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Mas o que vem depois? Um murmrio soprado, a voz falha por horas e horas de um choro sem fim.

. Suspirou, pegando entre suas mos uma das mos de Minseok. Depois? Depois do que? Esfregou o polegar em uma das palmas alheias, um ato to pequeno quanto cuidadoso. Depois de tudo... Outro suspiro, sua respirao falhava junto s pequenas lgrimas que devagar enchiam seus olhos. Depois de tudo... De repente no venha nada... Mas... De repente nasamos de novo, em um outro corpo, com outra mente, e nem mesmo lembraremos de quem ns ramos antes... Outro corpo? Outro corpo! Esse estaria morto, mas ns iramos para outro, novo e que precisaria de ns. Minseok sorriu, os olhos correndo pelo teto escuro. Ou talvez ns virssemos anjos, minha me acreditava em anjos... Voc gostaria de ser um anjo, Lu? No... Tinha os olhos na face plida de Minseok, to parcamente iluminada que quase no era vista, mas seus olhos ainda assim pareciam brilhar na escurido parcialmente silenciosa de seu quarto. Por qu? Virou-se apenas para encontrar os olhos que lhe fitavam, um pequeno aperto no peito ao ver to aflito o rosto que lhe acompanhara por toda uma vida. Voc nunca viu as pinturas? Eles parecem estar sempre tristes, sempre vazios. Ns poderamos ser anjos juntos. Falou, trazendo para os lbios uma das mos trmulas de Luhan, estas nunca lhe parecendo to frgeis quando agora. Eu poderia ser um anjo e cuidar de voc. Eu poderia nascer novamente e continuar a te ver. Beijou cada um dos ns de seus dedos, e suas unhas e sua palma. Ns poderamos nascer novamente separados. Eu preferiria no nascer, ento. Eu preferiria continuar morto. Mas ns nasceramos juntos, certo? O tom de incerteza lhe fora inevitvel, mas ento, ainda entre as pequenas lgrimas, Luhan lhe sorriu. Fraco, ainda sem vida, mas sorriu. Eu no sei... Mas quando chegar a hora, eu vou pedir para que sim. Quando chegar a hora, vou pedir para continuar junto de voc.

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