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Apostila para a disciplina: Processos Construtivos III

organização: prof. Mônica Santos Salgado

TEMA 3 - Revestimentos
Acabamentos NÃO Argamassados

ACABAMENTOS NÃO ARGAMASSADOS


São aqueles constituídos por elementos outros que não a própria argamassa.
Nessas situações, são utilizados apenas o emboço para regularização e a
argamassa de junta ou cola apropriada. Neste grupo encontram-se azulejos,
pastilhas, pedras naturais, madeira, plástico, laminados melamínicos, cortiça
e papel.
AZULEJOS - Recomenda-se emboço de cimento areia e saibro no traço de 1:5.
Sua colocação deve ser iniciada o mais tarde possível, após a execução do
suporte, devido à contração sofrida pela argamassa até o quinquagésimo dia.
Este fato quando ignorado pode gerar tensões de aderência descolando o
azulejo.
Os azulejos podem ser colados ou argamassados. Optando-se pela colocação
uttilizando argamassa, as peças devem ser imersas na água durante 24 horas
antes de seu assentamento, sendo retirados 30min antes de serem aplicadas.
Justifica-se esse procedimento para que os poros da face a ser aplicada (não
vitrificada) se dilatem permitindo melhor penetração da argamassa de junta
que fixará o mesmo no emboço. Também por essa razão se utiliza argamassa
de junta de cal, areia fina e cimento branco. Ao se optar pela fixação com
cola, os azulejos não devem ser molhados. Na opção de colar os azulejos vale
ressaltar que eles não devem entrar em contato com a água.
MÁRMORE OU GRANITO - As placas de mármore ou granito destinadas a
revestir uma superfície de concreto deverão ter na contra-face grapas de ferro
chumbadas. Nas que serão aplicadas sobe tijolos, dependendo da
espessura, dispensa-se a colocação desses chumbadores.
Antes de aplicar a pedra é necessário impermeabilizar a base com asfalto,
seja ela de concreto ou alvenaria. Não se deve permitir o acúmulo de umidade
atrás da pedra podendo-se deixar um espaço para permitir a circulação de
ar. Se a extensão a ser revestida com pedras exceder a 9m, é necessário
utilizar juntas de dilatação para a alvenaria. No caso de fachadas de edifícios
ou paredes de grande altura, as placas de mármore ou granito deverão ser
dotadas de grampos metálicos fixados nas placas e chumbados na argamassa.
O espaço entre a placa de mármore ou granito e a parede pode ser
preenchido por argamassa fluida de cimento e areia.
A vantagem da utilização de encaixes metálicos reguláveis na fixação de
pedras em fachadas muito extensas, é o fato de, por manterem as placas
afastadas da parede, estes encaixes podem absorver as irregularidades
decorrentes da concretagem da estrutura, permitindo a execução de panos de
fachada perfeitamente lisos.
A complexidade crescente na realização dos projetos de revestimentos em
pedras levou ao surgimento dos projetos para produção de fachadas. Nestes

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projetos o especialista, com base no levantamento in loco das medidas da


obra, realiza a paginação das peças de mármore ou granito, indicando os
locais exatos para a fixação dos elementos metálicos responsáveis pelo
suporte do conjunto. Com isso dá-se a racionalização dos serviços de obra e
garante-se maior qualidade no acabamento das obras finas.
PASTILHAS - São pequenas peças de argila simples ou esmaltada coladas
sobre papel grosso para facilitar a sua aplicação. Sua colocação é feita sobre
massa grossa (com cimento) bem desempenada, usando-se argamassa de
cimento branco e caulim.(fig. 20)

Figura 44 - Retirada do papel na aplicação de pastilhas

É rejuntada com nata de cimento branco, após a retirada do papel (que fica na
face externa) com soda cáustica e em seguida água. O papel só deve ser
retirado depois da pega (2 dias). O excesso do rejuntamento é removido com
estopa e, para acabamento final, a parede pode ser lavada com solução de
ácido muriático com água na proporção de 1:3. Logo em seguida (antes do
terceiro minuto, segundo alguns autores) deve-se lavar a parede apenas
com água limpa para evitar que o ácido ataque as juntas.
GESSO - As chapas de gesso (usadas apenas nas paredes internas) são
pregadas, rejuntadas e tapadas com fita adesiva, recebendo finalmente
uma demão de pintura ou argamassa de gesso.
MADEIRA - É fixada através de encaixes ou pregos e parafusos. Quando a
madeira não é pintada, ela deve receber verniz para protegê-la do sol e da
chuva, no entanto, o verniz tem que ser refeito periodicamente. Os
revestimentos de madeira para paredes internas podem ser aplicados sob a
forma de tábuas ou folhas, incluindo laminados ou compensados. Os lambris

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(revestimento em tábuas de madeira) devem ser assentados sobre caibros


de madeira previamente fixados na alvenaria e aparafusados.
AÇO - Pode-se usar a aço galvanizado ou inoxidável. O aço é um composto de
ferro e carbono suscetível de adquirir através de têmpera (resfriamento súbito
após atingir alta temperatura) um elevado grau de dureza e tenacidade. O
aço galvanizado é o aço recoberto por uma camada de zinco metálico que
tem a finalidade de proteger contra os efeitos da oxidação. O aço inoxidável é
aquele que, na sua composição, além do ferro e do carbono recebe o cromo
que lhe confere a capacidade de resistir à oxidação e corrosão.
Do processo de industrialização dos dois tipos de aço são obtidos elementos
como chapas e perfis que podem ser utilizados como protetores-solar,
fachadas, forros, porta, piso, detalhes, etc. O processo de união se dá através
de solda, colagem, porca, parafuso, rebites ou encaixe.
O aço galvanizado tem como acabamento mais comum a pintura e pode
também ser plastificado. O aço inoxidável pode sofrer vários processos de
acabamento. Através de abrasão pode-se passar de uma superfície fosca e
irregular a uma superfície lisa e regular com várias passagens entre esses dois
tipos de acabamento. O aço escovado muito utilizado encontra-se nesse caso.
O ado inoxidável pode ainda ser pintado.
Tanto o aço galvanizado como inoxidável não apresentam ferrugem;
proporcionam a criação de elementos leves e delgados; são de fácil
manutenção e limpeza; têm grande resistência ao fogo; não absorvem umidade
e são de grande durabilidade. No entanto, são bons condutores térmicos,
permitindo a passagem de muito calor ou frio; são péssimos isolantes
acústicos e o custo do material e a mão-de-obra que executa o trabalho
bastante elevado.
No memorial de especificações técnicas de um projeto, quando houver a
intenção de utilizar revestimentos em aço, alguns cuidados devem ser
tomados:
- designar o tipo de aço (galvanizado ou inoxidável);
- designar o acabamento do aço (pintado, escovado, etc);
- indicar os elementos adequados ao projeto (perfis, etc);
- indicar as dimensões mais adequadas, inclusive a espessura;
- indicar como serão feitas as ligações das peças;
- indicar o fabricante escolhido.
PLÁSTICO OU PAPEL - Estes revestimentos apresentam-se em rolos e
devem ser colados nas paredes da seguinte maneira: procede-se normalmente
ao chapisco, ao emboço e ao reboco desempenado com desempenadeira
de madeira; emassa-se a parede com massa corrida de PVA; aplica-se um
selador também a base de PVA e cola-se o revestimento.

TEXTURA EM CONCRETO APARENTE

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Existem várias formas de dar textura ao concreto aparente. Nesse caso, a


própria estrutura pode ser o revestimento do edifício. Obtém-se textura no
concreto:
- pela colocação das fôrmas;
- pelo tipo de material utilizado como fôrma;
- após a retirada das fômas, com ferramentas;
- pelo tipo de agregado utilizado no concreto. Nesse particular, vale
ressaltar os estudos que vem sendo desenvolvidos por arquitetos e
pesquisadores do país, sobre a utilização de materiais provenientes da
britagem de mármores ou granitos como agregados.

MÉTODO EXECUTIVO – EXECUÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS


PARA PISOS E PAREDES

Condições para o início dos serviços


• Verificar as condições do emboço - idade (mínimo de 14 dias), prumo,
planeza (precisão de 1 mm/m) e limpeza (ausência de restos de argamassa
ou outro material);
• Averiguar as condições do contrapiso - idade (mínimo de 14 dias),
nivelamento, planeza (ondulações máximas de 1 mm/m), limpeza, ausência
de restos de argamassa ou outro material), adequação dos caimentos e
rebaixos;
• Observar se todos os contramarcos das janelas estão chumbados e se os
batentes já estão instalados ou com referência definida;
• Verificar se as instalações hidráulicas e elétricas estão executadas e se o
sistema de impermeabilização está concluído e testado, com os ralos
protegidos;
• Avaliar se o lote de peças cerâmicas está uniforme quanto ao calibre e à
tonalidade;
• Checar se a quantidade de peças é suficiente para executar o serviço.

Assentamento
• Verificar a altura do cordão de argamassa colante (8 mm para pisos e 6 mm
para azulejos);
FIGURA 45 - Espalhamento da FIGURA 46 - Finalização do
argamassa colante espalhamento de argamassa colante

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FIGURA 47 - Aplicação do lado dentado da desempenadeira, formando os


cordões

• Checar o tempo de abertura (“teste do dedo”);


• Avaliar a presença de regiões sem aderência (som oco após 24 horas);
• Observar se a desempenadeira não está com os dentes gastos.
• Durante o assentamento, retirar aleatoriamente algumas peças recém-
colocadas, analisando o preenchimento da região de contato cerâmica-
argamassa colante.
• Caso as peças do revestimento formem mosaico decorativo, verificar se
elas foram assentadas conforme o mosaico padrão.

Desvios geométricos e regularidade


• Verificar o nivelamento entre as peças (avaliação visual);
• Checar a planeza do revestimento (tolerar variações de 1 mm/m);
• Observar se não existem dentes sobressalentes.

Juntas
• Verificar as dimensões, o alinhamento e a aplicação de mastique nas juntas
de expansão (pisos) e juntas estruturais, avaliando sua conformidade com o
projeto ou com o PES 10;

Rejuntamento
• Assegurar o intervalo mínimo de 24 horas para iniciar o rejuntamento dos
pisos e três dias para as paredes;

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FIGURA 48 - Ajuste para o correto FIGURA 49 - Detalhe do espaçamento


posicionamento das peças entre peças garantido pelo
posicionamento de espaçadores
plásticos em forma de cruz

• Verificar, visualmente, a abertura e o alinhamento das juntas;


• Observar a homogeneidade do preenchimento das juntas entre peças por
inspeção visual; não devem haver falhas por falta ou excesso de rejunte;
• acabamento final obtido pelo frisamento deve ser liso e regular.

Limpeza
• Verificar um intervalo de 15 minutos para limpeza do rejuntamento com
esponja molhada e um intervalo de 15 minutos para limpeza após o
frisamento (com o auxílio de um pano seco);

FIGURA 50 - Detalhe do encontro entre pisos e paredes revestidos com


cerâmica

• Verificar o aspecto visual do pano revestido, atentando para manchas de


argamassa de assentamento e/ou rejunte deixadas por falha de limpeza

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após a execução, bem como para as condições de limpeza e de


organização do ambiente durante e após a execução do serviço.

MÉTODO EXECUTIVO – REVESTIMENTO EXTERNO EM PEÇAS


CERÂMICAS

RESUMO DOS ITENS DE INSPEÇÃO

Condições para o início dos serviços


• Verificar as condições do emboço - idade (mínimo de 14 dias), prumo,
planeza, nivelamento de detalhes e limpeza (ausência de restos de
argamassa ou outro material);
• Checar a quantidade e a uniformidade do lote de peças cerâmicas;
• Conferir se todos os fios de prumo previstos estão posicionados;
• Certificar-se de que as instalações elétricas e hidráulicas que interferem no
revestimento de fachada estão concluídas e testadas;
• Averiguar se os contramarcos das janelas estão instalados e conferidos;
• Observar se os equipamentos de proteção coletiva estão instalados e
conferidos, atentando também para os EPIs.

Controle do assentamento
• Avaliar a altura do cordão de argamassa colante;
• Observar o tempo de abertura (teste do dedo) e a ocorrência de regiões
sem aderência (som oco após 24h);
• Durante o assentamento, retirar aleatoriamente algumas peças recém
colocadas, analisando o preenchimento do tardoz com argamassa colante.

FIGURA 51 - Aplicação da argamassa FIGURA 52 - Técnica de dupla


colante sobre o emboço colagem: aplicação da argamassa
colante sobre o tardoz de peças
cerâmicas

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FIGURA 53 - Assentamento das peças FIGURA 54 - Ajuste de posicionamento


cerâmicas com o cabo de madeira do martelo

Desvios geométricos e regularidade


• Verificar, visualmente, o nivelamento entre as peças, a planeza do
revestimento, a variação na espessura das juntas e a presença de dentes
ou saliências entre as peças, por meio de régua de alumínio.

Juntas de controle
• Averiguar a espessura e a profundidade das juntas de controle, atentando
para a conformidade com o projeto;
• Assegurar a limpeza da base no momento de aplicação do mastique
elástico.

Rejuntamento
• Verificar a homogeneidade do preenchimento das juntas entre peças por
inspeção visual; não deve haver falhas por falta ou excesso de rejunte

Limpeza
• Verificar o aspecto visual do pano revestido, atentando para restos de
argamassa de assentamento e/ou rejunte deixados na superfície por falha
de limpeza

MÉTODO EXECUTIVO – REVESTIMENTO DE FACHADA EM PASTILHAS


CERÂMICAS

RESUMO DOS ITENS DE INSPEÇÃO


Condições para o início dos serviços

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• Verificar as condições do emboço - idade (mínimo de 14 dias), prumo,


planeza, nivelamento de detalhes e limpeza (ausência de restos de
argamassa ou outro material);
• Conferir a quantidade e a uniformidade do lote de peças cerâmicas;
• Checar se todos os fios de prumo previstos estão posicionados;
• Averiguar se as instalações elétricas e hidráulicas que interferem no
revestimento de fachada estão concluídas e testadas;
• Observar se os contramarcos das janelas estão instalados e conferidos,
incluindo o caimento adequado dos peitoris;
• Verificar se foi concluído o arremate das coifas de cozinhas e das chaminés
de aquecedores;
• Certificar-se de que os equipamentos de proteção coletiva estão instalados
e conferidos, atentando também para os EPIs.

Controle do assentamento
• Averiguar a altura do cordão de argamassa colante (8mm), o seu tempo de
abertura (teste do dedo) e a ocorrência de regiões sem aderência (som oco
após 24h).

FIGURA 55 - Espalhamento da argamassa FIGURA 56 - Formação dos cordões


colante

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FIGURA 57 - Aplicação da argamassa de FIGURA 58 - Posicionamento das placas


rejunte no tardoz das placas

FIGURA 59 - Rebatimento com o tolete

Desvios geométricos e regularidade


• Verificar, visualmente, o nivelamento entre as pastilhas, a planeza do
revestimento, o requadro das janelas, com especial atenção à inversão de
caimentos, e a variação na espessura das juntas;
• Avaliar a presença de dentes ou saliências por meio de régua de alumínio.
• Juntas de controle
• Verificar a espessura e a profundidade das juntas de controle, atentando
para a conformidade com o projeto;
• Observar a limpeza da base no momento de aplicação do mástique elástico.

Rejuntamento
• Verificar a homogeneidade do preenchimento das juntas por inspeção
visual; não devem haver falhas por falta ou excesso de rejunte.

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Retirada do papel
• Conferir a remoção completa do papel sem o descolamento de pastilhas ou
remoção do rejunte;
• Atentar para a diluição adequada de soda cáustica (1:20).

FIGURA 60 - Molhagem do papel com solução de soda cáustica

FIGURA 61 - Retirada do papel FIGURA 62 - Limpeza da superfície

Limpeza
• Verificar o aspecto visual do pano revestido, atentando para restos de papel
ou cola ainda aderidos à superfície e manchas de argamassa de
assentamento e/ou rejunte deixadas por falha de limpeza

TIPOS DE JUNTAS:
• juntas de assentamento: entre as peças que compõem o revestimento. São
necessárias devido ao desbitolamento dos revestimentos cerâmicos, devido
à necessidade de alinhamento das peças além de impedirem a propagação
de tensões de uma peça para outra, afastando o risco de flambagem do
revestimento. Além disso, as juntas de assentamento exercem função de
higiene, estética e facilitam a remoção de peças danificadas.
• juntas estruturais: oriundas da estrutura de concreto.
• juntas de movimentação ou juntas de expansão/contração

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• juntas especiais: devem ser utilizadas quando o revestimento estiver sujeito


a agentes agressivos como ácidos, bases, óleos, etc.

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TEMA 4 – Revestimento de Pisos e Impermeabilização

EXECUÇÃO DE REVESTIMENTOS DE PISO EM ASSOALHO DE MADEIRA

RESUMO DOS ITENS DE INSPEÇÃO:


Condições para o início da execução do serviço
• Verificar se a instalação e a conferência dos batentes de portas, marcos e
contramarcos das janelas já foram finalizadas, bem como dos
revestimentos internos de paredes e tetos;
• Antes de proceder ao acabamento do assoalho, averiguar se já ocorreu a
colocação das soleiras de pedra, dos caixilhos e vidros e se já foi concluída
a pintura de paredes e tetos.

Colocação dos barrotes


• Verificar o nivelamento dos barrotes com uma régua de alumínio com nível
de bolha acoplado (a bolha deve encontrar-se entre as linhas);
• Checar a fixação de pregos e o espaçamento entre os barrotes, com
tolerância de 5mm;

FIGURA 63 - Posições dos pregos no FIGURA 64 - Execução do pré-furo para


barrote fixação do prego espiralado

FIGURA 65 - Detalhe da colocação do prego espiralado com martelo e punção

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FIGURA 66 - Detalhe da FIGURA 67 - Detalhe do uso


posição do prego espiralado do punção

• Observar a colocação de barrotes de borda e soleiras.

FIGURA 68 - “Aperto” da tábua, utilizando cunha e apoio de madeira

Colocação do assoalho
• Verificar o prazo de cura da argamassa de fixação dos barrotes (mínimo 14
dias);
• Conferir o acabamento das juntas, que devem ter abertura máxima de 2
mm;
• Checar a fixação das peças e o aspecto dos parafusos;
• Averiguar a colocação das cavilhas, que devem se apresentar firmemente
coladas, mas não “enterradas”.

Acabamento
• Inspecionar visualmente o ambiente, detectando eventuais falhas ou
imperfeições no assoalho, tais como frestas, aspereza (principalmente em
cantos, escadas, soleiras e rodapés), defeitos de calafetação ou falhas de
aplicação do verniz ou cera (remonte, respingos, etc...). Certificar-se de que
o ambiente esteja limpo e protegido da umidade ou insolação excessiva.

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FIGURA 69 - Abertura do furo para FIGURA 70 - Abertura do pré-furo para


cavilha no assoalho o parafuso de Fixação do assoalho

FIGURA 71 - Detalhe da fixação na emenda entre tábuas:


a) fixação com 4 parafusos b) fixação com 2 parafusos

Uma questão a ser considerada no revestimento das áreas molhadas


(chuveiros, terraços descobertos, varandas) é a definição do tipo adequado de
impermeabilização, e a realização do projeto específico para a aplicação deste
tratamento. Pode-se classificar a impermeabilização em rígida ou flexível.
A impermeabilização rígida, é constituída pelos concretos e argamassas onde
a utilização de um aditivo no seu preparo os torna impermeáveis. Nestes casos
a impermeabilização permanece incorporada à estrutura perdendo sua função
se aparecerem trincas. Por esta razão, recomenda-se para locais de baixo
risco de movimentação da estrutura ou qualquer outro fenômeno que possa

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resultar em fissuras. São recomendadas para pisos de banheiros, cozinhas e


áreas de serviço.
As impermeabilizações flexíveis subdividem-se em:
- plásticas: Constituem-se de pinturas especiais aplicadas sobre as
superfícies a ser impermeabilizadas. Tem pouca durabilidade,
ressecam e perdem a função quando constantemente expostas às
intempéries. Possuem pouca elasticidade e não acompanham os
movimentos da estrutura. São muito utilizadas em calhas e pequenas
jardineiras.
- elásticas: Utilizam mantas pré-fabricadas. São aconselhadas para
os terraços, marquises, etc.
- laminares: São também chamadas de pintura armada. São
realizadas com elastômeros ou asfaltos, estruturadas com camadas
de materiais rígidos como feltro asfáltico, tecidos de juta ou vidro, ou
lâminas de alumínio. A estruturação é feita pela intercalação de
camadas de materiais rígidos com asfaltos ou elastômeros.

A norma NBR 9575 fixas as condições gerais e específicas que devem ser
obedecidas na elaboração de um projeto de impermeabilização. Além desta,
outras normas complementares devem ser igualmente consultadas, tais como:

• NBR 8083 - materiais e sistemas utilizados em impermeabilização -


Terminologia.

• EB 635 - Asfaltos oxidados para impermeabilização - Especificação

• NBR 8521 - Emulsões asfálticas com fibras de amianto para


impermeabilização - Especificação

• NBR 9227 - Véu de fibras de vidro para impermeabilização -


Especificação

• NBR 9228 - Feltros asfálticos para impermeabilização - Especificação

• NBR 9229 - Mantas de Butyl para impermeabilização - Especificação

• NBR 9396 - Elastômeros em solução para impermeabilização

• NBR 9685 - Emulsões asfálticas sem carga para impermeabilização -


Especificação

• NBR 9686 - Solução asfáltica empregada como material de


imprimação na impermeabilização - Especificação

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• NBR 9687 - Emulsões asfálticas com carga para impermeabilização -


Especificação

• NBR 9689 - Materiais e sistemas de impermeabilização -


Classificação

• NBR 9690 - Materiais de polímeros para impermeabilização -


Especificação

Pontos fundamentais para avaliação dos sistemas de impermeabilização:


Î impermeabilidade dos materiais: para esta avaliação adota-se o conceito de
absorção d’água dos materiais, dada em porcentagem de água absorvida
pelo peso seco do material, sendo especificada a temperatura da água e o
tempo de imersão, e adotando-se sempre igual espessura de material para
ensaios comparativos.
Î resiliência dos materiais: as estruturas estão sujeitas às variações de
temperaturas do ambiente que provocam esforços de tração e de
compressão. Estando a impermeabilização solidária à estrutura, conclui-se
que aquela deve acompanhar a movimentação desta,bem como resistir às
tensões de tração e compressão atuantes. Chama-se resiliência de um
material a capacidade que ele tem de voltar às suas dimensões iniciais uma
vez cessada a causa que provocou a deformação, seja ela de origem
térmica ou mecânica, e após vários ciclo de repetição do fenômeno em
questão.
Î longevidade dos sistemas de impermeabilização:
Î proteção mecânica e isolação térmica: com exceção das obras nas quais se
exija, por motivos técnicos ou estéticos, que a impermeabilização seja
exposta, nas demais deve ser executada uma proteção mecânica para
impedir a danificação do material impermeabilizante pela ação do tráfego de
pessoas, quer durante o serviço quer após sua execução, e pela incidência
de radiações solares diretas, que provocam a evaporação da porção volátil
dos materiais - diretamente responsável pela sua elasticidade.
Î custos: cabe ressaltar que o custo inicial de uma impermeabilização,
mesmo aparentemente elevado, é insignificante em relação ao todo da obra
e aos custos de futuras manutenções.

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TEMA 5 – Coberturas e Proteções

Cobertura é o fechamento de estruturas de telhados com inclinação inferior a


75 graus (aproximadamente) em relação à horizontal. Fechamento ou
tapamento lateral, é aquele que apresenta inclinações superiores a 75 graus
(aproximadamente) em relação à horizontal. Outras definições importantes,
são:
• beiral: É a parte da telha que ficará em balanço, livre de apoio.
• tesoura: É o sistema estrutural triangular indeformável que sustenta a
cobertura propriamente dita.
• terça: É uma peça horizontal, colocada em direção perpendicular às
tesouras, destinada à sustentação das telhas.
• cumeeira: É a parte mais alta da cobertura, onde as superfícies
inclinadas se encontram.
• faixa: É a sequência de chapas utilizadas no fechamento da cobertura,
no sentido de seu comprimento.
• fiada: É a sequência de chapas utilizadas no fechamento da cobertura,
no sentido de sua largura.
• recobrimento: É a sobreposição das telhas no sentido do seu
comprimento e da sua largura, para evitar a penetração da água e dos
ventos.
COBERTURAS METÁLICAS
Variam dos simples perfis de aço às estruturas espaciais planas, formadas
a partir da associação de barras metálicas (aço e alumínio) e nós de
articulação compondo tetraedros. Além desses sistemas, as estruturas
metálicas podem formar abóbadas, estruturas laminares, vigas treliçadas,
curvas ou não e, por fim, coberturas formadas por cabos tracionaços que
suportam as placas de cobertura.
As coberturas metálicas, no sistema estrutural do aço, costumam estar
apoiadas em estruturas leves, também metálicas, ou sobre apoios nas lajes.
Entre os metais utilizados como telhas, citam-se: o cobre, o zinco, o alumínio e
o aço galvanizado. Mais recentemente passou-se a utilizar chapas metálicas
como telhas autoportantes, fixadas ao vigamento por finos conectores.
As especificações das coberturas metálicas em particular, devem levar em
consideração as questões de estanqueidade e segurança contra a ação dos
ventos. Alguns cuidados básicos na execução deste tipo de cobertura, são:
• verificar se as dimensões da obra coincidem com as dimensões do
projeto antes do início da montagem;
• iniciar a execução em faixas perpendiculares às terças, no sentido de
baixo para cima;
• observar os recobrimentos lateriais e longitudinais;

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• iniciar a montagem das telhas no sentido oposto ao dos ventos


dominantes;
• quando a cobertura for em duas águas opostas, cubrir igualmente
ambos os laços, permitindo a coincidência das seções das telhas com
as peças de concordância da cumeeira;
• na montagem da cobertura, evitar pisar diretamente sobre as telhas para
não danificá-las.
ESTRUTURAS DE MADEIRA
De maneira geral a estrutura de madeira de um telhado é composta pela
tesoura, o engradamento e o contraventamento. As tesouras, formam vigas de
treliça que recebem as cargas do engradamento através de pontos chamados
nós (fig.73).
Essa descarga se faz através das principais peças do engradamento
chamadas terças. O engradamento constitui-se de terças, caibros e ripas,
podendo assumir formas simplificadas para telhas maiores que se sustentam
diretamente nas terças.
As terças, conforme descrição apresentada no início deste capítulo, são peças
longitudinais, colocadas em direção perpendicular às tesouras, recebendo
nomes especiais quando estão na parte mais alta do telhaço (cumeeira) e
quando se apoiam diretamente sobre as paredes limítrofes (frechal).
Os caibros são colocados perpendicularmente às terças e se apoiam nelas,
inclinados sendo que seu declive determina o caimento ou "ponto" do telhaço.
A seção dos caibros vai depender do espaçamento entre as terças. As ripas
são colocadas paralelamente às terças, se apoiando nos caibros. Seu
espaçamento depende do tipo de telha que se está usando.

Figura 73 - Detalhe do pendural

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Figura 73 - Exemplo de madeiramento de telhado

COBERTURAS DE CONCRETO
Esse tipo de cobertura refere-se às lajes impermeabilizadas ou às "cascas" de
concreto. Em ambas as situações, maiores cuidados devem ser tomados em
função dos problemas causados pela má impermeabilização.
Sempre que possível, já na fase de projeto, deve ser definido o tipo de
impermeabilização a ser adotado, onde então deverão ser fixados certos
detalhes que posteriormente facilitem tais serviços.
SOLUÇÕES DE PROJETO
Optando-se pela cobertura utilizando estrutura e telhas, pode-se especificar:
telhas cerâmicas, placas de ardósia, chapas metálicas, chapas de plástico,

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Apostila para a disciplina: Processos Construtivos III
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telhas de cimento, entre outras. Vale ressaltar que as telhas de fibro-cimento


ou cimento-amianto, apesar de amplamente utilizadas no Brasil, possuem
composição química comprovadamente cancerígena.
Para justificar a escolha de deterninada solução, deve-se considerar:
• a compatibilidade dos materiais empregados em relação ao sistema
estrutural do edifício, observando as alternativas mais racionais de
ligação entre eles;
• optar por processos que se caracterizem pela rapidez na execução,
redução na mão-de-obra empregada e maior limpeza no canteiro de
obras uma vez que as soluções artesanais podem representar um
atraso na obra;
• a dimensão dos vãos que a cobertura terá que vencer, uma vez que
algumas soluções se mostram mais eficientes que outras em função do
vão;
• adequação aos recursos humanos e de equipamentos disponíveis na
região onde se localiza a obra.
De maneira geral, na composição de um telhado deve-se ter em mente
algumas regras fundamentais:
• a concordância entre os diversos planos de um telhado se fará
sempre através da bissetriz dos ângulos (fig. 74);
• todos os planos terão a mesma altura no beiral;
• os planos devem ter sempre a mesma inclinação.

Figura 74 - Telhados: a concordância deve ser feita pela bissetriz dos


ângulos.

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Em qualquer dos casos, os detalhes importantes, que devem ser observados


baseados em instruções dos fabricantes, são: inclinação mínima,
recobrimentos, superposição de telhas de uma fiada para outra, despejo dos
condutores, peças e acessórios especiais.

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