Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
pt
9000-420 – Funchal
Telef (+351291)214970
alberto.vieira@madeira-edu.pt
Fax (+351291)223002 http://www.madeira-edu.pt/ceha/
Pirataria e Corso,
VIEIRA, Alberto (1996), Pirataria e Corso, Funchal, CEHA-Biblioteca Digital, disponível em:
http://www.madeira-edu.pt/Portals/31/CEHA/bdigital/avieira/corso.pdf, data da visita: / /
RECOMENDAÇÕES
O utilizador pode usar os livros digitais aqui apresentados como fonte das suas próprias obras,
usando a norma de referência acima apresentada, assumindo as responsabilidades inerentes ao
rigoroso respeito pelas normas do Direito de Autor. O utilizador obriga-se, ainda, a cumprir
escrupulosamente a legislação aplicável, nomeadamente, em matéria de criminalidade informática,
de direitos de propriedade intelectual e de direitos de propriedade industrial, sendo exclusivamente
responsável pela infracção aos comandos aplicáveis.
PIRATARIA E CORSO
2.1. - MADEIRA
A Madeira, situada a meio caminho entre o colonialista e
a colónia americana, africana, asiática, encontra-se num eixo
importante de apoio logístico das rotas coloniais. Primeiro
com a dinâmica colonial principiante, depois com o período de
apogeu, abrangendo assim um vasto período de 1450 a 1850. Em
razäo desse polo de atracçäo das rotas, aí se praticaram ao
longo dos século XV/XVII constant4es acçöes de pirataria e
corso contra as embarcaçöes das rotas ou contra as terras
insulanas, como realmente sucedeu na Madeira em 1566 com os
franceses e por diversas vezes no Porto Santo e Santa Maria
com os piratas argelinos. Para aí convergiam os piratas e
corsários à procura das naus das rotas das Indias, que aí
faziam escala na ida e por vezes no regresso, servindo-se na
conhecida rota dos alíseos no NE10.
Esta dinâmica manteve-se e mais se acentuou nos séculos
XVIII/XIX em face do forte impulso dado ao comércio do vinho
da Madeira, o vinho do colonialista europeu nas Indias
Ocidentais e Orientais, isto de tal forma que em 1778 o consul
francês acentuava a importância desta área de passagem
atlântica: "Les environs de cette isle (Madeira) jusqu'aux
Canaries étant un passage continuel pour tous les navires qui
16Idem, nº 1125.
17Idem, nº 3699.
18Idem, nº 1484.
19Idem, nº 1620.
20Idem, nº 1752.
investidas se intensificaram nestas paragens nos momentos mais
críticos das guerras europeias de 1740/8, 1799/1814. O que o
conseguiram por meio da manutençäo de esquadras permanentes de
corsários e navios de guerra, com base na Madeira. Destes
temos em 178021 a acçäo da esquadra britânica sob o comando de Johnston
que andava cruzando a costa da Madeira, enquanto em 181422 se dá conta da
saída de um navio inglês - Garland - a proteger o comboio de navios
ingleses e portugueses.
Por esta forma era especialmente na área da Madeira que
os ingleses faziam incidir as suas acçöes de corso contra os
espanhóis, franceses e até mesmo contra os portugueses. A
primeira referência a essa é-nos fornecida em 170023, em que se
alude que a 17 de Novembro chegara à ilha 5 navios comboiados por 2 navios
de guerra, rumo à costa da Guiné, os quais conduziam um navio francês
carregado de "assucares pretos" que venderam aí a bordo.
Entre 1740/8 em face da guerra da Sucessäo da Austria,
aumenta a acçäo dos corsários nas águas da Madeira,
destacando-se os ingleses "que se servem da ilha com mais
proveito"24: - "Aproveitando o Funchal como sustentáculo
cómodo, corsários ingleses passam a alterar com grandes danos
contra a navegaçäo das potências inimigas, sendo especialmente
vítimas os navios espanhóis que circulavam no tráfego das
ilhas Canárias, Costa de Africa (de modo particular o norte),
Espanha e Mediterrâneo ou América"25.
Estes destacam-se neste momento com um total de 27 presas
feitas, sendo 16 a espanhóis e 5 a franceses. Dos espanhóis,
10 foram apresados nas águas das Canárias, conjuntamente com
os únicos 2 portugueses. Este facto salienta o apertado
bloqueio posto pelos ingleses "às Canárias e ao tráfego
francês vindo da América central que demandava uma rota afim
dos mares da regiäo a partir de 1744..."26.
Para a manutençäo deste bloqueio os ingleses precisavam
da ilha da Madeira e do apoio das autoridades locais, uma vez
que aí estacionavam constantemente corsários ou navios de
guerra. Destes podemos destacar a balandra corsário do capitäo
Filipe Maré que estacionou aí durante dois meses, tendo
trazido ao porto três presas, e o corsário "Rei Jorge" entre
21Idem, nº 545.
24J. J. de Sousa,
O MOvimento do Porto do Funchal e a Conjuntura
da Madeira de 1727 a 1810, fol. 87.
27ANTT,
PRFFF, nº 972, fols. 233/5, vide J. A. Bustamante, El
Corso Maritimo, pp. 91/110.
32ANTT,
PFRFF, nº 985, fols. 16vº/9; BNL-S/R-PBA-MS458, fols.
250/1vº, 231/4.
38Idem, nº 561.
41Idem, nº 130, fols. 16, 19, nº 206, fols. 80, 84 (cit. J. J. de Sousa, p.
123.).
42AHU,
Madeira e Porto Santo, nº 1156/60, 1589, 1584, 1594; doc.
11 Fevereiro, Maço 7.
43Idem, nº 1156/60.
44Idem, nº 1558.
46Idem, nº 1594.
48ANTT,
PJRFF, nº 762, p. 191; AHU, Madeira e Porto Santo, nº
1672, 1698.
49AHU,
Madeira e Porto Santo, nº 1677, 1757, 1766, vide A.
Silbert, ibidem, p. 391.
50Idem, nº 1898.
de guerra aportaram à ilha e estiveram implicados no
apresamento de três navios espanhóis - as fragatas Nereyde e
Cambian e a escuna de Guerra Quail51. Em 181052 a galera inglesa The
Valiant apresou a fragata francesa Cannonier, vinda da ilha de França para
o Oriente com fazendas da India avaliadas em 3 milhoes de libras
esterlinas, no que se tornou dos saques mais vantajosos até entäo feito
nesta área.
Da rivalidade britânico-americana, acesa com a guerra da
independência dos Estados Unidos se transferiu para a área
atlântica insulana o embate das frotas dos beligerantes, com
acçöes violentas muito destacadas, principalmente nos Açores.
Na Madeira apenas temos de uma acçäo de represália de um
corsário inglês em 181353 contra um bergantim americano, que conduziu à
ilha para vender, no que foi impedido, pois neste momento e no período
consequente à dita guerra em 1778/80 as autoridades locais preocupavam-se
muto em manter a maior neutralidade54.
Entretanto em 1815 um facto inédito se constata no
Funchal em face desta constante acçäo de corso, uma vez que a
galera francesa Mercúrio com destino à Martinica ao entrar no
Funchal conjuntamente com um comboio inglês de sete navios, se
passou para os ingleses à saída, arvorando a sua bandeira.
Este facto deixou estupefactas e ao mesmo tempo alarmadas as
autoridades locais que näo deram pelo apresamento que a ter-
se-feito consistia numa violaçäo do direito de asilo e
soberania55.
Depois só em 1822 temos referência de que o bergantim
inglês Betsey fora abordado por 2 corsários ingleses que lhe
roubaram vinho e presunto56.
Quanro à acçäo dos franceses podemos afirmar que ela
incidia, de modo especial sobre as embarcaçöes portuguesas,
menos seguras e protegidas que as inglesas, tornando-se, por
este meio presa fácil aos corsários franceses, que as
justificavam pela política colaboracionista de Portugal,
aliado inglês. O porto do Funchal esteve por várias vezes
ameaçado pela acçäo destes, ou sob a expectativa da vinda da
esquadra de Brest. Muitas dessas presas eram retomadas pelos
corsários ingleses, como sucedeu em 1776 e 1798.
Desde Maio de 1793 o "panfletário" corsário de Nantes
51Idem, nº 1636/41.
53Idem, nº 2215.
54Idem, nº 3150/9.
56Idem, nº 3647.
Sans Cullotte estava em actividade permanente nas águas da
Madeira.
Em face da Revoluçäo francesas e guerra consequente
muitos navios franceses que se encontravam, ou vieram ter ao
porto do Funchal, acabaram naturalizando-se aí como forma de
fugirem ao corso inglês.
Da acçäo de represália dos corsários franceses contra os
navios madeirenses ou nacionais temos 1 presa em 1797, 1798,
1801, 1813 e 4 em 181457. Neste último ano temos, primeiro duas
fragatas francesas que apresaram um navio que trazia o Conde das Galveas,
os quais entregaram os tripulantes ao navio Comerçante que fazia a patrulha
das ilhas, mais outras duas fragatas - Arethuza, l'Yrienne - haviam
apresado a escuna espanhola Stª Bárbara e os navios portugueses Hércules,
Carlote e o brigue Sociedade que haviam saído do reino para o Brasil58.
As preocupaçöes das autoridades locais em face destas
acçöes é constante nas duas últimas décadas do século XVIII,
coincidindo com o período de forte incidência das acçöes
francesas.
Em 1785 uma esqudra francesa andava corsando nas águas do
Porto Santo sob o comandante do Porto de Toulon, que segundo
lista fornecida pelo ajudante da esquadra, que entrara no
Funchal59 com alguns navios, se compunha de uma nau e 10
fragatas60. Foi com grande apreensäo que as autoridades locais tomaram
conta do facto e procuraram em tudo manter a maior neutralidade, pois que
faltava à ilha forças suficientes para lutarem com os franceses e os
ingleses haviam desaparecido.
Entre 1798/9 se intensificaram as acçöes dos corsários
franceses junto da Madeira, de modo que se haviam tornado num
forte transtorno para o comércio da ilha61, temendo-se a todo o
momento o assalto de uma esquadra francesa ou a repetiçäo dos
acontecimentos como o de 180462.
Por esta forma os franceses fizeram incidir a sua acçäo
sob os navios portugueses mais desprotegidos e menos
defendidos em relaçäo a qualquer ameaça corsária, constituindo
assim uma grande preocupaçäo para as autoridades locais e um
grave transtorno para as actividades comerciais da ilha em
finais do século XVIII. Além das presas referidas de navios
portugueses temos a salientar por parte dos franceses apenas
60Idem, nº 760.
61Idem, nº 761.
63Idem, nº 1476.
64Idem, nº 968.
65Idem, nº 968.
68AHU,
Madeira e Porto Santo, nº 1677, 1757, 1766; vide A.
Silbert, ibidem, p. 391.
69Idem, nº 1677.
70Idem, nº 10348/50.
em dinheiro71. Tendo-se feita uma coleta entre 1810/1 para esse fim72.
Em Fevereiro de 1811 temos referência que Manuel
Sardinha, da tripulaçäo do brigue Lebre Pequena estivera
cativo em Argel e havia ficado inválido no combate que travara
com um corsário há 11 anos e 3 meses73. E em 1823 se dá conta que
Diogo António CAbral estivera no cativeiro de Argel mais de 10 anos pela
tomada da fragata Cisne74.
A finalizar temos a destacar, ainda, a acçäo dos
corsários näo identificados, ou antes piratas (?), que entre
1804/1820 apresaram na área da Madeira 8 embarcaçöes
portuguesas, sendo uma em 1804, 1820 e 6 em 1818.
Em 1804 o mestre do bergantim português - Conceiçäo -
dizia ter sido apresado a 26 de Maio por um corsário "que se
dizia inglês, sem o parecer, por falar espanhol e italiano a
gente da sua tripulaçäo", tendo roubado a carga que
transportava75.
Em 1818 foram apresadas as galeras Luzia, Ninfa de
Lisboa, a escuna Maria76, as galeras Rainha dos Mares e o bergantim
Restaurador77, o bergantim da cidade do Porto78.
Por fim em 1820 é apresado o brigue português -
Providência - por um brigue pirata de 7 canhöes a banda, sendo
esta a única referência que temos à acçäo dos piratas79.
A acçäo destes corsários näo identificados ou piratas,
também se fez sentir com os navios espanhóis, sendo
aprisionados em 1816 o bergantim Nª Srª do Carmo por um
corsário de piratas80 e em 1823 o navio Armonia81.
71Idem, nº 10351.
74Idem, maço 8.
76Idem, nº 1482/3.
77Idem, nº 4452/3.
79Idem, nº 4486/7.
80Idem, nº 4997/8.
81Idem, nº 3781/2.
2.2 - AÇORES
82Idem, nº 6896.
88Idem, doc. 3 Novembro, maço 29; 27 Fevereiro, 2/8 Maio, 26 Abril, maço
103.
95Idem doc. 3/4, Março, 24 Dezembro, 16 Agosto, Maço 35; 28 Março, 7 Abril,
maço 28, 15 Novembro, maço 32; 9, 30 Janeiro 1806, maço 36.
hamburguês Hercules, "nas barbas dos oficiais de saúde96. Caso idêntico
veio a suceder em 1805 em face dos vexames provocados pela chalupa de
guerra inglesa Kent ao bergantim português S. Joäo Bom Nome e Bons Amigos,
o qual corsário dentro do porto de Ponta Delgada revistou e levou
pricioneiro o seu comandante97.
Depois só temos novas referências a acçäo corsária
inglesa em 181198 e 187199 contra um navio americano, uma escuna
portuguesa vinda de Lisboa com pedra e cal e a outro barco vindo do Pico
com Madeira.
Os franceses pouco se aventuraram por estas paragens
açorianas, uma vez que lhes estava vedado o caminho pelos
ingleses, que a partir da Madeira controlava as saídas do
Mediterrâneo. No entanto a sua acçäo de represália ainda se
fez sentir, mas de modo esporádico e por esquadras
organizadas, daí o temor manifesto destes navios em 1793100,
1797101 e 1814102.
Em 1782103 temos notícia do apresamento de um navio inglês, que
conduziram a Ponta Delgada onde o pretendiam vender, sendo impedidos pelas
autoridades locais.
Em 1797 a inquietaçäo das autoridades insulanas em face
das acçöes dos corsários franceses extrema-se em razäo da
notícia aí chegada de que os franceses preparavam uma esquadra
em Brest para "atacar e roubar estas pobres ilhas de que
apenas poderam tirar de todas elas pouco mais de nada em
efeitos"104.
Teriam sido estes navios e o bergantim Baläo, em viagem
de cruzeiro nestas ilhas encontrou em Fevereiro de 1798, os
quais conduziam um bergantim inglês que haviam apresado105. Os
107Idem, doc. 2 Abril 1799, maço 20; 26 Janeiro 1799, maço 19.
109Idem, doc. 4 Junho 1806, maço 12; 1 Julho 1806, maço 37, 14 Abril 1807,
maço 41.
117Idem.
122Vide F. Mauro,
Histoire Economique Mondiale - 1790/1970, Paris,
1971, pp. 127/148.
124Idem nº 2415.
126Idem, nº 3816/7.
No que concerne aos Açores, temos em 1777127 o assalto a uma
nau portuguesa vinha do Maranhäo, depois, sómente iremos ter notícia da
acçäo destes em força em 1814/16. No ano de 1814 os corsários americanos
pairavam constantemente nas águas açorianas, de modo que entre Julho/Agosto
apresaram três embarcaçöes inglesas entre as Flores e Corvo128. Este
conflito latente entre ingleses e americanos mais se agudizam
entra 26/7 de Setembro em face do combate naval travado na
baía do Faial entre o corsário americano General Amstrong e
uma divisäo naval inglesa sob o comando de Robert Loyd, que
estava de passagem para a Jamaica, onde ia em auxílio do
general Cckrane para o ataque a Loisiana129. A 26 de Setembro
ancorou ao porto da Horta o corsário americano para fazer aguada, já
perseguido subrepticiamente pela divisäo naval inglesa, que chegando ao
porto se colocou em posiçäo de agressäo, a que respondeu o capitäo Reid, do
corsário americano, travando-se entäo segundo expressäo do governador da
Horta, "um horroroso e sangrento combate a que deu lugar o desvario,
orgulho e soberba de um insolente chefe britânico, que näo quis respeitar a
neutralidade em que Portugal se acha na actual contenda entre Sua Magestade
Britânica e os Estados Unidos da América"130. Segundo informa o mesmo
em relatório de 14 de Outubro "decidiu-se a vitória a favor
dos americanos, em destruiçäo quase total dos ingleses"131.
Em face destes acontecimentos e de outros que se
seguiram, em queas potências beligerantes näo respeitavam o
direito das gentes e as leis marítimas "das naçöes civilizadas
da Europa"132 era natural a apreensäo e nervosismo das
autoridades insulanas, como se pode deduzir da seguinte
passagem:
- "Logo que vi serenada a tempestade que por tantos anos
assustou a Europa e fez estremecer a nossa existência
política, achando-se contudo ainda acesa a guerra entre a Grä-
Bretanha e os Estados Unidos, considerei que o principal
teatro desta guerra marítima seia nas vizinhanças do governo
147Idem, idem.
151Idem, nº 4566.
estdo infestados de corsários insurgentes que mesmo as
pequenas embarcaçöes do tráfico delas tem sido maior valor. E
que tendo ele feito uma presa espanhola cuja tinha alguma
defesa lhe adicionaram mais alguma e hoje se acha outro
corsário de força os quais bloqueiam estes portos de dias em
dias"152.
A 23 de Abril estes corsários foram avistados na Ponta do
Garajau, mas em face das precauçöes tomadas em face deste
aviso näo exerceram qualquer acçäo153.
No ano imediato, sim, apresaram a 6 de Agosto a escuna
Nympha que vinha de Lisboa para a ilha154 e antes na ilha de S.
Bartolomeu haviam apresado outra embarcaçäo portuguesa155.
Nos Açores a acçäo dos insurgentes mantem-se até 1827 e
apresenta-se particularmente forte entre 1816/7. Isto de tal
modo que em Dezembro de 1816 mantinham "uma espécie de
cruzeiro entre os canais que dividem as ilhas e obrado
hostilmente näo só contra um navio português, mas até contra o
território de El-Rei Nosso Senhor"156. Desses dois passaram por S.
Jorge157, estando certamente implicados no roubo da escuna
portuguesa Nª Srª da Piedade e Almas158, o bergantim de José
Severino Avelar a 3 de Dezembro, que seguia para a Madeira159 e insultos e
maus tratos a uma lancha de S. Miguel160 e ainda o hiate D. José beligente,
junto da Madeira161.
Das embarcaçöes estrangeiras, apenas temos referência do
apresamento do bergantim espanhol Nª Srª Venerador e
Obrigadíssimo162 e da escuna inglesa Sarah163.
152Idem, nº 5008.
153Idem, nº 5011, no
Patriota Funchalense, nº 26, pp. 3/4 se
refere os efeitos nocivos da acçäo destes.
158Idem, doc. 18 Dezembro, maço 68; 18 Dezembro, 13 Janeiro 1817, maço 65.
3. - DINAMICA DO CORSO
180Idem, doc. 31 Outubro, maço 116, 15 Setembro, maço 75, 2 Novembro, maço
114.
183Idem, doc. 27 Julho, 24 Agosto 1821, maço 102; 28 Setembro 1825, maço
100.
205Idem, ibidem, p.
229ANTT,
Miscelâncias Manuscritas, 1104, pp. 43/5, cit. F.
Salles Loureiro, D. Sebastiäo Antes e Depois de Alcácer
Quibir, Lisboa, 1978, pp. 110/2.
E em 1730230 temos referência à armaçäo de um corsário na
ilha para ir a corso de um corsário de mouros que vagueava ao
longo da costa. Desse acto temos o requerimento e o termo de
fiança do seu promotor - Pantaliäo de Faria e Abreu.
Segundo o alvará de 1758231 o corso näo podia ser feito
por portugueses sem a devida autorizaçäo régia, facto que vem
comprovar que nesta época se passavam patentes de corso.
Outra forma de resposta à guerra ou ao corso era dada
pelas represálias dos navios da naçäo inimiga, intertadando-os
de entrar nos portos e apresando os que aí permaneciam ao
momento da declaraçäo da guerra. Assim sucedeu em 1762 em face
da declaraçäo da guerra feita pela França, em que se ordenou
ao governador da Madeira, Francisco Correia de Sá que
exercesse represálias sobre os navios franceses232, o que
realmente se fez, tendo-se o bergantim francês Ruby, que no
momento estava no Funchal233.
Desde Janeiro de 1793234 que a convençäo havia autorizado
aos oficiais da marinha mercante armarem navios de corso,
tendo-se iniciado uma acçäo de represália de que temos apenas
notícia do apresamento da galera francesa - Le Comerçant - em
Julho de 1793 junto do Porto Santo e de um corsário francês em
Julho de 1798235, junto de Mogador, pelo bergantim português
Lebre.
Em 1815 em face dos acontecimentos de França, se refere à
possibilidade de se armarem novamente corsários para corsear
os navios de bandeira tricolor236.
No entanto em face deste movimento de corso português
entre 1792/3 e 1815m näo temos qualquer referência a uma carta
de corso, somente em 1820, já em fase tardia fomos encontrar
uma carta de marca dada ao comerciante da praça de Lisboa,
Manuel de Sousa Lobo, para armar em guerra o seu navio
Harmonia com 18 Peças e 2 obuses para "correr sobre os
piratas, inimigos da minha real coroa, os quais infestando os
mares e perturbando o comércio de meus fiéis vassalos, tem
233Idem, maço 458, fols. 236/vº; ANTT, PJRFF, nº 985, fols. 20vº/1.
235Idem, nº 1014.
238Idem, nº 1558.
240Idem, nº 1558, 1638; AHU, Açores, doc. 2 Agosto 1803, maço 29, 25
Outubro 1803, maço 103, 4 Julho de 1806, maço 42.
246Idem, nº 1580.
247Idem, nº 4074.
254Idem, nº 3046.
255AHU, Açores, doc. 22/3 Janeiro, maço 65; 14, 22 Abril, maço
69.
V - CONCLUSÄO
268Idem, nº 6896.
VI - ANEXO DOCUMENTAL
oumaaventuraindividualoudepoucos,massimumaop