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Conteúdo

1 Historia .................................................................................................. 4
2 Equipamento de rede / comunicação ....................................................... 8
2.1 Introdução às redes ....................................................................................................... 8
2.1.1 Redes de computadores ........................................................................................ 8
2.2 Sinergias das redes ........................................................................................................ 9
2.2.1 Verificam-se ganhos na conexão de computadores em rede nos seguintes
aspectos: 9
2.2.2 Apesar de todas estas vantagens, continuam a existir problemas que surgem
com a ligação de computadores em rede: .......................................................................... 10
2.3 Hardware e software de rede...................................................................................... 11
2.3.1 — Hardware......................................................................................................... 11
2.3.2 — Software .......................................................................................................... 11
2.4 Quanto à distribuição geográfica, podemos separar as redes informáticas nos
seguintes tipos:........................................................................................................................ 12
2.4.1 • LAN (Local Area Network) — redes de área local............................................. 12
2.4.2 • CAMPUS (CAMPUS network) — rede de campus............................................. 12
2.4.3 • MAN (Metropolitan Area Network) — redes de área metropolitana. ............. 12
2.4.4 • WAN (Wide Area Network) — rede de área alargada. ..................................... 12
Redes
2.5 Temos então redes do tipo:......................................................................................... 12
2.5.1 Ponto a ponto (peer-to-peer) .............................................................................. 12
2.5.2 Rede cliente/servidor (client-server) ................................................................... 13
2.6 Tipologias de rede ....................................................................................................... 13
2.6.1 Tipologias físicas .................................................................................................. 14
2.6.2 Tipologias Lógicas ................................................................................................ 20
2.6.3 Exemplos de tipologias lógicas associadas às tipologias físicas .......................... 21
2.7 Cablagem ..................................................................................................................... 21
2.7.1 Cabos eléctricos ................................................................................................... 22
2.7.2 Cabos ópticos....................................................................................................... 29

Formador: António Macedo 2.8 Sem fios (wireless) ....................................................................................................... 31


2.8.1 Infravermelho ...................................................................................................... 32

António Macedo 1 António Macedo 2


2.8.2 Ondas rádio.......................................................................................................... 32
2.9 Placas de rede.............................................................................................................. 34
2.9.1 Ligação da placa à rede........................................................................................ 34 1 Historia
2.10 Modems....................................................................................................................... 38 A primeira experiencia conhecida de conexão de computadores em rede foi feito em 1965, nos
estados unidos, por obra de dois cientistas: Lawrence Roberts e Thomas Merril. A experiência
2.10.1 Internos................................................................................................................ 39
foi realizada por meio de uma linha telefónica discada de baixa velocidade, fazendo a conexão
2.10.2 Externos ............................................................................................................... 40 entre dois centros de pesquisa em Massachusetts e na Califórnia. Estava plantada ali a
2.11 Hubs e switches ........................................................................................................... 40 semente para o que hoje é a Internet – mãe de todas as redes.

2.11.1 Hub ...................................................................................................................... 40 O nascimento das redes de computadores, não por acaso, esta associada a corrida espacial.
2.11.2 Switch .................................................................................................................. 41 Boa parte dos elementos e aplicações essenciais para a comunicação entre computadores,
como o protocolo TCP/IP, a tecnologia de comutação de pacotes de dados e o correio
2.12 Router .......................................................................................................................... 42
electrónico, estão relacionados ao desenvolvimento da Arpanet, a rede que deu origem a
2.13 FIREWALL ..................................................................................................................... 42 internet. Ela foi criada por um programa desenvolvido pela Advanced Research Projects
3 Endereçamento IP ................................................................................ 43 Agency (ARPA) mais tarde rebaptizada como DARPA.
4 Máscara de sub-rede ............................................................................ 45
A agência nasceu de uma iniciativa do departamento de defesa dos estados unidos,
5 DHCP ................................................................................................... 46
na época preocupado em não perder terreno na corrida tecnológica deflagrada
6 Default Gateway ................................................................................... 47 pelos russos com o lançamento do satélite Sputinik, em 1957. Roberts, acadêmico
7 Servidor DNS ........................................................................................ 47 do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), era um dos integrantes da
DARPA e um dos pais da Arpanet, que começou em 1969 conectando quatro
universidades: UCLA – Universidade da Califórnia em Los Angeles, Stanford, Santa
Bárbara e Utah. A separação dos militares da Arpanet só ocorreu em 1983, com a
criação da Milnet.

Alguns dos marcos importantes para a evolução das redes locais de computadores ocorreram
nos anos 70. Até a década anterior os computadores eram máquinas gigantescas que
processavam informações por meio da leitura de cartões ou fitas magnéticas. Não havia
interacção entre o usuário e a máquina. No final dos anos 60 ocorreram os primeiros avanços
que resultaram nos sistemas multiutilizadores de tempo partilhado. Por meio de terminais
interactivos, diferentes usuários revezavam-se na utilização do computador central. A IBM
reinava praticamente sozinha nessa época.

A partir de 1970, com o desenvolvimento dos minicomputadores de 32 bits, os grandes


fabricantes, como IBM, HP e Digital, já começavam a planear soluções com o objectivo de
distribuir o poder de processamento dos mainframes e assim facilitar o acesso às informações.

Com lançamento do VAX pela Digital, em 1977, estava lançada uma estratégia de
criar uma arquitectura de rede de computadores. Com isso, a empresa esperava
levar vantagem sobre a rival Big Blue.

Quando um Vax era iniciado, ele já começava a procurar por outras máquinas para
se comunicar, um procedimento ousado numa época em que poucas pessoas
tinham ideia do que era uma rede. A estratégia deu certo e o VAX alcançou grande
popularidade, principalmente em aplicações científicas e de engenharia. Muitos
António Macedo 3 António Macedo 4
anos depois, a Digital acabaria sendo comprada pela Compaq, que por sua vez, foi dois dispositivos acedam ao mesmo nó de em simultâneo. Assim, o sistema
incorporada a HP. Mas as inovações surgidas com o VAX e seu sistema operacional, Ethernet verifica se a rede está livre para enviar a mensagem. Se não estiver a
o VMS, teriam grandes influências nos computadores que viriam depois. mensagem fica numa fila de espera para ser transmitida. A ethernet começou com
uma banda de 2Mbps que permitia conectar 100 estações em até 1 quilómetro de
O sistema operacional Unix, desenvolvido em 1969 nos laboratórios Bell, trouxe inovações que cabo.
logo o tornou popular nas universidades e nos centros de pesquisa a partir de 1974. Era um
sistema portável e modular, capaz de rodar em vários computadores e evoluir junto com o
hardware. Os sistemas operativos da época eram escritos em assembly, linguagem especifica No início, usava-se um cabo coaxial chamado yellow cable, de grande diâmetro. A
para a plataforma de hardware. O Unix foi escrito quase totalmente em C, uma linguagem de topologia era um desenho de barramento no qual o computador ia sendo
alto nível. Isso deu-lhe uma inédita flexibilidade. No começo da década, ferramentas pendurado. O conector desse sistema foi apelidado de vampiro, porque “mordia” o
importantes foram criadas para o Unix, como o e-mail, o Telnet, que permitia o uso de cabo em pontos determinados. Dali saia um cabo serie que se ligava à placa de
terminais remotos, e o FTP, que se transformou no padrão de transferência de arquivos entre rede. O yellow cable podia ser instalado no tecto ou no chão, conectado ao cabo
computadores em rede. Foi essa plataforma que nasceu a maior parte das tecnologias que menor.
hoje formam a Internet.

Ethernet
O Mercado da Informação
Um dos principais saltos tecnológicos que permitiram a popularização das redes foi o A Ethernet não foi a única tecnologia de acesso para redes locais criada nessa época, mas
desenvolvimento da tecnologia ethernet. Para se ter uma ideia do avanço que essa invenção certamente se tornou o padrão mais difundido, por sua simplicidade e eficiência, chegando a
representou, basta lembrar que, até aquela época, os computadores não partilhavam um cabo mais de 100 milhões de nós no mundo todo. As tecnologias Token Ring, da IBM, e a Arcnet, da
comum de conexão. Cada estação era ligada a outra numa distância não superior a 2 metros. O Datapoint, chegaram a ter seus dias de glória (esta ultima ainda é largamente usada no Japão
pai da Ethernet é Robert Metcalfe, um dos génios produzidos pelo MIT e por Harvard e para processos de automação industrial), mas perderam terreno para a poderosa concorrente.
fundador da 3Com. O primeiro impulso para difusão do padrão Ethernet ocorreu quando a Digital, a Intel e a
Metcalfe era um dos pesquisadores do laboratório Parc, que a Xerox mantém até Xerox, em 1980 formaram um consórcio (DIX) para desenvolver e distribuir o padrão que
hoje em Palo Alto, na Califórnia. Em 1972, ele recebeu a missão de criar um rapidamente evoluiu de 2Mbps para 10Mbps.
sistema que permitisse a conexão das estações Xerox Alto entre si e com os
servidores. A ideia era que todos os pesquisadores do Parc pudessem partilhar as
O sistema Ethernet foi padronizado pelas especificações do IEEE (Instituto dos Engenheiros de
recém-desenvolvidas impressoras a laser. Electricidade e Electrónica), órgão que, entre outras funções, elabora normas técnicas de
engenharia electrónica. O protocolo Ethernet corresponde à especificação 802.3 do IEEE,
publicada pela primeira vez em 1985. A conexão Ethernet utilizava, inicialmente, dois tipos de
cabos coaxiais, um mais grosso (10 Base5) e outro mais fino (10 Base2). A partir de 1990, com
Uma das lendas a respeito da criação da Ethernet é que Metcalfe e sua equipa
o aumento da velocidade para 100Mbps, passou-se a usar o cabo de par trançado (10Base-T e
tomaram por base um sistema desenvolvido por um casal de estudantes da
universidade de Aloha, no Havai. Utilizando um cabo coaxial, eles interligaram 100Base-T), que tem a vantagem de ser mais flexível e de baixo custo. Com o advento da fibra
computadores em duas ilhas para poder conversar. O facto é que, antes de óptica, o padrão Ethernet já esta em sua terceira geração. A Gigabit Ethernet, com velocidade
chamar-se Ethernet, a partir de 1973, o sistema de Metcalfe tinha o nome de Alto de até 1Gbps.
Aloha Network. Ele mudou a denominação, principalmente para deixar claro que a
Ethernet poderia funcionar em qualquer computador e não apenas nas estações Na década de 80, com a chegada dos computadores pessoais, as redes locais começaram a
Xerox. E também para reforçar a diferença em relação ao método de acesso CSMA ganhar impulso. O mercado corporativo exigia soluções para partilhar os elementos mais caros
(Carrier Sense Multiple Access) do sistema Aloha. A palavra ether foi uma da infra-estrutura de TI (impressoras e discos rígidos). A Novell, uma empresa fundada por
referência à propagação de ondas pelo espaço. Mórmons em Salt Lake City, no estado americano de Utah, desenvolveu em 1983, o sistema
operativo NetWare para servidores, que usava o protocolo de comunicação IPX, mais simples
que o TCP/IP. O protocolo rapidamente ganhou força e chegou a dominar 70% do mercado
O sistema de Metcalfe acrescentou duas letras, CD (de Collision Detection) à sigla mundial até meados de 1993. A década de 80 foi marcada pela dificuldade de comunicação
CSMA. Um detalhe importante, porque o recurso de detecção de colisão impede que entres redes locais que formavam e que eram vistas pelo mercado como ilhas de
António Macedo 5 António Macedo 6
computadores com soluções proprietárias, como SNA, da IBM, DECnet, da Digital, NetWare, da entre pessoas, de distribuição de informação e da realização de negócios. O radio
Novell, e NetBIOS da Microsoft. levou 38 anos até formar um publico de 50 milhões de pessoas. A TV levou 13
anos. A Internet precisou apenas quatro anos para alcançar essa marca. É um salto
Esse problema fez com que um casal de namorados da universidade de Stanford, e tanto para toda a humanidade.
Sandra Lerner e Leonard Bosack, decidisse encontrar uma solução para que as
redes locais de cada departamento da universidade pudessem conversar. Diz à
lenda que a preocupação do casal, que mais tarde fundaria a Cisco, era trocar e-
mails. E por isso inventaram o roteador, o equipamento que permitiu a conexão de
duas redes normalmente incompatíveis.
2 Equipamento de rede / comunicação

A verdade é que eles não inventaram, mas aperfeiçoaram e muito o projecto inicial de um
engenheiro chamado Bill Yeager. O produto foi lançado comercialmente em 1987. A Cisco hoje 2.1 Introdução às redes
vale Bilhões e o resto é Historia. O quebra-cabeças das redes começa a fechar-se a partir do
momento que a Arpanet, em 1983, passa a ser de facto a Internet, adoptando definitivamente
a família de protocolos TCP/IP. No ano seguinte, surge outra grande inovação o DNS (Domain
Name System), mecanismo para resolver o problema de nome e endereços de servidores na
rede. Com a criação da World Wide Web, em 1991, e o desenvolvimento do browser pelo
fundador da Netscape, Marc Andreesen, a Internet lançou-se para se tornar a grande rede
mundial de computadores.
Fig. 1. Rede de computadores
A difusão do protocolo TCP/IP no mundo empresarial, que passou a ser a linguagem
universal dos computadores deu-se a partir das plataformas Unix da Sun e da HP. 2.1.1 Redes de computadores
Nos anos 90, as empresas já estavam empenhadas em usar a informática para
Uma rede de computadores é constituída por dois ou mais computadores interligados por
melhorar o processo produtivo. O mercado começou a migrar de plataformas
cabo, por linhas telefónicas ou por comunicações sem fios. Na rede podem ser adicionados
proprietárias para sistemas abertos. A questão não era tecnologia, mas economia.
outros tipos de equipamento, como, por exemplo, periféricos (impressoras, modems, etc.),
O sistema Unix tinha vários fornecedores, uma plataforma de desenvolvimento
mais simples e mais versátil que os tradicionais mainframes. A pluralidade de que podem ser acedidos e partilhados pelos diferentes computadores.
plataformas passou a ser a regra nas empresas. Isso só foi possível porque os
Tanto em grandes como em pequenas empresas, as vantagens da interligação em rede de
obstáculos à interligação de sistemas de diferentes fabricantes já haviam sido
ultrapassados.
equipamento informático são tão evidentes que o uso isolado de um computador quase que
não se verifica. Até mesmo em habitações, este tipo de tecnologia em rede começa a ser cada
A Evolução vez mais visível.

Em 1988, Dave Cutler, líder da equipe da Digital que tinha criado o VMS, o arrojado Podemos definir uma rede da seguinte forma:
sistema operativo do VAX, foi contratado pela Microsoft. A empresa já tinha
fracassado numa tentativa anterior de competir com a Novell. O seu primeiro Dois ou mais computadores ligados entre si, por meios electrónicos, com o objectivo de
sistema operativo de rede, o LAN Manager, desenvolvido em conjunto com a IBM, trocarem informação de forma rápida e fácil, permitindo aos utilizadores a partilha de
não era concorrência para o NetWare. Culter levou para lá boa parte da sua antiga equipamentos e recursos (aplicações, ferramentas de comunicação, bases de dados…).
equipa de programadores e também a filosofia que tinha norteado a criação do
VAX, de que a comunicação em rede deve ser um atributo básico do sistema
operativo. Ele liderou o desenvolvimento do Windows NT, lançado em 1993. Com
ele, a Microsoft finalmente conseguiu conquistar algum espaço nos servidores. O NT ou conforme a Norma NP3003-1:
também foi base para o desenvolvimento do Windows 2000 e do Windows XP. De
certa forma o XP é neto do velho VMS. Rede constituída por nós de processamento de dados interligados com o fim de permitirem a
comunicação de dados.
Se, há 40 anos, a ideia de uma rede de computadores era a de vários aparelhos
conectados, hoje a rede transformou-se numa dos principais meios de interação
António Macedo 7 António Macedo 8
ou, ainda: • Mesmo as bases de dados podem ser partilhadas. Podemos armazenar todo um conjunto de
dados e mais tarde efectuar uma pesquisa para obtermos os elementos necessários; por
Conjunto de dispositivos conectados entre si com a finalidade de partilharem recursos. exemplo, no caso de uma empresa, é possível guardar informação dos clientes — como é o
caso dos contactos, do número de pedidos de orçamento, do número de orçamentos ganhos,
ou seja, do número de obras entregues pelo cliente para serem concretizadas, atrasos nos
2.2 Sinergias das redes pagamentos do cliente, entre muitas outras. Mais tarde podem ser feitas pesquisas sobre
variados assuntos, nomeadamente saber se o cliente mandou fazer muitos orçamentos e não
entregou nenhuma obra para ser executada; saber o atraso médio no pagamento; descobrir a
2.2.1 Verificam-se ganhos na conexão de computadores em rede nos seguintes zona do país onde existem os melhores clientes, etc., e, com estes dados, é possível fazer-se
aspectos: uma análise de modo a optimizar os recursos da empresa.

• Estando as pessoas conectadas, ou seja, interligadas em rede com computadores, podem ser
• Imagina que tens em casa ou num escritório dois ou mais computadores e para imprimir os
criadas novas maneiras de trabalho em equipa, por exemplo utilizando um software de
trabalhos necessitas de uma impressora para cada um dos computadores. Esta opção, para groupware, que permite aos utilizadores criarem um calendário partilhado para agendarem
além de dispendiosa, torna o sistema susceptível a avarias, devido ao maior número de reuniões. É possível partilhar uma lista de endereços, onde um conjunto de pessoas com
equipamentos. No caso das impressoras serem diferentes a situação piora, pois teríamos de
permissão para tal podem adicionar ou modificar os dados da lista de endereços, enquanto
ter um armazenamento de tinteiros para cada um dos modelos de impressora. Outra opção que outros utilizadores só podem consultar essa lista. Nestas situações não é obrigatório que
seria ter uma só impressora e mudá-la para o computador que ia imprimir, cada vez que os utilizadores estejam na mesma rede; podemos ter pessoas em edifícios diferentes a
necessitasse de o fazer. Esta solução, além de pouco prática, provocaria um desgaste maior do
partilhar estes dados por rede, mesmo através da lnternet.
material, causado pelas constantes mudanças do equipamento. Para além disto, em situações
de impressão em simultâneo em computadores diferentes, teríamos de aguardar que fosse • É possível uma troca de mensagens entre utilizadores sem haver necessidade do utilizador
impresso um trabalho e de seguida mudar a impressora para o outro computador. estar fisicamente no local habitual de trabalho. Quando este chegar, lê a mensagem e, assim
que o fizer, é enviada uma confirmação de leitura para quem a enviou.
A opção ideal seria termos uma impressora de melhor qualidade e partilhá-la em rede com
todos os computadores desse segmento da rede. Poderíamos ter uma segunda impressora • É possível efectuar-se uma manutenção do parque informático remotamente, via rede,
que estaria disponível em casos de excesso de impressões em simultâneo, ou no caso em que evitando, deste modo, a deslocação de pessoas.
a impressora principal tivesse uma avaria, pois assim teríamos sempre uma segunda
impressora de reserva para podermos continuar a imprimir, enquanto a principal se • As cópias de segurança tornam-se mais eficazes. Se todas as pessoas guardarem os trabalhos
encontrasse em manutenção. Uma impressora só imprime uma folha de cada vez, mas o num determinado disco que é partilhado, e não individualmente, em cada um dos
sistema operativo de rede gere os pedidos de impressão colocando-os em fila de espera. Só computadores, é mais fácil proceder às cópias de segurança, pois apenas se tem de ir buscar a
informação a um sítio. No entanto, para que isto seja possível e resulte, é necessário criarem-
entra em impressão um novo documento quando a impressora estiver livre.
se políticas de segurança, podendo-se evitar que um dado utilizador apague os dados de
• Em situações onde se verifique a necessidade de ter dois ou mais computadores com acesso outro.
à lnternet ou de se precisar de enviar faxes através do computador, podemos ter apenas um
modem e uma linha telefónica, que será partilhada por todos os computadores, em vez de
termos um modem e um acesso telefónico para cada um dos postos de trabalho. Deste modo, 2.2.2 Apesar de todas estas vantagens, continuam a existir problemas que surgem
não só o equipamento a adquirir, como também o custo no aluguer da linha telefónica e os com a ligação de computadores em rede:
respectivos impulsos, é menor.

• É possível partilhar dados num disco rígido de um computador. Podemos disponibilizar um • Com a interligação dos computadores, a velocidade de propagação de vírus informático é
determinado documento para este poder ser utilizado por um conjunto de utilizadores. Assim enorme. É muito fácil receber-se uma mensagem vinda por correio electrónico contendo um
evita-se a repetição de informação. vírus, que, automaticamente, envia novas mensagens com o referido vírus para todas as
pessoas que se encontram na nossa lista de endereços. Com este modo de propagação rápida,
o controlo de vírus torna-se mais difícil.
António Macedo 9 António Macedo 10
• Há a possibilidade de intrusão não autorizada. Apesar dos sistemas de segurança, existe 2.4 Quanto à distribuição geográfica, podemos separar as redes
sempre alguém que consegue romper estas seguranças e entrar no sistema, Está mais que informáticas nos seguintes tipos:
provado que muitos sistemas considerados invioláveis já foram alvo de intrusões.

• O sistema torna-se mais complexo, exigindo pessoal mais especializado para a manutenção 2.4.1 • LAN (Local Area Network) — redes de área local.
do mesmo. O grau de dificuldade em gerir um computador isolado é inferior relativamente à A distância máxima deste tipo de rede não ultrapassa algumas centenas de metros e encontra-
manutenção de uma rede informática com diversos computadores. se geralmente no interior de um edifício.
O desenvolvimento das tecnologias de comunicação avança a uma velocidade avassaladora e, 2.4.2 • CAMPUS (CAMPUS network) — rede de campus.
hoje em dia, apesar das desvantagens apresentadas, o futuro de uma organização, e mesmo É uma rede informática que interliga vários edifícios de uma organização, concentrados numa
de habitações pessoais, passa pela interligação dos sistemas em rede. No caso particular de determinada área. Cada edifício pode ter uma ou mais redes locais.
uma habitação, os sistemas de iluminação, televisão, telefone e mesmo dos electrodomésticos
podem estar interligados à rede informática e é possível gerir esses equipamentos a partir de 2.4.3 • MAN (Metropolitan Area Network) — redes de área metropolitana.
um computador. Na indústria, a interligação entre os diferentes tipos de equipamento com o É uma rede informática que interliga uma grande cidade, como é o caso da conexão de
sistema informático através de uma rede já tem uma elevada implementação. Vejamos um organizações que têm edifícios espalhados por diferentes pontos numa cidade.
pequeno exemplo: se disparar um disjuntor de protecção de uma máquina, essa informação
2.4.4 • WAN (Wide Area Network) — rede de área alargada.
passa para o sistema informático via rede e o operador fica a saber, através de um alarme que
Este tipo de rede interliga regiões, países ou mesmo todo o planeta. A Internet é um exemplo
aparece no ecrã do computador, qual o defeito e em que local se verificou o defeito, tornando
prático de uma rede WAN.
toda a manutenção mais fácil e, consequentemente, mais rápida e barata.

Outro tipo de classificação de rede deve-se à existência, ou não, de um ou mais computadores


2.3 Hardware e software de rede dedicados para a rede.
Material necessário para se interligar computadores em rede:
2.5 Temos então redes do tipo:
2.3.1 — Hardware

2.5.1 Ponto a ponto (peer-to-peer)


• Computadores;

• Periféricos que vão ser partilhados (modems, impressoras, scanners, entre outros);

• Placas de rede;

• Cabos de rede.

2.3.2 — Software
Fig. 2. Rede ponto a ponto

• Sistema operativo; Neste tipo de rede, todos os computadores têm competências iguais, não existe um
computador dedicado exclusivamente para partilhar recursos. É o utilizador que define quais
• Programas de rede — existem sistemas operativos que já têm software de rede; os recursos que quer partilhar — que pode ser um disco ou uma directoria, uma impressora ou
um modem. entre outros, Cada computador pode aceder aos recursos disponibilizados pelos
• Drives;
outros computadores.
• Protocolos de comunicação.

António Macedo 11 António Macedo 12


2.5.2 Rede cliente/servidor (client-server) 2.6.1 Tipologias físicas

As tipologias físicas indicam como podemos, fisicamente, dispor os computadores e os cabos


na rede informática.

Vejamos as diferentes tipologias físicas existentes para redes informáticas:

2.6.1.1 Tipologia em barramento (Bus)


Fig. 3. Rede Cliente/Servidor

Nesta rede existem um ou mais computadores dedicados para partilharem recursos. Este tipo
de computadores são geralmente de grande capacidade, tanto ao nível do armazenamento
como de processamento, e incluem um sistema operativo de rede. Sistemas operativos como
o Windows NT Server, o Windows 2000 Server, Windows 2003 Server, Windows 2008 Sever, o Fig. 4. Tipologia em barramento
Unix, o Linux e outros sistemas operativos de rede (Network Operating System — NOS).

Consoante os tipos de recursos disponibilizados pelos servidores, podemos separar os


servidores em:
a) b) c) d)

Fig. 5. Ligar dois computadores em rede com tipologia física em anel com cabo fino: a)Placa
• Servidor de ficheiros; de rede BNC; b) Conector BNC-T; c) Cabo coaxial fino; d) Terminadores
• Servidor de base de dados; A tipologia física em barramento já foi a tipologia mais utilizada em redes locais (LAN). Vamos
ver mais à frente porque é que a tipologia física em estrela se impôs nas redes locais em
• Servidor de impressoras;
detrimento da de barramento.
• Servidor de acesso à lnternet;
Numa tipologia física em barramento pode ser utilizado um cabo coaxial fino (10base2) que
• Servidor de correio electrónico; percorre todos os computadores. Este cabo não é inteiriço, ele é interrompido em cada
computador e é ligado à placa de rede do computador através de uma ficha BNC-T. Nos dois
• Servidor de alojamento de páginas de lnternet; extremos do cabo são ligados “terminadores”, que não são mais do que umas resistências de
• Servidor de fax; 50 ohm.

• etc. Esta tipologia também pode ser usada com outro tipo de cabo, que é o cabo coaxial grosso
(10base5). Esta tipologia física com este tipo de cabo é usada em LAN, CAMPUS e MAN.

Qual a necessidade da colocação de “terminadores”?


Os computadores que acedem ao servidor são designados por clientes.
A função dos “terminadores” é de adaptarem a linha, isto é, fazerem com que a impedância
2.6 Tipologias de rede vista para interior e para o exterior do cabo seja a mesma, senão constata-se que há reflexão
O modo como os computadores se interligam fisicamente na rede, e como os dados circulam do sinal e, consequentemente, perda de comunicação.
nessa mesma rede, é definido por, respectivamente, tipologia física e tipologia lógica.
António Macedo 13 António Macedo 14
situação, o tempo perdido é de 10x30 mm, o que dá 5 h de trabalho perdidas, e, se a isto
somarmos os 30 min da pessoa que resolveu o problema, vamos ter 5 h 30 mm. Ao preço da
mão-de-obra é fácil de deduzir o custo de uma avaria destas.

Esta é a principal razão pela, qual cada vez mais, se aposta na tipologia física em estrela para
redes locais.

• Utilizando um cabo coaxial fino 10base2, a velocidade máxima de transmissão é apenas de


10 Mbps e a distância máxima sem amplificação é de 185 m.

• No caso do cabo ser o coaxial grosso 10base5, o problema do corte do cabo não é tão grave
como no cabo coaxial fino, pois, nesta situação, o cabo não é interrompido mas inteiriço e a
ligação do computador ao cabo é realizada por um transceiver que é cravado no cabo coaxial.
Como o cabo coaxial grosso não é interrompido, a probabilidade de avaria no barramento é
Fig. 6. Tipologia física em barramento (cabo coaxial fino)
muito inferior à do cabo coaxial fino. O problema está na limitação da velocidade, que também
é de apenas 10 Mbps. A distância máxima sem amplificação é de 500 m.

2.6.1.2 Tipologia em estrela (Star)

Fig. 7. Tipologia física em barramento (cabo coaxial grosso)

Este tipo de tipologia apresenta as seguintes vantagens:

• Necessita-se de pouco equipamento: placa de rede, cabo coaxial, ficha BNC-T e dois
terminadores. Fig. 8. Tipologia física em estrela

• A ligação é aparentemente fácil: só é necessário cravar fichas BNC nos extremos dos cabos.
Foi dito “aparentemente” porque, se uma das fichas ficar mal cravada, já é preciso um
Trata-se da tipologia mais utilizada em redes locais (LAN). De cada computador sai um cabo de
aparelho de medida para testar qual a ponta que está com problemas.
pares entrançados, por exemplo um UTP categoria 5e, para um dispositivo que interliga todos
• O comprimento do cabo tem de passar por todos os computadores os cabos. Esse dispositivo tanto pode ser um hub como um switch. A grande implementação
deste tipo de tipologia favoreceu a descida de preços neste equipamento.
• Torna-se fácil inserir um novo computador na rede. Basta fazer um novo cabo e interligar o
computador à rede. As desvantagens deste tipo de tipologia devem-se aos seguintes factores:

Como já foi dito, este tipo de tipologia já não é a mais utilizada em redes locais, devido aos • Em comparação com a tipologia física em barramento constata-se que, apesar do preço do
seguintes problemas: cabo UTP ser mais barato por metro do que o coaxial, se gasta mais em comprimento de cabo.
O cabo utilizado é o somatório dos cabos que vão de cada computador para o concentrador.
• No caso de haver um mau contacto numa das fichas BNC-T com o cabo, ou até a ficha do
próprio cabo ter um mau contacto, toda a rede perderá a comunicação, porque, para todos os • Necessidade de se adquirir um dispositivo de interligação, como, por exemplo, um hub ou
efeitos, o cabo ficará interrompido e a impedância será alterada. Este pequeno problema é um switch.
importante, pois se se tratar de uma rede com tipologia física em barramento com 10
• O número de portas de um concentrador é limitado e quando for atingido o limite de portas
computadores, se houver um problema no contacto de um dos cabos, os 10 computadores
param de comunicar. Se demorarmos 30 min para detectar o ponto de rotura e resolver a disponíveis é necessário adquirir outro e interligá-lo com o existente.
António Macedo 15 António Macedo 16
• A distância máxima sem amplificação é de apenas 100 m. • A passagem dos sinais é realizada sequencialmente entre cada computador, evitando as
colisões existentes nas tipologias físicas em barramento e algumas em estrela. Vamos analisar
esta situação novamente nas tipologias lógicas em barramento.

• A velocidade de transmissão de sinal é de 16 Mbps e, actualmente, já existe de 100 Mbps.

Como desvantagens, podemos destacar:

• O preço do equipamento de rede é mais elevado do que o da tipologia física em barramento


Fig. 9. Ligar dois computadores em rede com tipologia física em estrela com entrelaçado: ou em estrela. Este tipo de tipologia foi muito utilizado nos países nórdicos mas, com a
a) Placa de rede com saída RJ45; b) Switch; c) Cabo UTP Classe 5e evolução da tipologia em estrela, tanto no aumento da velocidade como na diminuição de
Apesar destas desvantagens, existem outros benefícios que facilmente justificam a sua preço, as vantagens deste tipo de tipologia ficaram ofuscadas.
escolha. Vejamos: • Se o cabo partir, temos o mesmo problema que existe na tipologia física em barramento:
• Se um dos cabos estiver com problemas, tipo um cabo partido ou uma ficha mal ligada, a todos os computadores deixam de comunicar. No entanto, já existe uma evolução desta
comunicação nesse computador é perdida, mas, em compensação, os restantes computadores tipologia que utiliza dois cabos formando dois anéis (FDDI, sobre o qual vamos falar mais à
continuam a funcionar, ficando apenas um posto parado e não todos, como acontece com a frente), e, se aqui se partir um cabo, temos outro anel que pode ser utilizado.
tipologia física em barramento. O investimento inicial no concentrador (hub ou switch) e no
cabo é rapidamente recuperado.
2.6.1.4 Tipologia em malha (Mesh)
• O preço dos hubs e switches e de outro tipo de equipamento de interligação tem vindo a
baixar muito.

• Há possibilidade de se obter velocidade de 10 Mbps, 100 Mbps e de 1000 Mbps (1 Gbps).

2.6.1.3 Tipologia em anel (Ring)


Fig. 11. Tipologia física em malha

Numa tipologia física em malha os computadores interligam-se entre si, ponto a ponto, ou
seja, existem diversos caminhos para se chegar ao mesmo destino. É criada uma malha de
caminhos possíveis.

• Nas redes alargadas (WAN), como é o caso da Internet, este tipo de tipologia é muito
Fig. 10. Tipologia física em anel
utilizado. Quando enviamos um e-mail, ele pode seguir diversos caminhos. Caso haja problema
num dos troços, a mensagem segue por outro troço, aumentando a probabilidade de chegar
ao destino.
A tipologia física em anel é utilizada em redes locais (LAN) e é constituída por um cabo coaxial
fechado em si próprio, formando um anel. Os sinais circulam dentro do anel e passam • As maiores desvantagens devem-se à maior complexidade da rede e ao preço do
sequencialmente de computador em computador. equipamento de interligação nos nós.

Existem, também, LAN, CAMPUS e MAN com este tipo de tipologia.

A vantagem deste tipo de ligação deve-se aos seguintes factores:

António Macedo 17 António Macedo 18


2.6.1.5 Tipologia em estrela hierárquica ou árvore 2.6.1.7 Tipologia em duplo anel

Fig. 12. Tipologia física em estrela hierárquica


Fig. 14. Tipologia física em duplo anel (FDDI)
Tipologia física baseada numa estrutura hierárquica de várias redes e sub-redes. Existem um
ou mais concentradores (hub, switch,..) que ligam cada rede local e existe um outro
concentrador que interliga todos os outros concentradores. Existem dois anéis que podem ser de cabo coaxial e também em fibra óptica e que podem ir
até aos 100 km de comprimento. No caso de um dos anéis falhar, o outro mantém a
Imagina uma escola: nas salas onde existem computadores, poder-se-ia colocar um
comunicação, embora a uma velocidade mais reduzida. A velocidade de transmissão pode ir
concentrador (hub, switch,...) que interligaria todos os computadores dessa sala. Para ligar
até aos 100 Mbps e é aplicada em redes CAMPUS e MAN na interligação de redes locais(LAN).
todas as outras salas, colocava-se um outro concentrador, que iria receber os dados
provenientes dos concentradores existentes em cada sala.

Esta tipologia facilita a manutenção do sistema e permite, em caso de avaria, detectar com 2.6.2 Tipologias Lógicas
mais facilidade o problema, principalmente se comparado às tipologias em barramento, anel
ou duplo anel.
Estas tipologias indicam como os sinais circulam numa rede informática entre os diversos
Com a descida de preços dos hubs e switches, esta é uma solução muito utilizada tanto em dispositivos. Vamos analisar três tipos diferentes de circulação dos dados.
LAN, com em redes CAMPUS.

2.6.2.1 Tipologia Lógica em barramento


2.6.1.6 Tipologia em espinha dorsal

Os dados dentro da rede com tipologia em barramento circulam em difusão (broadcast). Isto
quer dizer que, se um computador enviar dados, toda a rede fica ocupada por esses sinais;
como tal, todos os outros computadores detectam que existem dados na rede, mas só o
computador a quem se destinam esses dados é que os recolhe, os restantes ficam à “escuta”
mas não recolhem os dados. Se, no momento em que o computador está a enviar dados para a
rede, outro computador começa a emitir dados, ocorre uma colisão na rede e esta termina e
todo o processo de comunicação tem de se iniciar novamente. Esta situação não ocorre nas
tipologias lógicas em anel, como vamos analisar no ponto seguinte.
Fig. 13. Tipologia física em espinha dorsal
2.6.2.2 Tipologia Lógica em anel
Esta tipologia é composta por um barramento utilizando um cabo coaxial grosso e é possível
ligar a este barramento redes com outras tipologias físicas, com o auxilio de um transceiver.
Quando um computador transmite dados, estes vão circular pela rede de nó em nó (ponto a
Existem tipologias destas em LAN, CAMPUS e MAN. ponto), ou seja, de computador em computador. Um computador recebe os dados e, se estes
não forem para ele, transmite-os novamente para outro computador. Este processo é repetido
as vezes que forem necessárias até se encontrar o computador para o qual se destinam os

António Macedo 19 António Macedo 20


dados. Após a recepção dos dados, este envia uma mensagem de confirmação para o Numa rede informática é necessário transmitir e receber dados entre computadores ou outro
computador emissor. tipo de equipamento informático e, para que isto seja possível, tem de existir algo por onde
circulem esses sinais, ou seja, tem de haver algum meio físico de transmissão de sinal. Dentro
Nesta tipologia não ocorrem colisões como nas tipologia em barramento, pois, devido a um dos diversos meios de transmissão de sinais existentes (ver figura 17), podemos considerar a
sinal que circula na rede e que é conhecido por testemunho ou token, um computador só utilização de cabos de cobre, cabos de fibra óptica ou uma transmissão sem cabos, também
inicia uma nova transmissão após receber esse testemunho. Deste modo fica garantido que
conhecida como wireless.
existe apenas um computador a ocupar a rede num dado instante.

2.6.3 Exemplos de tipologias lógicas associadas às tipologias físicas

2.6.3.1 Tipologia Lógica em barramento com tipologia física em estrela

No caso do concentrador, que interliga os computadores, ser um hub, os dados emitidos por
um computador são transmitidos por difusão e todos os computadores detectam que existem
dados, mas só o computador para o qual se destinam é que os recebe. O hub funciona
internamente como um barramento e este só pode ser ocupado por uma transmissão de cada
vez. Fig. 15. Meios de transmissão de sinal

Neste exemplo, se um cabo estiver com defeito, somente esse computador é que deixa de Os sinais que circulam numa rede informática podem passar por cabos que podem ser
comunicar, pois o barramento comum a todos os computadores encontra-se no interior do eléctricos ou ópticos, dependendo se o cabo deixa passar corrente eléctrica (electrões) ou
hub. O cabo que interliga o computador ao hub é uma ramificação do barramento e esta não feixes luminosos.
influencia as características do barramento interno do hub.
2.7.1 Cabos eléctricos

2.6.3.2 Tipologia Lógica em anel com tipologia física em estrela Em redes locais (LAN) este tipo de cabo é ainda o mais utilizado. O mesmo é constituído por
uma alma condutora, que geralmente é em cobre ou de outro material condutor. A
transmissão dos sinais é conseguida pela passagem de electrões na alma condutora do cabo.
Neste exemplo continuamos com a tipologia física em estrela, mas, se no local do
concentrador estiver um MSAU (Multistation Access Unit - Unidade de Acesso Multiespaço), 2.7.1.1 Cabos de pares entrelaçados
em vez de um hub, os dados que circulam dentro do MSAU funcionam como se de um anel se
tratasse, isto é, no inferior do MSAU os dados circulam ponto a ponto, de modo sequencial.

A grande vantagem da uma colocação de MSAU, em vez de uma colocação de uma tipologia
física em anel, é o facto de o anel se encontrar no interior do concentrador e, no caso de haver Fig. 16. Condutores entrelaçados
um defeito num cabo, apenas esse computador é que deixa de comunicar, os restantes
continuam, dado que o anel continua fechado, desde que não haja defeito no MSAU. Este cabo é constituído por pares de condutores de cobre entrelaçados dois a dois, isto é, cada
dois condutores de cobre encontram-se torcidos um no outro.

Sabes qual é a razão pela qual os condutores são entrelaçados dois a dois, em detrimento de o
2.7 Cablagem serem em paralelo (um ao lado do outro)?

António Macedo 21 António Macedo 22


Devido ao entrelaçamento dos pares de condutores, consegue-se reduzir em cerca de 80% o instalar seja de 100 Mbps (o mais usual nos tempos de hoje), é possível migrar posteriormente
ruído electromagnético provocado por outros aparelhos eléctricos. O ruído electromagnético para uma rede a 1 Gbps sem haver a necessidade de se trocar os cabos, poupando-se assim na
está presente em todo o tipo de equipamento eléctrico e, se o valor for excessivo, o sinal que mão-de-obra da colocação dos novos cabos. A constituição deste cabo é idêntica à da
circula no cabo que transmite os sinais da comunicação pode ser distorcido, provocando categoria 5, excepto no que diz respeito ao entrelaçado dos pares condutores. Neste cabo, os
defeito na comunicação. Este problema é tanto mais sensível quanto maior é comprimento do pares vão mais entrelaçados, para que a atenuação ao ruído electromagnético seja mais eficaz.
cabo e a velocidade de transmissão dos sinais.
• Categoria 6. É o cabo mais recente nos cabos UTP e pode suportar velocidades de
Dentro dos cabos de pares entrelaçados temos: transmissão até 1 Gbps, com largura de banda de 200 MHz. A velocidade de transmissão é
idêntica à da categoria 5e, mas tem largura de banda superior. Para a mesma velocidade
2.7.1.1.1 UTP (Unshielded Twisted Pair) máxima, o cabo de categoria 6 apresenta maior imunidade às interferências electromagnéticas
Cabo de pares entrelaçados sem blindagem. A constituição deste cabo é idêntica à descrita
do que o de categoria 5e. Neste cabo, os pares estão mais entrançados relativamente à
anteriormente. Na análise das tipologias físicas para redes locais (LAN) verificou-se que a
categoria 5e. Existe ainda uma cruzeta que mantém os pares separados por uma distância
tipologia em estrela era a que maior número de vantagens apresentava relativamente às
constante ao longo do cabo.
restantes. O cabo utilizado nesta tipologia é o UTP e a distância máxima admissível entre uma
placa de rede e o hub é de 100 m. Nos extremos do cabo é colocada uma fixa do tipo RJ45.

Existem vários tipos de cabos UTP que são separados pelas seguintes categorias: 2.7.1.2 Aplicação da ficha RJ45 ao cabo UTP categoria 5e

• Categoria 1. Utilizado em linhas telefónicas e constituído somente por dois pares


entrelaçados.

• Categoria 2. Suporta velocidade de transmissão até 4 Mbps e é constituído por quatro pares
a) b) c)
entrelaçados.
Fig. 18. A)Cabo UTP categoria 5e; b) Ficha RJ45; c) Alicate de cravar
• Categoria 3. Suporta velocidades de transmissão até 10 Mbps. A constituição é idêntica à
categoria 2. Dado este tipo de cabo ser o mais utilizado em redes locais (LAN), vamos ver como se coloca
uma ficha RJ 45 num dos extremos do cabo de categoria 5e ou inferior. Na Figura 18 encontra-
• Categoria 4. Constituição idêntica à categoria anterior, mas suporta velocidades de
transmissão até 16 Mbps. se o material necessário para a execução desta tarefa.

• Categoria 5. Esta categoria encontra-se actualmente instalada em muitas redes locais, dado
que suporta velocidades de transmissão até 100 Mbps. O cabo é constituído por 4 pares de Fase 1
condutores entrelaçados.
Retirar aproximadamente 1,5 cm da camada exterior. Como o alicate tem uma parte que não
corta por completo o cabo, podemos usar para cortar o camada exterior sem cortar o isolado
interior.

Fig. 17. Cabo entrelaçado, UTP categoria 5


Fig. 19. Esquema para cortar a camada exterior
• Categoria 5e ou Gigaplus. Em novas instalações de redes locais, este é o cabo que deve ser
colocado em detrimento do cabo de categoria 5. O preço do cabo de categoria 5e é pouco Fase 2
mais elevado do que o da categoria 5 mas tem a vantagem de suportar velocidades de
transmissão até 1000 Mbps (1 Gbps) e a largura de banda é de 100 MHz. Mesmo que a rede a
António Macedo 23 António Macedo 24
Caso se esteja a fazer um cabo para interligar uma placa de rede a um hub ou switch deve-se Fase 8
ordenar os cabos de acordo com seguinte tabela:

Fig. 22. Verificador de cabos

Fig. 20. Identificador dos pinos da ficha RJ45 Se até aqui tudo foi correctamente executado, a ligação da ficha já está efectuada. Nem
sempre uma confirmação visual é suficiente para confirmar se a ligação foi bem efectuada.
Fase 3 Para se ter a certeza, deve-se usar um aparelho de medida adequado (Fig. 22). Caso não se
tenha acesso a esse aparelho, deve-se experimentar o cabo num computador que já esteja a
Cortar, com ajuda da segunda parte de corte do alicate, as pontas do cabo para estas ficarem
funcionar em rede e transferir uns ficheiros e ver também se a velocidade é a correcta.
certas.
Quando os contactos entre o cabo e a ficha têm defeito, o computador pura e simplesmente
Fase 4 não comunica, ou então constata-se que, ao transferir um ficheiro, a velocidade de
transferência é demasiado lenta.
Ao introduzir o cabo na ficha RJ45, deve ser respeitada a ordem da Fig. 20
Caso haja necessidade de se ligar directamente dois computadores em rede sem o uso de 1
Fase 5 hub ou switch, ou de se interligar dois hubs com arquitectura Ethernet 10/100 Mbps, através
de cabo UTP categoria 5e, o esquema de ligação é diferente do da Fig.20, nestas situações,
Após a inserção do cabo na ficha RJ45, deve-se verificar se nenhum condutor saiu da ordem e
deve ser respeitada a ligação da Fig. 23.
se estão enterrados até ao fim da ficha. A bainha exterior deve entrar na ficha.
Pino Ficha RJ45 (Macho) PC Ficha RJ45 (Macho) PC
Fase 6
1 Verde/Branco Laranja/Branco
2 Verde Laranja
3 Laranja/Branco Verde/Branco
4 Azul Igual
5 Azul/Branco Igual
6 Laranja Verde
7 Castanho/branco Igual
8 Castanho Igual
Fig. 23. Cabo cross-over. Esquema de ligação entre dois computadores com placas de rede
(Ethernet10/100 Mbps) ou entre dois hubs com a mesma arquitectura, utilizando cabo
Fig. 21. Cravar uma ficha RJ 45com o respectivo alicate de cravar
UTP categoria 5e e fichas RJ45.
Colocar a ficha na ranhura do alicate de cravar ficha RJ45.

Fase 7

Após a inserção da ficha na ranhura do alicate, deve-se apertar com força, para que o alicate
crave a ficha no cabo.

António Macedo 25 António Macedo 26


2.7.1.2.1 STP (Shielded Twisted Pair) por sua vez se encontra rodeado por uma malha metálica circular e por fim por uma bainha
em PVC (policloreto de vinilo). A constituição deste cabo é parecida com a de um cabo de
antena de televisão, mas as características eléctricas são diferentes. Não podemos utilizar um
cabo de antena de TV numa rede informática e o mesmo se passa na situação inversa, devido
ao facto de as impedâncias serem diferentes nos dois cabos.

Fig. 24. Cabo STP Vamos analisar a razão pela qual a malha metálica é circular e é constituída por muitos
condutores:
Cabo de pares entrelaçados com blindagem. A constituição deste cabo é idêntica à do cabo
UTP, exceptuando-se
se a inclusão de uma bainha metálica circular a envolver todos os • A malha é circular e metálica para criar uma gaiola de Faraday, isolando deste modo o
condutores. No exterior de tudo, existe um isolamento eléctrico cuja função é isolar condutor interior de interferências electromagnéticas vindas do exterior, e também isola o
electricamente o cabo. exterior do cabo de interferências electromagnéticas provocadas no interior deste. A
atenuação do ruído electromagnético é na ordem dos 90%.
Este cabo tem duas protecções contra interferências electromagnéticas. Uma delas devedeve-se ao
facto de os condutores virem torcidos dois a dois (existente
(e xistente no cabo UTP), a outra é uma nova • A condução de electrões num condutor metálico realiza-se no interior do condutor, o que
protecção dada pela bainha circular metálica que envolve todos os condutores. Este tipo de acontece na alimentação de uma lâmpada ou de um aquecedor, onde as frequências em jogo
protecção é conhecido por gaiola de Faraday e incrementa em cerca de 90% a protecção são baixas. Quando as frequências em jogo são elevadas, como é o caso de transmissões de
contra ruídos electromagnéticos vindos do exterior para o interior do cabo, bem como os uma rede informática, a condução deixa de se realizar no interior do condutor metálico e
ruídos provocados pela transmissão do sinal no interior do cabo para o exterior. Com este passa a realizar-se predominantemente na sua superfície. Para aumentar a superfície de
incremento na atenuação do ruído electromagnético consegue-se
consegue se obter velocidades de condução, a malha condutora é constituída por muitos condutores de secção reduzida e a área
transmissão superiores, quando comparado
co aos cabos UTP. da superfície de condução é o somatório da superfície de cada um desses pequenos
condutores.
O esquema de ligação é semelhante ao do cabo UTP, mas a bainha metálica deve ser ligada
num dos extremos à terra, o que torna a ligação mais delicada, devido à qualidade da “terra” Em redes locais, este tipo de cabo está a perder terreno relativamente ao cabo UTP, pelas
do sistema eléctrico. Se a “terra” estiver mal feita ou se existirem interferências na ‘terra”, desvantagens já analisadas nas tipologias físicas em barramento. Apesar do custo do material
estas vão ser propagadas pela bainha metálica e vão causar
causar interferências no interior do cabo. ser reduzido e este ter uma boa imunidade às interferências electromagnéticas, a detecção de
avarias e mais difícil e quando há problema num segmento desse cabo a comunicação pára em
toda a rede.
2.7.1.3 Cabos coaxiais Existem diversos tipos de cabos coaxiais, por isso, vamos destacar, apenas, os mais utilizados
em redes informáticas: o cabo coaxial fino (10base2) e o cabo coaxial grosso (10base5).

2.7.1.3.1 Cabo coaxial fino (Thin Ethernet ou Thinet).

a) b) c) d)

Fig. 26. a) Cabo coaxial fino; b) Conector BNC-T; c) Terminador; d) conector BNC.

Fig. 25. Constituição de cabo coaxial Este cabo também é designado por 10base2, onde o “10” representa a velocidade de
transmissão de sinal, neste caso de 10 Mbps, e o “2” indica a distância máxima suportada sem
Os cabos coaxiais são utilizados nas tipologias físicas em barramento.
barramento. Este tipo de cabo é
repetidores de sinal, que é 185 m, e não de 200 m como poderia parecer, dado o número ser o
constituído por diversas camadas concêntricas de condutores e isolantes, daí o nome coaxial.
“2”.
No interior existe uma alma condutora de cobre circular, envolvido por um isolamento, que
António Macedo 27 António Macedo 28
A interligação de computadores ou de outro equipamento informático com este tipo de cabo Em redes onde as distâncias percorridas e as velocidades de transmissão são elevadas, como é
não necessita de equipamento de interligação, como é o caso de um hub ou switch, mas o caso das MAN e das WAN, este tipo de cabo é o ideal, devido aos seguintes factores:
somente de conectores BNC-T e da colocação de dois terminais (resistências de 50 ohm) nos
dois extremos da rede. • As perdas de sinal ao longo de um condutor óptico são muito inferiores às de um cabo
eléctrico. As distâncias, sem a necessidade de regeneração de sinal, tornam-se muito
2.7.1.3.2 Cabo coaxial grosso (Thick Ethernet ou Thicknet) superiores.
Este cabo também é designado por 10base5, onde o “10” representa a velocidade de
transmissão de sinal de 10 Mbps e o “5” indica a distância máxima suportada sem repetidores • A quantidade de sinais transmitidos é muito superior à dos cabos UTP. As transmissões estão
de sinal, que é 500 m. na ordem dos Tbps.

A ligação deste tipo de cabo às placas de rede não é realizada por conectores BNC-T, mas sim • Os cabos são de uma espessura mais fina e são mais leves que os de cobre.
por transceivers. O cabo é contínuo ao longo do barramento e não como no cabo coaxial fino, • Outro ponto não menos importante deve-se à completa imunidade a interferências
onde existe um segmento de cabo entre cada placa de rede, o que poderia originar defeitos electromagnéticas, anulando por completo os problemas de ruído electromagnético.
nas ligações. Como o cabo é contínuo, a derivação para as placas de rede é executada através
da “cravação” de um segundo cabo.

Apesar de todas estas vantagens, a sua aplicação em redes locais (LAN) não tem tido a
evolução prevista devido aos seguintes pontos:
2.7.2 Cabos ópticos
• O custo dos cabos ópticos;

2.7.2.1 Cabos de fibra óptica • O custo dos acessórios de ligação;

• O custo da mão-de-obra na instalação;

• A evolução dos cabos UTP, que cada vez mais suportam velocidades de transmissão mais
elevadas, satisfazendo a maioria das aplicações neste tipo de rede.

Fig. 27. Cabo de fibra óptica

Este tipo de cabo é constituído por um condutor de feixes luminosos, à base de sílica. Este tipo
de cabo transmite por sinais ópticos (fotões) e não por sinais eléctricos (electrões). O cadding é
um revestimento que possui um grau de refracção diferente do condutor de fibra de vidro,
provocando reflexão do feixe de luz, para que o sinal circule sempre dentro do núcleo do
condutor óptico. Como a reflexão não é perfeita, regista-se perda de sinal ao longo do cabo,
mas, se compararmos estas perdas com as de um cabo eléctrico, estas são muito inferiores.

Fig. 28. Esquema de cabo óptico

António Macedo 29 António Macedo 30


2.8 Sem fios (wireless) 2.8.1 Infravermelho
Quando se utiliza um comando de televisão, já se está a utilizar este tipo de transmissão de
sinal sem fios. O transmissor e o receptor têm que estar na linha do sinal, caso contrário a
comunicação é perdida. Estes sinais trabalham em distâncias curtas, que podem ir até aos
30m.

Este tipo de porta já vem incluído em alguns computadores portáteis e nos PDA, bem como em
alguns telemóveis, impressoras, ratos e teclados, libertando o computador do uso de cabos na
ligação com este tipo de periféricos. Nestes casos, as distâncias máximas estão na ordem de
algumas dezenas de centímetros e as velocidades de transmissão são também baixas, por
volta dos 115 kbps ou, em placas de rede mais recentes, até aos 10 Mbps. Este tipo de placas
de rede está actualmente a perder terreno para placas de rede por ondas rádio, que
apresentam velocidades de transmissão superiores e que, ao contrário destas, podem ter
obstáculos, por exemplo, uma parede, entre o emissor e o receptor.

2.8.2 Ondas rádio


As ondas rádio são do mesmo tipo das utilizadas nas transmissões de rádio, onde o emissor
espalha o sinal num dado raio de acção e o receptor que detectar e reconhecer esse sinal pode
recolher essa informação. Neste caso podem existir obstáculos entre o emissor e o receptor,
tornando ainda mais flexível a comunicação. A questão mais problemática centra-se na
Cada vez mais utilizam-se comunicações sem fios, denominadas wireless. Desde um simples segurança, embora se use, no caso de redes locais sem fio, que utilizam ondas rádio, uma
comando de televisão, um telemóvel, uma rede informática ou comunicações por satélite, a técnica que garante a segurança, espalhando o sinal codificado sobre uma série
liberdade de movimentos é incrementada. (aparentemente aleatória) de frequências e somente o receptor conhece a série e codifica os
dados, tornando mais difícil a sobrevivência de eventuais intrusos na rede.
No caso particular de redes locais (LAN) estão a surgir novas tecnologias que substituem em
muitos casos os tradicionais cabos eléctricos, tornando mais flexível o posto de trabalho Vamos ver três das tecnologias de ondas rádio utilizadas em redes locais.
dentro da organização. Ter o computador de secretária “agarrado” ao cabo da rede
informática começa a ter os dias contados, mas este tipo de transmissão apresenta algumas 2.8.2.1 Bluetooth
desvantagens:

• O preço do equipamento é mais elevado;

• As velocidades de transmissão são inferiores;

• Verifica-se uma maior susceptibilidade a interferências electromagnéticas;

• Associado à vantagem da mobilidade, ainda está em discussão a possibilidade de as


transmissões sem fios serem prejudiciais ao Homem. Será importante estarmos atentos aos
resultados das investigações que se estão a realizar nesta área.

Não obstante todas as desvantagens, vamos analisar algumas das tecnologias sem fios O Bluetooth foi anunciado em 1998 como padrão de transmissões sem fios utilizando ondas
existentes nas redes informáticas: rádio e que poderia ser usado em quase todo o tipo de equipamento. Apesar de todo o
optimismo inicial, ainda hoje este tipo de transmissão não está muito difundido. Com o

António Macedo 31 António Macedo 32


aparecimento de outras tecnologias, como é o caso do 802.11b e do HomeRF, existem campos difundido por existirem poucos equipamentos que suportam este tipo de comunicação sem
onde o Bluetooth perde. fios e por ondas de rádio.

O ponto mais fraco deste tipo de tecnologia deve-se ao facto de a velocidade máxima de
transmissão ser somente de 1 Mbps, o que diminui grandemente a possibilidade da aplicação
em redes locais, devido às velocidades superiores das outras tecnologias já mencionadas. 2.8.2.4 Microondas
Este tipo de ondas não pode ter obstáculos entre os pontos de comunicação. As microondas
Em compensação, o Bluetooth é muito mais barato do que os equipamentos com a norma são utilizadas em transmissões em redes de área metropolitana (MAN).
802,11b. Os transmissores trabalham com uma potência mais baixa, aumentando a autonomia
A velocidade de transmissão é relativamente baixa, na ordem dos 5 Mbps.
deste tipo de equipamento, e têm dimensões menores. Com estas características, este tipo de
tecnologia é ideal para ser inserida em equipamento de reduzidas dimensões, onde a 2.8.2.5 Satélite
autonomia é importante e não há necessidade de grandes velocidades de comunicação, como Os satélites de comunicações são utilizados em redes do tipo WAN e são transmissores de
é o caso de telemóveis, PDA, teclados, ratos, entre outros. sinais entre bases terrestres. Essas bases têm de ter antenas parabólicas para enviarem e
receberem os dados. Os satélites de comunicações estão posicionados em órbitas
2.8.2.2 IEEE 802.11b
geostacionárias, que rodam a uma velocidade constante relativamente à da Terra. Este tipo de
Actualmente, um grande número de fabricantes está a apostar neste tipo de tecnologia de
satélites encontra-se entre os 30 e 40 km de altitude em relação à Terra. A frequência de
redes sem fios que suporta velocidades de transmissão de 11 Mbps e é capaz de atingir
transmissão situa-se entre os 4 e 30 GHz.
distâncias até 100 m a céu aberto sem obstáculos e entre 15 e 30 m em ambientes fechados
com obstáculos.

2.9 Placas de rede


Vejamos o material necessário para realizar esta interligação As placas de rede são periféricos de entrada e saída e são utilizadas para interligar um
computador a uma rede local informática. As placas de rede variam consoante o formato,
• Placa de rede 802 11b para cada computador, arquitectura, tipologia e cablagem utilizada.

• Ponto de acesso, que permite a comunicação entre as placas. Vamos, de seguida, analisar os diferentes tipos de ligação da placa à rede, consoante a
tipologia física e cablagem utilizada.

2.9.1 Ligação da placa à rede

2.9.1.1 Ligação com ficha BNC

a) b)

Fig. 29. a) Placa de rede 802.11b; b) Ponto de acesso

Existe equipamento 802.11b para computadores de mesa, computadores portáteis,


telemóveis, PDA, entre outros.

A desvantagem deste tipo de equipamento é o consumo elevado de energia, provocando uma


redução na autonomia dos equipamentos;
Fig. 30. Placa de rede interna com barramento PCI e ficha BNC.

No caso de se utilizar uma tipologia física em barramento com cabo coaxial fino, temos placas
2.8.2.3 HomeRF de rede com fichas BNC.
É a tecnologia mais recente das apresentadas e, no padrão mais actual, é capaz de transmitir a
100 Mbps. O preço não difere muito do 802.11b, mas este padrão ainda não está muito
António Macedo 33 António Macedo 34
2.9.1.2 Ligação com ficha de 15 pinos 2.9.1.4 Ligação por fibra óptica

Fig. 33. Placa de rede interna com barramento PCI a ligar cabo de fibra óptica

Placas de rede com ligação a cabos de fibra óptica. Apesar das vantagens já apresentadas no
Fig. 31. Placa de rede interna com barramento ESA e ficha BNC de 15 Pinos.
tópico das cablagens, é de salientar uma maior velocidade máxima de transmissão e a
Em tipologia física em barramento com cabo coaxial grosso, utilizam-se placas com fichas de imunidade a interferências electromagnéticas. Este último ponto torna a placa de rede imune
15 pinos. a problemas de descargas atmosféricas, como, por exemplo, trovoadas. Esta cablagem afere às
placas de rede uma protecção ideal contra efeitos electromagnéticos, o que mais nenhum tipo
de cablagem oferece, por muitas protecções que tenha.
2.9.1.3 Ligação com ficha RJ45

2.9.1.5 Ligação sem fios (wireless)

Fig. 32. Placa de rede interna com barramento PCI e ficha RJ45

Após análise das diferentes tipologias físicas apresentadas no tópico anterior, podemos
considerar que, presentemente, a tipologia física em estrela é a que apresenta melhores
benefícios para redes locais (LAN), tendo em conta o preço de aquisição, manutenção,
instalação e performance da rede; sendo por isto, actualmente, a tipologia física a mais
utilizada em redes locais. Fig. 34. Placa de rede PCMCIA com saída de rádio e router wireless.

O cabo utilizado é o condutor com pares entrelaçados sem blindagem (UTP) ou com blindagem Em redes locais onde a mobilidade é fundamental ou onde não é possível passar cabos,
(STP). A ligação deste tipo de cablagem às placas de rede é realizada por fichas RJ45. utilizam-se placas de rede sem fios (wireless). Este tipo de placa possui uma antena de
transmissão e recepção de sinal para comunicar com a estação-base. As maiores desvantagens
deste tipo de ligação devem-se a uma menor velocidade máxima de transmissão, às
interferências e ao preço de aquisição mais elevado.

Quanto à ligação das placas de rede ao computador, existem as seguintes:

• Internas;

• Externas;
António Macedo 35 António Macedo 36
• PCMCIA; No caso de computadores portáteis, existe um slot de ligação própria, designado por PCMCIA,
onde se podem ligar diversos periféricos, entre eles placas de rede, modems, placas de
• CompactFlash; aquisição e outros. A principal vantagem deste tipo de invólucro deve-se às reduzidas
dimensões, mas, como não podia deixar de ser, o preço é mais elevado que o dos anteriores.
Apesar de uma placa de rede PCMCIA ter dimensões muito inferiores relativamente às
2.9.1.5.1 Internas internas, as características técnicas são equivalentes às placas de rede internas com
barramento PCI. Existem placas de rede PCMCIA de 10 Mbps, 100 Mbps e de 1 Gbps.

2.9.1.5.2.2 CompactFlash

As placas de rede internas são ligados no interior do computador através dos slots de
expansão existentes na motherboard.
2.9.1.5.2.3 Placa de rede CompactFlash
Em componentes onde o espaço é reduzido, como é o caso das PDA (Personal Digital Assistant
2.9.1.5.2 Externas - Assistente Pessoal Digital), o tamanho ocupado por uma placa de rede PCMCIA seria
demasiado grande e, tendo isto em conta, foi desenvolvido um novo tipo de formato, bastante
mais reduzido, o chamado CompactFlash. Existem placas de rede, modems e outros periféricos
que entram num slot CompactFlash.

2.10 Modems

Fig. 35. a) Placa de rede externa porta RJ45

As externas são ligadas à caixa do computador através das portas de comunicação, como é o
caso da porta série, paralela e USB. Devido às limitações de velocidade das portas de
comunicação, a USB é a mais rápida das três apresentadas. As placas de rede internas e com o Sabes de onde surgiu a palavra modem?
formato PCMCIA apresentam limites máximos de transferência de dados muito superiores às
Modulator - Demodulator (Modulação Desmodulação)
placas de rede externas, dado que estão ligadas directamente ao barramento da motherboard.
MO+DEM=MODEM
2.9.1.5.2.1 PCMCIA
O modem é um periférico de entrada e saída, que converte os sinais digitais do computador
em sinais capazes de serem transmitidos pelas linhas telefónicas.

Quando se pretende enviar informação de um computador para outro através de uma linha
telefónica analógica, o modem instalado no primeiro computador modula (coneceptor verte) o
sinal digital do computador num sinal analógico adequado ao circuito eléctrico da linha
Fig. 36. Placa de rede PCMCIA telefónica. O modem instalado no segundo computador que recebe a informação desmodula
(converter) o sinal analógico vindo pela linha telefónica num sinal digital, de modo a ser
interpretado pelo computador.
António Macedo 37 António Macedo 38
Se o computador estiver ligado por modem a uma linha telefónica analógica, digital ou a um Os modems internos são ligados no interior do computador através dos slots de expansão
circuito de televisão por cabo, os modems utilizados são diferentes para cada caso, pois os existentes na motherboard.
sinais que circulam numa linha telefónica analógica, linha telefónica digital ou circuito de
televisão por cabo são diferentes. Sendo assim, temos de ter um modem adequado a cada
circuito de transmissão para que a modulação e a desmodulação sejam realizadas 2.10.2 Externos
adequadamente.

Consoante o tipo de ligação, podemos separar os modems nas seguinte categorias:


Fig. 38. a)Modem externo
a) Modem analógico. Utilizado em linhas telefónicas analógicas.
Nos modems externos, o circuito electrónico encontra-se no Interior de um invólucro, que por
b) Modem digital. Utilizado em linhas telefónicas digitais (RDIS). sua vez é interligado ao computador, através de diversas portas de comunicação que se
encontram no exterior da caixa do computador, como é o caso da porta série e/ou USB.
c) Modem-cabo (cable modem). Utilizado para interligar um computador ao circuito de
televisão por cabo. No caso dos modem que se ligam ao circuito de televisão por cabo, a interligação pode ser
feita pela porta USB ou através de uma placa de rede. Neste caso, a ligação ao computador
não é realizada pela porta série devido à limitação da velocidade máxima da mesma (que é de
Já ouviste falar de fax-modem? 115 kbps) e pelo facto de as comunicações no circuito de televisão por cabo excederem este
valor. Assim sendo, são utilizadas outras portas mais rápidas, como as anteriormente descritas.
Um fax-modem não é mais do que um modem, isto porque se aproveita das características da
comunicação modulada através da linha telefónica para poder transmitir ou receber um fax. 2.10.2.1 PCMCIA
Podemos enviar um fax a partir de um computador com modem e este ser recebido por um Existem modems analógicos e digitais no formato PCMCIA que são utilizados em
fax tradicional ou por outro computador com modem. O mesmo se passa na recepção de fax, computadores portáteis, tornando as comunicações ainda mais móveis. Este tipo de formato
isto é, num computador com modem podemos receber um fax proveniente de um fax apresenta as mesmas vantagens e desvantagens mencionadas nas placas de rede PCMCIA.
tradicional.
2.10.2.2 CompactFlash
Existem diversos tipos de modems, nomeadamente quanto ao formato: No formato CompactFlash também estão disponíveis modems que podem ser utilizados em
PDA (Personal Digital Assistant — Assistente Pessoal Digital).
a) Internos;
2.11 Hubs e switches
b) Externos;

c) PCMCIA; 2.11.1 Hub


d) CompactFlash.

2.10.1 Internos

Fig. 39. Hub 10/100 Mbps

Um hub é um dispositivo de rede que serve para interligar diversos computadores quando a
Fig. 37. a) Modem interno analógico; b)Modem interno digital; tipologia física utilizada é em estrela. De cada computador individual é ligado um cabo a uma

António Macedo 39 António Macedo 40


ficha do Hub. Se houver problema num cabo ou numa ficha, somente aquele computador é 2.12 Router
que deixa de comunicar. Um router é um dispositivo que serve para interligar duas ou mais redes diferentes. Por
exemplo, no caso de termos uma rede local e se houver necessidade de se interligar essa rede
Internamente, um hub tem uma tipologia lógica em barramento, isto é, os dados enviados por
à lnternet, para que todos os computadores da rede local tenham acesso à lnternet, pode-se
um computador são transmitidos para todos. Caso dois computadores estejam a comunicar,
utilizar um router. Quando um dos computadores tenta aceder a um endereço, o router
não é possível comunicar no mesmo instante com outros dois computadores, visto que o
analisa se esse endereço existe na rede local e, se não o encontrar, faz uma ligação para o
interior do hub funciona como um barramento que é partilhado por todos os computadores.
exterior (caso o acesso seja através de uma linha telefónica, o router faz a marcação do
2.11.2 Switch número e envia os dados para se poder ligar à lnternet). Quando obtiver resposta, este envia a
informação para o computador.

Fisicamente, um router pode ser um equipamento independente (com um formato de um


pequeno hub), mas também pode ser um computador que, com software adequado, faz o
reencaminhamento das ligações - Podemos utilizar um computador com o sistema operativo
Fig. 40. Switch Linux, pois este tipo de serviço já vem incluído nas distribuições de Linux mais conhecidas e
tem a vantagem de ser gratuito, embora, claro está, haja necessidade de se configurar o
O switch (comutador) tem a mesma função de um hub, mas o funcionamento interno é
serviço de router.
diferente. A ligação interna não é em barramento, mas em “comutar portas”, isto é, se dois
computadores estiverem a comunicar, as duas portas comutam e interligam-se de modo a 2.13 FIREWALL
outros computadores poderem também comunicar em simultâneo, isto porque a ligação é
realizada entre dois pontos.
É um aparelho com duas ou mais ligações de rede, que roteia apenas pacotes que corresponde
Vamos analisar outra situação, como um caso em que há a necessidade de fazer comunicar
a regras predefinidas em função de origem, destino, serviço (porta). A Firewall deve ser o
dois computadores com um terceiro. Aí, a comunicação com este último é partilhada pelos
único caminho entre duas sub-redes. Deve-se cortar qualquer outro caminho entre essas sub-
outros dois. Neste caso, a ligação com o terceiro computador é repartida pelos computadores
redes.
1 e 2.
À medida que a maior parte das organizações liga a sua rede privada à grande rede, o
No caso de um hub com portas a 10 Mbps e 100 Mbps, e se existir pelo menos um computador
objectivo principal passa a ser como impedir que os utilizadores não autorizados tenham
a comunicar com uma placa a 10 Mbps, todas as restantes comunicações funcionam a 10
acesso a dados confidenciais. O principal meio para proteger as redes privadas são as firewalls.
Mbps, mesmo que os restantes computadores tenham placas de rede a 100 Mbps, pois o
barramento vai trabalhar à velocidade do mais baixo. Uma firewall é simplesmente uma barreira entre duas redes, na maioria das vezes uma rede
interna, chamada rede confiável ou trusted, e uma rede externa não confiável ou untrusted.
Partindo da mesma situação, mas, se em vez de se utilizar um hub se utiliza um switch, o
Firewall examinam o tráfego nos dois sentidos e bloqueiam ou permitem a passagem de dados
funcionamento altera-se. Se o computador 1 tiver uma placa a 10 Mbps e comunicar com o
de acordo com um conjunto de regras definido pelo administrador. São usualmente
computador 2 que tem uma placa a 100 Mbps, a comunicação entre estes dois computadores
constituídas de um conjunto de hardware e software e são muito usados para aumentar a
vai ser a 10 Mbps, mas se em simultâneo houver outros dois computadores diferentes a
segurança de redes privadas ligadas à Internet.
comunicarem com placas de rede a 100 Mbps, esta comunicação vai ser realizada a 100 Mbps,
dado que são criados caminhos diferentes. Podem-se utilizar também firewalls internas à rede para protecção adicional de dados de alta
confidencialidade que pertençam aos altos níveis de tomada de decisões da empresa, tais
Existem ainda switches designados por virtual switch, que têm a funcionalidade de criar redes como os gabinetes executivos, departamento de recursos humanos, departamento financeiro
distintas dentro do mesmo switch, para que os computadores de uma parte da rede não
etc.
tenham acesso a outra. Este tipo de switch é configurável, o que não acontece com o primeiro.
O importante é configurar a firewall de acordo com a política de segurança da organização que
a utiliza, estabelecendo o tipo de acesso que deve ser permitido ou negado. Com relação aos
dados, existem três características principais que precisam ser protegidas:

António Macedo 41 António Macedo 42


• Segredo (privacidade); O que diferencia uma classe de endereços da outra, é o valor do primeiro octeto. Se for um número
entre 1 e 126 (como em 113.221.34.57) temos um endereço de classe A. Se o valor do primeiro octeto
• Integridade; for um número entre 128 e 191, então temos um endereço de classe B (como em 167.27.135.203) e,
finalmente, caso o primeiro octeto seja um número entre 192 e 223 teremos um endereço de classe C:
• Disponibilidade.

Mesmo que o intruso não danifique os dados, a simples utilização dos computadores e suas
informações pode ter consequências danosas. Os recursos representam um substancial
investimento da organização e as informações neles contidas, algo demasiado precioso para
ser deixado a serviço de invasores.

3 Endereçamento IP
Dentro de uma rede TCP/IP, cada computador recebe um endereço IP único que o identifica na
rede. Um endereço IP é composto de uma sequência de 32 bits, divididos em 4 grupos de 8
bits cada. Cada grupo de 8 bits recebe o nome de octeto.

8 bits permitem 256 combinações diferentes. Para facilitar a configuração dos endereços,
usamos então números de 0 a 255 para representar cada octeto, formando endereços como
220.45.100.222, 131.175.34.7 etc. Muito mais fácil do que ficar decorando binários.

O endereço IP é dividido em duas partes. A primeira identifica a rede à qual o computador está
conectado (necessário, pois numa rede TCP/IP podemos ter várias redes conectadas entre sí,
veja o caso da Internet) e a segunda identifica o computador (chamado de host) dentro da
rede.
Ao implantar uma rede TCP/IP deverá analisar qual classe de endereços é mais adequada, baseado no
Obrigatoriamente, os primeiros octetos servirão para identificar a rede e os últimos servirão número de nós da rede. Com um endereço classe C, é possível endereçar apenas 254 nós de rede; com
para identificar o computador em si. Como temos apenas 4 octetos, esta divisão limitaria um endereço B já é possível endereçar até 65,534 nós, sendo permitidos até 16,777,214 nós usando
bastante o número de endereços possíveis. Se fosse reservado apenas o primeiro octeto do endereços classe A. Claro que os endereços de classe C são muito mais comuns. Se alugar um backbone
endereço por exemplo, teríamos um grande número de hosts, mas em compensação para conectar a rede de sua empresa à Internet, muito provavelmente irá receber um endereço IP classe
poderíamos ter apenas 256 sub-redes. Mesmo se reservássemos dois octetos para a C, como 203.107.171.x, onde 203.107.171 é o endereço de sua rede dentro da Internet, e o “x” é a faixa
de 254 endereços que pode usar para identificar seus hosts. Veja alguns exemplos de endereços TCP/IP
identificação da rede e dois para a identificação do host, os endereços possíveis seriam
válidos:
insuficientes.
Classe A 105.216.56.185 45.210.173.98 124.186.45.190 89.42.140.202 34.76.104.205
Para permitir uma gama maior de endereços, quem desenvolveu o TPC/IP dividiu o
Classe B 134.65.108.207 189.218.34.100 156.23.219.45 167.45.208.99 131.22.209.198
endereçamento IP em cinco classes, denominadas A, B, C, D, e E, sendo que as classes D e E Classe B 134.65.108.207 189.218.34.100 156.23.219.45 167.45.208.99 131.22.209.198
estão reservadas para expansões futuras. Cada classe reserva um número diferente de octetos Classe C 222.45.198.205 196.45.32.145 218.23.108.45 212.23.187.98 220.209.198.56
para o endereçamento da rede:

Na classe A, apenas o primeiro octeto identifica a rede, na classe B são usados os dois Nem todas as combinações de valores são permitidas. Alguns números são reservados e não podem ser
primeiros octetos e na classe C temos os três primeiros octetos reservados para a rede e usados na sua rede. Vamos ver agora os endereços IPs inválidos:
apenas o último reservado para a identificação dos hosts.

António Macedo 43 António Macedo 44


Endereço inválido Por que? 255, como em 255.255.0.0 ou 255.0.0.0. onde um valor 255 indica a parte endereço IP referente à rede,
Nenhum endereço IP pode começar com zero, pois o identificador de rede 0 é e um valor 0 indica a parte endereço IP referente ao host.
0.xxx.xxx.xxx
utilizado para indicar que se está na mesma rede, a chamada rota padrão.
Nenhum endereço IP pode começar com o número 127, porque este número é A máscara de rede padrão acompanha a classe do endereço IP: num endereço de classe A, a máscara
reservado para testes internos, ou seja, são destinados à própria máquina que será 255.0.0.0, indicando que o primeiro octeto se refere à rede e os três últimos ao host. Num
127.xxx.xxx.xxx enviou o pacote. Se por exemplo, se tiver um servidor de SMTP e configurar
endereço classe B, a máscara padrão será 255.255.0.0, onde os dois primeiros octetos referem-se à rede
seu programa de e-mail para usar o servidor 127.0.0.1 ele acaba por usar
próprio servidor em que está instalado. e os dois últimos ao host, e num endereço classe C, a máscara padrão será 255.255.255.0 onde apenas o
255.xxx.xxx.xxx último octeto refere-se ao host.
Nenhum identificador de rede pode ser 255 e nenhum identificador de host
pode ser composto apenas de endereços 255, seja qual for a classe do
xxx.255.255.255
endereço. Outras combinações são permitidas, como em 65.34.255.197 (num
endereço de classe A) ou em 165.32.255.78 (num endereço de classe B).
5 DHCP
xxx.xxx.255.255 Ao invés de configurar manualmente os endereços IP usados por cada máquina, é possível fazer com
xxx.0.0.0 Nenhum identificador de host pode ser composto apenas de zeros, seja qual que os hosts da rede obtenham automaticamente seus endereços IP, assim como sua configuração de
for a classe do endereço. Como no exemplo anterior, são permitidas outras máscara de sub-rede e defaut gateway. Isto torna mais fácil a tarefa de manter a rede e acaba com a
xxx.xxx.0.0 combinações como 69.89.0.129 (classe A) ou 149.34.0.95 (classe B)
possibilidade de erros na configuração manual dos endereços IP.
Nenhum endereço de classe C pode terminar com 0 ou com 255, pois como já
vimos, um host não pode ser representado apenas por valores 0 ou 255. Os Para utilizar este recurso, é preciso implantar um servidor de DHCP na rede. A menos que rede seja
endereços xxx.255.255.255
xxx.xxx.xxx.255 muito grande, não é preciso usar um servidor dedicado só para isso: pode atribuir mais esta tarefa para
um servidor de arquivos, por exemplo. O serviço de servidor DHCP pode ser instalado apenas em
xxx.xxx.255.255 e xxx.xxx.xxx.255 são sinais de broadcast que são destinados
xxx.xxx.xxx.0 sistemas destinados a servidores de rede, como o Windows NT Server, Windows 2000 Server, Windows
simultaneamente à todos os computadores da rede. Estes endereços são
usados por exemplo numa rede onde existe um servidor DHCP, para que as 2003 Server, Windows 2008 Server, Linux e das várias versões do Unix.
estações possam receber seus endereços IP cada vez que se conectam à rede.
Do lado dos clientes, é preciso configurar o TCP/IP para obter seu endereço DHCP a partir do servidor.

Cada vez que o computador cliente é ligado, carrega o protocolo TCP/IP e em seguida envia um pacote
Se não pretendermos conectar a nossa rede à Internet, podemos utilizar qualquer faixa de endereços IP
de broadcast para toda a rede, perguntando quem é o servidor DHCP. Este pacote especial é
válidos e tudo irá funcionar sem problemas. Mas, a partir do momento em que resolvemos conecta-los à
endereçado como 255.255.255.255, ou seja, para toda a rede. Junto com o pacote, o cliente enviará o
Web os endereços da sua rede poderá entrar em conflito com endereços já usados na Web.
endereço físico de sua placa de rede.
Para resolver este problema, basta utilizar uma das faixas de endereços reservados. Estas faixas são
Ao receber o pacote, o servidor DHCP usa o endereço físico do cliente para enviar para ele um pacote
reservadas justamente ao uso em redes internas, por isso não são roteadas na Internet.
especial, contendo seu endereço IP. Este endereço é temporário, não é da estação, mas simplesmente é
“emprestado” pelo servidor DHCP para que seja usado durante um certo tempo. Uma configuração
As faixas de endereços reservados mais comuns são 10.x.x.x e 192.168.x.x, onde respectivamente o 10 e
importante é precisamente o tempo do empréstimo do endereço. A configuração do “Lease Duration”
o 192.168 são os endereços da rede e o endereço de host pode ser configurado da forma que desejar.
muda de sistema para sistema e pode ser configurado.
O default em muitos sistemas é 192.168.1.x, mas podemos usar os endereços que quisermos. Se
quisermos uma faixa ainda maior de endereços para uma rede interna, é só apelar para a faixa 10.x.x.x,
onde teremos à disposição mais de 12 milhões de endereços diferentes. O servidor DHCP passa a ser essencial para o funcionamento da rede. Se ele estiver parado ou desligado,
as estações não terão como obter seus endereços IP e não conseguirão entrar na rede.
Usar uma destas faixas de endereços reservados não impede que os PCs da rede possam ligar-se à
Internet, todos podem ligar-se através de um servidor proxy ou um router. Podemos configurar o tempo do empréstimo como sendo de 12 ou 24 horas, ou mesmo estabelecer o
tempo como ilimitado, assim a estação poderá usar o endereço até que seja desligada no final do dia,
minimizando a possibilidade de problemas, caso o servidor caia durante o dia.
4 Máscara de sub-rede
Todos os provedores de acesso à Internet usam servidores DHCP para fornecer dinamicamente
Ao configurar o protocolo TPC/IP, seja qual for o sistema operativo usado, além do endereço IP é preciso
endereços IP aos usuários. No caso deles, esta é uma necessidade, pois o provedor possui uma faixa de
informar também o parâmetro da máscara de sub-rede, ou “subnet mask”. Ao contrário do endereço IP,
endereços IP, assim como um número de linhas bem menor do que a quantidade total de assinantes,
que é formado por valores entre 0 e 255, a máscara de sub-rede é formada por apenas dois valores: 0 e
pois trabalham sobre a perspectiva de que nem todos se ligaram ao mesmo tempo.

António Macedo 45 António Macedo 46


6 Default Gateway por exemplo, temos a FCCN. Para registar um domínio é preciso fornecer à FCCN o endereço IP real do
servidor onde a página ficará hospedada. A FCCN cobra uma taxa de manutenção anual por este serviço.

Servidores DNS também são muito usados em Intranets, para tornar os endereços mais amigáveis e
Um rede TCP/IP pode ser formada por várias redes interligadas entre si por router. Neste caso, quando
fáceis de guardar.
uma estação precisar transmitir algo a outra que esteja situada em uma rede diferente, deverá
contactar o router de sua rede para que ele possa encaminhar os pacotes. Como todo o nó de rede, o A configuração do servidor DNS pode ser feita tanto manualmente em cada estação, quanto
router possui seu próprio endereço IP. É preciso informar o endereço do router nas configurações do automaticamente através do servidor DHCP. Quanto mais recursos são incorporados à rede, mais
TCP/IP de cada estação, no campo “defaut gateway”, pois sem esta informação as estações necessário se torna-se o servidor DHCP.
simplesmente não conseguirão conectar-se ao router e consequentemente às outras redes.

Caso a rede seja suficientemente grande, provavelmente também terá um servidor DHCP. Neste caso,
poderá configurar o servidor DHCP para fornecer o endereço do router às estações junto com o
endereço IP.

Por exemplo, se montar uma rede domésticas com 4 PCs, usando os endereços IP 192.168.0.1,
192.168.0.2, 192.168.0.3 e 192.168.0.4, e o PC 192.168.0.1 estiver a partilhar o acesso à Web, seja
através do Windows ou outro programa qualquer, as outras três estações deverão ser configuradas para
utilizar o Default Gateway 192.168.0.1. Assim, qualquer solicitação fora da rede 192.168.0 será
encaminhada ao PC com a conexão, que se encarregará de enviá-la através da Web e devolver a
resposta.

7 Servidor DNS

O DNS (domain name system) permite usar nomes amigáveis ao invés de endereços IP para ligar-se aos
servidores. Quando se conecta à Internet e acessa o endereço http://www.sapo.pt usando o browser é
um servidor DNS que converte o nome no endereço IP real do servidor, permitindo ao browser ligar-se.

O servidor DNS mantém uma tabela com todos os nomes, relacionados com os respectivos endereços
IP. A maior dificuldade em manter um servidor DNS é mantê-lo actualizado, pois o serviço tem que ser
feito manualmente. Dentro da Internet, temos várias instituições que tratam desta tarefa. Em Portugal,

António Macedo 47 António Macedo 48

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