Você está na página 1de 3

O futuro em nossas mãos

Rodrigo Lara Mesquita


1997, jornal interno da S A O Estado de S Paulo

Banda, download, bits, html, site, link, linguagem C, bookmarks, mercado


virtual, hits, banner, real time, ftp, gopher, real audio, browser... Internet.

O que é isso? O diabo que chegou para atrapalhar o nosso velho e conhecido
negócio? Ou uma avenida em direção a infinitas oportunidades para
alavancarmos posições no mercado de informações?

Os dois. O diabo para os acomodados sobre verdades ultrapassadas pelo


desenvolvimento do mercado e um mar de oportunidades para as empresas
e profissionais que se deixam instigar pelas tendências deste mesmo mercado.
É o caso do Grupo Estado, que desde 1988 vem investindo no
desenvolvimento de negócios e aquisição de conhecimento sobre o mundo
virtual sem deixar de investir na área tradicional dos nossos negócios, que hoje
são os pilares da operação de todo o Grupo.

E no futuro? Os jornais vão deixar de existir? Talvez, se a sociedade, pela


primeira vez em sua história, deixar de ter necessidade de fóruns para debater,
refletir e analisar seu passado, seu presente e seu futuro. Como é impossível
imaginar este cenário nos dias atuais, devemos acalentar e alimentar a ideia de
que conviveremos com todos os meios conhecidos para continuar
desempenhando o papel clássico de uma empresa jornalística - norteador da
opinião pública - e os novos, abertos pelos avanços das tecnologias de
comunicação, que permitem a abertura de novas áreas de atuação para a
empresa e que ajudam a instrumentalizar a opinião pública na direção de lutar
pelos seus direitos. Isso significa, portanto, revitalizar toda a atuação da
empresa de informação.

Por ter consciência de tudo isso, o Grupo Estado é hoje membro de diversos
fóruns nacionais e internacionais que se dedicam exclusivamente ao estudo e
desenvolvimento de ferramentas para as empresas de informação atuarem
com propriedades neste novo cenário que se está desenhando. O principal
deles, é o Media Lab do Instituto de Tecnologia de Massachusets. Estamos em
boa companhia lá. New York Times, Los Angeles Times, Knight Ridder, IBM,
Reuters, Sony... dezenas de empresas de todos os setores da nossa indústria -
do conteúdo ao hardware - competitivas e preocupadas com sua
competitividade futura. E quase todos têm algumas certezas: a natureza do
nosso negócio não muda.

Por dezenas de anos, teremos ações complementares entre o papel e os


meios virtuais, 'as estruturas novas - exemplo: AE - não substituirão as antigas
- exemplo: O Estado. O que muda é o espectro de público a ser atingido e o
padrão de qualidade de toda a nossa operação. E, se num primeiro momento a
causa disso tudo é a evolução das tecnologias, num segundo, perene, o motor
deste processo é o que o ser humano pode fazer em função dessas
tecnologias. E com isso quem se valoriza, além do público, é o profissional,
desde que tenha capacidade para responder ao desafio percebido com
competência pelo Grupo Estado.

Você também pode gostar