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O Trabalho Social com Famílias na

Perspectiva do Direito à
Convivência Familiar e Comunitária

Associação Brasileira Terra dos Homens


André Rangel
Valéria Brahim
Associação Brasileira Terra dos Homens

Nossa Missão:

“Promover o direito à convivência familiar e


comunitária de crianças e adolescentes em
situação de risco, investindo na valorização
e no fortalecimento da família”
lia
Projetos Desenvolvidos pela ABTH

Reintegração à Família Origem/ Afetiva

Reordenamento das Instituições de Abrigo

Programas de Famílias Acolhedoras

Formação em Trabalho Social com Famílias

Ações Estratégicas com incidência política:


•Assento no Conselho Estadual de Direitos da Criança e do
Adolescente com ênfase na formulação de políticas públicas
•Participação nos Fóruns de Direitos
• Implementação do Plano Nacional de Promoção, Proteção e
Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência
Familiar e Comunitária – CONANDA e CNAS
Publicações

Acolhimento Familiar:
• Cuidar de Quem Cuida
Experiências e Perspectivas

Colóquio Internacional Sobre


Acolhimento Familiar Minha Vida Mudou

• Série em Defesa à Convivência Familiar e Comunitária: Trabalho Social com Família (Vol. 1)

Colocação Familiar (Vol. 2)


Do Abrigo à Família (Vol. 3)
Violência Intrafamiliar (Vol.4)
A FILOSOFIA DO TRABALHO

 O saber se constrói;
 Todo mundo sabe alguma coisa, todo mundo tem alguma
coisa para aprender;
 Partir do vivido para ir aos conceitos;
 Partir das pessoas para ir as coisas;
 Ninguém está certo ou errado. Um debate é fértil quando as
opiniões se confrontam, não quando elas se afrontam;
 A experiência de cada um é útil.
Definição de Família ao Longo dos Anos

“ Família é um sinônimo de família patriarcal e


extensa, típica do período colonial. Instituição
vertical baseada no parentesco, lealdades
pessoais e territorialidade.”

(Freire, G. 1933)
Definição de Família ao Longo dos Anos

“ Família são pessoas aparentadas que vivem


em geral na mesma casa, particularmente o
pai, a mãe e os filhos: pessoas do mesmo
sangue, ascendência, linhagem e estirpe.”

(Holanda, S. B. 1986)
Definição de Família ao Longo dos Anos

“ Família é gente com quem se conta.”

(ONU, 1994)
Plano Nacional Conv. Fam. Comunitária

“Define-se família como um grupo de pessoas, com laços de


consangüinidade e/ou de aliança e/ou afinidade, cujos
vínculos circunscrevem obrigações recíprocas...A amplitude
desta definição derruba qualquer idéia preconcebida de
modelo familiar “normal”. Trata-se, portanto, de saber se a
família é capaz de realizar as funções de proteção e de
socialização das suas crianças e adolescentes em uma
diversidade de arranjos familiares e culturais, mas já não
mais de se perguntar pela forma ou estrutura da família.”

Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de


Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária
Perspectiva das Políticas Públicas:

Convencidos de que a família, unidade


fundamental da sociedade e meio natural para o
crescimento e bem-estar de todos os seus
membros e, em particular das crianças, deve
receber a proteção e assistência necessárias
para que possa assumir plenamente suas
responsabilidades na comunidade.

Preâmbulo da Convenção sobre os Direitos da Criança (1989)


 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à
criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o
direito...(Art. 227, caput, da CRFB/88 e Art. 4° do ECA)
 O Estado assegurará assistência à família na pessoa de cada
um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a
violência no âmbito de suas relações (Art. 226, § 8º,
CRFB/88)
 A falta ou carência de recursos materiais não constitui motivo
suficiente para a perda ou suspensão do pátrio poder (Art. 23
do ECA)
 Não existindo outro motivo que por si só autorize a
decretação da medida, a criança ou adolescente será mantido
em sua família de origem (Art 23 § único do ECA)
Rede de Atenção a Criança, Adolescente e Família

Criança e
Adolescente

Família Comunidade

ESTADO
Marcos regulatórios e normativos

- Convenção de Direitos Humanos ONU (1946)

- Constituição Brasileira (1988)

- Convenção de Direitos da Criança e Adolescente ONU (1989)

- ECA : Estatuto da Criança e do Adolescente (1990)

- LOAS : Lei Orgânica da Assistência Social (1993)

- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996)

 Política Nacional de Assistência Social (2004)

 Plano Nacional Pró Convivência Familiar e Comunitária (2006)

 Diretrizes Internacionais para Crianças Privadas do Convívio


Familiar (2007)
O que representa para nós?

O Plano representa um marco na defesa do


direito à convivência
O que é? familiar e comunitária,
constituindo parâmetro para a reflexão e
reorientação de práticas cristalizadas de
atendimento à família, à criança e ao
adolescente. O que é?
Quem elaborou o Plano Nacional?

A formulação deste documento é fruto de um


trabalho participativo de elaboração conjunta, envolvendo representantes:

Três Poderes
Três Esferas de Governo

Sociedade Civil UNICEF

Comissão Intersetorial
Qual o objetivo do Plano Nacional (PNCFC)?

Fazer valer o direito fundamental de crianças e


adolescentes... ...crescerem e
serem
educados no
seio de uma
família...

...e de uma comunidade.


Temas que orientaram a discussão e elaboração
dos Objetivos e Ações do PNCFC

Valorização da Família: Políticas de Apoio Sócio-Familiar

Reordenamento dos Abrigos e


Implementação de Programas de Famílias Acolhedoras

Adoção centrada no interesse da criança e do adolescente


O Direito à Convivência Familiar e Comunitária – Responsabilidades e
Oportunidades

A existência dessas Leis é um avanço!!!


Mas...
Para que elas sejam efetivadas,
precisamos de uma mudança cultural.
ECA - Mudança de visão acerca de:

Quem é a população/ sujeito atendido?


Menores Crianças e Adolescentes
(situação irregular) (sujeitos de direito)

O que se quer?
Situação irregular Direito a proteção integral
(repressão e exclusão) (desenvolvimento pleno).
“O que é historicamente
construído, pode ser
historicamente desconstruído”

Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e


Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária
O Direito à Convivência Familiar e Comunitária – Responsabilidades e
Oportunidades

Paradigma = Padrão/ Modelo

Vemos o mundo através de


paradigmas o tempo todo.

Selecionamos os dados que


se ajustam e ignoramos o resto.
Um Olhar para a Família e para a Comunidade

Igreja
Associação
Moradores

Posto de
Escola Saúde
“Senso comum”: a ótica da punição

• Punição aos pais pela ineficiência


• Punição ao Estado por ser inoperante

Colocamos a criança contra


a família biológica
“Senso comum”: inversão da ordem

“No abrigo ou em famílias substitutas


a criança está protegida”

Tiramos a criança de quem a deveria


proteger e não investimos na
reconstrução dos vínculos
Olhar para a família não pelo que
lhe falta, mas por sua riqueza

Estratégias de sobrevivência =
riqueza das respostas possíveis
para suas necessidades
O Desafio do Trabalho Social com Famílias

Mudança de Paradigma

Assistencialismo X Autonominização
Incapacidade X Competência
Disfuncionalidade X Estratégia de Sobrevivência
Desestrutura X Reconhecimento dos Arranjos
Familiares
Suposta Neutralidade
Científica: Profissional
Contexto Sócio-Político-
Econômico

Nicho Ecológico

Sistema
Familiar ou

Organizacional

História Cultura
Perspectiva Sistêmica
ordem:ordem:
Profissional
Contexto Sócio-Político-
Econômico

Nicho Ecológico

Sistema
Familiar ou

Organizacional

História Cultura
A intervenção:

A Relação
O Profissional A Família

O Encontro entre o Profissional e a Família


Recursos de avaliação e intervenção familiar

 O Genograma

 O Ecomapa
GENOGRAMA: Instrumento de Conhecimento
da Organização Familiar

É um modelo para o desenho da família, que grava


informações da sua história e das relações entre os
seus membros, de acordo com as gerações, idade,
sexo, de uma maneira que dá uma gestalt dos seus
padrões complexos.
Símbolos do Genograma

Homem Indivíduo em foco Mulher

Idade
Casal que vive junto Casal que não vive junto
50

Morte

Filhos biológicos
Símbolos do Genograma

Recasamento Voltando a viver


Separação
junto
Após a separação

Casal com Casal com um filho biológico Casal com um primeiro aborto
criança/adolescente e uma filha adotiva natural e um segundo aborto
Acolhidas provisoriamente provocado
Símbolos do Genograma

Casal com Casal com gêmeos


Gravidez
gêmeos idênticos

Doença crônica
Abuso de álcool/ (mental ou física e
drogas deficiência física)
Linhas de Relacionamento

Relação

Relação Forte

Relação Fusionada

Relacionamento Distante

Relacionamento Hostil
Genograma

Modelo de Genograma Trigeracional


Silvio

70 73 77

43 30

37 Jacira 33 Júlio 30 29 Luisa


Pedro
18

39 8

Ana
17 15 11
16
Luiz Carlos
35

10 9
Acompanhamento Psicossocial:

Conhecendo a família

•Quais são os padrões de conduta (papéis) dessa


família? (quem faz o quê, para quem e como)
•Quais são seus códigos e regras?

•Em que contexto essa família se encontra inserida?


Definição:

Ecomapa: Intrumento de Conhecimento


da Rede Social Extra Familiar

É um recurso gráfico e dinâmico que


representa as relações de uma família ou
indivíduo com o meio onde habita (pessoas e
instituições) .
Para que fazer?

É uma ferramenta para a equipe de profissionais, que deve


ser construída juntamente com a família, permitindo
visualizar o equilíbrio entre as suas necessidades e os seus
recursos. Dessa forma, favorece a construção em parceria,
de um plano de trabalho para o seu desenvolvimento.

Dimensões:

1. Força do vínculo – forte ou fraca?

2. Impacto do vínculo – requer esforço ou não;


oferece apoio ou não?

3. Qualidade do vínculo – estressante ou não?


Que áreas incluir no Ecomapa?

1. Onde a moradia está situada.

2. Os serviços (saúde, CT, projetos sociais, etc.).

3. Educação.

4. Grupos sociais e de lazer (igrejas, caminhadas, comissão


de bairros).

5. Relações pessoais significativas.

6. Trabalho.

7. Outros (específicos da família e de onde habita).


Metodologia: Processo Operacional e Reflexivo

Visita Domiciliar

Supervisões/
Supervisão/ Estudo
Articulação com a de Casos
Estudo de Casos
Rede de Serviços
Entrevista

Grupo de Família

Reuniões de Equipe + Capacitação Profissional


Orientações para a intervisão:

• Data do início do acompanhamento;


• Como se deu o encaminhamento?
• Qual o seu motivo?
• Como se apresenta a dinâmica familiar?
• Qual a questão principal?
• Quais as suas implicações com o caso?
• Que foco se pretende dar?
Entre em contato:

www.terradoshomens.org.br
andrerangel@terradoshomens.org.br
valeriabrahim@terradoshomens.org.br
terradoshomens@terradoshomens.org.br

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