcionários da PETROBRAS. Precisam ser trei- não é possível resgatar o que não foi feito em vinte,
nados igualmente também. trinta anos em um ano, mas hoje é notado pela opi-
Permita-me, Sr. Presidente, se esse assunto nião pública o que já foi feito e o que vem sendo fe~o.
foge um pouco do específico da 277-A, mas, corno a Quero, portanto, cumprimentar o Presidente da em-
PETROBRAS pertence a nós todos, e essa é uma presa. Nos dois últimos episódios em São Paulo, a
preocupação que a Deputada manifestou sobre a ação imediata, inclusive com sua presença horas
imagem, é uma preocupação geral. A quantidade de após a ocorrência do acidente, mostra a preocupação
iniciativas já tomadas, em vários estágios, umas pron- da PETROBRAS. Acidentes vão ocorrer, mas enten-
tas, outras em maturação, nessa área de segurança do que hoje a empresa vem dando resposta satisfató-
operacional e meio ambiente é enorme. ria à opinião pública.
Recentemente, contratamos a Prize Waterhou- É preocupante quando o Diretor Júlio Bueno diz
se para auditar a gestão do nosso programa ambien- que em São Paulo 40% do álcool hidratado é de ori-
tai, não o programa em si, mas como eu, os diretores, gem desconhecida, mas foi dito que de 110 mil me-
os superintendentes estão gerindo esse programa, tros cúbicos, a BR comercializa de 30 a 40 mil. Por-
estamos nos adequando às metas que estabelece- tanto, realmente, cerca de 70% do produto apresenta
mos. sonegação, vem de forma ilegal.
A Resolução n° 265, do CONAMA, que era a au- Então, Sr. Presidente, Deputado Eliseu Resende,
ditoria de todas as instalações da PETROBRAS, já já que estamos tratando de matéria tributária, seria in-
está terminada e, na próxima reunião, vamos entre- teressante também equacionar o problema na PEC
gar isso. Estamos com a certificação ISO 14000, BS 277. Hoje o que acontece em São Paulo é um retrato
8.800, em todas as unidades da PETROBRAS, e tam- do que acontece no Brasil com relação à comercializa-
bém estão no prazo. Vamos estar com o sistema de ção do álcool hidratado. Também existem problemas
automação em todos os nossos dutos principais até o na comercialização do álcool anidro, como sabemos,
final de 2001. Estamos contratando a nova unidade mas é mais acentuado na comercialização do álcool
de resfriamento da REDUC, parando de utilizar no fu- hidratado.
turo a água da Baía de Guanabara, cortando, portan- No meu Estado, Santa Catarina, por exemplo,
to, o canal que ligava a REDUC à Baía de Guanabara. 23% da arrecadação de ICMS do Estado é provenien-
É um investimento de 177 milhões de reais que está te do setor de combustíveis e derivados. É grande a
em curso. Está tudo em curso, Deputada. Se pudés- importância e o peso dessa arrecadação tanto na re-
semos assinar o cheque desse 1 bilhão de dólares, ceita dos Estados como na da própria União.
de chegar a essa excelência, se pudesse ser ama- Amanhã haverá audiência pública com as pre-
nhã, o dinheiro estaria disponível. Temos autoriza- senças do Sr. João Pedro Gouveia Vieira Filho, Presi-
ções necessárias, temos dinheiro em caixa, sabemos dente do SINDCOM; do Presidente da
quais são os projetos. Não há nenhum impedimento. FECOMBUSTíVEIS, Gil Siuffo; e eu entendo, Sr. Pre-
Não há Fundo Monetário Internacional que nos impe- sidente, que temos de correr para não chegarmos a
de. Nosso Conselho de Administração não nos impe- janeiro sem uma legislação que respalde a abertura
de. Estamos fazendo isso já, mas infelizmente leva do mercado. Minha preocupação, assim como a do
tempo. É difícil, porque tem um outro acidente, nossa Deputado Fleury e a dos que me antecederam, é
imagem sofre, mas temos de fazer o que tem de ser equacionar a questão tributária. Agora, a qualidade
feito. Não dá para escapar de fazer o que precisa ser do produto é muito preocupante, porque o mercado
feito. de combustíveis é altamente dinâmico e qualquer de-
a SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen- sequilíbrio em preço desarruma o mercado. É o que
de) - Com a palavra o Deputado Gervásio Silva. estamos vivendo na questão do álcool. É impossível
a SR. DEPUTADO GERVÁSia SILVA - Sr. Pre- termos hoje em São Paulo o álcool em torno de 70
sidente Deputado Eliseu Resende, Presidente da centavos o litro na bomba do posto de gasolina.
PETROBRAS, Dr. Júlio César do Carmo Bueno, da Estava dizendo ao Diretor Júlio Bueno que pre-
BR, quero inicialmente cumprimentar o Presidente da cisamos nos preocupar também com a segurança
Agosto de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-Ieira 31 41223
ambiental nos postos revendedores. Hoje, nos postos cambial e não me parece que esse seja o papel da
revendedores do País, há equipamentos, tanques de empresa.
combustíveis com trinta, quarenta anos de uso, que O SR. HENRI PHILlPPE REICHSTUL - Eu que-
podem, de uma hora para outra, causar uma tragédia. ro aproveitar a oportunidade para convidá-los também
Também preocupa-me muito a forma de arma- para a próxima reunião, a realizar-se às 17 horas, da
zenamento dos combustíveis importados. Como re- Comissão Mista de Energia, da Câmara e do Senado,
ceber isso? As empresas estão preparadas? Há as da qual participarei para falar sobre a contribuição da
bases necessárias para receber esse combustível PETROBRAS na crise energética brasileira.
com segurança, com a preocupação que requer o Na questão do gás chegou-se a uma solução
meio ambiente? que acho bastante razoável para as térmicas de ener-
gia, a PETROBRAS e a equação da oferta de gás no
Era essa minha contribuição e, mais uma vez,
Brasil.
Presidente, meus cumprimentos pela ação da empre-
sa, diretoria e superintendentes da Petróleo Brasileiro O Brasil não é um grande produtor de gás, que
nos momentos em que têm ocorrido os acidentes. está concentrado nos Andes. O gás que produzimos é
associado ao petróleo. Existe um gasoduto construí-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen- do, Brasil-Bolívia, com capacidade de 30 milhões de
de) - Entendo que não poderíamos deixar passar a metros cúbicos. Com relação à compra de gás na Bo-
presença do Presidente da PETROBRAS. Fica uma lívia, outro país dolarizado, com o projeto de constru-
indagação do próprio Presidente da Mesa para uma ção do gasoduto, deve-se lembrar que o transporte
explicação rápida a respeito da contribuição que a chega a custar duas vezes mais do que a produção
PETROBRAS vem dando à questão da crise de ener- do gás, ao contrário do petróleo, cujo custo de trans-
gia elétrica brasileira, particularmente do gás natural, porte é de um a dois dólares o barril, que pode chegar
que alimentaria o programa de usinas térmicas no a 30 dólares. Quando o barril de petróleo estava a 10
Brasil. Já discutimos, inclusive, a conveniência de se dólares, a cesta de combustíveis que baseava o pre-
estender ou não essa destinação dos recursos da ço de gás comprado da Bolívia chegou a 90 centavos
contribuição de intervenção no domínio econômico, o milhão de BTUs, e tivemos de adicionar 1,50 dólar
no que diz respeito a pagamento de subsídios a deri- de custo de transporte.
vados de petróleo. Seria o caso de se estender tam- Então, o gás chegava a 2,40, o preço mais baixo
bém ao gás natural, porque há entendimento de que que compramos na Bolívia. Quase não compramos
esse problema das termelétricas não deslanchou por nada porque o gás vai ser comprado futuramente.
questão da internação do preço do gás importado, Portanto, o custo de transporte é fundamental em se
que é fixado em dólar, estabelecendo-se o mesmo tratando de gás natural. É mais importante do que o
tipo de problema dos derivados de petróleo. Qual teria custo de produção.
sido então a participação da PETROBRAS para a so-
Na medida em que o gasoduto foi feito através
lução do suprimento do insumo gás natural na instala-
de um projeto internacional, todos os contratos são
ção das térmicas brasileiras? É possível estender
dolarizados, os 2 bilhões de dólares de investimento
essa mesma solução ao agente privado? Ou seja, se
do próprio gasoduto. Então, qual a questão das térmi-
o investidor privado quiser participar da construção cas? Como um investidor em térmica vai comprar um
de térmicas à base de gás no Brasil, independente- produto, no caso o gás natural, em dólar, e vender
mente da PETROBRAS, qual o mecanismo adequa- energia elétrica em reais com reajustes anuais?
do para a questão cambial?
No limite, chegou-se à conclusão, as autorida-
O 5R. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY- des do setor elétrico, o Governo e o Ministério da Fa-
Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem, apenas zenda, de que haveria a possibilidade, sem ferir a lei
para aproveitar a pergunta, que é exatamente na linha de criação do real, de reajuste anual da tarifa de ener-
que V. Ex" questiona. gia elétrica da térmica, a chamada VN, correspon-
Também gostaria de saber a opinião do Presi- dente não apenas à variação cambial, por causa da
dente da PETROBRAS sobre se a contribuição ser cesta de combustíveis que representa a formação de
estendida ao gás natural, inclusive é uma sugestão preços do gás boliviano, que fosse corrigido.
que apresentei como emenda à PEC que estamos A questão que passou a ser apresentada pelos
discutindo. Então, gostaria de saber se seria essa a investidores em térmica é: se houver algum problema
solução, já que o noticiário veicula a informação de cambial, uma grande alteração de preço de petróleo
que a PETROBRAS é que vai arcar com a variação ao longo do ano?
41224 Sexla-lCira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Ag,)stu de 200 I
Naquela época, há um ano e meio, decidimos conta financiada pela PETROBRAS com juros, amor-
correr o risco da variação da cesta de óleos, definindo tizados nos próximos doze meses. Ou seja, a
um preço fixo por vinte anos - 2,475 por milhão de PETROBRAS não tem nenhuma perda econômica,
BTUs -, e absorveríamos as variações cíclicas da ela é neutra do ponto de vista econômico, possui um
cesta de combustíveis. Em função do que imagina- processo de financiamento por 12 meses, que recu-
mos, haveria expansão do gasoduto e o transporte peramos nos 12 meses seguintes. Se por acaso hou-
adicional por planos de escala, já que o investimento ver urna valorização do real, pagamos nessa conta
inicial tinha sido feito, o que baratearia o transporte de também o SELlC. Recebemos SELlC e pagamos
tudo e recuperaríamos isso ao longo do tempo. SELlC.
Também como incentivo ao consumo de gás, O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu
que representa de 2% a 3% da matriz energética bra- Resende) - Isso é entendido corno viável ou atrativo
sileira - não há uma cultura de consumo de gás no também pelo investidor privado?
País -, definimos ano passado que bancaríamos um O SR. HENRI PHILlPPE REICHSTUL - Com
preço fixo de vinte anos, que era de 2,475 e hoje é de que o investidor privado está preocupado? Em repas-
2,58, porque é reajustado pela inflação americana. sar esse aumento para o VN da térmica. A qualidade
Os investidores perguntaram o que aconteceria, de crédito desses investidores privados não precisa
porque ainda existia uma desvalorização intra-ano. de um financiamento da PETROBRAS, a Enron, EI
Na verdade, havia duas incertezas do ponto de vista Passo, Mario e Bene, Iber-Dolar, todas têm acesso ao
dos investidores: uma, a questão do que aconteceria crédito e não precisam desse financiamento. Acho
no intra-ano, no intradoze meses; e outra, mais grave que 90% do benefício dessa portaria garantem que,
que tudo, até que ponto a ANEEL permitiria o repasse passados os 12 meses, o VN será reajustado exata-
integral dessas variações de custo, passados os 12 mente de acordo com o aumento do preço do gás.
meses do VN, coisas sobre o que não havia clareza Essa incerteza era muito mais importante do que a
por parte da ANEEL. necessidade de financiamento de um gás pelo qual
Entre as várias soluções que apresentamos, a todos irão pagar SELlC. Portanto, o investidor de tér-
que finalmente foi adotada foi no sentido de que ban- mica está procurando isso.
caríamos, financeira e não economicamente, qual- O concorrente no fornecimento de gás da
quer variação cambial intra-ano. Ou seja, pegaríamos PETROBRAS, que não é necessariamente o mesmo
o preço do gás de 2,58 por milhão de BTU, em dólar, - pode ser o mesmo, pode ser um investidor de térmi-
assinaríamos um contrato com uma distribuidora, não ca ou qualquer outro -, também poderá trazer gás tér-
concentrando todos os contratos no dia 10 de janeiro, mico a esse preço, a portaria não é exclusiva da
mas ao longo do ano. Assim, garantiria um preço no- PETROBRAS, e terá de financiar essa diferença, mas
minal fixo em reais por 12 meses para essa térmica e irá recuperá-Ia mais à frente. Não é um mecanismo
iria pagando o gás boliviano em função da cesta e do que gera subsídio no preço do gás. Creio que a tarifa
câmbio. da termelétrica reflete a dificuldade de se obter o pro-
Se saio de um preço de câmbio de R$2,40, pos- duto, que é o gás natural importado, portanto, reflete
so até ter uma situação de valorização do câmbio, em corretamente esse preço.
vez de sua desvalorização, ao longo de 12 meses. Estamos falando em colocar mais 10 mil megas
Mas digamos que haja uma desvalorização do real num sistema que, em 2004, chegará a 100 mil megas:
nesse proCE" :>so, ou que o petróleo suba de preço - Itaipu terá 11 mil megas dolarizados, mais 10 mil me-
este é um risco de mercado que assumimos; não o gas de térmica dolarizados, onde 20% do seu sistema
estamos repassando para o final do ano -, tudo que elétrico serão baseados no dólar e 80% em reais. É
estivermos pagando a mais da Bolívia por conta des- perfeitamente possível nos colchões, até chegar ao
sa desvalorização cambial entra numa conta gráfica consumidor final, ...
onde aplicamos o SELlC diário, ou seja, existe uma O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu
taxa de juros alocada a esse financiamento da Resende) - Fazer um mixo
PETROBRAS, semelhante à remuneração do caixa O SR. HENRI PHILlPPE REICHSTUL - ... fazer
da PETROBRAS no mercado financeiro. o mixo Por exemplo, no caso de térmica, na medida
Passados esses 12 meses, o preço do gás é re- em que o gás representa 50% do custo do VN, 20%
ajustado, principalmente o VN, de acordo com o novo de variação no preço do gás representa 1% de varia-
preço de gás, ao câmbio de 12 meses depois, mais ção na tarifa de energia elétrica no País. Perfeitamen-
um reajuste no preço do gás correspondente a essa te suportável. É um mecanismo de mercado; não há
Agosto (I\: 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS S~xta-f~ira 31 41225
necessidade de subsídio. É uma forma de usar esses direito de comprar aquela energia naquele preço, mas
recursos nas áreas social e ambiental. Creio que essa o privado, que fez a térmica, não quer vender a cin-
questão está resolvida. qüenta, mas vender no MAE a trezentos. Essa a sen-
A questão é se o investidor em térmica tem PPA sação que tivemos.
ou não, se corre o risco de fazer a térmica sem ter a Portanto, resistimos fortemente nos 30 milhões
venda, se vai para o MAE, que tem um preço spot de metros cúbicos. Acima de trinta, há livre concor-
muito alto. Será que esse preço spot será mantido? rência para quem conseguir trazer o gás mais barato.
Será que vai conseguir vender essa energia no MAE? Genuinamente, somos favoráveis a isso, estamos nos
Será que esse mercado vai permanecer livre durante posicionando nesse sentido. Achamos que ser o úni-
dois, três anos, ou vai buscar um PPA que garanta co fornecedor de um produto no País é o pior negócio.
dez anos? Os distribuidores irão ou não dar PPA? Se Já aprendemos com o petróleo, e também estamos
não, a ELETROBRÁS vai fazê-lo? Essas as dúvidas aprendendo com o gás. Toda vez em que reclamamos
de um investidor térmico. de algo pensamos que a PETROBRAS é monopolis-
Somos um grande investidor térmico, achamos ta, que está vendo apenas seus interesses etc. Onde
ser um bom negócio. É uma forma de agendar liqui- há dez, não é a PETROBRAS, mas os dez. Cada um
dez ao nosso gás, ou seja, a energia elétrica tem mais ouve a opinião, que nem na audiência pública de
liquidez que o gás, é mais fácil de vender. Transformar amanhã, onde ouviremos a opinião de um terceiro,
uma empresa de energia é uma convergência que um quarto e um quinto, e aí a PETROBRAS estará
existe nas empresas de petróleo por causa dessa li- mais protegida, mais robusta, com mais músculo para
gação gás-petróleo, produção de petróleo e gás, gás ser vencedora num mercado aberto.
natural e energia elétrica e térmica. O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu de) - Esperamos com ansiedade o Presidente da
Resende) - Sr. Henri, finalmente, uma discussão que PETROBRAS, cuja exposição foi extremamente con-
talvez seja interessante refere-se a uma questão que tributiva e esclarecedora, elucidando os membros da
sempre surge: o caso do investidor privado, do livre Comissão.
acesso e da neutralidade do sistema de transporte. O
Sr. Henri, vamos usar o Dr. Albano, indicado por
sistema de gasoduto é hoje de propriedade integral
V. sa, para nos assessorar nas providências subse-
da PETROBRAS. Como ela vê essa permissão da co-
qüentes. Agradecemos aos diretores da
brança de tarifa de transporte correspondente, desde
PETROBRAS e a V. sa pelas presenças, que foi um
que haja capacidade de transporte?
marco na nossa seqüência de audiência. Peço des-
O SR. HENRI PHILlPPE REICHSTUL - Somos
culpas pelo tempo tornado, pois V. sa tem de estar
totalmente favoráveis ao sistema de livre acesso no
presente em uma Comissão do Senado. Reitero, por-
mercado brasileiro. Temos um tabu, aquele gasoduto
tanto, nossos agradecimentos.
que fomos obrigados a fazer e no qual pusemos todos
os recursos, apesar de ter 51 % do (ininteligível) dele ga- Não havendo mais quem queira fazer uso da pa-
rantindo rentabilidade para os privados, para o qual as- lavra, convoco reunião para amanhã, dia 20 de junho,
sinamos contratos de transporte, corremos o risco do às 14 horas, no Plenário 5 deste Anexo, para ouvir-
transporte, assinamos os 30 milhões de metros cúbicos mos os Srs. Roberto Macedo, Presidente do Sindica-
de transporte na GTB e na TBG, que garantiu o financi- to Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Lí-
amento do gasoduto. O pessoal que construiu o gaso- qüefeito de Petróleo - SINDIGAS; João Pedro Gouve-
duto foi ao Banco Mundial para saber quem iria trans- ia Vieira Filho, Presidente do Sindicato Nacional das
portá-lo. Quem serão os que... (falha na gravação.) Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrifi-
Os privados não deram nenhuma garantia de cantes - SINDICOM, que, acredito, esteja represen-
transporte, que são os 49% de sócios que estão no tando também a BR Distribuidora. Ou não? (Pausa.)
gasoduto, pois não se antevia uma situação corno De qualquer modo, gostaríamos que a BR Distribui-
essa. Quem deu garantia de contrato firme e trans- dora também estivesse presente, com o Dr. Albano,
porte de 30 milhões de metros cúbicos foi a no contexto das proposições apresentadas pelo Pre-
PETROBRAS. Assim, nesse pedaço é uma coisa de sidente da PETROBRAS.
fígado, onde a PETROBRAS correu todos os riscos e O SR. JÚLIO CÉSAR DO CARMO BUENO -
onde deu o contrato de transporte, deu o PPA do Se o senhor me permite, a BR é anfótera, ou seja, se
transporte. É igual ao fato de a ELETROBRÁS dar o por um lado faz parte do SINDICOM, por outra, faz
PPA da térmica e chegar o momento em que ela teria parte do Governo. (Risos.)
41226 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DHI'UTADOS AgllSh> de 2001
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu e Carlos Alberto Rosado. O Senhor Deputado Basílio
Resende) - Teremos a presença também de Aldo Gu- Villani, Relator, manifestou o desejo de reunir técni-
arda, Primeiro Vice-Presidente da Federação Nacio- cos da Petrobras, consultores legislativos e parla-
nal do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes - mentares para uma reunião informal a fim de analisar
FECOMBUSTíVEIS. e concluir o parecer. Participou dos debates o Senhor
Agradeço a todos e declaro encerrada a presen- Alisio Mendes Vaz, Diretor do Sindicato Nacional das
te reunião. Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrifi-
cantes - SINDICOM. Nada mais havendo a tratar, às
Ata da 8 8 reunião, realizada em 20 de junho
dezesseis horas e vinte minutos, o Senhor Presidente
de 2001
encerrou a reunião. E, para constar, eu, Edla Calhei-
Aos vinte dias do mês de junho de dois mil e ros Bispo, Secretária, lavrei a presente Ata que, lida
um, às quatorze horas e trinta e oito minutos, no Ple- e aprovada, será assinada pelo Presidente e encami·
nário número cinco do Anexo 11, da Câmara dos De- nhada à publicação no Diário da Câmara dos Depu-
putados, reuniu-se, ordinariamente, a Comissão
tados, juntamente com as notas taquigráficas.
Especial destinada a proferir parecer à Proposta de
Emenda a Constituição n° 277-N2000, do Poder Exe- Ata da 9 8 reunião, realizada em 7 de agosto
cutivo, que "altera os arts. 149 e 177 da Constituição de 2001.
Federal', sob a presidência do Senhor Deputado Eli- Aos sete dias do mês de agosto de dois mil e
seu Resende. Compareceram os Senhores Deputa- um, às quatorze horas e cinqüenta e sete minutos, no
dos Airton Dipp, Antonio do Valle, Basílio Villani, Can- Plenário número onze, do Anexo 11, da Câmara dos
dinho Mattos, Carlos Santana, Clovis Volpi, Eliseu Deputados, reuniu-se, ordinariamente, a Comissão
Resende, Gervásio Silva, Luciano lica, Luiz Antonio Especial destinada a proferir parecer à Proposta de
Fleury, Pedro Eugênio e Vittorio Medioli, titulares; Edi- Emenda a Constituição n° 277-N2000, do Poder Exe-
nho Bez, IIdefonço Cordeiro e Paulo Octávio, suplen- cutivo, que "altera os arts. 149 e 177 da Constituição
tes. Compareceram ainda os Senhores Deputados Federal", sob a presidncia do Senhor Deputado $Eli-
Carlos Alberto Rosado, Márcio Fortes e lulaiê Cobra. seu Resende. Compareceram os Senhores Deputa-
Deixaram de comparecer os Senhores Deputados dos airton Dipp, airton Roveda, Badu Picançu, Basílio
Airton Roveda, Badu Picanço, Bispo Rodrigues, Chi- Villani, Candinho Mattos, Carlos Santana, Clovis Vol-
co Sardelli, Fernando Diniz, Fernando Gabeira, Flávio pi, Eliseu Resende, Fernando Diniz, Joel de Hollanda,
Derzi, Haroldo Lima, Jaques Wagner, Joel de Hollan- José Borba, José Janene, Luciano lica, Luiz antonio
da, José Borba, José Carlos Coutinho, José Janene, Fleury, Miriam Reid, Pedro Eugênio, Ricardo Fiuza, e
José Priante, Miriam Reid, Pedro Pedrossian, Ricardo Waldemir Moka, titulares; Edinho B4ez, Ildefonço
Fiuza, Roberto Jefferson, Vadão Gomes e Waldemir Cordeiro, Luis Barbosa, Paulo Octávio, Roberto Ba-
Moka. Ata -Após declarar abertos os trabalhos, o Se- lestra, Rodrigo Maia, Salatiel Carvalho e Werner
nhor Presidente, Deputado Eliseu Resende, colocou Wanderer, suplentes. Compareceram ainda os Se-
em apreciação Ata da sétima reunião, cuja leitura foi nhores Deputados Fernando Coruja, João Caldas e
dispensada por solicitação do Senhor Deputado Pe- Philemon Rodrigues. Deixaram de comparecer os se-
dro Eugênio, tendo em vista a distribuição antecipada nhores Deputados Antonio do Valle, Bispo Rodrigues,
de cópias aos Senhores membros da Comissão. Em Chico Sardelli, Fernando Gabeira, Flávio Derzi, Ger-
discussão e votação, a Ata foi aprovada. Ordem do vásio Silva, Haroldo Lima, Jaques Wagner, José car-
Dia - Audiência Pública com os Senhores João Pedro los Coutinho, José Priante, Pedro Pedrosian, Roberto
Gouveia Vieira Filho, Presidente do Sindicato Nacio- Jefferson, Vadão Gomes e Vittorio Medioli. Ata - Após
nal das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e declarar abertos os trabalhos, o Senhor Presidente,
Lubrificantes - SINDICOM; Roberto Macedo, Presi- Deputado Eliseu Resende, colocou em apreciação
dente do Sindicato Nacional das Empresas Distribui- Ata da oitava reunião, cuja leitura foi dispensada por
doras de Gás e Liqüefeito de Petróleo-SINDIGAS; solicitação do senhor Deputado Luciano lica, tendo
Aldo Guarda, 1° Vice-Presidente da Federação Naci- em vista a distribuição antecipada de cópias aos Se-
onal do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes nhores membros da Comissão. Em discussão e vota-
- FECOMBUSTíVEIS. Após tecer considerações so- ção, a Ata foi aprovada. Ordem do Dia - Discussão do
bre a matéria e informar os preceitos regimentais dos parecer do Relator, Deputado Basílio Villani, que con-
trabalhos, o Senhor Presidente passou a palavra aos cluiu pela aprovação, com Substittivo, da Proposta de
expositores. No período dos debates, participaram os Emenda à Constituição n° 277-A, de 2000, do Poder
Senhores Deputados Basílio Villani, Carlos Santana Executivo, que altera os arts. 149 e 177 da Constitui-
Agosto de 20D I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexla-lcira 31 41227
ção federal; pela admissibilidade das emendas de nOs da Mesa dos trabalhos; Sr. Roberto Macedo, Presiden-
1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12, e 13, e no mérito, te do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras
pela aprovação parcial das emdas de n~ 3,7,9, 11, de Gás Liqüeferto de Petróleo - SINDIGÁS, a quem
12, e 13, e pela rejeição das emendas de ~ 4, 5, 6, 8 estendo o convite para participar da Mesa dos traba-
e1 O. O Senhor Relator, no uso da palavra teceu consi- lhos; Sr. Aldo Guarda, 1° Vice-Presidente da Federa-
derações e agradecimentos aos parlamentares, auto- ção Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubri-
ridades e funcionários da Casa, pela colaboração ficantes, que é também nosso convidado para partici-
dada à confecção do parecer ora apresentado, proce- par da Mesa dos trabalhos.
dendo, em seguida, à leitura de trechos do relatório. Conforme norma regimental, os nobres exposi-
Nos termos do artigo 57, XVI, do Regimento Interno tores terão o tempo de 20 minutos prorrogáveis, a juí-
da Câmara dos Deputados, pediram vista conjunta do zo da Comissão, não podendo ser aparteados.
proceso, os Senhores Deputados Carlos Santana,
Luciano Zica, Joel de Hollanda, Luiz Antonio Fleury, Os Deputados que quiserem debater a matéria
salatiel Carvalho, Ricardo Fiuza, Roberto Balestra e poderão inscrever-se junto à Secretaria.
Werner Wanderer. Usaram da palavra ainda os Se- O período regimental de debates é de três minutos.
nhores Deputados Carlos Santana e Miriam Reid. Esclareço que a reunião está sendo gravada,
Nada mais havendo a tratar, às quinze horas e cin- portanto, solicito aos Srs. Deputados que, ao pedirem
qüenta e quatro minutos, o Senhor Presidente encer- a palavra, falem ao microfone, declinando o nome.
rou os trabalhos, convocando reunião para o dia qua- Iniciando as exposições, concedo a palavra ao
torze de agosto do fluente ano, às quatorze horas,
Sr. João Pedro Gouveia Vieira Filho, Presidente do
destinada à continuação da discussão do parecer do
SINDICOM.
relator. E, para constar, eU,Edla Calheiros Bispo,
Secretária, lavrei a presente ata que, lida e aprovada, O SR. JOÃO PEDRO GOUVEIA VIEIRA FILHO
será assinada pelo Presidente e encaminhada à pu- - Sr. Deputado Eliseu Resende, Presidente da Co-
blicação no Diário da Câmara dos Deputados, jun- missão, Sr. Deputado Basílio Villani, Relator da Co-
tamente com as notas taquigráficas. missão, Srs. Deputados, inicialmente, gostaria de
agradecer o convite desta Comissão Especial para
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen-
apresentar a visão do SINDICOM - Sindicato Nacio-
de) - Declaro aberto os trabalhos da presente reu-
nal das Distribuidoras de Combustíveis sobre os im-
nião. Tendo em vista a distribuição de cópias da ata
pactos da PEC n 277 na abertura e na competitivida-
da 7a reunião a todos os membros presentes, indago
de do mercado brasileiro.
sobre a necessidade de sua leitura.
O SR. DEPUTADO PEDRO EUGÊNIO - Peço Nosso setor vem sofrendo profundas transfor-
dispensa, Sr. Presidente. mações desde a promulgação da Constituição Fede-
ral de 1988, visando o benefício do consumidor e da
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen-
sociedade. Entretanto, é indispensável ressaltar aqui
de) - Em face do pedido da dispensa da leitura, colo-
as distorções que também ocorreram para que novos
co o assunto sob a apreciação do Plenário.
problemas sejam evitados.
Os Srs. Deputados que estiverem de acordo
Após quase seis décadas de preços de combus-
permaneçam como estão. (Pausa.)
tíveis controlados, teremos, a partir de 1° de janeiro
Está dispensada a leitura da ata.
de 2002, um mercado livre em toda a cadeia de co-
Em discussão. (Pausa.) mercialização de combustíveis - nas refinarias, na
Não havendo quem queira discuti-Ia, vamos importação, nas distribuidoras e para o consumidor fi-
passar à votação. nal. Será certamente uma data histórica para o Brasil
Os Srs. Deputados que aprovam permaneçam e acreditamos irreversível. Está prevista na Lei de Pe-
como estão. (Pausa.) tróleo, a Lei n° 9.478, de agosto de 1997, complemen-
A ata está aprovada. tada pela Lei n° 9.990, que prorrogou o seu pedido de
A presente reunião destina-se à audiência públi- transição até 31 de dezembro de 2001.
ca. Com murto prazer, informo que estão participando Para que essa data venha significar, de fato, um
desta reunião os seguintes convidados: Sr. João Pedro avanço, são necessárias importantes ações ora em
Gouveia Vieira Filho, Presidente do Sindicato Nacional curso e outras a serem desenvolvidas até o final do
das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubri- ano corrente, de forma a implementar controles que
ficantes - SINDICOM, a quem convido para fazer parte garantam a livre competição e o comportamento ético
4122X Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agustn de 2()() I
dos diversos elos da cadeia setorial nesse novo cená- setor. Surgiram diversas novas distribuidoras, mas se
rio, em benefício da sociedade e do consumidor. constatou que aquela tributação recém-criada no final
A questão tributária tem-se mostrado um ponto dos anos 80 apresentava fragilidades.
frágil do setor, levando a artifício para burlar o paga- Por favor, a próxima transparência.
mento de impostos, tendo como conseqüência eleva- Essa fragilidade estourou com o aproveitamento
das perdas para a sociedade e um ambiente competi- das brechas para sonegar ICMS e o PIS/COFINS.
tivo distorcido no mercado de combustíveis. Houve uma verdadeira indústria de liminares contes-
A cobrança dos principais tributos incidentes so- tando a forma de arrecadação desses tributos.
bre combustíveis - o ICMS, o PIS e o COFINS - vem Houve uma reação, depois de algum tempo, das
sendo sistematicamente contestada na Justiça. Em que Procuradorias na Justiça. Conseguimos a cassação
pesem os esforços e o sucesso alcançados pelas Pro- de praticamente todas as liminares de ICMS, mas foi
curadorias estaduais, pela Procuradoria da Fazenda um período extremamente conturbado. Logo em se-
Nacional, pela ANP e mesmo por esta Casa para pro- guida, houve um aumento da COFINS. No início de
mulgar a nova forma de arrecadação do PIS/COFINS, 1999, a COFINS foi aumentada, fazendo com que o
na suspensão das decisões judiciais, ainda somos sur- peso do PIS e do COFINS chegasse a 10% do preço
preendidos por liminares que contestam sistemáticas final dos combustíveis.
de arrecadação e facilitam a sonegação. Tivemos, então, uma nova situação de crise,
Nossa missão é hoje alertar que a PEC na 277 que se estendeu até o ano passado, com liminares
deve ajustar toda a tributação incidente sobre com- contra a cobrança de PIS e COFINS. Em seguida,
bustíveis importados e não apenas a Contribuição de através da Lei na 9.990, votada nesta Casa, consegui-
Intervenção de Domínio Econômico - CIDE, de ma- mos alcançar uma nova forma de tributação de PIS e
neira que não sejam desperdiçados inúmeros avan- COFINS exclusivamente na refinaria, o que resolveu
ços já registrados, principalmente comprometida a o problema.
competitividade das refinarias nacionais. Chegamos ao atual momento, em que o setor ain-
Para facilitar a compreensão de V. Ex"-", temos da é conturbado, com crises um pouco menores do que
um roteiro de exposição. Solicito ao nosso Diretor de as anteriores, mas ainda um período de crise, em que
Defesa da Concorrência, Dr. Alizio Vaz, que faça essa temos adunerações, sonegação ainda ocorrendo, espe-
exposição. cialmente no caso do álcool, e algumas liminares ainda
sendo concedidas. Isso nos preocupa muito.
O SR. AlIZIO MENDES VAZ - Boa tarde, De-
O próximo passo previsto é a aprovação da PEC
putados. É um prazer estar aqui hoje. Vamos entrar
na 277. A nossa preocupação é que se o texto for
um pouco mais em detalhe naquilo que o Dr. João Pe-
aprovado sem ajustes, da forma como está, podere-
dro antecipou, mostrando que em diversas oportuni-
mos chegar a urna nova situação de crise. Com essa
dades em que houve constatação de brechas no se-
nova brecha que se abre, se não forem feitos os ajus-
tor, essas brechas foram utilizadas para distorcer a
tes necessários, teremos uma tributação inferior so-
competição. O nosso receio é o de que justamente
bre o produto importado do que sobre o produto pro-
uma nova brecha que se abre com a importação seja
duzido no Brasil. Isso gerará um desequilíbrio compe-
má utilizada e tenhamos, mais uma vez, um tumulto
titivo não só entre as distribuidoras, mas principal-
na nossa atividade.
mente para as refinarias nacionais. Isso gerará uma
Por favor, passe a transparência. concorrência desleal entre o produto importado e o
(Apresentação de transparências.) produto nacional.
Este quadro aqui busca sintetizar quase toda Vamos detalhar, então, alguns desses proble-
nossa preocupação. O setor sofreu uma grande trans- mas. No nosso setor, especificamente, até 1993, tí-
formação com a Constituição Federal de 1988, quan- nhamos cerca de dez distribuidores atuando; com a
do foi criada uma nova tributação para os combustíve- abertura do mercado, como falei, foram verificadas
is. Até então, os combustíveis eram tributados por um fragilidades na legislação tributária que facilitavam a
imposto único. A partir de 1988, houve a incidência do sonegação. Hoje, apesar de algumas brechas tampa-
ICMS, PIS e COFINS sobre a venda de combustíveis. das, temos ainda cerca de 50 ações correndo na Jus-
Naquela época, tínhamos uma rigorosa regulamenta- tiça questionando substituição tributária e a arrecada-
ção. ção de hoje.
Em seguida, passamos por um período em que Temos 210 empresas, o que, aparentemente,
a regulamentação foi flexibilizada, com a abertura do demostra uma concorrência bastante saudável.
Agostp de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 31 41229
Entretanto, verificamos que, dessas 210 empresas, um preço mais elevado do que pelo que o produto efe-
65 só têm registro na AN P por decisão judicial. São tivamente é vendido e isso gera uma possibilidade de
empresas que não se enquadram na regulamentação questionamento.
da ANP e que entram nesse setor de forma oportunis- Existe uma previsão constitucional de que as
ta justamente para usufruir dessas brechas, dessas operações interestaduais com combustíveis são imu-
fragilidades. Isso demonstra que existe um grupo, não nes de ICMS. Então, algumas empresas questionam
é maioria, mas existe um grupo de empresas que es- a substituição, alegando que vão levar o combustível
tão aí para aproveitar as brechas, as oportunidades para outro Estado e deveriam, então, comprar o com-
que aparecem para gerar uma competição predatória bustível sem nenhum ICMS.
e distorções na comercialização, com preços falsa- A própria sistemática do PIS e COFINS, que foi
mente baixos através da sonegação. criada com a Lei nO 9.990, também vem sendo questi-
Quais são essas distorções? Temos um proble- onada. Já tivemos cerca de cinco liminares contra
ma quase insolúvel: a sonegação do álcool hidratado. essa lei, que não fez nem um ano. Neste momento,
A sonegação no álcool se dá em praticamente todos existem duas liminares questionando a Lei n° 9.990,
os elos da cadeia. Não existe um recolhimento de tribu- gerando distorção.
tos antecipados, como existe na gasolina e no diesel, As misturas irregulares também não constituem
em que o recolhimento é feito na refinaria por substitui- assunto objeto desta Comissão, mas não custa nada
ção tributária. Não existe essa sistemática para o álco- realçar que existe, em função da carga tributária so-
ol. Sonega-se, eu diria, quase descaradamente os tri- bre os combustíveis, um grande estímulo à adultera-
butos do álcool. Estimamos em 900 milhões a 1 bilhão ção do combustível, seja com solventes, seja com ex-
a perda de arrecadação dos Estados e da União, cerca cesso de álcool anidro na gasolina. Para se ter uma
de 40% do potencial de arrecadação. A melhor solução idéia, tomando-se por base os preços médios de
que vemos para esse problema é a redução da tributa- abril, em São Paulo, vemos que cerca de 50% do pre-
ção do álcool. Sendo o álcool um produto genuinamen- ço da gasolina correspondem à arrecadação de Go-
te nacional, com tecnologias desenvolvidas, gerando verno: PPE, ICMS, PIS e COFINS. No diesel, 27%; no
emprego no campo, é um produto que produz menos preço correto do álcool, da ordem de 1 real e 10 cen-
poluição, portanto, não tem razão de ser tributado tavos, um terço desse valor seria impostos. Hoje, em
como a gasolina. São Paulo, encontra-se com facilidade álcool a me-
Não se insere na discussão de hoje, mas a nos- nos de 80 centavos, o que demonstra que essa parce-
sa proposta seria a redução da tributação do álcool. la não está sendo recolhida. E isso acontece não só
A sonegação do diesel, apesar de os impostos em São Paulo, mas em todo o Brasil.
serem recolhidos antecipadamente da refinaria, ain- Aqui está um detalhamento de como funciona a
da existe em função da existência de alíquotas dife- estrutura de preço por dentro. Quando a refinaria ven-
renciadas de ICMS entre os Estados, o que permite de um litro de gasolina A, ela é remunerada por uma
que se compre o diesel numa refinaria onde o Estado parcela de aproximadamente 50 centavos. Outros pro-
taxa com uma menor alíquota e que se transporte dutos derivados de petróleo, como o solvente rafinado,
para um Estado onde a alíquota é maior, sem o reco- o solvente tolueno, proporcionam remuneração mais
lhimento da diferença. alta para a refinaria, ou seja, pode até ser um produto
O que acontece com as operação fictícias de mais sofisticado, mais elaborado, mas, devido à pe-
vendas a grandes consumidores? Quando é feita a quena carga tributária, torna-se mais barato que a ga-
substituição tributária na refinaria, presume-se que o solina - e isso estimula sua mistura à gasolina.
combustível será vendido num posto. Se esse com- Aqui está o exemplo de como a liminar afeta o
bustível for vendido para uma grande empresa, uma mercado. Esse é um quadro que considero quase que
transportadora, por exemplo, parte do ICMS é ressar- chocante. Ele mostra uma distribuidora de São Paulo,
cido. Então, são feitas falsas vendas a essas grandes a MACOM. O ano é 1999; em azul, temos as compras
empresas, é ressarcido o ICMS e esse produto vai pa- dessa distribuidora de gasolina; em vermelho, o diesel.
rar num posto como os outros, gerando um preço arti- Vejam as compras de combustível dessa distri-
ficialmente baixo, sonegando-se a tributação. buidora na refinaria de Paulínia: ela comprava 2 mi-
Quanto a questionamentos judiciais, como já lhões de litros, conseguiu uma liminar e, em abril de
disse aqui, ainda existem liminares. Questiona-se a 2000, passou de aproximadamente 2 milhões de litros
substituição de ICMS, porque as margens presumi- por mês para cerca de 10 milhões de litros de gasoli-
das algumas vezes são excessivas, taxa-se mais por na. Com a Lei n° 9.990, a liminar perdeu o efeito, ela
41230 Sllxta-lCira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agnslll de 200 I
voltou para um patamar de 3 milhões de litros por seguir - não fica resolvida; subfaturamento na importa-
mês; conseguiu uma sentença, em janeiro de 2001, ção; fraude na imunidade interestadual e fraude no
para não pagar PIS e COFINS na sistemática prevista ICMS diferenciado entre os Estados; incerteza quanto
e, num pulo quântico, saltou de 3 milhões de litros à arrecadação dos Estados. Além disso, a ocorrência
para mais de 15 milhões de litros. Durante o mês de de dupla tributação da CIDE, na forma corno o texto
março, ela chegou a ter essa sentença suspensa, está no momento, torna-se possível.
caiu, mas recuperou a sentença e chegou a comprar Esse quadro mostra, no mês de maio, a gasoli-
30 milhões de litros de gasolina no mês de abril. Essa na A, pura, produzida por refinaria em São Paulo, ao
sentença foi suspensa no mês passado, no STF, e ela valor de 1 real e 48 centavos, com todos os impostos
despencou de novo. incluídos. Temos aqui todas as parcelas: isso aqui é a
O próximo quadro também é bastante impressi- remuneração da refinaria, PPE, PIS, COFINS, ICMS
onante: mostra que no mês de abril a distribuidora da refinaria e ICMS da substituição. Conforme está a
MACOM comprou em Paulínia 31 milhões de litros de PEC hoje, se chegarmos com um produto importado
gasolina, contra a BR Distribuidora, que comprou que custe o mesmo cobrado na refinaria, a PPE ou a
também em Paulínia, a maior refinaria do País, 22 mi- CIDE, no caso, com o mesmo valor, o PIS/COFINS
lhões de litros; a Ipiranga, 27; a Ess, 20; a Shell, 17; a seria menor, porque sua base de cálculo seria dife-
Texaco, 11. Então, essa empresa consegue ser maior rente, seria calculado por fora e não por dentro - es-
que distribuidores que há anos estão no mercado, tou usando o termo técnico de quem conhece tributa-
consegue superar inclusive a estatal, que é a maior ção: calcular por fora e por dentro -, o ICMS seria me-
distribuidora do mercado brasileiro. A contestação da nor, próprio da refinaria, e o de substituição, também.
tributação gera efeito danoso, que corrompe comple- Observação: a substituição não é prevista no produto
tamente a competição no mercado de combustíveis. importado, já existe uma proposta de emenda preven-
O potencial de arrecadação da gasolina e do di- do a substituição de ICMS no produto importado. De
esel é de cerca de 20 bilhões de reais por ano. Faça- qualquer forma, se tivéssemos tudo isso, o produto
mos simplesmente um exercício. Dez por cento de so- importado sairia 20 centavos por litro mais barato que
negação pode parecer pouco, mas movimenta 2 bi- o produto produzido na refinaria, o que gera distorção
lhões de litros. É uma conta óbvia: 10% de 20 bilhões e praticamente inviabiliza a refinaria. Caso o importa-
são 2 bilhões. Quero apenas mostrar que 10% de so- dor alegue que esse produto será consumido e não
negação gera fantástica quantidade de recursos. revendido em um posto, mas consumido pelo próprio
O SINDICOM visualiza um horizonte onde tere- importador, não haveria parcela de substituição, e o
mos um mercado livre, com as importações liberadas produto seria adquirido por cerca de 1 real e oito cen-
a partir de janeiro de 2002. Mas um mercado com re- tavos, permitindo que esse produto fosse internado
gras claras e permanentes que, se não impossibilite, no País e possivelmente levado para um posto. Se
pelo menos dificulte a sonegação de tributos como fa- houver subfaturamento no produto importado, redu-
tor de competitividade, para que tenhamos uma com- zindo artificialmente 10% do seu custo, teríamos uma
petição equilibrada, e a ética predomine no setor. diferença de 50 centavos no preço do litro de gasolina
Dessa forma, teremos preços competitivos, arrecada- importada e a nacional. É impossível uma refinaria
ção de impostos assegurada e o consumidor protegi- competir nessas condições.
do, os picaretas sairiam do mercado, e o consumidor A primeira alteração que sugeriríamos seria a
estaria comprando combustível com mais segurança. incidência monofásica da contribuição do PIS e
Em relação à PEC, entrando em área mais técni- COFINS e do ICMS. Ou seja, não teríamos mais
ca agora, o texto apresentado prevê a incidência da substituição tributária, mas uma alíquota cobrada na
Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico, produção e na importação uma única vez. Acabando
em substituição à atual PPE, sobre a produção e im- com a substituição tributária para essas tributações,
portação, e a incidência de PIS e COFINS na importa- poríamos fim às fraudes praticadas quando se diz que
ção. São passos importantes e indispensáveis, mas o produto será vendido para um grande consumidor e,
não suficientes. Os problemas dos Estados não são na verdade, é vendido para um posto. A tributação se-
atendidos. Temos, como mencionei anteriormente, fra- ria a mesma, independente do destino da mercado-
udes nas vendas das grandes consumidores, que não ria, e os questionamentos da substituição tributária
serão resolvidas; o questionamento da distribuição tri- acabariam.
butária continuará existindo; a diferença de tributação Usamos neste quadro as cores verde e verme-
entre produto nacional e importado - e vou mostrá-Ia a lha para dizer o que se resolve com essa alteração:
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS ScxtiJ-leira 31 41231
poríamos fim ao questionamento da substituição tri- Evidentemente, essa questão fará parte do de-
butária, não existiria mais substituição tributária, mas bate, mas gostaria que se esclarecesse o que foi dito
uma incidência monofásica, ponto. A diferença de tri- acerca do cálculo de PIS/COFINS e ICMS por fora e
butação entre o produto nacional e o importado seria por dentro e o que acontecerá quando se estabelecer
parcialmente resolvida e continuaríamos com os ou- a tributação monofásica. Pergunto o que realmente
tros problemas. resolverá a questão do ICMS, que produz a diferenci-
Conseqüentemente, mais uma alteração seria a ação entre o produto importado e o nacional? O que
adoção de alíquotas específicas. Ou seja, alíquotas passa a definir o caráter monofásico do produto?
cobradas não como um percentual mas como um va- (Intervenção inaudível.)
lor por litro, que seria dividido entre contribuição, O SR. ALlZIO MENDES VAZ - A alíquota espe-
PIS/COFINS e ICMS. Com isso, não haveria diferen- cífica.
ça de tributação entre o produto nacional e o importa-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen-
do; seriam cobrados indiferentemente 20 ou 30 centa-
de) - Deixo o assunto pendente. Embora saiba que
vos por litro. O subfaturamento também não adianta-
não está na hora do debate, levantei o assunto apenas
ria de nada; pode haver redução do preço da merca-
para que não nos esqueçamos de debatê-lo depois.
doria, mas o valor do imposto é o mesmo. Mesmo as-
sim, continuaríamos com alguns problemas. Ouviremos em seguida o Sr. Aldo Guarda, repre-
sentante da FECOMBUSTíVEIS, e, depois, para finali-
Sugerimos mais duas alterações: o fim da imuni-
zar nosso debate, a palavra esperada do Dr. Roberto
dade interestadual, mantendo-se a arrecadação inte-
Macedo, não apenas na condição de Presidente do Sin-
gralmente para o Estado do consumo. Ou seja, não
dicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás,
muda nada. Muda apenas a redação do texto. A imu-
mas como autoridade que já pertenceu ao Govemo.
nidade interestadual foi a forma de redação adotada
S.Sa. foi Secretário-Executivo do Ministério da Econo-
na Constituição de 1988 para assegurar que toda a
mia e, certamente, nos trará mu~as contribuições.
tributação de ICMS fosse destinada ao Estado de
consumo, mas isso gerou possibilidade de esperteza. Com a palavra o Sr. Aldo Guarda.
Portanto, é melhor manter a situação de hoje, mas O SR. ALDO GUARDA - Sr. Presidente, Depu-
com uma nova redação, em que o ICMS é todo devido tado Eliseu Resende; Sr. Relator, Deputado Basílio
no Estado de destino, e alíquotas uniformes de ICMS Villani, demais Deputados, agradeço a todos a opor-
em todos os Estados, para acabar com a possibilida- tunidade de estar aqui e poder demonstrar nossa pre-
de de se comprar o produto em um Estado cujo ICMS ocupação.
é barato para vendê-lo em um onde é mais caro. A FECOMBUSTíVEIS representa hoje mais de
Assim, teremos todos os problemas resolvidos, res- 28 mil e 500 postos revendedores em todo o País. Fico
tando apenas mais um: a dupla incidência da contri- muito à vontade para falar sobre o tema. Sou provavel-
buição. mente o último em toda a cadeia da comercialização
O próximo quadro acrescenta que o petróleo, de dos derivados de petróleo, visto que a ANP já manifes-
forma técnica, hidrocarboneto em estado líquido, não tou sua posição, a PETROBRAS também já o fez, se-
seria taxado com a contribuição e sim o seu produto fi- guida pelo SINDICOM. Agora, é nossa vez.
nal. Não se comercializa petróleo, mas seus derivados. A felicidade é que não vemos nenhum ponto di-
E esses, sim, teriam a incidência na contribuição. vergente, todos são convergentes, todos têm a mes-
Com todos esses problemas resolvidos, o último ma preocupação: a ANp, a PETROBRAS, o
quadro resume o que falamos. A PEC, com os ajustes SINDICOM e a FECOMBUSTíVEIS. Isso nos deixa
que propomos, dá-nos a possibilidade de, em janeiro do bastante à vontade porque talvez seja esta a oportu-
2002, termos o mercado livre, sem sonegação, sem dis- nidade única e ímpar de podermos resolver o proble-
torções e sem desequilíbrio compe@vo, o que pratica- ma que aflige todo o mercado.
mente inviabiliza a produção interna de combustíveis. O problema, como o SINDICOM acabou de ex-
Agradeço a todos a oportunidade e coloco-me à por, passa pelo PIS, COFINS, PPE e ICMS. Nós, da
disposição para as perguntas. revenda, temos um problema ainda hoje bastante afli-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen- tivo e, de 1988 para cá, vivemos com soluços no nos-
de) - Ouvimos atentamente a exposição dos repre- so mercado. O que chamamos de soluços é a desor-
sentantes do SINDICOM. A palavra inicial foi do Dr. ganização do mercado, ou seja: abre-se uma porta,
João Pedro Gouveia Vieira Filho, seguido pelo Dr. Ali- cria-se uma tributação, e é questionada essa tributa-
zio Mendes Vazo ção. A revenda, que é o último elo dessa cadeia, sofre
41232 Sexla-lcira 3 I DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Agoslo de 20() I
perante o consumidor, que imagina ser ela a causa de ção e passamos imediatamente a palavra ao Dr. Ro-
toda essa distorção. Mas, na realidade, a causa dessa berto Macedo, que nos honra com a sua presença.
grande distorção sempre é o péssimo entendimento O SR. ROBERTO MACEDO - Boa tarde a to-
das legislações aplicadas. dos. Em primeiro lugar quero saudar os membros
Defendemos sempre que os impostos PIS e desta Comissão na pessoa do seu Presidente, Depu-
COFINS tivessem essa tributação arrecadada em tado Eliseu Resende, amigo e conhecido de longa
substituição tributária pelo produtor, que é a data além de conterrâneo de Minas Gerais, e do De-
PETROBRAS. Isto, no ano passado, deu algum alívio putado Basílio Villani, o Relator da matéria. Vejo na
ao mercado, embora ainda esteja sendo questionado platéia conhecidos de longo tempo, em particular o
na Justiça. Esse alívio foi de fundamental importância Deputado Carlos Santana, com quem tive oportuni-
para que a revenda pudesse sobreviver por mais al- dade de trabalhar quando da Lei dos Portos.
gum tempo.
Aqui estou na condição de Presidente do
Tivemos e temos ainda o questionamento do
SINDfGÁS. Devo esclarecer que sou de uma nova gera-
ICMS, que traz grandes distorções no mercado. Por
ção de executivos de entidades de classe, que são pro-
isso disse que provavelmente estejamos num mo-
fissionais e não necessariamente empresários. Não te-
mento ímpar para resolvermos todos esses proble-
nho uma empresa de GLP, mas estou acompanhado de
mas. A verdade é que sugerimos exatamente o que
dois diretores de empresas: o Dr. Paulo Barata Ribeiro,
todos já propuseram: que esses impostos sejam reco-
da MINASGÁS; e o Augusto Costa que representa a
lhidos monofasicamente; que a incidência do ICMS -
Butano, uma das empresas mais conhecidas no Nor-
e o Presidente Eliseu Resende vai questionar isso -
deste brasileiro. Eles estão aqui para me acompanhar e
tanto no produto importado como no produto produzi-
do aqui tenha as mesmas características e uma fixa- também para prestar esclarecimentos sobre questões
mais técnicas e detalhes sobre os quais não tenho co-
ção que não favoreça a ocorrência de distorção no
mercado. nhecimento adequado. Teríamos a presença de mais
dois diretores, mas eles ficaram retidos em São Paulo,
Com certeza, gostaríamos de ver uma uniformi-
cujo aeroporto hoje ficou fechado por algum tempo. Mi-
zação na arrecadação do PIS e COFINS, reforço, tan-
neiro que sou, cheguei mais cedo para não perder o
to no produto importado quanto no produto nacional.
avião, mas os que estavam na dependência do retorno
Muito pouco poderia complementar uma vez
dos aviões que saíram inicialmente ficaram retidos lá
que todos estão numa linha de convergência. Mas,
até mais tarde.
aproveitando essa oportunidade, a revenda deixa um
apelo: se por acaso a PEC for cuidar única e exclusi- Estamos aqui para discutir proposta de emenda
vamente da substituição de uma PPE por uma outra constitucional cujo objetivo é a substituição da cha-
tributação apenas para garantir essa arrecadação, a mada PPE. Sinceramente, entendo que ela deve ser
revenda gostaria de não ver isso acontecer. A reven- aprovada, e abordaremos certos detalhes em segui-
da gostaria até que ficássemos como estamos hoje. da. É inevitável que, com a retirada da PPE, que é um
Por quê? Porque hoje conhecemos todos os proble- acerto de contas junto com a PETROBRAS, se passe
mas do mercado, hoje estamos numa linha de ação a ter importação livre e se tenha de criar novo meca-
para que possamos combater os sonegadores, os nismo. Do contrário, quem importar diretamente esca-
adulteradores, enfim, todos aqueles que perturbam o pa desse acerto de contas, que é, essencialmente, de
mercado. tributação e subsídio.
Gostaríamos de ver esse momento aproveitado No caso da gasolina há uma cobrança a mais,
para englobar todos os impostos e tributos incidentes, cujos recursos são utilizados para subsidiar o gás,
ICMS, CIDE, PIS, CONFINS, num único imposto. Po- que é o nosso caso. Tem de haver realmente a apro-
deria ser em três impostos, mas que todos sejam ar- vação de uma medida como essa, se não o mercado
recadados num único elo da cadeia e que seja mono- fica desorganizado, o que entrar por fora da
fásico. PETROBRAS escapará dessa conta. Imaginem a difi-
Sr. Presidente, não tenho muito o que acrescen- culdade que a necessidade de se fazer uma conta
tar, visto que todos já expuseram as suas idéias, e com cada empresa traria.
elas, como disse, são quase todas convergentes. Vamos tratar do caso do gás liqüefeito de petró-
Muito obrigado. leo, o GLP. Não me refiro ao gás natural, esse é outro
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen- sindicato. Temos algumas diferenças relativas aos de-
de) - Agradecemos ao do Dr. Aldo Guarda a participa- mais combustíveis, mas os senhores poderão ver que
Af!-uslO de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexla-\cira31 41233
chegamos a conclusões semelhantes quanto às pro- me, alguns princípios de tributação, sem o que tam-
posições. bém o setor pode ficar desorganizado.
Vou aproveitar a oportunidade para falar um A marca não é objeto dessa proposta de emen-
pouco sobre o gás, que é um pouco desconhecido, in- da à Constituição, mas insistimos muito nesse ponto,
clusive porque não afeta tanto o orçamento da classe para que não haja a fraude que ainda ocorre no setor:
média nem aparece tanto na mídia. Há poucos dias, algumas pequenas empresas engarrafam botijões
fizemos uma pesquisa ocasional entre os professores dos outros. Elas, porém, não investem em botijão, não
da USP. Percebemos que uma família gasta usual- fazem manutenção, não se responsabilizam pela coi-
mente um botijão de gás por mês, que custa em torno sa, apenas enchem o botijão que tem a marca de ou-
de 15 a 20 reais dependendo de ser entrega automá- tro, soltam no mercado e, freqüentemente, conse-
tica ou não. Todos os professores, porém, gastam, em guem liminar para essa finalidade. Felizmente, é uma
combustíveis, de 200 a 300 reais por mês. O gasto prática minoritária do mercado, e temos conseguido
com combustível, portanto, é dez vezes maior. E isso combater isso. O sindicato gasta um bom dinheiro
faz com que esse item participe mais do orçamento correndo atrás dessas liminares. De certa maneira,
da classe média e mereça maior atenção por parte da então, isso não chegou a desorganizar, mas ameaça
mídia. fazê-lo, inclusive, porque, antes da substituição tribu-
tária PIS/COFINS, havia também muitas liminares de
Além disso, o gás não causa nem tem tantos
revendedores que tentavam evitar o pagamento de
problemas como os demais combustíveis, pelas ra-
impostos. E isso também abriria espaço para esses
zões que vou adiantar agora.
distribuidores mal capitalizados utilizarem as brechas
Comparemos com o caso dos combustíveis. Qu- tributárias para adquirir maiores condições de com-
alquer um pode montar uma distribuidora, arranjar um petitividade.
caminhão, que pode até ser alugado, ir lá e pegar o pro- Então, isso aí não ocorre, mas é bom que a pos-
duto. Arranja, então, uma liminar, como aconteceu du- sibilidade seja bem amarrada, para que não se concre-
rante muito tempo, e sai vendendo combustíveis para os tize.
postos. E o álcool e a gasolina são mais passíveis de al-
Passarei agora a fazer uma breve exposição.
teração. No caso do gás é diferente, os volumes transa-
Dado o meu hábito de professor, vou falar de pé, por-
cionados são menores, e ele atrai menos gente. Depois,
que desse modo vejo melhor o que está sendo mostra-
é preciso capital, é necessário que se tenha as instala-
do.
ções de armazenamento, engarrafamento, investimento
(Apresentação de transparência.)
em botijão, tanques de armazenamento, o que abre me-
nos espaço para aventureiros. Mostro alguns dados comparativos do acesso
ao GLP e a outros serviços, alguns bens duráveis,
Uma questão muito importante e pela qual o sin- para ressaltar como ele é importante para as famílias
dicato luta é relativa à marca. Os botijões têm uma brasileiras. Há dados sobre consumo doméstico e do
marca, se alguém comprar um combustível adulterado
setor de distribuição, consumo doméstico per capita
- embora seja complicado o processo de adulterar em países selecionados, inclusive o Brasil, que é um
GLP, pode-se comercializar botijões de menor peso, o dos maiores consumidores mundiais de gás, ficando
que é uma forma de adulteração muito clara, - isso se atrás apenas de países produtores, e o consumo do-
associa àquela marca e o consumidor pode reclamar.
méstico per capita por Estado, para vermos que é
No PROCON, fica uma coisa bem mais clara. mais ou menos homogêneo, o que demonstra que o
No caso dos combustíveis, se enchem o tanque gás penetra em todas as famílias e não se diferencia
do automóvel com produto adulterado, até o motor pipo- muito por classe de renda. Isso acontece porque o
car lá na frente, de certo, o consumidor já encheu o tan- gás é uma necessidade básica, ou seja, uma família
que novamente em outro posto, e a coisa se perde pe- mais rica não consome mais apenas por isso. O gás
los emaranhados das questões e da burla à lei. Por na- está muito ligado à atividade de alimentação.
tureza, nosso setor abre menos espaço a esses aventu- Depois, há a questão da cadeia de distribuição
reiros e para essa desorganização que aconteceu no de gás, que tem algumas implicações importantes na
caso dos combustíveis, em particular da gasolina. tributação do setor, e ainda as nossas propostas
Não obstante, ele é sujeito a riscos, e nós enten- quanto à tributação de GLP, as quais, como disse, co-
demos muito importante que sejam consagrados, incidem muito com as apresentadas anteriormente.
seja na legislação já adotada, mas também na pro- O gás não aparece muito na mídia, repito, talvez
posta de emenda à Constituição, para ficar mais fir- porque ele esteja funcionando bem. Só aparece
41234 Sexta-feira 31 DIÁRIO IJA CÂMARA DOS DEPUTADOS Ag()SIO de 20() I
quando há essas explosões, como aconteceu recen- evidentemente. E estamos lutando pela regulamenta-
temente em São Paulo, na margem da Castelo Bran- ção dessa atividade, que gera muitos empregos por
co, mas não temos nada a ver com isso. Estavam ba- causa dos revendedores e de todo o mundo que opera
tendo uma estaca e perfuraram um duto da nisso, cerca de 1O mil veículos são utilizados.
PETROBRAS. Vez por outra, acontecem algumas ex- Estou vindo de uma viagem ao Nordeste, onde
plosões de botijão, mas normalmente isso acontece vi motocicletas, que me lembraram o side-car que ha-
devido à falta de cuidado e, às vezes, esses acidentes via antigamente, carregando três ou quatro botijões,
estão ligados a esses engarrafamentos de outras numa entrega automática.
marcas.
Então, é um setor pulverizado. E ele não se de-
O Brasil tem 42 milhões de domicílios familiares, sorganizou, a exemplo do que ocorreu com os com-
34 milhões na área urbana e cerca de 8 milhões na bustíveis, como eu disse, pela questão de marca, es-
área rural. Em 94% desses domicílios há eletricidade; cala, e porque atrai menos aventureiros. Mas é preci-
em 64% há coleta de lixo e fossa céptica. Cerca de so que seja colocada uma armadura, para evitar jus-
80% são servidos por sistema público de água. tamente que venha a haver a desorganização do se-
Encontramos televisão em 87% e geladeira em 82%. tor. E já há alguns movimentos nessa direção, como
O gás chega a 97% dos domicílios. Quer dizer, pene- disse, com o engarrafamento de botijões de outras
tra mais do que a água encanada, a luz elétrica e ou- marcas e a obtenção de liminares.
tros itens, já que particularmente nas zonas rurais ele
É interesse constatar que o pessoal vem falando
substitui esses insumos. Em particular no que diz res-
de imposto monofásico. Acredito que, por causa da
peito à questão energética. crise de energia elétrica, estejam adotando urna ter-
O Brasil movimenta um volume de vendas totais minologia mais própria aos engenheiros. Que fique,
de 6 milhões de toneladas, a maior parte destinada ao então, monofásico ou substituição tributária, porque o
consumo doméstico, mas há cerca de 1 milhão de to- que queremos é que isso seja cobrado de uma única
neladas para uso industrial, o que é vendido a granel vez, para evitar essas liminares pela frente.
para as empresas. Em cerca de 41 milhões de domicí- O SR. DEPUTADO CARLOS SANTANA - Em
lios há fogão. O consumo médio por domicílio é de tudo o que é fácil de resolver coloca-se um nome difí-
133 quilos por ano, ou onze botijões. Grosso modo, as cil.
famílias gastam um botijão por mês. Rodando por aí,
há 85 milhões de botijões. Cada família tem o seu, o O SR. ROBERTO MACEDO - É mesmo, Depu-
que soma 40 milhões de botijões, e há os que estão tado. (Risos.)
em processo de substituição, passando pelas empre- Bem. Aqui temos o consumo doméstico de GLP
sas - alguns têm dois botijões para fim de reposição. per capita nos países selecionados. Vemos o México,
O número de engarrafadores e distribuidores é de que inclusive usa muito um outro sistema. Eles colo-
dez. Quer dizer, os senhores notam aí a diferença em cam tanques maiores em cima das residências e eles
relação ao caso dos demais combustíveis. O nlJmero são enchidos a granel, inclusive num processo mais
de revendedores é que é muito grande. À medida que barato, mas com outros riscos. A Venezuela vem em
o produto sai das distribuidoras, há uma série de re- seguida, o Chile, o Equador, a Argélia, o Egito e o Bra-
vendas de variados tamanhos. Há um distribuidor ofi- sil. Dos primeiros acima do Brasil, apenas o Chile não
cializado, mas tem gente que sai vendendo esses bo- se destaca como grande produtor. No Brasil, pode-se
tijões em favelas e há os chamados postintlos, que in- dizer, as famílias rodam a gás.
clusive estão em fase de regulamentação pela própria Em visita àqueles lados da Região Norte, da
Agência Nacional de Petróleo, uma vez que é difícil Transamazônica, perguntei a uma pessoa o que res-
haver controle dessa venda pulverizada. Mas abre-se tou da Transamazônica: "Sobraram uns caminhos aí
também muito espaço para o chamado mercado in- em que só passa cerveja e botijão. O resto não chega
formai, em que muitas pessoas pegam esses botijões a esses confins do Brasil." Esses produtos, que são
e saem vendendo por aí. realmente essenciais, acabam chegando lá.
Ainda esses dias, um radialista de São Paulo me Há facilidades de transporte, pois o Brasil é um
levou para ver alguém que amarrava nos postes os bo- País integrado. Eu estive em um seminário em que,
tijões que vendia na rua. Chamei-os de "botijões-ca- comparando-se o consumo do Brasil com o do Peru e
chorros", porque há uma corrente em torno deles, que da Colômbia, disseram: "Aqui há uma dificuldade,
são colocados juntos ao poste para serem vendidos a pois temos de subir com o botijão." Há grandes altitu-
quem passa por ali. Essa venda pulverizada tem riscos des. Então, a questão do transporte é muito mais
AKoslo de 200[ DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Scxta-Ieira 31 41235
complicada, mesmo quando tratada em termos de Já alcançando as propostas, vamos ver que, em
pequenas quantidades. função dessas características, temos sugestões se-
O Brasil, então, é um dos maiores consumidores melhantes às do pessoal de combustíveis. Temos
do mundo. Temos recebido visitas e perguntas a res- uma situação de PIS/COFINS com alíquota proporci-
peito de países da África, que estão tentando disse- onai. Queremos um imposto federal único sobre ope-
minar o consumo de GLP internamente. Surpreen- ração de venda com alíquota específica. Essa é outra
dentemente, num dos maiores produtores de GLP no terminologia, porque específico é um termo muito
mundo, a Nigéria, os cidadãos não usam gás, e lá há vago, mas, para quem é do ramo, é um imposto co-
dificuldade sobretudo de comercialização, de tributa- brado não ad valorem porcentagem, mas seria no
ção e de instalações. A África possui nações que ain- caso centavos ou reais por unidade de medida. No
da estão na base de sistemas tribais, de vilas, não de caso dos combustíveis, daria centavos por litro ou por
grandes aglomerações urbanas, o que dificulta muito quilo. Isso é muito importante. Gostaria de chamar a
a penetração do gás. atenção da Comissão para esse aspecto.
Aqui está um gráfico muito interessante do con- Estive acompanhando o que aconteceu recente-
sumo doméstico per capita - não é por família. GLP mente quando o preço do petróleo aumentou. Na Eu-
por Estados, em 1999, em quilograma. Os senhores ropa, o preço não aumenta tanto assim, porque o im-
notam que entre o mínimo e o máximo, cerca de vinte posto é específico, fica fixo, aí o aumento no preço não
e cinqüenta, temos uma média em torno de trinta e é proporcional. Aqui o Poder Público se beneficia mui-
poucos. Quer dizer, não há grande variação como, por to. É um sócio da OPEP, como costumo dizer. Aumenta
exemplo, no nível de renda entre esses Estados, por- o preço do petróleo, o imposto é ad valorem, e se vai
que as famílias usam esse produto como necessida- arrecadando mais. No dia que o preço voltar, dizem
de básica. que não podem diminuir a arrecadação. Aí, inventam
O gás, os senhores sabem, tem uso restrito. Há um aumento, não da alíquota em si, mas do que eles
o gás de cozinha, há o industrial a granel, mas não há, chamam de margem de valor adicionado, que é o meio
por exemplo, uso automotivo. Alguns levantam a sus- utilizado para contar essas sucessivas fases de co-
peita de que alguns Estados, como Goiás, Rio Gran- mercialização.
de do Sul e Tocantins, teriam consumo acima da mé- Então, seria muito melhor ter o imposto específi-
dia por algum desvio dessa utilização. co, e essa inclusive seria uma forma de o Congresso
Considerando a cadeia de distribuição de GLP e Nacional acompanhar melhor esses preços de com-
já pensando na nova sistemática, temos aqui o impor- bustível já que teríamos a coisa definida em unidades
tador e a refinaria. Hoje é só refinaria. Vamos poder de real por volume ou peso de combustível.
ter importação direta quando da liberação. Aquilo vai Quais as razões disso? Uniformizaria a legisla-
para a distribuidora, e uma parte vai a granel para o ção, otimizaria a sistemática de arrecadação e fiscali-
consumidor que utiliza isso como insumo de produ- zação e evitaria aumento de impostos quando há alta
ção. Por exemplo, em fábrica de cerâmica é muito uti- de preço. Dessa forma, haveria maior controle sobre
lizado gás para fins industriais e secagem de forno. essas coisas.
Da distribuidora, vai para a primeira revenda, depois a Como os senhores viram, são as mesmas apre-
segunda, terceira e, às vezes, quarta e quinta, até sentadas pelo setor de combustíveis. No caso de
chegar ao consumidor doméstico. ICMS, imaginávamos que essa PEC seria só para o
Uma das dificuldades da tributação do gás - e caso do imposto federal, embora seja criada a CIDE,
sofremos muito nos Estados - deve-se ao fato de eu já ouvi conversas no sentido de que, eventualmen-
que calculam a cadeia produtiva muito na base na te, ela pode incorporar o PIS/COFINS. No texto, pode
venda ao consumo doméstico, que é o preponderan- substituir o PIS/COFINS e ficar um imposto único so-
te. No caso do consumidor, que usa como insumo, a bre os combustíveis. Não sei se os nobres Deputados
cadeia produtiva é bem menor. E eles cobram impos- vão querer amarrar isso de forma melhor, mas como
to supondo uma cadeia produtiva mais extensa, com PIS/COFINS, o aumento do valor da alíquota geraria
várias revendas. Acaba-se tendo direito à restituição algumas complicações.
tributária, e só um ou dois Estados praticam o sadio No caso do ICMS, se tiver algum movimento
ato de devolver o imposto arrecadado a maior. Te- nessa direção, gostaríamos que fosse na mesma li-
mos um problema nessa área, e é uma das proposi- nha. Estamos defendendo um princípio: alíquota es-
ções que vamos fazer é no sentido de homogeneizar pecífica e unificada entre os Estados - hoje, cada
esses critérios entre Estados. Estado tem sua alíquota -, não tanto nos 17% ou
41236 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Ap,oslo de 2()() I
14%, mas diferentes margens de valor agregado, pe- res a granel, como é o caso da cerâmica. Os Estados,
las quais se contam os sucessivos passos da cadeia às vezes, cobram com margem de valor agregado
de comercialização. Cada Estado arbitra isso. maior do que aquele que vai para o consumidor do-
Recentemente, quando o preço do gás foi libe- méstico, em que o número de passagens pelos reven-
rado nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, dedores é maior. Queremos a manutenção do ressar-
completando uma etapa de liberação, essa liberação cimento da diferença de imposto quando o preço pra-
ficou parada porque alguns Estados teriam de reduzir ticado é inferior ao presumido. Essa é situação atual.
a margem de valor agregado para evitar maior impac- Precisa haver um ressarcimento. Queremos que seja
to sobre os preços. Foi preciso que se fizesse uma re- mantido o ressarcimento pelo Estado de consumo,
união do CCI\lFAZ, e todos sabem que isso é uma coi- que chancela o valor e é compensado na importação
sa extremamente complicada. ou na refinaria.
No caso do ICMS, somos a favor também da ex- Conversando com o pessoal de combustíveis,
tinção dessa imunidade interestadual, conforme já foi verifico que, como o combustível chega mais próximo
proposto aqui. Isso é hábito. Tem muita margem para e não tem mais etapa de comercialização depois que
sonegação. Pega-se o caminhão com combustível, abastece o consumidor, eles não teriam grande preo-
diz-se que vai para outro Estado, e se tem imunidade cupação com a questão do ressarcimento, que é
tributária; quando, na verdade, aquilo é desovado em pago a maior. Para nós, porém, isso é muito importan-
algum lugar, simplesmente corno forma de sonega- te, porque há os consumidores industriais - e temos
ção. Isso manteria a arrecadação no Estado de con- direito ao ressarcimento.
sumo, evitaria a sonegação e daria transparência ao A tendência, à medida que se liberar o mercado,
destinatário do tributo. é a de que o gás possa ser usado para outros fins,
A alíquota específica do ICMS tem a grande eventualmente até para uso automotivo. Isso teria a
vantagem de eliminar a discussão sobre diferenciais vantagem do estilo do uso do gás nos processos pro-
de alíquota, que é algo absurdo. Tudo tem que passar dutivos, o reconhecimento desse segmento diferenci-
pelo CONFAZ, e alguns Estados ficam puxando suas ado, maior controle fiscal e agilidade na compensa-
alíquotas para terem ganhos tributários. Garante e ção do tributo.
padroniza o sistema de arrecadação, põe um fim à Gostaria de chamar a atenção dos senhores
guerra fiscal entre os Estados e permite a compensa- para o fato de que nossas sugestões batem muito
ção global. Pode-se utilizar o sistema para fins de com as feitas aqui pelo SI NDICOM, que são: a inci-
compensação entre os Estados. Fica urna coisa mais dência monofásica; as alíquotas específicas, seja da
clara do ponto de vista tributário e mais transparente. CIDE, do PIS-COFINS ou do ICMS; o fim da imunida-
No caso do ICMS e PIS/COFINS, a substituição de interestadual; alíquotas uniformes do ICMS com o
tributária na fornecedora, a proposta chamada mono- produto em todo o País. O ponto em que teríamos pe-
fásica, consolida o sistema atual. Essa foi urna grande quena divergência seria quanto à imunidade dos hi-
medida que o Governo adotou, pois eliminou boa par- drocarbonetos líquidos em estado natural.
te dessas liminares mas, na hora em que abrir a im- À primeira leitura da PEC, entendi que o petró-
portação, como os senhores ressaltaram, vão dizer leo em si estava isento, mas há um artigo - depois po-
que a importação é diferente e começarão aquela derei mostrar-lhes - que diz que não há tributação so-
guerra novamente. A meu ver, é urna coisa muito ar- bre os derivados e o outro que diz que há. Isso gerou
riscada. Mantém o impeditivo à sonegação e garante um pouco de confusão.
a arrecadação e a fiscalização. Agradeço aos senhores a atenção e fico à dis-
Queremos também, no caso do ICMS, se a PEC posição, juntamente com meus colegas das empre-
for entrar nessa área, uma MVA definida por Estado sas, para prestar os esclarecimentos adicionais ne-
com uma porcentagem do preço presumido. Quere- cessários. Agradeço novamente à Comissão que exa-
mos urna MVA nacional única, o que seria dispensá- mina a PEC a oportunidade.
vel se a alíquota fosse específica. Se tivéssemos uma Muito obrigado.
alíquota específica, não haveria o que discutir o que O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen-
vem nas etapas de comercialização. Isso teria a van- de) - Agradecemos ao Dr. Roberto Macedo a impor-
tagem, por ser o fim da guerra fiscal, de haver melhor tante exposição e, imediatamente, partimos para a
quantificação do percentual do tributo. fase dos debates.
Finalmente, falo de algo que é muito importante Daremos a palavra inicialmente ao nobre Rela-
para nós por causa desse fornecimento a consumido- tor, Deputado Basílio Villani.
Agosto de 2()() I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexla-feira 31 41237
O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI- Sr. Pre- vergentes e serão absorvidas por esta Relatoria, não
sidente, senhores expositores, Srs. Deputados, em tenho dúvida nenhuma.
cada audiência pública realizada vemos condições de Temos a felicidade de contar com o Presidente
enriquecer o trabalho desta PEC, que considero a Eliseu Resende, uma das pessoas mais experientes
mais importante deste semestre, talvez deste ano, no assunto no Brasil. Iremos contribuir, sim, com o
porque é de extrema importância para o País. Tenho a País, deixando pronta esta PEC até o dia 10 de agos-
convicção de que ela será a locomotiva que vai arras- to, do contrário, não vamos resolver o problema, por-
tar os demais tributos, porque todos desejamos a re- que o prazo fatal é o dia 2 de janeiro de 2002, quando
forma do sistema tributário, mas ela está empacada a matéria deverá ter sido aprovada em dois turnos
nesta Casa há bastante tempo. Acredito que, se reali- tanto no plenário desta Casa quanto no do Senado.
zarmos um trabalho inteligente em relação à PEC n° Aproveito, então, porque há algumas sugestões,
277, poderemos inclusive obter condições de avan- para formular uma pergunta. E a faço já pensando em
çarmos na reforma do sistema tributário. termos de futuro e em nível de mercado, com o gaso-
As palestras de hoje foram apresentadas com duto implantado, o gás natural implantado em alta es-
material muito bem elaborado e nos dão certa tran- cala. Quando se fala por exemplo em termos de evolu-
a
qüilidade, porque vimos muito poucas divergências ção das grandes empresas, Dr. Roberto Macedo, V. 5
nas propostas apresentadas. não vislumbra a substituição do gás liqüefeito pelo gás
natural?
Volto a frisar, Sr. Presidente, primeiro, a questão O SR. ROBERTO MACEDO _ Bem, sou do GLp,
do prazo. Infelizmente, poderíamos fazer um estudo mas, como santo de casa não faz milagre, sou consu-
bem mais profundo, mas não temos tempo. Vamos
midor do gás natural. Quanto ao gás natural, particu-
aprovar essa matéria no mais tardar - é um compro- larmente num país imenso como o Brasil e com um
misso meu - no máximo até o dia 10 ou 15 de agosto. grau de pobreza ainda muito grande, é muito cara a
Como no mês de julho entraremos em recesso, temos sua instalação, porque se tem de fazer toda a rede.
praticamente só a semana que vem. Hoje, encerra-
Ele deve ganhar espaço, mas a velocidade dis-
mos as audiências públicas; na semana que vem, tra- so não vai ser muito acelerada. Estamos encontrando
taremos de assuntos internos - pelo menos aqueles
uma competição maior em segmentos isolados, parti-
mais constantes e freqüentes na Comissão, porque cularmente os industriais, por onde passa a tubula-
quando se constitui uma Comissão todos pedem ao ção. E ela ainda é muito voltada para esses grandes
Líder para que sejam indicados, mas depois não apa- consumidores. Aí, passa a haver uma competição
recem. Por felicidade, temos companheiros acompa- muito forte em setores industriais como o da cerâmi-
nhando de perto os nossos trabalhos. E é minha in-
ca.
tenção, sim, fazer uma inovação nesta Casa.
Vemos que, com as dimensões continentais do
Como as apresentações foram todas conver- Brasil, o mercado está sempre crescendo, porque a
gentes, com os palestrantes trazendo sugestões mui- demanda do gás doméstico está muito ligada ao nú-
to importantes, tenho o desejo, Sr. Presidente, de fa- mero de domicílios. Num País que tem uma fronteira
zer um trabalho, não de microfone, um discurso políti- muito grande, vemos um mercado que, nesse está-
co - sim, porque este é um trabalho técnico e não po- gio, nesse horizonte que podemos contemplar, ainda
lítico -, mas no sentido da participação. Apesar do oferece espaço para os dois. Há muito espaço para
nosso recesso, acredito que o pessoal dos sindicatos, crescimento.
confederações, do Ministério dos Transportes e da Inegavelmente, o pessoal do GLP espera que a
PETROBRAS não terão recesso. Assim, comprome- instalação da nova rede seja compensada com a libe-
to-me, mesmo durante esse período, a fazer esse tra- ração do nosso gás para outros usos. Há países que o
balho grupal, para sairmos com um produto acabado utilizam no setor automotivo. Entretanto, por causa do
e de extrema importância, com pelo menos o rascu- subsídio, estamos tolhidos em relação a alguns usos
nho das leis, porque só a PEC será insuficiente. Tere- do gás. Com a liberação, pode ampliar o mercado,
mos de, por intermédio da PEC, produzir várias leis. E que teria espaço para ambos os produtos.
é o desejo e a intenção desta Relataria pelo menos O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI- Um dos
deixar os rascunhos das leis prontos e discutidos com quadros apresentados aqui mostrou o consumo do-
a sociedade e com os maiores interessados. méstico per capita por Estado. Tenho absoluta con-
Não tenho muitas perguntas a fazer, porque as vicção, porque já vi veículos de Prefeituras transpor-
sugestões estão claras e, a princípio, todas são con- tando alunos com botijão de gás. É um absurdo, mas
41238 Sexla-Iciru 3\ DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Ag<ISltl de 2001
isso ocorre. Quando vejo essa diferença, em termos A partir dos debates desta PEC, outras preocu-
de Estados, penso que talvez isso seja a causa da di- pações surgiram, e passamos a buscar o que real-
ferenciação de alíquotas. Não seria? O sindicato fez mente queremos para a economia do País, para as in-
algum estudo sobre isso? dústrias, discutindo como trabalhar e, ao mesmo tem-
O SR. ROBERTO MACEDO - Não. Não temos po, que destino final queremos dar para a PPE.
um estudo para correlacionar isso com a alíquota. Te- Petista que sou, tenho clareza das necessida-
ria de ser uma tributação maior. Mas acredito que, des, cada vez maiores, das nossas empresas naciona-
nesse estágio, não, porque inclusive em boa parte is. Não participei desse debate na Comissão, mas, ob-
desses Estados, até recentemente, o produto era ta- servando as normas que o Constituinte inseriu na Car-
belado. Então não tem grande efeito. E V. Exa nota que ta Magna para disciplinar a forma como os produtos in-
os Estados em evidência são aqueles que se desta- ternacionais poderiam entrar no País, consigo ver a
cam pela agricultura: Tocantins, Goiás, Rio Grande do enorme diferença em relação ao que acontece hoje.
Sul, Mato Grosso. Nós, do PT, não somos culpados pela situação
O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI - Deve- atual do mercado. Quando defendemos as indústrias
mos ter bastante veículos com botijão de gás nas car- nacionais, somos até chamados de dinossauros por
rocerias. aqueles que acreditam que modernidade é abrir o
mercado e deixar acontecer o que está ocorrendo.
O SR. ROBERTO MACEDO - Deve haver, mas Devemos, pois, fazer uma autocrítica, mas muitos que
temos de deixar isso para outra Comissão. ajudaram a fazer isso não fazem essa autocrítica. Mas
O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI- Não te- acredito que há tempo de fazermos a reparação.
nha dúvida. O momento é importante para nos debruçar so-
Deixarei para depois a formulação de outras bre esse trabalho, até porque percebo, em todo os de-
perguntas. Agradeço ao Sindicato Nacional das bates de que venho participando, que não está ha-
Empresas Distribuidoras de Gás Liqüefeito de Petró- vendo discordância entre os ramos envolvidos. Deve-
leo, que inclusive tem feito um milagre, porque foi por mos, então, aproveitar essa unidade para entrarmos
intermédio do SINDIGÁS que se acabou com a quar- na elaboração final desse projeto.
ta-feira de cinzas no Brasil, uma vez que até São Pe- O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI- Peço li-
dro comprou fogão a gás. (Risos.) cença a V. Exa para dizer que está havendo verifica-
Muito obrigado. ção de quorum na Comissão do Orçamento e que,
por isso, terei de me retirar por alguns momentos. Vol-
O SR. PRESIDENTE (Deputado E!iseu Resen-
tarei rapidamente.
de) - Com a palavra o nobre Deputado Carlos Santa-
O SR. DEPUTADO CARLOS SANTANA - Cre-
na.
io, portanto, que já ternos todas as condições de par-
O SR. DEPUTADO CARLOS SANTANA - Sr. tirmos para a elaboração final.
Presidente, S~ e Srs. Deputados, senhores membros Fico muito feliz em saber que o Dr. Roberto Ma-
da mesa, primeiramente quero elogiar o trabalho que
cedo está envolvido com a questão do GLP Entretanto,
V. Exas. fizeram, porque esta PEC é uma pequena re- tenho uma preocupação. Temos nesse setor uma
forma tributária. bomba de efeito retardado que está lá no final, no con-
Acompanho de perto a questão dos postos de sumo. V. sa é hábil, reconheço embora tenhamos diver-
gasolina e sei que os donos de postos de gasolina ho- gido em relação a muitos pontos da Lei Portuária.
nestos estão sofrendo por causa dos desonestos, Estou dizendo isso, porque moro no subúrbio do
que sonegam impostos e adulteram o combustível. Rio de Janeiro, na zona oeste, e sei o que é a distribui-
Sou responsável pelo recolhimento de assinaturas ção de gás para as pessoas. Hoje - desculpem-me a
para abertura de uma CPI só para discutir isso, por- expressão - é coisa de bandido distribuir gás da for-
que entendemos que o que perdemos com a adulte- ma como é ferta. Não por culpa da grande empresa,
ração da gasolina e do álcool é algo enorme. não, mas porque, quando o gás entra na cadeia de
Há um ano, venho acompanhando o processo e distribuição, para chegar ao consumidor é um proble-
todos esses números, tanto no que diz respeito à tri- ma. É padaria, é açougue, é farmácia, todo o mundo
butação nos Estados, quanto em relação à adultera- distribuindo gás, e o Município não faz nada, e o Esta-
ção, e estou muito satisfeito porque, até essa PEC, do, que deveria, com bombeiro e tudo, fazer a fiscali-
estávamos somente preocupados com a PPE - e te- zação, não faz, e assim sucessivamente. E ainda há
mos de fazer o nosso mea-culpa. uma máfia aí. Todo o mundo tem direito, e aí o sujeito
Agosto dlJ 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS SlJxta-lcira 31 41239
quer entrar na distribuição, mas vem outro e diz: "Não, O SR. DEPUTADO CARLOS SANTANA - Eu es-
aqui o território é meu. Aqui só entra ou sai quem eu tou à disposição, assim como vários Deputados.
quero". E acabou. Digo isso porque é o que acontece O SR. ROBERTO MACEDO - Mas temos que
na Zona Oeste, de onde venho e que conheço - Ban- regulamentar, porque é uma oportunidade de trabalho
gu, Padre Miguel, Realengo, Campo Grande, região para mu~as dessas pessoas.
onde milito e onde resido. O SR. DEPUTADO CARLOS SANTANA - Não,
Então, é extremamente importante o sindicato não, isso eu acho que é...
a
começar a agir, e fico até feliz por saber que V.S está O 5R. ROBERTO MACEDO - Eles estão pres-
no sindicato; é importantíssimo começarmos o mais tando um serviço, porque levam o gás às vezes a áre-
rapidamente possível. Temos que saber como traba- as inacessíveis.
Ihar com a PEC para tentar uma amarração, mas acho
que vamos ter de trabalhar numa legislação espec ífica O 5R. DEPUTADO CARLOS SANTANA - Não,
também, o que certamente vai passar pelos Estados e é só para evitarmos abusos. O que eu acho que temos
Municípios, e os senhores já deveriam ter essa preocu- de fazer é uma regulamentação, porque hoje não há
pação, o mais rapidamente possível. E os companhei- como enquadrar ninguém. Qualquer um entra nesse
ros da área de postos de gasolina começaram a fazer mercado, e aí vale a força. É como o velho oeste. É a
um trabalho belíssimo, que foi um trabalho de denún. luta do velho oeste. E se isso acontece no Rio de Janei-
cia, digamos assim, contra as adulterações, todo um ro, imaginem o que acontece nos outros Estados. É pior
ainda.
processo que aconteceu, até para mostrar que existem
os honestos, para os quais a margem de lucro é extre- O SR. ROBERTO MACEDO - Vou falar aqui, ago-
mamente pequena, mas há os desonestos, que estão ra, como professor. Uma idéia que clicou na minha ca-
ganhando mu~o, que estão comprando internamente. beça é a de eventualmente usar-se a oportunidade des-
Então, acho que há também uma necessidade de o sa PEC para fazer uma reforma tributária, se fosse o
sindicato agir nesse sentido. caso. Nessa questão dos combustíveis, se se incluísse
Não tenho perguntas. Só quero agradecer o tra- o ICMS e se chegasse a um acordo nessa linha, talvez
balho extremamente importante que os senhores fi- fosse o caso de resolver por aqui e depois generalizar
zeram. Vejo aí o nosso Presidente, que é um especia- para o resto. Já que não dá para fazer para tudo, que
lista em tributação, como todos sabemos, e o Deputa- se comece do particular para o geral, certo? É o tal raci-
ocínio indutivo.
do Mussa Demes, a quem fiz ontem uma cobrança,
pois se tivesse continuado fazendo a reforma tributá- O 5R. DEPUTADO CARLOS SANTANA - Está
ria já teríamos definido isso há mais de dois anos. O certo.
problema é que não tiveram pe~o, não tiveram cora- O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen-
gem de fazer a reforma tributária, que incluía esta dis- de) - Com a palavra o nobre Deputado Carlos Alberto
cussão. E ontem eu passei a tarde conversando com Rosado.
o Deputado Mussa Demes, que é suplente nesta Co- O SR. DEPUTADO CARLOS ALBERTO
missão, e disse-lhe que poderia participar mais, pois ROSADO - Sr. Presidente, Dr. Roberto Macedo, Dr.
é uma pessoa que pode ajudar muito. João Pedro Gouveia Vieira e Dr. Aldo Guarda, agradeço
Então, quero só agradecer este momento. Espero as brilhantes explanações, que ajudaram esta Comis-
que o projeto seja levado à votação o mais rapidamente são a entender o problema com que estamos defron-
possível, porque eu acho que já está começando a ficar tando para fazer uma legislação específica sobre esse
maduro. assunto e a vivência, a conseqüência desses atos que
O SR. ROBERTO MACEDO - V. Ex" permite um estamos tomando aqui na vida do cidadão brasileiro. E é
esclarecimento, Deputado? Sobre essa questão dos importante que tenhamos sempre o cidadão brasileiro
vendedores, sabemos do problema. Inclusive não é como objetivo maior das ações desta Casa, tal como
só questão de saber. Temos todo um aparato jurídico prega o colega Deputado Carlos Santana.
que nos pressiona a tomar conhecimento do proble- Sr. Relator, Deputado Basílio Villani, o ouvido de
ma. Freqüentemente somos chamados ao Ministério Relator é o de que mais a gente gosta, o que a gente
Público, aos bombeiros do Rio de Janeiro, mas é um atinge com mais vontade. Portanto, agradeço sua votla
assunto que, no primeiro estágio, depende muito de rápida, porque eu gostaria de fazer também alguns co-
regulamentação por parte da ANP, e temos lutado por mentários a respe~o desse assunto.
isso. Eventualmente podemos até conversar e, se for Primeiro, há uma desconfiança terrível de que
o caso, ir lá. na verdade o Governo quer com isso inicialmente re-
41240 Sexta-kira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agustu de 2001
solver o problema da participação especial do petró- Nós tínhamos um problema de água e começa-
leo, mas depois aproveitar e enfiar a mão no bolso do mos a tentar resolvê-lo procurando atingir um lençol
consumidor mais uma vez. Na hora em que o Gover- que, lá na minha cidade, passa a mais de 1.200 metros
no cria essa contribuição de intervenção no domínio abaixo do reservatório, o Arenita Sul. E para conseguir-
econômico, que tem o objetivo de pagamento de sub- mos fazer isso perfuramos uma série de poços, e sem-
sídios ao preço do transporte de álcool carburante ou pre passamos por uma camada de petróleo, até que
de derivados do petróleo, estendido pelo Presidente um dia resolveram cavar um poço para criar um hotel,
para o gás também, com o que concordo, acho que é o Termal, lá na minha cidade, e no dia da inauguração
interessante, tudo bem; mas aí a gente vê que, na le- do hotel as piscinas amanheceram cheias de petró-
tra b, o Governo já pede financiamento de programas, leo. Estava descoberto o petróleo mossoroense.
fiscalização de qualidade de combustível. Ora, apro- A região hoje produz 150 mil barris de petróleo.
vamos aqui a Lei n° 9.478, que regulamentava exata- E, apesar de produzirmos tanto petróleo e gás natural
mente a comercialização do petróleo, e lá havia taxas - já abastecemos, no ramal que vem em direção ao
para a ANP executar exatamente essa atividade; Sul, os Estados da Paraíba e Pernambuco, e entra-
mas, como se está mexendo novamente e o Leão tem mos até em alguns Estados, como Alagoas, que tam-
urna boca muito grande, então o Governo, querendo bém produz, mas não beneficia, e nós beneficiamos;
dar uma nova mordida no bolso do consumidor, inclui agora estão terminando a construção do ramal que
esse dispositivo: "regulamentação das atividades de vai para o Norte e que atinge, no presente momento,
indústria do petróleo e gás natural"; '10mento das ati- Pecém, e a nossa expectativa é de uma produção de
vidades de transporte, energia e meio ambiente" - pa- 10 bilhões de metros cúbicos -, o que é que fica efetiva-
rece-me que essa letra b não tem um objetivo; ela mente para o Rio Grande do Norte dessa contribuição
foge, extrapola o objetivo da PECo decisiva que o petróleo dá ao desenvolvimento da Na-
ção? Absolutamente nada, porque, no sistema tributário
Portanto, quero deixar uma sugestão. E vou par- atual, não podemos tributar o petróleo bruto.
ticipar das discussões futuras da PEC, se Deus qui-
ser; infelizmente, não podemos garantir a participa- Sei que isso não é objeto desta Comissão, mas
ção, talo nível de atividade nesta Casa. O novo Presi- muito se falou aqui e nesta audiência de hoje que é
dente, Deputado Aécio Neves, teve uma dificuldade muito bom que o petróleo bruto não seja tributado. Ora,
na fase inicial, mas depois foi aprumando suas ações para o Rio Grande do Norte, para o desenvolvimento
e de repente abriu todo um conjunto de Comissões. do Estado, pela contribuição que o Rio Grande do
Confesso que não sou membro desta Comissão, mas Norte dá à Nação brasileira, é importantíssimo que o
petróleo seja tributado, possa ser tributado na forma de
sou Presidente de outra, que estava em reunião, e petróleo bruto, porque se conseguirmos estabelecer
membro de mais duas, mas precisava vir aqui dar que, desse ICMS do petróleo, 10% vão para o petróleo
este depoimento e discutir os assuntos que são de in- bruto, 7%, ou 3%, ou 4% vão para a refinaria e o res-
teresse da região e da população que represento tante vai para o Estado consumidor, o Rio Grande do
nesta Casa. Norte terá recursos adicionais para promover seu de-
Portanto, espero que o Sr. Relator seja sensível senvolvimento.
ao fato de que a letra b é absolutamente supérflua Choca-nos saber que o Governo quer que toda
nessa PEC e só tem o objetivo de tirar um pouco mais a sociedade brasileira contribua de forma a subsidiar
de dinheiro do consumidor. o consumo de cada região brasileira, mas não reser-
Um segundo ponto: falamos aqui a respeito da va um subsídio diferenciado para os Estados produto-
legislação tributária do petróleo no Brasil. Ela é extre- res. Tenho uma emenda nesse sentido, Sr. Relator,
mamente perversa com os Estados produtores de pe- propondo que esses recursos que serão arrecadados
tróleo. Há vinte anos, no meu Estado, o Rio Grande do com as taxas e intervenções cuja criação está em dis-
Norte, descobriu-se petróleo. Quando se criou a cussão neste momento possam subsidiar de forma
PETROBRAS - e havia um ex-funcionário da diferenciada o consumo nos Estados produtores.
PETROBRAS aqui, o Deputado Zica, que sabia des- Portanto, é de bom-tom e agradeço a boa nolí-
sa história -, o Governo começou a pesquisar petró- cia que recebi de que o Sr. Presidente desta Comis-
leo e contratou um técnico, Mr. Link, dos Estados Uni- são promoverá, a partir da próxima semana, rodadas
dos, que veio, fez uns furos no Rio Grande do Norte de discussão nesta Casa, quando poderemos esclare-
em 1954, mas infelizmente não descobriu petróleo cer de forma mais completa o objetivo da nossa emen-
naquela ocasião. da e o desejo do Rio Grande do Norte, com certeza
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-lcira3\ 41241
também do Espír~o Santo, com certeza também da Ba- tre o produto nacional e o importado, alcançando um
hia, Estados que produzem petróleo em terra mas não objetivo fundamental da nossa proposta, da PECo Mas
conseguem beneficiar-se dessa riqueza que a natureza ficam ainda algumas questões de subfaturamento, de
lhes deu. fraude, de imunidade interestadual, fraude do ICMS di-
Muito obrigado. Não tenho nenhuma pergunta ferenciado entre Estados, incerteza quanto à arrecada-
específica. ção do Estado e dupla tributação do petróleo. Vou deixar
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen- para o final a extinção da imunidade interestadual e a
de) - Agradeço ao ilustre Deputado Marcio Fortes a alíquotas uniformes. Se for acrescentada a questão
presença. relacionada à imunidade ou ao diferimento, na saída
Não há mais nenhum Parlamentar inscr~o para da refinaria, dos tributos sobre os hidrocarbonetos lí-
debate. quidos e em estado natural, aí fica resolvida a ques-
O SR . DEPUTADO BASíLIO VILLANI- Sr. Pre- tão da dupla tributação.
sidente, fui citado pelo Deputado Carlos Alberto, aliás Bem, ficam as duas questões que gostaria de de-
Betinho, meu amigo. Inclusive gostaríamos de contar bater aqui, finalmente, para nossa orientação, para a
com V. Exa nesta Comissão, em razão da sua brilhan- orientação da Comissão como um todo: a questão do
te participação. Estamos de pleno acordo. Esta dis- fim da imunidade interestadual do ICMS e a questão
cussão, essa sua vontade, esse seu talento não po- das alíquotas uniformes do ICMS. São assuntos que
demos desperdiçar nesta Comissão. Então, pediria nos devem preocupar aqui política e tecnicamente.
que se somasse a este grupo de trabalho. Primeiro, nosso Relator enfatizou aqui que te·
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende) mos um prazo a cumprir. A idéia é liberar as importa-
- Chamo a atenção da nossa assessoria legislativa ções já em janeiro do ano que vem. E o nosso Relator
para o fato de que as exposições, eu acho, foram princi- está falando na aprovação aqui desse nosso parecer,
palmente muito didáticas e podem esclarecer o Sr. Re- do seu relatório, na primeira quinzena de agosto, para
lator, na grande tarefa que terá pela frente para apre- depois haver duas votações em dois turnos, tanto na
sentar seu parecer a esta Comissão. Câmara quanto no Senado. Mas esse não é o fim do
Eu gostaria de voltar àquele ponto que levantei processo. Depois tem que vir a lei, e a lei tem que ser
anteriormente. O Dr. Roberto Macedo não gosta muito aprovada e publicada antes do fim do ano. Então, nosso
da expressão "monofásica", não é? (Risos.) Ou "unifá- cronograma é mu~o rígido, e faríamos um milagre se
sica". Significa que o tributo é aplicado uma única vez conseguíssemos ultimar isso nesse prazo. Mas temos
no processo, na cadeia produtiva. Foi d~o aqui que, se que tentar.
ao texto original incorporar-se a alteração correspon-
E quero esclarecer ao Deputado Carlos Santana
dente à incidência monofásica, ou seja, o imposto apli-
que o Relator da Lei do Petróleo fui eu, sou eu o respon-
cado uma única vez, tanto para a contribuição de inter-
sável, mas demos ao Governo um prazo de três anos
venção no domínio econômico quanto para o
para corrigir isso, a partir de agosto de 1997. Esse prazo
PIS/COFINS, quanto para o ICMS, eliminaríamos, da-
venceu em agosto do ano passado e o Governo não re-
quela seqüência de problemas, o problema relaciona-
do com a fraude em vendas a grandes consumidores, solveu; pediu uma prorrogação até dezembro de 2001 e
eliminaríamos o questionamento da substituição tribu- enviou esta PEC, que chegou em outubro do ano pas-
tária e resolveríamos parte do problema da diferença sado aqui, a esta Casa, e só agora estamos tratando
de tributação entre o derivado importado e o produzido dela, já no mês de junho, às vésperas do recesso de
no Brasil. E isso vem de acordo e em consonância com julho. E vamos chegar a um ponto, se não formos sufi-
o que foi exposto aqui ontem pelo Presidente da cientemente ágeis - e esta velocidade é quase mila-
PETROBRAS. Era grande a preocupação dele com grosa - em que o Governo vai ter de enviar uma men-
que não venhamos a prejudicar a PETROBRAS nessa sagem prorrogando novamente o prazo por lei. Então,
questão da comercialização de combustíveis no Brasil estamos com esse tipo de problema.
quando se promove a abertura para a importação. O que se propõe aqui? Basicamente - e este é o
Mas isso apenas resolve uma parte, pelo que ponto que gostaria de deixar enfatizado aqui, e temos
está indicado aqui. Se nós, então, adicionalmente à que nos reunir com o nosso Relator, com a assessoria
incidência monofásica, introduzirmos a característica legislativa, com aqueles todos que estão fazendo esta
da alíquota específica, em cima da CIDE, do proposição, no sentido de buscar a plena resolução de
PIS/COFINS e do ICMS, eliminaremos totalmente a todos esses problemas - precisamos discutir a questão
questão relacionada com a diferença de tributação en- das alíquotas uniformes do ICMS. Nesse ponto, preci-
41242 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPIJIADOS Agus(u de 2001
saremos ter um pouco de sensibilidade, e não apenas mos a sociedade. Se uniformizarmos por baixo, mui-
técnica. tos Estados vão reclamar e não vão aprovar. E se um
Todos entenderam que, tecnicamente, é preciso do CONFAZ não aprovar, não haverá aprovação.
que isso aconteça. O próprio Governo já disse aqui, por Estamos aqui com aquele que já presidiu o CONFAZ
intermédio do Secretário Everardo Maciel, que o ideal várias vezes no Brasil.
seria que houvesse uma alíquota uniforme não só para O SR. ROBERTO MACEDO - Não, eu não che-
o combustível, mas para todos os produtos. Essa é uma guei a tanto. (Risos.) Mas já participei de várias reu-
questão que envolve outras esferas de poder, a dos niões. É um negócio complicado.
Estados, porque eles é que são os cobradores do O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
ICMS, que é a principal fonte de arrecadação estadual, _ O Ministro da Fazenda preside o CONFAZ, não é?
e o combustível é a principal base de arrecadação de
ICMS em cada Estado. Bom, teríamos nós condições _ O SR. ROBERTO MACEDO - É. mas na ausên-
e chamo atenção para isto - de resolver aqui, com cia dele é o Secretário de Política Econômica.
esta velocidade, esse problema? Se o resolvermos, O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen-
teremos todas as questões solucionadas. Se não o de) - Pois não. Então, eu levanto essa questão - e é
resolvermos, vamos ficar com o risco da incerteza por isso que estou chamando a atenção da nossa as-
quanto à arrecadação dos Estados, à fraude do ICMS sessoria técnica - porque se partirmos para uma so-
diferenciado entre os Estados e à fraude na imunida- lução ótima, de uma redação plena que resolva todos
de interestadual do ICMS. os problemas, daí teremos que partir principalmente
Dizem que às vezes o ótimo é inimigo do bom. para uma negociação com os Estados, definindo inclu-
Vamos partir para obter o ótimo? Teremos condições sive a alíquota, porque se algum Estado entender que
de obter o ótimo na velocidade desejada? Porque isso vai perder arrecadação...
vai envolver a participação dos Estados, vai envolver re- Gostaria, então, de ponderar sobre isso. Eviden-
uniões com o CONFAZ. temente, se dissermos que vamos considerar o Esta-
Tem a palavra o Deputado Rosado. do que cobra a maior alíquota de ICMS sobre os corn-
O SR. DEPUTADO CARLOS ALBERTO bustíveis e nivelar por cima, todos os Estados vão
ROSADO - Sr. Presidente, a questão atenta contra o querer, é claro, mas teremos a reclamação da socie-
princípio constitucional do pacto federativo, que é o dade, porque estaremos aumentando o preço dos
da autonomia dos entes federativos. Essa é uma ne- combustíveis.
gociação tão ampla e difícil que até implodiu a Comis- O SR. DEPUTADO CARLOS ALBERTO
são da Reforma Tributária. Se formos entrar nisso, não ROSADO - Sr. Presidente, vejo um pouco mais do
vamos sair do lugar. Então, vamos tangenciar o proble- que isso. Além de aumentar ou diminuir a receita tri-
ma, como V. E)(, está propondo. butária, há o poder do Estado de decidir sobre os fo-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende) mentos ou sobre o caminho do seu desenvolvimento
- É verdade. Minha preocupação é essa que V. E)(' econômico. Na hora em que se estabelece uma quota
levantou. única, ou um valor único, e impede-se o Estado de tra-
O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI - Eu já balhar essa quota de ICMS, que é atribuição constituci-
tenho uma impressão diferente. Tenho a impressão onal dos Estados, estamos impedindo que o Estado
de que pelo menos temos de tentar, porque é um as- faça a sua política econômica. A questão é mais com-
sunto específico e de extrema necessidade. Se não plexa.
conseguirmos fazer isso, vamos ter dificuldades. Eu O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
acho que pelo menos temos de tentar. - A Constituição entra também na legislação tributária,
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen- definindo o que compete aos Estados arrecadar, mas
de) - Prosseguindo, então, na minha ponderação, e essa é uma questão de emenda constitucional. Corno
os Srs. Deputados entenderam que o problema exis- vamos garantir a aprovação da nossa emenda consti-
te, como alcançaríamos, para a satisfação plena de tucional em plenário se porventura o Estado de São
todos os Estados, a uniformização da alíquota do Paulo acionar sua bancada para não aprová-Ia?
ICMS? A primeira afirmação que se faz é: para satis- Estou só exemplificando com o Estado de São Paulo,
fazer os Estados deve-se uniformizar por cima. Mas, mas poderia ser qualquer outro, como o Paraná, ou
se uniformizarmos por cima, estaremos aumentando mesmo todo o Nordeste. Então, temos que analisar
os preços dos derivados do petróleo, o que não é ob- isso, em face da velocidade que temos de imprimir aos
jetivo da sociedade nem nosso, nós que representa- nossos trabalhos.
Agosto d~ 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS S~xta-Icira 31 41243
Quero dar a palavra para resposta, depois, ao consumo, como já acontece hoje, simplesmente para
SINDICOM, lembrando também que parece que está ev~ar aqueles artifícios de quem quer comprar sem
dentro da reforma tributária ou é do desejo do Gover- ICMS alegando que vai levar para outro Estado.
no enviar uma PEC especial, uma legislação especial O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen-
unificando a alíquota do ICMS sobre todos os produ- de) - Ou seja, isso parece consenso; não haveria pro-
tos no âmbito estadual. Não sei se é o caso, talvez, de blemas com relação a essa questão. Restaria apenas
esperarmos que esse assunto seja debatido em âm- a questão da unificação.
bito mais geral, em um processo, em um período de O SR. ALlZIO MENDES VAZ - É transparente, é
reflexão maior, mais longo. Assim, alcançaríamos indiferente para os Estados.
uma parcela importante do nosso propósito, porque O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen-
resolveríam~s a questão .d~ dif?renciação do preço de) _ Eu pergunto porque parece que esses pontos
do produto Importado, ehmmanamos a questao da estão elencados na emenda do Deputado Mareio For-
substituição tributária, eliminaríamos toda a questão tes, que, entretanto, envolve também a questão da uni-
da incidência de liminares; só ficaria pendente a formização do ICMS.
questão d~ tributação específica, que contempla as Bem, eu chamo a atenção da nossa assessoria
arrecadaçoes do Estado. técnica legislativa e do nosso Relator para que esse
Faço esta observação e gostaria de uma pala- assunto seja analisado tecnicamente. Ontem a
vra adicional do SINDICOM a respeito disso, ou do Dr. PETROBRAS deixou a sua assessoria técnica à dis-
Roberto Macedo, pois entendo que talvez esse seja o posição da Comissão, e creio que o SINDICOM tam-
ponto principal para que possamos dar seqüência aos bém assim como o SINDIGAS e o
nossos trabalhos. FECOMBUSTíVEIS deixaram toda a sua assessoria
Com a palavra V.Sa. técnica à disposição do Relator e da nossa assesso-
O SR. JOÃO PEDRO GOUVEIA VIEIRA FILHO - ria técnica legislativa, para que possamos passar
Sr. Presidente, V. Ex" fez duas sugestões: uma é quanto agora, finda a fase dos debates, para a questão rela-
ao fim da imunidade interestadual; a outra refere-se às cionada ...
alíquotas uniformes do ICMS. Evidentemente, estamos O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI -
cientes da complexidade de se fazer aprovar essa uni- Comente aquilo que Betinho contestou, o ~em 111, o
formidade do ICMS, e eu acho que seria uma ousadia negócio de distribuição. É importante. Betinho fez um
da nossa parte, já que não somos políticos, dizer ou su- comentário sobre o (ininteligível).
gerir que se deva agir assim ou assado. Apenas esta- O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
a
mos dizendo que com isso, como V. Ex mencionou, _ O que eu estava dizendo é que podemos dar seqüên-
poderíamos resolver ou tornar muito mais difícil qual- cia aos nossos trabalhos em reuniões internas de deba-
quer sonegação. te, para que o Relator possa (e esse é o projeto dele)
Agora, quanto ao outro ponto, a imunidade inte- apresentar na primeira semana de agosto seu pare-
restadual, eu pelo menos não enxergo dificuldade de cer, que submeteremos à aprovação do plenário, para
se conseguir isso agora, com esta PECo Não sei se V. ver se até o 15 de agosto teremos o relatório aprova-
a
Ex está vendo dificuldade. E se ficar só o problema da do, para tentar colocá-lo na pauta de discussões da
uniformidade, talvez a solução, se for um consenso, Câmara, no plenário, ainda no mês de agosto, e -
uma decisão política a inviabilidade, fosse aguardar- quem sabe? - no mês de setembro no Senado; em no-
mos essa outra PEC que o Executivo parece que vai vembro cuidaremos da lei e em dezembro ela estará
enviar ao Congresso para uniformizar as alíquotas por publicada. (Risos.)
produto. Quanto à destinação, nosso Relator solicita que
Esta é uma posição pessoal, mas também é uma façamos um comentário a esse respe~o. Parece que há
decisão política. Eu acho que é mu~o difícil nos posici- o entendimento aqui, entre os Parlamentares que es-
onarmos. tão participando mais ativamente das reuniões da Co-
O SR. ALlZIO MENDES VAZ- Só confirmando o missão, de que a destinação não deva realmente co-
que o Dr. João Pedro disse, quando falamos no fim na brir a questão relacionada com o custeio. Fica impró-
imunidade interestadual, é bom que fique bem claro prio vincularmos constitucionalmente recursos para
que isso não altera a arrecadação dos Estados. Tra- cobrir custeio. Então, em princípio concordamos com a
ta-se simplesmente de um ajuste na redação da Cons- posição do Deputado Rosado. Teremos de discutir a
tituição, assegurando, de qualquer forma, que toda a sua emenda com relação à tributação dos hidrocarbo-
arrecadação vá para o Estado de destino, o Estado de netos em estado natural, que é considerada aqui como
41244 Sl)Xla-lcira 11 DIÁRIO DA CÂMARA DOS IWI'UTADOS Agoslu dl) 200 I
bitributação. O que importa é a destinação do ICMS, na Philemon Rodrigues. Deixaram de comparecer os Se-
legislação do ICMS, contemplando mais os Estados nhores Deputados Antonio do Valle, Bispo Rodrigues,
produtores. É uma filosofia de destinação da tributação, Chico Sardelli, Fernando Gabeira, Flávio Derzi, Ger-
porque, a menos dos royalties aplicados, a menos dos vásio Silva, Haroldo Lima, Jaques Wagner, José Car-
royalties que contemplam os superficiais - uma vitória los Coutinho, José Priante, Pedro Pedrossian, Rober-
do Rio Grande do Norte, que deve ser creditada ao De- to Jefferson, Vadão Gomes e Vittorio Medioli. Ata -
putado Carlos Alberto Rosado -, a tributação sobre os Após declarar abertos os trabalhos, o Senhor Presi-
combustíveis ou é a tributação relacionada com as dente, Deputado Eliseu Resende, colocou em apreci-
contribuições, que é um tributo federal, ou é a tributa- ação Ata da oitava reunião, cuja leitura foi dispensada
ção relacionada com o ICMS, que é um tributo esta- por solicitação do Senhor Deputado Luciano Zica,
dual. tendo em vista a distribuição antecipada de cópias
Acho que devemos então convocar, para o início aos Senhores membros da Comissão. Em discussão
dos debates internos, urna reunião desta Comissão e votação, a Ata foi aprovada. Ordem do Dia - Discus-
para a próxima terça-feira. são do parecer do Relator, Deputado Basílio Villani,
Não havendo mais quem queira fazer uso da pa- que concluiu pela aprovação, com Substitutivo, da
lavra, convoco a reunião para a próxima terça-feira, Proposta de Emenda à Constituição n° 277-A, de
na mesma hora. 2000, do Poder Executivo, que altera os arts. 149 e
Agradeço aos expositores a presença e parabe- 177 da Constituição Federal; pela admissibilidade das
nizo-os pelo caráter didático de suas apresentações, emendas de nOs 1,2,3,4,5,6,7, a, 9,10,11,12 e 13,
com a certeza de que continuaremos a contar com a e no mérito, pela aprovação das emendas de nOs 1 e
sua assessoria técnica e com suas importantes con- 2, pela aprovação parcial das emendas de nOs 3,7,9,
tribuições. Por certo são contribuições importantes 11, 12 e 13, e pela rejeição das emendas de nOs 4, 5,
para esta Comissão. 6, a e 10. O Senhor Relator, no uso da palavra teceu
Agradeço a todos a presença e declaro encerra- considerações e agradecimentos aos parlamentares,
da a presente reunião. autoridades e funcionários da Casa, pela colabora-
ção dada à confecção do parecer ora apresentado,
COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR
procedendo, em seguida, à leitura de trechos do rela-
PARECER À PROPOSTA DE EMENDA À
tório. Nos termos do artigo 57, XVI, do Regimento
CONSTITUiÇÃO N° 277-Al2000, DO PODER
EXECUTIVO, QUE "ALTERA OS ARTS. 149 E 177 DA Interno da Câmara dos Deputados, pediram vista
CONSTITUiÇÃO FEDERAL'. (COMBUSTíVEIS). conjunta do processo, os Senhores Deputados Car-
los Santana, Luciano Zica, Joel de Hollanda, Luiz
Ata da 9 8 reunião, realizada em 7 de agosto de Antonio Fleury, Salatiel Carvalho, Ricardo Fiuza, Ro-
2001 berto Balestra e Werner Wanderer. Usaram da pala-
Aos sete dias do mês de agosto de dois mil e vra ainda os Senhores Deputados Carlos Santana e
um, às quatorze horas e cinqüenta e sete minutos, no Miriam Reid. Nada mais havendo a tratar, às quinze
Plenário número onze, do Anexo 11, da Câmara dos horas e cinqüenta e quatro minutos, o Senhor Presi·
Deputados, reuniu-se, ordinariamente, a Comissão dente encerrou os trabalhos, convocando reunião
Especial destinada a proferir parecer à Proposta de para o dia quatorze de agosto do fluente ano, às qua-
Emenda a Constituição n° 277-Al2000, do Poder Exe- .torze horas, destinada à continuação da discussão do
cutivo, que "altera os arts. 149 e 177 da Constituição parecer do relator. E, para constar, eu, , Edla Calhei-
Federal', sob a presidência do Senhor Deputado Eli- ros Bispo, Secretária, lavrei a presente Ata que, lida e
seu Resende. Compareceram os Senhores Deputa- aprovada, será assinada pelo Presidente e encami-
dos Airton Dipp, Airton Roveda, Badu Picançu, Basí- nhada à publicação no Diário da Câmara dos Deputa-
lio Villani, Candinho Mattos, Carlos Santana, Clovis dos, juntamente com as notas taquigráficas.
Volpi, Eliseu Resende, Fernando Diniz, Joel de Hol-
landa, José Borba, José Janene, Luciano Zica, Luiz O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
Antonio Fleury, Miriam Reid, Pedro Eugênio, Ricardo - Declaro abertos os trabalhos da presente reunião da
Fiuza, e Waldemir Moka, titulares; Edinho Bez, IIde- Comissão Especial destinada a analisar a PEC n°
fonço Cordeiro, Luis Barbosa, Paulo Octávio, Roberto 227-AlOO - Combustíveis.
Balestra, Rodrigo Maia, Salatiel Carvalho e Werner Tendo em vista a distribuição de cópias da ata da
Wanderer, suplentes. Compareceram ainda os Se- aa reunião a todos os membros presentes, indago sobre
nhores Deputados Fernando Coruja, João Caldas e a necessidade de sua leitura.
Agosto dt: 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS St:xta-Ieira 31 41245
O SR. DEPUTADO LUCIANO ZlCA - Sr. Agradeço, finalmente, o trabalho de todos os
Presidente, requeremos a dispensa da lertura da ata. integrantes da Secretaria desta Comissão Especial
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende) que, comandados pela Sr Edla, procuraram sempre, e
- Dispensada a leitura da ata. com pleno êxito, tornar mais ameno o difícil caminho
Em discussão. (Pausa.) trilhado por todos nós. Dessa equipe, pode ter certeza,
Não havendo quem queira discuti-Ia, passamos à Sr. Presidente, sentirei saudades.
votação. Muitos convidados abrilhantaram as audiências
Os Srs. Deputados que a aprovam permaneçam públicas e aportaram importantes contribuições para
como se encontram. o perfeito entendimento das matérias aqui aprecia-
das. Tivemos a honra de receber os ensinamentos do
Aprovada. Ministro Eliseu Padilha e de vários dirigentes e espe-
A presente reunião destina-se à discussão do cialistas dos setores público e privado, cujos nomes
parecer do Relator, Deputado Basílio Villani. merecem ficar registrados neste parecer: Everardo
Com a palavra o Deputado Basílio Villani para Maciel, Secretário da Receita Federal; e não poderia
proceder à lertura do parecer. . também deixar de citar o Ricardo Pinheiro; Francisco
O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI- Sr. Presi- de Assis Leme Franco, Secretário de Acompanha-
dente, S~ e Srs. Deputados, inicialmente, consulto os mento Econômico, Substituto, do Ministério da Fazen-
companheiros aqui presentes se todos receberam có- da; Luiz Octávio Koblitz, especialista em co-geração
pia do relatório enviada a todos os gabinetes pela ma- de energia; Luís Carlos de Carvalho, Assessor Técni-
nhã. (Pausa.) co da União dos Produtores de Açúcar e Álcool do
Pela competência da Secretaria desta Comis- Estado de São Paulo; David Zylberstajn, Diretor-Geral
são, tenho absoluta certeza de que todos a recebe- da Agência Nacional de Petróleo; Roberto Macedo,
ramo Assim sendo, vou me pronunciar apenas quanto Presidente do Sindicato Nacional das Empresas Dis-
ao voto e podemos ganhar tempo para melhor discutir tribuidoras de Gás Liqüefeito de Petróleo -
o relatório. SINDIGÁS; João Pedro Gouveia Vieira Filho, Presi-
Neste trabalho, Sr. Presidente, contamos com dente do Sindicato Nacional das Empresas Distribui-
grande colaboração dos nossos Parlamentares e, de doras de Combustíveis e Lubrificantes - SINDICOM;
modo geral, dos técnicos envolvidos no assunto. Com Aldo Guarda, 10 Vice-Presidente da Federação Naci-
as audiência públicas aqui realizadas, demos oportu- onal do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes -
nidade a uma participação abrangente. Foi a metodo- FECOMBUSTíVEIS; e Henri Philippe Reichstul, Pre-
logia aplicada que nos levou ao presente Substitutivo, sidente da PETROBRAS.
este que não foi produzido pelo Relator, mas por to- É evidente que esses nomes citados são daque-
dos nós, sob orientação segura em razão da compe- les que aqui fizeram as apresentações, mas também ti-
tência do nosso Presidente, profundo conhecedor do vemos grande participação dos técnicos dessas em-
assunto. presas, que colaboraram diuturnamente com o traba-
Passo a ler o voto. lho.
"Voto do Relator. A Proposta de Emenda à Constituição que esta-
Desejo, inicialmente, destacar e agradecer o mos apreciando merece elogios por vários motivos.
apoio restrito e permanente recebido do nosso Presi- Primeiro, por sua oportunidade. Há muito se es-
dente, Deputado Eliseu Resende. S. Exa mostrou-se in- peram medidas que tornem nossos produtos e servi-
cansável, não só em relação à direção dos trabalhos, ços mais competitivos perante os importados.
mas também no aconselhamento, sempre pertinente, Segundo, porque as medidas tributárias propos-
dado a este Relator de maneira gentil e elegante, o que tas melhorarão a posição de nossos bens e serviços
contribuiu, sem dúvida, para reduzir o natural e neces- no mercado internacional, justamente no momento
sário esforço para relatar tão importante proposta. Por em que se avizinha a celebração de acordos que es-
quê? A matéria realmente é bastante complexa. treitarão nosso comércio com os países das Améri-
Não posso deixar de anotar também o auxílio re- cas e da Europa.
cebido de todos os colegas desta Comissão Especial Terceiro, porque o País realmente necessita de
que, nas emendas apresentadas e nas valiosas su- mecanismos ágeis que permitam auferir recursos para
gestões, oferecidas pessoalmente ou no decorrer dos investimentos na infra-estrutura de serviços públicos in-
debates, muito contribuíram para que chegasse a dispensáveis para o desenvolvimento econômico, na
bom termo a missão para a qual fui designado. produção de bens e serviços de consumo de massas.
41246 Sl:xla-/cira 31 DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEI'UTADOS AgllSlll dI: 2()() I
Quarto, porque a aplicação das receitas decor- mente necessário para que a PETROBRAS possa
rentes da emenda foi detalhada de maneira quase participar em igualdade de condições de um mercado
perfeita. de livre concorrência.
O dispositivo que desonera as receitas decor- A PPE, instituída pela Portaria Interministerial n°
rentes de exportação das contribuições sociais e das 3, de 27 julho de 1998, dos Ministros da Fazenda e de
contribuições de intervenção no domínio econômico Minas e Energia, é exigida de todos os agentes res-
é bastante pertinente e até mesmo imprescindível, ponsáveis pela produção ou importação de combustí-
pois, dada a acirrada concorrência no comércio inter- veis derivados de petróleo. Exação de caráter não tri-
nacional, não se pode admitir qualquer forma de agre- butário, porque nem ao menos está amparada em lei,
gação de tributos a bens e serviços exportados. representa a diferença entre os preços de faturamen-
A incidência das contribuições sociais sobre a to dos combustíveis produzidos nas refinarias e os
importação de bens e serviços vem ao encontro dos seus preços de realização, acrescidos da carga tribu-
justos anseios da indústria nacional. tária federal, e visa a ressarcir as despesas com sub-
Hoje, os produtos aqui fabricados e os serviços sídios e combustíveis, a arrecadar os meios financei-
carregam o peso de contribuições como a COFINS e ros necessários para saldar, em atendimento ao dis-
a destinada ao PIS. As matérias-primas e os demais posto no art. 74 da Lei n° 9.478, de 6 de agosto 1997,
insumos e embalagens são igualmente alcançados os créditos da PETROBRAS com a União relativos à
por essas contribuições, enquanto que os produtos e Conta Petróleo, Derivados e Álcool, instituída pela Lei
serviços importados estão delas desonerados até que n° 4.452, de 5 de novembro de 1964, e a servir como
sujeitos a faturamento no território nacional. amortecedor das flutuações de preços do petróleo e
Just~icativa semelhante aplica-se à incidência, na seus derivados no mercado internacional, evitando mai-
importação, das contribuições de intervenção no domí- ores impactos sobre a economia nacional.
nio econômico. Não há dúvida de que a contribuição de Ao explicitar que as alíquotas da contribuição de
intervenção no domínio econômico, a ser criada em de- intervenção no domínio econômico relativa ao petróleo
corrência do novo § 4° que se acrescenta ao art. 177 e seus derivados, ao gás natural e ao álcool carburan-
da Constituição, deverá incidir na importação, sob te poderão ser ad vaiarem ou específicas, o texto pro-
pena de proporcionar vantagem tributária a produtos posto concede ao legislador ordinário louvável oportuni-
importados. dade de opção.
Cabe neste ponto, no entanto, uma observação. As alíquotas ad valorem favorecem a arrecada-
A boa técnica de redação legislativa e a clareza que ção, pois proporcionam elevação da receita sempre
se deve buscar atribuir ao texto constitucional exigem que se elevam os preços dos produtos tributados. As
compatibilidade entre o teor do art. 149, § 2°, item 11, alíquotas específicas tornam a arrecadação indepen-
no que se refere à indicação dos "derivados de petró- dente dos preços dos produtos tributados, não contri-
leo, combustíveis" e a redação proposta para o § 4° do buem para a elevação dos índices de inflação quando
art. 177, que se refere a "petróleo e seus derivados, os preços se elevam e tornam mais fácil a previsão de
bem assim de gás natural e álcool carburante". receita, urna vez conhecidos a produção, a importa-
Merece ser aceita, sem ressalvas, a incidência ção e o consumo. Além disso, impedem a prática do
das contribuições sociais e das contribuições de in- subfaturamento, como forma de evasão fiscal, e equi-
tervenção no domínio econômico nas importações libram a carga fiscal, no caso de impostos que têm in-
efetuadas por pessoa natural. Intensifica-se, cada vez cidência "por dentro" na cadeia produtiva nacional e
mais, a ocorrência dessas aquisições, facilitadas pela "por fora" sobre o produto importado. Acrescentese que
Internet, no chamado comércio B2C. Se desoneradas nos países desenvolvidos o excise tax incidente sobre
essas operações de prestações, o importador não combustíveis utiliza alíquotas específicas.
será alcançado pelas mencionadas contribuições, ao A referência apenas à contribuição de interven-
contrário do adquirente de produtos e serviços nacio- ção no domínio econômico, contudo, pode ensejar o
nais. entendimento de que essas características não se
A contribuição de intervenção no domínio econô- aplicariam a outros tributos e contribuições, o que não
mico incidente na "comercialização, decorrente de re- parece conveniente. Pelo contrário, tornase indispen-
venda ou refino, e de importação de petróleo e seus de- sável, a fim de alcançar plenamente os objetivos alme-
rivados, bem assim de gás natural e álcool carburante", jados com a Emenda Constitucional que ora se cogita
deverá permitir a revogação da "Parcela de Preço Espe- - vale dizer, de equiparar as cargas tributárias inciden-
cífico", conhecida como PPE. Isso se mostra extrema- tes sobre os combustíveis nacionais e os importados
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 31 41247
-, que se possam instituir alíquotas ad valerem ou ad estrutura de transportes, retirando do campo de pro-
rem, sobre a coisa, também para as contribuições so- gramas que poderão ser beneficiados com tais recur-
ciais, nomeadamente a COFINS e a do PIS/PASEP. sos a fiscalização da qualidade de combustíveis e a
O texto do Substitutivo proposto, ao trazer esses regulação das atividades da indústria de petróleo de
dispositivos para o art. 149 da Constituição, procura gás natural. Conforme bem ressaltaram seus autores,
solucionar esse problema, reafirmando a faculdade na justificativa da emenda, a Agência Nacional de Pe-
de o legislador infraconstitucional escolher livremen- tróleo já dispõe de recursos suficientes para essas
te, ao deliberar sobre as contribuições sociais ou de atividades, de maneira que a instituição de nova fonte
intervenção no domínio econômico, entre ambas as seria despicienda. (Isso, inclusive, foi apresentado
espécies de alíquotas. aqui na apresentação.)
A diferenciação das alíquotas por produto ou Devese ressaltar, além disso, que a racionaliza-
destinação concederá ao legislador ordinário a possi- ção do uso de combustíveis que o aperfeiçoamento
bilidade de utilizá-Ias com finalidade extrafiscal, o que da infraestrutura de transportes certamente há de
deve mesmo ser objetivo de uma contribuição de in- provocar terá reflexos bastante positivos, não apenas
tervenção no domínio econômico. Observese, contu- sobre a economia, mas também sobre o meio ambi-
do, o caráter dúbio do termo "destinação", que tanto ente e as condições de segurança dos usuários, tor-
se pode interpretar como significando 'finalidade" nandose, assim, desnecessário desviar recursos da
(como é o objetivo da proposta), como designando nova contribuição para também atender a esses ou-
"lugar". O Substitutivo proposto procura contornar tros setores.
essa possibilidade de dúvida, que poderia ser fonte As Emendas nOs 3 e 7 foram parcialmente con-
de futuras controvérsias hermenêuticas. templadas pelo texto do Substitutivo, uma vez que se
Os preços do petróleo - e, por conseguinte, dos retira o dispositivo que permitia a destinação para o fi-
combustíveis - são fixados pelo mercado internacio- nanciamento de dívidas dos recursos a serem arreca-
nal, com sensíveis e inesperadas alterações. Além dados com a nova contribuição.
disso, os preços internos são alterados, também, em A Emenda n° 4, da ilustre Deputada Miriam Reid e
função do valor do real em relação ao dólar. Por esses outros, tem vários objetivos importantes, tanto para cor-
motivos, se utilizada a alíquota ad valerem ou especifi- rigir possíveis distorções de preços entre os produtos
ca, mu~as vezes haverá necessidade de alterá-Ia de importados e os nacionais, quanto para favorecer os
imediato, para que se mantenham incólumes seus efei- Estados produtores de petróleo. De certa forma, parte
tos. Justificase plenamente, portanto, que a essa contri- dos objetivos da emenda foram contemplados, ao se
buição de intervenção no domínio econômico não se instituir a possibilidade da incidência única tanto do
aplique o princípio da anterioridade e que se perm~a ao ICMS quanto das contribuições, ainda que sem empre-
Pode Executivo reduzir e restabelecer as alíquotas. gar o mecanismo da substituição tributária. Quanto às
Devese lembrar que o princípio da anterioridade demais medidas propostas, infelizmente, o momento
também não é observado em casos de outros tributos atual não parece o mais adequado para implemen-
em que a agilidade para alterar alíquotas podese tá-Ias, a despeito de seus méritos. Por esses motivos,
mostrar conveniente, como os impostos sobre o co- optouse pela rejeição da emenda.
mércio exterior, o IPI e o IOF. Não pareceu conveniente, além disso, enrijecer,
Das emendas: no texto constitucional, a atribuição a refinadores e
As Emendas nOs 1 e 2 foram acatadas para inse- importadores da responsabilidade pelo pagamento
rir o gás natural no rol dos combustíveis que poderão dos tributos sobre combustíveis, motivo por que se
vir a ser subsidiados pelos recursos da nova contribu- julgou prudente rejeitar a Emenda n° 5.
ição. Atentando ainda para o alerta de técnicos e re- A Emenda n° 6, do Deputado Luiz Carlos Hauly,
presentantes do setor - inclusive da PETROBRAS -, também não pôde ser atendida, a despeito de seu in-
entendeuse conveniente fazer referência no texto do tento meritório de canalizar mais recursos para pro-
Substitutivo também aos derivados do gás natural. gramas de orientação sobre direitos dos consumido-
A Emenda n° 1, do ilustre Deputado Eliseu Re- res. Entendeuse que isso poderia diminuir a disponi-
sende e outros, objetiva também vincular os recursos bilidade para as outra finalidades prioritárias, ao me-
arrecadados com a nova contribuição, além de aos nos no contexto presente.
subsidios a preços e transportes dos produtos a que A Emenda n° 8, do Deputado Carlos Alberto Ro-
já se fez referência, específica e unicamente ao finan- sado, igualmente, não pôde merecer acolhida no Subs-
ciamento de programas de aperfeiçoamento da infra- t~utivo. Tratase de medida destinada a restringir os sub-
41248 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 200 I
sídios a preços e a limM-los aos Estados produtores. Tais características são, basicamente: a possibili-
Ainda que se possam divisar méritos na proposta, entre dade de instituição de alíquotas específicas ou ad valo-
os quais o intuito de proteger região desfavorecida eco- rem, contemplada no inciso 111 do § 2°, acrescentado ao
nomicamente e muito necessitada, mais uma vez deve- art. 149 da Constituição, e a incidência, em uma única
se rejeitar a emenda. Não parece ser esse, com efeito, o vez, nas hipóteses definidas em lei, abrigada pelo § 3°
momento mais adequado para se tratar de medida des- do mesmo dispositivo.
se teor. Além disso, a extinção de subsídios nas regiões Dos debates havidos na Comissão, podese con-
não produtoras de petróleo e gás pode repercutir nega- cluir que se trata de aspectos essenciais para comba-
tivamente sobre produtos essenciais para a população, ter artifícios de que atualmente se valem algumas dis-
como o gás liquefeito de petróleo, por exemplo - o cha- tribuidoras, aproveitandose de falhas nos textos lega-
mado gás de cozinha -, elevando, insuportavelmente, o is e constitucional para obter vantagem sobre as que
custo de vida das famílias de baixa renda. operam dentro da lei.
A Emenda n° 9 foi parcialmente atendida para re- O art. 2° do Substitutivo emenda o art. 155 da
vogar imunidade das operações interestaduais com lu- Constituição Federal, no que trata do ICMS sobre
brificantes e combustíveis derivados de petróleo. Não combustíveis."
pareceu conveniente revogar as imunidades do petró- Faço aqui uma pausa para dizer que precisa-
leo e da energia elétrica, contudo. No primeiro caso, mos contar com a colaboração desta Comissão a fim
porque certamente repercutiria sobre a arrecadação de de darmos início à unificação. Vamos fazê-Ia aos pou-
ICMS dos Estados. No segundo, porque esta Comissão cos. Desta vez nós equalizamos o ICMS sobre os com-
destinase a tratar especificamente de problemas rela- bustíveis, o que já é um grande avanço.
cionados ao mercado de combustíveis. Atentese ain-
"A questão do ICMS merece atenção especial.
da que a revogação da imunidade interestadual das
O texto original da proposta do Executivo não trata do
operações sobre energia elétrica, quanto ao ICMS,
tema. Várias emendas Parlamentares desta Comis-
está contemplada na proposta encaminhada recente-
são, contudo, bem como o clamor dos técnicos e re-
mente ao Congresso pelo Poder Executivo, apelidada
presentantes do setor, ouvidos pela Comissão Espe-
pela imprensa de minirreforma fiscal. .
cial em audiências públicas, deixaram claro que muito
A Emenda n° 10 já está contemplada pelo objeti- pouco se avançaria no rumo de solucionar os proble-
vo da proposta ora em exame, motivo por que deve mas decorrentes do atual sistema de tributação sobre
ser rejeitada." combustíveis se não se corrigissem as mais sérias
Eu diria que ela não foi rejeitada, inclusive, tem o distorções que envolvem a aplicação do ICMS.
mérito do Deputado Luis Barbosa, que, mesmo antes Não se desconhecem as dificuldades políticas
de o Governo enviar esta PEC, já falava da necessida- que rodeiam a matéria. A despeito do relativo consen-
de de o País criar esse organismo. Tenho impressão de so, do ponto de vista técnico, tratase de alterar um
que o Governo deve ter copiado esse ponto da emenda dos mais delicados aspectos do nosso pacto federati-
de S.Exa, porque há muito tempo vejo V. Ex" citar o as- vo.
sunto nesta Casa. Parece-me, então, que o mérito é to- É impossível, no entanto, fugir a questão neste
talmente do ilustre Deputado conhecido no seu Estado momento. Dificilmente se apresentará outra ocasião
como "Luisinho" Barbosa. como esta, em curto prazo, para se corrigir um proble-
"Os objetivos das Emendas nOs 11, 12 e 13 fi- ma que tem trazido graves prejuízos ao País, conforme
cam acolhidos, embora não se tenha aproveitado o ficou reconhecido por todos os que se fizeram ouvir ao
seu teor literalmente. longo dos trabalhos, independentemente de filiação
Do Substitutivo: partidária ou tendência ideológica.
O art. 1° do Substitutivo, além de acrescentar a Procurou-se, assim, uma fórmula que, ao mes-
importação de gás natural e álcool carburante ao rol mo tempo em que solucionasse as falhas legais que
de eventos sobre os quais poderá incidir a futura con- têm permitido a fraude e a sonegação, envolvesse o
tribuição, procura também, como já mencionado no mínimo possível de alterações na distribuição de re-
item 14 acima, atender a emendas propostas com o ceitas entre os Estados.
objetivo de estender às contribuições sociais, quando A uniformização de alíquotas em todo o territó-
incidirem sobre combustíveis, algumas características rio nacional é, nesse passo, absolutamente indispen-
que se pretendem atribuir à contribuição de intervenção sável para se evitarem as operações insterestaduais
no domínio econômico sobre combustíveis. fraudulentas. Em consonância com o sistema já em
Ago~lo de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexla-l~ira 31 41249
vigor, atribuiu-se ao Senado Federal competência c) permitir a seletividade por produto ou finalida-
para definir essas alíquotas. de, bem como a aplicação de alíquotas específicas;
Teve-se a preocupação, contudo, de garantir que Esta Casa, cabe insistir, não poderia aceitar o
essa nova filosofia não trouxesse perdas para a arre- ônus político de deixar passar oportunidade tão signifi-
cadação de nenhum dos Estados, de maneira que se cativa para corrigir as enormes distorções que hoje
pode afirmar, com base em estudos técnicos que esti- afetam o mercado nacional de combustíveis, em detri-
mam a evasão fiscal do ICMS sobre combustível em mento de qualidade do produto, da arrecadação tribu-
um terço, que a alíquota uniforme, ainda que viesse a tária, da saúde financeira das empresas sérias e do
ser fixada em valor inferior ao da que vigora atualmen- bom desempenho da economia nacional, como um
te neste ou naquele Estado, traria aumento de recei- todo. O tema é importante demais, para que se possa
tas, ao coibir a sonegação em lugar de perdas. Assim, ao largo, mesmo tendo em conta a sua complexidade.
esses Estados certamente obterão ganhos. A orientação geral das alterações ora propostas
visa a contemplar os principais aspectos das emen-
Também se revelou indispensável a revogação
das apresentadas e das reivindicações e sugestões
da imunidade nas operações interestaduais com
trazidas a esta Comissão pelo setor, corroboradas in-
combustíveis, para evitar as fraudes, infelizmente ain-
clusive pelo órgão incumbido da sua fiscalização e re-
da bastante freqüentes.
gulamentação, a Agência Nacional de Petróleo.
Deve-se ressaltar, no entanto, a mesma preocu- Alterações como a que ora se pretende efetuar
pação de não alterar a distribuição de receitas em vi- no sistema tributário podem muitas vezes dar mar-
gor atualmente. Esse dispositivo poderia significar, gem ao surgimento de questões judiciais, buscando
em princípio, considerado isoladamente, menos rece- obter, ou com o auxílio de uma hermenêutica tortuo-
itas para os Estados onde ocorre o consumo, a quem sa, ou mesmo aproveitando-se de falhas de redação
hoje cabe integralmente a arrecadação do ICMS so- dos dispositivos legais, um diferencial competitivo -
bre combustíveis. Associado ao que dispõe o inciso I, bastante relevante, no caso dos combustíveis - em
do § 5°, que se acrescenta ao art. 155, da Constitui- face da significativa expressão dos tributos na compo-
ção, contudo - que atribui a arrecadação ao Estado sição dos preços. Deve-se tentar prevenir, portanto,
onde ocorre o consumo -, mantém na prática a mes- no momento da elaboração legislativa, o surgimento
ma configuração atual. A mudança no texto, para re- de distorções futuras.
vogar a imunidade, não trará, portanto, qualquer refle- Nesse sentido, a eventual opção pela alíquota
xo na distribuição dos recursos do ICMS sobre com- específica para as contribuições sociais que hoje inci-
bustíveis, mas apenas sobre as fraudes e a evasão dem sobre faturamento pode ensejar o surgimento de
fiscal. novas questões a respeito de sua constitucionalida-
A possibilidade de que a futura lei complementar de, baseadas no § 3° do art. 155, da Constituição.
institua alíquotas específicas tanto para a nova contribu- Procurou-se contornar esse problema dando nova re-
ição quanto pra o ICMS é, por sua vez, a única forma de dação ao parágrafo, de maneira que a imunidade tri-
se ev~arem, ao mesmo tempo, dois problemas impor- butária ali instituída se refira exclusivamente aos im-
tantes: de um lado, o subfaturamento do produto im- postos.
portado e, de outro, o diferencial quase se poderia in- No art. 3°, do Substitutivo, finalmente, que se
duzir entre o preço de venda do produto nacional e o destina a alterar o art. 177 da Constituição Federal,
do importado pela incidência "por dentro" do ICMS tratou-se de disciplinar especificamente a futura con-
naquele. tribuição para intervenção no domínio econômico so-
As idéias que orientaram a elaboração do Subs- bre combustíveis, definindo a possibilidade de que se
titutivo no que se refere ao ICMS foram, portanto, as instituam alíquotas seletivas por produto ou finalidade
seguintes: e afastando a aplicação do princípio da anterioridade.
Determina-se, além disso, a destinação dos recursos
a) revogar a imunidade das operações interesta- por ela arrecadados..
duais com lubrificantes e combustíveis líquidos e ga- O afastamento do princípio da anterioridade,
sosos derivados de petróleo; nesse caso específico, conforme já ficou explicado,
b) inst~uir alíquotas uniformes para o ICMS em justifica-se plenamente, como forma de se municiar o
todo o território nacional, nas operações com lubrifi- Poder Executivo com instrumentos aptos a intervir
cantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de imediatamente no mercado, em caso de necessida-
petróleo; de, para regular o seu funcionamento ou para minimi-
412S0 Sexta-feira 31 1)IÀRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS AguslU de 200 I
zar O impacto econômico interno de variáveis exter- Portanto, Sr. Presidente, quero hoje deixar claro
nas, cujo comportamento se tem caracterizado histo- um compromisso assumido, não com meu partido, com
ricamente pela imprevisibilidade e volatilidade, tais meu Líder, quando me indicou como Relator, mas com
como o câmbio e o preço internacional do petróleo. o País: nós, no dia 7, votaríamos essa emenda tão ne-
O Substitutivo proposto, assim, coroa um pro- cessária - teríamos ainda que aprová-Ia em plenário
cesso de amadurecimento bastante profícuo, que se duas vezes, na Câmara e no Senado -, a fim de que
desenrolou nas últimas semanas, ao longo dos traba- possamos produzir leis até o final do ano.
lhos desta Comissão, em que se recolheram contribu-
Dito isso, peço, com humildade, que me ajudem
ições das várias partes interessadas no problema e se
a aprovar este relatório, nesta tarde, em prol do País.
debateram exaustivamente os vários aspectos envolvi-
dos. Procurou-se dar abrigo às sugestões dos técnicos Muno obrigado.
do Governo e dos empresários do setor, sem esquecer O SR. DEPUTADO SALATIEL CARVALHO -
os aspectos políticos e econômicos, os interesses da Pela ordem, Sr. Presidente.
sociedade e a repercussão que o preço dos combustí- O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
veis pode ter sobre o crescimento e o progresso do - Tem a palavra o Deputado Salatiel Carvalho.
País.
O SR. DEPUTADO SALATIEL CARVALHO - Sr.
O texto ora apresentado representa um esforço
Presidente, estou inscrito para falar, sou o segundo
pela realização daquilo que é melhor para o Brasil."
na ordem de inscrição, mas desde já quero manifestar a
Sr. Presidente, Srs. Deputados, não houve aqui
intenção de pedir vista do Relatório do nobre Deputado
preocupação com aspectos partidários, se seria bom
Basílio Villani. Quero saber apenas se posso fazê-lo de
para o atual ou para o futuro Presidente. Houve preo-
pronto ou se devo aguardar minha vez de falar, para não
cupação não com a cor partidária, mas, sim, com o
País. perder o direito regimental que tenho de pedir vista.
"Cultiva a pretensão de reunir, em torno de si, in- O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
dependentemente de posições ideológicas, Oposição - O Deputado Salatiel Carvalho pretende pedir vista.
e Situação, ambas convencidas da necessidade de, Antes, porém, quero dar uma palavra em favor do pa-
ao mesmo tempo em que se permite a liberalização recer aqui lido pelo Deputado Basílio Villani.
do mercado nacional de combustíveis, corrigirem-se A meu ver, ele reflete fielmente todas as preocu-
distorções que há muitos anos vêm transtornando o pações, todas as manifestações nos sucessivos de-
seu bom funcionamento, com enormes prejuízos não bates nesta Comissão, desde quando recebemos a
só para quem exerce a atividade econômica da im- matéria para analisá-Ia e apreciá-Ia. O trabalho do
portação, refino, distribuição e comercialização de Deputado Basílio Villani, é claro, vai entrar em discus-
combustíveis, mas para toda a sociedade:' são - e os diferentes Parlamentares desta Comissão
Para fazer justiça, Sr. Presidente, quero deixar terão oportunidade de tecer suas considerações a
registrada a grande colaboração prestada pelo Depu- respeito - mas merece, de pronto e de início, todo o
tado Luciano Zica, que entende profundamente do nosso respeito e toda a nossa admiração. Um traba-
assunto, é da área e teve significativa participação em lho profundo que reflete a defesa do interesse público
todas as etapas dos trabalhos. e, acima de tudo, o pensamento que aqUi foi exposto
Com essa bênção, com esse apoio, tendo ao em sucessivas audiências públicas e nos debates ha-
lado um aconselhamento constante, uma orientação vidos nesta Comissão.
permanente do nosso Presidente, que conhece pro-
fundamente o assunto, e de um Deputado competen- No momento em que se registrou o pedido de
te como o Luciano Zica, peço a V. Exas. que me acom- vista do Deputado Salatiel Carvalho, pelas normas re-
panhem. gimentais...
"Isto posto, voto pela aprovação da PEC n° O SR. DEPUTADO CARLOS SANTANA - Sr.
277-A, de 2000, na forma do Substitutivo anexo". Fei- Presidente, sou o primeiro inscrito e não gostaria de
to, repito, não por este Relator, mas por todos nós: que fosse pedido. Pelo Regimento Interno, é certo
Presidente, Deputados e técnicos, não apenas do que o companheiro Basílio Villani tem todo o direito e
Governo, como também dos setores envolvidos. é a prática nesta Casa, mas eu gostaria de me posici-
Parece-me que, com a iluminação de Deus, tive- onar no momento certo e adequado, a fim de evitar o
mos oportunidade de criar algo que - tenho convicção encerramento desta reunião e podermos, pelo me-
e certeza - muito ajudará o País. nos, iniciar o debate.
Agosto de 20tH DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexla-Icira 31 41251
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende) companheiros para discutir a matéria... Infelizmente,
- A menos que o Deputado Salatiel Carvalho abra mão não abro mão do meu pedido de vista.
do seu pedido de vista, regimentalmente... O SR. DEPUTADO CARLOS SANTANA - Sr.
O SR. DEPUTADO SALATIEL CARVALHO - Sr. Presidente, ...
Presidente, permita-me prestar alguns esclarecimentos. O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI- Sr. Presi-
Em primeiro lugar, quero declarar o respeito que dente, se me permite, Deputado Carlos Santana, tenho
tenho por V. Ex" Somos colegas da Comissão de Mi- uma admiração profunda por V. Exa , porque somos
nas e Energia desde que estamos aqui nesta Casa. companheiros aqui desde a Constituinte e participa-
Sobre esses assuntos, não há como não estarmos mos ativamente.
envolvidos, trocando idéias, e tenho sido beneficiado Quero dizer que, apesar de não me sentir muito
pela sabedoria e pela experiência de V. Exa no campo. bem de saúde, eu não tive um dia de recesso. Vim tra-
Outro companheiro por quem tenho o maior respeito balhar todos os dias do mês, porque este é o meu so-
é o companheiro Basílio Villani, com quem temos nho, a minha vontade. V. Exa estava presente na
uma longa, fraterna e amistosa convivência. Constituinte, na sessão noturna em que perdemos o
Mas quero ressaltar, Sr. Presidente, que este é Fundo Nacional de Transportes. Para mim, aquele foi
um assunto que realmente interessa à Nação brasilei- um dia muito difícil. Por isso aceitei esta Relatoria,
ra, em vários aspectos, em todas as suas nuanças. mesmo com meus poucos conhecimentos, e procu-
Esta caminhada vem desde a Constituição de 1988 - rei, estimado companheiro Salatiel, durante todos os
V. Ex" sabe disso. dias, estudar o assunto e aprender, porque ele real-
Em 1995, a Comissão de Minas e Energia per- mente é bastante complexo.
tenceu ao partido o qual eu liderava nesta Casa e, na- Eu tinha certeza de que estaria aqui hoje. Já ha-
quela época, começamos essa abertura, já com as via conversado com todos os companheiros que fre-
previsões de futura criação de MP, abertura de merca- qüentaram a Comissão - e todos eles sentiram a hu-
do. Enfim, estabeleceu-se todo um cronograma para mildade deste Relator - a fim de que pudéssemos fa-
que finalmente houvesse total desregulamentação no zer o trabalho, o que seria uma glória para mim, eu,
setor de combustível. que estou praticamente encerrando minha função de
Então, eu gostaria de dizer que o meu pedido de Deputado. Eu até me vangloriava, porque tinha abso-
vista se baseia fundamentalmente em um aspecto luta convicção de que não teríamos nenhum pedido
muito simples: o fato de eu ter voltado do recesso na de vista, em virtude da maneira como o realizamos.
semana passada. Ao longo da semana passada, pro- Estranho a situação. Francamente, se eu soubes-
curei me informar e me inteirarde elementos para que se que V. Exa viria, eu já o teria procurado e dado todas
hoje pudesse estar mais subsidiado, mas sincera- as explicações que lhe darei. Quero um voto de confian-
mente, Sr. Presidente, só ontem, pela manhã, eu real- ça de V.Exa, porque ainda teremos oportunidade de
mente recebi alguns elementos indicativos do traba- discutir o assunto por duas vezes no plenário. Sabe V.
lho bem elaborado no Substitutivo hoje apresentado Exa do carinho deste Relator pela questão.
pelo Deputado Basílio Villani. Só hoje pela manhã, os Eu soube da inscrição de V. Exa para falar na
nossos gabinetes receberam uma versão final, mais Comissão praticamente hoje, às 14h. Por isso é que
acabada. não o procurei para lhe dar todas as informações ne-
Portanto, não tenho absolutamente nada contra cessárias. Garanto a V. Exa que este trabalho tem o
o projeto do Deputado Basílio Villani. O Regimento conhecimento profundo de todos os técnicos, o co-
Interno nos garante um prazo muito curto para esse nhecimento profundo do Deputado Luciano Zica, que
pedido de vista. A meu ver, precisamos conversar é do setor, do Presidente da Comissão, Deputado Eli-
com o Deputado Basílio Villani, o que vai até fortale- seu Resende. Como eu disse, este relatório não é do
cer o seu trabalho e o trabalho desta Comissão, presi- Relator, mas de todo o grupo, porque foi feito em con-
dida com a maior judiciosidade por V. Exa, por quem junto.
tenho o maior respeito e que considero meu professor Em razão disso, peço a sua compreensão. Tere-
nessa matéria. De forma que peço a compreensão do mos agora que esperar dois dias para que possamos
Relator para que leve em consideração o meu direito aprová-lo. Peço-lhe encarecidamente, Deputado Salati-
regimental de pedir vista e quero dizer que nada vai el: vamos aprová-lo hoje. Garanto que dirimirei as suas
obstaculizar os trabalhos. dúvidas e tenho absoluta certeza de que V. Exa ficará
Mantenho o pedido de vista, mas, se V. Ex", satisfeito. Portanto, eu imploro a sua compreensão, com
como Presidente, quiser conceder a palavra a outros a humildade que nunca me fa~ou. Em respeito ao seu
41252 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agoslll de 200 I
conhecimento, que é profundo, peço-lhe um favor: que der que existe hoje um problema central no setor de
nos ajude. Estamos precisando de colaboração. infra-estrutura deste País. Não sabemos para onde
Muito obrigado, Salatiel. vai esse recurso. A partir de agora esse dinheiro vai
O SR. DEPUTADO CARLOS SANTANA - Sr. ter um destino conhecido. Vou poder dizer aqui nesta
Casa que o dinheiro foi retirado e vai para tal setor, o
Presidente, peço a palavra pela ordem.
que hoje não ocorre. Não sabemos para onde vai
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende) esse dinheiro: vai para o cofre único da União? Não
- Tem V. Ex" a palavra. sabemos.
O SR. DEPUTADO CARLOS SANTANA- Esta- Este foi um trabalho fundamental. Claro que ha-
mos na 33a reunião desta Comissão. Quero dizer aos verá erros e acertos. Temos ainda duas oportunida-
companheiros que me debrucei sobre esta matéria. des de abordá-lo no plenário. E está aqui falando um
Nós, que somos, arduamente, defensores do Fundo homem que é da Oposição, que poderia dizer, por
Nacional de Transportes, temos em alguns momen- exemplo, que não houve discussão. É evidente que
tos posições diferentes. houve discussão e participação. Esta é a 33a reunião
Atualmente, o meu Estado, Rio de Janeiro, é um que realizamos nesta Comissão, e participei de qua-
dos que mais perdem dinheiro com essa questão do se todas elas. Então, peço ao companheiro e Deputado
ICMS, da forma como está sendo aplicado, da forma Salatiel Carvalho, que possamos dar andamento ao
como se está trabalhando. processo. O debate que queremos poderemos fazer no
Evidentemente, o meu Estado e vários outros plenário.
vêm sofrendo uma sonegação fiscal enorme, perden- Era essa a minha questão de ordem, Sr. Presi-
do milhões e milhões de recursos a cada momento. dente. Muito obrigado.
Basta pegarmos a matéria da revista ISTOÉ desta se- O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
mana ou a coluna, publicada na semana passada, do - Há aqui uma questão regimental a resolver. Antes,
Márcio Moreira Alves, que vem falando de toda a cadeia porém, concedo a palavra, novamente, ao Deputado
de liminares que são hoje concedidas no País. Acho Salatiel Carvalho.
que seria burrice dizer que o nosso projeto vai acertar
O SR. DEPUTADO SALATIEL CARVALHO - Sr.
100%. Não vai acertar, porque ainda vamos ter um
Presidente, com o maior respeito que tenho por V. Exa -
outro problema: a questão da adulteração.
é até desnecessário repetir -, assim como pelo Sr. Re-
É por isso que este Deputado, humildemente, lator, os dois homens mais sérios desta Casa, para
com o apoio de 250 outros Deputados, quer abrir uma que o trabalho da Comissão seja coroado de êxito, eu
CPI sobre a adulteração e a máfia do combustível que acredito que seria necessário uma semana a mais,
atua hoje no nosso País. Vamos resolver agora no para termos oportunidade de conversar com o Rela-
âmbito da legislação, mas a brecha vai permanecer. tor. Estamos voltando do recesso. Não apenas eu,
Estou fazendo um enorme esforço junto ao Presiden- mas creio que outros companheiros também teriam
te da Casa e aos Srs. Líderes do partido a fim de apre- colaborações da maior importância a dar.
sentarmos o mais rápido possível um projeto de resolu-
Peço, humildemente, que V. Ex" acate meu pedi-
ção para abrirmos essa CPI nesta Casa. Ontem mesmo do, baseado no art. 57, inciso XVI. Mantenho meu pedi-
tentei entrar em contato com o Delegado Humberto No- do de vista e espero contar com mais uma semana.
gueira, responsável por essa matéria na Polícia Federal.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
Há indícios de que até pessoas da Polícia Federal estão
- Mantido o pedido de vista.
envolvidas nessa máfia do óleo.
O SR. DEPUTADO WERNER WANDERER - Sr.
Quero dizer ao Deputado Salatiel Carvalho, com
todo o respeito - e sei da luta do companheiro. Estamos Presidente, pela ordem.
juntos sempre -, que aprendi muito com essa PECo Di- O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
zer que sou um especialista na questão fiscal e tributá- - Com a palavra V. Ex".
ria seria mentira da minha parte. Mas ela me incenti- O SR. DEPUTADO WERNER WANDERER -
vou, juntamente com algumas pessoas, a pegar do- Também quero pedir vista.
cumentos, livros, e estudar a matéria. O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
É um absurdo um País como o nosso não terfis- - Foi mantido o pedido de vista formulado pelo Depu-
calização num processo como esse. Como se perde tado Salatiel Carvalho, nos termos do art. 57 do Regi-
dinheiro no Brasil, um país miserável como o nosso! mento Interno da Câmara dos Deputados. Esta Presi-
Essa PEC vem nesse âmbito. Não podemos escon- dência concede vista ao processo, por duas sessões.
Agostl1 de 200] DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS SllXla-fl:ira 31 41253
A concessão de vista se estende também ao De- O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURV -
putado Werner Wanderer. Luiz Antônio Fleury.
O SR. DEPUTADO LUCIANO ZICA - Sr. Presi- O SR. DEPUTADO RICARDO FIUZA - Ricardo
dente, pela ordem, quero, primeiramente, manifestar Fiuza.
meu apoio ao Sr. Relator, Deputado Basílio Villani, e O SR. DEPUTADO WERNER WANDERER -
também ao trabalho da assessoria, já citada pelo De- Werner Wanderer.
putado-Relator. O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
Com muita sabedoria, S. Exa foi capaz de ouvir - Fica concedida vista do processo, por suas sessões,
diferentes opiniões e elaborar um relatório, que, sem de acordo com o Regimento da Casa, aos nobres De-
dúvida, do meu ponto de vista, resolve o principal pro- putados Salatiel Carvalho, Werner Wanderer, Luciano
blema da fraude fiscal e até da qualidade dos nossos Zica, Luiz Antonio Fleury, Joel de Hollanda, Carlos
combustíveis. Ele estabelece a possibilidade de termos Santana, Roberto Balestra e Ricardo Fiuza.
a solução do que é uma das vergonhas fiscais do nosso Convoco reunião desta Comissão Especial a re-
País, as viagens virtuais de combustíveis que geram um alizar-se na próxima terça-feira, dia 14, às 14h, para
sem-número de atentados ao direito do consumidor e discussão da matéria.
do cidadão brasileiro. Declaro encerrada a reunião.
Com certeza, o relatório, da forma como foi elabo- O SR. DEPUTADO RICARDO FIUZA - Sr. Pre-
rado, retrata uma conduta que tive oportunidade de co- sidente, um minuto, por favor, para um esclarecimen-
nhecer no nobre Sr. Relator e que, do meu ponto de vis- to.
ta, resolve grave problema. Hoje, vários Estados brasi-
Incorporo-me ao pedido de vista por uma razão
leiros chegam a ter fraudes que atingem 50% dos im-
que quero deixar bem clara nesta Comissão e que to-
postos. O consumidor paga sem que o Estado brasile-
dos certamente vão entender.
iro receba os impostos pagos, porque o dinheiro vai
No art. 177, item 11, letra a, se diz o seguinte: "ao
parar na mão de meia dúzia de espertalhões.
pagamento de subsídios a preços ou transporte de ál-
Diante disso, quero dar um testemunho, no meu
cool combustível, gás natural e seus derivados e deri-
singelo ponto de vista, da qualidade desse produto, re-
vado de petróleo;"
sultante do trabalho desta Comissão. Contudo, já que
A redação que havia sido combinada inclusive
foi concedida vista ao Deputado Salatiel Carvalho, soli-
com o Secretário Everardo Maciel, para a qual quero
cito vista conjunta como, creio eu, outros Deputados o
chamar a atenção do Sr. Presidente e do Sr. Relator,
farão, para que possamos dar continuidade a esse es-
era a seguinte: "ao pagamento de subsídios a preços
forço coletivo patrocinado pelo nosso Relator.
e transporte ou de equalização de custos" (... ). Sem a
Sr. Presidente, solicito vista conjunta. expressão "ou equalização de custos", o agricultor do
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen- Nordeste está acabado, porque a vida toda houve sub-
de) - Diante dos pedidos de vista ... sídio de equalização de custos. Se temos uma região
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURV- plana, por exemplo, São Paulo, e se temos um grande
Pela ordem, Sr. Presidente, também peço vista conjunta centro produtor, que é o Sul do País hoje, é porque sem-
do projeto. pre houve o subsídio de equalização de custo. Da forma
O SR. DEPUTADO WERNER WANDERER - Sr. como está, sem a expressão "equalização de custos",
Presidente, pela ordem. Eu também peço vista. não podemos deixar passar esse projeto, porque o Go-
vemo, simplesmente, vai retirar o subsídio de equaliza-
O SR. DEPUTADO JOEL DE HOLLANDA - Sr.
ção de custo.
Presidente, também peço vista.
Essa redação foi discutida com o Secretário Eve-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
rardo Maciel, que nos disse que concordava. Essa é a
- Os Deputados que desejam pedir vista declinem o
grande razão. Parece uma coisa pequena, mas não é.
nome, por favor.
Para o Nordeste, para as regiões que têm subsídios
O SR. DEPUTADO ROBERTO BALESTRA - de equalização é muito grave.
Roberto Balestra. O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
O SR. DEPUTADO CARLOS SANTANA - Carlos - O assunto será tratado na terça-feira, na discussão
Santana. da matéria, Deputado.
O SR. DEPUTADO JOEL DE HOLLANDA - Joel Quero dizer que já declarei encerrada a reunião.
de Hollanda. Não estamos mais na fase da discussão. Foi pedida vis-
41254 S<.:xla-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 2001
ta ao processo, e, rep~o, a discussão terá seqüência na nário número quatro, do Anexo 11, da Câmara dos De-
próxima terça-feira. putados, reuniu-se, ordinariamente, a Comissão
A SRA. DEPUTADA MIRIAM REID - Sr. Presi- Especial destinada a proferir parecer à Proposta de
dente, quero apenas chamar a atenção dos Deputa- Emenda a Constituição n° 277-A/2000, do Poder Exe-
dos dos Estados produtores - Rio de Janeiro, Rio cutivo, que "altera os arts. 149 e 177 da Constituição
Grande do Norte, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Ala- Federa!', sob a presidência do Senhor Deputado Eli-
goas, Amazonas, Ceará e agora Pernambuco. seu Resende. Compareceram os Senhores Deputa-
Existe, na Constituição, uma cláusula que impe- dos Airton Dipp, Airton Roveda, Antonio do Valle, Ba-
de que a produção e a transferência de petróleo dos sílio Villani, Candinho Mattos, Carlos Santana, Clovis
Estados seja fato gerador de ICMS. Com isso, os Volpi, Eliseu Resende, Jaques Wagner, João Caldas,
Estados produtores estão tendo prejuízo muito gran- Joel de Hollanda, José Borba, José Priante, Luciano
de, porque toda a produção de petróleo é tributada no Zica, Luiz Antonio Fleury, Pedro Eugênio, Pedro Pe-
refino, o que só beneficia Amazonas, Bahia, Ceará, drossian, Vadão Gomes, Vitório Medioli e Waldemir
Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pa- Moka, titulares; Almir Sá, Edinho Bez, Jovair Arantes,
raná e São Paulo. Então, de todos os Estados produ- Luis Barbosa, Romel Anizio e Werner Wanderer, su-
tores, apenas Rio, Bahia, Amazonas e Ceará, que ao plentes. Compareceram ainda os Senhores Deputa-
mesmo tempo produzem e refinam, ainda têm uma dos Fernando Coruja, Moreira Ferreira e José Carlos
compensação. Aleluia. Deixaram de comparecer os Senhores Depu-
O Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, pro- tados Badu Picanço, Chico Sardelli, Fernando Diniz,
duz 1 milhão de barris por dia, o que corresponde a 30 Fernando Gabeira, Gervásio Silva, Haroldo Lima,
milhões de barris por mês. A 18%, o Estado perderia, José Carlos Coutinho, José Janene, Miriam Reid, Ri-
por dia, 5 milhões e 400 mil, um prejuízo de 150 mi- cardo Fiuza e Roberto Jefferson. A Senhora Deputa-
Ihões ao mês e de 1 bilhão e 800 milhões ao ano. da Miriam Reid justificou sua ausência, através do
Portanto, corno a minha emenda foi considerada Ofício n° 144, de 14 de agosto de 2001. Ata - Após
inoportuna pelo Relator, gostaria de ter o apoio desta declarar abe~os os trabalhos, o Senhor Presidente,
Comissão para a apresentação de emenda aglutinativa Deputado Eliseu Resende, colocou em apreciação
no plenário, a fim de que possamos corrigir esta injusti- Ata da nona reunião, cuja leitura foi dispensada por
ça com os Estados produtores, sem causar ônus algum solicitação do Senhor Deputado Luciano Zica, tendo
ao País. Haveria apenas a redistribuição em termos de em vista a distribuição antecipada de cópias aos Se-
percentuais. Basta tirarmos esse inciso da Constituição nhores membros da Comissão. Em discussão e vota-
e partirmos para a negociação. Atualmente, a tributação ção, a Ata foi aprovada. Expediente - O Senhor Presi-
da produção é zero, e apenas o refino é contemplado. dente informou o recebimento de: 1. Cópia do Ofício
Queremos justiça com os Estados produtores, n° 488, de 7 de ago.st.o d~ 200~, ~o Líder do PMDB,
queremos eqüidade, um percentual equivalente para Depu.tado Geddel Vieira Lima, indicando o Deputado
beneficiar tanto quem produz como quem refina. Salatlel Carvalho, como suplente, da Comissão;
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende) 2:Cópia do Ofício n° 327, de 7 de agosto de 2001, do
_ A matéria será discutida na terça-feira Deputada lIder do Bloco PUPSL, Deputado Valdemar Costa
, . Neto, indicando o Deputado João Caldas (PLlAL),
d SA ~RA .. ~EPUTADA MIRIAM REID - Vou aguar- como titular, em substituição ao Deputado Bispo Ro-
ar, r. resl ente. drigues (PURJ); 3.0fício n° 323, de 2 de agosto de
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen- 2001, do Deputado Chico Sardelli, comunicando via-
de) - Está encerrada a reunião. gem em missão oficial, à Inglaterra, no período de 3 a
COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR 18 do fluente mês; 4. Cópia do Ofício n° 420, de 14 de
PARECER À PROPOSTA DE EMENDA À agosto de 2001, do Líder do PSDB, Deputado Juthay
CONSTITUiÇÃO N° 277-A/2000, DO PODER Júnior, comunicando a indicação dos Deputados
EXECUTIVO, QUE "ALTERA OS ARTS. 149 E 177 DA Expedito Júnior, Itamar Serra, Juquinha, Nicias Ribei-
CONSTITUiÇÃO FEDERAL'. (COMBUSTíVEIS). roe Paulo Feijó, como membros suplentes, da Comis-
são; 5. Comunicou, ainda, com pesar, que deixou de
Ata da 1Q8 reunião, realizada em 14 de agosto participar da Comissão o Deputado Flávio Derzi, Pri-
de 2001 meiro Vice-Presidente, falecido no último domingo,
Aos quatorze dias do mês de agosto de dois mil dia 12 de agosto. Ordem do Dia - Continuação da Dis-
e um, às quatorze horas e cinqüenta minutos, no Ple- cussão do Parecer do Relator, Deputado Basílio Villa-
Agosto dI;: 20U I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 31 41255
ni, que concluiu pela aprovação, com Substitutivo, da Informo aos Srs. Deputados que, para discussão
Proposta de Emenda à Constituição n° 277-A, de da matéria, está prevalecendo a lista de inscrição da
2000, do Poder Executivo, que altera os arts. 149 e última reunião.
177 da Constituição Federal; pela admissibilidade das Ao se inscrever junto à Secretaria, solicito a
emendas de nOs 1,2,3,4, 5,6, 7, 8, 9, 10, 11, 12 e 13, cada Parlamentar que informe se é contra ou a favor.
e no mérito, pela aprovação das emendas de nOs 1 e
Dando seqüência à discussão iniciada na ses-
2, pela aprovação parcial das emendas de nOs 3,7,9,
são anterior, concedo a palavra ao Sr. Deputado Carlos
11, 12 e 13, e pela rejeição das emendas de nOs 4, 5,
Santana, primeiro inscrito da lista.
6,8 e 10. Nos termos do artigo 57, incisos VI e VII, do
Regimento Interno, usaram da palavra os Deputados O SR. DEPUTADO CARLOS SANTANA - Sr.
Carlos Santana, Luis Barbosa, Luiz Antonio Fleury, Presidente, S~ e Srs. Deputados, chegaremos ao final
Pedro Eugênio, Joel de Hollanda, Jaques Wagner, deste trabalho com muita satisfação, porque o relatório
José Carlos Aleluia, Luciano lica e Moreira Ferreira. foi realizado com a participação de todos os setores en-
O Senhor Deputado Basílio Villani, Relator, solicitou volvidos da sociedade. Eu, que discuto esta matéria
proceder às respostas aos questionamentos, de há mais de dez anos, entendo que vamos conseguir
modo intercalado, objetivando esclarecer dúvidas resolver a situação tributária. No ano passado, solici-
suscitadas. O Senhor Deputado José Carlos Aleluia, tei a instalação de CPI para apurar tanto a sonegação
Vice-Líder do PFL, apresentou requerimento para do ICMS nos Estados como a adulteração de combus-
adiamento de votação, pelo prazo de 5 (cinco), ses- tível e a máfia do óleo.
sões. Em discussão e votação, foi aprovado o adia- Entendo que esse projeto amenizará um pouco a
mento de votação da matéria pelo prazo de 4 (quatro) situação interna na questão da máfia. Evidentemente,
sessões. O Senhor Presidente convocou os Deputa- sabemos que adulteração independe da legislação. A
dos Basílio Villani, Relator, Luiz Antonio Fleury, Lucia- adulteração interna, que vemos por todos os lados, ain-
no lica, Moreira Ferreira, José Carlos Aleluia e dema- da continuará Ao mesmo tempo, daremos um destino
is deputados que quisessem participar, para uma reu- a esse dinheiro, o que, para mim, é fundamental.
nião informal, às dezenove horas, no gabinete do lí- Estamos vendo a infra-estrutura do País, as estradas
der do Governo, Deputado Arnaldo Madeira. Nada e ferrovias cada vez mais deterioradas.
mais havendo a tratar, às dezessete horas e quinze Sou favorável ao relatório e espero que os par-
minutos, o Senhor Presidente encerrou os trabalhos, ceiros desta Comissão também o sejam. Acho que
convocando reunião para o dia vinte e um de agosto assim vamos dar início a um novo tempo.
do fluente ano, às quatorze horas, destinada à vota-
Já deveríamos ter resolvido essa questão há
ção do parecer do relator. E, para constar, eu, Edla
muito mais tempo, com outras PECs discutidas nesta
Calheiros Bispo, Secretária, lavrei a presente Ata
Casa. Com a PEC n° 82 já poderíamos ter soluciona-
que, lida e aprovada, será assinada pelo Presidente e
do esses problemas, mas nunca é tarde.
encaminhada à publicação no Diário da Câmara dos
Deputados, juntamente com as notas taquigráficas. Agradeço ao Relator o empenho e a paciência
A presente reunião destina-se à continuação da que teve comigo em vários debates internos, assim
como aos técnicos que acompanharam a Comissão.
discussão do parecer do Relator, Deputado Basílio
Villani, que concluiu pela aprovação com substitutivo à Espero que a questão tenha o desfecho que a socie-
Proposta de Emenda à Constituição n° 277, de 2000. dade brasileira necessita cada vez mais. Hoje, vários
Estados estão perdendo recursos por falta de uma le-
O parecer do Relator concluiu pela admissibili-
gislação coerente, como a que estamos tentando cons-
dade das Emendas nOs 1,2,3,4,5,6,7,8,9, 10, 11,
truir neste momento.
12 e 13. No mérito, S. Exa concluiu pela aprovação
das Emendas nOs 1 e 2, pela aprovação parcial das O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen-
Emendas de n° 3,7, 9, 11, 12 e 13 e pela rejeição das de) - Tem a palavra o segundo inscrito, Deputado Sa-
Emendas nOs 4, 5, 6, 8 e 10. latiel Carvalho. (Pausa.) Ausente.
Foi concedida vista conjunta do processo aos Tem a palavra o Sr. Deputado Luis Barbosa.
Deputados Carlos Santana, Joel de Holanda, Luciano O SR. DEPUTADO LUIS BARBOSA - Sr. Presi-
lica, Luiz Antonio Fleury, Ricardo Fiuza, Roberto Ba- dente, agradeço ao Relator. O que me traz a esta Co-
lestra, Salatiel Carvalho e Werner Wanderer. missão é uma emenda de grande importância para o
Vamos dar início à continuação da discussão do meu Estado, Roraima, que foi acatada pelo Relator.
parecer. Ontem, mais uma vez, fomos premiados com a energia
41256 S.:xla-I'cira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto d.: 2001
de Guri, e o Presidente Hugo Chávez disse que há com- O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
bustível para baratear o custo em Roraima. - Com a palavra o Deputado Luciano Zica. (Pausa.)
Gostaria de ouvir o nobre Relator a esse respei- Na ausência de S. Ex", concedo a palavra à De-
to, pois, em sua pauta, S. Exa diz que a emenda está putada Miriam Reid. (Pausa.)
contemplada pelo objetivo da proposta ora em exa- Na ausência de S. Exa , concedo a palavra ao De-
me, mas que ela foi rejeitada. putado Luiz Antonio Fleury.
O combustível da Venezuela vai baratear muito O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY -
o nosso custo, porque lá um litro de gasolina custa 0,4 Sr. Presidente, Sr. Relator, sem dúvida, essa proposta
centavos. Em Roraima, os atravessadores estão pe- de emenda à Constituição contribuirá, e muito, para
gando scanias, kombis, pampas e trazendo da Vene- que tenhamos a regularização e a abertura total do
zuela de 6 a 8 mil litros por dia. Isso está causando um mercado de combustíveis em nosso País.
prejuízo muito grande para o Estado, porque diminuiu Na minha opinião, foi providencial o adiamento
a arrecadação de ICMS. O nosso Estado é pequeno, da discussão para a data de hoje. Estive examinando
e a arrecadação do ICMS, que era de 11 milhões por cuidadosamente o substitutivo, tão bem elaborado por
mês, diminuiu para quase 2 milhões por mês. V. Exa Deixando claro que concordo com quase todo o
O relatório é perfetto. Como o colega Carlos relatório, não poderia deixar, entretanto, de fazer algu-
Santana me'1cionou, acabará com a pirataria no Bra- mas observações, que me parecem pertinentes.
sil. Poderemos até diminuir a alíquota do ICMS. Se A primeira delas diz respeito à criação dessa con-
tudo isso for regularizado, não vai acontecer o que tribuição de intervenção no domínio econômico. A sua
está acontecendo em Roraima, porque hoje, com 50 finalidade principal, todos sabemos, é substituir a Par-
reais, os atravessadores abastecem praticamente toda cela de Preço Específico - PPE, que não tem natureza
a cidade de Boa Vista. jurídica bem definida, o que acarretará uma competição
absolutamente desleal, já que a PETROBRAS é obriga-
Sr. Relator e demais companheiros, peço que da a recolhê-Ia, mas as demais empresas podem im-
analisem essa questão com carinho, porque Roraima portar combustível sem pagá-Ia.
é um Estado pobre, em crescimento. Gostaria de ou-
vir a opinião do Presidente e do Relator sobre essa Partindo desse princípio, desde logo me chama
a atenção o que dispõe o art. 149, § 2°, inciso 11. Diz o
emenda, muito importante para Roraima. texto que essa intervenção do domínio econômico
A população do Estado me pergunta o tempo poderá incidir sobre energia elétrica, serviços de tele-
todo: "Deputado, e o combustível?" Sempre respondo comunicações e álcool combustível.
que tenho certeza de que o Relator, o Presidente e os A importação de energia elétrica, hoje, não está
demais colegas da Comissão vão votar favoravel- sujeita ao pagamento da PPE. Parece-me que estare-
mente a essa emenda. mos criando mais um imposto sobre energia elétrica,
Muito obrigado, Presidente. que vai exatamente refletir sobre o preço final a ser
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende) pago pelo consumidor. Podemos dizer o mesmo no
- Informo ao ilustre Deputado que o Relator está ano- caso das telecomunicações.
tando todas as contribuições dos Parlamentares nesta Quanto ao álcool combustível, sabemos que o
discussão e na réplica dará uma satisfação a V. ~. nosso País é um grande produtor desse produto. Por
O SR. DEPUTADO CARLOS SANTANA _ Sr. isso criamos o PROALCOOL, que infelizmente sofreu
os percalços que todos conhecemos.
Presidente, esqueci de dizer que ontem tive uma longa
discussão com o delegado da Polícia Federal responsá- E o art. 177, § 4° do substttutivo diz:
vel pela investigação da máfia do óleo, que atua em Art. 177 .
cinco portos do nosso País. Isso que o companheiro § 4° A lei que instituir contribuição de in-
de Roraima mencionou há pouco é uma coisa que tervenção no domínio econômico relativa às
está acontecendo não só lá, mas em quase todo o atividades de importação ou comercialização
Brasil. de petróleo e seus derivados, gás natural e
Quero que fique registrada a importância que seus derivados e álcool combustível (... )
tem essa PECo Sabemos que dela vai resultar uma le- Então, também sobre o álcool produzido no
gislação sobre o assunto, mas, ao mesmo tempo, os ór- Brasil, estamos criando mais um imposto. Esses são
gãos de fiscalização têm de atuar neste País, coisa que aspectos que me preocupam, porque jamais a PPE
não está acontecendo. incidiu sobre o álcool combustível. E aqui estamos
Agosto dI! 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sl!xta-tcira 31 41257
criando uma contribuição que vai incidir não apenas sitivo que assegure que esse fato não ocorrerá. Deve-
sobre a importação de álcool, mas também sobre o mos deixar escrito na Constituição, para evitar exata-
álcool produzido e comercializado no próprio País. mente isso.
Essas são as duas preocupações que tenho ini- São as observações que gostaria de fazer,
cialmente. Gostaria de ouvir o Sr. Relator sobre o as- salientando o excepcional trabalho do Sr. Relator a
sunto, já que me parece que estamos indo além do respeito do assunto.
objetivo da equalização de preços do petróleo e seus O SR. DEPUTADO JOÃO CALDAS - Sr.
derivados. Presidente, questão de ordem.
Outro aspecto que me chama a atenção, Sr. O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
Presidente, Srs. Deputados, é o seguinte: o art. 177, § - Com a palavra o Deputado João Caldas.
4°, inciso I, alínea b, diz que lei vai instituir uma contri-
O SR. DEPUTADO JOÃO CALDAS - O relatório
buição que poderá ser reduzida - até aí concordamos
está causando certa celeuma. Se não houver consenso,
- e restabelecida por ato do Poder Executivo.
inevitavelmente esta discussão será levada ao plenário.
Acho que não estamos observando o princípio Não seria de bom alvitre esta Comissão postergar a dis-
da anualidade. Estamos deixando a critério do Poder cussão por mais duas ou três sessões? Dessa forma,
Executivo restabelecer ou não essa contribuição a
seriam dirimidas todas as dúvidas, e chegaríamos a um
seu bel-prazer e não estamos aplicando o princípio da entendimento, evitando, assim, a discussão no plenário.
anualidade. Portanto, o contribuinte fica praticamente Se não tomarmos essas atitudes, não daremos ao pro-
desguarnecido, já que é o princípio da anualidade que cesso a celeridade que ele exige.
dá garantias ao cidadão.
Gostaria que V. ~ Levase em consideração
Outra observação é que, com muita proprieda-
que, se não chegarmos a um consenso, inevitavel-
de, S. Ex a incluiu no texto um aspecto importante, as
mente a discussão será no plenário. Com as emen-
alíquotas, mas não sei se seria essa proposta de das de plenário, aí assim, haverá conturbação, com
emenda à Constituição o foro adequado para realizar-
muito mais pessoas discutindo o assunto, o que ter-
mos essa discussão. O substitutivo estabelece que
minará por inviablilizar o projeto.
elas serão uniformes em todo o território nacional e fi-
Peço que V. Exa Pondere o nosso argumento e
xadas pelo Senado Federal.
conceda maior prazo para a discussão, a fim de che-
Parece-me, data venia, que essa matéria é das
garmos a um consenso.
mais polêmicas, já que estamos retirando dos Estados
O Sr. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen-
a possibilidade de fixar as alíquotas, sendo que esta-
de)) - Sr. Deputado, estamos com o processo de dis-
mos tratando aqui exatamente do ICMS, que é um im-
cussão já inicado e temos de ultimá-lo. Todos os Par-
posto estadual.
lamentares inscritos para discutir terão oportunidade
Confesso a V. ~ que tenho sérias dúvidas se po-
de falar. Haverá, em seguida, a réplca do Relator,
deríamos antecipar aqui a discussão da reforma tributá-
quando se discutirá então a sugestão de V. Exa.
ria. Defendo que as alíquotas sejam iguais para todos
os Estados, sou contra a diferenciação, mas me parece Concedo a palavra ao Deputado Pedro Eugênio.
também que estamos tratando de assunto altamente O SR. DEPUTADO BASíLIO VllLANI - Sr,
polêmico nessa proposta de emenda à Constituição. Presidente, gostaria que V. Ex a Me permitisse ir res-
Finalmente, Sr. Presidente, Srs. Deputados, pondendo aos Deputados, porque o assuntoé muito
uma observação que me parece importante é que não complexo. Pode haver, inclusive, perguntas repetidas.
temos nenhum dispositivo que garanta que a alíquota a Confesso que o entendimento do tema é muito
ser fixada para a contribuição de intervenção no domí- difícil. Então, para melhor andamento dos trabalhos,
nio econômico corresponderá aproximadamente ao va- acho que seria importante irmos respondendo e discu-
lor dos impostos que são cobrados na produção nacio- tindo as questões, quando eis surgissem, porque pode
nal. Poderíamos ter uma situação na qual, para atender ocorrer de um outro Deputado ter a mesma dúvida.
a determinado período de tempo, se fixe essa alíquota O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
de tal maneira que o produto importado saia mais bara- - Levaremos em consideração as ponderações do
to do que o produto nacional. Isso acarretaria prejuízos nobre Relator. Entretanto, já havia concedido a palavra
incalculáveis à PETROBRAS, que poderia até ficar invi- ao Deputado Pedro Eugênio.
abilizada economicamente. O SR. DEPUTADO PEDRO EUGÊNIO - Apenas
Parece-me que não devemos deixar para uma indago ao Sr. Relator sobre a prerrogativa dada ao
lei complementar o dever de regulamentar um dispo- Executivo de definir as alíquotas.
4125~ Sexla-lCira 31 IJIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 20DI
Diz O art. 177, § 4°, inciso I, alínea b, que a alíquo- Com referência à emenda do meu amigo Luis
ta da contribuição poderá ser reduzida e restabelecida Barbosa, está claro que, no relatório, não está transcrita
por ato do Poder Executivo. Sobre essa delegação ao a realidade. Houve participação ativa de S. Exa Quando
Executivo, Sr. Relator, V. Ex" examinaria a possibilidade nem conhecíamos a PEC, o Deputado já falava na ne-
de, por exemplo, conferir ao CONFAZ essa atribuição, cessidade de se fazer isso em razão do problema do
de maneira que os Estados fossem ouvidos nesse pro- seu Estado. Deveremos produzir no relatório uma erra-
cesso? Tenho percebido em alguns dos nossos pares a ta, dizendo que a sua emenda foi acatada na íntegra.
mesma preocupação. Colegas, seria muito bom que não houvesse
Era essa a indagação que gostaria de fazer, no discussões paralelas.
intuito de criar as condições para aprovação do projeto. Com referência às observações do Deputado
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende) Luiz Antonio Fleury, S. Ex" não perguntou sobre a fi-
_ O nobre Relator optou por responder as questões nalidade da criação da CIDE. S. Ex'l explicou o assun-
formuladas até aqui. to, e muito bem: a CIDE veio subst~uir urna coisa cha-
mada PPE, que ninguém sabe o que é. Quando formos
Tem a palavra S. Ex'l. efetuar a lei, vamos dar um formato à CIDE. Tenho a im-
O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI- Sr. Pre- pressão de que não perm~iremos que ela seja uma cai-
sidente, Srs. Deputados, inicialmente, agradeço ao xa-preta. Nós, Deputados, temos obrigação de dar mol-
Deputado Carlos Santana as palavras. S. Exa acom- dura à CIDE.
panhou de perto todas as nossas reuniões e pôde Quando se mexe em artigos tributários, realmente
constatar a forma bastante aberta, transparente a situação é mu~o complexa. Recentemente ouvimos a
corno procedemos na elaboração deste relatório. Comissão que trata desse assunto e vimos que há uma
Chamo a atenção do Deputado José Carlos Ale- série de dificuldades. Gostaria que V. ~ entendessem
luia, a quem respeito pela capacidade e competência, que estamos tentando colaborar com o País, fazendo
para a nossa tentativa de inovar. Junto com todos os praticamente uma minirreforma tributária, por setores.
setores envolvidos, fomos produzindo o substitutivo, Não adianta querermos abraçar tudo, achando que
porque, às vezes, podemos atender a um segmento vamos resolver a questão, porque teremos dificuldades.
em detrimento de outro. Então, provocamos as dis- Em relação aos combustíveis, Srs. Deputados, o
cussões. Deputado Carlos Santana disse bem: está havendo mu-
Por conta deste trabalho, não tive um dia sequer ita evasão de renda. É um negócio impressionante! Ve-
de recesso. Dediquei-me diuturna mente a ele em ra- jam bem, trata-se evasão de renda do Erário, porque o
zão do prazo que nos foi dado. A PEC está na Casa consumidor está pagando na bomba. Com toda a cora-
desde agosto do ano passado, mas esta Comissão só gem, digo que é vergonhoso o que está ocorrendo
foi constituída em maio. Ternos de votá-Ia em dois tur- hoje neste País.
nos no plenário da Câmara dos Deputados e em dois Quando o Governo enviou a esta Casa a PEC,
turnos no Senado Federal, para depois provocar a não incluiu o aspecto do ICMS, o que estamos fazen-
elaboração das leis. Se isso não ficar pronto até o dia do neste relatório, quando se fala de bens de serviço,
31 de dezembro, o País vai enfrentar muitas dificulda- energia elétrica, telecomunicações, álcool e proteção.
des. Em razão disso, peço a colaboração e a compre- A PEC que está desde outubro aqui fala exatamente
ensão de V. Ex.!!,:;. sobre esses assuntos. O Relator não recebeu nenhu-
Quando elaborei o substitutivo, não me detive ma emenda para retirar. Então, ficou mantido.
em ideologias, em absolutamente nada. Trabalhei em Como a PEC não contemplou o álcool, e sou ad-
conjunto, ouvindo - claro, não vou dizer que sou o mírador do setor sucroalcooleiro, resolvi incluí-lo, por-
todo-poderoso; pelo contrário - as pessoas experien- que ali ele terá proteção. É exatamente o inverso daqui-
tes no assunto. Então, houve um trabalho, que contou lo que V. Ex" comentou. Preocupo-me com a entrada de
com a participação muito ativa do Deputado Luciano um álcool mais barato no País, o que pode quebrar nos-
Zica, que pertence ao setor. Houve também participa- sas usinas.
ção ativa do Presidente. Fizemos esse relatório, que O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY - V.
não é do Deputado Basílio Villani. Ele veio de lá para Ex" me concede um aparte? O colega tem razão quan-
cá, com a participação do SINDICOM, do setor alcoo- do fala do inciso II do art. 149, mas não quando se refere
leiro, da PETROBRAS. Enfim, ouvimos todos os seto- ao art. 177, que fala de importação, comercialização de
res envolvidos. Quero deixar isso claro. petróleo, gás natural, seus derivados e álcool.
Agosto de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-Icim 31 41259
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende) teríamos, em termos da variação do dólar, um proble-
- Gostaria de fazer uma intervenção, Deputado Luiz ma muito sério para o País. Então, não será ampliada.
Antonio Fleury? Será respeitado o princípio da anualidade, porém ela
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURV - será reduzida, já que atualmente está em oito. Em ra-
Acho que é aqui que o álcool está indevidamente co- zão de o preço ter ido para patamares inferiores, re-
locado. duzimos a taxa para quatro. Aí, digamos que houve
O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI- Qual é o alteração no preço do petróleo. Então, a taxa será res-
artigo, Deputado? tabelecida. Em nove? Não, não pode ser. Ela pode
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURV _ chegar àquele patamar do ano.
Art. 177, § 4°. Creio que a redação é um pouco difícil, quando se
O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI- Vou ler: trata de matéria constitucional. Na lei, serão forneci-
dos maiores detalhes.
Art. 177 .
Sobre o art. 155, § 4°, inciso 111, chamo inclusive
§ 4° A lei que instituir contribuição de in- a atenção do Presidente, porque, como disse aos Srs.
tervenção no domínio econômico relativa às
Deputados, está ocorrendo uma enorme sonegação.
atividades de importação ou comercialização
Resolver essa questão é quase condição sine qua non
de petróleo e seus derivados, gás natural e
para que seja feito um trabalho necessário e profundo.
seus derivados e álcool combustível deverá
Para tanto, acreditamos na capacidade desta Casa.
atender aos seguintes requisitos: (...)
Eu disse que deveríamos, talvez, fazer uma mi-
Veja bem, trata-se de álcool importado, que nirreforma constitucional por setores. Hoje, estamos
deverá ter uma CIDE, para se poder dar guarida ao resolvendo a questão dos combustíveis; amanhã po-
álcool nacional. deremos estudar a agricultura e, depois, outros as-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende) suntos.
- Perdoem-me a intervenção, mas temos um Regimen-
Houve uma solicitação veemente dos próprios
to a ser respeitado. Então, darei a palavra por um deter-
segmentos, a fim de evitarmos uma série de limina-
minado tempo aos Parlamentares que queiram discu-
res. Por isso, fomos corajosos e pretensiosos. Quere-
tir a matéria e, depois, ao Relator, no caso de réplica e
mos ser úteis ao País.
para o pronunciamento final. O Relator optou por dar
uma réplica a cada intervenção. Temos de evitar, nes- É necessário que os Deputados analisem e veri-
sas condições, o debate. O Deputado Luiz Antonio Fle- fiquem a questão. Disponho de estudos mostrando
ury já se pronunciou com muita clareza. que mesmo que o Estado baixe a alíquota do ICMS,
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURV - ele terá sua arrecadação ampliada. Faço esse desafio
Acatado, Sr. Presidente. Vamos ouvir com muita aten- a qualquer Estado. É claro que, posteriormente, na
ção o Sr. Relator. lei, será feito um estudo nesse sentido.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen- Como disse, necessitamos aprovar esse projeto
de) - Esperamos que o Sr. Relator também conduza com rapidez. Ou a lei estará pronta até o dia 31 de de-
as réplicas com muita clareza, a fim de que possamos zembro, ou se perde a finalidade.
passar a palavra aos demais inscritos para discutir a Estamos preparados para o caso de não haver
matéria. compreensão, colaboração. Se os Estados não quise-
O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI - Essa é rem ampliar sua arrecadação, estamos prontos a aca-
minha explicação, com toda clareza. Realmente, nesse tar uma emenda de plenário que retire o assunto de
assunto, às vezes nos confundimos. Aqui, estamos pauta. Mas, nesse caso, estaremos fazendo um pés-
exatamente preservando o produtor do álcool nacional simo trabalho para o País.
e dando guarida a ele. Chamo a atenção de todos os Deputados no
V. Exa cita ainda o art. 177, § 4°, inciso I, alínea b, sentido de que façam estudos em seus Estados e ve-
que diz que a alíquota da contribuição poderá ser redu- rifiquem a ampliação da arrecadação. Creio que o
zida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se grande sonho de todos nós é que o ICMS seja iguali-
lhe aplicando o disposto no art. 150, inciso 111, alínea b. tário. Inclusive, o Governo enviou uma PEC a esta
O restabelecimento vai ficar claro na lei. Tenho Casa unificando todos os produtos. Nesse caso, creio
hoje oito e posso reduzir para cinco. Até oito, posso que teremos dificuldades, porque precisamos anali-
restabelecer. Ela não será ampliada, porque senão sar um segmento por vez.
41260 Sexla-kira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DFl'lJTADOS Agustu de 20D I
A minha colaboração nesse processo é a de aca- O SR. DEPUTADO JOSÉ CARLOS ALELUIA -
tar uma proposta baseada em estudos fe~os por técni- Sr. Presidente, o propósito do requerimento é exata-
cos da mais alta competência. Consideramos que, para mente permitir que as discussões se estendam, a fim
o País, tal projeto acaba com a sonegação e com a de que possamos evoluir nas negociações. Não tenho
guerra fiscal. Não há um Estado que irá baixar a sua ar- nenhum propósito de obstruir o trabalho de V. Exa,
recadação. Faço esse desafio. sempre um trabalho de excelência...
Com referência ao terceiro assunto, não me O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen-
lembro bem... de) - V. Exa terá a palavra no final da discussão.
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY - É O SR. DEPUTADO JOSÉ CARLOS ALELUIA-
a questão de não haver a possibilidade de o produto es- ...e muito menos o trabalho do Deputado Basílio Villa-
trangeiro acabar tendo um preço inferior ao produzido ni. Agora, se V. Exa encerra a discussão, encerra, de
no Brasil pela PETROBRAS, algum tipo de garantia certa forma, as negociações.sta Comissão postergar
que se possa estabelecer. a discussão por mais duas ou três sessões? Dessa
O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI- V. Exafa- forma, seriam dirimidas todas as dúvidas, e chegaría-
lou sobre a CIDE. Ali é a questão da lei, porque, se in- mos a um entendimento, evitando, assim, a discussão
serirmos aqui a questão do exercício, foi como expli- no plenário. Se não tomarmos essas atitudes, não da-
quei a V. Exa : a PPE hoje é uma situação, e temos de remos ao processo a celeridade que ele exige.
efetuar um estudo muito profundo sobre a CID E, por- O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
que é um assunto bastante complexo. Devemos indu- - Nós daremos seqüência à discussão.
sive, Deputado Fleury, fazer um estudo profundo so- O SR. DEPUTADO JOSÉ CARLOS ALELUIA-
bre o assunto e inclui-lo na lei, porque sempre vai haver Seria interessante que a discussão não fosse encerra-
modificações. Se nós inserirmos isso na Constituição, da.
cada vez que tivermos de dar uma mexida, vamos ter
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen-
dificuIdades.
de) - Nós daremos seqüência a ela.
Eram essas as minhas modestas explicações.
Com a palavra o Deputado Carlos Alberto Rosa-
Com humildade, peço a V. E)(-!' que pensem muito bem
do. (Pausa.)
sobre o assunto do ICMS. Estou inteiramente à disposi-
Na sua ausência, tem a palavra o Deputado Ri-
ção para discutir o assunto, diuturnamente. Repito
cardo Fiuza. (Pausa.)
que não tive um dia de recesso, porque quero ajudar o
nosso País. Na ausência do Deputado Ricardo Fiuza, tem a
palavra o Deputado Fernando Coruja. (Pausa.)
Muito obrigado.
Em sua ausência, tem a palavra o Deputado
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
Joel de Hollanda.
- Vamos dar seqüência à discussão. Temos inscritos
os Deputados Carlos Alberto Rosado, Ricardo Fiuza, O SR. DEPUTADO JOEL DE HOLLANDA - Sr.
Fernando Coruja, Joel de Hollanda, Jaques Wagner e Presidente, Sr. Relator, inicialmente gostaria de teste-
José Carlos Aleluia. munhar o empenho do Deputado Basílio Villani de re-
latar esta PEC a partir de um amplo debate, de uma
Há sobre a mesa requerimento do Deputado
ampla discussão com todos os setores envolvidos. Fui
José Carlos Aleluia, na qualidade de Vice-Líder do
e sou testemunha de que o Relator não teve recesso,
PFL, requerendo, nos termos do art. 193 do Regimen-
ficou detido na Câmara dos Deputados estudando a
to Interno, adiamento da votação da presente propo-
matéria e, com espírito democrático, acolheu todas as
sição pelo prazo de cinco sessões.
ponderações dos vários órgãos interessados nos des-
Colocaremos o requerimento do Deputado José
dobramentos dessa emenda constitucional.
Carlos Aleluia em votação, concluída a discussão.
Sr. Presidente, como alguém ligado ao setor su-
Respondendo à questão de ordem do Deputado
croalcooleiro, representante desse segmento nesta
João Caldas, colocaremos o assunto em votação Casa e que acompanha toda a luta dos produtores de
após a discussão.
álcool, sobretudo das regiões menos desenvolvidas,
Tem a palavra o Deputado Carlos Alberto Rosado. Norte e Nordeste, gostaria de, mais uma vez, solicitar
O SR. DEPUTADO JOSÉ CARLOS ALELUIA- ao Relator que contemple com maior clareza a desti-
Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. nação dos recursos da CIDE, ou seja, da contribuição
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende) de intervenção do domínio econômico, no que diz res-
- Com a palavra o Líder do PFL. peito aos subsídios para o álcool.
Agosto de 20() I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexla-feira 31 41261
Com a entrada em vigor dessa emenda constitu- garante absolutamente nada. Então, o que ocorre?
cional, a PPE, que hoje subsidia o álcool, desaparece. Tive o cuidado de inserir no meu substitutivo o seguin-
Precisaríamos ter claro na Constituição a substituição te:
desses recursos pela contribuição de intervenção do
Art. 177 .
domínio econômico. Ou seja, que uma parcela dessa
contribuição seja destinada especificamente à equali-
§ 4.° .
zação dos custos de produção do álcool nas regiões 11 _ os recursos arrecadados serão
menos desenvolvidas do País, que empregam milha- destinados:
res e milhares de trabalhadores não-qualificados, mas a) ao pagamento de subsídios a preços
com todos os seus direitos assegurados, com a cartei- Para a fonnação de preço, entendam.
ra assinada, e que não têm outra alternativa econômi-
...ou transporte de álcool combustível,
ca a não ser a produção de álcool e de açúcar.
gás natural e seus derivados e derivados de
Portanto, Sr. Presidente, lamentando que as petróleo;
nossas ponderações não tenham sido acolhidas pelo
Relator, gostaria, mais uma vez, já que talvez tenha- Houve uma emenda sobre o gás natural, que aca-
mos o adiamento da votação desta matéria, que refle- tei, se não me falha a memória, de autoria do Deputado
tíssemos sobre a oportunidade de deixar claro no tex- Luiz Antonio Fleury, porque o gás natural não estava
to da emenda constitucional que uma parcela da sendo atendido.
CIDE será destinada ao subsídio do preço, do trans- Questiona-se falar sobre a equalização de cus-
porte e à equalização de custos do setor sucroalcoolei- tos. Confesso a V. Exa que este Relator ouviu diversos
ro, que hoje é uma conquista da nossa sociedade. técnicos e contou inclusive com a sabedoria e o co-
Todas as nações desenvolvidas colocam clara- nhecimento do nosso Presidente. O que significa
mente nos seus orçamentos o pagamento de subsídi- equalizar custos? Vou ter uma usina trabalhando com
os. A União Européia é campeã nesse aspecto. Os máquinas modernas e uma outra qualquer. Para
Estados Unidos fazem isso claramente nos orçamen- equalizar os custos, pego o custo de uma, que é de
tos anuais. E nós, no Brasil, precisamos ter a coragem dez, e o da outra, que é de trinta. Então, o custo pas-
de, reconhecendo uma situação diferenciada em rela- sou a ser de vinte. Isso significaria tabelar o preço.
ção à topografia, à produtividade, dispor uma parcela Quando falamos aqui que haverá subsídios para...
específica da CIDE para pagamento dos subsídios Inclusive, tentei achar um outro nome em vez de
para equalização do custo do álcool. subsídio, porque me parece até que isso prejudicaria o
Portanto, era essa a minha ponderação ao nobre setor sucroalcooleiro na exportação de açúcar. Fizemos
Relator, mais uma vez parabenizando-o pela dedica- todos os exercícios, dos quais V. Exa participou, para
ção, pela total entrega a esse esforço de construir o achar uma frase diferente e não conseguimos. Mas,
relatório. quando diz "ao pagamento de subsídios a preços",
Muito obrigado. está subsidiando para formar preço, dando muito
mais cobertura do que a própria PPE. É claro e evi-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
dente que no § 4° se diz que a lei que instituir contribu-
- Pergunto ao Relator se gostaria de fazer a réplica a
ição vai tratar desse assunto. Então, na lei vamos de-
cada Parlamentar.
talhar, vamos dizer que o subsídio da cana caiana é
O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI - Sim. uma coisa, o subsídio da cana tal é outra coisa , o
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende) subsídio daquilo é outra. Quer dizer, não podemos co-
- Tem a palavra o nobre Relator. locar na Constituição algo diferente.
O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI- Deputado Confesso a V. Exa que, com satisfação e alegria,
Joel de Hollanda, inicialmente quero agradecer a V. Ex" a atendi, sim, ao setor sucroalcooleiro. O que puder fazer
participação efetiva nos trabalhos da Comissão. pelo setor sucroalcooleiro, farei.
Como no início não vi representantes do setor O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
alcooleiro, tomei a liberdade de verificar, porque tam- - Com a palavra o Deputado Jaques Wagner.
bém conheço o assunto, uma vez que sou do interior O SR. DEPUTADO JAQUES WAGNER - Sr. Pre-
do Paraná, e acho que temos de dar uma atenção sidente, Sr. Relator, primeiramente quero parabenizar o
toda especial ao álcool. Relator. Não acompanhei boa parte das reuniões, mas
Em primeiro lugar, a PPE, como comentou o De- tenho conhecimento, por intermédio do Deputado
putado Luiz Antonio Fleury, é uma caixa-preta e não Carlos Santana e do Deputado Luciano Zica, do es-
41262 Sexla-feira 31 IJIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agoslll de 2001
forço do Deputado Basílio Villani e do trabalho feito milar internamente? É bom que nos lembremos de
por S. Exa . que muitos dos importados são insumos para nossa
Sou ligado ao setor petroquímico e petroleiro e indústria, que depois irá exportá-los. A depender de
sei da necessidade de se aprovar urgentemente a ma- quanto sejam aumentadas as alíquotas dos importa-
téria, exatamente para que não se crie uma aberração dos que serão, repito, insumos para produtos finais,
com a abertura das importações nessa área. nós, no final, teremos um produto não competitivo
Quero ponderar com o Deputado Basílio Villani para a exportação.
o seguinte: no inciso 11 do § 2°, introduzido ao art. 149, Então, para manter a lógica daquilo que motivou
se diz: "poderão incidir sobre a importação de bens e primeiramente essa emenda constitucional, que é o
serviços..." equilíbrio em relação à questão do PPE, era preciso
Primeiro, quero dizer o óbvio. V. Exa já afirmou que o inciso 11 dissesse: "poderão, toda vez que hou-
isso várias vezes, e sei que é nesse sentido, tanto que ver desequilíbrio entre o pago pelo produto produzido
a motivação foi a questão do petróleo, especificamen- aqui e o importado". Aí, sim, poderão incidir. Caso
te, que a idéia é proteger o desequilíbrio entre taxa- contrário, penso que V. Exa abre uma janela sem limi-
ções pagas internamente e não pagas aos importa- tes para que o Poder Executivo tente criar qualquer
dos. Até aí estamos de acordo, e todos os que focam alíquota sobre produtos importados.
a questão petróleo, a questão PETROBRAS também. Era esta a ponderação que eu queria fazer a V.
O problema é que dizem: "poderão". Quem pode- Exa , Sr. Presidente, mesmo sabendo que meu compa-
rá? O Governo? O Poder Executivo poderá fazer incidir nheiro de bancada baiana pretende pedir adiamento
esses impostos? Qual é a nossa preocupação? Primei- dessa questão. Mas sou daqueles que comungam da
ro, isso é vago; segundo, a abrangência é elástica, es- angústia do Deputado Basílio Villani, ou seja, de que
tão abrangidos aqui vários segmentos; e, finalmente, deveremos acelerar o assunto para que essas coisas
o que demando é que a motivação que nos fez acor- possam estar prontas até o final do ano. Só pondero a V.
dar em relação ao segmento petróleo, que era o dese- Exa que a avenida aberta no inciso 11 é demasiadamen-
quilíbrio entre o importado e o produzido aqui dentro, te larga ao Poder Executivo.
não está inscrito no inciso 11. O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
Acho que deveria ficar "poderão", toda vez que - Com a palavra o Relator, Deputado Basílio Villani.
houver esse desequilíbrio", e não "poderão" sob qual- O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI - Sr.
quer inspiração meramente de aumento de arrecada- Presidente, com referência a esse assunto, confesso ao
ção por parte do Governo Federal. E pretendo ser Go- Deputado Jaques Wagner que não tivemos esse tipo de
verno Federal a partir de 2003, mas nem ao meu Pre- preocupação, porque é evidente que quem vai tratar do
sidente quero deixar esse legado que acho extrema- imposto é o Poder Executivo. Mas é lógico que isso aqui,
mente perigoso. do jeito que está, é um campo aberto. Agora, quando V.
Quero insistir no raciocínio. Estamos legislando Exa comenta sobre um produto importado e que deve
na busca do equilíbrio do petróleo importado em rela- tal, penso que aí é uma questão de política de Governo.
ção ao nosso. Não podemos falar de mercado se so- Então, não houve essa preocupação, porque, in-
bre os produtos incidir uma alíquota - seja lá que de- clusive, esse texto já veio do Governo, consta da PECo
nominação tenha -, que não será cobrada para os Lembro até que comentamos o assunto com o Deputa-
que chegarem de fora. do Luciano Zica, mas, francamente, recorreria agora ao
V. Exa, no § 2° , inciso 11, diz "poderão incidir". conhecimento e à sabedoria do Presidente, para ver se
Pergunto: poderão incidir sob decisão de quem? Para S. Ex" poderia dar-nos alguma explicação com referên-
que esse inciso ficasse completo, deveria ter a se- cia à observação do Deputado Jaques Wagner. S. Ex"
guinte redação: "poderão incidir toda vez que houver prefere substituir a expressão "poderão incidir sobre a
discrepância entre o que é pago internamente para produção de bens ou serviços" por "poderão incidir
aquilo que será importado". Aí, tudo bem. Aí, V. Ex", toda vez que houver um acréscimo." Não sei se isso
omo respondeu o companheiro da área sucroalcoo - caberia na Constituição.
leira, estaria introduzindo esse inciso para proteger a Corno realizei esse trabalho com vários Deputa-
produção nacional. Não tenho nada contra. Mas se V. dos e com a Assessoria, gostaria de saber a opinião
Exa não determinar isso, quando não houver um pro- deles. Uma das observações é no sentido de que
duto nacional, poderá o Governo Federal incidir sobre quem cria a contribuição é a lei. A Constituição deve
a nafta, sobre qualquer importação com a alíquota permitir que a lei crie a contribuição. Se criarmos con-
que bem desejar, mesmo que não haja produção si- dições para essa permissão no texto constitucional,
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-lCira31 41263
estará aberta a porta para liminares contra a contribu- Aqui foram ouvidos os Ministros José Jorge, do
ição, o que desorganizará o mercado. Aliás, as limina- meu partido, e Eliseu Padilha, do PMDB; o Sr. David
res foram a grande preocupação. Quem cuidou do as- lylbersztajn, da ANP; o Sr. Everardo Maciel, Secretá-
sunto foi o Deputado Luciano lica - recordo-me bem rio da Receita Federal; o Sr. Cláudio Considera, Se-
da discussão. O que poderia explicar a V. Exa, Deputa- cretário de Acompanhamento Econômico; o Sr. Henri
do Jaques Wagner, seria isso. Philippe Reichstul, Presidente da PETROBRAS; o Sr.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende) João Pedro Gouveia Vieira Filho, do SINDUCON; o Sr.
- Concedo a palavra ao Deputado José Carlos Aleluia. Gil Siuffo, da Federação Nacional do Comércio Vare-
jista de Combustíveis; o Sr. Roberto Macedo, do
Antes, porém, quero dizer que o Deputado Lucia-
SINDIGÁS; o Sr. José Alberto Brito; o Sr. Luiz Carlos
no lica, que está inscrito, não estava presente na
de Carvalho, Assessor Técnico da União dos Produ-
hora da chamada, mas terá oportunidade de se mani-
tores de Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo, e o
festar ao final da discussão.
Sr. Luiz Octávio Koblitz, especialista em co-geração.
O SR. DEPUTADO JOSÉ CARLOS ALELUIA- Entretanto, nem um Secretário - nem mesmo do po-
Sr. Presidente, em primeiro lugar, quero dizer que te- deroso Estado de São Paulo - foi ouvido.
nho grande respeito pelo trabalho de V. Exa Portanto,
Portanto, requeiro o adiamento porque os Se-
não vim aqui meramente com objetivo protelatório.
cretários querem discutir a questão. Não faço isso de
Também quero dizer do meu respeito pelo De- moto próprio, mas ouvindo apelo do meu Estado, a
putado Basílio Villani. Conheço sua competência e sei quem devo obrigações.
da dedicação com a qual S. Exa tratou o assunto.
Ainda com relação à questão do gás, preocu-
Os deveres do meu mandato, porém, obrigam-me po-me no momento em que V. Exa impede o Mato
a trazer algumas considerações. Vou começar pedindo Grosso do Sul de prosseguir com as receitas decor-
permissão ao Deputado Carlos Eduardo Moreira Fer- rentes da importação de gás e no momento em que V.
reira para ler o citado trecho da correspondência que Exa impede o Rio de Janeiro de prosseguir com as re-
o Deputado enviou ao Sr. Presidente da República ceitas provenientes da exploração de gás. Os Esta-
tratando da questão: dos têm de fazer a conta. A Bahia até poderia se be-
A história da instituição das contribuições socia- neficiar, porque existe a tendência de vir a ser impor-
is em nosso País nos remete ao PIS/PASEP, ao tadora de gás. Não estou aqui, porém, para trazer pre-
COFINS e à CPMF, cujos efeitos comprometem a juízos aos outros Estados.
competitividade dos produtos brasileiros. A instituição Ainda com relação ao art. 155, Sr. Presidente,
de contribuições sociais incidentes sobre importa- há grande preocupação. Até entendo que se possa
ções de bens ou serviços a pretexto de dar um trata- transferir para o Senado Federal o estabelecimento
mento mais igualitário ao produto nacional em rela- de alíquotas, no inciso 11. No inciso 111, entendo que as
ção ao importado poderá, na verdade, criar mais em- alíquotas sejam uniformes e fixadas pelo Senado, mas
pecilhos ao banimento dos tributos em cascata, maio- não posso entender e aceitar o inciso IV, quando diz que
res responsáveis pela distorção do sistema atual. as alíquotas poderão ser específicas. Sr. Presidente,
A recente introdução de contribuições no domínio neste País em que os Estados estão com dificuldades
econômico não pode ser considerada uma panacéia para ajuste das contas e onde sabemos que o preço do
para a solução das questões tributárias setoriais que combustível é alterado anualmente - às vezes até men-
certamente escamoteiam o grave problema que aflige salmente -, não é possível fixarmos alíquotas específi-
nossa economia. Uma eventual solução para a neces- cas. Isso significa que, se fixarmos a alíquota em 20
sária substituição da PPE certamente é desejável. centavos para a gasolina de R$ 1,50, quando o preço
A CNI e os empresários brasileiros se dirigem ao chegar a R$ 3,00 a alíquota continuará a ser de 20 cen-
Presidente da República, preocupados com a amplitu- tavos. Como o Estado vai cobrir essa dificuldade, mes-
de que se deu a essa PECo mo que se admitisse que o Senado voltará a rever a
E falo aqui também na condição de represen- questão? Haveria o princípio da anterioridade. Num
tante do Estado da Bahia. Gostaria, neste momento, Estado em que a estabilidade da moeda não atingiu a
de ser representante do Estado do Mato Grosso do perfeição, isso é uma loucura!
Sul, porque assim certamente teria muito mais moti- Indo para o art. 177, considero também impro-
vos para falar. O mesmo aconteceria se representas- priedade inconstitucional, ou seja, uma inconstitucio-
se o Rio de Janeiro, o Rio Grande do Norte ou o Ama- nalidade, a alínea b do § 4°, inciso I, quando diz: "re-
zonas, em potencial. duzida e restabelecida por ato do Poder Executivo,
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não lhe aplicando o dispositivo do art. 150, inciso 111, Faço uma proposta. Este assunto é tão técnico,
alínea b. Isso significa violentar o contribuinte. Isso tão complexo, que gostaria de me reunir com V. Ex" e
significa banir a anterioridade. com o pessoal da CNI em local em que haja um qua-
Não venho para impedir a votação, mas faço ve- dro-negro para o discutirmos, não com discurso boni-
emente apelo aos Deputados e à tão bem formada to, porque discurso político não resolve o aspecto téc-
Mesa, no sentido de que a adiemos de forma a esta- nico. Pensemos em nosso País!
belecermos um acordo. E, de antemão, posso dizer Até concordo em adiarmos por cinco dias, por-
que essa emenda tem 22 votos contrários da banca- que para mim não tem horário. Inclusive coloco minha
da da Bahia. Não votaremos essa emenda como está. residência à disposição para discutirmos o assunto
E queremos negociar, porque queremos votá-Ia. Con- noite adentro, na tentativa de resolvê-lo da melhor
sideramos necessário tratar da questão do combustí- maneira possível. Foi o que fizemos. Peço encareci-
vel. Porém, da maneira como está redigido, Sr. Presi- damente, porém, pelo esforço que fizemos e pela ne-
dente, é reforma tributária, é tributo em aberto, como cessidade do País, que reflitam sobre isso, porque
disse o Deputado Jaques Wagner. adiar por cinco sessões vai trazer trabalho. Acredito
que não há necessidade desse adiamento. Talvez te-
"Poderão incidir sobre a importação" - poderão!
nhamos de corrigir algumas falhas, com o que estou
É importante entender. A língua é rica, mas é impor-
de pleno acordo. Ninguém é perfeito, pode haver fa-
tante entender. "Poderão incidir sobre a importação
lhas, e temos o dever e a obrigação de corrigi-Ias.
de bens ou serviços recebidos do exterior". Isto é defi-
Quando do meu pronunciamento sobre o art.
nitivo! A expressão "inclusive" é supérflua, e poderia
155, Deputado José Carlos Aleluia, V. Ex" não prestou
parar aí: "poderão incidir sobre todos os bens e servi-
atenção. Eu disse que nós, a pedido de todos os setores
ços recebidos do exterior"! A expressão "inclusive" é
presentes, a CNI não estava... Mas eu joguei aberto. To-
absolutamente supérflua, porque pode incidir sobre
dos os técnicos vieram, e o relatório veio de lá para cá,
tudo, e não sou um constitucionalista, embora tenha
não daqui para lá. Então, quero dizer o seguinte: o rela-
passado um ano aprendendo com os sábios compa-
tório não é meu, o relatório é nosso.
nheiros da Comissão de Constituição e Justiça. Aliás,
aqui está um dos sábios companheiros, o ex-Gover- Queremos, sim, Deputado Aleluia. Eu, desde a
nador de quem me orgulho de ser amigo, o Deputado Constituinte, antes de V. Ex a vir para esta Casa, já fa-
Luiz Antonio Fleury, que certamente concordará co- zia parte da Comissão Mista que tratou da questão tri-
butária. Se pudéssemos fazer a reforma tributária por
migo. Basta parar aí: 'poderão incidir sobre as impor-
tações de bens e serviços". Só falta o "todos", mas setores, teríamos sucesso.
está subentendido. Portanto, é fundamental adiar a Quero também, Deputado Aleluia, fazer um de-
votação e buscar o entendimento, porque senão serei safio. Não haverá um Estado que não vá ampliar a ar-
obrigado a votar contra. recadação do ICMS. Se me apontarem um Estado
que terá diminuída a arrecadação do ICMS, mesmo
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende) na média que o Senado instituir na fixação da alíquo-
- Com a palavra o nobre Relator, Deputado Basílio ta, deixo de ser Deputado. Temos esse estudo, por-
Villani. que hoje, Deputado Aleluia, está um caos, está uma
O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI- Sr. Presi- vergonha a sonegação.
dente, quero inicialmente dizer que conheço profunda- Caso não queiram ajudar o País no sentido de
mente a capacidade do Deputado José Carlos Aleluia. apresentarmos emenda de relatório, retirarei todo o
Porém, chamo a atenção para o fato de que essa PEC art. 155. Não vejo problema nenhum. Se não estiver
está na Casa desde agosto do ano passado, ou seja, há ajudando o País, não quero prejudicar. Isso já foi com-
aproximadamente um ano. E quem está falando é um binado e está preparado no substitutivo. É uma sim-
Deputado Constituinte que deu a maior atenção à ples apresentação de emenda do Deputado José
CNI. Fui um dos criadores do Centrão. Então, admi- Carlos Aleluia com referência ao art. 155. Este Rela-
ra-me muito, em primeiro lugar, o fato de que até hoje tor acatará, e, quanto às alíquotas dos ICMS, deixare-
a CNI não tenha procurado o Relator; não tenha dado mos que permaneça esse samba doido que estamos
um telefonema para o Relator. vendo em termos de sonegação do País.
Em segundo lugar, o Relator não alterou absolu- Quero apenas que me dêem oportunidade de
tamente nada. Depois de trabalharmos durante o re- mostrar que esse trabalho é muito complexo, sério e
cesso, adiarmos por cinco sessões para tratar desse feito em benefício de todos. Protelar, Sr. Presidente,
assunto?! traria sérios problemas, porque me comprometi com o
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Executivo a entregar esse relatório pronto. Foi um sa- impedirá o Governo de mandar projeto de lei com
crifício enorme, e V. Exa, que entende tão bem do as- esse objetivo.
sunto, sabe que não é fácil pegar um relatório no final de Julgo legítima a preocupação com a lim~ação nos
maio e deixá-lo pronto para votação em agosto. combustíveis, até porque soa como sendo manobra
Eram as minhas considerações, Sr. Presidente. oportunista o Governo usar a PEC dos Combustíveis,
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen- a PEC n° 277, para, de fato, introduzir abrangente re-
de) - Com a palavra o Deputado Luciano Zica. forma tributária.
O SR. DEPUTADO LUCIANO ZICA - Sr. Presi- Conversei com o Dr. Ricardo Pinheiro, que tam-
dente, Sras. e Srs. Deputados, em primeiro lugar, que- bém representa o Governo, e fiz um questionamento
ro ressaltar o que já foi decantado em outras falas: o a S.Sa. Perguntei se o acolhimento da idéia da alíquo-
esforço da Assessoria Técnica desta Casa e a forma ta única do ICMS e, posteriormente, da cobrança mo-
como o Relator, Deputado Basílio Villani, encaminhou nofásica não poderia ser manobra para aprovar aqui
esse trabalho. na Comissão e depois sacar no plenário da Casa. Dis-
Infelizmente, embora a PEC esteja tramitando na se s.sa que não, que o Governo tem interesse na ins-
Casa desde agosto do ano passado, os trabalhos efeti- tituição da alíquota única e na cobrança monofásica.
vos se iniciaram apenas no mês de junho. E não é tra- E isso, para mim, é o grande aspecto positivo desta
dição nesta Casa, principalmente no caso de alteração PEC, porque institui o fim da fraude fiscal e possibilita
na Const~uição, tão curta tram~ação, até porque tem o maior controle na qualidade dos combustíveis, princi-
assunto importância especial na Constituição. palmente dos combustíveis importados.
Envolvi-me com grande intensidade neste deba- Hoje, Sr. Presidente, Sr. Relator, Sr!!! e Srs. De-
te com um objetivo específico: o estabelecimento da putados, em que pese o reconhecimento desse esfor-
cobrança, ou do substituto tributário, ou da cobrança ço coletivo e da dedicação da Assessoria Técnica da
monofásica, que acabou prevalecendo, e da alíquota Casa, não vejo, frente à manifestação deste Plenário,
única do ICMS, do ponto de vista da PEC dos combus- como evitar o adiamento dessa votação. E é legítimo
tíveis. No entanto, a PEC enviada pelo Governo traz al- que façamos o reenquadramento, com vistas a aten-
gumas pretensões talvez um tanto exageradas, na me- der apenas os combustíveis. Aí, sim, com a preocupa-
dida em que abre a incidência da CIDE sobre a impor- ção de assegurar a cobrança monofásica, de assegu-
tação de bens ou serviços de qualquer natureza. rar a alíquota única nacional, poderemos de fato dar
Até estranho que os setores que hoje se mani- importante contribuição para o fim das fraudes e -
festam contrariamente não o tenham feito anterior- quem sabe? - introduzir experiência que facilite a tra-
mente. E entendo descabida a inclusão de alguns mitação da reforma tributária, até por analogia.
pontos. Por exemplo, o petróleo como matéria-prima. Faço este registro, para não ser, primeiro, con-
De fato, não vejo sentido, pois se há tributação dife- traditório com a postura que mantive nestes meses de
renciada a sua inclusão torna-se desnecessária. trabalho no tema. Segundo, para ser coerente com o
Estava vendo agora que a mensagem original do Exe- pensamento que tenho desde a época em que deba-
cutivo não incluía o petróleo, mas apenas os deriva- tíamos nesta Casa a Lei nO 9.478, que regulamenta o
dos. Acredito descabida a inclusão do petróleo. setor petróleo e cujo Relator foi o nobre Deputado Eli-
Embora tenha havido grande esforço nesse seu Resende, que introduziu a preocupação com a li-
sentido - e reconheço a competência do nobre Rela- beração para importação de derivados.
tor, principalmente a sua sabedoria ao ouvir aqueles Evidentemente, se a importação de derivados
interessados em discutir a matéria -, vejo como muito for aberta sem a aprovação de uma política fiscal dife-
difícil a votação e a aprovação da matéria no dia de renciada para o setor, compensa para a
hoje. Sinto ser inevitável o adiamento e a retomada PETROBRAS fechar as refinarias e se transformar
dos debates. E acredito, inclusive, legítimos os que em importadora de derivados. Se não aprovarmos a
pleiteiam que a PEC se restrinja ao quesito "combus- abertura da importação de derivados, porém, fica in-
tíveis", embora haja o argumento de que a lei comple- viabilizada, até porque, repito, seria mais vantajoso
mentar irá regulamentar e instituir o que fez nas tele- para a Petróleo Brasileiro S.A importar derivados do
comunicações com o FUST: uma contribuição de inci- que refinar aqui, pagando tributação diferente.
dência e de domínio econômico, com limites estabe- Por outro lado, quero fazer um registro, pois sei
lecidos. Poderia ser feito isso no caso do petróleo. Da que há manifesta preocupação por parte dos empre-
mesma forma, outras contribuições poderão ser fei- sários do setor petroquímico por conta da nafta petro-
tas. O fato de não estar incluído na Constituição não química. Aliás, esse foi um produto comercializado
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pela PETROBRAS e subsidiado pelo Estado brasilei- beneficiário, não só dando condições de infra-estrutu-
ro durante muitos anos. A nafta petroquímica é maté- ra. Como V. Ex" transporta o gás? Não seria quase
ria-prima que tem as mesmas características da ga- por tanques de caminhões, mas por gasodutos.
solina. Ao estabelecermos a preocupação, o controle Portanto, fizemos todo o possível para que pu-
e a incidência da CIDE somente sobre os combustí- déssemos ter um trabalho perfeito. Outra coisa: quer
veis, vamos deixar em aberto a possibilidade da im- queira, quer não, é evidente que eu, que sou do
portação como se fosse da matéria-prima da nafta PSDB, não alteraria nada sem antes discutir com a
petroquímica e sua comercialização como gasolina equipe do Sr. Secretário da Receita Federal Everardo
de forma descontrolada, possibilitando fraude na ba- Maciel. E está presente nesta sala uma das pessoas
lança comercial, fraude fiscal e fraude na qualidade. que mais colaborou conosco, o Sr. Ricardo Pinheiro.
Portanto, é muito importante que, ao fazermos Mesmo não tendo horário, saía de reuniões para nos
essa revisão, tomemos cuidado para cobrir essas bre- atender. Destaco de público sua competência, que
chas, do contrário poderemos estar abrindo caminho está a toda prova. Graças a Deus, temos ao nosso
para criação de mercado altemativo para importação de lado pessoa com tanta capacidade e competência.
derivados na forma de matéria-prima, que seriam comer- Nobre Deputado, em vez de adiar a votação do
cializados como combustíveis no nosso mercado intemo. relatório, de acordo com o Regimento, vamos continu-
Temos grande responsabilidade nessa questão. ar com o trabalho técnico. Poderemos ajustá-lo, acer-
E, por isso, concordo que seja inevitável o adiamento tá-lo e chegar a um acordo. O Relator está amplamente
dessa votação pela manifestação do Plenário. E o Re- aberto a sugestões. Infelizmente, ainda não resolvemos
lator, com todo o respeito e a seriedade que possui, a questão dos acréscimos. Como não sei trabalhar de
com certeza, conduzirá esse debate com a Assesso- outra maneira, tenho os textos da Constituição e da
ria Técnica e, espero, com mais ampla participação, PEC em uma cor, e o texto que alterei na cor verde. To-
para que não tenhamos apenas meia dúzia de Depu- das as alterações feitas foram para atender a solicita-
tados nesses debates, corno foi o que aconteceu até ções. Trocamos idéias com o solicitante e com o pesso-
agora. Espero que o Relator não tenha de sofrer o al do Govemo, que foram fantásticos em nos atender e
desgaste de não ter discutido com as pessoas duran- estar presentes.
te a elaboração do relatório e depois seja obrigado a Eram as minhas observações.
engolir a discussão de forma artificial e forçada. O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
Muito obrigado. - Com a palavra o Deputado Moreira Ferreira.
O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI - Para O SR. DEPUTADO MOREIRA FERREIRA - Sr.
responder, Sr. Presidente. Presidente, Sr. Relator, o Deputado José Carlos Alelu-
ia, muito apropriadamente, expôs a necessidade de
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
adiamento da discussão e votação da PEC n° 277.
- Concedo a palavra ao nobre Relator.
Com todo o respeito que eu e a nossa entidade, a
O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI- Sr. Presi- CNI, temos pelo Relator, Parlamentar de primeira
dente, quero deixar claro que sempre fui muito aberto a qualidade, honesto, competente, que realmente tem
todos que me procuraram. Quando comecei a discutir dado invejável contribuição ao Brasil - recordo-me
esse assunto se falava em petróleo bruto. Hoje, sei que perfeitamente dos trabalhos de S. Exa por ocasião da
não existe petróleo bruto, mas derivados do petróleo. votação da Constituição de 1988 -, neste caso específi-
Portanto, é urna matéria bastante complexa, cada li- co, o que se está fazendo é misturar as coisas.
nha e cada assunto são muitos complexos. Uma coisa é a necessidade da votação de criação
Disse que era importante a participação dos téc- dessa nova tributação dos combustíveis, com a qual
nicos, lamentavelmente, os Deputados não assistiram concordamos perfeitamente; outra é efetivamente ge-
aos debates dos técnicos. Foi até muito interessante a neralizar o Imposto de Importação sobre todos os
metodologia que adotamos na Casa. Não alterei uma produtos, de bens e serviços de qualquer natureza.
frase, uma vírgula sem que a participação do Deputa- Há, aí, extrapolação dos objetivos, um exagero, uma
do Luciano Zica e do Deputado Eliseu Resende. fúria para arrecadar, e estamos habituados a isso.
Também conversei muito com o Deputado Luiz O Sr. Relator menciona que não foi procurado
Antonio Fleury. Se não fosse sua emenda, até podería- pela Confederação Nacional da Indústria. Mas não é
mos esquecer, como esquecemos a situação da nafta, bem assim, porque S.Exa recebeu em seu gabinete, no
a questão do gás natural. Fui além, porque há necessi- dia 24 de abril, o posicionamento da Confederação Na-
dade de colaborar com a questão do gás, para facilitar o cional de Indústria. Encaminhamos a todos os Parla-
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mentares a Agenda da Indústria, onde está a nossa rir-me à participação de técnicos, que ficou totalmen-
posição contrária à PEC n° 277, nos termos em que te aberta; inclusive procuramos ouvir todos os seg-
foi proposta. mentos.
Portanto, todos os Srs. Senadores e Deputados A metodologia que apliquei foi essa. É evidente
receberam o lobby mais expl ícito que existe nesta que, com os afazeres que V. Exa tem como proprietá-
Casa, que é o lobby da Confederação Nacional da rio de indústria, não é este o caso. Coloquei os técni-
Indústria. Inclusive, convidamos todos os Parlamenta- cos para trabalhar, e geramos esse texto.
res para o lançamento, e murtos nos deram a honra de Também sou da base do Governo - sou do
lá estar. Enviamos um texto com ementa, mostrando ex- PSDB - e também fui indicado pela minha Liderança.
plicrtamente nossa posição. Se V. Exa observar o texto da PEC, do qual V. Exa dis-
Portanto, nunca houve nenhum tipo de omissão. a corda, verá que não acrescentei uma vírgula. Estou res-
que aconteceu é que não fomos convidados pela Co- peitando o que veio de lá, uma vez que, estando a pro-
missão - nem pelo Presidente, nem pelo Relator. Só fo- posta na Casa desde agosto do ano passado, este Re-
ram convidados setores diretamente vinculados ao pro- lator não recebeu sequer um telefonema para falar so-
blema combustível. Mas importação de bens e serviços bre esse ou aquele artigo.
de toda a natureza implica universo fantasticamente O SR. DEPUTADO MOREIRA FERREIRA -
aberto e muito maior. Não podemos concordar com Permite-me V. Exa um aparte, Sr. Relator?
isso. Também não foram convidados outros setores,
como a Confederação Nacional da Agricultura, Confe- O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI - Claro,
deração Nacional do Comércio, a Confederação Naci- com muito prazer.
onal das Instituições Financeiras. Nenhuma entidade O SR. DEPUTADO MOREIRA FERREIRA -
das centrais sindicais foi convidada. Não houve ne- Quero dizer a V. Exa que depois de contato que manti-
nhum tipo de negociação mais ampla, razão do pedi- ve com o Deputado Eliseu Resende, nosso Presiden-
do de adiamento que ora é formulado na direção de te e meu particular amigo, de quem sou admirador há
aperfeiçoarmos o brilhante trabalho do Sr. Relator. muitos anos por militar no setor de energia, e que foi
a que queremos não é contestação nem poster- meu Ministro de Minas e Energia, tivemos a oportuni-
a
gação. que queremos é evitar que, no plenário, en- dade de, por intermédio de nossos técnicos, realizar
contremos insanável dificuldade. Se o projeto cami- reuniões com o pessoal, com os companheiros da
nhar do jeito que está, será muito difícil ajudar o setor Receita Federal, todos muito corretos, muito probos e
de combustível, o qual, todos reconhecemos, precisa muito decentes. Porém, não tivemos eco, em hipótese
ser contemplado com tributação diferente. alguma, porque eles querem porque querem fazer a
Portanto, Sr. Presidente e Sr. Relator, peço a com- coisa de maneira ampla. Isso que é se chama a "refor-
preensão dos nobres Parlamentares porque desejamos ma fatiada" que o Governo deseja, desconhecendo e
que sejam isolados os dois objetivos, para que essa ini- tentando esquecer que a Comissão Especial da Re-
ciativa legislativa do Governo possa vir a ser aprovada. forma Tributária, da qual tive a honra de participar, fez
E eu estou muito tranqüilo porque sou do PFL, partido um trabalho, ali, sim, muito mais abrangente, muito
da base do Govemo. Quero melhorar o trabalho tão mais correto, tendo ouvido todos os Governadores de
competentemente apresentado pelo ilustre Relator. Estado e chegado a consenso geral.
Muito obrigado. Aqui, não. Aqui se vai num fatiamento. Houve in-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen- clusão de assunto dentro de uma PEC com o que não
de) - Com a palavra o Relator. podemos concordar, na forma como o Executivo de-
seja.
O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI- Sr. Presi-
dente, não tenho dúvida alguma sobre o comentado A minha observação jamais se dirige ao traba-
pelo Deputado Moreira Ferreira, a quem conheço pro- lho de V. Exa - quero deixar isso muito claro. As nos-
fundamente, sabendo de sua capacidade. Falei em ter- sas equipes estiveram reunidas com a equipe da Re-
mos dos convrtes, Deputado, talvez pela minha forma- ceita Federal, mas sem sucesso.
ção: sempre fui um homem voltado para organização e O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI- Deputa-
métodos. Na Casa, quando se vai tratar de assunto do Moreira Ferreira, este Relator tem para mostrar a V.
como esse, é muito comum convidar o Presidente, cuja Exa , se não me falha a memória, 13 emendas. Se hou-
nomeação, às vezes, foi política. Ele não tem pleno co- vesse uma emenda suprimindo ou alterando o art. 149,
nhecimento da matéria e, então, apresenta quatro ou eu teria tido imenso prazer em discuti-Ia. Sei que as
cinco lâminas. Quando falei da participação, quis refe- leis são feitas nesta Casa, mas não tive possibilidade
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de atender. Confesso a V. Ex" que também estou de 100% é burrice, mas pretendemos nos aproximar
pleno acordo e até comungo dessa preocupação de V. desse percentual, para, evidentemente, aprimorar a
Exa É evidente que agora passei a ser como um maris- conjuntura.
co, indo de um lado para outro, batendo na rocha, por- Nesse sentido, para não parecer que algum se-
que tenho a CNI de um lado e o Governo de outro. tor ficou fora da discussão, vejo que nós, bancada de
Apesar dos pesares, deveremos nos reunir com a Oposição, vamos ter De nos reunir. Se mudar a reda-
Liderança do Governo e dizer que há um impasse. Tal- ção do texto, vamos ter de mudar tudo. Se é para chu-
vez tenha de preparar uma emenda de Relator. tar o pau da barraca, vamos fazê-lo. Não vai ter meio
Não tenho preocupação com referência à ques- termo, podemos até perder no plenário. Corno abri-
tão eleitoral, porque, em primeiro lugar, não sou can- mos mão de várias posições nossas, se é para chutar
didato. Já estou há quatro mandatos nesta Casa, e a o pau da barraca, vamos fazê-lo, repito
minha contribuição já foi dada. Estou sendo curto e grosso, num linguajar bem
Há uma emenda que V. Ex" conhece há muito popular, porque abrimos mão de muitas idéias nossas
tempo referente à questão da energia elétrica que o nessa PECo No entanto, consideramos legítimo qual-
Paraná produz. O Estado onde V. Exa reside aboca- quer Parlamentar de qualquer partido chegar aqui e
nha os impostos. Fiquei numa situação muito difícil e fazer questionamentos. Isso é legítimo, e lutamos por
complicada diante da existência de emenda da ban- isso. As minorias, evidentemente, devem falar a qual-
cada do Paraná, porque, se acatasse essa emenda, quer momento. Agora, pensamos que há uma confu-
não teríamos esse trabalho pronto no prazo desejado. são enorme na base do Governo. Um quer uma coisa,
A minha preocupação, Deputado, é com o prazo que outro quer outra.
quero cumprir. Em vez de cinco sessões, podíamos optar por três
sessões. Podíamos sugerir que fosse na terça-feira e
Parece-me prudente não considerarmos o re-
ganhar uma semana. Assim, na próxima terça-feira, ou
querimento para suspender os trabalhos por cinco
fechamos um acordo, ou enviamos a matéria para ple-
sessões da Câmara - e eu consulto V. Ex" Se suspen-
nário. A questão deverá ser decidida democraticamen-
dermos os trabalhos, quando vamos aprovar esse rela-
te, quem receber mais votos leva. Se formos derrotados
tório, Sr. Deputado? Sugiro darmos um sinal amarelo,
na Comissão, no plenário vamos ser derrotados nova-
termos calma e pensarmos no que é melhor para o nos-
mente. Mas penso que temos condições de na próxi-
so País.
ma terça-feira, num prazo de três sessões, votar essa
O SR. DEPUTADO CARLOS SANTANA - Sr. matéria que é extremamente importante para nós.
Presidente, pela ordem.
Fico triste, porque algumas pessoas podem es-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende) tar acompanhando apenas esta reunião, que não é a
- Pela ordem, concedo a palavra ao Deputado Carlos primeira - não me refiro aos Parlamentares - e distor-
Santana. cer algumas coisas ditas, publicando na imprensa no-
O SR. DEPUTADO CARLOS SANTANA - Sr. tícias do tipo: "Vão criar imposto novo", "Estado tal vai
Presidente, é legítimo - fico até meio triste porque esta perder recurso tal", porque não acompanharam todo o
é a 34a reunião de que participo nesta Comissão - qual- processo. É claro que quem vai fazer a matéria não tem
quer Parlamentar, a qualquer momento, levantar dúvi- obrigação de ter amplo entendimento do assunto, mas
das. Por isso estamos nesta Casa. Mas, com tristeza, é preferível sentar e discuti-lo. Quero deixar isso bem
gostaria de dizer que acompanhei arduamente esse tra- claro porque tinha dúvida enorme em relação ao Estado
balho e estou me sentindo meio enganado; enganado do Rio de Janeiro e fui atrás de especialistas para saber
porque havia uma linha de conduta nesse projeto de ex- o que íamos ou não íamos perder. Se o Rio de Janeiro
trema importância para mim. V.Ex"..E podem verificar que fosse perder algum real, seria contra, por isso fui atrás
os companheiros da chamada base não-governista en- de tributaristas para discutir a questão.
contram mais acordo em torno do relatório, porque se Se conseguirmos acabar com a sonegação do
aprofundaram mais na matéria e têm o claro objetivo de ICMS, que está sendo um grande mal para o País, já va-
combater a sonegação existente, a adulteração que mos ajudar bastante para resolver a situação interna-
ocorre internamente e os incidentes relativos à importa- mente. É claro que vamos ter de resolver outras ques-
ção, para que as indústrias nacionais não percam mais tões, mas tudo isso deverá ser amplamente discutido.
recursos como está acontecendo hoje. Sr. Presidente, desculpe-me, mas quero deixar
Portanto, temos uma linha de ação. Acredttamos bem clara minha posição. Penso que cinco sessões é
que não vamos resolver o problema 100%, porque muito, podemos fechar em três sessões, para, na pró-
Agosto de 200! DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-leira31 41269
xima terça-feira, no prazo de uma semana, chegar- Moreira Ferreira ao Presidente da República, na qua-
mos a uma negociação interna. O Relator tem um lidade de Presidente da Confederação Nacional da
grande coração. Aliás, na Zona Oeste, em Bangu, Indústria, contradiz a aplicação das contribuições so-
quando passa um camburão, as pessoas dizem que bre importação de bens e serviços em geral.
entra todo mundo porque é igual a coração de mãe. O É o reparo que gostaria de fazer - já o fiz pesso-
Relator, posso dizer, é igual a um camburão: aceita almente - ao pronunciamento do Deputado José Car-
tudo, discute e depois elabora o relatório. los Aleluia.
Obrigado, Sr. Presidente. Nesse enfoque e lembrando o que foi dito pelo
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende) nosso Relator, não houve uma emenda sequer que se
- Não havendo mais oradores, declaro encerrada a aplicasse ao que foi discutido aqui hoje. Então, colo-
presente discussão. car em votação fere o Regimento Interno, porque não
Vamos, agora, iniciar a votação de requerimento podemos ter destaque para votação em separado
para adiamento... que não esteja lastreada, quer na mensagem inicial
O SR. DEPUTADO JOSÉ CARLOS ALELUIA - do Poder Executivo, quer no substitutivo do Relator ou
Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. em qualquer uma das emendas apresentadas. É uma
questão de ordem regimental.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen-
de) - Pela ordem, tem V. Ei' a palavra o Deputado A mudança que houver, portanto, terá de ser inspi-
José Carlos Aleluia. rada em complementação de voto do Relator, de acordo
com o Regimento Interno.
O SR. DEPUTADO JOSÉ CARLOS ALELUIA-
Houve uma proposta de conciliação, e entendo que, se Por outro lado, o Relator deixou claro que o inciso
houver consenso, podemos concordar que sejam qua- 11 do § 2° do art. 149 não possui modificação relevante
tro sessões: as três desta semana e mais a de segun- em seu substitutivo, está na íntegra da mensagem do
da-feira. E voltaríamos na terça-feira. Poder Executivo. Nesse caso, para que, depois da vo-
tação do requerimento de adiamento da votação, não
Não há problema algum. Quatro sessões é um
vonemos nas mesmas condições em que nos encon-
número certo, e não precisaríamos votar porque há
tramos hoje, terá de haver um trabalho interno da
consenso.
Casa, a discussão com a Liderança do Governo, para
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen- que cheguemos a um texto comum que possa ser abri-
de) - Antes de colocar em votação, a Presidência gado pelo Relator no seu complemento de voto.
gostaria de fazer uso da palavra.
Gostaria de deixar isso claro. Vamos trabalhar
Os pontos considerados aqui têm importante amanhã, talvez não trabalhemos na quinta-feira na
profundidade conceitual. O que pretendemos é che- plenitude do dia e voltaremos na terça-feira para vota-
gar, no menor prazo possível, ao texto que será vota- ção, conforme o resultado do adiamento.
do por esta Comissão Especial. A prorrogação, por
Então sugiro que os Deputados mais interessa-
três, quatro ou cinco sessões, será colocada em vota-
dos no debate dessa matéria acompanhem o Relator e
ção, mas é importante que, ao término deste terceiro,
o Presidente da Comissão em uma reunião com o Líder
quarto ou quinto dia, tenhamos alguma coisa para votar
do Governo na Casa, para discutirmos a possibilidade
e não mais estejamos no ponto em que nos encontra-
de acordo. É a sugestão de ordem prática que faço an-
mos agora. A matéria é realmente de muita complexida-
tes de colocar em votação.
de técnica e tributária, principalmente.
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY -
Quero lembrar aos Deputados Moreira Ferreira
Pela ordem, Sr. Presidente.
e José Carlos Aleluia as proposições de mérito aqui
apresentadas. O Deputado Moreira Ferreira acompa- O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
nhou o trabalho na Comissão da Reforma Tributária, - Com a palavra o Deputado Luiz Antonio Fleury.
onde ambos fomos titulares. E essa matéria da PPE foi O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY-
ali apresentada, aprovada e absorvida pelo Relator Sr. Presidente, concordo plenamente com V. Ex", mas
Mussa Demes, referindo-se tão-somente aos combustí- gostaria que, marcada a reunião, fôssemos avisados a
veis automotivos. tempo e hora para conciliarmos nossos compromis-
Quando veio a PEC do Poder Executivo, na verda- sos. V. Ex" sabe que temos uma verdadeira maratona,
de, o inciso 11 do § 2° do art. 149 estendeu a incidência uma verdadeira gincana durante todo o dia.
das contribuições para todas as importações. A carta O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen·
lida pelo Deputado José Carlos Aleluia, do Deputado de) - Em princípio, Deputado Fleury, essa reunião já
41270 Scxta-lCinl31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Ag,Llsto de 2otl!
está marcada para as 19h, desde que adiemos a vota- Deputado Moreira Ferreira, peço atenção espe-
çáo. cial para a necessidade de sua presença nesses dias.
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY - Dirijo apelo, mesmo dramático, no sentido de
Perferto. Obrigado. contar com o conhecimento, a sabedoria, a inteligên-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende) cia e a capacidade do meu amigo José Carlos Aleluia
_ Enalteço não apenas a presença essencial, primor- ao meu lado, para poder lidar com esse assunto, que
dial, fundamental do Relator, mas também dos Depu- é bastante complexo e não está tendo algumas inter-
tados que aqui se manifestaram, assim como o Líder pretações necessárias. Quando S.Exa. disse que foi
do PFL, que requer o adiamento da votação; o Deputa- adotada alíquota seletiva e específica, devemos en-
do Moreira Ferreira, autor da carta encaminhada ao tender que é uma questão de opção. A lei que for tratar
Presidente da República; o Deputado Fleury, que levan- do assunto pode ser ad valorem ou específica.
tou a questão das telecomunicações e da energia elétri- Assim, tivemos a preocupação de incluí-Ia, dando
ca, e o Deputado Luciano Zica. Procuraremos contato condições para que, quando fôssemos efetuar e tratar
com o Líder do Govemo, Deputado Arnaldo Madeira, da lei, tivéssemos oportunidade de escolher quais alí-
para que possamos chegar a um acordo. Isso não é in- quotas desejamos.
vento do nosso Relator, mas uma mensagem do Execu- Com referência ao art. 155, isso fica bastante
tivo. Trata-se de uma reforma da Constrtuição. Precisa- claro. Chamo a atenção de todos para isso. Sinto-me
mos de três quintos dos votos duas vezes no Plenário totalmente frustrado com relação a esse assunto por-
da Câmara e duas vezes no Plenário do Senado. Se que V.Exas. não imaginam minha situação. Por exem-
não chegarmos a algo perto de consenso entre esta pio, recebi telefonema de um Deputado me pedindo
Casa, esta Comissão e o Govemo, dificilmente teremos que lhe enviasse o relatório, depois, S. Exa disse-me
êxito em promover o objetivo principal dessa matéria, não haver entendido nada e que o pessoal estava bra-
que é substituir a PPE até o fim do próximo ano. vo. Perguntei por quê e disse que precisava saber
a
Assim, coloco em votação o requerimento para para alterar. Aí, S. Ex explicou que agora não ia ser
adiamento da votação, levando em conta a questão mais possível sonegar. Eu disse que aí, nessa altura,
de ordem do Deputado Carlos Santana. não ia poder fazer absolutamente nada. A resposta
Com a palavra o Deputado José Carlos Aleluia. foi: "Ah, então, espera um pouquinho."
O SR. DEPUTADO JOSÉ CARLOS ALELUIA _ O assunto é bastante difícil. Quero cortar. Sei
da liderança e do trabalho de V. Exa nesta Casa. Se eu
Por quatro sessões. disser que o Deputado José Carlos Aleluia apôs o seu
(Intervenção inaudível.) visto e concordou com esse trabalho, sentir-me-ei re-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen- alizado. Estou tranqüilo e tenho absoluta convicção de
de) - De qualquer maneira, a Presidência ressalta a que, se nos der oportunidade de explicar item por item e
irrelevância da fixação de três ou quatro sessões, por- mostrar os dados que temos - sim, porque colhemos e
que, em assim sendo, marcaremos a reunião para a estamos colecionando dados -, V. Exa vai compreender
próxima terça-feira. muita coisa. Estou certo disso.
O SR. DEPUTADO JOSÉ CARLOS ALELUIA - Com referência ao assunto da CNI, por vias não
V. Exa, como matemático, sempre faz as contas. Mas oficiais, fiquei informado. Sei lá se estou antecipando,
prefiro que sejam quatro sessões. mas vamos ter uma reunião com a Liderança. Esque-
O SR. DEPUTADO CARLOS SANTANA - Mar- cendo que sou do PSDB, esquecendo que sou Gover-
caremos a reunião para terça-feira que vem. no e esquecendo que sou do Paraná, temos de fazer
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen- algo que não prejudique os nossos comerciantes e as
nossas indústrias, com a mesma visão que tive para
de) - E aí é irrelevante serem três ou quatro sessões. com o consumidor.
O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI- Sr. Pre- O que acontece é o seguinte: não é a empresa
sidente, peço a palavra pela ordem. que está sonegando. É o contribuinte que está pagan-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende) do. O comerciante está recebendo hoje o imposto dos
- Com a palavra o Relator. combustíveis e não o está repassando para o Gover-
O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI- Sr. Presi- no. Mas o contribuinte, lá na bomba, está pagando.
dente, é evidente que nossa ocupação na Casa é mu- Então, é um absurdo.
ito profunda. Às vezes, temos de jogar, bater escante- Não tenho restrição alguma em relação a rever
io e cabecear, pois as dificuldades são muito grandes. esse assunto que V. Exa levanta. Estou totalmente
Agosto de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-Icira 31 41271
aberto e quero deixar claro que V. Ex" tem grande manter isonomia e eliminar-se a sonegação e haja
dose de razão quando levanta a questão. determinados princípios inseridos no art. 155, válidos
Obrigado. para o ICMS só no caso de combustíveis.
O SR. DEPUTADO JOSÉ CARLOS ALELUIA - A discussão básica apresentada pelo Presiden-
Peço a palavra pela ordem, Sr. Presidente. te do CNt é relativa à ex1ensão das contribuições às
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen- importações de bens e serviços gerais. Vamos discutir
de) - Com a palavra o Deputado José Carlos Aleluia. essa matéria, deixando bem claro que o importante é
O SR. DEPUTADO JOSÉ CARLOS ALELUIA- dirigi-Ia tão-somente para combustíveis automotivos, ou
Quero dizer que tenho absoluta certeza de que, além de combustíveis, tal como se precetluou no 155 e no 177, e
manter essa mesma filosofia ou característica também
mim, o Deputado Moreira Ferreira e todos os presentes
para 0149.
estão aqui com o objetivo de inibir, proibir ou impedir a
Vou colocar em votação o adiamento, como re-
sonegação. Nenhum dos Companheiros aqui defende a
querido, pelo prazo de quatro sessões.
sonegação. Todos defendem a tributação, mas também
defendo o contribuinte. E o espírtlo de defesa do contri- Em votação.
buinte é importante. É fundamental que o cidadão, Aqueles que estão de acordo com o adiamento
como consumidor e como contribuinte, tenha tratamen- da votação por quatro sessões permaneçam como es-
tão. (Pausa.)
to decente. Portanto, quando fiz minhas observações foi
no sentido de não permtlir que proposta relativa a com- Está aprovado.
bustíveis abrisse o espectro e cobrisse toda a economia O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY -
brasileira. Apresentei a tese de que poderíamos parar Sr. Presidente, parece-me da maior importância que
dizendo apenas "incide sobre as exportações de todos se faça o registro do falecimento do nosso companhe-
iro, Deputado Flávio Derzi, Vice-Presidente desta Co-
os bens e serviços", porque o "inclusive" é excedente.
missão.
Seria como se disséssemos que todos os presentes na
Muito obrigado.
sala vão se retirar, inclusive os da Mesa. Evidentemen-
te, esse '1nclusive" é apenas uma peça literária, não tem O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende)
nenhum valor pragmático. Não tem valor no que V. Exa , - Já tivemos a oportunidade, Deputado Fleury, de prestar
Sr. Presidente, conhece mutlo bem, na teoria dos con- homenagens a S. Ex" no início dos trabalhos. Mas é mui-
juntos. São conjunto superpostos. to bem-vinda a manifestação reiterada de V. Ex".
E é por isso que consigo entender um pouco das Antes que os Parlamentares se dispersem, que-
leis, porque conheço um pouco de matemática, não ro renovar o convite para a reunião que se realizará às
tanto quanto V. Ex", é verdade. 19h, no gabinete do Líder do Governo, Deputado
Não ouvi aqui nenhum discurso em defesa a so- Arnaldo Madeira, aos Deputados Basílio Villani, Luiz
negação, até porque trabalhei para que as contribui- Antonio Fleury, Luciano Zica, Moreira Ferreira e José
ções fossem, todas elas, na origem. Foi uma das for- Carlos Aleluia, sem impedimento de qualquer outro
mas mais eficazes de reduzir a sonegação. Tenho in- Deputado que também queira participar dessa reu-
teresse, na condição de defensor do meu Estado, na nião em que iremos discutir a matéria. Esperamos ob-
redução da sonegação, em que pese a Bahia ser um ter mais sólido embasamento para a continuidade da
dos Estados em que há menos sonegação, pela eficiên- votação do relatório na próxima reunião.
cia da máquina arrecadadora. O SR. DEPUTADO BASíLIO VILLANI - A pre-
Estou à disposição para a negociação, como sença do Deputado Joel de Hollanda também é im-
está à disposição o Relator, o que nos alegra mutlo. portante.
Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resen-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Eliseu Resende) de) - Se o Deputado Joel de Hollanda assim enten-
- Deputado José Carlos Aleluia, por falar em análise ló- der, será bem-vindo.
gica cartesiana da matéria, temos três pontos essenci- Desde já convoco a próxima reunião para o dia
ais: o 149, o 155 e o 177. O 177 consta da indústria do 21 de agosto, terça-feira, no Plenário 3, às 14h, quan-
petróleo; no 155, lidamos com o ICMS só para com- do votaremos o parecer do Relator.
bustíveis, no momento em que há necessidade de se Está encerrada a reunião.
41272 Sexta-feira 31 DIÁl{IO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Ag'ISlu de 200\
COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR Betinho Rosado, Maria do Carmo Lara, Professor Luizi-
PARECER AO PROJETO DE LEI N° 2.763,DE 2000, nho, Sérgio Novais, Simão Sessim, Iara Bernardi, Paulo
QUE "DISPÕE SOBRE A POLíTICA NACIONAL DE Kobayashi, Pedro Eugênio e Milton Monti. Os deputados
SANEAMENTO, SEUS INSTRUMENTOS E DÁ solic~aram ao Presidente da Comissão um prazo maior
OUTRAS PROVIDÊNCIAS", E AO PROJETO DE para a le~ura cuidadosa do Parecer, que ora seria apre-
sentado. Retomando a palavra o Deputado Rodrigo Maia
LEI N°4.147, DE2001, QUE "INSTITUI reafirmou sua intenção anteriormente exposta, no que
DIRETRIZES NACIONAIS PARA O SANEAMENTO diz respe~o à discussão da matéria, respeitando é claro,
BÁSICO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS", os dispositivos regimentais e constitucionais cabíveis.
APENSADO. (POLíTICA NACIONAL DE Em seguida passou a palavra ao Deputado Adolfo Mari-
SAN EAM ENTO) nho para que apresentasse seu parecer. Com a palavra o
Relator agradeceu a participação e colaboração dos par-
Ata da vigésima primeira reunião, realizada em lamentares e dos convidados nas audiências públicas,
30 de agosto de 2001 que através de suas manifestações contribuíram na ela-
Aos trinta dias do mês de agosto de dois mil e um, boração do seu Subst~utivo. Passou então à leitura dos
às dez horas e quinze minutos, no plenário cinco do Ane- pontos fundamentais do seu parecer. Encerrada a apre-
xo " da Câmara dos Deputados, reuniu-se, ordinaria- sentação o Senhor Presidente retomou a palavra, comu-
mente, a Comissão Especial destinada a proferir parecer nicando que atendendo às solicitações dos parlamenta-
ao Projeto de Lei nO 2763 de 2000, que "dispõe sobre a res não daria início, naquele momento, à discussão da
política nacional de saneamento, seus instrumentos e dá matéria, marcando o início dos debates para a próxima
outras providências", e ao Projeto de Lei n° 4147 de reunião. Nada mais havendo a tratar o Deputado Rodrigo
2001 , que "institui diretrizes nacionais para o saneamen- Maia, encerrou a reunião às onze horas e quarenta e cin-
to básico e dá outras providências", apensado. Compare- co minutos, antes porém convocando a próxima reunião
ceram os senhores Deputados Adolfo Marinho, Alexan- para o quatro de setembro, terça-feira, às quatorze horas,
dre Cardoso, Antônio Carlos Pannunzio, Carlos Alberto para a discussão do parecer do Relator. A presente reu-
Rosado, Custódio Mattos, Djalma Paes, Eni Voltolini, Gil- nião foi gravada e suas notas taquigrafadas, após deco-
berto Kassab, João Sampaio, Jorge Alberto, Leur Lo- dificadas farão parte integrante desta Ata, e para constar,
manto, Marcio Fortes, Marcos Cintra, Maria do Carmo
eu Ana Lucia Ribeiro Marques, secretária, lavrei a pre-
Lara, Milton Monti, Paulo Kobayashi, Pedro Fernandes,
sente Ata que depois de lida e aprovada, será assinada
Professor Luizinho, Ricardo Ferraço, Rodrigo Maia, Ro-
pelo Senhor Deputado Rodrigo Maia, Presidente e en-
naldo Vasconcellos, Sérgio Novais, e Simão Sessim,
membros titulares; Antônio Cambraia, Dr. Bened~o Dias, caminhada à publicação.
Fetter Junior, Iara Bernardi, Inácio Arruda, Julio Semeg- Deputados inscritos, por metade do prazo previsto
hini, Mário Assad Júnior, e Pedro Eugênio, membros su- para as matérias em tramitação normal- art. 157, § 3°,
plentes; Sérgio Miranda, deputado não membro da Co- do Regimento Interno.
missão. Deixaram de comparecer os senhores Deputa-
Os Srs. Deputados que desejarem apresentar voto
dos Benito Gama, Eliseu Moura, Ivan Paixão, José Car-
los Aleluia, José Chaves, Luciano Pizzatto, Nilmário Mi- em separado e fazer sua le~ura, farão na sua vez de usar
randa, e Pinheiro Landim. Sob a presidência do Senhor da palavra, de acordo com a lista de inscrição e pelo pra-
Deputado Rodrigo Maia, foram abertos os trabalhos. zo acima estabelecido, não podendo falar novamente.
Prosseguindo o Sr. Presidente colocou em discussão a Solicito aos Srs. Deputados que tenham voto em
ata da vigésima reunião, realizada no último dia nove de separado que os encaminhe à Mesa a fim de ser feita
agosto do corrente ano. Não havendo quem quisesse a devida reprodução e distribuição e para que os vo-
discuti-Ia foi colocada em votação. Em votação foi apro- tos constem no processo.
vada. O Deputado Rodrigo Maia passou então a Ordem
do Dia, comunicando que a reunião havia sido convoca- Informo aos senhores membros da Comissão
da para a apresentação e discussão do parecer do Rela- que a partir deste momento e até o início da votação a
tor Deputado Adolfo Marinho, em relação aos projetos de Secretaria estará recebendo requerimentos de desta-
lei 2.763 de 2000 eao 4.147 de 2001. Prosseguindo o Sr. que para votação da matéria.
Presidente, Deputado Rodrigo Maia lembrou algumas Antes de encaminhar a palavra ao nobre Rela-
normas regimentais a serem respeitadas durante a dis-
tor, Deputado Adolfo Marinho, esclareço aos mem-
cussão da matéria, ressaltando sempre que a proposi-
ção se encontrava em urgência constitucional. Antes de bros da Comissão que é do interesse tanto do Presi-
passar a palavra ao relator, o Sr. Presidente comunicou a dente como do Relator que todos os Parlamentares
disposição em se debater da forma mais ampla possível possam discutir e debater exaustivamente o projeto,
o Substnutivo do Relator. Concedida a palavra aos parla- para que o votemos na Comissão a partir do momen-
mentares, houve manifestação dos senhores deputados to que todas as dúvidas forem sanados pelo Relator.
Agosto dI.: 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sl.:xta-lcira 31 41273
Apesar do pedido de urgência não permitir vis- tanta rapidez e que nós teremos de discutir, como repre-
tas e outros encaminhamentos dos Parlamentares, há sentantes da população, em diversos fóruns, pelo me-
da Presidência todo interesse de que o relatório seja nos durante a semana que vem, esse projeto. Portan-
exaustivamente discutido, para que saiamos da Comis- to, na eventualidade de uma votação na próxima se-
são com um relatório que tenho certeza - não tive opor- mana, que se daria na quarta ou na quinta-feira, su-
tunidade de lê-lo - já representa o entendimento da ma- ponho que essa discussão estaria prejudicada, por-
ior parte dos Parlamentares desta Comissão. que teríamos praticamente os dias de amanhã até se-
O SR. DEPUTADO CARLOS ALBERTO gunda-feira. Então, é fundamental, para que possa-
ROSADO - Pela ordem. mos aqui votar, tendo discutido amplamente este pro-
jeto, que não corramos o risco de ter a votação esta-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) -
belecida. Gostaria, portanto, de reforçar essa solicita-
Tem V. Exa a palavra.
ção já feita, e que o Presidente se comprometa com o
O SR. DEPUTADO CARLOS ALBERTO Plenário desta Comissão no sentido de não levar o pro-
ROSADO - Sr. Presidente, entendendo as dificuldades jeto à votação na próxima semana.
que surgem quando o projeto tramita em regime de ur-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia)
gência, para que a discussão seja feita nesta Casa, e
- Não haverá votação de projeto sem que antes todos
a garantia que o senhor está dando a respeito dos
os Parlamentares tenham feito suas sugestões, de
prazos para essa discussão ser feita, indago à Presi-
termos ouvido as explicações do Relator, das suges-
dência se podemos ter a garantia de que vamos atra-
tões serem discutidas. Temos de votar o relatório com
vessar toda a próxima semana discutindo o projeto e
a maior brevidade, mas também com todos os pontos,
fazermos a votação na semana seguinte.
item por item, artigo por artigo, discutidos pelos mem-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia)- bros desta Comissão.
Se for necessário, passaremos toda a semana que
Concedo a palavra à Deputada Maria do Carmo
vem discutindo o projeto, e a votação será no momen-
Lara.
to em que a Comissão tiver feito todas as discussões
A SRA. DEPUTADA MARIA DO CARMO LARA
e em que todos os encaminhamentos tiverem sido es-
- Sr. Presidente, Sr. Relator, quero lembrar que esta-
clarecidos pelo Deputado Adolfo Marinho.
mos sob um regime de urgência constitucional. Esse
O SR. DEPUTADO CARLOS ALBERTO regime de urgência constitucional não é da Comissão,
ROSADO - Sr. Presidente, gostaria de ser mais espe- nem do Presidente da Casa. É do Executivo. Se a ur-
cífico, se o senhor me permitir. gência constitucional persistir, esse projeto tranca a
Vamos ter de levar esse documento para discutir pauta da Casa no dia 14 de setembro. E uma norma
que não depende só da Comissão ou só da Presidên-
nas nossas bases, com as Prefeituras, com aos Gover-
cia da Comissão.
nos Estaduais e o prazo até sexta-feira da próxima se-
Ontem, um grupo de Deputados, a Frente Nacio-
mana é pequeno. Então, gostaria de receber da Presi-
nal de Saneamento, estivemos com o Presidente da
dência a garantia de que na próxima semana, efetiva-
Casa, Deputado Aécio Neves, pedindo a S.Exa que faça
mente, esse projeto não será votado. É possível? uma intermediação com o Executivo, para que tenha-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) - mos tempo de discutir o projeto, porque apenas duas
Sr. Deputado, tudo é possível. Agora, peço ao Depu- semanas - haverá um feriado na próxima semana -
tado que informe aos Prefeitos - o senhor tem a relação vai dificultar o debate do projeto.
-, ao Governador do seu Estado que o relatório estará Então, o apelo que faço é no sentido de que se
disponível na Internet a partir de hoje. Assim, todos discuta com o Executivo a possibilidade de prorroga-
terão o relatório à disposição, antes mesmo que este- ção de prazo, para que possamos discutir e votar este
jamos na nossa base, nos nossos Municípios, entre- projeto este ano. Todos nós queremos votar a regula-
gando pessoalmente uma cópia do projeto. Isso o torna ção do saneamento. Não há interesse de não votá-Ia.
de ampla e rápida divulgação, e todos poderão anali- Esperamos contar com o apoio da nossa Mesa, da
sá-lo e apresentar propostas a cada um dos Parlamen- Presidência desta Comissão para que possa, junta-
tares desta Comissão. mente com o Executivo, trabalhar essa questão da ur-
O SR. DEPUTADO PEDRO EUGÊNIO - Sr. Pre- gência constitucional. Se ele não retira ou se não há um
sidente, apenas para reforçar a preocupação do nobre alongamento do prazo, chegará o dia 14 e o projeto
colega que acaba de usar a palavra. Lembro que embo- trancará a pauta da Casa.
ra a Internet seja um meio bastante prático de divulga- O SR. DEPUTADO PROFESSOR LUIZINHO-
ção, nem todos têm a possibilidade de acessá-Ia com Sr. Presidente, permite-me usar da palavra?
41274 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS AlJ,llshl lI.; 2DDI
o SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) - cordam, que buscam emendas, para que tenhamos
Pois não, Deputado Professor Luizinho. essa matéria votada até o dia 30 de novembro.
O SR. DEPUTADO PROFESSOR LUIZINHO - A Essa é, então, a sugestão que faço, e V. Ex", na
nobre Deputada Maria do Carmo foi objetiva ao dizer condição de Presidente, tem um papel fundamental, jun-
que independe da vontade do Presidente, do nosso Re- tamente com outras forças políticas, de não deixar que
lator, de qualquer Parlamentar desta Comissão a urgên- essa matéria entre pelo beco sem saída, que é o ''beco
cia constitucional. Mas podíamos assumir o compro- dos quinze dias". Se assim ocorrer, teremos de radicali-
misso - e é o que espero do Presidente e Relator-, zar posições, porque é impossível analisar isso em três,
que é fundamental para nós, de que este projeto não quatro ou cinco dias. O Presidente Aécio Neves também
vá para Plenário sem que o relatório tenha sido discu- concorda com isso. Lembro também que o movimento
tido e votado nesta Comissão. Depois de todo esse social também não concorda com isso. Como ele rece-
caminhar, não podemos ter o projeto em Plenário sem berá o impacto de uma possível privatização do setor de
parecer da Comissão. Será um desastre para nós todos. saneamento, votando a matéria em quinze dias?
Então, esta garantia é fundamental. Portanto, esse é o caminho mais inteligente para
O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia)- aqueles que estão no rumo da privatização do setor de
Com a palavra o Deputado Sérgio Novais, depois o saneamento no Brasil, aqueles que não concordam,
Deputado Simão Sessim. porque têm convicção de que isso é um profundo mal
para o País, chegando a ser uma irresponsabilidade.
O SR. DEPUTADO SÉRGIO NOVAIS - Sr. Presi-
Estão aí os exemplos da telefonia, da energia. Esses
dente, Srs. Parlamentares, o Relator teve seis meses, a
processos estão levando o País a uma desnacionaliza-
partir de todas as sugestões, viagens, participação de
ção profunda.
diversas entidades, para apresentar o substitutivo.
Portanto, é inconcebível que em cinco dias de traba- O SR. DEPUTADO PAULO KOBAYASHI - Sr.
lho - sabemos como é o ritmo de trabalho na Câmara; Presidente, peço a palavra para uma reclamação.
trabalhamos efetivamente matéria desse porte um ou Isso é uma questão de ordem ou manifestação ideoló-
dois dias por semana - possamos apreciar um relató- gica-doutrinária?
rio que demorou seis meses para ser elaborado. Tra- O SR. DEPUTADO SÉRGIO NOVAIS - É um po-
ta-se de uma matéria profunda, polêmica, que envol- sicionamento, Deputado, que tenho direito de fazer.
ve Prefeitos, Governos de Estados, pacto federativo, O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) -
enfim, toda uma complexidade de fatores. O Deputado Sérgio Novais tem todo o direito de se
Dissemos tudo isso ao Presidente da Casa on- manifestar e nós temos o prazer de ouvi-lo.
tem. Poderá haver uma guerra desnecessária, porque é O SR. DEPUTADO SÉRGIO NOVAIS - Se V. Exa
impossível, por mais esforço que façamos, embora a não gostar, infelizmente o que posso fazer?
Comissão esteja empenhada nisso, em duas ou três re- O SR. DEPUTADO PAULO KOBAYASHI- Tenho
uniões - já que nesta Casa administramos paralela- o direito da mesma resposta.
mente diversos problemas e é impossível dedicarmos
O SR. DEPUTADO SÉRGIO NOVAIS - Vou ouvir
toda a semana a esta matéria - fazermos uma avalia-
V. Ex" com a maior paciência.
ção e votarmos a matéria até o dia 14 de setembro, in-
clusive lembrando que haverá um feriado na próxima O SR. DEPUTADO PAULO KOBAYASHI- Esta-
semana, o que causará um impacto nesta Casa. mos encaminhando para um alinhamento de natureza
partidária. Estamos falando de um projeto concreto.
A sugestão encaminhada pela Frente Nacional ao
Deputado Aécio Neves - e para deixar oficialmente, em O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) -
nome da Frente Nacional, a V. Ex", ao Relator e aos de- O Deputado Paulo Kobayashi terá o tempo necessá-
mais Deputados - é para que a votação ocorra na se- rio para sua exposição.
gunda quinzena de novembro. Portanto, com um tempo O SR. DEPUTADO SÉRGIO NOVAIS - Deputa-
razoável para o debate e a discussão da matéria. Por do Paulo Kobayashi, vou ouvir V. Ex" também com pa-
que não em dezembro? Porque este é um mês extre- ciência e espero que V. Ex a também tenha essa míni-
mamente complexo, pois ocorre a votação do Orça- ma tolerância de me ouvir. Já vou concluir.
mento e de uma série de outras matérias. A partir daí, Essa é a discussão que trago, a fim de construir
abrimos um processo de discussão já na próxima se- um caminho de interesse do Brasil. Falo em nome de
mana, inclusive com um cronograma de trabalho com alguns companheiros da Frente Nacional de Sanea-
as entidades que estão aqui, que concordam ou dis- mento, que estão aqui.
Agosto de 20Dl DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS ScXla-lllira 31 41275
O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) - Então, gostaríamos que o Presidente também
Concedo a palavra ao Deputado Simão Sessim. atentasse para o fato de que precisamos de tempo
O SR. DEPUTADO SIMÃO SESSIM - Sr. Presi- para oferecer o parecer e estudar com a devida aten-
dente, pedi a palavra para apoiar a proposta do Deputa- ção o relatório final do Deputado. Caso contrário, ele
do Carlos Alberto Rosado, para que na próxima sema- não receberá, inclusive, a atenção que merece. Qu-
na, tendo em vista o feriado, as condições mínimas de ando discutíamos, as pessoas ainda falavam do pro-
discussão desse projeto nas bases, que ela fosse de- jeto anterior. Temos de falar agora do relatório do De-
finitivamente sepultada com relação à votação. V. Exa putado, uma etapa completamente nova, para a qual
tem conduzido os trabalhos de maneira democrática. precisamos de tempo, mas reitero ser inadmissível que
O Relator tem sido paciente ao nos ouvir. por apressamento ou por questão regimental vá a ple-
Depois das várias manifestações - e a Deputa- nário sem a manifestação desta Comissão, que tanto se
da Maria do Carmo Lara disse muito bem que há até interessou por este assunto.
uma expectativa, segundo o Deputado Sérgio Novais, O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia)-
de o Presidente da Casa intervir e proporcionar, quem Pela necessidade de ouvirmos o relatório do Deputa-
sabe, um tempo maior, tendo em vista a derrubada da do Adolfo Marinho, encerro, passando a palavra ao
urgência ou a negociação com o Governo para a mo- Deputado Paulo Kobayashi e, depois, ao Deputado
dificação dessa urgência urgentíssima. Adolfo Marinho.
Em função de tantas manifestações, que pare- O SR. DEPUTADO PAULO KOBAYASHI - Sr.
cem ser da maioria, Sr. Presidente, pretendemos que Presidente, não posso decidir pela Liderança do Gover-
V. Ex" decida e sepulte definitivamente: semana que no ou pela Presidência da Casa, é claro. Pelas proximi-
vem não teremos votação, mas somente discussão, dades e pelo diálogo que temos travado, posso anteci-
para não sermos surpreendidos com uma proposta de par que essa preocupação, praticamente unânime dos
encerramento de discussão e votação na véspera de que se manifestaram até agora, de não votar apressa-
um feriado. Essa é a preocupação. Acredito que V. Ex" damente essa questão dentro da atual urgência a que
vá decidir pela maioria, como sempre fez e tem feito nas está submetido, o que é mais ou menos consensual,
várias reuniões que realizamos. também é do Governo e da Presidência da Casa.
Obrigado, Sr. Presidente. Então, a questão básica é: retira-se ou não a ur-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) - gência? Lembrando que entre uma retirada e uma re-
Concedo a palavra à Deputada Iara Bernardi. convocação - como disse a mim o Deputado Milton
A SRA. DEPUTADA IARA BERNARDI- Sr. Pre- Monti -, regimentalmente há um prazo de 45 dias, o
sidente, nesta manhã recebemos o relatório do Depu- que remeterá a discussão e a votação para o mês de
tado Adolfo Marinho. Entramos numa etapa totalmen- outubro. Mas posso, se a Presidência e o Plenário me
te nova de discussão sobre o saneamento e a sua re- autorizarem, fazer gestões junto ao Líder do Governo e
gulamentação. A reunião de hoje mostra o interesse de à Presidência no sentido de se retirar essa urgência e
todos os setores envolvidos neste tema, no relatório do propiciar essa discussão neste tempo todo. O Presiden-
Deputado Adolfo Marinho, que só estamos lendo agora. te Aécio Neves afirmava ontem, e a Liderança certa-
Reitero, então, a questão levantada pelos outros mente vai querer a certeza de um novo cronograma de
Deputados. O Presidente usou a expressão "a maior votação, que esse assunto não será postergado para
brevidade possível" para votarmos. Como disse o De- além deste ano. Deveremos votar, portanto, em outubro
putado Professor Luizinho, é inadmissível que isso ou novembro.
vá, por algum motivo regimental, a plenário sem uma Nesse sentido, concordamos, em nome do
manifestação da Comissão. PSDB e no do Governo, com essa solicitação da Co-
Precisamos também de tempo. Por isso, estive- missâo para que se tenha todo o prazo possível para
mos ontem, reafirmo, com o Presidente Aécio Neves debater e todas as entidades poderem se manifestar
pedindo mais tempo. Não é nossa intenção não votar- novamente a respeito do parecer do Relator.
mos o projeto ou uma regulamentação para o sanea- O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) -
mento, mas que tenhamos tempo suficiente para es- Para encerrar a discussão, faço lembrar à Comissão
tudar o relatório do Deputado. Pelo que lemos apres- que na última semana do semestre anterior, nesta
sadamente aqui, ele traz profundas modificações nos Comissão, quando havia poucos Deputados, tínhamos
projetos apresentados pela Deputada Maria do Car- fechado um acordo com a presença do Deputado
mo Lara e Sérgio Novais ao PL n° 4.147, do Governo. Professor Luizinho, no sentido de que o relatório seria
41276 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agusto de 2001
apresentado dia 5 de agosto e votado até o dia 22 do O SR. DEPUTADO MILTON MONTI- Eu só que-
mesmo mês, prazo semelhante ao atual. ria observar, numa questão de ordem. Ouvindo todas as
Mas não é do meu interesse colocar o projeto em sugestões que a Comissão está apresentando, e até
votação de forma açodada nesta Comissão. Acho que imaginando a hipótese saudável de esticarmos um pou-
represento as idéias de todos os Parlamentares. Se for co mais a discussão, eu queria que esta Comissão ti
do interesse da maioria, podemos discutir até a retirada vesse acordado também, por uma questão regimen-
da urgência. Prefiro esperar a le~ura do relatório, o início tal, que, mesmo hão havendo inscrição de Parlamen-
das discussões na terça e na quarta-feira, e, após isso, tares - porque sem ela a discussão estaria encerrada
a Comissão possa chegar à conclusão de que o tem- - que a Comissão não a considere encerrada.
po até o dia 14 é pouco ou tentar fazer um acordo com Pode ser que venhamos a receber a visita de
o Presidente Aécio Neves, a fim de que possamos se- outras pessoas fora da Comissão e que ela não consi-
guir nos trabalhos da Comissão. dere, então, mesmo sem a inscrição de Parlamenta-
A urgência tranca a pauta, mas não impede que res, a discussão encerrada, para que todos possam
possamos, na terça e quarta-feira da semana seguinte apresentar os seus destaques, as suas emendas, as
ao dia 14, votar o projeto. Teríamos, então, duas sema- suas sugestões no prazo regimental.
nas, até porque o feriado é sexta-feira e tenho certeza O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) -
de que, pelo menos na Comissão de Saneamento - e O tempo para discussão e apresentação dos destaques
o projeto é de interesse de todos nós e de toda a socie· é regimental e será garantido a todos os Parlamentares.
dade - haverá quorum tanto na terça quanto na quarta Deputado Professor Luizinho...
e quinta-feira da próxima semana e ainda teremos a O SR. DEPUTADO PROFESSOR LUIZINHO _
outra semana, a do dia 14, dias 11, 12 e 13. Podere- a
mos colocar em votação na Comissão no dia 18 ou 19. Sr. Presidente, por favor, fui citado por V. Ex , que fez
uma afirmação. Só quero... Não vou brigar. Sempre fui
Acho que é tempo suficiente, mas prefiro esperar a muito calmo.
le~ura do relatório, a análise de cada Parlamentar no final
de semana, para que na próxima semana voltemos a O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) -
discutir sobn~ a urgência, até porque tínhamos dado um Eu também.
prazo de 15 ou 20 dias - e posso estar errado nisso, va- O SR. DEPUTADO PROFESSOR LUIZINHO -
mos verificar nos Anais -, que era necessário, já que dis- Só estou pedindo um esclarecimento a V. Exa.
cutimos exaustivamente durante seis meses o projeto do O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) -
Governo, novas propostas, novas idéias sugeridas por Vou pedir à Secretária da Comissão...
todos os Parlamentares e pela sociedade civil. O SR. DEPUTADO PROFESSOR LUIZINHO -
Para encerrar, reafirmo que discordo do Deputado Trinta segundos!
Sérgio Novais, quando S.Exa. diz que o projeto trata de O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia)-
privatização. O projeto não trata de privatização. A con- ...que levante os registros nesta Casa, e que na próxi-
cessão do setor já é permitida pela Const~uição. Então, ma semana cheguemos a essa conclusão.
isso está na Constituição. Só se mudarmos a Consti- O SR. DEPUTADO PROFESSOR LUIZINHO _
tuição por meio de uma PECo Essa é a minha opinião.
Tenho certeza de que com a regulação do projeto os Sr. Presidente...
Prefeitos e os Governadores que tiverem a sua titula- O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) -
ridade poderão realizar seus investimentos com re- Deputado Professor Luizinho...
cursos próprios ou até com recursos próprios ou até O SR. DEPUTADO PROFESSOR LUIZINHO -
com recursos de terceiros. Sr. Presidente...
Passo a palavra ao Deputado Adolfo Marinho. O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) -
O SR. DEPUTADO PROFESSOR LUIZINHO - Deputado, V. Exa vai me ouvir e depois vai falar!
Sr. Presidente, peço a palavra para um esclarecimento. O SR. DEPUTADO PROFESSOR LUIZINHO
O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) - - V. Exa é o Presidente da Comissão.
Passo a palavra ao Deputado Adolfo Marinho. O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) -
O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) - Derrubou o copo d'água?!
Deputado Milton Monti. O SR. DEPUTADO PROFESSOR LUIZINHO -
O SR. DEPUTADO PROFESSOR LUIZINHO Eu não; quem derrubou foi o nobre Deputado que
- V. Exil me citou nominalmente. passou aqui.
Aguslu de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTI\I)(lS Scxta-tCira 31 41277
O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) - A complexidade maior desse projeto reside na
Vou deixar V. E)(! falar, mas tem de me ouvir primeiro. mudança das relações das esferas de poder, que em
O SR. DEPUTADO PROFESSOR LUIZINHO - um governo militar tem uma formatação e numa demo-
Pois não, Presidente. cracia há a exigência da sociedade de que as relações
O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) _ sejam outras.
Só para esclarecer, nobre Deputado Professor Luizi- Outro traço importante de todo esse projeto é a
nho. Vou consultar os Anais da Casa e, na próxima mudança da relação do Governo com a sociedade.
semana, vou trazer aqui. Se V. Exa estiver certo, vou Num governo militar, com todo o poder, com toda con-
me desculpar e dizer que V. Exa está certo. Se eu esti- centração de recursos, a sociedade sempre foi tratada
ver certo, vai ficar registrado nesta Casa. como beneficiária. Nesse projeto, há o interesse ex-
Deputado Professor Luizinho com a palavra. presso por todos de uma relação mais participativa da
O SR. DEPUTADO PROFESSOR LUIZINHO _ sociedade, principalmente através dos seus segmen-
tos organizados. É evidente que esse projeto levou em
Em primeiro lugar, tendo essa garantia, já fico tranqüilo; consideração toda a evolução que houve durante o go-
isso já me deixa totalmente sossegado. O Plenário des- vemo militar, e, não obstante o País tem experimenta-
ta Comissão já tentou discutir os prazos de várias for- do um crescimento explosivo demograficamente, sal-
mas. Nunca houve um comprometimento da Oposição
com o calendário prévio em nenhum momento. Este ~~~~~ d~h~~~:~~~~~~~~t:s~~m~~~~~:~~~:~7~b~~~
Deputado, inclusive, na reunião de Líderes, na sala do tecimento de água ao redor de 90% da população.
Presidente, foi levar o encaminhamento de que a Co-
missão achava que deveria ser retirada a urgência. Nós não podemos, porém, mesmo fazendo justi-
O Líder do Govemo, num momento, tentou cons- ça ao esforço e aos resultados, obscurecer a situação
muito difícil do saneamento no Brasil. O saneamento
truir um calendário, projetando para a segunda quinze-
é o setor de maior dívida social neste País, com impli-
na de agosto ou a primeira semana de setembro. Disse-
cações profundas nos indicadores de saúde pública,
mos que não havia condições, porque não sabemos no IDH. É um setor que discrimina. Falta serviço de
como chegar ao término do processo. O Líder disse que
a urgência lhe dava condição de prazo. Disse-lhe que água e esgoto de uma forma hierárquica, atingindo,
era verdade. Com o calendário do Governo, é verdade com perversidade, os mais pobres. O setor do sanea-
que a urgência lhe dera a condição de seu calendário. mento é o responsável pela poluição das águas no
Brasil, em cada Estado, em cada Município. O setor do
Tudo isso é para prestar esclarecimentos hoje, saneamento não tem uma estrutura, uma organização,
porque muitos que aqui estão não estarão na semana de tal forma que nós possamos ter uma interlocução,
que vem. Fico feliz que V. Exatraga a gravação, para que uma coordenação das ações do setor. E o setor do sa-
possamos ouvir a ma dessa sessão. neamento não dispõe de uma regulação e de uma fis-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) - calização, de tal maneira que nós possamos ter a salvo
Com certeza. os interesses e os direitos do consumidor.
Passo a palavra ao Deputado Ado~o Marinho. Neste momento em que vou submeter o projeto à
O SR. DEPUTADO ADOLFO MARINHO - Sr. apreciação da Comissão, preciso destacar o processo
Presidente, Deputado Rodrigo Maia, S~ e Srs. Parla- de trabalho. Tivemos, durante esses meses, o maior in-
mentares, quero que meu primeiro registro seja para teresse, o maior empenho de auscultar os diversos
expressar a satisfação que tenho, na condição de segmentos da sociedade brasileira, através de discus-
membro e Relator desta Comissão, com o momento sões temáticas e de audiências públicas. Os membros
histórico para o saneamento, para o Brasil. desta Comissão e o próprio relator tiveram o empenho
O PL n° 4.147/01, de iniciativa do Governo Fe- e a aplicação de visitar e participar de debates, de au-
deral, motiva, modela, mobiliza um rito de passagem diências públicas, em países diversos pelo mundo e
de uma era que se cumpriu para um tempo novo a ser principalmente em 14 Estados brasileiros.
construído pela sociedade brasileira. Importante também frisar o agradecimento e o re-
Essa transição já ocorreu em outros setores da conhecimento que tenho pelo apoio do Presidente e dos
infra-estrutura e da vida pública nacional, mas o setor membros da Mesa desta Comissão, pela competência,
de saneamento continua, na sua essência, com tra- pela forma ética, pela forma solidária com que fui tratado
ços de um governo de força, e esse projeto deve ter o por todos os membros desta Comissão. Quero agrade-
objetivo de fazer a travessia para uma ambiência de- cer também pela maneira sempre correta com que os in-
mocrática. tegrantes do Governo Federal trataram o processo de
41278 Sl:xtil-fl:ira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto lk 2001
trabalho desta Comissão; aos Srs. Ministros José Serra, De tal modo que nós chegamos, na página 30, à
Ovídio de Angelis, Aloysio Nunes, pela maneira com que conclusão de que, por orientação da consultoria legis-
buscaram fazer a harmonia entre os Poderes com o res- lativa - e eu aproveito para agradecer à nossa compa-
peito à independência entre os Poderes. Também quero nheira de trabalho Ana Lúcia e aos consultores Sueli
agradecer à comissão técnica de elaboração, ao ProL Vaz, José Sena e ao Sanches - deve ser lida, o que
Gerson Kelman, ao Marcos Tadeu. Agradeço de modo vou fazer com rapidez.
especial aos Governadores Geraldo Alckmin, Tasso Je- 'Verificamos, segundo os fundamentos apre-
reissati, aos Srs. Prefeitos Cesar Maia, Tarso Genro, Luiz sentados em nossa análise, a inadequação financeira
Paulo, ao Vice-Prefeito Fernando Pimentel, que procura- e orçamentária dos artigos 2°, 9°, 14, 16, 17 e 18 do
ram ativamente participar desse processo PL 2.763, de 2000, e dos arts. 6° e 35 do PL 4.147, de
Quero agradecer aos Secretários de Estado, na 2001 , bem como das emendas - e essa numeração
pessoa do Presidente do Fórum, Secretário Tame. Que- pode ser acompanhada no quadro anexo das emen-
ro agradecer a representação de todas as entidades, das-nos1 a37, 108,218e221.
das associações, das companhias de água e esgoto, Verificamos, ainda, vícios de inconstitucionali-
da federação, da SEMAE. dade nas emendas nOs 37, 49 e 210. Tais inadequa-
Quero agradecer também pelas inúmeras cola- ções, quando o mérito indica a conveniência ou neces-
borações, principalmente dos membros desta Comis- sidade de aproveitamento do dispositivo, foram sana-
são, que procuraram enriquecer e aprimorar o traba- das no substitutivo que propomos à superior delibera-
lho com uma quantidade enorme de emendas e de ção da Comissão.
sugestões após vencido o prazo regimental.
Diante do exposto, votamos pela constitucionali-
Dessa forma, eu tenho consciência do desafio e dade, juridicidade, boa técnica legislativa, adequação
da responsabilidade, mas quero revelar satisfação e financeira e orçamentária e, no mérito, pela aprova-
tranqüilidade porque eu procurei, durante todo esse ção do PL 2.763, de 2000, e do PL 4.147, de 2001, na
trabalho, ser o relator do pensamento, das aspira- forma do Substitutivo do Relator.
ções, dos interesses os mais diversos dispersos no
Quanto às emendas ao Projeto de Lei n° 4.147,
tempo e no lugar que eu pude colher da sociedade
de 2001, encaminhamos nosso voto:
brasileira.
Dessa forma, estou apresentando, neste mo- a) pela constitucionalidade, juridicidade e boa
mento, o parecer ao Projeto de Lei 2.763, de 2000, de técnica legislativa de todas as emendas, exceto as de
autoria do Deputado Sérgio Novais e da Deputada Ma- nOs 37,49 e 210;
ria do Carmo Lara, e ao Projeto de Lei n° 4.147, de b) pela constitucionalidade, juridicidade e boa téc-
2001, de iniciativa do Poder Executivo. nica legislativa da emenda n° 37, na forma do Substi-
O relatório compõe-se de diversas partes, e eu tutivo do Relator;
gostaria de ser objetivo e não cansar a todos que es- c) pela rejeição, por inconstitucionalidade e inju-
tão aqui. Os senhores têm o documento em mãos. ridicidade, das emendas nOs 49 e 210;
Num primeiro momento, ele faz a análise do conteúdo d) pela adequação financeira e orçamentária de
do PL 2.763, de 2000. A seguir, faz a avaliação do todas as emendas, exceto as de nOs 1, 37, 108, 218 e
conteúdo do PL 4.147, de 2001. Já na página 8, há
221;
um comentário sobre as emendas que foram apre-
sentadas ao PL 4.147, por sinal um número muito e) pela adequação financeira e orçamentária
grande de emendas; e faz também uma descrição das emendas de nOs 1, 37, 218 e 221, na forma do
dos trabalhos da Comissão na página 11 . À página 13 Substitutivo do Relator;
começa o voto do relator, onde a primeira observação f) pela rejeição, por inadequação financeira e or-
é sobre o mérito dos dois projetos. çamentária, da emenda n° 108;
A seguir, nós temos, na página 21 , uma aprecia- g) pela rejeição, quanto ao mérito, das emendas
ção sobre a adequação orçamentária e financeira; em denos2,4, 12, 13, 14,25,45,48,49,51,52,54,67,69,
primeiro lugar, do Projeto n° 2.763/00 e, em seguida, 7",72,85,87,88,89,90,98, 100, 101, 107, 108,110,
do Projeto n° 4.147/01. 111,112,114,115,117,118,119,120,121,122,123,
Na seqÜência, há análises e comentários sobre 124,125,126,129,130,131,132,135,137,138,140,
as emendas. E, na página 26, há um posicionamento 141, 142,144, 146,148,157,159, 160,162, 166, 167,
sobre a constitucionalidade, juridicidade e técnica le- 174,175,176,180,181,187,188,195,202,206,207,
gislativa. 208,209,210,211,212, 220,222 e 224;
Agoskl de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-leira 31 41279
h) pela aprovação, quanto ao mérito, na forma do mento Urbano como Secretaria Executiva, remetendo
Subst~utivo do Relator, das emendas nOs 1, 3, 7, 8, 9, para regulamentação posterior a composição do Con-
10,15,16,17,21,22,23,27,28,29,31,32,33,34,35, selho. Estamos colocando que os Estados, o Distrito
36,37,38,39,41,46,47,55,56,57,61,62,65,68,70, Federal e os Municípios também terão os seus conse-
73,75,76,77,78,79,80,81,83,84,92,93,95,99,102, lhos - os conselhos estaduais, com a participação dos
104,105,106,109,113,116,134,136,143,145,149, Municípios prestadores e dos usuários; e os conselhos
150,151,152,153,154,155,156,161,163,165,169, municipais com os prestadores e usuários, além, evi-
177,178,179,183,185,186,189,190,192,193,194, dentemente, da participação dos t~ulares. Estamos fa-
197,198,199,200,201,204,205,213,214,215,216, lando da criação do Sistema Nacional de Informações
217,218,219,221 e 223. de Água e de Esgoto e recomendando a articulação
É o nosso voto. desse Sistema com o sistema de informações dos re-
Sala da Comissão. Deputado Adolfo Marinho. cursos hídricos. Estamos propondo que os Estados e o
Sr. Presidente, neste momento, gostaria - e por Distrito Federal também tenham o seu sistema de infor-
isso apressei o que estava contido nas páginas ante- mações. Estamos propondo a atuação de diversas enti-
riores - de fazer, de modo sucinto, a apresentação do dades integrantes da estrutura administrativa do Gover-
Substitutivo. no Federal na implementação, descrevendo as atribui-
ções do Ministério da Saúde e chamando a atenção
O Substitutivo, no seu Capítulo I, optou por insti-
para o fato de que estamos propondo que o Ministério
tuir a política nacional de água e de esgoto e diretri-
da Saúde coordene os trabalhos dos Estados e dos Mu-
zes nacionais para a prestação, a regulação, a fiscali-
nicípios na adoção de soluções individuais e coordene
zação do serviço público de água e de esgoto.
também o monitoramento da observância dos padrões
No seu Capítulo I, art. 1° e parágrafo único, foi
de potabilidade. Estamos propondo atribuições para a
feito o acréscimo da legislação, ou seja, a Constitui-
Agência Nacional de Água - ANA e chamando atenção
ção Federal e demais lei que respaldam o disposto
para o fato de que a Agência terá o grave dever de ga-
nesse substnutivo. No art. 2° há alterações nas defini-
rantir suprimento hídrico aos prestadores em volume
ções, notadamente de interesse local e de interesse co-
suficiente e quantidade satisfatória, ressalvadas as res-
mum. Há a inserção do termo '1itular", que vai ser usado
trições constantes da outorga. Estamos falando de atri-
durante todo o texto. Há alteração no que diz respeito à
buições do Ministério do Meio Ambiente, incluindo aí o
universalização, retirando-se a exigência de pagamento
cuidado com o lançamento de esgoto no oceano. Esta-
de tarifas. Há uma nova apresentação de gestão com-
mos, a seguir, detalhando as atribuições que deverá ter
partilhada, que é compulsória, e de gestão associada,
a SEDU em apoio ao conselho, objetivando a imple-
que é voluntária.
mentação da política.
No § 1° há a exclusão do manancial na considera-
ção de serviço de interesse local e de interesse co- No Capítulo 111 estamos tratando de titularidade,
mum, e há, no § 2°, a abertura, visando à universali- que, sem dúvida, é o assunto que monopoliza as aten-
zação, para que sejam utilizadas duas formas de ções. Iniciamos por obedecer com fidelidade ao que
prestar serviços, um serviço público em rede e com está disposto na Constituição. E estamos contem-
adoção de soluções individuais. plando, de forma explícita na lei, a prestação direta
Optamos pela introdução do capítulo de política através de seus titulares. E, evidentemente, também
contemplando a possibilidade de concessão, prerro-
como segundo capítulo, para que nós possamos, a
princípio, definir o contexto em que todas as outras gativa constitucional dos titulares.
atividades vão se situar. E, no tocante à política nacio- Procuramos, nesse sentido, ater-nos exclusiva-
nal, conservamos a sua formulação e estamos apre- mente ao que está escrito na Constituição sem dar
sentando as suas diretrizes. margem a interpretações, com fidelidade ao que está
Estamos sugerindo que os Estados, os Municípi- escrito. Por isso, podemos ler que a titularidade com-
os e Distr~o Federal também definam e formulem sua petirá ao Município quando o serviço for caracteriza-
política. Estamos apresentando os instrumentos de im- do de interesse local, conforme inciso V do art. 30, e
plementação de política no art. 7°. Estamos falando da ao Distrito Federal em conformidade com o § 1° do
criação de um Conselho Nacional de Água e Esgoto, de art. 32. E, a seguir, colocamos o conteúdo da política
caráter deliberativo, que terá a grave responsabilidade a ser implementada pelo titular.
de implementar e acompanhar a política nacional. Esta- No art. 16 tratamos da exceção, porque no artigo
mos descrevendo as competências do Conselho. Esta- anterior estamos tratando da realidade generalizada no
mos propondo a definição da Secretaria de Desenvolvi- terr~ório nacional. No art. 16 tratamos da circunstância
412XO Sexta-kira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosil' de 200 I
em que o serviço exige a complementaridade entre ser- No art. 23, por exemplo, nós estamos colocando
viço de interesse local e serviço de interesse comum. E, exigências com relação à prestação dos serviços direta-
nesse caso de complementaridade, o que está sendo mente pelo titular, ou seja, por departamentos, autar-
sugerido é o que já existia no Projeto de Lei na 4.147/01 : quias ou qualquer outra opção tomada pelo titular.
uma gestão compartilhada. Mas enfatizamos que, nes- No art. 24, nós procuramos incorporar de mane-
se caso, compete aos Municípios organizar e prestar di- ira explícita uma realidade comum no País: o convê-
retamente, ou sob regime de concessão, as etapas de nio que há, com base no art. 241, de cooperação en-
interesse local, em obediência ao prescrito na Constitui- tre entes federados e, o que é mais comum, entre os
ção. E compete aos Estados organizar e prestar direta- Estados e os Municípios.
mente as etapas de interesse comum, em obediência
Introduziu-se que o convênio entre os entes fe-
ao § 10 do art. 25 da Constituição.
derados deve ser adicionado por um contrato de ges-
Para o exercício da gestão compartilhada há, tão entre o ente federado e o prestador, de tal modo
como já havia no Projeto de Lei na 4.147/01, a propos- que fiquem implícitas as responsabilidades e que isso
ta de um conselho deliberativo com a participação sirva como referencial para a entidade reguladora que
dos Estados e dos titulares das diversas etapas. vai trabalhar, baseando-se em responsabilidades as-
E, para a tomada de decisões, estamos propon- sumidas contratualmente entre o titular e o prestador,
do a esta Comissão um sistema de votação pelo qual tendo dessa forma um referencial explícito para poder
o Estado terá um terço dos votos, enquanto os Muni- atuar na salvaguarda da sociedade.
cípios, dois terços. E nenhum Município poderá ter Nos casos de prestação via concessão, apenas
mais do que 50% dos votos totais dos Municípios, já repetimos o que diz a Constituição: a concessão preci-
que haverá uma ponderabilidade e o Município se re- sa de lei autorizativa; a concessão deve ser feita atra-
presentará em conformidade à sua população. vés de licitação e deve ser formalizada em contrato.
Estamos propondo que ao Estado caiba a Se- No art. 27, página 51, estamos nos reportando
cretaria Executiva do Conselho Deliberativo como po- aos editais de licitação. Confesso que na minha pri-
der de decisão em caso de empate. meira leitura achei que o PL 4.147/01 estava sendo
excessivo. Mas, ao percorrer o País, achei que era ab-
Estamos colocando no art. 17 a competência do
solutamente necessário para dar aos Prefeitos dos
Conselho Deliberativo, chamando a atenção para o mais de 5 mil Municípios brasileiros um respaldo legal
seguinte: aqui no art. 17 está excluída a prerrogativa na hora de fazer a sua alternativa e fazer com que os
que tem o titular de prestar diretamente ou sob con- editais que venham a ser feitos Brasil afora resguardem
cessão os seus serviços. os interesses da sociedade e dos consumidores.
No art. 18, nós destacamos que há Municípios No tocante à licitação, fizemos uma modificação.
onde a sede tem um serviço prestado de forma com- Achamos que tal como estava posto poderíamos estar
plementar. Mas os demais Distritos do Município de- pondo em risco a tarifa. Daí introduzimos o § 2°, dizendo
vem continuar com a titularidade isolada do próprio que a avaliação entre o investimento e a tarifa não pode
Município. ser prejudicial à garantia da tarifa. E, na avaliação da lici-
No art. 19 e no art. 20 procuramos detalhar a tação (art. 28, § 20 , página 52), estamos dizendo que
gestão associada, que é um ato voluntário dos titula- quando o serviço público de água e esgoto não estiver
res. É matéria tratada no Projeto de Lei na 4.147/01, universalizado, para definição de nota que vai avaliar a
mas que precisava de um detalhamento maior, para licitação, a atribuição ao valor de um investimento não
que pudesse se efetivar. pode ser inferior a 50%. Mas, em hipótese alguma, o va-
lor atribuído à tarifa pode ser inferior a 40%, porque
No Capítulo IV, "Da Prestação dos Serviços", mesmo que haja um interesse de maior investimento,
nós tomamos como diretriz que a prestação dos ser- não podemos comprometer o valor da tarifa.
viços de competência de titular pode se dar de diver-
sas formas, a critério do titular. Porém, do ponto de O art. 31 repete o que o PL já dizia: uÉ vedada a
vista do usuário, de direito do consumidor, as regras concessão onerosa".
devem ser as mesmas, seja para departamento, au- O art. 32 fala da disponibilidade hídrica e tam-
tarquia, companhias. entidades públicas ou privadas. bém do ato de outorga. Mas introduz sanções a se-
Do ponto de vista do consumidor, o que interessa é um rem aplicadas às partes, no ato de outorga, tanto ao
serviço prestado com a melhor qualidade e com a maior prestador que está recebendo água para tratar e está
presteza. Essa é a diretriz. Daí por que uma série de exi- lançando esgoto, como também ao gestor da água,
gências estão explícitas, seja para o prestador público em relação à responsabilidade que tem de garantir o
ou para o prestador privado. suprimento em volume e qualidade.
Agosto de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS SCXla-lcira 31 41281
Quero destacar também, na página 55, que a É impossível pensar-se em universalização se
venda de ações, uma prerrogativa do titular, do con- não tivermos dispositivos, como esse, que, por sinal,
trolador, comporta-se como uma concessão. Por isso, já consta do PL n° 4.147/01. Neste momento estou
deve obedecer ao dispositivo constitucional que está apenas realçando e chamando a atenção para algo
aqui descrito no art. 22, § 2°. que é da maior importância para o usuário brasileiro.
E no caso de venda em bloco de ações é de vital Outro aspecto que gostaria de enfatizar é o caso
importância que a lei autorizativa defina os termos da em que o titular do serviço público contrata organiza-
venda, principalmente no que diz respeito à aplicação ções de sociedade civil e de interesse público ou or-
dos recursos e à governança corporativa. ganizações sociais para prestarem os serviços. Qual-
Na página 56, gostaria de enfatizar o art. 36: "A quer que seja o prestador as responsabilidades são as
infra-estrutura de água e esgoto provida por terceiros, mesmas, e não podemos deixar espaço vazio para que
pessoas físicas ou jurídicas" - ou seja, pela Prefeitu- práticas c1ientelistas sejam efetivadas à luz desse artigo.
ra, pelas companhias de habitação, pelos investido- Então, é preciso que, mesmo dispensada a lic~ação,
res - "vai integrar-se ao patrimônio do titular, ficando uma ONG preste o serviço de acordo com a lei autoriza-
afetada ao uso do prestador." tiva que regule o procedimento do titular, e que o usuá-
rio não tenha nenhum dos seus direitos subtraídos.
Mas no parágrafo único nós estamos propondo
O art. 46, página 61, também tem uma importân-
que o valor do investimento, relativo a implantação da
cia muito grande. Quando a prestação do serviço públi-
infra-estrutura por terceiros seja ressarcido pelo pres-
tador. O que não mais estamos mais suportando no co de água e esgoto envolver diferentes prestadores -
e são n casos - deverá ser celebrado o contrato entre o
Brasil é que o mutuário de habitação popular seja o fi-
nanciador dos serviços de água e esgoto, e que a sua prestador responsável pela distribuição e cobrança. O
contrato é entre este prestador responsável pela distri-
prestação, dessa forma, fique insuportável.
buição e cobrança ... O contrato é entre este prestador
No art. 40, página 57, estamos colocando que a e cada um dos outros prestadores. Nesse contrato há
remuneração será feita por tarifa. E, como a lei trata uma série de condições, e uma delas é a garantia do
água e esgoto como um serviço único, dessa maneira pagamento prestado. Evidentemente, um prestador
poderemos dar um encaminhamento melhor a uma cobra a tarifa, mas ele deve ter um contrato com todos
série de pendências que aleguem inconstitucionalida- os demais prestadores, com garantia de pagamento
de na cobrança. Um fato importante é que essa lei re- dos serviços prestados pelos demais prestadores.
afirma que a tarifa será fixada pelo titular. O titular é
No Capítulo V tratamos de regulação e fiscaliza-
quem fixa a tarifa, e, naturalmente, esta será avaliada ção. No art. 48, estamos colocando que a regulação e
pela agência reguladora. fiscalização são obrigatórias, qualquer que seja o pres-
Quanto a revisões previstas, periódicas e extra- tador, de natureza pública ou privada. Ou seja, os ser-
ordinárias, praticamente estamos repetindo o que es- viços prestados pelas autarquias, pelos departamen-
tava inserido no PL n° 4.147/01. tos, também serão regulados pela entidade regulado-
ra. E, naturalmente, terão como âmbito da sua atua-
A fatura deverá ser entregue ao usuário tal como
ção tudo que envolver a prestação, evidentemente
está descrito aqui. Os direitos e deveres dos usuários envolvendo também titulares, conselhos deliberati-
estão referidos no art. 44. vos, prestadores e usuários.
Gostaria de chamar a atenção para a página 60, E mais: no § 2°, estamos colocando que a regu-
no que diz respeito aos §§ 1° e 2°: "O prestador do ser- lação deve acontecer de forma articulada com as enti-
viço é obrigado a prestá-lo a quem o solicite em sua dades de defesa do consumidor, com as entidades de
área de atuação, na forma das normas legais, regula- recursos hídricos, de desenvolvimento urbano, de sa-
mentares e contratuais". úde pública e de defesa da concorrência.
Portanto, na área de atuação é obrigado. Não O art. 49 define os objetivos da regulação; o art.
50 atribui aos titulares a prerrogativa de definir nor-
podemos, hoje, ter mais concessões que envolvam mas de procedimento; o art. 51 fala das competências
todo o território do Município. O prestador deve assu- da entidade reguladora; e no 52, página 64, diz que
mir a concessão daquela área onde pode exercer, em nas gestões compartilhadas e associadas, mesmo
regime de monopólio, a prestação dos serviços. E que haja diversos prestadores, a regulação e fiscali-
mais ainda no §2°: "A não prestação do serviço a qual- zação serão feitas por uma só entidade.
quer solicitante na sua área de atuação, implicará o pa- Quanto ao Capítulo VI, este não existia antes.
gamento pelo prestador de compensação financeira Gostaria de chamar bem a atenção de todos os
aos solicitantes não-atendidos." companheiros desta Comissão e de todos que aqui
412l-\2 Sl;xl~-J\:ira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS AC"Slll (\t; 2001
nos prestigiam com sua presença neste ato. Pare- ção popular. Nós estamos propondo que o saneamen-
ceu-nos - e isso foi visível durante todo o processo; to venha merecer 40% do total das aplicações, ao lado
esta Comissão chegou a realizar uma audiência espe- de 40% para a habitação popular. Porque todo investi-
cífica sobre o financiamento do setor - que havia uma mento em saneamento necessariamente é investi-
lacuna, não só nos projetos de dispositivo legal, mas mento em habitação. Mas é primordial que haja um es-
também na própria discussão. Se todo o arcabouço forço de todos para que possamos dispor de recursos
normativo for elaborado, aí, embora indispensável, provenientes do Fundo de Garantia, a fim de que se-
isso é insuficiente para que os objetivos sejam alcan- jam aplicados em água e esgoto no Brasil.
ç~dos, ou seja, de universalizar o atendimento,no Bra- Estamos propondo que os recursos do FAT, que
Sll. ?ptamos, ~ortan!o, em apresentar um capitulo es- estão sob a responsabilidade do BNDES tenham pelo
peclflco sobre Investimentos. De modo a buscar de for- _ .. .'
ma efetiva, prática, concreta, a viabilização do nosso ~enos u,ma fraçao obngato~lamente destinada ao ser-
objetivo maior: universalizar o saneamento no Brasil. ViÇO de agua e esgoto. E nos estamos propondo uma
Evidentemente, nesse capítulo não há tantas inova- fração de 10% das aplicações do FA! ~ ~N.?ES. E es-
ções. Há o mérito de sistematizar as diversas fontes e tamos acrescentando que as outras InstltUlçoes contro-
formas que podem e devem ser utilizadas nesse esfor- ladas pela União possam participar.
ço da sociedade b.r~si.leira. dos Gover~os F.edera!, Mas é da maior importância que possamos com-
Estadual e dos Munlclplos de faze~ atraçao de Investl- preender que o objetivo explícno, e sincero, do Gover-
ment?s para o saneamento. O ~~pltul? co~eça no ~rt. no Federal, com essa lei, é promover a universaliza-
54, dizendo de que forma a Unlao vai participar de In- ã i d -se I' d "d d t I d -
vestimentos não onerosos e de investimentos onero- ç o, n o . a em a pn?n a e men a e e coraçao,
sos. No art. 55 criam-se critérios; aí optamos por dar mas q~e seja uma pnorldade expressa em recursos
prioridade aos Municípios de menor recena pública, dlsponlvels para o setor.
elegendo isso como um indicador importante. Proble- Uma outra questão que gostaria fosse vista com
mas há em todos os Municípios, mas a prioridade, a grande cuidado: é preciso viabilizar investimentos
nosso ver - e submetemos isso à Comissão -, deve para entidades da Administração Direta, é preciso vi-
ser conferida aos Municíp!os que não tên:' como ':lva.n- abilizar investimentos para mais de quinze companhi-
ç~r dentro ~e~sa perspectl~a. E, no ~ue diz respeito as as estaduais que atravessam dificuldades enormes
dl~ersas pn~nd~des, mantlv~mo.s ~r~as onde predo- para contrair empréstimos' estão inabilitadas para real i-
minam eXlgenclas de soluçoes indiViduais, camadas _.. '_
populacionais de menor renda, área de menor cober- zar ?~~raç.?es de cr~~dJtc:. Entao estamos propondo u~a
tura de maior risco ou onde há necessidade de trata- flexlblllzaçao na apllcaçao dos recursos do FGTS, hOJe
me~to de esgoto, Municípios participantes de gestão destinados exclusivamente a operações de crédito. Pr~-
compartilhada, Municípios - e quero chamar atenção pomos que, com recursos do FGTS, possam ser adqul-
para isso - em que a Agência Nacional de Água - ANA ridas debêntures, certificados de venda a termo ou ou-
tenha suas responsabilidades. Mas precisamos tam- tros valores mobiliários que não impliquem a alteração
bém ter todo o cuidado de oferecer à ANA meios para da composição societária. Estamos propondo também
que possa honrar os seus compromissos que estão a securitização de recebíveís como forma de antecipar
contidos na ou!o~ga. A ANA precisa investir para prover recenas. Mas estamos sugerindo que todos os recursos
de recursos hldncos c~m volume e qualidade a todos sejam aplicados na expansão do serviço ou naquelas
os prestadores de serviço. . atividades diretamente ligadas ao atendimento do
Estamos_no art. 56 fal.~ndo da neceSSidade de usuário. Que sejam observados critérios definidos pelo
uma cooperaç~o e~tre a ~nl':l0 e os en.t es federados Conselho Curador e os do FGTS, e que essa aplicação
para uma atuallzaçao da tecnlca gerenciai, para o de- , ' . . .
senvolvimento de ações conjuntas e para pesquisa, es- de recurso~ - ~I estou col~and~ expllcitam~nte - ?estl-
tudo e capacitação. ne-se ~nontanamente .ao fl~a~clamen.t0 de Investl~en-
No tocante aos recursos onerosos, esta questão to de titulares do serviço p~b~ICO de ag~a e esgo o ou
está a exigir de todos nós uma po~ição mais firme. p~estad~res de natureza pubh~~ a ele vlncu.lados, que
A União atua através da Caixa Econômica Fede- n~o estao ~~ste mo~ento ha,b~htados a re~lIzar opera-
ral e do BNDES. Mas, além do contingenciamento re- ço~s de crédito. I~so e algo seno, porque nao po~er:nos
conhecido por todos, há uma exiguidade, há uma es- deixar sem soluça0 os prestadores de natureza publica.
cassez de recursos. E estamos propondo - e nas dis- No art. 59 há uma outra possibilidade para a Ca-
posições transitórias essa proposta está mais explícita ixa e o BNDES, que atuam com recursos públicos e
- modificação na lei do FGTS, que hoje destina 60% são responsáveis por operações de crédno. Essa ta-
das aplicações para habitação popular e diz que as refa gigantesca de universalizar o saneamento no
aplicações em saneamento básico preferencialmente Brasil não pode prescindir de recursos do setor priva-
devem estar ligadas aos empreendimentos de habita- do. Precisamos, evidentemente, nos esmerar na defi-
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sext<J-leira 31 412~3
nição de critérios, de procedimentos para salvaguar- lhos. E, como sempre estivemos disponíveis a acatar su-
dar os superiores interesses do País e da sociedade. gestões, censuras, críticas, continuaremos assim até o
Mas não podemos ser refratários a essa possibilida- restante desta etapa; naturalmente, cumprindo o Regi-
de. Estamos colocando que, além de realizar opera- mento, mas da maneira mais solícita, mais disponível, ao
ções de crédito, o BNDES e a Caixa atuem - já o fa-
inteiro dispor de todos quantos têm o interesse de que o
zem, mas queremos reforçar ao colocar isso no Subs-
Brasil possa contar com uma lei de saneamento capaz
titutivo - na captação de recursos financeiros proveni-
entes de organismos multilaterais em operações ga- de iniciar um novo tempo neste País.
rantidas pelo Tesouro. E possam também - e aí é Agradeço a todos.
novo - estimular a participação de instituições do sis- O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) -
tema financeiro nacional, de entidades abertas ou fe- Conforme li anteriormente, há urna lista de inscrição.
chadas de previdência complementar. Não podemos
Pergunto à Comissão se há interesse de começar a
esquecer que a Lei da Previdência Complementar vai
discussão hoje ou na terça-feira.
multiplicar o ativo disponível nessas entidades, recur-
sos que podem e devem ser aplicados no saneamen- O SR. DEPUTADO PAULO KOBAYASHI- Pela
to, que tem liquidez e que tem todas as condições de ordem, Sr. Presidente, vamos requerer, já que esse
ser uma boa aplicação de recursos dos Fundos de documento tem 113 páginas, 75 artigos, o que vai de-
Pensão e das seguradoras. mandar uma análise bem calma, que suspendamos a
Desejamos que essa parceria entre o BNDES e reunião a partir de hoje e retornemos na terça-feira
a Caixa se faça em operações de crédito, em provisão para iniciarmos o procedimento de debate.
de garantia, bem como na prestação de assessoria
O SR. PRESIDENTE (Deputado Rodrigo Maia) -
técnica e financeira. Estamos também propondo que
a participação de instituições do sistema financeiro, De acordo; até porque o nobre Deputado tem à sua
de entidades abertas ou fechadas e de entidades se- disposição toda a assessoria do Governo do Estado,
guradoras, possa acontecer na aquisição de ações, da SABESP, para engrandecer as suas informações.
debêntures, certificados de venda a termo, securitiza- Agradeço a todos.
ção de recebíveis e também na produção de empre- Convoco a próxima reunião para terça-feira, às
endimentos próprios destinados à terceirização pelos
14h30min.
prestadores de saneamento no Brasil, que vão ter o
prazo máximo de dois anos para se adequarem ao Está encerrada a reunião.
disposto nesta lei.
PARECERES
Os demais artigos contêm a modificação das
leis que estão em vigor. *PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUiÇÃO
Sr. Presidente, neste momento em que estou N<> 308-C, DE 1996
encerrando a leitura do Relatório, quero me congratu-
lar com o Governo Federal pela sua iniciativa de man- Redação do Vencido em Primeiro
dar a esta Casa um projeto de lei relativo ao serviço de Turno de Discussão da Proposta de
água e esgoto. O Presidente Fernando Henrique inicia, Emenda à Constituição n° 308-8, de 1996,
como disse no início, um rito de passagem, de tal forma que "Dá Nova Redação à Alínea c do Inci-
que o serviço de água e esgoto no Brasil tenha uma so XVI do Art. 37 da Constituição Fede-
modelagem capaz de viver os novos tempos de de-
ral".
mocracia, protegendo o patrimônio natural, garantin-
do os direitos de cada cidadão brasileiro. Proposta inicial publicada no OCO do dia 08/02196
Congratulo-me com esta Casa, com o Presiden- - Parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Redação pu-
te Aécio Neves, que nos tem dado plenas condições blicado no OCO de 16/12/99
para que o trabalho transcorra, levando em conside- - Parecer da Comissão Especial publicado no OCO de 07112/00
ração os seus objetivos superiores. As Mesas da Câmara dos Deputados e do Sena-
Agradeço, mais uma vez, ao Sr. Presidente e do Federal, nos termos do § 30 do art. 60 da Constitui-
aos membros da Mesa-Diretora; agradeço penhora- ção Federal, promulgam a seguinte emenda ao texto
damente a participação de cada companheiro desta constitucional.
Comissão, principalmente aqueles que tiveram o inte- Art. 10 A alínea c do inciso XVI dci art. 37 da
resse de apresentar emendas ao projeto, como a De- Constituição Federal passa a vigorar com a seguinte re-
putada Maria do Carmo e o Deputado Sérgio Novais, dação:
sobretudo pela quantidade e qualidade das emendas
que estes apresentaram, e também a participação do "Art. 37 .
Plenário de forma sempre a contribuir com nossos traba- XVi .
41284 Sexta-Icira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Ago,tu de 200 I
Assinaturas Confirmadas
1 ADÃO PREITO PT RS
2 ADEMIR LUCAS PSDB MG
3 AFFONSO CAMARGO PFL PR
4 AGNALDO MUNIZ POT RO
5 AIRTON DIPP POT RS
6 ALBERTO FRAGA PMOB DF
7 ALBERTO GOLDMAN PSDB SP
8 ALBERTO MOURÃO PMOB SP
9 ALCESTE ALMEIDA PMDB RR
10 ALCIONE ATHAYDE PPB RJ
11 ALDIR CABRAL PFL RJ
12 ALOlzlO SANTOS PSDB ES
13 ANDRÉ BENASSI PSDB SP
14 ANGELA GUADAGNIN PT SP
15 ANíBAL GOMES PMOB CE
16 ANTONIO CAMBRAIA PSOB CE
17 ANTONIO CARLOS BISCAIA PT RJ
18 ANTÔNIO CARLOS KONDER REIS PFl SC
19 ANTÔNIO DO VALLE PMOB MG
41286 Sext<J-feira ~ I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUIAIX)S I\gostu de 2001
20 ANTÔNIO GERALDO PFL PE
21 ANTÔNIO JORGE PTB TO
?" ANTONIO KANDIR
~"- PSDB SP
23 AROLDO CEDRAZ PFL BA
24 ARYKARA PPB SP
25 ATILALlNS PFL AIV1
26 ÁTILA LIRA PSDB PI
27 AUGUSTO FARIAS PPB AL
28 AUGUSTO NARDES PPB RS
29 AYRTON XERÊZ PPS RJ
30 B.SÁ PSDB PI
31 BISPO RODRIGUES PL RJ
32 BISPO WANDERVAL PL SP
33 CAIO RIELA PTB RS
34 CELCITA PINHEIRO PFL MT
35 CELSO GIGlIO PTB SP
36 CELSOJACOB PDr RJ
37 CEZAR SCHIRMER PMDB RS
38 CLEUBER CARNEIRO PFL MG
39 CLOVIS VOLPI PSDB SP
40 CONFÚCIO MOURA PMDB RO
41 CORAUCI SOBRINHO PFL sp
42 CORIOLANO SALES PMDB BA
43 DAMIÃO FELlCIANO PMDB PB
44 DARCI COELHO PFL TO
45 DARCíSIO PERONDI PMDB RS
46 DE VELASCO psr SP
47 DEUSDETH PANTOJA PFL PA
48 DILCEU SPERAFlCO PPB PR
49 DINO FERNANDES PSDB RJ
50 DR. EVILÃSIO PSB SP
51 DR. ROSINHA PT PR
52 EBERSILVA PDT RJ
53 EDINHO ARAÚJO PPS SP
54 EDISON ANDRINO PMDB SC
55 EDUARDO BARBOSA PSDB MG
56 EDUARDO PAES PTB RJ
57 EDUARDO SEABRA PTB AP
58 ESTHER GROSSI PT RS
59 EULER MORAIS PMDB GO
60 EUNiclO OLIVEIRA PMDB CE
61 EURípEDES MIRANDA PDT RO
62 EXPEDITO JÚNIOR PFL RO
63 FÁTIMA PELAES PSDB AP
64 FÉLIX MENDONÇA PTB BA
65 FERNANDO CORUJA PDT SC
66 FERNANDO ZUPPO PDT SP
Agosto de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta· feira 31 412X7
67 FETTER JÚNIOR PPB RS
68 FLÁVIO DERZI PMD8 MS
69 FREIRE JÚNIOR PMD8 TO
70 GERALDO MAGELA PT DF
71 GERMANO RIGOTIO PMDB RS
72 GERSON PERES PP8 PA
73 GIVALDO CARIMBÃO PSB Al
74 GONZAGA PATRIOTA PS8 PE
75 HÉLIO COSTA PMDB MG
76 HENRIQUE EDUARDO ALVES PMDB RN
77 HENRIQUE FONTANA PT RS
78 HUGO BIEHL PPB SC
79 IBRAHIM ABI-ACKEL PPB MG
80 IÉDIOROSA PMDB RJ
81 INALDO LEITÃO PSOB PB
82 IRISSIMÕES PT8 PR
83 IVANIO GUERRA PFL PR
84 JAIR BOLSONARQ PPB RJ
85 JOÃO HENRIQUE PMDB PI
86 JOÃO HERRMANN NETO PPS SP
87 JOÃO MAGALHÃES PMDB MG
88 JOÃO MENDES PMDB RJ
89 JOAQUIM FRANCISCO PFL PE
90 JOEL DE HOLLANDA PFL PE
91 JORGE ALBERTO PMDB SE
92 JOSÉ BORBA PMD8 PR
93 JOSÉ CARLOS COUTINHO PFL RJ
94 JOSÉ CARLOS ELIAS PTB ES
95 JOSÉ CHAVES PMDB PE
96 JOSÉ íNDIO PMDB SP
97 JOSÉ LOURENÇO PFL BA
98 JOSÉMIUTÃO PSOB MG
99 JOSÉ PIMENTEL PT CE
100 JOSÉ ROBERTO BATOCHIO PDT SP
101 JOSÉ THOMAZ NONÔ PFL AL
102 JOVAIR ARANTES PSDB GO
103 JÚLIO REDECKER PPB RS
104 JUQUINHA PSDB GO
105 JURANDIL JUAREZ PMDB AP
106 LAURA CARNEIRO PFL RJ
107 LÉO ALCÂNTARA PSDB CE
108 L1DIA QU\NAN PSDB GO
109 UNO ROSSI PSOB MT
110 lUIS BARBOSA PFl RR
111 LUIS CARLOS HEINZE PPB RS
112 Luis EDUARDO PDT RJ
41288 Sex ta-li:ira :3 I DIÁRIO I)A CÂMARA DOS I)HI'UTADOS Agoslo de 2001
113 LUIZ ANTONIO FLEURY PTB SP
114 LUIZ BITTENCOURT PMDB GO
115 LUIZ MAINARDI PT RS
116 LUIZ PIAUHYLlNO PSDB PE
117 LUIZ SALOMÃO PDT RJ
118 MANOEL SAL VIANO PSDS CE
119 MARÇAL FILHO PMDB MS
120 MARCia FORTES PSDB RJ
121 MARCONDES GADELHA PFL F3
122 MARCOS CINTRA PL SP
123 MARCOS LIMA PMDB MG
124 MARCOS ROLlM PT RS
125 MARCUS VICENTE PSDS ES
126 MARIA ABADIA PSDB DF
127 MARIA ELVIRA PMDB MG
128 MARISA SERRANO PSDB MS
129 MEDEIROS PFL SP
130 MENDES RIBEIRO FILHO PMDB RS
131 MILTON MONTI PMDB SP
132 MORONI TORGAN PFL CE
133 MÚCIOsA PMDB RN
134 NEIVA MOREIRA PDT MA
135 NELSON MARCHEZAN PSDB RS
136 NELSON MARQUEZELLl PTS SP
137 NELSON MEURER PPB PR
138 NELSON OTOCH PSDS CE
139 NELSON PROENÇA PMDS RS
140 NEY LOPES PFL RN
141 NILSON MOURÃO PT AC
142 OSMÂNIO PEREIRA PMDB MG
143 OSMAR SERRAGLlO PMDB PR
144 OSVALDO BIOLCHI PMDB RS
145 PAES LANDIM PFL PI
146 PAUDERNEY AVELlNO PFL AM
147 PAULO SALTAZAR PSB RJ
148 PAULO FEIJÓ PSDB RJ
149 PAULO JOSÉ GOUVÊA PL RS
150 PAULO MAGALHÃES PFL BA
151 PAULO MARINHO PFL MA
152 PAULO PAIM PT RS
153 PAULO ROCHA PT PA
154 PEDRO BITTENCOURT PFL se
155 PEDRO CHAVES PMDB GO
156 PEDRO NOVAIS PMDB MA
157 POMPEO DE MATIOS POT RS
158 RAIMUNDO COLOMBO PFL SC
159 RAIMUNDO GOMES DE MATOS PSDB eE
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÀMARA DOS DEPUTADOS Sexta-!cira 31 41289
Assinaturas Repetidas
1 ALBERTO FRAGA PMDB DF
2 ANDRÉ BENASSI PSDB SP
3 BISPO RODRIGUES PL RJ
4 CLEUBER CARNEIRO PFL MG
5 DR. BENEDITO DIAS PPB AP
6 EUNíCIO OLIVEIRA PMDB CE
7 LUCIANO CASTRO PFL RR
8 LUIZ CARLOS HAULY PSDB PR
9 NELSON PROENÇA PMDB RS
10 PEDRO CHAVES PMDB GO
11 ROMEU QUEIROZ PSOB MG
12 TETÉ BEZERRA PMDB MT
13 YEDA CRUSIUS PSDB RS
SECRETARIA-GERAL DA MESA
Seção de Registro e Controle e de Análise de Proposição
Senhor Secretário-Geral:
TíTULO IV
LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
Da Organização dos Poderes
COORDENAÇAO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS -
CeDI
CAPíTULO I
Do Poder Legislativo
CONSTITUiÇÃO
REPÚBLICA FEDERATIVA
DO BRASIL
1988
SEÇÃO VIII
Do Poder Legislativo
TíTULO 111
Da Organização do Estado
SUBSEÇÃO 11
CAPíTULO VII Da Emenda à Constituição
Da Administração Pública
Assinaturas Confirmadas
1 ALBERTO FRAGA PMDB DF
2 ALBERTO MOURÃO PMDB SP
3 ALCESTE ALMEIDA PMDB RR
4 ALDO ARANTES PCdoS .GO
5 ALDO REBELO pedoS ?3p
6 AlEX CANZIANI PSDB PR
7 ALMIR SÁ PPB RR
8 ALOizlO SANTOS PSDB ES
9 ANGELA GUADAGNIN PT SP
10 ANíBAL GOMES PMDB CE
11 ANTONIO CAMBRAIA PSDB CE
12 ANTÔNIO CARLOS KONDER REIS PFL se
13 ANTÔNIO DO VALLE PMDB MG
14 ANTONIO FEIJÃO PST AP
15 ANTÔNIO JORGE PTS TO
16 ARACELY DE PAULA PFL MG
17 ARMANDO ABíLlO PMOB PB
18 ARNON BEZERRA PSDB CE
19 AROLOO CEDRAZ PFL BA
20 ÁTILA LINS PFL AM
21 AUGUSTO NARDES PPB RS
22 AVENZOAR ARRUDA PT PB
4121.)4 S<.:x.la-leira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agustu ti..: 200 l
23 BABÁ PT PA
24 BONIFÁCIO DE ANDRADA PSDB MG
25 CARLlTO MERSS PT SC
26 CARLOS SANTANA PT RJ
27 CELSO GIGLlO PTB SP
28 CELSOJACOB PDT RJ
29 CELSO RUSSOMANNO PPB SP
30 CEZAR SCHIRMER PMOB RS
31 CHICO DA PRINCESA PSDB PR
32 CLEUBER CARNEIRO PFL MG
33 CLOVIS VOLPI PSDB SP
34 CONFÚCIO MOURA PMOB RO
35 CORIOLANO SALES PMOB BA
36 CORONEL GARCIA PSDB RJ
37 COSTA FERREIRA PFL MA
38 DAMIÃO FELlCIANO PMOB PB
39 DANILO DE CASTRO PSOB MG
40 DE VELASCO PSL SP
41 DINO FERNANDES PSDB RJ
42 DR. EVILÂSIO PSB SP
43 DR. HÉLIO PDT SP
44 DUILlO PISANESCHI PTB SP
45 EBER SILVA PDT RJ
46 EDINHO ARAÚJO PPS SP
47 EDIR OLIVEIRA PTB RS
48 EDUARDO BARBOSA PSDB MG
49 EDUARDO CAMPOS PSB PE
50 ELlSEU RESENDE PFL MG
51 ESTHER GROSSI PT RS
52 EULER MORAIS PMOB GO
53 EULER RIBEIRO PFL AM
54 EURICO MIRANDA PPB RJ
55 EURipEDES MIRANDA PDT RO
56 EVANDRO MILHOMEN PSB AP
57 FERNANDO CORUJA PDT SC
58 FERNANDO GABEIRA PV RJ
59 FERNANDO GONÇALVES PTB RJ
60 FETTER JÚNIOR PPB RS
61 FRANCISCO GARCIA PFL AM
62 FRANCISCO SOUSA POT MA
63 GERALDO SIMÕES PT BA
64 GILBERTO KASSAB PFL SP
65 GIVALOO CARIMBÃO PSB AL
66 GONZAGA PATRIOTA PSB PE
67 GUSTAVO FRUET PMDB PR
68 HENRIQUE EDUARDO ALVES PMDB RN
69 HERCULANO ANGHINETTI PPB MG
Agosto de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Scxta-Icira 31 41295
70 IARA BERNARDI PT SP
71 IBERÊ FERREIRA PPB RN
72 ILDEFONÇO CORDEIRO PFL AC
73 INALDO LEITÃO PSDB PB
74 JAIME MARTINS PFL MG
75 JAIR MENEGUELLI PT SP
76 JOÃO CALDAS PL AL
77 JOÃO COLAÇO PMOB PE
78 JOÃO COSER PT ES
79 JOÃO FASSARELLA PT MG
80 JOÃO MAGALHÃES PMDB MG
81 JOÃO PAULO PT SP
82 JOÃO PIZZOLATII PPB se
83 JOÃO SAMPAIO POT RJ
84 JORGE COSTA PMOB PA
85 JORGE KHOURY PFL BA
86 JOSÉ BORBA PMOB PR
87 JOSÉ CARLOS ELIAS PTB ES
88 JOSÉ CHAVES PMOB PE
89 JOSÉ MILlTÃO PSDB MG
90 JOSÉ THOMAZ NONÔ PFL AL
91 JÚLIO DELGADO PMDB MG
92 JULIO SEMEGHINI PSD8 SP
93 JURANDIL JUAREZ PMOB AP
94 LAIRE ROSADO PMDB RN
95 llD1A QU1NAN PSD8 GO
96 LUCIANO BIVAR PSL PE
97 LUIS BARBOSA PFL RR
98 LUIS CARLOS HEINZE PP8 RS
99 LUIZ BITIENCOURT PMOB GO
100 LUIZ MAINARDI PT RS
101 LUIZ SÉRGIO PT RJ
102 MAGNO MALTA PTB ES
103 MÁRCIO MATOS S.PART. PR
104 MARCONDES GADELHA PFL PB
105 MARIA DO CARMO LARA PT I\I'G
106 MÁRIO NEGROMONTE PSDB BA
107 MARISA SERRANO PSOB MS
108 MAURO BENEVIDES PMOB CE
109 MAX MAURO PTS ES
110 MEDEIROS PFL SP
111 MIRO TEIXEIRA POT RJ
112 MURILO DOMINGOS PT8 MT
113 MUSSA DEMES PFL PI
114 NAIR XAVIER LOBO PMDB GO
115 NELO RODOLFO PMOB SP
116 NELSON MARCHEZAN PSOB RS
412% Sl!xta-li:ira 3 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto dI! 200 I
117 NELSON MEURER PPB PR
118 NELSON PROENÇA PMDB RS
119 NELSON TRAD PTB MS
120 NILTON BAIANO PPB ES
121 t'JORBERTO TEIXEIRA PMDB GO
122 OLlMPIO PI RES POT MG
123 OSMÂNIO PEREIRA PMDB MG
124 OSMAR SERRAGLlO PMD8 PR
125 PADRE ROQUE PT PR
126 PAES LANDIM PFL PI
127 PAULO BALTAZAR PSB RJ
128 PAULO FEIJÓ PSDB RJ
129 PAULO KOBAYASHI PSDB SP
130 PAULO LIMA PMDB SP
131 PAULO OCTÁVIO PFL DF
132 PAULO PAIM PT RS
133 PEDRO CORRÊA PP8 PE
134 PEDRO NOVAIS PMDB MA
135 PEDRO VALADARES PSB SE
136 POMPEO DE MATTOS PDT RS
137 RAIMUNDO SANTOS PFL PA
138 REGIS CAVALCANTE PPS AL
139 RENATO SILVA PSDB PR
140 RENATO VIANNA PMDB se
141 RICARDO BERZOINI PT SP
142 RICARDO IZAR PMDB SP
143 ROBERTO ARGENTA PHS RS
144 ROBERTO BRANT PFL MG
145 ROBERTO PESSOA PFL CE
146 RODRIGO MAIA PTB RJ
147 RUBENS FURLAN PPS SP
148 SALATIEL CARVALHO PMOB PE
149 SAULO COELHO PSOB MG
150 SEBASTIÃO MADEIRA PSOB MA
151 SERAFIM VENZON POT SC
152 SÉRGIO BARCELLOS PFL AP
153 SÉRGIO CARVALHO PSDB Rü
154 SÉRGIO MIRANDA PCdoB MG
155 SERGIO NOVAIS PSB CE
156 SILAS BRASILEIRO PMOB MG
157 SIMÃO SESSIM PPB RJ
158 TELMA DE SOUZA PT SP
159 URSICINO QUEIROZ PFL BA
160 VALDIR GANZER PT PA
161 VICENTE ARRUDA PSDB CE
162 VIRGíLIO GUIMARÃES PT MG
163 VIVALDO BARBOSA POT RJ
Agosto de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-Ieim 31 41297
164 WALDEMIR MOKA PMD8 MS
165 WALDIR PIRES PT SA
166 WALDIR SCHMIDT PMDB RS
167 WANDERLEY MARTINS PDT RJ
168 WELLlNGTON DIAS PT PI
169 WERNER WANDERER PFL PR
170 XICO GRAZIANO PSDB SP
171 YEDA CRUSIUS PSDB RS
172 ZÉ GOMES DA ROCHA PMDB GO
173 ZENALDO COUTINHO PSDB PA
Assinaturas Repetidas
1 ALBERTO MOURÃO PMDB SP
2 ALCESTE ALMEIDA PMDB RR
3 ALMEIDA DE JESUS PL CE
4 ALMIR sÁ PPB RR
5 COSTA FERREIRA PFL MA
6 DAMIÃO FEUCIANO PMDB PB
7 DE VELASCO PSL SP
8 DI NO FERNANDES PSDB RJ
9 GONZAGA PATRIOTA PSB PE
10 JAIR MENEGUELU PT SP
11 JOÃO CALDAS PL AL
12 JOÃO COLAÇO PMDB PE
13 JOSÉ MILlTÃO PSDB MG
14 lAIRE ROSADO PMDB RN
15 NELSON MARCHEZAN PSOB RS
16 OSMAR SERRAGLlO PMDB PR
17 RODRIGO MAIA PTB RJ
18 RUBENS FURLAN PPS SP
19 SÉRGIO CARVALHO PSDB RO
20 TELMA DE SOUZA PT SP
21 WANDERLEY MARTINS POT RJ
22 ZÉ GOMES DA ROCHA PMDB GO
DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS AW'oih' de 200 I
41298 Sexla-feira 3 I
Senhor Secretário-Geral:
Atenciosamente,
!CLÁUDIA
~iTvt§~Jf6uZA
_ _ _--IC."..lhl'+l;e •
CONSTITUIÇÃO
DA
REPÚBLICA FEDERATlfVA DO BRASIL
1988
TITIJLü lU
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
CAPÍTULO VII
DA ADMIN1STRAÇÃO PúBLICA
SEÇÃO II
Dos Servidores Públicos
* Seção]f com redação dada pela Emenda Constitucional nO 18, de OY02'1998.
ITR. A emenda propõe, ainda, supressão do parágrafo randa, Euclydes Mello, Armando Viola, Fernando Diniz,
único do art. 10 do projeto. Mário Chermont, Liberato Caboclo, José Genoíno, Nil-
Na justificação apresentada, observa o Autor que mério Miranda, Israel Pinheiro e Edi Siliprandi.
a Lei na 8.62Q/93 definiu como pequena propriedade o Sala da Comissão, 14 de abril de 1994. - Depu-
imóvel rural de área compreendida entre um e quatro tado José Thomaz Nonõ, Presidente. - Deputado
módulos fiscais, devendo ser alterado o limite cons- Osvaldo Melo, Relator.
tante do caput do art. 10 De outra parte, o parágrafo
único do art. 10 teria perdido sua razão de ser com a *PROJETO DE LEI N"3.561-A, DE 1997
(Do Sr. Paulo Paim)
promulgação da referida Lei, devendo ser suprimido.
É o relatório. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e
dá outras providências: tendo parecer:
11 - Voto do Relator
da Comissão Especial, pela constitucio-
A esta Comissão compete examinar a constitucio- nalidade, juridicidade, boa técnica legis-
nalidade, juridicidade e técnica legislativa da proposi- lativa e, no mérito, pela aprovação, deste
ção, nos termos regimentais. e dos de nOs 183/99, 942199, 2.420/00,
A emenda atende aos requisitos constitucionais 2.421/00, 2.426/00, 2.427/00 e 2.638/00,
relativos à competência legislativa da União, às atri- apensados, com substitutivo. (Relator:
buições do Congresso Nacional e à legitimidade da Deputado Silas Brasileiro).
iniciativa parlamentar ( cf.arts. 22, 48 e 61 da Consti- 'Projeto inicial publicado no OCO de 16/10/99
tuição Federal). Projetos apensados: PL 183199 (OCO de 20/03199); PL 942/99 (OCO
A técnica legislativa utilizada é adequada, não de 09/06/99)
dente na zona urbana ou rural que em virtu- LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
de de seu estado físico ou de saúde, não COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLA TIVOS
possa se deslocar até os postos de atendi- CeDI
mento médico-hospitalares.
LEI N° 8.842, DE 4 DE JANEIRO DE 1994
Art. 2° O Poder Executivo regulamentará esta
lei no prazo de sessenta dias, a partir da data de Dispõe sobre a política nacional do
sua publicação. idoso, cria o conselho nacional do idoso,
Art. 3° Esta lei entra em vigor na data de sua pu- e dá outras providências.
blicação.
Art 4° Revogam-se as disposições em contrário.
CAPíTULO IV
Justificação Das Ações Governamentais
A Lei n° 8.842, de 4 de janeiro de 1994, que dis- Art. 10. Na implementação da política nacional
põe sobre a Política Nacional do Idoso, cria o Conse- do idoso, são competências dos órgãos e entidades
lho Nacional do Idoso e dá outras providências, repre- públicos:
sentou um grande avanço na busca de um melhor
atendimento a esta importante parcela da nossa soci- 11 - na área de saúde:
edade. Porém, não obstante a sua enorme relevância a) garantir ao idoso a assistência à saúde, nos
e o caráter de modernidade e justiça social atingidos diversos níveis de atendimento do Sistema Único de
pela norma é imprescindível que ela seja aperfeiçoa- Saúde;
da em alguns dos seus aspectos mais importantes b) prevenir, promover, proteger e recuperar a sa-
como este que trata especificamente daquele idoso úde do idoso, mediante programas e medidas profilá-
que já não tem condições físicas ou de saúde, para ticas;
deslocar-se até os postos de atendimento médi- c) adotar e aplicar normas de funcionamento às
co-hospitalares. instituições geriátricas e similares, com fiscalização
Esclareço ainda aos Nobres Parlamentares que pelos gestores do Sistema Único de Saúde;
ao propor a alteração da alínea h, não citei o adjetivo d) elaborar normas de serviços geriátricos hos-
carente na composição da expressão idoso carente, pitalares;
por considerar que o estado de carência está implícito e) desenvolver formas de cooperação entre as
na condição de ser um idoso debilitado em decorrên- Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Fede-
cia da idade e da precária condição de saúde. ral, e dos Municípios e entre os Centros de Referência
E neste ponto, haveremos de considerar que, em Geriatria e Gerontologia para treinamento de
mesmo nos casos em que se tratar de pessoa idosa equipes inter-profissionais;
com confortável situação financeira é nosso dever le- 1) incluir a Geriatria como especialidade clínica
varmos até ela a atenção e o carinho fundamentais à para efeito de concursos públicos federais, estaduais,
sua longevidade. Está comprovado cientificamente do Distrito Federal e Municipais;
que o amor é o melhor remédio para todos os males g) realizar estudos para detectar o caráter epi-
em todas as idades. demiológico de determinadas doenças do idoso, com
Reflrto linda, sobre um outro aspecto desta ques- vistas à prevenção, tratamento e reabilitação; e
tão social, ou seja, se a sociedade auxiliar a família des- h) criar serviços alternativos de saúde para o
te idoso a mantê-lo em seu própio lar, será menos um idoso.
ser humano "depositado" em asilo a espera da morte. 111 - na área de educação:
Submeto o presente projeto de lei à considera- a) adequar currículos, metodologias e material
ção do Congresso Nacional certo de merecer o apoio didático aos programas educacionais destinados ao
unânime dos Nobres Parlamentares. idoso.
Sala das Sessões, 9 de fevereiro de 2000. - De-
putado Lamartine Posella.
Ap,OSIO dl: 2001 DIÁRIODACÂMARADOSDEPUTADOS S,::xllJ-leim31 41317
Ofício n° 213/2000 - P Assiste-se, neste final de século, a ascensão
Brasília, 29 de agosto de 2000 deste segmento populacional, em âmbito mundial,
evidenciando-se no Brasil um crescimento superior
À Sua Excelência o Senhor ao do restante da população. Hoje representam cerca
Deputado Michel Temer de 15 milhões de idosos: no ano 2020, as projeções
Presidente da Câmara dos Deputados apontam para além de trinta milhões.
Nesta
Essa tendência é naturalmente, fruto dos cres-
Senhor Presidente, centes avanços da medicina no combate a grande nú-
Solicito a Vossa Excelência determinar, segun- mero de enfermidades e sobretudo, nos cuidados
do dispõem os artis. 142 e 143 do Regimento Interno, com a sua prevenção.
a tramitação conjunta dos Projetos de lei nOs
Refletindo um conto altamente positivo para o
2.638/2000, do Sr. Luiz Bittencourt, que "altera a lei País, frente ao conjunto das Nacões, requer entretan-
n° 8.842, de 4 de janeiro de 1994, que dispõe sobre a to uma priorização do atendimento desses cidadãos
Política Nacional do Idoso, para prever a reserva de
nas políticas sociais, de modo a poderem desfrutar
vagas nos estacionamentos públicos e privados", e
com dignidade o restante de suas vidas.
3.561/97, do Sr. Paulo Paim, que "dispõe sobre o
Estatuto do Idoso e dá outras providências", por ver- Estamos cientes das conquistas já obtidas no
sarem matéria análoga, consoante Requerimento do sentido da proteção aos idosos, como bem atestam a
Deputado José Unhares, cópia em anexo. Constituição Federal (art. 230) e a lei n° 8.842, de
Atenciosamente, - Deputado Cleuber Carnei- 1994, que instituiu a Política Nacional do Idoso.
ro, Presidente. Não obstante, entendemos que avanços deve-
rão ser perseguidos, como o que se propõe, visando
PROJETO DE LEI N° 2.638, DE 2000 assegurar maior liberdade de locomoção aos cida-
(Do Sr. Luiz Bittencourt) dãos idosos, garantindo-lhes um acesso especial aos
Altera Lei n° 8.842, de 4 de janeiro estabelecimentos públicos e privados, por meio da re-
ae 1994, que dispõe sobre a Política Na- serva de vagas, em percentual mínimo, nos estacio-
cional do idoso, para prever a reserva de namentos.
vagas nos estacionamentos públicos e Por essas razões, esperamos o apoio aos ilus-
privados. tres Pares a este projeto de lei.
(Às Comissões de Seguridade Social e
Sala das Sessões, 22 de março de 2000. - De-
Família; e de Constituição e Justiça e de
putado Luiz Bittencourt.
Redação (art. 54) - art. 24, 11)
O Congresso Nacional decreta: LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
Art. 1° O inciso V do art. 10 da lei n° 8.842, de 4 COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATlVOS-
de janeiro de 1994, passa a vigorar acrescido da se- CeDI
guinte alínea e: CONSTITUiÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA
Art. 10 . DO BRASil 1988
V - na área de Habitação e urbanismo:
(1.297 idosos); Projeto Idoso Prioridade Máxima, com nho de 2000, em que foram debatidos os avanços e
atividades psicossociais, terapêuticas, recreativas, dificuldades na execução da Política Nacional de
desportivas, culturais, turísticas e de geração de ren- Assistência Social, frente ao papel dos Estados e dos
da; garantia de consulta nos postos de saúde próxi- Municípios, o co-financiamento, a partilha e o controle
mos aos centros de convivência; concessão de ces- dos recursos do FNAS, a participação dos Conselhos
tas básicas de alimentos balanceados. e das entidades filantrópicas, os programas criados
São Luís: Conselho Municipal de Proteção ao pela SEAS, a capacitação de gestores municipais e
Idoso; atendimento asilar ou em casas-lares; prote- os efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal.
ção de direitos e fiscalização de entidades pelo Minis- Na 2a Reunião, realizada em 4 de outubro de
tério Público; orientação jurídica pela OAB; Shopping 2000, o Presidente informou alterações na composi-
do Cidadão, para a obtenção da documentação bási- ção da Comissão: saída, por motivo justificado, dos
ca; orientação para o benefício de prestação continu- Deputados Arnaldo Faria de Sá, Nice Lobão, Joel
ada do MPAS; Disque-Idoso, para denúncia e orienta- Hollanda, Nilmar Ruiz, Remi Trinta e Marcos de Je-
ção; Universidade Integrada da Terceira Idade; Pro- sus; inclusão dos Deputados Darci Coelho; Lincoln
grama Vida Ativa, em centros de convivência, colônia Portela, Robério Araújo e Alcione Athayde. Eleição da
de férias, centro de artes e Clube da Melhor Idade; Deputada Almerinda de Carvalho, para 1a Vice-Presi-
orientação, prevenção e assistência à saúde. dente, e do Deputado Celso Russomano, para 30
São Paulo: Grande Conselho Municipal do Ido- Vice-Presidente. Foi discutida e aprovada a agenda
so, composto por 45 idosos eleitos pelas 5 macrorre- de trabalhos da Comissão, assim como aprovado re-
giões da cidade, com a função de subsidiar as políti- querimento de Audiência Pública com a Secretária de
cas públicas para os idosos, tem a participação da Estado da Assistência Social, D~ Wanda Engel, em
Comissão Permanente de Acessibilidade, Comissão 10 de novembro.
de Análise da Mortalidade do Idoso, Programa de Mo- Na 3 a Reunião, em 10 de novembro de 2000, o
nitoramento da Situação de Vida e Saúde do Idoso, Presidente, Deputado Eduardo Barbosa, comunicou
Fórum Permanente contra Maus-Tratos aos Idosos; a participação do Deputado Paulo Paim, como mem-
campanha de sensibilização para a reserva de assen- bro Titular, pelo PT, em razão da autoria do primeiro
tos nos transportes urbanos; divulgação do trabalho projeto, e iniciou a Audiência Pública com o Dr. Álvaro
realizado por pessoas ou empresas em favor dos ido- Machado, representante da Dr Wanda Engel, Secre-
sos; Núcleo de Atividades Vo~adas ao Idoso - NAVI, tária de Estado da Assistência Social.
da Secretaria de Cultura, atende a 62.651 idosos, em O Dr. Álvaro Machado reportou-se, inicialmente,
Bibliotecas Públicas, Casas de Cultura e Centro Cul- à Lei n' 8.842, de 1994, como fruto de processo parti-
tural São Paulo, em parceria com o Grande Conselho, cipativo, iniciado com o Fórum Nacional do Idoso, em
Secretarias Municipais e Estaduais; Programa de 1989. Sobre o trabalho da SEAS com o idoso, afirmou
Atendimento à Terceira Idade - PATI, da Secretaria de que compõe o Plano Integrado da Política Nacional
Assistência Social, mantém Centros de Convivência
de Assistência Social, contando com 18 Conselhos
(3.554 idosos), Núcleos Intergeracionais (26 idosos), Estaduais do Idoso, 268 Conselhos Municípios, 5 Fó-
Grupos Informais (6.409 idosos) e Casas-Lares (55
runs Regionais e 21 Fóruns Estaduais. Ressaltou a
idosos); e Projeto Leite para a Vovó, destinado a to-
importância da Caminhada de Abraço ao Mundo, pa-
dos os inscritos no PATI. trocinada pela ONU, no Ano Internacional do Idoso
Vitória: Programa de Atenção à Terceira Idade, (1999). Especificou os Programas, quais sejam: 1) na
reúne o Projeto Conviver, o Centro de Referência de Saúde, programa de atenção básica, cesta de medi-
Atendimento ao Idoso e o Serviço de Orientação ao camentos, vacinação, campanhas para cirurgias (ex.
Exercício, com atividades físicas, recreativas e artísti- da catarata), permissão de acompanhante nos hospi-
cas; alfabetização, treinamento de liderança, eventos tais, campanha de desospitalização; 2) na Assistên-
e seminários; atendimento ambulatorial, programas cia Social, concessão do Benefício de Prestação
do climatério e hipertensão, campanhas de vacina- Continuada a 411.726 idosos, no valor de 1 salário
ção; qualificação profissional, inserção no mercado mínimo, ao custo de 644 milhões de reais, em 2000;
de trabalho, complementação de renda, implantação Projeto Conviver, atende a 27.725 idosos em ca-
de microunidades produtivas. sas-lares, centros-dia e repúblicas; 3) na Habitação,
O Conselho Nacional de Gestores Municipais padrões de financiamento para os idosos; 4) na Edu-
da Assistência Social - CONGEMAS encaminhou cação, projetos de Universidade Aberta; 5) na Justiça,
documento do IV Encontro Nacional, realizado em ju- esclarecimento da população para o respeito aos di-
41322 SexW-lilira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DI2PUTADOS Agustu de 2001
reitos humanos e combate à violência familiar; e 6) no nicipais do Idoso, bem como da criação de Comissão
Trabalho, formação de recursos humanos em Geria- para análise dos Projetos de Estatuto do Idoso. Posi-
tria e Gerontologia. cionam-se essas Entidades pela rejeição parcial do
Acerca dos Projetos de Estatuto do Idoso, infor- Estatuto do Idoso, com aproveitamento dos pontos
mou a posição da SEAS, no sentido da manutenção que aprimorem a Lei nO 8.842/94, e pela imediata cria-
da Política Nacional do Idoso, entendendo que os ção do Conselho Nacional do Idoso, com pedido de
princípios e diretrizes da atuação governamental são emprenho à Comissão Especial.
matéria da Política Nacional, cabendo ao Estatuto a Na 4a Reunião, realizada em 22 de novembro de
defesa de direitos. Indica pontos negativos nos Proje- 2000, discutiu-se a agenda da Comissão, apresenta-
tos, como a criação de três tipos de Conselho (Conse- da por esta Relatoria, contendo a previsão de dois
lhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Munici- Seminários Nacionais, com a participação da socie-
pais do Idoso, Conselho de Defesa dos Direitos do dade civil, organizações não-governamentais, Minis-
Idoso e Conselho Tutelar do Idoso) e detalhamento tério Público e IPEA, para um debate sobre as condi-
excessivo na fiscalização de entidades e na presta- ções de vida e direitos dos idosos no Brasil e avalia-
ção de contas. Entende que deva haver apenas um ção dos Projetos de Estatuto do Idoso. Proposta a re-
Conselho do Idoso em cada esfera de Governo, com alização de Encontros Regionais de Comitiva Repre-
poder para a defesa de direitos. sentativa da Comissão, para conhecimento da expe-
O Deputado Fernando Coruja pronunciou-se, riência com os idosos. As Deputadas Maria do Carmo
mostrando a relevância do Estatuto do Idoso como Lara e Maria Abadia e o Deputado Paulo Paim apre-
instrumento único na defesa de direitos, a exemplo do sentaram requerimento com sugestões de participan-
Estatuto da. Criança e do Adolescente. Ressaltou a tes dos Seminários.
sua importância na atuação do Ministério Público, na Relação de convidados: representante do IPEA;
prevenção e repressão de delitos e para o cumpri- representantes do Ministério Público; Otávio Merca-
mento da prestação de alimentos pelos filhos. Aponta dante, do Ministério da Saúde; João Batista Lima Fi-
discriminação da velhice na Constituição, restrita aos lho; Nara Rodrigues da Costa, Presidente da Associa-
Direitos Sociais, de 2a geração, o que reclama por um ção Nacional de Gerontologia; Wandir da Silva Ferrei-
novo direito, a partir destes. ra, Promotor de Justiça do DF; Maria Laís Monsinho
O Deputado Darcísio Perondi cumprimentou o Guidi, do Núcleo de Estudos da 3a Idade/UnB; Neidil
representante da SEAS e lembrou a responsabilida- Espínola da Costa, Coordenadora do Programa do
de do Estatuto frente à mudança demográfica que Idoso do Ministério da Justiça; Eduardo Rovagui, da
vem ocorrendo no País, de modo a garantir o acesso Universidade de Santa Maria; João Estevam da Silva,
dos idosos aos direitos básicos. Promotor de Justiça de São Paulo; Luiz Antônio de
A Associação Nacional de Gerontologia sugeriu Souza, Promotor de Justiça do Espírito Santo; Rosa-
um estudo comparativo da Lei n° 8.842, de 1994, com na Beraldi Bevervanço, Promotora de Justiça do Pa-
o Projeto de Lei n° 183, de 1999, do Deputado Fer- raná; Maria Luciana Barros Leite, Presidente da
nando Coruja, entendendo que o Projeto contém ANG/DF; Maria José Lima C. Barroso, Presidente da
equívocos técnicos e jurídicos, e que representa um Associação Cearense Pró-Idosos; Neuza Mendes
retrocesso para a condução da Política Nacional do Guedes, do Núcleo de Estudos da Terceira Ida-
Idoso. Argumentou que a Lei da PNI teve a participa- de/UFSC; Flávio da Silva Fernandes; Gilson Assis
ção de técnicos e dirigentes de entidades sociais, ido- Dayrell, representante do Ministério do Trabalho e
sos, voluntários e estudantes, num processo demo- Emprego na Política Nacional do Idoso; Tânia Almei-
crático, constituindo grande conquista na valorização da, Diretora do Departamento de Direitos Humanos
dos idosos brasileiros, o que impõe sua efetiva imple- do Ministério da Justiça; Elizabeth Viana, Presidente
mentação. da Sociedade Brasília de Geriatria e Gerontologia;
Foi recebido por esta Comissão documento Susana Medeiros, Coordenadora da Pós-Graduação
subscrito por representantes do 11 Encontro Nacional em Gerontologia da PUC/SP; Maria Betânia Jatobá,
de Conselheiros de Idosos, 11 Fórum Capixaba sobre representante do Fórum Região Norte, Fundação Dr.
Envelhecimento, VII Fórum Regional Sudeste da Polí- Thomás; Sérgio Antônio, Presidente do Conselho do
tica Nacional do Idoso, 11 Debate sobre Conselhos de Idoso/RS; Paula Machado, Presidente do Conselho
Idosos da Região Sudeste, informando a aprovação do Idoso/PE; Elizabeth Kososki, Presidente do Con-
de proposta de trabalho junto aos novos prefeitos e selho do Idoso/SC; Carlota Cardoso da Silva, Presi-
vereadores, no sentido da criação dos Conselhos Mu- dente do Conselho do Idoso/SP; Serafim Fortes, re-
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Sexta-teira 31 41323
presentante do Fórum Região Sudeste; Maurício evolução da expectativa de vida no Brasil, que passou
Gama, UNIR 10; Renato Guimarães Maia, Médico Ge- de 32 anos, no início deste Século, para 68 anos, atu-
riatra do HUB/DF; Ivair Augusto dos Santos, da Se- almente, fato decorrente de transformações na estru-
cretaria Nacional de Direitos Humanos/MJ; Vilma tura social, tais como o papel da mulher e seu ingres-
Araújo Ribeiro, Coordenadora do Programa do Idoso, so no mercado de trabalho e a queda na taxa de fe-
Belo Horizonte; Marcelo Antônio Salgado, SESC/SP; cundidade, de 6,2 filhos, em 1960, para 2,4 em 2000,
Clari Munhoz, Presidente do Conselho do Idoso/DF; com reflexos na pirâmide populacional; e a redução
Maria Lúcia Silva Oliveira, da Subsecretaria do Ido- da taxa de mortalidade, evidenciada pelos 14,2 mi-
so/DF, e Cleonice de Alencar Bahia, Presidente do lhões de pessoas maiores de 60 anos na virada do
Fórum Estadual do Idoso/MG. Século. Acerca da dependência econômica dos ido-
Em 5 de dezembro de 2000, iniciou-se o I Seminá- sos, afirmou ser mais grave para as mulheres que não
rio Nacional, com a participação da sociedade civil, or- tiveram emprego formal, ressalvando as viúvas que
ganizações não-governamentais, representantes do recebem pensão. Ressalta a importância do idoso na
Ministério Público, do Ministério da Previdência e Assis- família, em razão da aposentadoria, que representa
tência Social e do IPEA, para discussão e avaliação dos 68% da renda familiar, no contexto de desemprego do
Projetos de Estatuto do Idoso e dos apensados. País. Quanto ao trabalho do idoso, destacou que no-
O Sr. Presidente, Deputado Eduardo Barbosa, vas oportunidades, como a ocupação de office-boy
ressanou a importância da Comissão Especial, para o idoso, pode confundir-se com exploração, em vista da
aprofundamento da legislação do idoso, pretenden- gratuidade dos transportes e da prioridade de atendi-
do-se uma referência legal única, para a efetividade dos mento, mas reconhece a importância do trabalho
direitos dos idosos. Manifestou ser imprescindível a par- para o idoso, sobretudo face à queda no valor da apo-
ticipação da sociedade organizada, de modo a contribu- sentadoria. Reportou-se, finalmente, à importância
ir na avaliação dos Projetos. Esclareceu a sistemática a da Previdência Social na distribuição de renda aos
ser adotada no Seminário, a iniciar-se com a exposição carentes, especialmente no meio rural e em Municípi-
da DI'" Ana Amélia Camarano, representante do IPEA, os do Nordeste.
acerca dos indicativos sociais e condições de vida dos Iniciados os trabalhos dos grupos temáticos, co-
idosos no Brasil, seguindo-se a discussão, por Grupos ordenados por Deputados da Comissão: Grupo 1 -
Temáticos e Sub-Relatorias, e apresentação, no segun- Direito à Vida e à Saúde, Habitação, Alimentação e
do dia, das conclusões dos grupos. Convivência Familiar e Comunitária, Deputados Euler
O Deputado Paulo Paim manifestou a sua satis- Morais e Maria Abadia; Grupo 2 - Profissionalização
fação em participar do evento, lembrando que apre- e Trabalho, Previdência e Assistência Social, Deputa-
sentou o Projeto de Estatuto do Idoso em 1997, quan- dos Paulo Paim e Darcísio Perondi; Grupo 3 - Educa-
do percebeu a ocorrência de inúmeras propostas ção, Cultura, Esporte e Lazer, Deputadas Maria do
nesta Casa sobre o tema dos idosos, ressaltando o Carmo Lara e Celcita Pinheiro; Grupo 4 - Assistência
trabalho da COBAP e do MOSAP, em defesa dos apo- Judiciária, Deputado Fernando Coruja.
sentados e da Terceira Idade, e demonstrando sua No dia 6 de dezembro de 2000, procedeu-se à
preocupação com o reajuste do salário mínimo, com exposição das conclusões dos Grupos Temáticos.
reflexos negativos para os aposentados e pensionis- O Grupo 1 - Do Direito à Vida e à Saúde, da Ha-
tas, em vista da defasagem na sistemática adotada bitação e da Convivência Familiar questionou a ne-
pela Previdência Social. cessidade do Estatuto do Idoso, em face da legisla-
O Deputado Fernando Coruja ressaltou a im- ção moderna e abrangente, produto de ampla discus-
portância da Comissão para a questão do idoso no são com a sociedade civil organizada (Lei n° 8.842/94
Brasil, vez que a Política Nacional do Idoso não tem e Decreto n° 1.848/96). Posicionou-se contra a substi-
produzido a eficácia esperada. Entende que a Lei n° tuição da Lei, entendendo necessária a sua imple-
8.842, de 1994, deve ser melhorada pelo Estatuto. mentação e aperfeiçoamento posterior, impondo-se a
Referiu-se ao crescimento da população idosa, o que instituição do Conselho Nacional do Idoso, rejeitado o
reclama por instrumento eficaz na defesa de seus di- Conselho Tutelar do Idoso, por configurar-se amputa-
reitos. ção da cidadania. E aponta a necessidade de partici-
A Df" Ana Amélia Camarano, representante do pação dos Gestores de Saúde nas propostas orça-
IPEA, enfocou o envelhecimento populacional como a mentárias da área.
grande conquista da Humanidade no Século XX, a Apresentadas sugestões ao PL n° 3.561/97: 1-
exigir mudança nas políticas públicas. Apresentou a competência da União para a formulação, acompa-
41324 Sexla-fcira 3 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEI'IJTADOS Agllsto de 20() I
nhamento e avaliação da Política Nacional do Idoso "Art. 3°. É dever da família, do Estado e da sociedade
(art. 6°,11); 11 - participação dos Conselhos na formu- assegurar ao idoso os direitos fundamentais da pes-
lação, coordenação, supervisão e avaliação da Políti- soa humana, contidos na Declaração Universal dos
ca Nacional do Idoso (art. 5°); 111 - atenção integral à Direitos do Homem, garantindo, ainda, o atendimento
saúde dos idosos pelo SUS, por meio de: 1) promo- prioritário às pessoas idosas, de modo a preservar
ção do envelhecimento saudável; 2) prevenção das sua cidadania, participação na comunidade, os direi-
doenças mais freqüentes nos idosos; 3) novos mode- tos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à mora-
los de atendimento, como hospital-dia, centro-dia e dia, ao lazer, ao bem-estar e defesa de sua dignidade
atendimento domiciliar, com equipes multidisciplina- e valores éticos, religiosos e culturais"; IV - no Capí-
res; 4) reabilitação orientada pela Geriatria e Geron- tulo 111 - Da Profissionalização e do Trabalho: 1) re-
tologia, para minimizar as seqüelas decorrentes do missão à Constituição Federal, para reafirmação des-
agravo da saúde; 4) estímulo à desospitalização do se direito, ficando assim o art. 10: "Os idosos, confor-
idoso e manutenção em sua família; 5) normas de me previsto no art. 6° da Constituição Federal, têm di-
funcionamento das instituições de saúde para os ido- reito ao exercício de atividade profissional, respeita-
sos; 6) capacitação dos profissionais do SUS e treina- das suas condições físicas, intelectuais e psíquicas";
mento de cuidadores familiares, informais e institucio- 2) quanto a programas de preparação para a aposen-
nais; 7) estímulo à formação de grupos de auto-ajuda tadoria, vê perigo de distorções, a exemplo dos PDV,
e cuidados informais; 8) criação de protocolo de aten- propondo nova redação para o art. 11 , inciso IV: "Criar
ção para os agravos mais freqüentes; 9) promoção de e estimular, nos espaços de trabalho, programas para
estudos e pesquisas sobre o envelhecimento (art. 8°); os trabalhadores, em especial aqueles em vias de
IV - sobre a Habitação, propõe moradia digna com a aposentadoria, preparando-os para a nova etapa da
família ou em família substituta, financiada pelo poder vida, sobre os Direitos Sociais, Previdenciários e de
público; requisitos para as instituições asilares, que Cidadania, e estimulando-os a novos projetos sociais,
darão preferência aos desabrigados e sem família; conforme seus interesses"; 3) rejeição do art. 13, vez
padrões sanitários mínimos; pessoal capacitado; con- que se afasta dos objetivos da Lei do Idoso, ao propor
tribuição proporcional à renda, limitada a 70% (seten- reserva de mercado de trabalho para os maiores de
ta por cento) dos idosos atendidos; fiscalização pelo 45 anos; V - na Previdência Social: 1) importância da
Poder Público, através do órgão sanitário, do Ministé- reativação do Conselho Nacional de Seguridade So-
rio Público e dos Conselhos de Idosos (art. 9°); V - cial, extinto por Medida Provisória; 2) imediata criação
estímulo ao acolhimento de até três idosos, em situa- do Conselho Nacional do Idoso, conforme moção do
ção de risco social, por adulto ou núcleo familiar, ca- II Encontro Nacional de Conselheiros de Idosos, em
racterizada a dependência, para os efeitos legais (art. Olinda, PE, sugerindo redação que cria o Conselho
9°). Nacional do Idoso e estabelece sua composição pari-
Sobre o Projeto de Lei nO 193/99, do Deputado tária, situa os Conselhos de Idosos na organização
Fernando Coruja, propõe o seguinte: 1 - no art. 4°, administrativa dos três níveis da Federação e estabe-
caput, a expressão "efetivação de todos os direitos lece suas competências; 3) defende a equiparação do
de cidadania", e no parágrafo único, alínea b, "formu- valor do provento da aposentadoria, em número de
lação de política social pública específica"; II - no art. salários mínimos, ao da época de sua concessão,
6°, a retirada da expressão: "como pessoa em fase propondo a seguinte redação ao art. 21, inciso 11: "as
especial da vida"; 111 - supressão dos capítulos 11,111 e aposentadorias e pensões em manutenção serão re-
IV, que tratam dos Alimentos, do Direito ao Transporte ajustadas, em caráter permanente, de modo a asse-
e do Atendimento. gurar a equiparação de seu valor, em número de salá-
O Grupo 2 - Da Profissionalização e do Traba- rios mínimos, ao da época de sua concessão"; 4) pro-
lho, da Previdência Social e da Assistência Social, co- põe a rejeição do art. 22, em virtude dos desdobra-
ordenado pelos Deputados Paulo Paim e Darcísio Pe- mentos da política sindical, com a criação de sindica-
rondi, apresentou sugestões ao Projeto de Lei n° tos de aposentados pela Centrais Sindicais, fato que
3.561/97: 1 - retirar a expressão "direitos especiais", não contribui para o reconhecimento de entidades
que pode denotar privilégio aos idosos (art. 1°); 11 - como a COBAP e o MOSAP. Aproveita-se o artigo
substituir a expressão "para os efeitos desta Lei" por para imprimir norma que proíba o desconto de contri-
"para os efeitos da Lei", para maior alcance da norma buições previdenciárias de aposentados e pensionis-
(art. 2°); III - remissão à Declaração Universal dos Di- tas, com a seguinte redação: "Os proventos ou bene-
reitos do Homem, no art. 3°, com a seguinte redação: fícios de aposentadoria ou pensão não poderão so-
Agustn de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-l'eiru 31 41325
frer descontos de contribuições para a seguridade so- O Grupo 4, Da Assistência Judiciária, coordena-
cial, em nenhuma hipótese"; VI - na Assistência Soci- do pelo Deputado Fernando Coruja, contou com a
al, assegura o pagamento do benefício assistencial participação de membros do Ministério Público dos
de 1 (um) salário mínimo, instituído pela Constituição Estados do Rio de Janeiro, Dr Maria da Conceição
Federal (art. 203, V), aos idosos carentes, a partir de Nogueira da Silva; de São Paulo, Dr. João Estevam
60 anos, desde que não cumulativo com outro benefí- da Silva; do Espírito Santo, Dr. Luiz Antônio de Souza;
cio previdenciário, estabelecendo com limite de po- do Paraná, Dr Rosana Beraldi Bevervanço; do Distri-
breza a renda familiar per capita de um salário míni- to Federal, Dr. Wandir da Silva Ferreira; e de uma re-
mo. O dispositivo se justifica em face da regulamenta- presentante do Ministério da Justiça, Dr Elaine Ino-
ção restritiva da Lei Orgânica da Assistência Social, cêncio.
que impõe o limite de idade em 67 anos e o parâmetro Os membros do Ministério Público expuseram
de pobreza em !4 do salário mínimo per capita. Em as dificuldades encontradas no trato com os direitos
defesa do Projeto, ressalta-se a posição da Organiza- do idoso, pela falta de legislação específica e outros
ção Mundial de Saúde, que considera idoso, no Bra- elementos, alguns atinentes à Política Nacional do
sil, a pessoa de 60 anos, fato bastante evidenciado Idoso, como os seguintes: inexistência do Conselho
pelo envelhecimento precoce da população carente, Nacional do Idoso; necessidade de legislação dispon-
e, quanto ao parâmetro de pobreza, de 1 salário míni- do sobre a fiscalização de entidades de atendimento
mo per capita, já é consenso desde a 1a Conferência ao idoso, hoje regida pela Portaria n° 81 O, do Ministé-
Nacional de Assistência Social, em 1996. Outro ponto rio da Saúde, bastante precária; carência de especifi-
ressaltado pelo Grupo refere-se à imposição de revi- cação, na Política Nacional do Idoso, da legitimidade
são do benefício, de 2 em 2 anos, "para avaliação da do Ministério Público para a Ação Civil Pública e ou-
continuidade das condições que lhe deram origem" tras individuais indisponíveis; necessidade de tipos
(art. 21 da LOAS). Tal fato se configura um desrespei- penais específicos, passíveis de ação penal pública
to para com idoso, por gerar constante insegurança incondicionada, para criminalizar a discriminação e o
quanto a renda mensal, até porque, segundo o IPEA, preconceito, o desprezo e a injúria em relação ao ido-
a renda do idoso é preponderante para a subsistência so, bem como as publicidades preconceituosas e inju-
familiar. Por último, impõe-se impedir que o benefício riosas. Dificuldades em tipificar o abandono do idoso
previdenciário recebido por outro membro da família em hospitais, clínicas, asilos e outras entidades assis-
não anule o direito do idoso ao benefício assistencial. tenciais; na punição de parentes das vítimas, existin-
Em vista do exposto, propõe-se a seguinte redação do isenção de pena por crimes contra o patrimônio,
para o art. 23: "Art. 23. De acordo com o art. 203, inci- na forma do art. 181 do Código Penal, agravada pela
so V, da Constituição Federal, é assegurando, em ca- resistência do idoso em denunciar um parente próxi-
ráter permanente, o pagamento mensal de 1 (um) sa- mo; o Código Penal não permite a abrangência ne-
lário mínimo, ao idosos, com 60 (sessenta) anos ou cessária no que diz respeito aos maus-tratos pratica-
mais, que comprovem não possuir renda própria e dos contra o idoso.
cuja família não tenha condições de prover o seu sus- O grupo concordou que a lei deve dispor sobre a
tento. § 10. O benefício de que trata este artigo não po- fiscalização das entidades de atendimento; os ele-
derá ser acumulado, pelo idoso, com nenhum outro mentos indispensáveis ao seu funcionamento, asilar
da seguridade social e de qualquer regime previden- ou não; quem detém a competência fiscalizadora, se
ciário. § 2°...". o Ministério Público, a Vigilância Sanitária, o Ministé-
O Grupo 3, Da Educação, Cultura, Esporte e La- rio do Trabalho ou outro órgão. Deve definir as penali-
zer, coordenado pelas Deputadas Maria do Carmo dades pelas infrações.
Lara e Celcita Pinheiro, agradeceu a iniciativa de pos- Concluiu, ainda, que a Lei nO 8.842/94 já dispõe
sibilitar a discussão de projetos sobre o idoso, reco- sobre a criação e as competências dos conselhos.
nhecendo que a lei é instrumento eficaz na defesa e Embora os arts. 11 a 18 da lei tenham sido vetados,
garantia dos direitos sociais, especialmente a Lei n° os arts. 42, inciso li, 6°, 7° e 8°, inciso V, direcionam à
8.842/94, verdadeira conquista de direitos da pessoa imediata instalação desses conselhos. O art. 8°, prin-
idosa, concretização de uma luta de quase vinte anos. cipalmente, dispõe que ao ministério responsável
Entende que o "Estatuto do Idoso" só se justifica se pela assistência e promoção social incumbe elaborar
traduzir o que preconiza a Lei do Idoso, impondo-se a a proposta orçamentária e submetê-Ia ao Conselho
vontade política e a locação de recursos para sua via- Nacional do Idoso. Se isto não está ocorrendo, cria-se
bilização e fortalecimento." óbice intransponível às necessidades orçamentárias
41326 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÀMARA DOS DEPUTADOS Agosto dc 200 I
e, desde 1995, há irregularidades nessa questão, a O Sr. Valdir das Mercês Melo Alves fez um apelo
ser sanada com a máxima urgência. para que os parlamentares trabalhem no sentido de
A proposta final apresentada consiste no se- não permitir o desconto previdenciário do aposentado.
guinte: A Deputada Maria do Carmo Lara requereu ao
1. Existência de um diploma legal que aproveite presidente o encaminhamento de ofício, pela instala-
a Política Nacional do Idoso, acrescentando-se novos ção imediata do Conselho Nacional do Idoso.
dispositivos; Esta relatoria reconheceu a importância do se-
2. Instalação do Conselho Nacional do Idoso; minário, cujas sugestões serão consideradas na ela-
boração do relatório preliminar, a ser submetido à
3. Explicitação da legitimidade do Ministério PÚ-
blico na Política Nacional do Idoso para propositura de apreciação dos participantes, no segundo seminário,.
para o fechamento das sugestões, antes da redação
ação civil pública e outras individuais indisponíveis;
final.
4. Criminalização do preconceito e outras con-
dutas ofensivas ao bem-estar e dignidade do idoso; O Sr. Presidente, Deputado Eduardo Barbosa,
agradecendo a participação no seminário, mostrou in-
5. Regulamentação criteriosa do funcionamento
teresse em agendar audiência com o Presidente da
de entidades asilares e não-asilares ante a insatisfa-
República, para solicitar a instalação do Conselho
toriedade da Portaria na MS - 810, vez que tal legisla-
Nacional do Idoso.
ção deverá especificar o que devem essas entidades
disponibilizar para a clientela (funcionários, instala- O Conselho Estadual do Idoso de São Paulo en-
ções, etc.), bem como quem deverá fiscalizar, apli- caminhou à Comissão, em 5 de abril de 2001, suges-
cando-se penalidade em razão de eventual desídia tões ao Projeto de Lei na 3.561, de 1997, e apensa-
do órgão fiscalizador, e, ainda, a previsão de punição dos, nos seguintes termos:
para a entidade infratora; Projeto de Lei na 3.561/97, do Deputado Paulo
6. Criação e manutenção de apenas um Conse- Paim: 1) o atendimento médico domiciliar à população
lho Federal, Conselhos Estaduais, Municipais e do idosa rural (art. 8il , inciso V) deve ser estendido às zo-
Distrito Federal do Idoso. nas urbanas, tendo em vista as distâncias que se veri-
ficam em grandes cidades, como São Paulo; 2) a fis-
Manifestaram-se, ainda, os seguintes partici-
calização das entidades de atendimento (art. 90 , § 3 0 ,
pantes:
inciso V) deve ser efetuada pelo órgão sanitário com·
O Dr. Serafim Fortes, Professor da Universidade petente, tendo em vista que os Conselhos Municipais
Federal Fluminense, Coordenador do Fórum Perma- não dispõem de profissionais habilitados para a ativi-
nente/RJ, Membro do Conselho Estadual/RJ e da Co- dade.
missão Nacional Intersetorial da PNI, que discorreu
Projeto de Lei na 183/99, do Deputado Fernando
sobre a importância dos Conselhos Estaduais e Mu-
Coruja: 1) a obrigação de assistência ao idoso, incluí-
nicipais do Idoso e dos diversos fóruns já instalados, da a alimentar, pelos descendentes e colaterais (arts.
em nível nacional, para o encaminhamento da ques- 14 e 15) já se encontra no Código Civil (arts. 399 e
tão do idoso no País. seg.), não sendo necessário constar do estatuto; 2)
A Sr" Isabel Monteiro, Presidente do Conselho na reserva de 10% dos lugares, nos transportes cole-
Estadual/RJ, propugnou pela instalação imediata do tivos urbanos (art. 18, § 2 0 ), deve-se acrescentar que
Conselho Nacional do Idoso, tendo em vista sua legi- se localizem antes do bloqueio ou roleta; 3) está pre-
timidade na Lei na 8.842194. vista responsabilização pela inobservância das nor-
O Sr. Emídio Rebelo Filho, referiu-se ao aumen- mas de prevenção, nos termos da lei (art. 33), mas
to da expectativa de vida do brasileiro e à participação não propõe sanção a ser aplicada; 4) enaltece a idéia
dos idosos na população brasileira - 9,1 % - fato que de constar do estatuto o fornecimento de medicamen-
reclama a inserção de conteúdos sobre o envelheci- tos, próteses, órteses e outros recursos (art. 8 0 , § 10 ),
mento nos currículos de todos os níveis de ensino. vez que somente são fornecidos aos portadores de
A Sr" Josepha Britto, membro do Movimento deficiência.
Organizado de Aposentados e da Frente Parlamentar Projeto de Lei na 942/99, do Deputado Gustavo
e de Entidades em Defesa da Previdência Social PÚ- Fruet: entende coerente e necessário o mérito do pro-
blica, agradeceu a iniciativa de chamamento da soci- jeto, em vista das dificuldades para o idoso, no enfren-
edade civil organizada para discussão do Estatuto do tamento de filas em condições de igualdade com os
Idoso. mais jovens.
Agosto de 2()() I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS SeXlél-!i;ira 31 41327
Projeto de Lei n° 2.420/00, do Deputado Lamar- havido no primeiro seminário foi de que o momento
tine Posella: 1) sugere que o monitoramento das enti- atual seria de discussão sistemática nas regiões, para
dades de atendimento deve ser feito por profissionais preparação do segundo seminário, pelo que o conse-
habilitados, cabendo aos Conselhos Municipais de lho aguarda providências da Comissão Especial, no
Assistência Social apenas a supervisão; 2) a penali- sentido de assegurar uma discussão ampla e demo-
zação das entidades pelo descumprimento das nor- crática sobre os direitos sociais do idoso.
mas do Conselho Nacional do Idoso esbarra em dois Os Encontros Regionais da Comissão Especial
problemas: a) aguardar a criação do Conselho; b) não do Idoso tiveram a finalidade de conhecer as experiên-
está explicitada a pena a aplicar; 3) o controle do Con- cias das diferentes regiões do País, com vistas a uma
selho Estadual de Assistência Social sobre o municí- democratização do debate e a coleta de subsídios
pio negligente se confronta com duas questões: a) há para o Parecer ao Projeto de Lei n03.561 , de 1997, que
possibilidade desse controle? b) os Conselhos Muni- dispõe sobre o Estatuto do Idoso, e seus apensados.
cipais se reportam às prefeituras ou às câmaras?
O Primeiro Encontro Regional realizou-se no dia
Projeto de lei nO 2.421/00, do Deputado Lamarti- 3 de abril de 2001, em Manaus - AM, contando com a
ne Posella: o atendimento médico-odontológico gra- participação do Ministério Público Estadual, que dis-
tuito em toda a rede do Sistema Único de Saúde - correu sobre os seguintes temas: 1) a proteção ao
SUS - é compatível com a Política Nacional do Idoso. idoso nos instrumentos normativos internacionais ra-
Projeto de Lei n° 2.426/00, do Deputado Lamar- tificados pelo Brasil, especialmente o Protocolo Adici-
tine Posella: a vacinação antipneumocócica, a partir onai à Convenção Interamericana sobre Direitos Hu-
de 60 anos é ponto positivo, vez que só atinge os mai- manos em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e
ores de 65 anos, mas cabe verificar o problema orça- Culturais "Protocolo de San Salvador", de 1998, no
mentário para tanto. qual se propugna por proporcionar instalações ade-
Projeto de Lei n° 2.427/00, do Deputado Lamar- quadas, alimentação e assistência médica especiali-
tine Posella: os serviços alternativos de saúde e o zada aos idosos carentes; executar programas traba-
atendimento médico domiciliar, nas zonas urbana e lhistas destinados a essas pessoas e promover a for-
rural, para o idoso que não possa se deslocar até o mação de organizações sociais destinadas a melho-
posto de saúde, já estão contemplados no Decreto n° rar a qualidade de vida dos idosos; 2) na Política Naci-
1.948, de 1996, que regulamenta a Lei n° 8.842/94, onal do Idoso (Lei n° 8.842, de 1994, e Decreto n°
da Política Nacional do Idoso. 1.948, de 1996), ressalta lacunas e falhas, sobretudo
Projeto de Lei n02.638/00, do Deputado Luiz Bit- quanto à descentralização político-administrativa;
tencourt: entende que a reserva de 10% das vagas restrição da Política do Idoso ao âmbito da Segurida-
nos estacionamentos públicos e privados para os ido- de Social; silêncio da lei quanto à omissão do Poder
sos é desnecessária, tendo em vista que os idosos Público e da família como forma de discriminação e
que podem dirigir veículo têm melhor saúde que os necessidade de sanções; dificuldades quanto aos re-
outros, além do que, lembra já haver a reserva de va- cursos para a Política do Idoso, sugerindo a criação
gas para os portadores de deficiência, mais necessi- de um Fundo Especial, nas três esferas de governo,
tados, em face do que restaria bastante diminuído o sob o controle dos respectivos Conselhos, assegura-
número de vagas comuns. da a participação da sociedade. Referindo-se ao Pro-
Recebido do Conselho Estadual de Defesa dos jeto de Lei n° 3.561/97, do Deputado Paulo Paim,
Direitos da Pessoa Idosa do Estado do Espírito Santo, aponta o seguinte: a) ausência de disposição relativa
ofício que ratifica as conclusões do Encontro de Olinda ao financiamento da Política do Idoso, indicando a ne-
- PE, em agosto de 2000; do VII Fórum da Política Na- cessidade de criação do Fundo respectivo; b) nas
cional Região Sudeste e do 11 Encontro Nacional de atribuições dos Conselhos, entende que devam for-
Conselheiros do Idoso, realizados em Vitória, em outu- mular os planos de aplicação dos recursos, consoan-
bro de 2000; e do Seminário Nacional da Comissão te os programas e políticas inscritos no Conselho,
Especial, na Câmara dos Deputados, em dezembro de bem como o poder de deliberação e controle; c) na
2000, ao qual compareceram o presidente deste con- competência da União, sugere "prestar apoio técnico
selho e um representante do Ministério Público esta- e financeiro aos estados e municípios para a imple-
dual, nos quais ficou marcada posição no sentido da mentação da Política do Idoso" (art. 6°); d) considera-
manutenção da Lei nO 8.842, de 1994, que trata da Po- ção com a população indígena idosa; e) alerta para a
lítica Nacional do Idoso, e imediata instalação do Con- impropriedade dos termos, no art. 9°, ''família natural"
selho Nacional do Idoso. Afirma que o entendimento e "ambiente residencial mantido pelo Poder Público",
41328 Sexta-kira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS A gust" de 200 I
que não deixam claro quem são os familiares respon- Nacional de Gerontologia-ANG/CE, Secretaria Esta-
sáveis pelo idoso, assim como não se referem às ins- dual do Trabalho e Ação Social- SETAS -, represen-
tituições asilares; f) demonstra preocupação quanto tantes dos Conselhos Estaduais do Idoso de Pernam-
ao acolhimento de idosos carentes "por adulto ou nú- buco, Rio Grande do Norte e Sergipe; dos Poderes
cleo familiar", com o incentivo da dependência econô- Executivo e Legislativo estadual e municipal; e da
mica, para efeitos legais (art. 9°, § 2°), vez que a idéia, OAB-Seccional Ceará. As considerações ou suges-
já adotada no Estatuto da Criança e do Adolescente, tões apresentadas referem-se ao Projeto de Lei na
não tem tido receptividade, além do que explicita a 183/99, do Deputado Fernando Coruja: 1) o projeto
que órgão está afeta a atribuição de reconhecer o não faz qualquer referência à Lei na 8.842/94, da Polí-
acolhimento; g) no art. 11, a discriminação no merca- tica Nacional do Idoso, com total desconhecimento de
do de trabalho (inciso I) já contém proibição de discri- sua legitimidade, fruto de mobilização e debates, em
minação quanto à idade (inciso 11); e h) no Capítulo Fóruns nacionais, limitando-se a indicar a sua revoga-
"Da Assistê.lcia Judiciária" (art. 24), entende que a ção; 2) a garantia dos direitos dos idosos, no projeto, é
matéria está melhor posta no outro Projeto de Estatu- uma reafirmação daqueles já consagrados na Consti-
to, do Deputado Fernando Coruja, como "crimes con- tuição, não estando indicadas as obrigações do Po-
tra o idoso", e sugere a tipificação, como crime de res- der Público na matéria; 3) na "absoluta prioridade" ao
ponsabilidade, para a omissão, negligência ou desvio idoso (art. 4°) há referência a ''formas alternativas de
de finalidade, praticados por autoridades ou agentes participação", sem considerar as já existentes e que
públicos na Política do Idoso. Quanto ao Projeto de funcionam; 4) no que tange às entidades de atendi-
Lei n° 183/99, do Deputado Fernando Coruja, critica mento (arts. 40, 41 e 42), há ênfase na descentraliza-
que o Estatuto do Idoso tenha sido inspirado no Esta- ção, com atribuição de excessivos poderes (planeja-
tuto da Criança e do Adolescente, vez tratarem-se de mento, execução e avaliação), em detrimento do pa-
segmentos sociais distintos, destacando os seguintes pei do Poder Público; 5) ao referir-se ao registro de
aspectos: a) não há necessidade de registro de enti- entidades no Conselho Municipal do Idoso, não trata
dade de atendimento não-governamental perante a dos requisitos para o registro, apenas de sua nega-
autoridade judiciária (art. 41), visto que a questão do ção; 6) questiona a necessidade de um Estatuto do
idoso deve ser resolvida no âmbito administrativo, ca- Idoso, especialmente tendo como paradigma o Esta-
bendo ao judiciário tão-somente os conflitos de inte- tuto da Criança e do Adolescente, que foi criado por-
resses; b) ao contrário do princípio da excepcionali- que inexistia lei de proteção específica, ressaltando
dade do atendimento asilar, já adotado na Política Na- que a Lei da Política Nacional do Idoso reafirma a má-
cional do Idoso, o projeto dá ênfase a esse tipo de xima jurídica onde o costume precede a lei; 7) houve
atendimento, com extenso disciplinamento (arts. 42 e consenso de que deve ser mantida a Lei n° 8.842, de
43); c) a prioridade de atendimento ao idoso (art. 40 ), 1994, que instituiu a Política Nacional do Idoso, junta-
por ser cópia do mesmo dispositivo do ECA, pode le- mente com a Lei Orgânica da Assistência Social -
var a situação de conflito entre "prioridades absolu- LOAS -, devendo-se proceder à sua revisão e imple-
tas", cabendo observar a prioridade para a criança e o mentação.
adolescente, constante do art. 227 da Constituição A Secretaria do Trabalho e Ação Social- SETAS
Federal; d) critica a multiplicidade de Conselhos (Tu- -, do Ceará, apresentou análise comparativa da Lei
telar do Idoso, dos Direitos do Idoso, de Defesa dos n° 8.842/94 e do Projeto de Lei na 183/99, observan-
Direitos do Idoso e de Proteção do Idoso), sem distin- do: 1) referência à Política Nacional do Idoso no art. 1°
ção nem aplicabilidade; e) em conclusão, sugere seja do estatuto; 2) no tópico dos Direitos Fundamentais
considerada a Lei na 8.842/94 na elaboração do esta- (arts. 9 0 e 13 a 29), há conformidade com a Política
tuto; mantidos os princípios gerais, os direitos funda- Nacional do Idoso, mas omissão quanto a "Habitação
mentais e os especiais; instituição de mecanismos e Urbanismo"; 3) na prevenção e política de atendi-
para a formulação das políticas e garantia de sua exe- mento (arts. 30 a 46), a semelhança com Estatuto da
cução; os crimes cometidos contra idosos, inclusive Criança e do Adolescente, resulta em equívocos: re-
por autoridades ou agentes públicos e respectivas ferência a "prevenção especial", não cabível para o
sanções. idoso (art. 32); diversidade de Conselhos (De Direitos,
O Segundo Encontro Regional realizou-se em De Defesa de Direitos e Tutelar); no registro de entida-
Fortaleza, CE, em 4 de abril de 2001, com a mesma des, necessário estabelecer os requisitos (art. 41); 4)
Comitiva de Deputados retro mencionada e participa- definição da origem, gestão e aplicação dos recursos
ção da Associação Cearense Pró-Idosos, Associação (art. 45), devendo o Conselho do Idoso participar da
Agosto de 2001 DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS Sextil-I()ira 31 41329
elaboração da proposta orçamentária (art. 52); 5) na forma as conclusões de Reunião Ampliada, realizada
escolha dos membros do Conselho, a participação do em 4 de abril de 2001, em virtude da realização dos
Ministério Público (art. 54); 6) exclusão do depósito Encontros Regionais. Entende que os Encontros não
bancário provisório das multas decorrentes de des- observaram o que foi acordado no Seminário e enca-
cumprimento de decisão judicial (art. 75, § 2°); 7) novo minha Documento-Manifesto, nos seguintes termos:
tipo penal relativo à apropriação indébita dos recur- 1) manutenção da Lei n° 8.842, de 1994, e rejeição do
sos do idoso (art. 90). Estatuto do Idoso; 2) descaracterização da participa-
Nesse Encontro, foram encaminhados os se- ção do Movimento do Idoso nos Encontros Regionais,
guintes documentos: 1) do Conselho Estadual dos Di- não ouvidos a Comissão Nacional e os Fóruns Regio-
reitos do Idoso de Pernambuco, posicionando-se con- nais da PNI; 3) o Seminário evidenciou a manutenção
trariamente ao Estatuto do Idoso; pelo fortalecimento da Lei n° 8.842, de 1994, e imediata instalação do
das Políticas Nacional e Estaduais do Idoso, e suge- Conselho Nacional do Idoso, para o que foi acordado
rindo a unificação da idade de 60 (sessenta) anos encaminhamento junto ao Presidente da República;
para toda a legislação do idoso; 2) do Sr. João Artur 4) consideração das posições do Movimento do Ido-
Façanha de Albuquerque, do "Projeto Agente Repas- so, a partir dos Fóruns Nacional, Regionais e Estadu-
sador de Informes da Terceira Idade" manifestan- ais, e dos Encontros Nacionais de Conselheiros de
do-se totalmente contrário aos Projetos do Estatuto Idosos, constantes de documento encaminhado à
do Idoso, vez que irão prejudicar a Política Nacional Comissão. Subscreveram o Manifesto as seguintes
do Idoso. entidades: Conselho Estadual de Defesa dos Direitos
O Terceiro Encontro Regional foi realizado em da Pessoa Idosa do RJ, Comissão para Assuntos da
Belo Horizonte, no dia 5 de abril de 2001 , teve a parti- Criança, Deficientes Físicos e Idosos da Assembléia
cipação dos Deputados Estaduais Antônio Júlio, Pre- Legislativa do RJ, Departamento de Aposentados do
sidente da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, e Sindicato dos Bancários, Associação dos Parentes e
Maria Olívia, representante da ALEMG no Conselho Amigos dos Portadores de Alzheimer e outras Depen-
Estadual do Idoso, bem como da Presidente do Con- dências, Escola de Serviço Social da Universidade
selho Estadual do Idoso, SI"" Cleonice de Alencar Ba- Federal Fluminense, Fundação Getúlio Vargas, Fede-
hia. A Comissão Especial do Idoso esteve representa- ração das Associações de Aposentados e Pensionis-
da pelos Deputados Federais Eduardo Barbosa, Pre- tas do Estado do RJ, Cooperativa de Cuidadores de
sidente, Silas Brasileiro, Relator, e Maria do Carmo Idosos do RJ, Clube da Terceira Idade "Reconhecen-
Lara. Dada a palavra à DI"" Cleonice de Alencar Bahia, do o Amanhã", Associação dos Aposentados de Fur-
foi lido documento do Conselho Estadual do Idoso, nas Centrais Elétricas SIA, Hospital Gafrée e Guinle,
que, primeiramente, registra os primeiros movimen- Pastoral da Terceira Idade - Grupo Amizade, Associ-
tos, em defesa do idoso, há cerca de quarenta anos, ação das Velhas Guardas das Escolas de Samba do
em razão das mudanças demográficas que já se fazi- RJ, Comitê da Terceira Idade, Associação dos Apo-
am sentir; alerta que a extinção dos Escritórios Regio- sentados e Pensionistas da Previdência, Centro Bra-
nais do Ministério da Previdência e Assistência Soci- sileiro de Cooperação e Intercâmbio em Serviços So-
al, em 1999, trouxe prejuízo para a Política Nacional ciais, Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontolo-
do Idoso, sobretudo pelo despreparo dos Municípios gia-RJ, UFF - Espaço Avançado, Centro de Convi-
para asssumirem a descentralização, carecendo de vência da Terceira Idade do Estado do RJ, Associa-
legislação específica que imprima a obrigatoriedade ção Nacional de Gerontologia - Seção RJ, Secretaria
das ações; e considera premente a criação do Conse- de Estado de Ação Social e Cidadania/Fundação
lho Nacional do Idoso, para promover a articulação Leão XIII, União de Juristas Católicos do RJ, Rotary
das entidades locais com o poder central, entenden- Clube Ipanema-RJ, Universidade Aberta da Terceira
do que o Estatuto do Idoso pode favorecer o cumpri- Idade da Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
mento da Lei 8.842/94, mas faz-se necessária maior Secretaria Municipal de Integração, Cidadania e Pro-
discussão da matéria. moção Social de Niterói, Secretaria Municipal de De-
Documento do Fórum Permanente da Política senvolvimento Social do RJ, Fórum Municipal da Polí-
Nacional e Estadual do Idoso do Estado do Rio de Ja- tica Nacional do Idoso de Niterói-RJ, Abrigo Cristo
neiro, em conjunto com o Conselho Estadual de Defe- Redentor da Cidade do RJ, Pastoral da Terceira Idade
sa da Pessoa Idosa do Rio de Janeiro e a Comissão de Bento Ribeiro - Grupo Sem Medo de Ser Feliz,
para Assuntos ligados à Criança, ao Deficiente e ao Grupo de Convivência Curtindo a Vida, Sindicato dos
Idoso da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, in- Contabilistas do Rio de Janeiro, Centro-Dia Casa de
41 :no Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Ag,Ostll de 200 I
Santa Ana, Fórum dos Servidores e Técnicos da Uni- profissional, pautam-se pela transmissão de informa-
versidade Federal do Rio de Janeiro, Secretaria de ções que ajudem o idoso a modificar suas ações nos
Estado de Ação Social e Cidadania do Rio de Janeiro, meios social e cultural, estimulando a criatividade; Pre-
Sociedade Assistencial e Filantrópica à Criança, ao paração para a Aposentadoria, atua por meio de mó-
Adolescente e à Terceira Idade, Departamento de dulos temáticos, teórico-práticos, visando informar so-
Educação Física da Universidade Federal Fluminen- bre o processo de envelhecimento, aspectos psicosso-
se. ciais, legais e previdenciários, cuidados preventivos
Foram apresentadas sugestões dos participan- com higiene e saúde e recursos de atendimento da co-
tes do Encontro, destacando-se a relevância da inici- munidade, bem como aproximar os idosos das gran-
ativa, em face do crescimento do segmento dos ido- des questões nacionais, que interferem na qualidade
sos no Brasil, que hoje soma 14 milhões de pessoas e de vida. Finalmente, informou que o SESC/SP atende
se projeta para 40 milhões em 2025, manifestando a mais de 50 mil idosos, em 52 cidades.
confiança na atuação dos Parlamentares no sentido No debate, o Deputado Arnaldo Faria de Sá pa-
de ampla discussão da matéria. Sobre os projetos do rabenizou o SESC/SP pelo trabalho realizado com os
Estatuto do Idoso, apresentam as seguintes conside- idosos, indagando das razões pelas quais, nos dema-
rações: 1) o Projeto de Estatuto do Idoso pretende ser is estados, a entidade não apresenta resultado seme-
uma consolidação de seus direitos, mas carece de lhante. Em resposta, o Dr. Danilo lembrou o volume de
análise jurídica profunda, visto apresentar artigos dis- recursos do SESC/SP (45% do total), dada a estrutu-
persos e incompletos; 2) necessidade de conscienti- ra econômica do estado, ressaltando, todavia, o inter-
zação das implicações "jurídicas, político-institucio- câmbio praticado com os demais entes da Federação.
nais, sociais e econômico-financeiras" e da conve- Em seguida, o Deputado Paulo Paim referiu-se
niência histórica da matéria; 3) as normas do Estatuto à necessidade de mudança da imagem do idoso na
devem ser auto-aplicáveis, vez que a pendência de sociedade brasileira; a situação nos estados, em que
regulamentação posterga a sua aplicação; 4) a Lei n° o benefício, previdenciário ou assistencial, é indis-
8.842, de 1994, reflete as demandas dos idosos, ten- pensável para o custeio da entidade asilar; e desta-
do sido enaltecida por diversos países, pelo caráter cou a deterioração do valor dos benefícios, em razão
ético e humanístico e universalidade de direitos; 5) a da política de reajuste do Governo, conclamando a
Comissão deve proceder a estudo comparativo das Comissão a essa luta no âmbito do Estatuto do Idoso.
leis estaduais e municipais da Política do Idoso, a A Promotora de Justiça do Estado do Paraná,
exemplo de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande Dr" Hosana Beraldi Bevervanço, apresentou suges-
do Sul, visando a detecção das dificuldades na corre- tões ao Estatuto do Idoso, em 11 de junho de 2001,
lação com a PNI; 6) comparação com outras leis fede- nos seguintes termos: explicitação da legitimidade do
rais sobre a matéria, para evitar superposições ou Ministério Público, na defesa dos interesses coletivos
contrad ições. e difusos do idoso, a exemplo da nO 7.853, de 1989
Foi realizada Audiência Pública com o Dire- (direitos dos portadores de deficiência); no âmbito do
tor-Regional do Serviço Social do Comércio/SP, Dr. Direito Civil, a ampliação da competência, no que tan-
Danilo Santos de Miranda, que apresentou, em primei- ge aos alimentos e à revogação dos instrumentos
ro lugar, um breve histórico das atividades do órgão, procuratórios, em face das situações de hipossufi-
criado em 1946, no intuito de participação efetiva da ciência do idoso para pleiteá-los em juízo ou cassar
empresa nos destinos da coletividade. Destacou o tra- procuração fornecida a descendentes ou outros pa-
balho desenvolvido nas áreas de lazer, cultura, espor- rentes, em razão do temor de rompimento dos já pre-
tes e atividades físicas, recreação, alimentação, saú- cários laços afetivos; no âmbito Penal, aponta o se-
de, odontologia preventiva e curativa, férias e turismo guinte: 1) a tipificação do abuso e da negligência, físi-
social, educação infantil informal e Terceira Idade. Do cos e psicológicos, que provocam estresse ou lesão
trabalho com os idosos, nos últimos 37 anos, apontou emocional ao idoso, além do abuso financeiro, atra-
três linhas de ação, quais sejam: Centros de Convivên- vés do mau uso, exploração ou desatenção aos bens
cia, que atendem às necessidades associativas, de e recursos do idoso; 2) o preconceito, conforme a Lei
confraternização e de convívio com pessoas de hábi- do Portador de Deficiência, embora careça de apri-
tos e valores semelhantes, por meio de atividades so- moramento, por não prever o preconceito praticado
ciais, recreativas, esportivas, culturais e campanhas em clubes, condomínios e outras formas de convívio
educativas e assistenciais na comunidade; Escolas social; 3) o abandono do idoso, por seus familiares, e,
Abertas da Terceira Idade, sem caráter de formação asilos, clínicas, hospitais ou entidades assistenciais;
Agosto de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sextll-feira 31 41331
4) adequação do crime de maus-tratos ao idoso, no der aos anseios da população idosa do Brasil. Ressal-
art. 136 do CP; 5) não deve imperar, no caso do idoso, tou a colaboração recebida das organizações repre-
a isenção de pena prevista no art. 181 do Código Pe- sentativas dos idosos, demonstrando abertura para o
nai, relativa a crimes contra o patrimônio. No tocante recebimento das sugestões que venham enriquecer o
às entidades de atendimento, aponta a precariedade Substitutivo, nesse Seminário. Acatou sugestão do
da Portaria n° 81 O/MS; necessidade de consideração Deputado Paulo Paim, no sentido da apreciação preli-
da multiplicidade de personalidades jurídicas e perfis minar da matéria, por grupos temáticos, para análise
econômicos das entidades de atendimento, atentan- e debate do Substitutivo.
do-se ao fato de que o atendimento asilar deve ser ex- A seguir, foi dada a palavra ao Deputado Distri-
cepcional; e ainda, a necessidade de contrato de tal Jorge Cauhy, que discorreu sobre o Projeto de Lei
prestação de serviços, com especificação do que é n° 1.547, de 1997, que institui o Estatuto do Idoso do
oferecido e do preço, quando for o caso. Distrito Federal.
Do Município de Patrocínio - MG, foram recebi- O Grupo da Assistência Judiciária, coordenado
dos os seguintes documentos: 1) da Câmara de Vere- pelo Deputado Fernando Coruja, teve a participação
adores, com sugestões do Sr. João Cunha, propondo do Ministério Público do DF, Drs. Wandir da Silva Fer-
mudança no sistema de arrecadação da Previdência reira e Sandra Julião Bonfá; do Espírito Santo, Dr. Luiz
Social; 2) do Dr. João Teixeira Júnior, Defensor Públi- Antônio de Souza Silva; de São Paulo, Dr. João Este-
co, propondo alterações no Código Penal, para subs- vam da Silva; e do Paraná, Dr Rosana Beraldi Bever-
tituir, para sessenta anos, a idade de setenta anos vanço. Foram apresentadas diversas sugestões téc-
constante de diversos dispositivos, além de outras nicas relativas às entidades de atendimento, à com-
considerações. petência do Ministério Público e à parte referente às
O Promotor de Justiça de São Paulo, Dr. João infrações penais e administrativas. Manifestou-se
Estevam da Silva, apresentou nova sugestão, em 21 também contra a revogação do inciso 11 do art. 258 do
de junho de 2001 , acerca da compatibilização da ida- Código Civil, que dispõe sobre a obrigatoriedade da
de prevista na Lei n° 10.048, de 2000, de sessenta e separação de bens no casamento do homem maior
cinco para sessenta anos. de 60 e da mulher maior de 50 anos.
O Promotor de Justiça de São Paulo, Dr. Roque Foi suscitada, pela Dr Neidhil Espínola, a ques-
José Stringhini, apresentou sugestões ao Estatuto do tão das diferenças quanto à idade: na Constituição, 65
Idoso, indicando ser conveniente um microssistema anos, e na Lei do Idoso, 60 anos, tendo o Ministério
jurídico para defesa do idoso, espelhado no Estatuto Público esclarecido que o limite constitucional refe-
da Criança e do Adolescente. Entende necessário re-se apenas à gratuidade nos transportes coletivos,
abordar questões como a responsabilidade da famí- estando na Lei da Política Nacional do Idoso a defini-
lia, da sociedade e do Estado; a correlação da presta- ção legal do idoso.
ção de alimentos com a assistência social e da habi- Pelo Grupo de Trabalho, Previdência e Assistên-
tação com as entidades de atendimento; a política de cia Social, manifestou-se o Sr. Serafim Fortes Paes, re-
atendimento; competências do Ministério Público; a presentante do Fórum da PN I no Rio de Janeiro, ques-
tutela jurisdicional; e tipificação de novos crimes, den- tionando, inicialmente, a omissão dos crimes de cárce-
tre outros. re privado e abusos sexuais; da previsão de penas al-
Realizado, em 19 de junho de 2001 , o Seminário ternativas para os crimes contra idosos, tendo-se es-
Nacional - 2a Parte, para apresentação da versão clarecido já haver previsão no Código Penal para es-
preliminar do Substitutivo aos Projetos de Estatuto do ses crimes; a adoção de penas alternativas está pre-
Idoso. Na abertura dos trabalhos, o Sr. Presidente, vista no Substitutivo, pela referência à Lei n09.099.
Deputado Eduardo Barbosa, noticiou sobre os conta- Sobre Trabalho, o Grupo sugeriu que se asse-
tos havidos com o Ministério da Previdência e Assis- gure uma cota de, no mínimo, 5% dos empregos pú-
tência Social, acerca da instalação do Conselho Naci- blicos e privados aos idosos não aposentados; que os
onal do Idoso, tendo o Ministro informado já estar a programas de geração de emprego e renda, sobretu-
matéria em andamento na Secretaria de Estado da do os que utilizam os recursos do FAT, devam benefi-
Assistência Social. ciar, prioritariamente, os idosos que apresentem pro-
Esta Relatoria manifestou satisfação com o de- jetos economicamente viáveis; a manutenção de pro-
senvolvimento dos trabalhos da Comissão, conside- gramas de profissionalização especializada para os
rando a importância de se produzir um documento idosos, aproveitando suas habilidades para ativida-
que realmente possa ser aprovado e que venha aten- des regulares e remuneradas.
41332 Scxlil-lCira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 200 I
No tocante à aposentadoria, propõe a prepara- gumento de representar segregação do idoso. Questi-
ção dos trabalhadores, com antecedência mínima de onou o atendimento domiciliar por unidades móveis,
um ano, estimulando-os a novos projetos sociais, de alegando ser inadequado indicar o meio desse aten-
acordo com seus interesses, e esclarecendo sobre os dimento, vez que elimina outras possíbilidades. Tam-
direitos sociais e de cidadania; propugna que a con- bém foi questionado o atendimento especializado ao
cessão e o reajustamento das aposentadorias e pen- idoso portador de deficiência, uma vez que este per-
sões observem a sua equivalência, em termos do va- tence a uma categoria específica. Quanto à proibição
lor do menor benefício de aposentadoria da Previdên- de cobrança diferenciada pelos planos de saúde, o
cia Social. Grupo entende não ser matéria pertinente ao Estatu-
Com relação à Assistência Social, sugeriu a in- to. A proposta relativa aos planos de saúde foi apre-
clusão de novo artigo, com a seguinte redação: "o sis- sentada pelo representante do Ministério Público do
tema de atenção ao idoso, no campo da Assistência Estado Espírito Santo, que formulou considerações
Social, será constituído de benefícios, serviços, pro- em defesa da manutenção do dispositivo.
gramas e projetos, de acordo com os princípios e di- Terminada a discussão, o Sr. Presidente, Eduar-
retrizes da Lei n° 8.742, de 1993 - LOAS, da Lei nO do Barbosa, em comum acordo com este Relator, co-
8.842, de 1994 - Política Nacional do Idoso, da Lei n° municou que o Parecer da Comissão será disponibili-
8.080, de 1990 - Sistema Único de Saúde, e demais zado pela Internet, pelo prazo de dez dias, de modo a
legislações em vigor'. Sugeriu, ainda, que se caracte- possibilitar uma maior divulgação do Substitutivo pro-
rizasse como "vitalício", o benefício mensal da Assis- duzido, ocasião em ainda serão aceitas sugestões no
tência Social, para evitar que o idoso seja submetido sentido do aprimoramento do Estatuto do Idoso. E,
a revisão bienal do benefício, sujeito ao corte do mes- declarando haver sido bastante satisfatório o Seminá-
mo. Houve também sugestão da Sra Alba Maria, da rio, agradeceu a presença de todos, encerrando a
SEAS, no sentido da inclusão de dispositivo que esta- sessão.
beleça a organização, gestão e financiamento da O Dr. José Eduardo Sabo Paes, Diretor-Geral do
Assistência Social ao idoso, a ser elaborado e envia- Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, en-
do à Comissão. caminhou à Comissão novas sugestões relacionadas
A S~ Isabel Monteiro, Presidente do Conselho às infrações administrativas praticadas pelas institui-
do Idoso do Rio de Janeiro, defendeu o detalhamento ções de atendimento ao idoso.
de todos os direitos do idoso no Estatuto, a exemplo A Federação das Associações de Aposentados
do Estatuto da Criança e do Adolescente, para facili- e Pensionistas do Estado do Pará enviou diversas su-
tar o conhecimento dos idosos sobre os seus direitos, gestões, atinentes aos capítulos da liberdade, respei-
tendo o Ministério Público aduzido a dificuldade de to e dignidade, saúde, educação e transporte.
trazer todas as normas pertinentes do Código Penal Por fim, os Deputados Paulo Paim, Maria do
para o Estatuto. Carmo Lara, Welington Dias, Marcos Afonso, Ângela
O Grupo da Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Guadagnin, Padre Roque, Carlito Merss e Geraldo
representado pela S~ Maria José Barroso, da Associ- Magela, do Partido dos Trabalhadores, encaminha-
ação Cearense para Idosos, manifestou preocupação ram sugestões adicionais, referentes à alteração de
com os recursos financeiros para assegurar a execu- certas expressões contidas no Substitutivo, sem alte-
ção das ações propostas no Estatuto. Entende que ração de seu conteúdo.
devam ser criados espaços sociais para o idoso, onde Compete a esta Comissão o exame da constitu-
possa contribuir com suas habilidades, experiência e cionalidade, juridicidade, técnica legislativa e mérito
cultura. Propõe a inserção de conteúdos relativos ao das Proposições apresentadas.
valor da vida, em todos os níveis de ensino, e inclusão É o relatório.
da Gerontologia e Geriatria nos cursos superiores. E
propõe redução superior a 50% nos ingressos para 11 - Voto do Relator
eventos culturais e artísticos. Os Projetos de Estatuto do Idoso apresentados
O Grupo da Saúde, representado pela S~ Jus- nesta Casa, pelos nobres Deputados Paulo Paim e
sara Rauth da Costa, propôs alterações ao art. 10, no Fernando Coruja, estão embasados na concepção da
sentido da garantia da saúde integral aos idosos. Po- necessidade de aglutinação, em norma legal abran-
sicionou-se contrariamente à obrigatoriedade de gente, de todas as postulações dos idosos do País,
atendimento geriátrico em ambulatórios e manuten- assim entendidas as linhas de ação das Políticas PÚ-
ção de unidade geriátrica em cada hospital, sob o ar- blicas essenciais e a atuação do Ministério Público e
Agostu de 200 I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sext~-lcir~31 41333
do Poder Judiciário, na defesa dos direitos desses ci- ços públicos, criação, estruturação e atribuições dos
dadãos. Ministérios e dos órgãos da Administração Pública.
A medida assume especial importância, ao con- Além disso, ferem a Constituição Federal ao
siderarmos as significativas mudanças no perfil de- propor a inserção de dispositivo que estabelece prazo
mográfico brasileiro, nas últimas décadas. O aumento para a regulamentação da lei, pelo Poder Executivo,
da longevidade, em decorrência sobretudo dos avan- impondo ou autorizando a prática de atos que já são
ços da Medicina na prevenção da saúde, a par da visí- próprios de sua competência.
vel queda no número de filhos por família, trouxe Nessa matéria, cumpre lembrar posição do Su-
como conseqüência um aumento da taxa de cresci- premo Tribunal Federal, nas Ações Diretas de Incons-
mento, relativamente maior, da população idosa. titucionalidade nOs 546-4, de 11-3-1999, e 805-6, Me-
Tais mudanças repercutem significativamente dida Liminar, em que prolatou decisão no sentido de
no planejamento e execução das Políticas Públicas, que a fixação, pelo Poder Legislativo, de prazo para o
exigindo um redirecionamento de prioridades e atua- exercício de atribuição privativa do Poder Executivo
ção, mormente no que se refere à proteção dos direi- constitui forma de usurpação de sua competência,
tos básicos, como saúde, educação, trabalho, previ- além de violar o art. 2° da Constituição Federal quanto
dência social, assistência social, cultura, esporte e la- à separação dos Poderes.
zer, assim como os meios indispensáveis ao acesso à A exigência de registro, nos Conselhos de Direi-
Justiça. to do Idoso, para funcionamento de entidades
Consideráveis avanços já foram obtidos, com a não-governamentais de atendimento aos idosos, que
edição da Lei n° 8.842, de 1994, que instituiu a Políti- não sejam subsidiadas com recursos públicos, viola o
ca Nacional do Idoso. Esta lei tem o mérito de repre- inciso XVIII do art. 52 da Constituição Federal, que
sentar a vanguarda da proteção aos idosos na ordem dispõe:
jurídica brasileira. Todavia, cuida essencialmente da
"XVIII - a criação de associações e, na
atuação do Poder Público na promoção das políticas
forma da lei, a de cooperativas independem
sociais básicas de atendimento ao idoso.
de autorização, sendo vedada a interferên-
Nesse sentido, os Projetos de Lei nOs 3.561, de
cia estatal em seu funcionamento;"
1997, e 183, de 1999, propugnam pela consolidação
dos direitos já assegurados ao idoso na Constituição As entidades de atendimento são registradas na
Federal, mas sobretudo na concretização de instru- forma estabelecida pela lei civil, como sociedades ou
mento legal capaz de coibir a violação desses direitos associações. Quando subsidiadas por recursos públi-
e promover a proteção integral do idoso em situação cos, submetem-se aos requisitos exigidos para as
de risco social. Retratam, assim, as novas exigências Entidades de Fins Filantrópicos (Lei n° 8.212, de
da sociedade brasileira para o atendimento da popu- 1991, art. 55); para as Organizações da Sociedade
lação idosa, sob o pressuposto da manutenção da Civil de Interesse Público, pessoas jurídicas de direito
Política Nacional do Idoso, como norma orientadora privado, sem fins lucrativos, que se submetem ao
da atuação governamental na área. controle do Tribunal de Contas respectivo (Lei n°
Sob o aspecto da análise de constitucionalida- 9.790, de 1999); havendo, ainda, aquelas sob a forma
de, o Projeto de Lei n° 3.561, de 1997, e seus apen- de serviços sociais autônomos, que recebem contri-
sos, atendem à Constituição Federal quanto às atri- buições parafiscais ou verbas orçamentárias. De
buições do Congresso Nacional para legislar sobre qualquer forma, não pode o Estatuto do Idoso impor
Direito Civil, Direito Penal, do Trabalho, Processual e exigências que violem o princípio da não interferência
sobre Seguridade Social (arts. 48, 22, 1, e 23 da CF), estatal nas de caráter exclusivamente privado.
e quanto à iniciativa de leis ordinárias (art. 61, caput, Tais inconstitucionalidades, constantes dos arts.
da CF), em parte. 4°,5°,6°,11, parágrafo único do art. 13,20,27 e 28 do
Todavia, os projetos apresentam algumas in- Projeto de Lei n° 3.561, de 1997, e arts. 27, 41, 47 a
constitucionalidades, formais ou materiais, a seguir 55,92,93, §§ 2° e 3°, 94, parágrafo único e 96 do Pro-
assinaladas. jeto de Lei n° 183, de 1999, art. 9° do Projeto de Lei n°
Os Projetos de Lei nOs 3.561, de 1997, 183, de 2.420, de 2000, e artigo 2° dos Projetos de Lei nOs
1999, e 2.420, de 2000, violam o art. 61, § 1° , 11, alíne- 2.421,2.426, e 2.427, de 2000, devem ser extirpadas.
as b e e, da Constituição Federal, que trata da iniciati- Sob o aspecto material, a proteção ao idoso, a
va privativa do Presidente da República para leis que exemplo da proteção à criança, ao adolescente e ao
disponham sobre a organização administrativa, servi- portador de deficiência, não viola o princípio da isono-
41334 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA nos DEPUTADOS Agoslu de 2001
mia, tendo em vista a sua condição de fragilidade em prioridade a efetivação dos direitos, iniciando-se com
relação às demais pessoas, tornando-os sujeitos a os direitos fundamentais, sem repetição, todavia, do
maiores dificuldades. que já consta da legislação civil.
O Projeto de Lei n° 2.420, de 2000, contém in- No direito à vida procurou-se caracterizar a pro-
constitucionalidade, por atribuir competência ao mu- teção à velhice como um direito social e a própria ve-
nicípio, por intermédio do Conselho Municipal de lhice como um direito personalíssimo, o que não sig-
Assistência Social, para o monitoramento e a supervi- nifica um comando do homem sobre o seu futuro, da
são das entidades responsáveis por idosos carentes. mesma forma que não pode prolongar a sua vida,
Essa medida constitui uma interferência na autono- mas o envelhecimento depois de conquistado com os
mia municipal, ferindo o art. 30, I, da Constituição Fe- recursos à disposição da pessoa humana, transfor-
deral, que estipula ser competência dos municípios mado em direito inerente à pessoa e com o amparo
legislar sobre assuntos de interesse local. da sociedade e do Estado.
O Projeto de Lei n° 183, de 1999 (art. 44) outor- No direito à saúde, reafirmam-se as diretrizes
ga ao Judiciário o poder de fiscalizar as entidades de de atendimento integral ao idoso pelo Sistema Único
atendimento ao idoso, governamentais e não-gover- de Saúde - SUS, constantes da Política Nacional do
namentais. Essa fiscalização não é atividade própria Idoso, enfatizando as ações de prevenção, promoção
do Poder Judiciário. No caso da criança e do adoles- e recuperação da saúde. A par disso, prevê-se o aten-
cente, a Justiça da Infância e da Juventude possui dimento odontológico e a reabilitação orientada por
competência para aplicar penalidades administrati- profissionais de Geriatria e Gerontologia, de sorte a
vas nas ocorrências de infrações contra norma de reduzir as seqüelas decorrentes de certas doenças.
proteção. Nesse caso, a medida se justifica devido à O fornecimento gratuito de medicamentos cons-
exigência de maior tutela do Estado, com a participa- titui a satisfação de necessidade básica, visto que à
ção efetiva do Poder Judiciário, inclusive pela existên- medida que a pessoa avança em idade consome
cia de adolescentes infratores. mais medicamentos, especialmente na época em que
Compete aos Tribunais de Justiça dos Estados possui menor poder aquisitivo.
e do Distrito Federal a iniciativa das leis de organiza- O atendimento prioritário ao idoso de forma a
ção judiciária, o que possibilita a criação de Varas lhe proporcionar um mínimo de precedência é funda-
Especializadas competentes para as causas relativas mentai para prevenir o sofrimento do idoso nas filas
aos idosos, podendo ser ampliada a competência da de espera.
magistratura. Caso o idoso não tenha condições de decidir so-
Quanto à juridicidade, os projetos em foco não bre o seu tratamento de saúde, foi especificado quem
violam princípios de direito, sanados os vícios já men- poderá substituí-lo nessa decisão: o curador, os fami-
cionados. liares, o médico, em caso de risco de vida, quando
Em relação à técnica legislativa, deve ser aplica- não puder ser contactado, ou não houver, curador ou
da a Lei Complementar nO 95, de 1998, alterada pela familiar conhecido. Assim, em caso de emergência e
Lei Complementar n° 107, de 2001, eliminando-se as sendo necessária cirurgia, até o próprio médico pode
cláusulas de revogação genérica proibidas pelo art. decidir para salvar a vida do idoso.
9°, constantes dos arts. 30, do PL n° 3.561/97, 3° do Por outro lado, impõe-se aos profissionais de sa-
PL n° 2.420/2000,4° dos PL nOs 2.421/2000,2.426 e úde a obrigação de comunicar os casos de suspeita ou
2.427/2000, observando-se os preceitos relativos às confirmação de maus-tratos a idoso aos órgãos com-
alterações de leis. petentes, sob pena de responsabilidade. Essa medida
Passando-se à análise de mérito das Proposi- constitui uma segurança a mais para essas pessoas,
ções, convém que se estabeleça uma Carta de Direi- vulneráveis às ações prejudiciais de terceiros.
tos dos idosos que, em grande parte, constituem par- Finalmente, veda-se a discriminação ao idoso
cela da população excluída da sociedade e em rela- nos planos de saúde, pela cobrança de valores dife-
ção à qual há carência de normas legais em sua defe- renciados em razão da idade, amplamente praticado
sa, para serem aplicadas à diversidade de situações atualmente.
degradantes que ocorrem no dia-a-dia, exigindo-se Quanto à educação, cultura, esporte e lazer, os
tratamento prioritário, a exemplo do Estatuto da Cri- dispositivos procuram proporcionar ao idoso facilida-
ança e do Adolescente. de de acesso a cursos especiais, programas voltados
Assim, foi ressaltado o dever da família, da soci- para os idosos nos meios de comunicação, avanços
edade e do Estado, assegurando-se, com absoluta tecnológicos, valorização dos conhecimentos sobre
Agoslo de 20() I DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS SeXla-I'cira 31 41335
processo de envelhecimento, respeito ao idoso e sua importante nessa área consiste na adequação da exi-
maior participação nas comemorações de caráter cí- gência de renda familiar per capita. Conforme a
vico e cultural, assim como o desconto mínimo de LOAS, só pode postular o benefício o idoso cuja famí-
50% nos ingressos para eventos diversos. Acrescen- lia possua renda inferior a um quarto do salário míni-
te-se que o esporte e o lazer são fundamentais para a mo por pessoa, limite esse bastante restritivo, ante a
saúde física e mental do idoso. realidade social do País, que apresenta cerca de trin-
Cabe destacar que <lA educação ao longo de ta milhões de indigentes. Propomos a elevação desse
toda a vida" foi proclamada nas Diretrizes do Plano valor para um salário mínimo per capita, para ampliar
Nacional de Educação, Lei n° 10.172, de 2001, e no o número de idosos beneficiários. Acolhemos, ade-
Relatório da UNESCO - Comissão Internacional so- mais, a proposta de incentivo ao acolhimento de ido-
bre Educação para o século XXI, intitulado "Educa- sos carentes, ficando reconhecida a dependência
ção, um tesouro a descobrir", de Jacques Delors e ou- econômica, para os efeitos legais.
tros, com a seguinte afirmação: "O conceito de educa- No que tange a Habitação, preocupa-nos a ga-
ção ao longo de toda a vida é a chave que abre as rantia de moradia digna ao idoso, preferencialmente
portas do século XXI. Ultrapassa a distinção tradicio- no seio da família, entendo-se que a modalidade asi-
nal entre educação inicial e educação permanente. lar deve restringir-se aos casos de inexistência de vín-
Aproxima-se dum outro conceito proposto com fre- culos familiares. Em vista disso, propõe-se a priorida-
qüência: o da sociedade educativa, onde tudo pode de para o idoso na aquisição de imóvel para moradia
ser ocasião para aprender e desenvolver os próprios própria, com a reserva de três por cento das unidades
talentos". residenciais, nos programas habitacionais subsidia-
Na profissionalização e trabalho, o direito do dos com recursos públicos.
idoso de exercer atividade profissional não está sujei-
Na área de Transportes, propomos medidas que
to ao limite de idade. O trabalho deve ser estimulado
beneficiam o idoso. Nos transportes urbanos e
também ao longo de toda a vida, condizente com
semi-urbanos, é reduzida para sessenta anos a idade
suas aptidões e condições físicas, sem discrimina-
mínima para a gratuidade, assegurada a reserva de
ção. Daí a necessidade de programas de geração de
dez por cento dos assentos. Nos transportes interes-
renda e emprego e o conseqüente estímulo às em-
taduais e intermunicipais, garante-se a reserva de
presas privadas a assimilarem o trabalho do idoso.
duas vagas gratuitas, por veículo, e desconto de cin-
Importa também a preparação para a aposentadoria,
com antecedência mínima de um ano, para estimular qüenta por cento no valor da passagem, para os de-
o idoso o exercício de uma atividade diversa e conti- mais. Por último, propõe-se a reserva de cinco por
nuar sendo socialmente útil. cento das vagas nos estacionamentos públicos e pri-
vados, facilitando a mobilidade do idoso.
Na área da Previdência Social, visamos conser-
var o valor real dos benefícios de aposentadoria e Consideramos da maior importância os disposi-
pensão, visto ser direito constitucional, que vem sen- tivos do Estatuto que tratam das medidas de proteção
do desrespeitado, em razão dos baixos valores dos ao idoso em situação de risco social, assim como
proventos e pensões, completamente defasados, le- aquelas que cuidam da regulamentação das entida-
gando aos idosos a situação de penúria. O reajusta- des de atendimento. Não obstante a diretriz de que o
mento das aposentadorias e pensões deve observar atendimento asilar deve restringir-se aos casos extre-
o mesmo percentual de reajuste aplicado à menor mos, a realidade brasileira tem demonstrado situa-
aposentadoria, sendo essa a única forma de se ga- ções de abandono do idoso em asilos, por seus famili-
rantir o valor real desses benefícios. Além disso, fica ares, caso em que, por vezes, resulta relegado a con-
estipulado o dia 10 de maio como data-base dos apo- dições inaceitáveis, em flagrante desrespeito aos
sentados e pensionistas, coincidindo com a data de seus direitos fundamentais.
reajuste salarial dos trabalhadores. As entidades de atendimento a idosos ficam su-
Quanto à Assistência Social, considera-se rele- jeitas a diversas obrigações, não só relacionadas
vante a redução da idade, de sessenta e sete para com o atendimento das necessidades básicas, como
sessenta e cinco anos, para recebimento do benefício alimentação suficiente e vestuário, como as condi-
de um salário mínimo pelos idosos carentes. Essa ções sanitárias do imóvel destinado a servir de abrigo
medida restabelece o patamar de idade previsto na a essas pessoas, a preservação dos laços familiares,
Lei Orgânica da Assistência Social, derrogada por o atendimento personalizado, os cuidados médicos e
medida provisória já transformada em leL Outro ponto odontológicos, o oferecimento de atividades culturais,
41336 Sexta-Ieira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 2()() I
Art. 72. Havendo motivo grave, poderá a autori- Art. 77. É assegurada prioridade na tramitação
dade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar dos processos e procedimentos e na execução dos
liminarmente o afastamento provisório do dirigente da atos e diligênicas judiciais em que figure como parte
entidade ou outras medidas que julgar adequadas, ou interveniente pessoa com idade igualou superior a
para evitar lesão aos direitos do idoso, mediante deci- sessenta anos, em qualquer instância.
são fundamentada. § 1° O interessado na obtenção da prioridade a
Art. 73. O dirigente da entidade será citado para, que alude este artigo, fazendo prova de sua idade, a
no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, po- requererá à autoridade judiciária competente para
dendo juntar documentos e indicar as provas a produ- decidir o feito, que determinará as providências a se-
zir. rem cumpridas, anotando-se essa circunstância em
Parágrafo único. Não apresentada a defesa, a local visível na autuação do processo.
autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministé- § 2° A prioridade não cessará com a morte do
rio Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo. beneficiado, estendo-se em favor do cônjuge supérs-
Art. 74. Apresentada a defesa, o juiz procederá tite, companheiro ou companheira, com união está-
na conformidade do artigo 73 ou, se necessário, de- vel, maior de sessenta anos.
signará audiência de instrução e julgamento, delibe- § 3° A prioridade se estende aos processos e
rando sobre a necessidade de produção de outras procedimentos na Administração Pública, empresas
provas. prestadoras de serviços públicos e instituições finan-
§ 1° Salvo manifestação em audiência, as par- ceiras, ao atendimento preferencial junto à Defenso-
tes e o Ministério Público terão cinco dias para ofere- ria Pública da União, dos Estados e do Distrito Fede-
cer alegações finais, decidindo a autoridade judiciária ral em relação aos Serviços de Assistência Judiciária.
em igual prazo. § 4° Para o atendimento prioritário será garanti-
§ 2° Em se tratando de afastamento provisório do ao idoso o fácil acesso aos assentos e caixas,
ou definitivo de dirigente de entidade governamental, identificados com a destinação a idosos em local visí-
a autoridade judiciária oficiará a autoridade adminis- vel e caracteres legíveis.
trativa imediatamente superior ao afastado, fixan- Art. 78. O inciso 11 do art. 275 da lei n° 5.869, de
do-lhe prazo de vinte e quatro horas para proceder à 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, pas-
substituição. sa a vigorar acrescido da seguinte alínea h:
§ 3° Antes de aplicar qualquer das medidas, a "Art. 275 .
autoridade judiciária poderá fixar prazo para a remo- 11- .
ção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exi- h) em que for parte ou interveniente
gências, o processo será extinto, sem julgamento do pessoa com idade igualou superior a ses-
mérito. senta anos." (NR)
§ 4° A multa e a advertência serão impostas ao
CAPíTULO 11
dirigente da entidade ou ao responsável pelo progra- Do Ministério Público
ma de atendimento.
Art. 79. As funções do Ministério Público, previs-
Art. 75. Aplica-se, subsidiariamente, às disposi-
tas nesta lei, serão exercidas nos termos da respecti-
ções deste Capítulo, o procedimento sumário previsto
va lei Orgânica.
no Código de Processo Civil, naquilo que não contra-
rie os prazos previstos nesta lei. Art. 80. Compete ao Ministério Público:
I - instaurar o inquérito civil e a ação civil públi-
TíTULO V
ca para a proteção dos direitos e interesses difusos
Do Acesso à Justiça
ou coletivos, individuais indisponíveis e individuais
CAPíTULO I homogêneos do idoso;
Das Disposições Gerais 11 - promover e acompanhar as ações de ali-
Art. 76. O Poder Público poderá criar varas es- mentos, de interdição total ou parcial, de designação
pecializadas e exclusivas do idoso. de curador especial, em circunstâncias que justifi-
Agosto de 20tH DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-Ieím 31 41359
Art. 109. Negar o acolhimento ou a permanência ou foge para evitar pnsao em flagrante.
do idoso, como abrigado, por recusa deste em outor- Sendo doloso o homicídio, a pena é aumen-
gar procuração à entidade de atendimento: tada de um terço se o crime é praticado
Pena - detenção de seis meses a um ano e mu~a. contra pessoa menor de quatorze ou maior
de sessenta anos. (NR)
Art. 110. Reter o cartão magnético de conta ban-
cária relativa a benefícios, proventos ou pensão do
"Art. 133 .
idoso, bem como qualquer outro documento com ob-
§ 3° .
jetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de
111 - se a vítima é maior de sessenta
dívida:
anos. (NR) .
Pena - detenção de seis meses a dois anos e
multa. "Art. 140 .
Art. 111. Exibir ou veicular, por qualquer meio de
comunicação, informações ou imagens depreciativas § 3° Se a injúria consiste na utilização
ou injuriosas à pessoa do idoso. de elementos referentes a raça, cor, etnia,
Pena - detenção de um a três anos e multa. religião, origem ou a condição de pessoa
Art. 112. Induzir pessoa idosa sem discernimen- portadora de deficiência ou com idade igual
to de seus atos a outorgar procuração para fins de ad- ou superior a sessenta anos: (NR)
ministração de bens ou deles dispor livremente: "Art. 141 ..
Pena - reclusão de dois a quatro anos.
IV - contra pessoa maior de sessenta
Art. 113. Coagir, de qualquer modo, o idoso a
anos ou portadora de deficiência, exceto no
doar, contratar, testar ou outorgar procuração:
caso de injúria. (NR)
Pena - reclusão de dois a cinco anos.
"Art. 148 .
Art. 114. lavrar ato notarial que envolva pessoa
§ 1° .
idosa sem discernimento de seus atos, sem a devida
I - se a vítima é ascendente, descen-
representação legal:
dente, cônjuge do agente ou maior de ses-
Pena - reclusão de dois a quatro anos.
senta anos. (NR)
Art. 115. Impedir ou embaraçar ato do represen- "Art. 159 ..
tante do Ministério Público ou de qualquer outro agente
§ 1° Se o seqüestro dura mais de vinte
fiscalizador: e quatro horas, se o seqüestrado é menor
Pena - reclusão de seis meses a urn ano e multa. de dezoito ou maior de sessenta anos, ou
TíTULO VII se o crime é cometido por bando ou quadri-
Das Disposições Finais e Transitórias lha. (NR)
294/95 Acrescenta parágrafo ao an. 2" da Lei 6.321. de 14 de abril de 1976. pata esteDde~ a
aposentados e pensioniSlaS o alendimenlo pelos programas de alimentaÇão do
traballJador
295/95 Assegura preferência aos maiores de 60 anos na tr3JIlÍlaÇão de processos judiciais
cooua 3 om.;dência Social
861/95 Allaa a Lei 9.048. de 18 de maio de 1995. que loma obrigalória a existeocia de
instrumCll!05 de medição de peso DOS postos de revenda de gás liquefeito de petróleo
para uso"domêstico
1641196 Dispõe sobn: programas de ilU%llU\'O à dcmissao "oIWl1ária do pomo de \'iSla
tn1Juúrio
2053/96 Dispõe sobre a gmtuidadc de ingresso de aposentadOs a cspdáculos públims
2196/96 Dispõe: sobre medidas de prolCÇãD ao idoso. DOS lermOS do artigo 229 da
Constituição Federal·
2528/96 Altaa a Lei 5157, de 21 de OlJtIIbro de 1966, que: institui o Dia Oficial de Farmácia
2529/96 Revigora o an. 100 da Lei 8213. de 24 dcjulho de 1991, que dispõe sobn: os pIaDos
de BeDeficios da PrevideDcia Social e dá 0lIIr.lS providâu:ias. a fim de estabdca:r a
antccioacão do Da2lllllell1o de bcodicios
. 2538/96 Dá l1lIV3 raIaçâo ao parágrafo 5" do art. 50 da Lei 1060. de OS de fevereiro de 1956,
Çl<..~ estabelece UOnDaS oara cooccssão de assisleucia iudiciária aos necessitados
2539/96 Dispõe sobR: o indice a ser aplicada nos reajustes dos bendicf05 da Previdencia
Social e dá outras pnl\'idê1lcias
2837/97 Acrcsccnra parágrafo único ao an. 877 da Consoli....~o das Leis de Trabalho
- 3900/97 Altera a Lei 6.226, de 14 de julho de 1975. qoc dispOe sobR: a lXlIll3ge1U n::dproca
de tempo de serviço público fccIcral c de aaividade privada, pala efeito de
ria. ,. .
de 1.999.
413GX Séxta-Icira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPlJlA\)OS Agosto dé 200 I
TERMO DE RECEBIMENTO DE EMENDAS Recife, Salvador e Rio de Janeiro, registrados nas
Juntas do Comércio.
PROJETO DE LEI W 3.752/97
III - Em 1809, o Príncipe Regente Dom João,
Nos termos do art. 24, § 10 , combinado com o nomeou Aleixo Paes Sardinha Despachante, com
art. 166, e do art. 119, caput, I, do Regimento Interno prerrogativas exclusivas para tratar de papéis, passa-
da Câmara dos Deputados, o Sr. Presidente determi- portes e outros documentos.
nou a reabertura - e divulgação na Ordem do Dia das IV - Desde 1732, havia regulamentados os Des-
Comissões - de prazo para apresentação de emen- pachantes D'Alfândega, tendo sido criado em 1854
das, a partir de 70-5-99, por cinco sessões. Esgotado pela Câmara da Corte, o quadro de Despachantes do
o prazo, não foram recebidas emendas ao proje- Rio de Janeiro, que serviu de modelo para outros es-
to. tados, constituindo-se em grupos desses exercentes.
Sala da Comissão, 14 de maio de 1999. - Ana- V - Nesse interregno, amparados no parágrafo
mélia Ribeiro Correia de Araújo, Secretária. único do art. 5° da Lei n° 5.314, de 11 de setembro de
1967, a qual determinou que compete aos governos
1- Relatório
estaduais legislar sobre as atividades de despachan-
O Projeto de Lei n0 3.752, de 1997, visa à criação tes estaduais, diversas legislações estaduais surgi-
e estruturação dos Conselhos Federal e Regionais dos ram qualificando os Despachantes como profissiona-
Despachantes, bem como dispõe sobre o funciona- is, dentre as quais destacam-se:
mento desses órgãos e sobre o exercício profissional • Lei na 7.104, de 28-11-1997, dispõe sobre a
de despachante. regulamentação das atividades dos Despa-
Para tanto, estabelece os requisitos de forma- chantes de Trânsito do Estado do Rio Grande
ção e condições para habilitação ao exercício da pro- do Sul;
fissão, relaciona as atividades de sua competência e • a Lei na 1.132, de 20-2-1987, que dispõe so-
define a estrutura e o funcionamento dos Conselhos bre os Despachantes Públicos do Estado do
Federal e Regionais dos Despachantes. Rio de Janeiro, cujos artigos 1° e 80 os qualifi-
O desarquivamento da proposição foi deferido cam como técnico de processamento admi-
pelo Sr. Presidente das Câmara dos Deputados, nos nistrativo e mandatário tácito de seus comi-
termos do art. 105 do Regimento Interno, mediante tentes;
requeriment) do autor. • Lei na 6.076, de 8-10-92, que dispõe sobre as
Cabe-nos agora, na Comissão de Trabalho, de atividades dos Despachantes do Estado do
Administração e Serviço Público analisar o mérito da Mato Grosso, as quais são qualificadas como
proposição, conforme disposto no art. 32, inciso XIII, "profissionais" nos termos de seu artigo 4 0 ;
do Regimento Interno desta Casa. • A Lei n° 8.107, de 27-10-1992, que dispõe so-
Esgotado o prazo regimental para apresentação bre a atividade dos Despachantes perante os
de emendas ao projeto, nenhuma foi recebida. órgãos da Administração Pública do Estado
É o relatório. de S. Paulo, ressaltando no parágrafo único
do artigo 3 0 tratarem-se de profissionais libe-
11 - Voto do Relator rais;
Com o projeto de lei sob comento, pretende o • Decreto na 434, de 12-08-1991, que dá nova
autor regulamentar o exercício da profissão de despa- regulamentação das atividades de Despa-
chante, bem como estruturar seus respectivos conse- chante de Trânsito de Santa Catarina;
lhos federal e regionais. • Lei na 387/92, dispõe sobre a regulamentação
Algumas informações históricas e etimológicas das atividades dos despachantes no Estado
são de grande valia neste relatório, quais sejam: de Rondônia, atribuindo-lhes prerrogativa de
I - O moderno despachante é sucessor do anti- representação independente de instrumento
go solicitador administrativo. Sua atual denominação procuratório (parágrafo único do art. 10 );
decorre dele realmente não se limitar a solicitar, mas • Lei na 6.616, de 18-06-1998, que dispõe so-
ao fato deste, sim, despachar (serve, resolve, remete bre as atividades de Despachantes Docu-
ou expede). mentalistas no Estado da Paraíba, reconhe-
11 - Despachantes já existiam no Brasil em 1548 cendo inclusive o CRDD-PB como um dos ór-
na forma de alealdador. Em 1702, trabalhavam em gãos normativos de concessão, cassação e
Agosto de 20!)1 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-Icira 31 41369
punição dos despachantes faltosos (vide art. O Congresso Nacional decreta:
4°); Art. 1° Os Conselhos Federal dos Despachantes
• Lei n° 1.887, de 17-8-1998, que dispõe sobre Documentalistas do Brasil (CFDD/BR) e os Conse-
as atividades de Despachantes de Trânsito do lhos Regionais dos Despachantes Documentalistas
Estado do Distrito Federal; (CRDD), dos estados e do Distrito Federal, são, por
• Lei n° 12.327, de 21-9-1998, que dispõe so- delegação do Poder Público, os órgãos normativos e
bre as atividades profissionais de Despa- de fiscalização profissional dos despachantes docu-
chantes de Trâns~o no Estado do Paraná, mentalistas, dotados de autonomia administrativa e
conforme art. 1°. patrimonial, com personalidade jurídica de direito pri-
vado.
A classe já possui sindicatos em todos os esta-
§ 1° O Conselho Federal (CFDD/BR), com sede
dos do Brasil, e Conselhos formados nos Estados
e foro na Capital da República, exerce jurisdição so-
de Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Mato
bre todo o território nacional.
Grosso, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul,
Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe; § 2° Os Conselhos Regionais (CRDD) terão
além dos Estados do Amazonas, Maranhão, Para- sede e foro no Distrito Federal, na capital do Estado
ná, Pernambuco, Tocantins e Minas Gerais estarem ou do Território em cuja base territorial exercer jurisdi-
com assembléias para criação de seus Conselhos ção.
marcadas até o final deste ano. § 3° É expressamente vedada a criação de mais
Cabe lembrar, no entanto, que após a apresen- de um conselho regional para a mesma base territori-
tação do projeto em questão, foi editada a Lei n° al do estado ou do Distrito Federal.
9.649, de 27 de maio de 1998, a qual regulamentou, Art. 2° A organização, a estrutura e o funciona-
em seu art. 58, os serviços de fiscalização de profis- mento dos Conselhos Federal e Regionais de Despa-
sões regulamentadas. chantes Documentalistas serão disciplinados em
Segundo o dispos~ivo c~ado, a lei deve cuidar ex- seus estatutos e regimentos, mediante decisão do
clusivamente da delegação de competência para o plenário de seu conselho federal, composto pelos re-
exercício da fiscalização profissional, sendo que a orga- presentantes de todos os seus conselhos regionais.
nização, a estrutura e o funcionamento devem ser disci- Art. 3° O Conselho Federal de Despachantes
plinados mediante decisão do plenário do conselho fe- Documentalistas (CFDD) e os Conselhos Regionais
deral, garantindo-se que na composição deste sejam de Despachantes Documentalistas (CRDD), em seus
representados todos os seus conselhos regionais. respectivos âmbitos, são autorizados, dentro dos limi-
tes estabelecidos em lei, a fixar, cobrar e executar as
Desta forma, optamos pela apresentação do
contribuições anuais devidas por pessoas físicas ou
substitutivo que encaminhamos em anexo, o qual
jurídicas, bem como preços e serviços e multas, que
ajusta o projeto à Lei n° 9.649/98, ora vigente, bem
constituirão receitas próprias, considerando-se título
como a algumas sugestões encaminhadas a esta re- executivo extrajudicial a certidão relativa aos créditos
lataria pelo Conselho Federal dos Despachantes 00- decorrentes.
cumentalistas do Brasil, entidade criada sob a vigên-
Art. 4° O exercício da profissão de Despachan-
cia da medida provisória que deu origem à citada lei. tes Documentalistas é privativo das pessoas habilita-
Assim, diante do exposto, votamos pela aprova- das pelo Conselho Regional dos Despachantes 00-
ção, no mérito, do Projeto de Lei n° 3.752, de 1997, na cumentalistas de sua jurisdição, nos termos das nor-
forma do substitutivo apresentado em anexo. mas baixadas pelo Conselho Federal.
Sala da Comissão, 23 de novembro de 1999. - Art. 5° Não há hierarquia nem subordinação en-
Deputado José Carlos Vieira, Relator. tre os Despachantes Documentalistas, servidores e
SUBSTITUTIVO OFERECIDO PELO RELATOR funcionários públicos.
Art. 6° O Despachante Documentalista tem
PROJETO DE LEI N° 3.752, DE 1997 mandato presumido de representação na defesa dos
Dispõe sobre o Conselho Federal e interesses de seus comitentes, salvo para a prática
os Conselhos Regionais dos Despachan- de atos para os quais a lei exige poderes especiais.
tes Documentalistas e dá outras provi- Parágrafo único. O Despachante Documentalis-
dências. ta no desempenho de suas atividades profissionais,
41370 St:xta-fcira 31 mARIO IM CÂMARA DOS DEPUTADOS Agoslp d~ 2001
não praticará, sob pena de nulidade, atos privativos sa espécie acarretará, o que torna sua proposta, em
de outras profissões liberais definidas em lei. relação a esse aspecto, inatacável.
Art. 7° Os Conselhos Federal e Regionais terão Contudo, mesmo veredicto não se pode atribuir
90 (noventa) dias, contados a partir da data de vigên- à decisão de manter não apenas os Conselhos, mas
cia desta lei, para adequarem-se. também o respectivo grupo dirigente. Na realidade
Art. 8° Aplicam-se, subsidiariamente, no que sedimentada pelo novo diploma legal, essa não é
couber e não forem incompatíveis com esta lei, os es- uma medida recomendável, na medida em que exclui
tatutos as demais normas baixadas pelos Conselhos do esforço de consolidação dos novos entes fiscaliza-
Federal e Regionais dos Despachantes Documenta- dores boa parte dos atuais despachantes.
listas, as regras de Direitos Administrativos, de Direito A emenda que ora se subscreve tem, pois, a fi-
Comum Processual e as da Lei n° 8.960, de 4 de julho nalidade de aperfeiçoar o correto trabalho já desen-
de 1994. volvido pelo relator, impedindo que o instrumento que
Art. 9° Esta lei entra em vigor 30 (trinta) dias ora se pretende modificar sirva, indevidamente, para
após a data de sua publicação. a preservação e o encastelamento dos atuais líderes
da categoria.
Art. 10. Revogam-se as disposições em contrá-
rio. 1°-12-1999
Sala das Sessões, 23 de novembro de 1999. - TERMO DE RECEBIMENTO DE EMENDAS
Deputado José Carlos Vieira, Relator.
PROJETO DE LEI N° 3.752/97
EMENDA N° CTASP - 0001/SUBST.
Nos termos do art. 119, caput, 11 e § 1°, do Regi-
Emenda Modificativa ao Substitutivo do Relator. mento Interno da Câmara dos Deputados, o Sr. Presi-
Dê-se aos arts. 7° e 8° do substitutivo a seguinte dente determinou a abertura - e divulgação na
redação: Ordem do Dia das Comissões - de prazo para apre-
sentação de emendas, a partir de 26-11-99, por cinco
"Art. ]O A atual diretoria dos Conselhos sessões. Esgotado o prazo, foi recebida 1 (uma)
Federal e Regionais será substituída, no emenda ao Substitutivo oferecido pelo Relator.
prazo máximo de 120 (cento e vinte dias), a Sala da Comissão, 6 de dezembro de 1999. -
contar da publicação desta lei, por membros Anamélia Ribeiro Correia de Araújo, Secretária.
eleitos em sufrágio do qual participarão pro-
fissionais alcançados pelo disposto nesta lei COMPLEMENTAÇÃO DE VOTO DO RELATOR
já habilitados a atuar junto a órgãos públi- O nobre Deputado Arnaldo Faria de Sá apre-
cos, cuja inscrição junto ao respectivo Con- sentou emenda modificativa ao substitutivo a fim de
selho fica assegurada.
alterar o prazo para a substituição da atual Diretoria
Art. 8° Aplicam-se ao exercício da pro- dos Conselhos Federal e Regionais para 120 dias.
fissão de despachante, subsidiariamente, no
Entendemos que a emenda apresentada efeti-
que couber e não forem incompatíveis com
vamente contribui para o aperfeiçoamento do substi-
esta lei e com os estatutos e demais normas
tutivo.
editadas pelo Conselho Federal e pelos
Conselhos Regionais após a posse da dire- Diante do exposto, votamos pela aprovação do
toria e a que se refere o art. 7°, as normas PL n° 3.752/97, nos termos do substitutivo com a alte-
de Direito Administrativo, as de Direito Pro- ração prevista na emenda modificativa apresentada.
cessual Civil e a Lei n° 8.906, de 4 de julho Sala da Comissão, 8 de dezembro de 1999. -
de 1994." José Carlos Vieira, Relator.
(parecer da Comissão de Economia, Indústria e Comércio publica- proposição quanto à sua compatibilidade ou adequa-
do no DCD de 24-8-00) ção com o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orça-
SUMÁRIO mentárias, o orçamento anual e as normas pertinen-
tes à receita e despesas públicas.
Parecer da Comissão de Finanças e Tributação
- termo de recebimento de emendas Esgotado o prazo regimental de cinco sessões,
não foram apresentadas emendas, nesta Comissão,
- parecer do relator
à proposição sob exame.
- emenda oferecida pelo relator
- parecer da Comissão 11 - Voto do Relator
- emenda adotada pela Comissão O Projeto objetiva solucionar a questão de uma
- voto em separado expressiva quantidade de ações de companhias
COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO abertas cujos titulares não se encontram devidamen-
te identificados nos registros das companhias, ou que
TERMO DE RECEBIMENTO DE EMENDAS não tenham sido localizados ao longo dos últimos
anos.
PROJETO DE LEI N° 2.550 AlOO
Na forma do parágrafo único do art. 2° da propo-
Nos termos do art. 119, I, do Regimento Interno sição, pretende destinar à União os dividendos ainda
da Câmara dos Deputados, o Sr. Presidente determi- não prescritos relacionados às ações ordinárias e
nou a abertura e divulgação na Ordem do Dia das Co- preferenciais, bem como às ações dos súditos ale-
missões de prazo para apresentação de emendas, a mães, japoneses e italianos 1 bloqueadas junto ao
partir de 27-9-00, por cinco sessões. Esgotado o pra- Banco do Brasil durante o período da 28 Guerra Mun-
zo, não foram recebidas emendas ao projeto. dial, com a finalidade exclusiva de destiná-los para o
Sala da Comissão, 11 de outubro de 2000. - Ma- abatimento da dívida pública mobiliária federal.
ria Linda Magalhães, Secretária. O Projeto de Lei n° 2.550/00 tem a finalidade
principal de transferir para a propriedade da União as
I - Relatório
ações ordinárias e preferenciais e respectivos divi-
O Projeto de Lei em epígrafe estabelece prazo dendos não prescritos, cujos titulares não estejam
de 120 dias, após chamada pública, para que acionis- identificados ou não localizados, ou, ainda, que não
tas de sociedades anônimas de capital aberto não tenham procurado reavê-Ias, no caso das ações blo-
identificados ou não localizados, regularizem sua si- queadas e depositadas no Banco do Brasil por força
tuação perante a empresa, repassando-se para a do Decreto-Lei n° 4.166, de 11 de março de 1942.
União Federal as ações não reclamadas bem como
os respectivos dividendos não prescritos. Os interes- 0
I Decreto-Lei n° 4.166, de 11-3-1942 - "Ar!. 1 Os bens e direitos
sados poderão reclamar as ações, diretamente à dos súditos alemães, japoneses e italianos, pessoas lfsicas ou jurf-
União, até cinco anos após a transferência das mes- dicas, respondem pelo prejufzo que, para os bens e direitos do
Estado Brasileiro, e para a vida, os bens e os direitos das pessoas
mas. lfsicas ou jurfdicas brasileiras, domiciliadas ou residentes no Brasil,
Aplicam-se as mesmas regras às ações deposi- resultaram, ou resultarem, de atos de agressão praticados pela
tadas no Banco do Brasil, pertencentes a súditos ale- Alemanha. pelo Japão ou pela Itália."
mães, japoneses e italianos, bloqueados em cumpri- Entendemos ser justificável a proposta, uma vez
mento ao disposto no Decreto-Lei n° 4.166, de 11 de que tais ações e dividendos equivalem, nos termos
março de 1942, que "Dispõe sobre as indenizações da legislação civil vigente no Brasil, abens abandona-
devidas por atos de agressão contra bens do Estado dos, já que por muito tempo foram esquecidos por
brasileiro e contra a vida e bens de brasileiros ou de seus titulares e/ou herdeiros, havia vista que os títulos
estrangeiros residentes no Brasil". ao portador foram extintos em 1990, tendo decorrido,
Na Comissão de Economia, Indústria e Comér- portanto, mais de 10 anos.
cio, a proposição foi aprovada na forma do parecer O Projeto estabelece um prazo, que julgamos
apresentado pelo ilustre Relator, Deputado Paulo suficiente, de cento e vinte dias para que os interessa-
Octávio, com a inclusão de três emendas de sua auto- dos atendam à chamada pública a ser realizada pelas
ria, tendo sido rejeitada a emenda apresentada pelo empresas emitentes das ações, de modo a evitar um
Deputado Walter Pinheiro. possível desconhecimento por parte dessas pessoas
Nesta Comissão de Finanças e Tributação, sob o pretexto da falta de publicidade desses atos.
compete-nos, além do exame do mérito, apreciar a Decorrido este prazo, os titulares da mencionadas
Agosto de 2001 DIÁRIO ))A CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-lcira 31 41385
ações não mais poderão reclamá-Ias junto às empre- tificados ou localizados não seriam prejudicados, já
sas que as emitiram, porém, na forma do art. 3° da que estes teriam tempo suficiente para procurarem as
proposição, fica assegurado ao acionista não identifi- companhias telefônicas com o propósito de receber
cado ou não localizado o direito de requerer, em juízo, seus direitos, antes que a transferência das referidas
a restituição da coisa assenhorada no caso as ações ações fosse efetivada para o Tesouro Nacional. Deste
até cinco anos a ós transcorrido este prazo de 120 modo, parece-nos que a proposição não fere os legíti-
dias previsto no caput do art. 1°. mos e justos interesses dos acionistas, além de per-
Em que pese concordarmos com as linhas gera- mitir ainda que durante o período de 5 anos após a
is da proposição, entendemos ser necessário propor transferência das ações para a União, o acionista não
duas emendas para aprimorá-Ia. identificado ou não localizado possa requerer a resti-
Primeiramente, no tocante ao procedimento da tuição destes valores assenhorados pela via judicial.
chamada pública, é oportuno acrescentarmos ao § 1° Cabe a esta Comissão, além do exame de méri-
do art. 1° da proposição, a obrigatoriedade de constar to, inicialmente apreciar a proposição quanto à sua
neste chamamento dos acionistas interessados, compatibilidade ou adequação com o plano plurianual,
sempre que for possível em decorrência de ordem a lei de diretrizes orçamentárias, o orçamento anual e
técnica, algum tipo de qualificação desses acionistas, as normas pertinentes à receita e despesas públicas,
como, aliás, já é exigido no momento da subscrição nos termos do Regimento Interno da Câmara dos De-
das ações, na forma do art. 85, da Lei n° 6.404/76. putados (RI, arts. 32, IX, h e 53,11) e de Norma Interna
Assim, conveniente e necessário para o sucesso da da Comissão de Finanças e Tributação, que "estabe-
chamada pública que constem, por exemplo, o núme- lece procedimentos para o exame de compatibilidade
ro de CPF ou do documento de identidade, além de ou adequação orçamentária e financeira", aprovada
outros dados que possam definitivamente facilitar o pela CFT em 29 de maio de 1996.
reconhecimento das ações pelos próprios acionistas. Como já observado acima, o projeto de lei sob
Os termos exatos da qualificação a ser inserida na análise estabelece, em suma, a transferência de
"chamada pública" serão determinados por instrução ações ordinárias e preferenciais, não reclamadas no
normativa da CVM, conforme já consta do formato prazo e na forma estabelecidos, emitidas por socieda-
original do projeto enviado pelo Poder Executivo. de anônima de capital aberto, bem como dos respec-
Em seguida, entendemos ser muito importante tivos dividendos à União. Além disso, os valores dos
ressaltar a destinação dos valores relativos aos divi- dividendos deveriam ser destinados exclusivamente
dendos não prescritos devidos aos titulares das cita- ao abatimento da dívida pública mobiliária federal. Ve-
das ações e que serão recolhidos à União. A proposi- rificamos, pois, que o projeto de lei na forma proposta
ção encaminhada pelo Poder Executivo determina, gera resultados positivos para as finanças públicas fe-
em seu art. 2°, parágrafo único, que os valores sejam derais, especialmente reforçando o pagamento da dí-
destinados exclusivamente ao abatimento da dívida vida pública e facilitando o alcance do parâmetro
pública federal, com a justificativa de que esta medida pré-ordenador das metas fiscais estabelecidas na
irá equacionar dificuldades administrativas detecta- LDO, a saber, a estabilização da relação dívida/PIB.
das nas sociedades anônimas oriundas da cisão do A emenda substitutiva n° 1/2000, apresentada
antigo sistema Telebrás. na Comissão de Economia, Indústria e Comércio,
Acreditamos que a medida proposta pelo Go- embora promova alterações na forma e no prazo de
verno Federal, diante da atual estabilidade econômi- reclamação dos dividendos, não altera a substância
ca no País, irá realmente minimizar o endividamento do projeto de Lei, pois mantém a transferência desses
público, por intermédio de um rígido controle de des- valores à conta do Tesouro Nacional, alterando, con-
pesas, acompanhado de um conseqüente aumento tudo, a destinação dos recursos arrecadados, pois
de receitas da União, uma vez que, aprovada esta são carreados para o financiamento das despesas
proposição, os haveres mobiliários das sociedades com educação, saúde, assistência social, meio ambi-
anônimas de capital aberto e os direitos sobre os divi- ente e reforma agrária. Na forma apresentada, enten-
dendos pertencentes a acionistas não identificados demos que nada há de incompatível ou inadequado
lhes serão transferidos. nessa emenda, uma vez que apenas aumenta as re-
Portanto, considerando que haverá a chamada ceitas da União que serão destinadas às áreas supra-
pública no prazo de 30 dias da publicação da futura mencionadas.
lei, acrescido do prazo de 120 dias posteriores, acre- Do mesmo modo, as três emendas apresenta-
ditamos que os direitos do acionistas ainda não iden- das pelo Relator e aprovadas na CEIC não trouxeram
413~6 Scxta-Icira 31 DIÁRIO DA CÁMARA DOS DEPUTADOS AgUSh) de 200 I
mudanças significativas à Proposição, razão pela Berzoini, Edinho Bez, Enivaldo Ribeiro, Fetter Júnior,
qual as consideramos adequadas e compatíveis. João Mendes, Pedro Eugênio, Eujácio Simões, Ro-
Diante de todo o exposto, voto pela compatibili- berto Argenta, Luiz Carlos Hauly, Antonio Cambraia,
dade e adequação financeira e orçamentária do Pro- Walfrido Mares Guia, Juquinha, Nice Lobão, Osório
jeto de Lei n° 2.550, de 2.000, bem como das três Adriano e Emerson Kapaz.
emendas adotadas pela Comissão de Economia, Sala da Comissão, 29 de agosto de 2001. - De-
Indústria e , no tocante ao mérito, nosso parecer é putado Jorge Tadeu Mudalen, Presidente em exercí-
pela aprovação do Projeto de Lei n° 2.550, de 2.000, cio.
com a única emenda que apresentamos em anexo, e
pela rejeição das quatro emendas apresentadas na EMENDA ADOTADA - CFT
Comissão de Economia, Indústria e Comércio. O § 10 do art. 10 do projeto passa a viger com a
Sala da Comissão, 8 de agosto de 2001. - De- seguinte redação:
putado Rodrigo Maia, Relator.
"§ 1o As sociedades anônimas de capi-
EMENDA DO RELATOR tal aberto procederão à verificação de seus
cadastros e empreenderão chamada públi-
O § 10 do art. 1° do projeto passa a viger com a
ca, constando, sempre que possível, a qua-
seguinte redação:
lificação completa dos acionistas, para for-
"§ 1o As sociedades anônimas de capi- malização ou complementação cadastral, no
tal aberto procederão à verificação de seus prazo de 30 (trinta) dias, observadas as ins-
cadastros e empreenderão "chamada públi- truções a serem expedidas pela Comissão
ca", constando, sempre que possível, a qua- de Valores Mobiliários, no prazo de 30 (trin-
lificação completa dos acionistas, para for- ta) dias a partir da publicação desta Lei".
malização ou complementação cadastral, no
Sala da Comissão, 29 de agosto de 2001. - De-
prazo de 30 (trinta) dias, observadas as ins-
putado Jorge Tadeu Mudalen, Presidente em exercí-
truções a serem expedidas pela Comissão
cio.
de Valores Mobiliários, no prazo de 30 (trin-
ta) dias a partir da publicação desta Lei." VOTO EM SEPARADO
(Do Deputado Ricardo Berzoini - PT/SP)
Sala da Comissão, 8 de agosto de 2001. - De-
putado Rodrigo Maia, Relator. O projeto pretende que as sociedades anôni-
mas de capital aberto realizem chamada pública e es-
111 - Parecer da Comissão tabeleçam prazo de 120 dias para que os acionistas
A Comissão de Finanças e Tributação, em reu- não localizados e não identificados reclamem suas
nião ordinária realizada hoje, concluiu pela compatibi- ações Findo este prazo, elas serão transferidas ao Te-
lidade e adequação financeira e orçamentária do Pro- souro, assim como os seus dividendos, os quais só
jeto de Lei n° 2.550-A/00, da emenda apresentada na poderão ser utilizados na amortização da dívida públi-
Comissão de Economia, Indústria e Comércio e das ca mobiliária federal. Bens acionários arrestados de
três emendas adotadas pela Comissão de Economia, súditos italianos, japoneses e alemães na segunda
Indústria e Comércio e, no mérito, pela aprovação do guerra também são atingidos. Os acionistas ainda
Projeto, com emenda, e pela rejeição das quatro contarão com cinco anos adicionais para reclamar
emendas da Comissão de Economia, Indústria e Co- seus haveres.
mércio, nos termos do parecer do relator, Deputado Na Comissão de Economia foram feitos ajustes
Rodrigo Maia, contra o voto em separado do Deputa- pontuais. A emenda lá apresentada pelo nobre depu-
do Ricardo Berzoini. tado Walter Pinheiro, sugerindo regras e prazos para
Estiveram presentes os Senhores Deputados tais chamadas públicas, foi rejeitada. Nesta Comissão
Jorge Tadeu Mudalen, Presidente em exercício; José de Finanças e Tributação, o projeto tem parecer favo-
Carlos Fonseca Jr. e José Pimentel, Vice-Presiden- rável do nobre relator deputado Rodrigo Maia, que
tes; Félix Mendonça, José Militão, Sampaio Dória, acrescenta a necessidade de se qualificar os acionis-
Sebastião Madeira, Silvio Torres, Chico Sardelli, João tas na chamada pública.
Carlos Bacelar, Jorge Khoury, Pauderney Avelino, Compreendemos a preocupação contida no
Armando Monteiro, João Eduardo Dado, Milton Monti, projeto. Mas, além de achar que ele está incompleto,
Pedro Novais, Carlito Merss, João Coser, Ricardo discordamos da destinação de recursos ali proposta.
Agosto de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-lcira 31 41387
O projeto peca por só tratar do estoque de ações não mos atuais, somos contrários ao Projeto n° 2.550-a e
- reclamadas, não introduzindo normas para as situa- Contra o Substitutivo oferecido nesta comissão.
ções futuras em que ocorra o mesmo problema. Ou Sala da Comissão, 28 de agosto de 2001. - De-
então teríamos que interpretar que a qualquer mo- putado Ricardo Berzoini, PT/SP
menta, sem nenhuma carência que tipificasse a não-
identificação do acionista, as empresas poderiam fa- ·PROJETO DE LEI N° 3.623-A, DE 2000
zer a chamada pública proposta, o que não é razoá- (Do Sr. José Carlos Martinez)
vel. O substitutivo do deputado Walter Pinheiro incor-
Modifica o Código Nacional de Trân-
re em falha oposta, ao criar regras somente para o pe-
sito e estabelece a obrigatoriedade de
ríodo vindouro. Mas tem o mérito de destinar os recur-
instalação de sinal de trânsito duplo: lu-
sos a atividades sociais, meio - ambiente e reforma
minoso e sonoro; tendo parecer da Co-
agrária.
missão de Viação e Transportes, pela re-
O projeto do governo tampouco informa o mon- jeição, contra os votos dos Deputados
tante de recursos atingidos pela proposição, apenas o Carlos Santana e Paulo Gouvêa (relator:
número de cerca de 660 mil acionistas no caso da Te- Dep. Chiquinho Feitosa).
lebrás, o que certamente implica um volume significa- (Às Comissões de Viação e Transpor-
tivo de recursos. Por fim, o pior aspecto do projeto é tes; e de Constituição e Justiça e de Reda-
destinar os recursos ao pagamento da dívida pública. ção (Art. 54) - Art. 24, 11».
Temos tido oportunidade de criticar reiteradamente
'Projeto inicial publicado no OCO de 6-10-00
essa prioridade obsessiva do governo, na verdade
fruto das escolhas e constrangimentos do Plano Real, SUMÁRIO
cujo sucesso poderia ter se dado em outras bases e
Parecer da Comissão de Viação e Transportes
com custos menores para o país.
- termo de recebimento de emendas
Vejamos alguns dados, sobretudo a partir de
- parecer do relator
1998, quando teve início o acordo com o FMI e a meta
de conter em 46,5% a relação dívida líquida/PIS (Já - parecer da Comissão
abandonada). Mesmo tendo obtido superávits primá- COMISSÃO DE VIAÇÃO E TRANSPORTE
rios fantásticos de R$31 ,1 bilhões em 1999 (3,2% do
PIS) e de R$38,2 bilhões em 2000 (3,5% do PIB), a TERMO DE RECEBIMENTO DE EMENDA
dívida líquida do setor público subiu de R$385,9 bi-
PROJETO DE LEI N° 3.623/00
lhões em 1998 (43,3% do PIB) para R$563,2 bilhões
no ano passado (49,5% do PIS). A dívida mobiliária Nos termos do art. 119, caput, I, do Regimento
federal cresceu de R$440,4 bilhões no final de 1998 Interno da Câmara dos Deputados, o Sr. Presidente
para R$530,7 bilhões no final do ano passado. O que determinou a abertura - e divulgação na Ordem do
aumenta essa dívida são as desvalorizações cambia- Dia das Comissões de prazo para apresentação de
is e, mais do que tudo, os juros pagos para financiá-Ia. emendas, a partir de 30-3-01, por cinco sessões.
Nos dois anos citados, consumiram-se, em ju- Esgotado o prazo, não foram recebidas emendas ao
ros, R$127 bilhões e R$87 bilhões (fluxos em doze projeto.
meses em dezembro; fonte: Bacen), 13,2% e 8,11 % Sala da Comissão, 6 de abril de 2001 . - Ruy
do PIB, respectivamente. Os números mais recentes Omar Prudêncio da Silva, Secretário.
vão na mesma direção. Nos doze meses encerrados
I - Relatório
em junho, o superávit primário atingiu quase 4% do
PIB, cerca de R$45 bilhões. Mas gastaram-se com ju- O presente projeto de lei acrescenta inciso ao
ros R$106,7 bilhões. Não surpreende, assim, que a art. 87 da Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997,
dívida pública já representasse então 51,3% do PIB. que "institui o Código de Trânsito Brasileiro", pelo qual
Em resumo, sugerimos ao ilustre relator que, inclui, na classificação dos sinais de trânsito, um novo
preliminarmente, solicite do poder executivo a estima- tipo de sinal que chamou de "duplo", ou seja, o sinal
tiva de recursos envolvidos. Em seguida, proponha à ao mesmo tempo luminoso e sonoro.
destinação social dos recursos. O programa de erra- Estabelece que nenhum semáforo de via urba-
dicação da pobreza, por exemplo, seria um ótimo des- na será entregue ou aberto ao trânsito se não for du-
tinatário. Acolhidas essas sugestões, votaríamos a fa- plo, luminoso e sonoro, indicativo de abertura de trân-
vor do presente projeto. Do contrário, mantidos os ter- sito para o pedestre.
41388 Sllxla-feira 31 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Agosto de 200 I
Dispõe que o sinal sonoro será de uso optativo n° 3.623/00, contra os votos dos Deputados Carlos
do usuário e inscrição optativa em Braile. Santana e Paulo Gouvêa, nos termos do parecer do
Fixa um prazo de 180 dias para a instalação relator, Deputado Chiquinho Feitosa.
desse tipo de sinal nos semáforos já existentes no Estiveram presentes os seguintes Deputados:
trânsito urbano. Philemon Rodrigues - Presidente, Robério Ara-
O autor da proposição justifica sua iniciativa pelo újo Ary Kara e Mauro Lopes - Vice-Presidentes, Basí-
dever de se facilitar o trânsito aos deficientes visuais. lio Villani, Chico da Princesa, Haroldo Bezerra, Már-
cio Matos, Mário Negromonte, Roberto Rocha, Ro-
11- Voto do Relator
meu Queiroz, Sérgio Reis, Aracely de Paula, IIdefon-
Em que pesem as melhores e corretas inten- ço Cordeiro, Neuton Lima, Paulo Gouvêa, Pedro Fer-
ções humanitárias do autor da proposição, bem como nandes, Raimundo Santos, Damião Feliciano, Marce-
os direitos dos deficientes físicos, ternos que avaliar lo Teixeira, Norberto Teixeira, Pedro Chaves, Carlos
essa sua proposição do ponto de vista prático. Santana, Manoel Vitório, Teima de Souza, Albérico
O projeto de lei estabelece a instalação de sina- Filho, Asdrúbal Bentes, Gonzaga Patriota, Wanderley
lização sonora em todos os sinais luminosos já exis- Martins, Aírton Cascavel e Lael Varella - titulares, e
tentes. Isso representará investimentos muito eleva- Candinho Mattos, Carlos Dunga, Vittório Medioli, ígor
dos, em cada cidade, sem que nem se conheça exa- Avelino, Marcos Lima, Pedro Celso, Hugo Biehl, Si-
tamente o percentual de deficientes visuais em sua mão Sessim e João Tota - suplentes.
população. Nesse caso, quantas pessoas, em cada Sala da Comissão, 22 de agosto de 2001 . - De-
cidade, se beneficiariam com tal medida? Não se putado Philemon Rodrigues, Presidente.
sabe. Por isso, qualquer medida de caráter geral nes-
se sentido, seria difícil de justificar. *PROJETO DE LEI N° 3.8H-A, DE 2000
Consideramos importante o sinal sonoro, da (Do Sr. Geraldo Magela)
mesma maneira corno seriam importantes calçadas Altera o parágrafo 3° do art. 18 da
com pisos diferenciados para a melhor orientação Lei n° 8.313, de 23 de dezembro de 1991,
dos deficientes visuais (em Tóquio, isso já existe em alterada pela Lei n° 9.874. de 23 de no-
algumas estações de metrô). Contudo, não se pensa vembro de 1999, que "restabelece princí-
em calçar todas as ruas para orientar os deficientes pios da Lei n° 7.505, de 2 de julho de
visuais, porque, afinal, eles não estão impedidos de 1986, institui o Programa Nacional de
querer tomar qualquer caminho ... E as ruas onde não Apoio à Cultura - PRONAC e dá outras
há semáforo, como irão os cegos atravessá-Ias? providências", concedendo incentivo a
Gostaríamos de ressaltar que consideramos im- projetos culturais relacionados à produ-
portantíssimos todos os semáforos sonoros já insta- ção de curtas, médias e documentários e
lados nos principais cruzamentos urbanos. Esse tipo às obras de preservação da memória au-
de instalação pode, aliás, ser feita, gradualmente, diovisual nacional; tendo parecer da Co-
conforme as necessidades. missão de Educação, Cultura e Desporto,
O autor considera corno inconveniente os defici- pela aprovação deste e do de n° 3.920/00.
entes deper Jerem de pessoas normais para atraves- apensado, com substitutivo (relatora:
sarem nossas ruas. A nosso ver, não faz mal a nin- Dep. Miriam Reid).
guém ajudar outra pessoa que tenha dificuldades de (Às Comissões de Educação, Cultura
locomoção, a atravessar urna rua, a subir urna escada, e Desporto; de Finanças e Tributação (art.
etc. São pequenos gestos de solidariedade que não 54); e de Constituição e Justiça e de Reda-
devemos descartar, e que contam para que as pesso- ção (art. 54) - Art. 24,11)
as não se afastem de qualquer contato humano. 'Projeto inicial publicado no OCO de 30-11-00
Pelo exposto, somos pela rejeição do PL n° - Projeto apensado' PL n° 3.920/00 (OCO de 10-3-01)
3.623/00. É o voto.
SUMÁRIO
Sala da Comissão, 28 de junho de 2001. - De-
putado Chiquinho Feitosa, Relator. Parecer de Comissão de Educação, Cultura e
Desporto
111 - Parecer da Comissão - termo de recebimento de emendas
A Comissão de Viação e Transportes, em reu- - parecer do relator
nião ordinária realizada hoje, rejeitou o Projeto de Lei - substitutivo oferecido pelo relator
Agosto de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta- tCira 31 41389
- termo de recebimento de emendas ao substi- também, conceder incentivo a projetos culturais rela-
tutivo cionados à preservação, restauração e revitalização
- parecer da Comissão de cidades e sítios históricos nacionais reconhecidos
- substitutivo adotado pela Comissão como Patrimônio Cultural da Humanidade pela
UNESCO.
COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, CULTURA E A autora da proposição salienta que o Brasil
DESPORTO possui 14 monumentos culturais e naturais conside-
TERMO DE RECEBIMENTO DE EMENDAS rados "Patrimônio da Humanidade" e que eles devem
ter um tratamento diferenciado de forma que a legisla-
PROJETO DE LEI N° 3.817/00 ção cultural lhes permita uma maior alocação de re-
(Apensado o PL nO 3.920/00) cursos financeiros e assistência técnica, para que
Nos termos do art. 191 caput, I e § 1° do Regi- possam se manter em toda a sua integridade.
mento Interno da Câmara dos Deputados, o Sr. Presi- Ambas proposições foram distribuídas para as
dente determinou a abertura - e divulgação na Comissões de Educação, Cultura e Desporto, de Fi-
Ordem do Dia das Comissões - de prazo para apre- nanças e Tributação e de Constituição e Justiça e de
sentação de emendas ao projeto, a partir de 6 de abril Redação. Nesta Comissão foi aberto o prazo para re-
de 2001, por cinco sessões. Esgotado o prazo, não fo- cebimento de emendas a partir de 6 de abril de 2001 .
ram recebidas emendas ao Projeto. Esgotado o prazo regimental, não foram ofereci-
Sala da Comissão, 17 de abril de 2001. - Carla das emendas aos Projetos. Cabe-nos, agora, por de-
Rodrigues de Medeiros, Secretária. signação da Presidência da CECD a elaboração do
respectivo parecer, onde nos manifestaremos acerca
I - Relatório do mérito cultural das proposições.
O presente projeto de autoria do ilustre Deputa- É o Relatório.
do Geraldo Magela pretende modificar a Lei n°
11- Voto da Relatora
9.874/99, que, por sua vez, havia modificado a lei fe-
deral de incentivo à cultura (Lei n° 8.313/91), median- As proposições acima relatadas têm como obje-
te a concessão de incentivo a projetos culturais relaci- tivo comum introduzir modificações ao § 3° do art. 18
onados à produção de curtas, médias e documentári- da Lei Federal de Incentivo à Cultura, mais conhecida
os e às obras de preservação da memória audiovisual como "Lei Rouanet", ampliando o leque de ações que
do País. possam merecer o mesmo percentual de incentivo
Na justificação, destaca o Autor: "Pretendemos estabelecido por esse dispositivo legal. Neste sentido,
ampliar o leque de ações que possam merecer o ambas as proposições permitem aos investidores em
mesmo percentual de incentivo estabelecido pelo art. projetos culturais a dedução de até 100% do imposto
18 da Lei n09.874/99. Consideramos que projetos cul- de renda, nas doações ou patrocínios, aos que incen-
turais relacionados à produção de curtas, médias e tivarem a realização de ações voltadas aos seguintes
documentários, bem como obras de restauração e segmentos culturais: cinema, com incentivo à produ-
preservação da memória audiovisual do país devam ção de curtas, médias e documentários, bem como
ter um tratamento diferenciado, de forma que possam obras de restauração e preservação da memória au-
contribuir para o desenvolvimento da indústria do ci- diovisual e ações de preservação, restauração e revi-
nema, ao mesmo tempo que possibilite o resgate da talização de cidades e sítios históricos nacionais con-
memória nacional, em um país que ainda não apren- siderados Patrimônio Cultural da Humanidade.
deu a valorizar a História como elemento de afirma- Do ponto de vista cultural, ambas proposições
ção da identidade nacional. O incentivo a projetos cul- são extremamente válidas e oportunas, pois objeti-
turais voltados à produção de curtas, médias e docu- vam a salvaguarda da memória nacional com incenti-
mentários constitui importante mecanismo para con- vo à ações de preservação, seja de obras cinemato-
solidação do cinema nacional, além de possibilitar o gráficas, seja de cidade e sítios históricos nacionais
surgimento de novos cineastas e o uso de linguagens reconhecidos internacionalmente. Por outro lado, a
cinematográficas de vanguarda, que ensejam a reno- primeira das proposições pretende, também, incenti-
vação da "sétima arte"". var o produto nacional, com o fomento à produção de
A esse projeto foi apensada uma outra proposi- curtas, médias e documentários e, com isso, fortale-
ção similar. Trata-se do PL n° 3.920, de 2000, de auto- cer o cinema nacional para que possa competir com a
ria da nobre Deputada Marisa Serrano, que pretende, produção cinematográfica mundial.
41390 Sexta-feira 31 DIÁRIO DA C/"MARA DOS DEPlJlADOS Agustu de 200 I
Vale ressaltar que ambos projetos de lei estão atenderão exclusivamente os seguintes se-
em consonância com a Constituição Federal que, no guimentos:
capítulo referente à Cultura, determina o dever do f) produção de curtas, médias e docu-
Estado no apoio e valorização às múltiplas manifesta- mentários;
ções culturais, bem como no estabelecimento de in- g) obras de restauração e preservação
centivos para a produção e o conhecimento de bens e da memória audiovisual;
valores culturais. h) preservação, restauração e revitali-
zação de cidades e sítios históricos nacio-
Ao propor incentivos às ações e projetos de
nais reconhecidos como Patrimônio Cultural
duas importantes áreas da cultural nacional - o cine-
da Humanidade pela UNESCO. (NR)".
ma e o patrimônio histórico - estaremos, como legis-
ladores, propiciando condições reais e efetivas para Art. 20 Esta lei entra em vigor na data de sua
que a atividade cultural em nosso País seja encarada publicação.
como algo importante no rol das políticas públicas go- Sala da Comissão, 22 de agosto de 2001. - De-
vernamentais. A aprovação de ambas proposições putada Miriam Reid, Relatora.
contribuem, com certeza, para o fortalecimento de ci- TERMO DE RECEBIMENTO DE EMENDAS
dadania e identidade cultural da nação brasileira.
Face ao exposto, emitimos parecer favorável PROJETO DE LEI W 3.817/00
(Apensado: PL na 3.920/00)
aos PL nOs 3.817, de 2000 e 3.920, de 2000, nos ter-
mos do substitutivo anexo. Nos termos do art. 119, caput, II e § la, do Regi-
Sala da Comissão, 22 de agosto de 2001 . - De- mento Interno da Câmara dos Deputados, o Sr. Presi-
putada Mirian Reid, Relatora. dente determinou a abertura - e divulgação na
Ordem do Dia das Comissões - de prazo para apre-
SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI sentação de emendas ao substitutivo, a partir de 18
N° 3.817, DE 2000 de maio de 2001, por cinco sessões. Esgotado o pra-
(Apenso PL NO 3.920, de 2000) zo, não foram recebidas emendas ao Substitutivo.
Altera o parágrafo 3° do art. 18 da Sala da Comissão, 25 de maio de 2001. - Carla
Lei n° 8.313, de 23 de dezembro de 1991, Rodrigues de Medeiros, Secretária.
alterada pela Lei nO 9.874, de 23 de no-
111 - Parecer da Comissão
vembro de 1999, que "restabelece princí-
pios da Lei n° 7.505, de 2 de julho de A Comissão de Educação, Cultura e Desporto,
1986, institui o Programa Nacional de em reunião ordinária realizada hoje, aprovou, unani-
Apoio à Cultura - PRONAC e dá outras memente, o Projeto de Lei na 3.817/2000, e o Projeto
providências, concedendo incentivo a de Lei nO 3.920/2000, apensado, com substitutivo, nos
projetos culturais relacionados à produ- termos do parecer da Relatora, Deputada Míriam Reid.
ção de curtas, médias e documentários, Estiveram presentes os Senhores Deputados
às obras de preservação da memória au- Walfrido Mares Guia, Presidente; Átila Lira, Vice-Pre-
diovisual nacional e revitalização de ci- sidente; Bonifácio de Andrada, Costa Ferreira, Eduar-
dades e sítios históricos nacionais reco- do Seabra, Esther Grossi, Flávio Arns, Gastão Vieira,
nhecidos como Patrimônio cultural da Ivan Valente, Jonival Lucas Júnior, Luís Barbosa, Mí-
Humanidade pela UNESCO. riam Reid, Nelo Rodolfo, Osvaldo Biolchi, Pastor
O Congresso Nacional decreta: Amarildo, Paulo Lima, Paulo José Gouvêa, Professor
Art. 1° O parágrafo 3° do art. 18 da lei na 8.313, Luizinho, Tânia Soares e Wolney Queiroz.
de 23 de dezembro de 1991, alterada pela Lei na Sala da Comissão, 22 de agosto de 2001. - De-
9.874, de 23 de novembro de 1999, passa a vigorar putado Walfrido Mares Guia, Presidente.
com a seguinte redação: SUBSTITUTIVO ADOTADO PELA COMISSÃO
"Art .
18 . PROJETO DE LEI N° 3.817, DE 2000
(apensado PL na 3.920/2000)
§ 30 As do ações e os patrocínios na Altera o parágrafo 3° do art. 18 da
produção cultural, a que se refere o § 1°, Lei n° 8.313, de 23 de dezembro de 1991,
Agosto de 2001 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-li.:ira 31 41391
Em face do exposto, opinamos pela Inadequa- são ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas, e dá ou-
ção Financeira e Orçamentária do Projeto de Decreto tras providências".
Legislativo n° 645, de 2000. Jorge khoury - Projeto de Lei n° 4.783/01 - da
Sala da Comissão, 23 de agosto de 2001. - De- Sra. Almerinda de Carvalho - que "dispõe sobre a
putado Eni Voltolini, Relator. isenção de Imposto de Importação e do Imposto so-
bre Produtos Industrializados de peças e aparelhos
111 - Parecer da Comissão de geração de energia solar".
A Comissão de Finanças e Tributação, em reu- Ricardo Berzoini - Projeto de Lei Complementar
nião ordinária realizada hoje, opinou, unanimemente, n° 175/00 - do Senado Federal - (PLS 42/00) - que
pela inadequação financeira e orçamentária do Proje- "autoriza o Poder Executivo a criar a Região Adminis-
to de Decreto Legislativo n° 645/00, nos termos do pa- trativa Integrada de Desenvolvimento, e instituir o Pro-
recer da relator, Deputado Eni Voltolini. grama Especial de Desenvolvimento, da Foz do Velho
Estiveram presentes os Senhores Deputados Chico".
Jorge Tadeu Mudalen, Presidente em exercício; José Sala da Comissão, 30 de agosto de 2001. - Ma-
Carlos Fonseca Jr. e José Pimentel, Vice-Presiden- ria Linda Magalhães, Secretária.
tes; Félix Mendonça, José Militão, Sampaio Dória,
Sebastião Madeira, Silvio Torres, Chico Sardelli, João COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO
Carlos Bacelar, Jorge Khoury, Pauderney Avelino, FINANCEIRA E CONTROLE
Armando Monteiro, João Eduardo Dado, Milton Monti, Designação
Pedro Novais, Carlito Merss, João Coser, Ricardo
Berzoini, Edinho Bez, Enivaldo Ribeiro, Fetter Júnior, João Grandão - Proposta de Fiscalização e
João Mendes, Pedro Eugênio, Eujácio Simões, Ro- Controle n° 53/01 - do Sr. Wellington Dias e Ricardo
berto Argenta, Luiz Carlos Hauly, Antonio Cambraia, Berzoini - que "propõem que a Comissão de Fiscali-
Walfrido Mares Guia, Juquinha, Nice Lobão, Osório zação Financeira e Controle, fiscalize o Programa de
Adriano e Emerson Kapaz. Seguro-Desemprego no Estado do Ceará devido de-
núncia de fraude ocorrida nas últimas eleições de
Sala da Comissão, 29 de agosto de 2001. - Depu-
2000, com o objetivo de compra de votos".
tado Jorge Tadeu Mudalen, Presidente em exercício.
Em 30 de agosto de 2001 . - Maria Helena Pi-
DESIGNAÇÕES nheiro Monteiro.
COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO
O Presidente dessa Comissão, Deputado E SERViÇO PÚBLICO
Michel Temer, fez a seguinte Designação de Relatoria Designação
nesta data:
Freire Júnior - Projeto de Lei n° 1.491-A/99 - Po-
Designação der Executivo (MSC 920/99) - que "dispõe sobre a or-
Em 30-8-01 ganização do Sistema Nacional de Correios, do seu
Félix Mendonça - Projeto de Lei Complementar órgão regulador, e dá outras providências".
n° 187/97 - do Sr. Mario Negromonte - que "cria o Sis- Em 30 de agosto de 2001. - Anamélia Ribeiro
tema Nacional de Prevenção, Fiscalização e Repres- Correia de Araújo, Secretária.
(Biênio 2001/2002)
PMOB Vice-Uderes:
Líder: GEDDEL VIEIRA LIMA Fernando Gonçalves (1 0 Vice) Josué Bengtson
Eduardo Seabra Antônio Jorge
Vice-Líderes: Félix Mendonça José Carlos Elias
Albérico Filho Mendes Ribeiro Filho
Antônio do Valle Milton Monti Bloco (PSB, pedoB)
Armando Monteiro Nelson Proença líder: INÁCIO ARRUDA
Confúcio Moura Norberto Teixeira Vice-Líderes:
Damião Feliciano Osmar Serraglio Eduardo Campos José Antonio Almeida
Edinho Bez Pedro Novais Sérgio Miranda Sérgio Novais
Eunlcio Oliveira Pinheiro Landim Vanessa Grazziotin Miriam Reid
Fernando Diniz João Henrique Givaldo Carimbão
Bloco (PL, PSL) PTN
Líder: VALDEMAR COSTA NETO
Repr.: JOSÉ DE ABREU
Vice-Líderes: PHS
Bispo Rodrigues Eujácio Simões
Lincoln Portela Magno Malta Repr.: ROBERTO ARGENTA
Ronaldo Vasconcellos
LIDERANÇA DO GOVERNO
PARÁGRAFO 4°, ART. 9° - REGIMENTO INTERNO: Líder: ARNALDO MADEIRA
Vice-Líderes:
PV Duilio Pisaneschi Luciano Pizzatto
Repr.: FERNANDO GABEIRA Darcfsio Perondi Rafael Guerra
Ricardo Barros
,- DEPUTADOS EM EXERCíCIO ---,
Roraima Ildefonço Cordeiro PFL
Airton Cascavel PPS João Tota oPPB
Alceste Almeida PMDB José Aleksandro PSL
Almir Sá PPB Márcio Bittar PPS
Francisco Rodrigues o.. PFL Marcos Afonso PT
Luciano Castro PFL Nilson Mourão PT
Luis Barbosa PFL Sérgio Barros ' PSDB
Robério Araújo PL Zila Bezerra o PTB
Salomão Cruz PPB Tocantins
Amapá Antônio Jorge oPTB
Antonio Feijão PSDB Darci Coelho PFL
Badu Picanço PSDB Freire Júnior PMDB
Dr. Benedito Dias PPB Igor Avelino PMDB
Eduardo Seabra PTB Kátia Abreu PFL
Evandro Milhomen PSB Osvaldo Reis PMDB
Fátlllld PeIdes PSDB Pastor Amarildo _PPB
Jurandil Juarez PMDB Paulo Mourão PSDB
Sérgio Barcellos PFL Maranhão
Paz:·á Albérico Filho PMDB
Anivaldo Vale PSDS Antonio Joaquim Araújo PPB
Asdrubal Bentes PMDB Cesar Bandeira PFL
Babá PT Costa Ferreira. '" '" "" .. PFL
Deusdeth Pantoja '" .PFL Eliseu Moura PPB
Elcione Sarbalho PMDB Francisco Coelho PFL
GeL'son Peres PPB GaSta0 Vieira PMDB
Giovanni Queiroz PDT João Castelo PSDB
Haroldo Bezerra PSDB José Antonio Almeida '" PSB
José Priante PMDB Mauro Fecury PFL
Josué Bengtson PTB Neiva Moreira PDT
Nicias Ribeiro PSDB Nice Lobão PFL
Paulo Rocha PT Paulo Mar inho PFL
Raimundo Santos PFL Pedro Fernandes PFL
Renildo Leal PTB Pedro Novais PMDB
Socorro Gomes '" PCdaB R~ll\.i. TLillLd o •••••••••••••• PL
Vic Pires Franco PFL Roberto Rocha. o PSDB
Zenaldo Coutinho PSDB Sebastião Madeira PSDB
Amazonas Ceará
Arthur Virgílio PSDB Adolfo Marinho PSOB
Átila Lins PFL Almeida de Jesus PL
Buler Ribeiro Pr:'L Aníbal Gomes PMDB
Francisco Garcia PFL Antonio Cambraia PSDB
Luiz Fernando PPB Arnon Bezerra PSDB
Pauderney Avelino PFL Chiquinho Peitosa PSOB
Si las Câmara PTB Eunício Oliveira PMDB
Vanessa Grazziotin PCdoS Inácio Arruda PCdoB
Rondônia José Linhares PPB
Agnaldo Muniz PPS José Pimentel PT
Confúcio Moura PMDB Léo Alcântara PSDB
Eurípedes Miranda PDT Manoel Salviano o PSDB
Expedito JÚ~ior PSDB Marcelo Teixeira PMDB
Marinha Raupp PMDB Moroni Torgan PFL
Nilton Capixaba PTB Nelson Otoch o PSDD
Oscar Andrade PL Pimentel Gomes PPS
Sérgio Carvalho o PSDB Pinheiro Landim PMDB
Acre Raimundo Gomes de Matos P8DB
Roberto Pessoa PFL
Rorrunel Feijó PSDB Pedro Corrêa PPB
Sérgio Novajs PSB Pedro Eugênio PPS
Vicente Arruda PSDB Ricardo Fiuza PPB
Piauí Salatiel Carvalho PMnB
Átila Lira PSDB Severino Cavalcanti PPB
B. Sá PSDB Wolney Queiroz PDT
Ciro Nogueira PFL Alagoas
Heráclito Fortes PFL Augusto Farias PPB
João Henrique PMDB Divaldo Suruagy PST
Marcelo Castro PMDB Givaldo Carimbão PSB
Mussa Demes PFL Helenildo Ribeiro PSDB
Paes Landim PFL João Caldas PL
Themístocles Sampaio '" .PMDB José Thomaz Nonô PFL
Wellington Dias PT Luiz Dantas PST
Rio Grande do Norte Olavo Calheiros PMDB
Ana Catarina PMDB Regis Cavalcante PPS
Carlos Alberto Rosado PFL Sergipe
Iberê Ferreira PTB Augusto Franco FSDB
Laire Rosado PMDB Cleonâncio Fonseca PPB
Lavoisier Ma.la PFL Ivan Paixão PPS
Múcio sá PTB Jorge Alberto PMDB
Ney Lopes PFL José Teles PSDB
Salomão Gurgel PDT Pedro Valadares PSB
Paraiba Sérgio Reis PTB
Adauto Pereira PFL Tânia Soares PCdoB
Armando Abil io PSDB Bahia
Avenzoar Arruda PT Ariston Andrade PFL
Carlos Dunga PTB Beni to Gama PMDB
Damião Feliciano PMDB Claudio Cajado PFL
Domiciano Cabral PSDB Coriolano Sales PMDB
Efraim Morais PFL Eujácio Simões PL
Enivaldo Ribeiro PPB Félix Mendonça PTB
Inaldo Leitão PSDB Francistônio pinto PFL
Marcondes Gadelha PFL Geddel Vieira Lima PMDB
Ricardo Rique PSDB Gerson Gabrielli PFL
Wilson Braga PFL Haroldo Lima PCdoS
Pernambuco Jaime Fernandes PFL
Armando Monteiro PMDB Jairo Carneiro PFL
Carlos Batata PSDB Jaques Wagner PT
Clementino Coelho PPS João Almeida P8DB
Dj a lma Paes PSB João Carlos Bacelar PFL
Eduardo Campos PSB João Leão FPB
Fernando Ferro PT Jonival Lucas Junior PMDB
Gonzaga Patriota PSB Jorge Khoury PFL
Inocêncio Oliveira PFL José Carlos Aleluia PFL
João Colaço PMDB José Lourenço PMDB
Joaquim Francisco PFL José Rocha PFL
Joel de Hollanda PFL Jutahy Junior PSDB
José Chaves PMDB Leur Lomanto , PMDB
José Mendonça Bezerra PFL Luiz Alberto PT
José Múcio Monteiro PFL Luiz Moreira PFL
Luciano Bivar PSL Mário Negromonte P3DB
Luiz Piauhylino PSDB Milton Barbosa PFL
Marcos de Jesus PL Nelson Pellegrino PT
Maurilio Ferreira Lima PMDB Nilo Coelho PSDB
Osvaldo Coelho PFL Paulo Braga PFL
Paulo Magalhães PFL Saulo Coelho o ••••••••••••PSDB
Pedro Iruj o P!:,'L Sérgio Miranda PCdoB
Reginaldo Germano PFL Silas Brasileiro PMDB
Roland Lavigne PMDB Tilden Santiago o PT
••••••••
PT PPB
Secretário: James Lewis Gorman Júnior João Herrmann Neto Airton Dipp
Local: Anexo 11, Térreo, Ala A, Sala 55 Neiva Moreira Fernando Coruja
Telefones: 318-6998 /6999 e 6970 Fax: 318-2145 Rubens Furlan Salomão Gurgel
PPB PFL
PPB
Bloco (PL, PSL)
Dilceu Sperafico Eliseu Moura
Eujácio Simões Almeida de Jesus (Licenciado) Salomão Cruz João Tola
Vadão Gomes 1 vaga
PPS
Agnaldo Muniz João Hermann Neto Bloco (PSB. PCdoB)
Agnelo Queiroz 2 vagas
PV Ezrdio Pinheiro
Proposição: PEC na 289/00 Autor: Poder Executivo Secretária: Maria Terezinha Donati
Local: Anexo 11, Pavimento Superior, sala 165-B
Presidente: Expedito Júnior (PSDB) Telefone: 318-8783 Fax: 318-2140
1° Vice-Presidente: Marinha Raupp (PMDB)
2° Vice-Presidente: Nilson Mourão (PT) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A
3° Vice-Presidente: Salomão Cruz (PPB) PROFERIR PARECER À PROPOSTA DE
Relator: Luciano Castro (PFL)
EMENDA À CONSTITUiÇÃO N° 30S-A, DE 1996,
Titulares Suplentes
QUE "DÁ NOVA REDAÇÃO AO PARÁGRAFO
20 DO ART. 17 DA CONSTITUiÇÃO FEDERAL"
Bloco (PSDB, PTB)
(ACUMULAÇÃO DE EMPREGO PÚBLICO)
Badu Picanço Antonio Feijão
Eduardo Seabra Candinho Mattos Proposição: PEC 308-Al96 Autor: Jandira Feghali
Expedito Júnior Itamar Serpa e Outros
Fátima Pelaes Josué Bengtson Presidente: Claudio Cajado (PFL)
Juquinha Nicias Ribeiro 1° Vice-Presidente: Luiz Dantas (PST)
Sérgio Barros Osmãnio Pereira 2° Vice-Presidente: Dr. Rosinha (PT)
Sérgio Carvalho Renildo Leal 3° Vice-Presidente Almir Sá (PPB)
Zila Bezerra Saulo Coelho Relator: José Teles (PSDB)
Titulares Suplentes
Bloco (PFL. P5T)
Bloco (PSOB, PTB)
Darci Coelho Aldir Cabral
Francisco Rodrigues Celcita Pinheiro Antônio Jorge Antonio Carlos Pannunzio
IIdefonço Cordeiro Francisco Garcia Dr. Helena Raimundo Gomes de Matos
Luciano Castro João Ribeiro (Licenciado) Eduardo Seabra Rommel Feijó
Luis Barbosa Pauderney Avelino Fátima Pelaes 5 vagas
Moroni Torgan Sérgio Barcellos José Teles
Ricardo Rique
PMDB 2 vagas
PHS POT
Djalma Paes 1 vaga José Roberto Batochio Fernando Coruja
Secretário (a): José Maria Aguiar de Castro
Local: Anexo 11 - Pavimento Superior - Sala 165-B Bloco (PSB, PCdoB)
Telefone: 318-8428/318-7052 Fax: 318-2140
José Antonio Almeida 1 vaga
COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A
PROFERIR PARECER À PROPOSTA DE Bloco (PL, PSL)
EMENDA À CONSTITUiÇÃO W 281-A, DE 2000, Marcos Cintra (PFL) Eujácio Simões
QUE "DÁ NOVA REDAÇÃO AO INCISO I
DO § 1° DO ART. 73 DA CONSTITUiÇÃO PPS
FEDERAL" (ALTERA CRITÉRIO DE Agnaldo Muniz Regis Cavalcante
NOMEAÇÃO DE MINISTRO DO TCU)
PHS
Proposição: PEC 281/00 Autor: Senado Federal
Ibrahim Abi-Ackel (PPB) 1 vaga
Presidente: Aédio Rosa (PMOB)
1° Vice-Presidente: Augusto Franco (PSDB) Secretário: Valdivino Tolentino Filho
2° Vice-Presidente: Waldir Pires (PT) Local: Anexo 11, Pavimento Superior, Sala 165-B
3° Vice-Presidente: Átila Uns (PFL) Telefone: 318-7063 Fax: 318-2140
Relator: Nelson Meurer (PPB)
Titulares Suplentes
COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A
PROFERIR PARECER À PROPOSTA DE
Bloco (PSOB, PTB) EMENDA CONSTITUCIONAL N° 618, DE 1998
Augusto Franco Adolfo Marinho QUE "ACRESCE INCISO AO ART. 20 DA
Bonifácio de Andrada Fernando Gonçalves CONSTITUiÇÃO FEDERAL" (INCLUI ENTRE OS
Inaldo Leitão Feu Rosa
João Castelo Jovair Arantes
BENS DA UNIÃO O PATRIMÔNIO GENÉTICO)
José Carlos Martinez Luiz Antonio Fleury Proposição: PEC 618/98 Autor: Poder Executivo
Lúcia Vânia Sampoio Oória Presidente: Gerson Gabrielli (PFL)
Maria Abadia (Licenciada) Sérgio Guerra
Roberto Jefferson 1 vaga 1° Vice-Presidente: Francistônio Pinto (PFl)
2° Vice-Presidente:
3° Vice-Presidente: Dilceu Sperafico (PPB)
Bloco (PMOB, PST, PTN)
Relator: Ricarte de Freitas (PSDB)
lédio Rosa Cezar Schirmer Titulares Suplentes
Mauro Benevides Laire Rosado
Osmar Serraglio 4 vagas
Pinheiro Landim Bloco (PSOB, PTB)
Renato Vianna
B.Sá Félix Mendonça
Ricardo Izar Fernando Gonçalves Feu Rosa
Odflio Balbinolti Léo Alcântara
PFL Max Mauro Rafael Guerra
Ricarte de Freitas Renildo Leal
Átila Lins Cleuber Carneiro Saulo Pedrosa 3 vagas
Chico Sardelli Kátia Abreu Sebastião Madeira
Jairo Carneiro Lael Varella Xico Graziano
Bloco (PMOB, PST, PTN) Titulares Suplentes
PFL
PT
Airton Cascavel (PPS) Expedito Júnior
Átila Lins Oscar Andrade Arlindo Chinaglia (Licenciado) Geraldo Magela
Luciano Castro Sérgio Barcellos Dr. Rosinha José Genolno
Pedro Celso Tânia Soares (PCdoB)
PT
PPB
Babá 2 vagas
Nilson Mourão Eurico Miranda Herculano Anghinetli
José Janene José Janene
PPB
Almir Sá João Tota
Luiz Fernando Salomão Cruz POT
Olimpio Pires João Sampaio
POT
Giovanni Queiroz Eurfpedes Miranda Bloco (PSB, pedoB)
PT PT
PPB PPB
POT PTB
José Roberto Batochio Fernando Coruja Max Mauro Chico da Princesa (PSDB)
1 vaga Walfrido Mares Guia
Bloco (PSB, PCdoB)
Pedro Valadares Djalma Paes
Bloco (PL, PST, PMN, PSO, PSL) POT
De Velasco Lincoln Portela
Alceu Collares Dr. Hélio
Secretária: Leila Machado
Local: Serviço de Comissões Especiais, Anexo li, Sala 129-B Bloco (PSB, PC do B)
Telefone: 318-8434
Djalma Paes Pedro Eugênio (PPS)
COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A
Bloco (PL, PST, PMN, PSO, PSL)
ANALISAR O PROJETO DE LEI
Marcos de Jesus Remi Trinta
COMPLEMENTAR N° 9, DE 1999, QUE "DISPÕE
SOBRE AS NORMAS GERAIS PARA A Secretária: Fátima Moreira
INSTITUiÇÃO DE REGIME DE PREVIDÊNCIA Local: Serviço de Comissões Especiais, Anexo 11, S/169-B
Telefone: 318-7060
COMPLEMENTAR PELA UNIÃO, PELOS
ESTADOS, PELO DISTRITO FEDERAL COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A
E PELOS MUNiCíPIOS" APRECIAR E DAR PARECER SOBRE TODOS
Proposição: PLP 9/99 Autor: Poder Executivo OS PROJETOS DE LEI EM TRÂMITE NESTA
CASA, ESPECIALMENTE OS CONTANTES NO
Presidente: Enivaldo Ribeiro (PPB)
1° Vice-Presidente: Pedro Canedo (PSDB) ANEXO ÚNICO DO ATO DE CRIAÇÃO,
2° Vice-Presidente: Osvaldo Biolchi (PMDB) RELATIVOS À REGULAMENTAÇÃO DO
3° Vice-Presidente: Dr. Rosinha (PT) SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL,
Relator: Robson Tuma (PFL)
Titulares
CONFORME PREVISTO NO
Suplentes
ARTIGO 192 DA CONSTITUiÇÃO FEDERAL
PFL
Presidente: Danilo de Castro (PSDB)
Gilberto Kassab Antônio Jorge (PTB) 1° Vice-Presidente: Rubem Medina (PFL)
Paulo Braga Jaime Martins 2° Vice-Presidente: Ricardo Berzoini (PT)
Paulo Marinho João Ribeiro 3° Vice-Presidente: Edmar Moreira (PPB)
Paulo Octávio Mauro Fecury Relator: Edinho Bez (PMDB)
Robson Tuma Raimundo Santos Titulares Suplentes
Ursicino Queiroz Vilmar Rocha
Wilson Braga 1 vaga
PFL
PMDB
Gustavo Fruet Albérico Filho Jorge Khoury Corauci Sobrinho
Milton Monti João Colaço Marcondes Gadelha Darci Coelho
Norberto Teixeira 4 vagas Mário Assad Júnior João Carlos Bacelar
Mussa Demes José Carlos Coutinho 3° Vice-Presidente: Vadão Gomes (PPB)
Pauderney Avelino Luciano Pizzatto Relator: Basilio Villani (PSDB)
Rubem Medina Paes Landim
Titulares Suplentes
1 vaga Robson Tuma
PT
PPB
4 vagas 4 vagas
1 vaga Antonio Joaquim Araújo
Dr. Benedito Dias 1 vaga
POT
PPB Miriam Reid Dr. Hélio
Ary Kara Arnaldo Faria de Sá
Augusto Farias Eurico Miranda Bloco (PSB, PCdoB)
Gerson Peres 1 vaga
Jandira Feghali Teima de Souza (PT)
PTB Bloco (PL, PSL)
Robério Araújo Philemon Rodrigues
Nelson Marquezelli Max Mauro
1 vaga Nilton Capixaba
PPS
POT
Enio Bacci Coriolano Sales (PMOB) Ivan Paixão Regis Cavalcante
Proposição: PEC 89/95 Autor: Nicias Ribeiro e Outros Regis Cavalcante (PPS) Airton Cascavel (PPS)
Presidente: Rafael Guerra (PSDB) Secretário: José Maria Aguiar de Castro
1° Vice-Presidente: Norberto Teixeira (PMDB) Local: Serviço de Comissões Especiais, Anexo 11, Sala 168-A
2° Vice-Presidente'. Telefone: 318-8428 Fax: 318-2140
3° Vice-Presidente: João Pizzolatti (PPB)
Relator: Zezé Perrella (PFL) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A
Titulares Suplentes PROFERIR À PROPOSTA DE EMENDA À
CONSTITUiÇÃO N° 98, DE 1999, QUE "ALTERA
PFL O ART. 30 PARA ACRESCENTAR INCISO
Aldir Cabral Francisco Rodrigues CONFERINDO COMPETÊNCIA AO MUNiCípIO
José Mendonça Bezerra Jaime Martins
Paulo Braga Kátia Abreu
PARA DETERMINAR ATRIBUiÇÕES
Roberto Pessoa Moreira Ferreira DE VICE-PREFEITO"
Sérgio Barcellos Paulo Marinho
Proposição: PEC 98/99 Autor: Fernando Zuppo
Vil mar Rocha Roland Lavigne (PMDB)
e Outros
Zezé Perrella 1 vaga
Presidente: Coriolano Sales (PMDB)
PMDB 1° Vice-Presidente: Alex Canziani (PSDB)
Ana Catarina Hermes Parcianello 2° Vice-Presidente:
Anfbal Gomes João Mendes 3° Vice-Presidente: Simão Sessim (PPB)
Igor Avelino 4 vagas Relator: Joaquim Francisco (PFL)
João Magalhães
José índio Titulares Suplentes
Norberto Teixeira Bloco (PSDB, PTB)
Alex Canziani Antonio Carlos Pannunzio
PSDB Augusto Franco Danilo de Castro
José Teles Iris Simões
Antonio Feijão Fátima Pelaes Raimundo Gomes de Matos José Carlos Elias
Nicias Ribeiro Maria Abadia Roberto Rocha Jutahy Junior
Nilo Coelho Max Rosenmann Sérgio Reis Narcio Rodrigues
Rafael Guerra Nilson Pinto (Licenciado) 2 vagas Saulo Pedrosa
Romeu Queiroz 2 vagas Silvio Torres
Zulaiê Cobra
Bloco (PMDB, PST, PTN)
Coriolano Sales Cezar Schirmer
PT Gustavo Fruet 5 vagas
Wellington Dias 4 vagas João Matos
3 vagas Nair Xavier Lobo
2 vagas
PFL
PPB Aracely de Paula Adauto Pereira
Euler Ribeiro Gilberto Kassab
Cunha Bueno Antonio Joaquim Araújo Francistônio Pinto Kátia Abreu
João Pizzolatti Hugo Biehl Joaquim Francisco Pedro Pedrossian
1 vaga Romel Anizio Paulo Braga Zila Bezerra
Vic Pires Franco 1 vaga
PTB PT
Avenzoar Arruda 4 vagas
Max Mauro Renildo Leal Márcio Matos (S. Par!.)
1 vaga 1 vaga 2 vagas
PPB
PDT Antonio Joaquim Araújo 3 vagas
Simão Sessim
Eber Silva Pompeo de Maltos
Telmo Kirst
POT 1 vaga
Fernando Zuppo Eber Silva
PT
Bloco (P5B, pedoB)
Ivan Valente Dr. Rosinha
Haroldo Lima 1 vaga Luciana Zica Henrique Fontana
Marcos Afonso Jaques Wagner
Bloco (PL, P5L)
PPB
Almeida de Jesus (Licenciado) Marcos Cintra (PFL)
Arnaldo Faria de Sá Celso Russomanno
Dr. Benedito Dias 2 vagas
PP5 Eni Voltolini
Rubens Furlan Agnaldo Muniz
Bloco (PSB, PCdoB)
PV Alexandre Cardoso Paulo Baltazar
Sérgio Novais 1 vaga Sérgio Novais 1 vaga
Bloco (PL, PST, PMN, PSD, PSL) Augusto Faras José Linhares
João Leão Márcio Reinaldo Moreira
Bispo Wanderval Paulo José Gouvêa Pedro Corrêa Mário Negromonte (PSDB)
Bloco (PSB, PCdoB) PDT
PMOB
PPB
Antônio do Valle Barbosa Neto
Gerson Peres Dr. Benedito Dias Domiciano Cabral Cezar Schirmer
Ibrahim Abi-Ackel Roberto Balestra João Henrique Darcfsio Perondi
Luiz Fernando Vadão Gomes José Borba Lamartine Poselia
Osmar Serraglio Múcio Sá
Pedro Chaves Ricardo Izar
PTB
PSOB
1 vaga Josué Bengtson
Alberto Goldman Alex Canziani
Chico da Princesa Feu Rosa
POT Mário Negromonte Mareio Fortes
José Roberto Batochio Fernando Coruja Paulo Feijó Marcus Vicente
Romeu Queiroz Nelson Marchezan
Sflvio Torres 1 vaga
Bloco (PSB, PCdoB)
PT
Sérgio Novais José Antonio Almeida Carlos Santana João Coser
Pedro Celso Luiz Sérgio
Teima de Souza 2 vagas
Bloco (PL, PST, PMN, PSO, PSL) WeJlington Dias
PMOB PFl
Darci Coelho José Carlos Coutinho
Armando Monteiro Armando Abflio Jaime Martins Luiz Durão
Darcfsio Perondi Confúcio Moura José Carlos Aleluia Nice Lobão
Jorge Alberto Salatiel Carvalho José Thomaz Nonê Paulo Braga
Nelson Proença 3 vagas Kátia Abreu Robson Tuma
Osmânio Pereira (PSDB) Luciano Castro Wilson Braga
Osmar Serraglio Paes Landim 1 vaga
PSOB
PMOB
Alexandre Santos André Benassi
Carlos Mosconi B. Sá Cezar Schirmer Freire Júnior
Inaldo Leitão Fátima Pelaes Gastão Vieira Marçal Filho
Luiz Carlos Hauly Mário Negromonte Hélio Costa Osvaldo Biolchi
Nelson Otoch Ronaldo Cezar Coelho Jorge Alberto Osvaldo Reis
Veda Crusius 1 vaga Jorge Wilson Philemon Rodrigues (PL)
PT Ricardo Izar 1 vaga
Arlindo Chinaglia (Licenciado) Dr. Rosinha
José Pimentel Henrique Fontana
2 vagas Professor Luizinho PSOB
1 vaga
PPB Antonio Carlos Pannunzio Alexandre Santos
Herculano Anghinetti Edmar Moreira Helenildo Ribeiro Dr. Heleno
Nelson Meurer Jair Bolsonaro Léo Alcântara Jutahy Júnior
Pedro Corrêa Ricardo Barros Raimundo Gomes de Matos Lino Rossi
Saulo Pedrosa Marcus Vicente
Vicente Arruda Nicias Ribeiro
PTB
Fernando Gonçalves Antônio Jorge
José Carlos Elias Nelson Marquezelli PT
PSOB
PlB
Elias Murad Feu Rosa
Walfrido Mares Guia Luiz Antonio Fleury Lino Rossi Mário Negromonte
1 vaga Silas Câmara Rafael Guerra Osmânio Pereira
Roberto Rocha Paulo Kobayashi
Silvio Torres Sérgio Barros
POl Zulaiê Cobra 1 vaga
Bloco (PL, PST, PMN, PSO, PSL) Luiz Eduardo Greenhalgh José Pimentel
Marcos Afonso Nelson Pellegrino
Almeida de Jesus (Licenciado) Paulo José Gouvêa Marcos Rolim Wellington Dias
Orlando Fantazzini 1 vaga
PMOB
PPB
Benito Gama Hermes Parcianello
Almir Sá João Tota
Jorge Alberto Jorge Tadeu Mudalen
Iberê Ferreira 2 vagas
José Chaves Marinha Raupp
Yvonilton Gonçalves (PFL)
Leur Lomanto Mendes Ribeiro Filho
Milton Monti Salatiel Carvalho
PTB Pinheiro Landim 1 vaga
Murilo Domingos Nelson Marquezelli
PT
POT Maria do Carmo Lara Henrique Fontana
Nilmário Miranda Iara Benardi
Neiva Moreira Serafim Venzon Professor Luizinho João Magno
PPB
POT
CLmha Bueno Augusto Nardes
Herculano Anghineltí Pedro Corrêa Miro Teixeira Neiva Moreira
Iberê Ferreira Simão Sessim
Bloco (PSB, PCdoB)
Bloco (PSB, PCdoB) Pedro Valadares Agnelo Queiroz
Jandira Feghali Eduardo Campos
Pedro Valadares Gonzaga Patriota Bloco (PL, PSL)
De Velasco Cabo Júlio
Bloco (POT, PPS)
Secretário: Mário Dráusio Coutinho
Airton Dipp Airton Cascavel Local: Anexo 11, Pavimento Superior, Sala 165-B
João Herrmann Neto Dr. Hélio
Telefone: 318-7058 Fax: 318-2140
COMISSÃO EXTERNA DESTINADA A Proposição: Autor: Gilmar Machado
"ESCLARECER EM QUE CIRCUNSTÂNCIA Presidente: Pinheiro Landim (PMDB)
OCORREU A MORTE DO EX-PRESIDENTE 1° Vice-Presidente: Lino Rossi (PSDB)
2° Vice-Presidente: Gilmar Machado (PT)
JUSCELINO KUBITSCHEK, EM 22 DE AGOSTO
Relator: Reginaldo Germano (PFL)
DE 1976, EM ACIDENTE RODOVIÁRIO Titulares Suplentes
OCORRIDO NA RODOVIA PRESIDENTE
DUTRA, KM 165, NO MUNiCípIO DE RESENDE" Bloco (PSDB, PTB)
PFL
PDT
Cleuber Carneiro Aracely de Paula
Dr. Hélio José Roberto Batochio
Paulo Octávio Jaime Martins
PPB
PV
Edmar Moreira Herculano Anghinetti
Fernando Gabeira Luiz Alberto (PT)
PDT
Olimpio Pires Wanderley Martins Secretária: Ana Lllcia Ribeiro Marques
Local: Anexo 11, Pavimento Superior, Sala 165-6
Bloco (PSB, PCdoB) Telefone: 318-8782 Fax: 318-2140
Agnelo Queiroz 1 vaga
PPS
COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A
Regis Cavalcante Ayrton Xerêz (Licenciado) APRECIAR O PROJETO DE LEI N° 4.842, DE
Secretário(a): Marcos Figueira de Almeida 1998, QUE "DISPÕE SOBRE O ACESSO A
Local: Anexo 11, Pavimento Superior, Sala 165-B RECURSOS GENÉTICOS E SEUS PRODUTOS
Telefone: 318-8430 Fax: 318·2140 DERIVADOS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS" E
COMISSÃO EXTERNA DESTINADA A AOS PROJETOS DE LEI N°S 4579, DE 1998,
"ACOMPANHAR A REALIZAÇÃO DAS OITO 4751, DE 1998 E 1953, DE 1999, APESANDOS.
AUDIÊNCIAS PREPARATÓRIAS DA Proposição: PL n° 4.842/98 Autor: SENADO FEDERAL
I CONFERÊNCIA MUNDIAL DE COMBATE AO Presidente: Zezé Perrella (PFL)
RACISMO, XENOFOBIA E INTOLERÂNCIAS 1° Vice-Presidente: Pedro Novais (PMDB)
CORRELATAS, A REALIZAR-SE EM 2° Vice-Presidente:
3° Vice-Presidente: Romel Anizio (PPB)
AGOSTO DE 2001, NA ÁFRICA DO SUL" Relator: Ricarte de Freitas (PSDB)
Titulares Suplentes PV
Fernando Gabeira Marcos Rolim
Bloco (PSOB, PTB) Secretário(a): Cily Montenegro
Local: Anexo 11, Pavimento Superior, Sala 165-B
B. Sá Fátima Pelaes
Telefone: 318-7056
Carlos Batata Fernando Gonçalves
Iris Simões Lidia Quinan
Renildo Leal Max Mauro
COMISSÃO GRUPO DE TRABALHO
Ricarte de Freitas Sérgio Carvalho
Saulo Pedrosa 3 vaga(s)
GRUPO DE TRABALHO DESTINADO A
Sebastião Madeira EFETUAR A CONSOLIDAÇÃO DA LEGISLAÇÃO
Xico Graziano COM VISTAS A IDENTIFICAR E REDUZIR,
SE FOR O CASO, O NÚMERO DE LEIS
Bloco (PMOB,PST,PTN) EM VIGOR, EM FACE DE SUA
MULTIPLICIDADE E REPETiÇÃO
Freire Júnior 7 vaga(s)
Moacir Micheletto Proposição: Autor: Presidente
Pedro Novais Coordenador: Bonifácio de Andrada (PSDB)
Silas Brasileiro
Willon Santos PFL
2 vagas
Jairo Carneiro
Ney Lopes
Paes Landim
PFL Ricardo Fiuza
Vilmar Rocha
Euler Ribeiro Eliseu Resende
José Thomaz Nonõ João Carlos Bacelar PMOB
Luciano Pizzatto José Carlos Fonseca Jr.
Neuton Lima José Múcio Monteiro Henrique Eduardo Alves (Licenciado)
Ney Lopes Roberto Argenta (PHS)
Zéze Perrella Sérgio Barcellos
1 vaga Wilson Braga PSOB
PT Bonifácio de Andrada
Zenaldo Coutinho
João Grandão Marcos Afonso
3 vagas Padre Roque
Teima de Souza PT
1 vaga
1 vaga
PPB
PPB
Dilceu Sperafico Nelson Meurer
Roberto Balestra Salomão Cruz Ibrahim Abi-Ackel
Romel Anizio 1 vaga
PREÇO DE ASSINATURA
ANUAL
Assinatura OCD ou DSF s/o porte Ri 62~OO
Porte de Correio RI 193,20
Assinatura OCO ou OSF c/o porte (cada) RS 255.20
V bior do número avulso RS 0.30
Porte avulso RS 0.80
be"OlOOO~
patlo • et190Z
Os pedidos ckverlo ser acompanhadO$ de Ne»'a .,e Empenbo. OnIcm de PagaRlcnlo pelo B•• N cio are.i"
Aeheill )601.-1. coata n· 110-.s. 016 ncibo de depósito vi. f~X (01161) U'-StSO•• flvor da FUNSEI:,.
indic:ando. assinatura fWetendida. confocmc tabela de cMigos tdonlificadorc~abaixo di5'riminados:
Obs.: Nilo smt rcçcl1ido ~hcqlK via caIU para ch:rivar • .uirl4fWU do. DCN
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ISBN: 85-7;]65-169-5
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ISBN: 85·7365-159-8
R$ 2,20
R$ 4,40
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FEDE l
SECRETARIA
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. E PUBIJCAÇOES