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Resumo: A temática deste artigo adota como parâmetros o Poder Constituinte, seus
desdobramentos, sua contextualização histórica, classificação (originário e derivado),
teorização, que legitimou esta nova titularidade do poder soberano, bem como suas
peculiaridades, entraves e divergências no contexto dos dias atuais. Outrossim, serão
confrontados, categoricamente, alguns pontos relevantes, entre a teoria do poder
constituinte e uma proposta de emenda à Constituição Federal de 1988 com o desiderato
de instituir Assembléia Constituinte Revisora que teria como função e prerrogativa
modificar a Constituição, sem observância das exigências estabelecidas pelo texto
originário, como a do quorum de maioria absoluta (o primeiro número inteiro
subseqüente à divisão dos membros da casa por dois) ao invés de três quintos dos
membros de cada casa, passando pelo clivo da constitucionalidade, legitimidade e da
compatibilidade entre a retromencionada proposta de emenda a Constituição e a teoria
do poder constituinte. Por fim, uma modificação Constitucional deve respeitar os
procedimentos especiais estabelecidos, sendo compatível, dessa forma, com o Estado
Democrático de Direito.
Abstract: The thematic of this article adopts as parameters the Constituent Power, its
extension, its historical context, classification (original and derivative), its process, that
legitimized this new title of the sovereign power, as well as its peculiarities,
impediments and divergences in the context of the current days. Furthermore, will be
collated, clearly, some excellent points, enters the theory of the constituent power and a
proposal of emendation to the Federal Constitution of 1988 with the desideratum to
institute a Constitutional Assembly of Revision that would have as function and
prerogative modifying the Constitution, without observance of the requirements
established for the original text, as of the quorum of absolute majority (the first
subsequent whole number to the division of the members of the house for two) instead
of three fifth of the members of each house, passing for the analysis of the
constitutionality, legitimacy and of the compatibility between the mentioned proposal of
emendation to the Constitution and the theory of constituent power. Finally, a
Constitutional modification must respect the established special procedures, being
compatible, of this form, with the Democratic State of Law.
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Aluno da Graduação em Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC).
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mesmo que não existam limites expressos, a segurança jurídica exige que o
poder de reforma não se transforme, por falta de limites materiais, em um
poder originário”. Acrescenta ainda, o citado autor, que “podem existir
emendas sobre a separação de poderes, a democracia, os direitos individuais e
suas garantias e o federalismo, desde que sejam para aperfeiçoar, jamais para
restringir.
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Constituição só deve ser feita legitimamente com base no seu art. 60, que trata
justamente das emendas com os seus limites dali decorrendo. Portanto, uma proposta de
emenda que teria como objeto constituir uma Assembléia Constituinte Revisora com o
intuito de modificar a Constituição, sem observância das exigências do texto originário,
desrespeitando as cláusulas pétreas, é uma tentativa de burlar a rigidez da Constituição
através do único sistema de mudança desta estabelecido: a Emenda. No artigo já falado
em seu § 4° consta as situações que não serão objeto de PEC e, em seu § 2°, o quorum
necessário de três quintos para aprovação dessa emenda. Uma proposta de emenda para
estabelecer Assembléia Constituinte Revisora com o intuito de modificar a Constituição
de uma maneira mais branda, sem observância de aspectos importantes, como o
quorum, que passa a adotar maioria absoluta, é inconstitucional porque coloca em risco
direitos e garantias das minorias políticas em face dos interesses das maiorias, outrossim
infringem as próprias condições constitucionais e processuais para deliberação por
maioria, subvertendo, assim, o próprio processo legislativo democrático.
Canotilho estampa que “dada a existência de limites formais e materiais, as leis
de revisão que não respeitarem esses limites serão respectivamente inconstitucionais sob
o ponto de vista formal e material”.
O controle jurisdicional pode e deve existir, porém esse somente poderá agir
mediante a aprovação de emenda, todavia o controle prévio, por uma Comissão de
Controle Parlamentar, é perfeitamente plausível para vetar propostas consideradas
inconstitucionais.
Urge mencionar, acerca da técnica de dupla revisão, no qual análise incide sobre
os próprios limites de revisão, com fins de tornar as disposições intangíveis como
mutáveis. Canotilho explica que
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não há como revivê-la legitimamente. Agora só existe o processo das emendas do art.
60, que, no seu § 4°, amplia o núcleo explicitamente imodificável da emenda. Logo,
basta que a proposta que se encaminhe, ainda que remotamente, tenda para abolição de
qualquer um dos casos do § 4º.
Este caso da diminuição do quorum para metade mais um, criará um sério
problema de legitimidade democrática, porquanto entra em choque com as regras do
processo legislativo de reforma constitucional, que são cláusulas pétreas (art.60 §4°).
Devemos nos questionar da importância do processo constituinte, ou melhor, a
importância da forma, para a legitimação da Constituição. Vale salientar que fica óbvio
perceber que sendo os parlamentares representantes do povo, a diminuição do quorum
para maioria absoluta é, por via de conseqüência, uma subtração da anuência popular.
José Magalhães expõe que
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5. Conclusão
6. Referências
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SILVA, José A. da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 24 ed. São Paulo:
Malheiros, 2005.
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