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8 15 Maio 2009

PORTUGAL
PS não quer ministra no Parlamento Nova linha de crédito “Governo não faz pressões”
O primeiro-ministro anunciou a
A maioria socialista chumbou um requerimento do Bloco de criação da linha de crédito PME O primeiro-ministro garantiu que “o Governo não fez, não faz, nem
Esquerda para que a ministra da Educação explicasse no Invest 4, num valor global de nunca fará nenhuma pressão sobre nenhum magistrado a
Parlamento “uma série de situações de instrumentalização e 400 milhões de euros, com 200 propósito deste ou de outro processo judicial”. Foi a resposta ao
intimidação das escolas” por parte da tutela. No requerimento milhões destinados a apoiar as líder do BE, Francisco Louçã, que o questionou sobre as pressões
entregue na Assembleia da República a 08 de Maio, o partido exportações e outros 200 para no caso Freeport, durante o debate na AR. “O Governo não
pretendia que Maria de Lurdes Rodrigues esclarecesse a recolha pequenas e micro empresas. comenta as questões disciplinares que ao MP dizem respeito”,
de imagens para um tempo de antena do PS numa escola de Sócrates anunciou este reforço sublinhou Sócrates. “Quanto ao membro do Eurojust (Lopes da
Castelo de Vide, considerando “inaceitável” que o ministério não da linha de crédito no debate Mota), a decisão foi de abrir um inquérito e só no final se saberá
tenha ainda esclarecido a situação. quinzenal na AR. quem teve ou não responsabilidades pessoais”.

PROCESSO DO ATERRO DA COVA DA BEIRA CASO FREEPORT


PSD quer saber se Governo mantém
Sócrates vai testemunhar
O rol de testemunhas entregue em tibunal pela Manuel Santos Silva, amigo pessoal do primeiro-
confiança no presidente da Eurojust
O PSD quer saber se o Governo mantém a confiança no
arquitecta Ana Simões, co-arguida no processo do ministro e actual administrador do Grupo Lena. presidente da Eurojust, Lopes da Mota, depois de o procurador-
aterro da Cova da Beira, é encabeçado por José Jorge Pombo chegou a ser arguido e a sua residência geral da República ter decidido abrir-lhe um processo disciplinar por
Sócrates e João Cristóvão, um antigo dirigente do PS foi alvo de buscas, mas o procurador da República causa de alegadas pressões no caso Freeport.
da Covilhã. A indicação destas duas testemunhas responsável pelo inquérito, Sérgio Pena, entendeu “Os portugueses devem saber se o Governo mantém a confiança
assume uma importância particular, na medida em que arquivar os autos no que lhe dizia respeito , em 2007, em Lopes da Mota, que preside a um organismo internacional que
os seus nomes estão desde o início ligados ao caso e são por considerar não ter sido reunida prova bastante para faz a articulação entre entidades judiciárias” dos países europeus,
susceptíveis de possuir informação relevante para a o acusar. Já no que respeita a Sócrates e a Cristóvão o afirmou o deputado Aguiar Branco aos jornalistas, no Parlamento.
descoberta da verdade. procurador Helder Cordeiro rejeitou em 2003 o pedido A Eurojust é uma instituição da União Europeia criada em 2002
Sócrates era secretário de Estado do Ambiente e foi, da PJ para que fossem realizadas buscas nas suas casas para aumentar a eficácia das autoridades competentes nos
em 1996 o principal responsável político pelo e a parte dos autos que se lhes referia foi também Estados-membros na investigação e acção judicial nos casos mais
lançamento do projecto do aterro. Cristóvão era arquivada em 2007. sérios de crime organizado onde estejam envolvidos dois ou mais
assessor de Jorge Pombo, presidente da Câmara da Ana Simões, António José Morais (o professor de países.
Covilhã e da Associação de Municípios da Cova da Sócrates na Univeridade Independente) e Horácio de Segundo o deputado, o ministério da Justiça não se pode
Beira, dona da obra, havendo indícios nos autos de que Luis Carvalho vão ser julgados a partir de Outubro descartar das suas responsabilidades porque foi o responsável
teve contactos com Sócrates a propósito deste projecto. pelos crimes de corrupção e branqueamento de capitais pela nomeação do procurador-geral adjunto Lopes da Mota, sobre
Os dois nomes, juntamente com o de Pombo, relacionados com a adjudicação da obra ao grupo HLC. quem agora “recaem suspeitas que envolvem benefícios para o
aparecem nas cartas anónimas e nas inquirições Ana Simões, que sustenta ter sido usada por Morais, primeio-ministro” no âmbito do caso Freeport.
informais que levaram à abertura do inquérito judicial, que era então seu marido e foi quem conduziu todo o “A Eurojust faz a articulação entre autoridades judiciárias
em 1999, como tendo recebido luvas para que a obra processo, entendeu que Sócrates e Cristóvão tinham de europeias e neste caso concreto (Freeport) entre autoridades
fosse adjudicada ao grupo liderado pelas empresas ser chamados a depor. Falta agora saber se José portuguesas e inglesas, pelo que o Governo não pode lavar as
HLC e Conegil – controladas pelos empresários Sócrates se servirá das suas prerrogativas de mãos desta situação”, sublinhou o deputado do PSD.
covilhanenses Horácio Luis de Carvalho e Carlos conselheiro de Estado para se recusara a testemunhar. Segundo Aguiar Branco, não se trata de condenar ninguém à
partida, mas sim de o ministério da Justiça assumir
responsabilidades por uma nomeação para a liderança de um

Partidos alteram lei do financiamento organismo europeu.


Após uma reunião de várias horas do Conselho Superior do
Ministério Público (CSMP), em Lisboa, o procurador-geral da
Segundo o novo texto, o eventual “lucro” de uma Confrontados com as críticas, os partidos decidiram República (PGR) determinou terça-feira a abertura de um processo
campanha só pode ser usado numa campanha eleitoral aproveitar a aprovação do texto final, que normalmente disciplinar a Lopes da Mota sobre as alegadas pressões feitas aos
posterior. No caso das candidaturas independentes, o só é usado para correcções de português, para fazer dois procuradores responsáveis pelo “caso Freeport”.
dinheiro reverte para os cofres do Estado. alterações de substância. O processo relativo ao centro comercial Freeport de Alcochete
Os partidos com assento na Assembleia da República Deste modo, o artigo foi clarificado de modo a que os prende-se com alegadas suspeitas de corrupção e tráfico de
alteraram um polémico artigo da Lei do Financiamento partidos não possam usar indiscriminadamente o influências no licenciamento daquele espaço, em 2002, quando o
dos Partidos e das Campanhas Eleitorais que, na prática, dinheiro que sobre de uma campanha eleitoral. Segundo actual primeiro-ministro, José Sócrates, era ministro do Ambiente.
permitia que as campanhas passassem a dar lucro. o novo texto, o eventual “lucro” de uma campanha só Neste momento, o processo tem dois arguidos: Charles Smith e
Os partidos só deram pelo “erro” depois da lei ser pode ser usado numa campanha eleitoral posterior. o seu antigo sócio na empresa de consultoria Manuel Pedro, que
aprovada em plenário, como o Expresso noticiou no No caso das candidaturas independentes, o dinheiro serviram de intermediários no negócio do espaço comercial.
sábado. reverte para os cofres do Estado.
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