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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

ESCOLA NORMAL SUPERIOR


LINCENCIATURA EM PEDAGOGIA

POLÍTICAS PÚBLICAS

MANAUS/AM
2008
UNIVERSIDADE DO AMAZONAS
ESCOLA NORMAL SUPERIOR
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

POLÍTICAS PÚBLICAS

Trabalho solicitado pela profª. Heloísa Borges,


para obtenção de notas na disciplina de políticas
públicas.

MANAUS/AM
2008.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

JOYCE ROCHA DE LIMA

ASSUNTO: Reforma do ensino de 1° e 2° graus.

1. Leitura do texto do autor José Willington Germano, para posterior resolução das
questões abaixo:
a. Descreva o contexto político da época do golpe militar.

Está e a fase áurea da repressão, é o momento em que obtém o maior grau de


consenso e de legitimação social, não somente porque amplos setores da sociedade
repudiavam as ações armadas, assaltos a bancos, seqüestros e atentados
compreendidos pela esquerda, mas, também pelo êxito da política econômica posta
em prática pelo Governo.
O anteprojeto de lei elaborado por intelectuais, reforçava a proposta oficial, no
tocante a profissionalização do ensino de segundo grau, foi recebido com
entusiasmo não somente pelos parlamentares da arena mas como do próprio MDB,
enfim pelo Congresso Nacional.
Com efeito, a nova lei preservou o espaço do ensino religioso e conservou,
igualmente, ampliando inclusive o principio privatista ao admitir em consonância
com a Emenda Constitucional n° 01 de 1969 assinada pela Junta Militar, amparo
técnico e financeiro a iniciativa privada.
Na época, boa parte da liderança estudantil, dos intelectuais de esquerda, e em
escala bem menor, das lideranças operarias e camponesas havia se engajado,
notadamente no período 1969-1971, na luta armada contra a ditadura e em favor
de uma revolução entendida como libertação nacional, popular e democrática ou
mesmo socialista dependo da organização política em que se militava.
Em 1971, brutal repressão do Estado exterminara os grupos querrilheiros. No ano
anterior, o Brasil havia conquistado, pela terceira vez, o campeonato mundial de
futebol. O governo Médici, desenvolveu projetos arrojados, como a construção da
Transamazônica e da ponte Rio - Niterói.
Na área educacional, o “transformismo” volta á tona sob a forma de adesão e
mesmo de certa mobilização dos educadores em favor do projeto educacional do
Regime.

b. Qual a relação dos militares com a política econômica norte americana?

Todas as organizações de esquerda acreditavam que o golpe de 69 tinha sido obra


dos setores mais atrasados das classes dominantes e dos militares, ou seja, dos
latifundiários e do imperialismo norte-americano, quando, na realidade, foi uma
manobra dos setores mais avançados da burguesia brasileira, que contou como
apoio e a aliança dos latifundiários, das multinacionais, do governo dos EUA e dos
militares, responsáveis pela intervenção executiva.
c. A reforma do ensino de 1° grau modifica a situação da educação brasileira? Em
que sentido?

A Lei 5.692/71 apresenta dois pontos fundamentais: a extensão da escolaridade


obrigatória, compreendendo agora todo o denominado ensino de 1° grau, junção
do primário como ginásio e a generalização do ensino profissionalizante no nível
médio ou 2° grau. No Brasil, uma parte substancial da população, pertence
inequivocadamente as classes subalternas, sequer têm acesso à escola.
A ampliação da escolaridade obrigatório-determinada pela Constituição de 1967,
estabelecida em lei especifica e incluída nos planos educacionais - consiste numa
estratégia de hegemonia. Trata-se de endossada em1968 pelo Fórum “Educação
que nos convém”, bem como o relatório do grupo de trabalho da reforma
Universitária, é que o Estado toma a iniciativa, se antecipa as reivindicações
sociais, num contexto de expansão econômica e de forte concentração de renda,
demonstra a intenção de proporcionar “igualdade de oportunidades”. A ampliação
de ofertas de vagas nas escolas públicas, portanto, se revestiu de um caráter
meramente quantitativo, através da diminuição da jornada escolar e do aumento de
turnos que comprometeram a qualidade do ensino, além disso, os gastos do Estado
com a educação foram insuficientes e declinaram dez pontos percentuais entre
1981-1985.
Muito embora contingentes significativos das camadas populares tenham tido
acesso à escola, na verdade foi proporcionada a esses contingentes uma educação
de segunda categoria, de baixa qualidade. Tanto é assim que as taxas de evasão e
repetência mantiveram-se em níveis elevados.

d. Explique a reforma do ensino de 2° grau e a sua ligação com o mundo do


trabalho.

Trata-se de inverter a relação existente no capitalismo, onde o sujeito se transforma


em objeto. Marx demonstra que a partir da submissão formal do trabalho ao
capital, à medida que o trabalhador é separado dos meios de produção, tem início
um marcha inexorável de desqualificação da força de trabalho - que perde a sua
capacidade de intervenção subjetiva com erradicação dos oficio - que se completa
com a subsunção real dos trabalhos ao capital, ou seja, com o uso capitalista das
máquinas.
A questão da desqualificação da força de trabalho - tem sido atualizada, no tocante
ao capitalismo contemporâneo. A respeito da automatização e da informática,
contrariamente as profecias, não liberam os trabalhadores das tarefas fatigadoras e
repetitivas ao contrário: a automatização desqualifica o trabalho.

d. Porque Germano considera que o ensino profissionalizante foi um fracasso?

Por vários motivos:

a) A questão de limite de recursos. Além de cara, o Estado – negando a “teoria do


capital humano” – não investiu de forma suficiente na expansão e equipamento
da rede escolar.
b) O Brasil tomou uma decisão caduca para, ao adotar a profissionalização
universal e compulsória, na medida em que tomou uma direção contrária das
tendências que ocorriam, desde a década de 70, nos próprios países de
economia capitalista, com relação à qualificação da força do trabalho.
c) A discrepância prática e a crônica desatualização do sistema educacional com
relação ao sistema ocupacional. Daí a resistência por parte das empresas,
notadamente do grande capital, em absorver esse contingente de egressos das
escolas profissionalizantes.
d) A demanda para a universidade não foi destacada de acordo com as
expectativas governamentais. Desse modo, as diferentes classes sociais
ofereceram resistência “passiva” à profissionalização compulsória.
e) A profissionalização não implantada efetivamente na maioria das escolas da
rede publica – notadamente as estaduais e municipais – por falta de recursos,
tem sido pura e simplesmente descartada pela rede privada, devido a seu
elevado custo.
f) Em 1982, pela Lei n° 7.044, foi revogada obrigatoriedade da profissionalização
no ensino de 2° grau. A profissionalização nunca foi implantada de acordo com
a Lei 5.692/71 e as habilitações do parecer 45/72.
Tal política impôs, outrossim, uma sobrecarga às escolas técnicas
federais,acarretou uma degradação sem precedentes na escola pública de nível
médio em geral e fortaleceu a rede privada de ensino.
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

GERMANO, José Willington. 2° Edição. São Paulo. Cortez, 1994.

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