Maringá, 2ª quinzena de junho de 2009 - Ano 1 - Nº 6
L A São Judas Tadeu não pode parar
O Foto: Prefeitura Municipal de Maringá
C
A MARINGÁ – que crescimento queremos?
L
Moradores do Conjunto
Hermann Moraes Barros e jar-
dins Diamante e Copacabana
protestaram no último dia 6
exigindo mudanças no projeto
de construção do Contorno
Norte, que interrompe uma
das principais avenidas da região,
a São Judas Tadeu. A necessida-
de de transposição da via foi a
principal reivindicação daquela
comunidade, que recebeu in-
clusive o apoio de várias lide-
ranças de Maringá. Documen-
tos foram produzidos e serão
encaminhados aos órgãos mu-
nicipais e federais. A
mobilização, pacífica, é um
exemplo de cidadania de mo-
radores que querem ser ouvi-
dos e respeitados pelas autori-
dades públicas.
Ato público mostra força
e determinação da comu-
nidade
Moradores da região do
Conjunto Hermann Moraes
Barros promoveram no últi-
mo sábado, 6 de junho, uma
demonstração de defesa dos
interesses daquela comunida-
de ao realizar ato público pro-
testando contra o anunciado
fim da Avenida São Judas Ta-
deu, que é uma das principais
vias do bairro, servindo de li-
gação com os jardins
Copacabana e Diamante e
Página 16
O porta voz da comunidade
com o centro da cidade. Além
de moradores, indignados com
o projeto da Prefeitura Muni-
cipal de Maringá que está sen-
do executado em conjunto
com o Departamento Nacio-
nal de Infraestrutura de Trans-
portes, que não prevê a trans-
posição daquela importante
via, prejudicando cerca de 20
mil pessoas, lideranças estadu-
ais e municipais fizeram ques-
tão de apoiar a iniciativa, por
considerar que a população
deveria ter sido ouvida antes do
início da obra, orçada em R$ 150
milhões e está sendo construída
com recursos do PAC.
Integrantes da comissão
que representa os moradores
fizeram uso da palavra
enfatizando que a luta está co-
meçando e que é preciso sen-
sibilizar as autoridades respon-
sáveis, já que as próximas ge-
rações podem ter o futuro
comprometido se a obra não
for readequada e atender os
anseios daquela comunidade.
Além da ata do movimento, foi
realizado um abaixo-assinado,
que será encaminhado ao mu-
nicípio e ao Dnit, com a assi-
natura de centenas de cidadãos
que pedem a não interrupção
da avenida, a fim de garantir
acesso dos moradores dos
bairros adjacentes a escolas, ao
posto de saúde, ao trabalho e
ao lazer, além de alertar para a
desvalorização dos terrenos
adquiridos por pessoas que
pagam seus impostos e inves-
tem inclusive em áreas comer-
ciais. O documento lembra que
Maringá, a exemplo de outros
grandes municípios brasileiros,
é uma cidade planejada e que
a Avenida São Judas Tadeu é
uma das ligações com o cen-
tro maringaense, “sendo assim
uma das principais vias futuras
de descongestionamento do
trânsito”.
Dias antes os moradores
tentaram expor o problema ao
prefeito Silvio Barros II (PP),
mas este não compareceu à
reunião que ele próprio havia
marcado. A acessibilidade na-
quela região será estrangulada
se o projeto não for alterado.
Um dia antes do protesto, a
comissão de moradores con-
versou com representante do
Dnit, que conheceu o proble-
ma e até sinalizou com uma
readequação inicial para uma
futura transposição; mas a
mobilização continuará até o fi-
nal, até que o problema seja
resolvido.
O Hermann Moraes Barros
e bairros adjacentes estão dan-
do uma verdadeira lição de ci-
dadania e de resistência, co-
brando dos homens públicos o
mais básico em sua relação
político-administrativa: que o
povo seja ouvido e respeitado.
Prefeitura e Dnit
recebem documento
A comissão formada por
moradores dos bairros da re-
gião elaborou um documento
que foi encaminhado à Prefei-
tura Municipal de Maringá e ao
Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes
(Dnit) oficializando o pedido de
transposição da Avenida São
Judas Tadeu. Depois de
enfatizar que o Contorno Norte
é uma obra de importância para
a cidade e para a região, o do-
cumento frisa que, além de
contribuir para o desenvolvi-
mento regional, ela deve prin-
cipalmente atender os anseios
da população melhorar sua
vida.
“Infelizmente, o projeto pre-
vê o fechamento da Avenida
São Judas Tadeu, e isso não con-
tribui em nada para melhorar a
vida dos moradores dessa re-
gião; pelo contrário, trará gran-
des transtornos para mais de
20.000 habitantes que no seu
cotidiano se utilizam a citada
avenida. Por outro lado, enten-
demos também que o fecha-
mento da avenida prejudicará
também o sistema viário do
município, haja vista que esta via
é e será muito importante para
a ligação de vários bairros com
o centro através da Avenida
Herval”.
O documento explica que
os moradores vêm se reunin- MARINGÁ
MARINGÁ: As políticas de ocupação
do há vários dias, fazendo pro- urbana e o que ela gera – Pág. 3
testos pacíficos, procurando
sensibilizar as autoridades locais,
SEXUALIDADE: A educação sexual
regionais e nacionais sobre a
necessidade se buscar uma so- deve acontecer desde a infância – Pág. 13
lução para evitar o fechamento
da avenida. Os moradores rei- ZILDA ARNS: Missão: salvar vidas – Pág. 9
vindicam formalmente a trans-
posição da Avenida São Judas
ENTREVIST
ENTREVISTA A: Secretário Estadual do
Tadeu sobre o Contorno Nor-
te “através da construção de Planejamento – Ênio Verri – Págs. 4 e 5
uma pista, mesmo que de uma
só via, para atender assim os TIJOLO RESSO
TIJOLO ADOR: Invenção maringaense –
RESSOADOR: Pág. 6
anseios e desejos dessa popula-
ção que ajuda a construir essa
AMIGO FIEL: Você sabe cuidar do seu cãozinho? – Pág. 12
cidade”.
2ª quinzena de junho/09
A Editorial OPINIÃO
Deixar chorar para dormir S
“Infeliz é o país que precisa de heróis”
R Segundo o professor de Sociologia, Elimar Pinheiro Nasci-
mento “o excluído não é apenas aquele que se encontra em
Antonio Santiago
(jornalista)
maio tive o prazer de almoçar
com uma mulher admirável,
Outro método utilizado pela
Pastoral é o uso da
pode ser prejudicial ao bebê A
T situação de carência material, mas aquele que não é reco-
nhecido como sujeito, que é estigmatizado, considerado nefas-
Essa frase de Berthold
Brecht, na peça sobre a vida de
uma verdadeira heroína, des-
sas que chegam assim de man-
multimistura, um mix de vári-
os produtos, que é distribuído
Fernanda Becker Arcaldi*
Quem é pai ou mãe, sabe
mecer com seu conforto ao
lado, mas sem ter que mamar
Ú
to ou perigoso à sociedade”. Galileu retrata bem o que é o sinho e conquistam com sua- para a população carente com como é receber um monte de para adormecer completa-

I Mas, afinal o que é exclusão social? Exclusão social é estar

desempregado, é não ter moradia ou mesmo morar na rua ou
favela, é não ter oportunidade à saúde, educação, previdên-
Brasil. A mídia, notadamente,
a Rede Globo vive tentando
criar heróis para o povo brasi-
G cia? Sim, é tudo isso e muito mais. É a distribuição desigual do
produto social, a desigualdade de acesso a empregos, terra e
aos serviços de educação e saúde, oportunidades de participa-
leiro, foi assim com Tancredo
Neves, Airton Sena e tantos
outros. Mas o que é ser herói?
ção social e cultural. Também é o preconceito e a discrimina- Heróis se distinguem por
vidade, sem se impor.
Essa mulher é a doutora
Zilda Arns que há mais de 20
anos assumiu a responsabilida-
de de salvar vidas. Tudo come-
çou em Florestópolis,
arquidiocese de Londrina.
o intuito de enriquecer a ali-
mentação.
Doutora Zilda, pediatra,
opiniões e conselhos a respei-
to da forma como educa e cui-
da do filho. Quando o bebê
mente”, diz Gordon. O bebê
pode ficar zangado, mas um
carinho nas costas e o confor-
D
que sempre trabalhou em prol
dos necessitados é um exem-
plo para todos nós. Pude ver
não dorme sozinho, por exem-
plo, um dos conselhos mais
recebidos é “deixa chorar por
to da mãe ao lado vão acalmá-
lo. O bebê deve mamar (pou-
co) novamente apenas depois
E
durante o almoço como ela

O
três noites e ele vai aprender”. que dormir, mesmo que por
ção contra negros, índios, mulheres e pobres em geral. E nesse duas qualidades fundamentais. Com poucos recursos e uma atendeu a todos sempre com Muitos pais aderem à prática, poucos minutos.
contexto cresce a violência urbana e surge uma nova socieda- Primeira, não têm medo de receita simples (soro caseiro) um sorriso e voz suave. Mes- mas a maioria sente aquele nó Nas próximas seis noites,
de. navegar contra a corrente. Se- conseguiu nestes anos o mila- mo com horário apertado, ia na garganta só de imaginar. Es- deve-se amamentar o bebê na

S Os ricos se protegem com carros blindados, grades de ferro

e guardas particulares em suas residências enquanto os po-
bres e os sem teto são encurralados para a periferia das gran-
gunda, são capazes de enxer-
gar o óbvio – mesmo que nin-
guém o veja. Heróis quase
des cidades. sempre são do contra. Não se
Com essa perda de capital social e humano, a sociedade incomodam por estar em mi-
se torna incapaz de superar os desafios do desenvolvimento. E noria, ou mesmo sozinhos.
o capital social tem influência decisiva no cumprimento das Não realizam atos de bravura
normas e leis, no comportamento cívico, no respeito aos outros, por ostentação ou vaidade. São
da propriedade particular e pública e no engajamento em ini- pessoas que não estão em bus-
ciativas comunitárias, como conselhos de escola e de centros ca de vaidades pessoais, são
gre de conservar a vida de mi-
lhares de bebês que morriam
em decorrência de desidrata-
ção em função de doenças
decorrentes da desnutrição.
Incansável ela conseguiu
arrebanhar um exército de
voluntários que fazem parte da
Pastoral da Criança. A Pastoral
é ligada à igreja católica e per-
embarcar para São Paulo, não
se furtou de tirar fotos, de con-
versar com todos sem distin-
ção. São heróis assim que pre-
cisamos, como doutora Zilda
e seu exército de colaborado-
res, que trabalham anonima-
mente, sem esperar glórias ou
recompensa financeira. Zilda,
não ganhou, mas sem dúvida
ses, hoje, podem ficar
tranquilos, pois existem manei-
ras menos sofridas (embora
trabalhosas) para os pais e para
o bebê.
O método “deixar chorar”
é conhecido como “método
Ferber”, criado pelo Dr.
Richard Ferber, conceituado
médico norte americano, que
guma necessidade. Uma vez
Dr. Jay Gordon, pediatra e
mente apenas quando estive-
hora limite. Depois dessa
hora, é ideal confortá-lo, não
amamentá-lo e colocá-lo para
dormir na cama ainda acorda-
do. O bebê pode ficar zanga-
do, mas a mãe deve acalmá-
lo de outra forma, que não seja
com alimento.
Nas quatro noites seguin-
tes, quando o bebê acordar

E de saúde.
Uma das tarefas mais urgentes para criar e expandir o
capital social é investir nos jovens, na educação, ao mesmo
humildes e por isso mesmo
conseguem enxergar a essên-
cia do ser humano. Dia 30 de
corre os lugares mais ermos
desses diversos Brasis para
acompanhar mães e crianças.
merece o Nobel da Paz por
seu trabalho silencioso, porém
eficaz.
já vendeu mais de 30 milhões
de livros. Embora ele tenha
muitos seguidores, outros mé-
que esse choro é ignorado, a
mensagem que está sendo pas-
sada é de que ele não está sen-
autor de vários livros sobre
cuidado infantil, indica a mu-
dança no padrão de sono (ti-
rem preparados. “Muitas pes-
soas escolhem esse momento
baseado ou pressionado por
depois da última mamada, a
mãe não deve pegá-lo, apenas
acalmá-lo tocando-o e acari-
tempo desenvolvendo atividades culturais e esportivas – corais, dicos, igualmente considerados do ouvido. rar a alimentação noturna e/ou amigos, pediatras, parentes, ou ciando-o. Depois disso, a mãe
orquestras, dança, teatro, ginástica, capoeira, competições bons, contrariam esse méto- Ele realmente pode parar da cama dos pais) apenas para livros. Isso não funciona bem”, pode continuar com o carinho
atléticas – com a juventude da periferia urbana. do, mostrando as possíveis se- de chorar, mas também pode crianças acima de um ano de diz. Gordon ensina como fa- e a última mamada, mas se o
Portanto, a construção só pode vir pela recuperação do es-

C
quelas que a criança vai ter acontecer do filho sentir dor, idade. Segundo ele, o bebê zer essa mudança de forma bebê acordar, não deve pegá-
paço da exclusão, pela valorização das realidades que, por quando já estiver na fase adul- fome ou estar com a fralda que se alimenta durante a noi- suave, sem grande sofrimento lo no colo. Ele pode continuar
não se reprimir à lógica capitalista, podem oferecer resistência ta. cheia e não reclamar. O bebê te, dorme tão bem como se para os pais e o filho. acordando por mais duas, três,
necessária para abrir caminhos para a efetiva cidadania. Um desses contrariadores aprende que não pode se co- nós dormíssemos ao lado de De acordo com Gordon, quatro, às vezes uma semana

A EXPEDIENTE
do método Ferber, é Dr.
Robert W. Sears. Segundo ele,
que é conceituado pediatra nos
municar. Os pais acabam per-
dendo uma conexão importan-
te com o filho. A mãe, em es-
uma lanchonete que entrega
em domicílio 24 horas. Mui-
tos pais alimentam seus filhos
a melhor forma é escolher às
sete horas mais valiosas para o
sono da mãe e, nas primeiras
ou mais, mas vai acabar paran-
do e aprendendo que não pre-
cisa mamar durante a noite.

R Editora Novos Rumos Ltda

CNPJ 10.729.979/0001-97
Estados Unidos e pai de oito
filhos, o choro do recém nas-
cido nunca deve ser ignorado.
pecial, perde a sensibilidade
materna que lhe é natural.
Além disso, Dr. Sears diz que
durante a noite por muito tem-
po, mas outros preferem a
mudança, porque já estão
três noites, oferecer o peito ou
mamadeira como solução até
o início dessas horas. Depois
O pediatra diz que após
todo esse processo, se acon-
tecer do bebê precisar voltar

T
Av. Alexandre Rasgulaeff, 1149 - sobre loja O bebê utiliza-se do choro “Essa falta de comunicação é muito cansados. Ele destaca disso, deve-se amamentar por para a cama dos pais por ficar
sala 2 - Fone (44) 3025 4378/3268-5378/9804-4303 para se comunicar com os conhecida no fim como falên- que a hora certa é apenas quan- um curto período ou apenas doente ou qualquer outro
pais, a fim de informá-los de cia para prosperar. Prosperar sig- do os pais acharem necessário tentar niná-lo e fazer com que motivo, é só repetir o proces-
Jardim Alvorada Maringá - PR
que algo errado está aconte- nifica não somente ganhar e, se no meio da mudança, adormeça sem a ajuda do ali- so e ele vai se acostumar mais

A
e-mail: gazetamaringaense@gmail.com
cendo. Nos primeiros meses
do bebê, o choro deve ser
considerado como sinal de al-
peso, mas crescer ao máximo sentirem que não estão pron- mento. Para isso, é importan- fácil e rápido do que a primei-
potencial emocionalmente, fi- tos e que está muito difícil, te colocá-lo na cama ainda ra vez.
sicamente e intelectualmente”. podem parar e tentar nova- acordado. “Ele precisa ador- *Jornalista e Empresária.

S Diretor: Antonio José Santiago

Jornalista Responsável: Malu Pedarcini
QUER COMPRAR?
VENDER? ALUGAR? TROCAR?
Jornalistas colaboradores: Jaqueline Souza e André
Aqui na sua GAZETA MARINGAENSE você tem a oportunidade de anunciar gratuitamente!
Leandro Venerucci Participe do seu jornal
Diagramação e arte: Vladmir Farias 43 8401-3175
Impressão: Folha de Londrina - contato 43 3329-5407
Ligue: 44 3025-4378/3268-5378
para Maringá e região.
Periodicidade: Quinzenal
Tiragem: 5.000 exemplares e-mail gazetamaringaense@gmail.com Ligue: 3025-4378 - 3269-5378
Página 2 2ª quinzena de junho/09 2ª quinzena de junho/09 Página 15
S Pastoral da Criança lança campanha de
A prevenção da morte súbita de bebês
Ú De barriga pra cima. Essa é
a maneira correta de deitar a
criança até completar um ano
D de vida para reduzir os riscos
de morte súbita, segundo pes-
quisadores do Centro de Pes-
E E
quisas Epidemiológicas da Uni-
versidade Federal de Pelotas
(UFPel) e campanhas recentes
divulgadas nos Estados Unidos
e na Inglaterra.
A afirmação é do pesquisa-
dor Cesar Victora da UFPel,
que coordenou um estudo so-
bre o tema durante o ano de
2006. Foram constatados oito
casos de Mortes Súbitas na In-
fância (MSI), do total de 66,
registradas entre os 4.248 nas-
cidos vivos na cidade de Pelotas
(RS) naquele ano. Segundo
Victora, há formas de reduzir o
risco de morte súbita em be-
bês, uma delas é deixá-los dor-
mindo de barriga para cima.
Segundo ele, a informação
de que ao dormir de barriga
para cima o bebê vai aspirar o
vômito e se afogar não passa
uma crença popular incorreta.
Ao deitar de lado ou com a
barriga para baixo o bebê res-
pira um ar viciado, ou seja, o ar
que ele próprio expira. “Uma
CRÔNICA
Afinal, a vida continua acontecendo com ou sem esperança
Myro Pedroso de Moraes
Olhe! Você não acha que
o tempo vai parar porque
não está contente ou parar
quando está alegre? Se isso
acontecesse, o mundo seria
movido a solavancos porque
alegria e tristeza se sucedem
com incrível rapidez.
Fiquei olhando pra ela
sem nada dizer, procurando
por uma resposta ainda que
inútil. Não encontrei nada,
senão o vácuo num cérebro
outrora pensante. Fiquei ali
parado recobrando o que era
Página 14
criança maior ou um adulto
acordariam ou trocariam de
posição para evitar o
sufocamento, mas em alguns
bebês a parte do cérebro que
controla este reflexo não está
desenvolvida. Por isso, ele aca-
ba se afogando e morre por
asfixia”, afirma Cesar Victora,
pesquisador da UFPel.
Os riscos de dormir de bar-
riga para baixo são semelhantes
a dormir de lado. Essa posição
possível recobrar. Levantei-
me devagar, olhando em vol-
ta. Tudo estava no lugar, me-
nos ela que tinha mudado de
lugar. Dei um passo, outro
passo e os passos se sucede-
ram até que sua imagem se
tornou um ponto no hori-
zonte e se perdeu nas dobras
do tempo. Só não se perdeu
nas dobras do meu pensa-
mento, mas, a vida é assim
mesmo, para esquecer tudo
que nos magoou, só enlou-
quecendo por completo. Isso
eu não quero porque, como
é instável e muitos bebês ro-
lam e ficam de barriga para bai-
xo. É comum que as mães dei-
xem o bebê dormindo na posi-
ção correta e avós, babás ou
parentes, movidos pelo senso
comum, o coloque em posição
de risco - de lado.
Segundo as pesquisas, o ris-
co para meninos é maior do
que para as meninas e para be-
bês até o terceiro mês de vida.
O risco foi maior para crianças
provar a mim mesmo que
vivi, se nunca tivesse amado.
Ah! Contraditório isso de
amar, sofrer sem querer es-
quecer, mesmo porque quan-
do se esquece de um amor
logo surge outro na próxima
esquina. Tudo recomeça e
novamente nos jogamos na
turbulência suave da adoles-
cência imaginando que tudo
será diferente e melhor des-
se momento em diante. Saio
para o trabalho tentando não
lembrar o que passou, dizen-
do bom dia e sorrindo e to-
de baixo peso ao nascer, para
aquelas que residiam com ou-
tras menores de cinco anos,
para os que não recebiam alei-
tamento materno exclusivo e
aos filhos de mães com baixa
escolaridade, fumantes e jo-
vens.
A Pastoral da Criança, com
o apoio da Sociedade Brasileira
de Pediatria (SBP) e do Minis-
tério da Saúde, está lançando a
Campanha de Prevenção da
dos que passam por mim e
acham que sou alegre. Na
verdade sou tão alegre quan-
to todos que encontro, to-
dos que como eu sorriem
pelo mesmo motivo, desejo
de ser feliz.
Feliz é o garimpeiro da
Felicidade, que traça com ale-
gria seu trajeto, caminha com
vontade, abre com fúria sua
passagem, se rejubila com
êxtase a cada obstáculo der-
rubado, mesmo que o tesou-
ro chamado Felicidade seja
apenas o produto de um so-
Morte Súbita: dormir de barri-
ga para cima é mais seguro!
É possível reduzir em mais
de 70% a morte súbita de be-
bês. Para isso:
• Coloque o seu bebê para
dormir de barriga para cima.
• Amamente: até o 6º mês
dê somente leite materno.
• Não fume e nem deixe
que fumem dentro da sua casa,
principalmente durante a gesta-
ção e na presença de crianças
pequenas.
• Não agasalhe demais o
bebê.
• Deixe fora do berço tra-
vesseiros, brinquedos, almofa-
das e outros objetos fofos.
A Pastoral da Criança esti-
ma que 3 a 5 mil mortes po-
deriam ser evitadas a cada ano
se as mães, pais e avós seguis-
sem os conselhos acima.
Fonte: Pastoral da Criança
Mais informações: (44)
3227 9912 – Leilane Rodrigues
Garnica Wesselovicz (Leila),
Coordenadora Arquidiocesana
de Maringá – uma cidade sem favelas, sem renda para o entorno. Elas não
www.pastoraldacrianca.org.br
Noel Bezerra Guimarães –
Assessoria de Comunicação
Social.
nho humano, sonho esse que
um Deus inteligentemente,
semeou no coração humano
e por isso persistimos no pra-
zer de viver, na alegria da pro-
cura, no encanto do encon-
trado, mesmo sabendo que
podemos chorar na despedi-
da do que encontramos, mas
a vida continua acontecendo,
como a aranha na sua teia, ou
a lagarta abandonando o seu
casulo para voar para sua li-
berdade.
Enfim, a VIDA ACONTE-
CE...
2ª quinzena de junho/09
Ocupação urbana e M
suas políticas de integração U
“Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no
mundo, então somos companheiros”. (Ernesto Che Guevara)
L
Antonio Santiago Paulino e o Said Ferreira en-
Maringá é considerada cerraram este processo. Mui-
Ele é sempre menor que o
valor de mercado e compõe
H
a planta genérica do municí-
uma cidade planejada, com ta gente foi removida para Vila
uma invejável qualidade de Guardiana em Mandaguaçu. pio, a planta de valores. Quem
vida, a ponto de ter sido com- O processo não foi tranquilo, faz parte da comissão que de-
parada pela revista Veja há al- teve força policial e as pesso- fine esses valores? Hoje por
guns anos atrás à Dallas, cida- as resistiram. A prefeitura co-
de americana situada no Esta- locou as coisas em cima dos
do do Texas. Mas será que ela caminhões, a polícia garantin-
exemplo, é um técnico da pre-
feitura e três representantes
do mercado imobiliário
R
está isenta de problemas so- do e as máquinas passando maringaense. Então é com
ciais ou a política que é por cima, derrubando tudo. esse tipo de poder individual,
excludente? Para sabermos Foi uma remoção excludente, uma aliança em que o merca-
mais a esse respeito ouvimos daquelas que levam a um pro- do imobiliário ocupa espaço
a coordenadora do Observa- cesso de segregação”. Ana em todas as esferas de poder,
Professora Ana Lúcia Rodrigues
tório das Metrópoles, profes- Lúcia diz que tudo isso para quando não ocupam cargos
sora Ana Lúcia Rodrigues. Ana garantir o planejamento de no executivo e no legislativo.” social da cidade. Os planos habitacional”.
Lúcia, 46 é graduada em Ci- Maringá que é considerada Ainda com relação à espe- diretores incorporam essa le- Como sugestão para resol-
ências Sociais, doutora em uma cidade jardim, com be- culação, ela entende que a ci- gislação. Aos poucos o mer- ver esse problema social de
Sociologia Urbana com pós- las vias paisagísticas com todo dade foi crescendo muito cado imobiliário começa a moradias ela é implacável:
doutorado em Urbanismo e um plano que não combina atendendo os interesses do encontrar elementos mais di- “Simplesmente aplicar a lei.
docente há 20 anos no De- com invasões. Ela mercado imobiliário. Ana fíceis para manter seus inte- Existem grandes vazios urba-
partamento de Ciências Soci- complementa que “Manter a acredita que com as contradi- resses. Hoje eles estão ocu- nos, são especuladores. A pre-
ais da UEM. estética a qualquer preço re- ções que foram sendo criadas, pando espaços que a socieda- feitura deveria chamar essas
Segundo Ana Lúcia, quer um ônus. Estamos afas- os excluídos com o tempo de civil deveria ocupar. Existe pessoas e solicitar que essas
Maringá aparentemente é tando a população de baixa vão formar uma dinâmica so- um conselho que define isso, áreas sejam loteadas, notificar
cial que nenhum controle vai hoje é ocupado por represen- e incidir o IPTU progressivo
moradores de rua porque estão aqui porque o mercado poder ser exercido sobre essa tantes do CODEM, da a partir do segundo ano. O es-
teve uma organização basea- imobiliário abriu a cidade e questão. “Você cria uma con- Sinduscom, a AEAM. E os re- tatuto da cidade hoje em ma-
da nas leis. “Desde o princi- loteou e vendeu e mantém dição muito boa para um nú- presentantes populares são téria de legislação urbana é um
pio foi construída uma legisla- uma aliança com o poder pú- mero muito pequeno de pes- representados pela Feabam dos mais modernos do mun-
ção urbana. blico que soas, mas vai gerando um que é atrelada ao município. do. Ele garante o direito à ci-
Essa legisla- exército de pessoas descon- Resumindo, só temos um dade para as pessoas. Aqui em
O estatuto da cidade possibilita
ção não foi hoje em matéria de que os inte- tentes. Essas pessoas vão cri- representante no Conselho Maringá foi feito esse plano,
a p e n a s legislação urbana é um resses do ando um movimento pelo que vai lá para brigar pelo o prefeito sancionou em 09
seu direito de morar, por
construída,
m a s
dos mais modernos do m e r c a d o
mundo. imobiliário exemplo”, argumenta.
cumprimento da lei e os
gestores tentando burlar a lei
de outubro de 2006 e até
hoje não teve nenhuma regu-
implementada sejam man- Para ela é a contradição da para favorecer seus aliados lamentação. O plano não foi
realidade que vai levando as
de fato. Aqui o poder público tidos. Acima dos interesses do políticos, seus financiadores. implementado, não foi regu-
mudanças. “Tem uma outra
e as forças políticas foram bas- direito à cidade, da garantia à Maringá não tem interesse lamentado”, finaliza essa soci-
coisa que aconteceu nesse pe-
tante eficazes”. Ela explica que cidade para quem nela mora nenhum em atrair população óloga comprometida com a
ríodo. A constituição de 1988
ao longo dos anos 70 e mea- ou quer morar, isso não exis- de baixa renda, fazer política justiça social.
incluiu dois capítulos sobre a
dos dos anos 80 se constituí- te. É o mercado imobiliário
reforma urbana, os artigos
ram núcleos de favelados em que dá o tom da ocupação, o
182 e 183 que a cidade não
Maringá. “Por exemplo, na preço da terra aqui é uma das
pode mais crescer a partir de
região do cemitério eram cen- mais caras do Brasil”. Solici-
uma lógica especulativa, mas
tenas de domicílios que aca- tada a explicar como se dá isso
tem que atender a função so-
baram invadindo área pública. na prática ela é enfática. “O
cial, tem que cumprir sua fun-
E como se resolvia essa ques- mercado imobiliário vem
ção social. O estatuto da ci-
tão naquele momento? Em construindo, se a gente tem,
dade tem um conjunto de mais
vez de fazer a regularização se por exemplo, o valor venal do
de cem instrumentos que ga-
removiam as pessoas da área terreno acaba definindo um
rantem isso, o crescimento
pública. O prefeito João pouco o valor de mercado.
2ª quinzena de junho/09 Página 3
E Relacionamentos e sexualidade
N
Deputado Estadual licenciado Ênio
Ele é economista, professor universitário, ex-secretário da Fazenda de
T M
Maringá, ex-chefe de gabinete do Ministro do Planejamento Paulo Bernardo,
eleito deputado estadual licenciado da assembléia legislativa para exercer o
cargo de Secretário de Planejamento do Estado no governo de Roberto
R Requião. Fundador do PT (Partido dos Trabalhadores), ligado à igreja católica
e maringaense da gema. Estamos nos referindo a Ênio Verri que nos recebeu
em seu escritório para uma conversa descontraída sobre política, para falar de
E seus planos e desafios.
Santiago: Você foi eleito
V R
deputado estadual e recebeu
um convite para ser secretá-
rio. Você não acha que a po-
pulação de Maringá que votou
I em você mais perdeu do que
ganhou?
Ênio: Acho essa sua per-
S gunta muito boa e confesso
que fiquei muito dividido quan-
do fui convidado pelo gover-
T M
nador Roberto Requião para
ser secretário de Estado. Eu
consultei as bases que coorde-
naram minha campanha aqui
A em Maringá e também con-
sultei a direção nacional do PT.
Naquela época o PAC estava
sendo lançado e havia uma cer-
ta resistência de todos os go-
vernadores do Brasil em rela-
ção a apoiar o Plano de Acele-
ração de Crescimento e o go-
verno do Requião foi o primei-
ro a aprovar esse projeto. En-
tão havia um grande interesse
do governo Lula em
aprofundar mais essa relação,
entre o governo Requião e o
Página 4
governo Lula, que já estava
muito boa. Dentro disso con-
sultei a direção nacional do
partido, imediatamente a dire-
ção nacional do PT assim
como o Ministro Paulo
Bernardo e outros represen-
tantes do governo Lula pedi-
ram que eu aceitasse esse con-
vite. Em cima disso eu aceitei
e hoje depois de mais de dois
anos como secretário de Esta-
do estou convencido que fiz
uma boa escolha. Por quê? O
Brasil é um país presidencialista
e como tal o executivo acaba
tendo mais força que o
legislativo. O legislativo ou par-
lamento ele “parla”, ele fala,
ele debate, ele dá idéias. Isso
implica numa visão de longo
prazo. O executivo já é mais
prático. O executivo implica
em se executar um orçamen-
to e fazer acontecer políticas
públicas. E eu confesso a você
que me dei muito bem nessa
área, aqui na Secretaria de Fa-
zenda em Maringá, no Minis-
“Na verdade eu
devo essa derrota
ao governo Lula.
Sabe por quê?,
mas essas coisas
que chamo assim
da velha política”
tério do Planejamento em
Brasília, consegui nesse perío-
do desenvolver boas políticas
públicas para o Paraná e tam-
bém ajudar bastante a nossa
região. Se você tivesse hoje
uma lista dos investimentos
que conseguimos trazer para
Maringá em pouco mais de
dois anos sem dúvida nenhu-
ma você ficaria surpreso com
valores em termos de recur-
sos para a saúde de Maringá,
para a infraestrutura da nossa
região, para o investimento na
educação que tem sido uma
grande marca nossa não só de
recursos para a UEM que com
certeza passa da casa de 12
milhões de reais, mas também
de investimentos para reforma
de nossas escolas estaduais,
quadras e também o quadro
de carreira dos professores da
rede estadual de ensino quan-
to o universitário. Então eu di-
ria, hoje, depois de quase dois
anos e meio de mandato que
minha escolha de ter aceitado
este convite do governador e
ser Secretário do Estado do
Planejamento teve um saldo
bastante positivo para a região
do que se eu estivesse hoje
como deputado estadual.
Santiago: Você é candida-
to à reeleição?
Ênio: Sou candidato à re-
eleição. Nós fizemos já um
planejamento estratégico do
nosso mandato, fizemos uma
boa avaliação daquilo que fize-
mos e podemos fazer. Existe
toda uma pressão de setores
da sociedade maringaense para
que eu saísse candidato a de-
putado federal entendendo que
tanto nossa gestão como se-
cretário de Estado e deputado
estadual licenciado e também
a nossa campanha á prefeitura
nos deu condições de mostrar
à cidade e região o que nós
pensamos e isso ajudaria bas-
tante numa possível campanha
federal. Entretanto, um velho
sonho que eu tenho e que sur-
giu agora, a oportunidade de
eu ser presidente estadual do
Partido dos Trabalhadores. O
Partido dos Trabalhadores é
um partido muito exigente, a
sua base é muito exigente. É
muito difícil ser deputado fe-
deral e passar a semana toda
em Brasília e ser presidente do
PT. Hoje nós temos apoio de
mais de 50% do partido para
que possamos assumir a pre-
sidência em março do ano que
vem.
Santiago: O PT tem hoje
três secretários no governo
Requião, a Lígia Puppato, o
Valter Bianchini e você, então
a relação está muito boa. Ba-
seado nisso, com os avanços
que vocês tiveram você acha
que o PT está cacifado para
concorrer com candidato pró-
prio ao governo do Estado?
Ênio: Pode estar.
Cacifados nós estamos. Nós
dirigimos hoje três secretarias
muito importantes no Estado,
a Secretaria de Agricultura é a
secretaria de maior
capilaridade do Paraná, ela está
presente em todos os 399
municípios do Paraná, é um
dos maiores orçamentos do
Estado. A Secretaria de Ensino
Superior, Ciências e Tecnologia
ela dirige todas as nossas sete
universidades e nossas sete fa-
culdades estaduais esparrama-
das por este Estado. Isso im-
plica num grande número de
professores, pesquisadores,
num grande desenvolvimento
econômico e social. E a Secre-
taria de Planejamento coorde-
na não só todo o orçamento
do Estado como também to-
das as políticas públicas desen-
volvidas pelo governo Requião.
Então eu diria a você que nós
temos um acúmulo de conhe-
cimentos e experiências que
nos permitem dirigir o Estado.
Agora, uma coisa é a capacida-
de de você administrar, outra
coisa é a capacidade de você
ter votos. Isso é bastante dife-
rente, dentro disso eu diria que
temos algumas dificuldades.
Temos facilidade na gestão e
temos dificuldade na eleição.
Hoje nosso nome mais evi-
denciado para governador é o
do Ministro Paulo Bernardo.
As pesquisas nos dão hoje 3%,
para quem ainda não está numa
campanha é bom. E tem um
fato diferente, nunca as eleições
presidenciais foram antecipadas
como agora, pautando o de-
bate regional.
Santiago: Mas não foi o
Lula que antecipou esse deba-
te com o lançamento da can-
didatura da Dilma?
Ênio: Olha ou foi o PSDB
ao lançar o José Serra? Não dá
para você afirmar isso. O Pt
lançou sua candidata que a
Dilma e o PSDB lançou o José
Serra e a missão que o Presi-
dente Lula nos deu é de mon-
tar um palanque com toda a
base aliada. Aqui no Paraná a
base de apoio do presidente
Lula encontra-se dividida, pois
cada uma delas tem seus can-
didatos. A tarefa é que se cons-
trua disso um único palanque
como o outro lado construiu.
Queremos um palanque com
Osmar Dias, Roberto Requião,
Orlando Pessuti e Paulo
Bernardo.
Malu: Isso não seria uma
utopia?
Ênio: A palavra utopia vem
de um livro de Tomas Morus
que trabalha com a possibilida-
de do possível, então utopia
não é uma coisa impossível,
mas sim uma coisa muito difí-
cil de acontecer. Mas no con-
2ª quinzena de junho/09
Malu Pedarcini
Eliane Maio, 48, casada,
duas filhas, mais de duas déca-
das dedicadas ao ensino, mi-
nistra aulas no curso de peda-
gogia da UEM onde é profes-
sora há 23 anos, sendo 12
como efetiva. Eliane se formou
na primeira turma de Psicolo-
gia da UEM e se especializou
no tema sexualidade.
Para ela nascemos
sexualizados, porém a cultura
a que somos submetidos ao
longo da vida é que dá o tom
da nossa sexualidade. “Não
concordo em dizer que a se-
xualidade é inerente, ela é
como nos formamos cultural-
mente. Essa história de homem
galinha é tudo invenção cultu-
ral”, diz ela.
Ela observa que desde a
mais tenra idade os meninos
têm mais liberdade para se ex-
pressarem que as meninas. “Os
meninos entram em banheiros
femininos com as mães, já o
contrário não existe. Os pais
não levam suas filhas a banhei-
ros masculinos. A criação dos
filhos é diferente para meninos
e meninas”.
Sobre relacionamentos vir-
Cuidado com a dengue - ela pode até matar.
Você também é responsável
A única maneira de evitar a dengue é não deixar o mosquito
nascer. Para isso, é necessário acabar com os “criadouros”
(lugares de nascimento e desenvolvimento do mosquito).
Não deixe a água, mesmo limpa, ficar parada em qualquer
tipo de recipiente.
DISQUE DENÚNCIA 156
Campanha de conscientização da Gazeta
Maringaense, o porta voz da comunidade
2ª quinzena de junho/09
tuais Eliane tem uma visão re-
alista. Segundo ela as pessoas
não estão se olhando e a ca-
rência acaba por expor muitas
vezes as pessoas, revelando
suas fragilidades. Com isso elas
ficam vulneráveis, expõem seus
sentimentos e até sua situação
financeira e se tornam presas
fáceis para pessoas mal inten-
cionadas.
Hoje vivemos relações su-
perficiais, a maioria dos relaci-
onamentos não dá certo e essa
busca incessante por um par-
ceiro onde um deposita no
outro a responsabilidade pela
sua felicidade causa frustração
quando termina e normalmen-
te ficam mágoas.
Eliane é taxativa sobre o
amor romântico, “o amor ro-
mântico é uma invenção cul-
tural, a monogamia é coisa do
capitalismo. Isso tudo foi cria-
do com o advento do capita-
lismo e por pressão da igreja
católica com a intenção de pre-
servar os bens”.
Na ótica dela casamentos
duradouros são uma farsa, pois
tudo que se torna comum vira
rotina. Ela acredita sim que dá
para viver junto desde que haja
C
respeito, seja pelos gostos e O
também pelo trabalho do par-
ceiro. “E o aprender a convi-
ver desde que faça bem”, ar-
remata.
E sobre a atração sexual,
como ela se manifesta? Eliane
diz “não precisamos ir à sex
shop, pois o principal órgão
P
sexual é o cérebro e o maior
a pele. Se a pessoa se sente
valorizada, respeitada, o tesão
O
vem junto. Se houver só críti-
cas acaba.”
Ela é favorável que se edu-
quem as crianças desde cedo,
pois uma criança educada se-
xualmente sabe se defender
de incesto, de pedofilia e de
T
outras ameaças. Afirma que
os pais não devem reprimir
os filhos quando estes mani-
A
festarem sua sexualidade. Ao
contrário, devem dizer o
quanto é bom, falar do pra-
zer e não do desprazer. Ex-
plicar para a criança que é
bom, mas existem lugares
para isso.
E
Eliane termina dizendo
que nós humanos fomos cri-
ados para amar e o amor é
N
T
humanizado e tudo que é
humanizado é cultural.
O
Página 13
S Cão, cuidados
E básicos com o filhote
R Há pouco tempo era difí-
cil imaginar tamanha contribui-
ção de uma espécie para nos-
sa qualidade de vida. É impres-
V sionante como crianças se de-
senvolvem, idosos voltam a ter
atividades, altistas têm rápida
evolução, doentes se recupe-
I ram, somente com o amor e
a devoção que nossos amigos
os cães tem para com a espé-
cie humana.
Ç Tal proximidade nos faz
pensar em um convívio har-
monioso onde a saúde de nos-
O
sos pequenos amigos deve ser
plena.
Por isso, com o intuito de
ajudar as pessoas que têm o
privilégio da companhia de um
cãozinho colocamos algumas
dicas de cuidados sanitários,
como também informações
sobre o mundo canino que aju-
darão a entender algumas das
atitudes do seu animalzinho.
Inicialmente faz se necessá-
rio citar os cuidados com um
filhote:
VERMÍFUGO
É curioso, mas o filhote
pode se infectar com vermes
ainda dentro do útero mater-
no o que possibilita uma
infestação patológica aos vinte
dias de vida, situação facilmen-
te prevenida com administra-
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e-mail gazetamaringaense@gmail.com
Página 12
ção de vermífugo nesta fase.
Alguns vermes dos cães são
comuns da espécie humana o
que reforça a necessidade da
prevenção.
VACINAS
Quem nunca ouviu falar de
cinomose e parvovirose.
Estas são doenças virais com
fácil transmissão tanto pelo ar
quanto pelo ambiente contami-
nado, inclusive, tais vírus podem
ficar resistentes no ambiente
por meses ou anos.
Como profissional da saú-
de, e nestas condições o que
nos cabe é a orientação da posse
responsável. Uma visita a um
pet shop ou clinica médica ve-
terinária deve ser rotina para os
cuidados básicos com o cão. As
vacinas do filhote devem iniciar
entre os 42 a 45 dias de vida, o
que coincide com o decrésci-
mo dos anticorpos maternais
que o pequeno recebeu do alei-
tamento materno.
O período de vacina vai até
o sexto mês de vida e até que
esta fase se conclua é necessá-
rio evitar ao máximo a exposi-
ção do bebê cão a estas doen-
ças com algumas atitudes
como: não passear na rua,
privá-lo de ambientes onde
transitem muitos cães ou onde
exista histórico de doença viral
anterior.
ABRIGO
Difícil seria vivermos ao re-
lento, ainda mais na infância,
quando ainda não temos sequer
a condição orgânica de reagir
frente à patógenos comuns.
para Maringá e região.
O local onde pretendemos
criar um cão deve oferecer
abrigo, espaço, sol e sombra,
uma fonte de água fresca e lim-
pa, alem de um comedor ade-
quado, o qual deve ser lavado
entre refeições.
Caso o pequeno precise fi-
car amarrado (melhor seria
um canil) a corda ou corrente
deve ser comprida o suficien-
te para que ele tenha liberda-
de para se movimentar bem,
podendo optar por sombra e
sol.
COMPRAR?
ALIMENTAÇÃO
O alimento ideal para o fi-
lhote é água e ração.
Um livro que recomendo
é “Adestramento Inteligente” de
Alexandre Rossi, que traz boas
dicas sobre o assunto.
Dr. Ricardo Roncato, é mé-
dico veterinário formado pela
Universidade Federal do Paraná,
atua na Animal Center Maringá
desde sua inauguração, onde
exerce clinica e cirurgia de cães
e gatos. Fone: (44) 3225-4700
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QUER
VENDER?
ALUGAR?
TROCAR?
2ª quinzena de junho/09
Verri: Sou candidato à reeleição
ceito que é impossível, não,
não é, pois na política tudo
pode acontecer. Então eu di-
ria que como estamos no fi-
nal de maio, até março, abril
de 2010 tem muita água
para rolar. É possível que isso
se construa, mas não será fá-
cil.
Santiago: Como você
vai explicar para o eleitor de
2ª quinzena de junho/09
Maringá o seu partido em um pre do lado do governo, não
palanque ao lado de Ricardo tem compromisso ideológi-
Barros que pertence ao PP? co, ele ficou um pouco silen-
Ênio: O Ricardo Barros cioso e foi para o lado do
é que vai ter problema em Lula. Eu quero lhe dizer, dei-
explicar a sua base eleitoral xar isso muito claro, que não
o que ele fez. Ele sempre foi foi o PT que se aproximou dos
contra o presidente Lula, con- Barros, foram os Barros, na
tra a luta dos trabalhadores, figura do Ricardo que se apro-
sempre esteve ao lado da eli- ximaram do PT. Nós, do Par-
te. Quando o governo Lula tido dos Trabalhadores há 28
ganhou e como ele está sem- anos nos mantemos na mes-
TRÁFICO DE DROGAS - DENUNCIE
O que é o 181 – NARCODENÚNCIA? É um programa do Governo do Estado criado para combater o tráfico de drogas e
prender os traficantes.
Como funciona? Ao ligar para o 181, sua denúncia é registrada e será investigada, e se o tráfico estiver ocorrendo
nesse momento, imediatamente será encaminhada uma viatura da PM para prender os traficantes.
Quando ligar para o 181? Toda vez que tiver informações que possam levar a polícia até o traficante e prendê-lo.
De onde ligar? De qualquer telefone, até mesmo o de sua casa, pois o número não é identificado e o governo do Estado
do Paraná lhe garante sigilo absoluto sobre a sua denúncia.
Porque ligar para o 1 81? Somente com a sua colaboração e de toda a população é que conseguiremos combater o
tráfico e fazer com que a polícia
Campanha de conscientização da Gazeta Maringaense, o porta voz da comunidade
ma coerência de sempre. Va-
mos continuar defendendo os
trabalhadores, o movimento
dos sem terra, a CUT e os
movimentos populares.
Santiago: Você foi chefe
de gabinete do Ministro Paulo
Bernardo. Essa proximidade
traz algum privilégio para
Maringá?
Ênio: Os maiores investi-
mentos que vieram para cá
foram pelas mãos do Minis-
tro Paulo Bernardo. Você
pode medir isso pelo núme-
ro de vezes que ele está pre-
sente em nossa cidade.
Malu: Na sua opinião,
porque você perdeu a eleição
para prefeito?
Ênio: Na verdade eu devo
essa derrota ao governo Lula.
Sabe por quê? Maringá rece-
beu muito dinheiro, recebeu
muitas obras. Então se você
pegar o cidadão maringaense
ele vai avaliar que a vida está
melhorando, tenho emprego,
como melhor, a cidade está
toda bonita, meio fio com cal,
cada dia tem uma inaugura-
ção, às vezes a obra nem está
entregue, mas essas coisas que
chamo assim da velha políti-
ca. A população mediu isso,
ela pensou: “eu quero mudar
ou fica como está? Fica como
está, eu não quero correr ris-
cos.”
E o Lula que poderia gra-
var uma mensagem de apoio
para mim, não o fez porque
toda a base aliada tinha candi-
E
datos. Então ele não poderia
gravar para mim e não gravar
N
para os outros. Fez isso por
coerência e eu respeito. T
R
Santiago: Você será can-
didato a prefeito?
Ênio: A princípio sim. Eu
sou muito cobrado pela po-
pulação a respeito disso. Afi-
nal tivemos 40 mil votos, es- E
ses eleitores têm uma expec-
tativa a meu respeito. Daí a
necessidade de fazer uma boa
campanha para estadual, pois
V
I
esta campanha vai nos dar o
diferencial para a disputa para
prefeito.
Jaqueline: O que o se-
nhor acha desses candidatos
que usam a religião para fazer
S
campanha eleitoral?
Ênio: Vou te falar da mi-
nha biografia. Eu sou católico,
T
A
comecei na Pastoral da Juven-
tude, na verdade eu entrei no
PT pelas portas da igreja. A
Igreja Católica tem um docu-
mento chamado Carta de
Puebla onde faz uma opção
pelos pobres e pelos jovens.
Isso foi fundamental para mi-
nha vida como político. O cris-
tão é sempre convocado a
participar da política. Fui da
Pastoral Universitária, da Pas-
toral Operária, fui formado
pela igreja católica, mas não
fico usando isso para me ele-
ger. Não misturo, não con-
cordo com essas pessoas que
se utilizam, que fazem da
igreja um instrumento para se
eleger.
Página 5
C Brincadeiras infantis também é cultura C
I Tijolo,
D esconde, ouviu contos, len-
A
um material que
D nunca sai de moda
E André Leandro Veneruci
Muitos produtos nunca
saem de moda ou perdem a
utilidade. Ao contrário, cada
vez ganham mais importância
com o decorrer do tempo,
contribuindo diretamente no
desenvolvimento da econo-
mia. Os materiais cerâmicos
são um exemplo disso. Alguns
deles existem há séculos e são
fundamentais em diversos se-
tores, como o da construção
civil, que está em alta.
De acordo com a Associ-
ação Nacional da Indústria e
Cerâmica (Anicer), o setor
movimenta cerca de R$ 6 bi-
lhões ao ano, e emprega em
torno de 400 mil pessoas di-
retamente. A diversificação é
imensa, indo desde simples ti-
jolos, aos mais finos produtos
e ainda com novas invenções
que chegam ao mercado. Os
ceramistas comemoram o
bom momento e esperam
que a demanda aumente cada
vez mais.
José Marco Paquelett,
dono de olaria, afirma que
cada vez mais empresas
especializadas na fabricação de
Página 6
cerâmicas investem mais na
pesquisa de novos materiais
de construção. “É comum
investir no aprimoramento de
materiais cerâmicos. Isso pos-
sibilita redução de despesas,
ganho em qualidade e em
novos mercados. Há também
empresas que fazem parceri-
as com universidades para in-
venção de novos materiais.
Isso também tem como ob-
jetivo reduzir custos dos ma-
teriais. No final todos ga-
nham. Professores e alunos
são requisitados com o tra-
balho desenvolvido, e nós (a
empresa), na produção das
TRÁFICO DE DROGAS - DENUNCIE
O que é o 181 – NARCODENÚNCIA? É um programa do Governo do Estado criado para combater o tráfico de drogas e
prender os traficantes.
Como funciona? Ao ligar para o 181, sua denúncia é registrada e será investigada, e se o tráfico estiver ocorrendo nesse
momento, imediatamente será encaminhada uma viatura da PM para prender os traficantes.
Quando ligar para o 181? Toda vez que tiver informações que possam levar a polícia até o traficante e prendê-lo.
De onde ligar? De qualquer telefone, até mesmo o de sua casa, pois o número não é identificado e o governo do Estado
do Paraná lhe garante sigilo absoluto sobre a sua denúncia.
Porque ligar para o 1 81? Somente com a sua colaboração e de toda a população é que conseguiremos combater o
tráfico e fazer com que a polícia
cerâmicas” explica.
No ano passado, aqui em
Maringá, a professora mestre
em Engenharia Urbana do De-
partamento de Engenharia Ci-
vil da UEM, Aline Lisot, em
seu trabalho de mestrado de-
senvolveu um tijolo ressoador
com capacidade de absorção
sonora. Maringá se tornaria a
primeira cidade do planeta a ter
um tijolo como este. Existem
tijolos feitos em blocos de
concreto para reduzir a rever-
beração (variação do eco) de
sons. Porém a invenção local
leva vantagem no preço. “A
argila é bem mais barata que o
Campanha de conscientização da Gazeta Maringaense, o porta voz da comunidade
concreto e possibilita menor
preço.”
O ressoador de
Helmholtz teve um ótimo
resultado nos testes feitos na
Câmara Reverberante da
Unicamp e está sendo paten-
teado. A previsão é que este
ano entre em fase de produ-
ção pelo Laboratório de Ma-
teriais de Construção da UEM
e por uma Olaria em Japurá-
PR que fez parte do projeto.
Segundo a professora,
esse tijolo não veio para subs-
tituir o que já existe, mas para
ser aplicado em situações es-
pecíficas para o tratamento
acústico, como na construção
de auditórios, escolas, estú-
dios, enfim, locais onde há
muitos ruídos - exceto cons-
trução de casas e prédios. “O
ressoador faz um perfeito tra-
tamento sonoro e evita gastos
excessivos com isolantes acús-
ticos”, diz.
O tijolo ressoador ainda
não está sendo
comercializado, mas tem um
custo estimado em R$ 0,90
por unidade. O material é fei-
to com a mesma argila, com
o mesmo preparo dos tradi-
cionais. A diferença é que nele
há várias aberturas que reduz
a entrada de ruídos no ambi-
ente. Dependendo do ruído é
possível ter uma redução en-
tre 40% a 60% do som. “Ain-
da falta fazer uns ajustes para
que possa ser liberado para a
fabricação”, explica a professo-
ra.
2ª quinzena de junho/09
Jaqueline Souza
Quem nunca viu ou brin-
cou de amarelinha, pique-
das ou até mesmo passou
apuros fisiológicos na esco-
la por medo de usar o ba-
nheiro e a loira aparecer?
Pois é, se você já fez algo
do gênero, saiba que essas
brincadeiras e contos tam-
bém fazem parte da Cultu-
ra Popular. São costumes
que estão inseridos no dia-
a-dia das pessoas, tendo suas
raízes nas tradições que são
passadas de geração em ge-
ração, podendo sofrer pro-
cessos de aculturamento,
porém, sem perder seus
princípios.
Em Maringá esses costu-
mes estão arraigados e são
contemplados nos bairros e
nas manifestações folclóricas
que são apresentadas nas
festas tradicionais do muni-
cípio.
Flor Duarte, secretária
da Cultura de Maringá, diz
acreditar que o município
preserva algumas manifesta-
ções. Ela explica que a cul-
tura popular tem muito va-
lor para a sociedade, por
haver sentimento
participativo da comunida-
de, composto por elemen-
tos das raízes culturais des-
2ª quinzena de junho/09
se povo. “A cultura popular
expõe sentimentos e hábi-
tos, nos remete as origens
e nos fortalece diante das
transformações da vida con-
temporânea.”
Flor conta que o único
Bem de Patrimônio Histó-
rico Imaterial do Paraná, é
uma manifestação de cultu-
ra popular de Maringá, a
Festa de São João do Seu
Zico Borghi,” é uma tradi-
ção dos pioneiros, que tem
se mantido com o esforço
da comunidade”.
Para o historiador João
Laércio Lopes Leal, Maringá
tem uma cultura interessan-
te, podendo até se tornar
símbolo de identificação. “É
importante dar espaço, va-
lorizar essa cultura popular
e depois, num segundo mo-
mento preservá-la, fazer
com que se torne um ele-
Aprendizado
Antonio Santiago
Nos meus 56 anos, eu
aprendi que a dança do
amor a gente dança aos 60
como se tivesse 15, mesmo
que as pernas já não sejam
as mesmas, por que este é o
maior milagre que amor
realiza: ele vive num tempo
sem tempo.
Aprendi que a gente pode
até perder os sonhos ao
longo dos caminhos, por
que quem disse que depen-
mento de identidade e de
p e r s o n a l i d a d e
maringaense.”
João Laércio diz acredi-
tar que falta divulgação dos
meios de comunicação em
relação a essa cultura, mas
que esses costumes sempre
existirá, independente disso,
pois se mantém por si mes-
mos, mas que seria impor-
tante ter mais esclarecimen-
to sobre o assunto. “Não
de dos sonhos para amar,
não conhece a contramão
dessa via, pois é justamente
quem ama aquele que se faz
sonhador.
Eu aprendi que as decepções
da vida, dilaceram, machu-
cam, rasgam o coração em
milhões de pedaços, mas o
amor sempre o refaz e o
apresenta inteiro, pleno e
intacto para uma outra vez.
Eu aprendi e sinto que o
amor é o anestésico, a
são os meios de comunica-
ções que promovem sua
existência. [A Cultura Popu- U
lar] existe independente dis-
so. Mais gente deveria ter
acesso em termos de co-
nhecimento, de saber que
está aí.”
L
A cultura e os jovens
Deborah Kemmer é for-
T
mada em pedagogia e atua
como professora universitá-
ria de artes, no qual desen-
volve trabalhos práticos
U
com seus alunos. É por
meio dessas artes que ela
busca despertar o interesse
dos jovens para a cultura
R
popular, resgatando o pas-
sado e as várias manifesta-
ções culturais que surgem
do Folclore. “Resgatar e va-
A
lorizar nossos bens culturais
é manter acesa a chama da
nossa identidade brasileira.”
A professora relata
que é importante ensinar
sobre a cultura popular e
fazer os jovens refletirem
sobre o assunto. É por
meio de atividades artísticas,
mostrando o passado e en-
sinado de forma atual que
ela faz isso. “A cultura po-
pular não pode morrer, de-
vemos manter acesa nossa
história”, finaliza.
superação e a sabedoria
vencendo a solidão.
Aprendi que o amor entre
duas pessoas é uma conspi-
ração do invisível que se faz
palpável e cheguei a conclu-
são que o amor não tem
idade, que as ilusões são
estrelas para as noites sem
Lua, e que a juventude é o
quanto de vida cabe dentro
de cada um de nós.
Será que aprendi alguma
coisa nesta caminhada?
Página 11
C Hino Nacional do Brasil,
U da Monarquia a República
L André Leandro Veneruci
Ao que tudo indica o Hino
T Nacional do Brasil foi compos-
to para celebrar a abdicação do
Imperador Dom Pedro I em
U O
favor do seu filho Pedro II, que
aconteceu em 7 de abril de
1831. A música de Francisco
Manuel da Silva, com versos
R do magistrado Ovídio Saraiva
de Carvalho foi executada pela
primeira vez no dia 13 de abril
A de 1831, no Cais do Lago do
Paço. Hoje, Praça XV de No-
vembro, na cidade do Rio de
Janeiro, enquanto Dom Pedro
I partia para a Europa a bordo
da Fragata Village. Por isso que
a data 13 de abril é o dia do
Hino Nacional.
Com a ascensão de Dom
Pedro II ao trono Imperial em
1841, a música de Francisco
Manuel da Silva recebeu uma
nova letra e, a partir desse ano,
é considerada o Hino Nacio-
nal Brasileiro. Quando a Repú-
blica foi proclamada a 15 de
Novembro de 1889, o gover-
no provisório resolveu abrir
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Seus móveis personalizados na medida
certa. Cozinhas planejadas, armários
embutidos, home theaters, closets,
instalações comerciais.
Página 10
concurso para a escolha de um
novo hino que substituísse o do
império. Era preciso eliminar
os símbolos que lembrassem
a monarquia. Venceu o con-
curso a composição de
Leopoldo Américo Miguez,
com letra de Medeiros
Albuquerque que tem como
estribilho “Liberdade, liberda-
de, abre as asas sobre nós.
Das lutas na tempestade da
que ouçamos a sua voz”.
O primeiro presidente da
república, Marechal Deodoro
da Fonseca, preferiu manter o
antigo Hino, o de Francisco
Manuel da Silva. Embora re-
conhecesse a beleza do Hino
exclamou a célebre frase: “Ain-
da prefiro o velho”. Na noite
de 20 de janeiro de 1890,
Marechal Deodoro assinou
um decreto que manteve a
composição de Francisco
Manuel da Silva como o
Hino Nacional e transfor-
mou a música de Leopoldo
Américo Miguez no Hino da
Proclamação da República.
Em 1906, Henrique
Maximiliano Coelho Neto, o
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famoso romancista
maranhense ocupou a tribu-
na da Câmara Federal e pro-
pôs que fosse escolhida uma
nova letra para o Hino Na-
cional. A Câmara aprovou a
sua iniciativa, e em 1909,
Osório Duque Estrada apre-
sentou a nova letra do Hino
que só foi aprovada oficial-
mente em 6 de setembro de
1922, pelo então presidente
Epitácio Pessoa. Era véspera
das comemorações do cen-
tenário da nossa independên-
cia.
O Hino Nacional por ter
sido escrito há muitos anos
possui palavras e expressões
que tornam difícil a compre-
ensão do texto. Palavras
como Lábaro, Vívido,
Fulgidos, Garrida, Plácidas,
Retumbante, Penhor, entre
outras, são muitas vezes can-
tadas sem que se entenda a
essência de cada uma delas.
O nosso Hino possui tam-
bém palavras que envolvem
conceitos da maior impor-
tância para a nossa cidadania.
Transformam-se nos anseios
e desejos de um povo. Li-
berdade, Esperança, Igualda-
de, Futuro, Sonho, Paz. Es-
ses são os ideais que estão
na mente de todos os brasi-
leiros.
Entre os dias 14 e 28 des-
te mês, acontece na África
do Sul, a Copa das Confe-
derações e, é um
“preparativo” para a Copa de
2010. É um bom momento
para aprender a cantar o
Hino Nacional, já que hoje
em dia é comum em muitas
escolas públicas e particula-
res do País não cantarem
sequer uma vez na semana
na entrada dos estudantes
para as salas. Assim, no ano
que vem, muitos brasileiros
estarão com a letra na pon-
ta da língua, e quando a se-
leção entrar em campo jun-
to com a nossa Bandeira
Nacional, todos cantarão o
nosso “grito de guerra” es-
portivo, o Hino Nacional.
2ª quinzena de junho/09
A crença é assunto da mente,
já a fé, fala ao coração e à alma
O mês de junho tem uma
característica muito especial,
acabamos de sair do dia dos
namorados, que é amplamen-
te festejado pelos casais apai-
xonados, e já estamos de olho
nas festas juninas, cheias de
guloseimas, danças e, claro,
não poderia faltar às simpatias
aos santos, e Santo Antônio
que se cuide, porque tem muita
gente solteira querendo encon-
trar sua alma gêmea.
E falando em simpatia,
você acredita que a fé possa
promover mudanças? Existem
inúmeros relatos sobre o po-
der da fé, onde todo tipo de
graça, seja, curar-se de uma
doença, conseguir um empre-
go, e até mesmo encontrar um
casamento, foram alcançadas.
Ter fé em santo, médico,
psicólogo é fácil, todavia pode
ser falsa fé, pois diante de qual-
quer desilusão, por pequena
que seja, advém a incredulida-
de, esse tipo de fé difere do
estado de fé. O poder da ora-
ção é extraordinário, contudo
somente quando a pessoa es-
tiver em “verdadeiro estado de
fé”, é que terá possibilidade de
transmitir ondas magnéticas
que poderão atingir e atuar no
próprio organismo.
A fé não é um ato conven-
cional que se expressa apenas
por um momento, em casa ou
nos templos, é um sentimen-
2ª quinzena de junho/09
to de confiança e amor frater-
nal, atuante e permanente,
que deve ser praticado, não só
no templo, como no lar, no
ambiente de trabalho e em
meio da sociedade.
Existe um versículo na Epís-
tola de Tiago com os seguin-
tes dizeres: “A fé sem obras é
morta”. Se alguém disser que
tem fé, mas não tiver obras,
isto é, não seguir as orienta-
ções do médico, as falas do
psicólogo, não sair e conhe-
cer pessoas e só for às festas
juninas para comer pipoca,
não estará fazendo a sua par-
te, e como diz um ditado po-
pular “Deus ajuda quem cedo
madruga”.
Olhando para o nosso
mundo, vemos que pessoas de
inúmeras crenças diferentes
passam por recuperações es-
pantosas, e, portanto fé não
significa uma religião específi-
ca, porém, vemos também
recuperações espantosas que
se passam em ambientes mé-
dicos e consultórios de psico-
logia e terapia, assim, a fé tam-
bém não quer dizer especifi-
camente crença em Deus.
As pessoas geralmente con-
fundem a força do poder da
mente com fé religiosa, uma
tem a ver com nossa própria
vontade, a outra, depende da
ajuda de fora, ou seja, de en-
tes invisíveis, que podem ser
Deus, ou deuses, anjos, san-
tos, amuleto, simpatias etc.
O poder do pensamento
positivo já foi comprovado por
testes científicos e, qualquer
um, por experiência e bom
senso, pode chegar à conclu-
são de que, com o pensamen-
to positivo é mais fácil de con-
quistar algo do que se não hou-
ver a certeza de êxito final.
Claro que só o pensamen-
to positivo não resolve tudo,
o estudante que deseja passar
no vestibular, deve também
estudar com esmero, a pessoa
que quer emagrecer, deve tam-
bém praticar exercícios e fazer
dieta, o enfermo que deseja
curar-se, deve também seguir
os conselhos médicos.
O pensamento positivo,
porém, não ajuda em todos os
assuntos humanos, por exem-
plo, o sujeito que deseja fazer
alguém se apaixonar por ele,
usando seu poder mental, per-
derá seu tempo, se o outro não
quer nada o fará cair nos bra-
ços do ser apaixonado.
E, usando outro ditado po-
pular para finalizar esse texto:
“O que não mata, engorda”,
devo dizer que o que vale é
C
O
acreditar e fazer a nossa parte,
seja acreditando em Deus ou
M
numa força superior, relaciona-
da ou não à religião, contem-
plando a natureza e sentir sua
P
intensidade, beleza, imensidão,
desenvolver ações sociais. Cada
uma dessas atitudes, em geral,
promove a sensação
indescritível de bem-estar.
Os bons pensamentos po-
dem aumentar a expectativa de
R
vida, o pensamento positivo
ajuda a alcançar metas e a tirar
da mente tudo aquilo que é
T
A
prejudicial à saúde mental e fí-
sica. Devemos pensar positi-
vamente para ter uma vida
mais feliz e equilibrada.
“Confia no Senhor e faze o
bem; assim habitarás na terra,
e te alimentarás em seguran-
M
ça. Deleita-te também no Se-
nhor, e ele te concederá o que
deseja o teu coração. Entrega
E
N
o teu caminho ao Senhor; con-
fia nele, e ele tudo fará”. (Sal-
mos 37:3-5).
SERVIÇO
Psicóloga
Adriana Ozelame
Furlan (CRP-
T
O
08/05963)
Especialista em
terapia Familiar,
Psicopedagoga
e Mestranda em
Educação.
Clinica UNIT –
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05 – Fones: (44) 3031 1751 Cel.
(44) 9126 2601 – email
adriana.furlan@bol.com.br
Página 7
S As festivas tardes de sábado Doutora Zilda Arns Neumann, P
O uma mulher a serviço da vida E
C do pessoal da melhor idade Malu Pedarcini
R
Viúva, mãe de cinco filhos,

I nascida em uma família nu-

merosa, eram 13 irmãos, cin-
co seguiram a carreira religi-
S
A osa, entre eles o arcebispo
emérito de São Paulo Dom
Paulo Evaristo Arns. Prestes a
O
L N
completar 75 anos dedicou
sua vida ao próximo colocan-
do sua experiência de pedia-
tra e sanitarista a favor dos
Aparecida e Sonia
Emiliano e Iraci Iolanda Maria
pobres e necessitados. Fun-
dadora das Pastorais da Cri-
ança e da Pessoa Idosa, pro-
A
gramas sociais que já ajudaram
mais de 2 milhões de pesso-
as, ganhadora de mais de 30
L
I
prêmios nacionais e interna-
cionais pelo seu trabalho ela Doutora Zilda entre o Arcebispo Dom Anuar e Pe. Valdir

conserva no rosto a serenida-

Eduardo, de de uma pessoa vivida e nas

D
Neide
Isac e
e Sueli
José
atitudes uma humildade im-
pressionante. Essa mulher ad-
mirável é nossa personagem

A
Hercília
desta edição.

Ela prega a educação de

Pedro,

D
presidente forma integral para despertar
da Apetim a generosidade. Não só para
Drª. Zilda e Pe. Valdir..
as matérias acadêmicas, mas
Aparecida e
também para os valores cul-

Valdemir
turais, como a amizade, a res-
ponsabilidade e a esperança.
Diz que é na primeira infância
que se fixam os valores cultu-
rais. Afirma que o fato de ter
nascido numa família muito
católica fez com que seus va-
lores de servir ao próximo
Nelson e
aflorassem desde cedo e para
Rosinha ela isso é natural, não exige
Ana e Florinda
nenhum esforço.
A Banda Comenta que começou o
trabalho na Pastoral, a pedido
de seu irmão Dom Paulo e
afirma que já tinha o potenci-
al. “Quando meu irmão tele-
fonou dizendo que a UNICEF
queria criar um programa para
cuidar das crianças já sabia que
o que faltava era educação”.
Explica que quando pediatra
Nilton e via as mães dando mamadei-
Geni ra para as crianças em vez de
Baile na Apetim - Associação Idosos da Terceira Idade Antonio - segurança
leite materno, batendo nas cri-
anças, não sabiam prevenir
doenças”. Sobre a Pastoral da
Criança diz que “é um mo-
delo de rede comunitária, de
solidariedade onde a gente
capacita líderes voluntários
que multiplicam o saber e o
amor fraterno. Isso deu cer-
to no Brasil e no mundo”.
Lembra que tudo começou
em Florestópolis onde exis-
tia o maior índice de morta-
lidade infantil do Paraná. Jun-
tamente com Dom Geraldo
Agnello Magella, indicado
pela CNBB, fundaram a Pas-
toral. Ele era arcebispo de
Londrina, e como
Florestópolis pertence a essa
arquiodiocese ele quis come-
çar por lá. “Eu achei muito
bom, pois a Paróquia de São
João Batista é do mesmo ta-
manho do município de
Florestópolis. Então isso fa-
cilitou meu trabalho, pois ti-
nha os dados oficiais, podia
medir a mortalidade na Pas-
toral da Criança para ver a
diferença”. Conta que teve
pleno apoio dos líderes da
comunidade que a ajudaram
muito no projeto piloto. Em
E
Padre Darci, Deputado Estadual Batista,
Arcebispo Dom Anuar Battisti, dra. Zilda e
Padre Valdir
um ano a taxa de mortalida- missionários voluntários para
de infantil diminuiu de 127 treinar mais pessoal. Esses
para 28. De lá a Pastoral se missionários estão espalhados
expandiu para os estados do por vários países do continen-
Nordeste e outras partes do te africano como Guiné
Brasil. Hoje atua em todos Bissau, país muçulmano onde
os Estados e em todas as a Pastoral foi muito bem re-
dioceses do País. No exteri- cebida. Também está presen-
or está em 19 países. te nas Filipinas e Timor Leste.
O primeiro país estrangei- Essa rede de solidarieda-
ro a adotar os ensinamentos de presidida por essa mulher
da Pastoral da Criança foi An- carismática se espalhou como
gola na África. Doutora Zilda um exército do bem. Hoje
esteve lá durante a guerra em são milhares de voluntários
1996 treinando voluntárias. trabalhando diuturnamente
Em 2002 foi novamente e em favor da vida, ou melhor,
neste intervalo foram alguns da sequência dela.

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