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A ADOÇÃO NO BRASIL
PERFÍRIO MENDES*
Resumo: A adoção é o ato jurídico de trazer ao seio familiar uma pessoa no status de
filho, sem que este tenha sido concebido naturalmente. No Brasil, este instituto está
disciplinado no Código Civil de 2002, em seus artigos 1.618 a 1.629, e no Estatuto da
Criança e do Adolescente, Lei n° 8.069/90, que seguem os mandamentos da
Constituição Federal de 1988, a qual estabelece a igualdade entre os filhos de qualquer
natureza. Assim, busca-se esclarecer neste artigo os requisitos para adotar em território
brasileiro e o procedimento de legalização dos filhos adotivos.
Abstract: The adoption is the juridical act to bring to the heart of a family a person in
the son or daughter position, who was not naturally conceived. In Brazil, this institute is
taught by the Civil Code at 2002, in its articles 1618 to 1629, and by the Children and
Teenage Statute, Rule n○ 8.069/90, which follow the mandaments of the Brazil’s
Constitution at 1988, which says the equality between children from any origin. So, we
want to show in this article the requests for adoption in the Brazilian lands and the
procedure for adoption children legalization.
1. Introdução
*
Aluno da Graduação em Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC).
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Revista dos Estudantes da Faculdade de Direito da UFC (on-line). a. 2, v. 5, fev./abr. 2008.
1
Código Civil, art. 1.618.
2
Código Civil, art. 1.619.
3
O Código Civil altera a idade prevista no ECA, que é de 21 anos.
4
Código Civil, art. 1.618, parágrafo único.
5
Código Civil, art. 1.622.
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Revista dos Estudantes da Faculdade de Direito da UFC (on-line). a. 2, v. 5, fev./abr. 2008.
5. “Enquanto não der contas de sua administração e não saldar os débitos não
poderá o tutor ou o curador adotar o pupilo ou curatelado”.
3. Processo de adoção
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Revista dos Estudantes da Faculdade de Direito da UFC (on-line). a. 2, v. 5, fev./abr. 2008.
disposto no parágrafo 1°, do artigo 102, do ECA. Deve ser qualificada a criança ou seus
genitores, exceto quando forem desconhecidos.
Em seguida, após decidir sobre a guarda provisória ou suspensão liminar do
pátrio poder, o juiz determinará a citação pessoal dos genitores, realizando um estudo
social do caso em conjunto com a assistente social ou psicólogo, podendo estabelecer o
inicio do eventual estágio de convivência. Logicamente, caso o menor não tem idade
superior ao um 1 (ano) ou, qualquer que seja a sua idade, já estiver em companhia dos
adotantes em tempo suficiente de avaliar convivência da medida, o estágio será
dispensado.
Se o citado não alegar falta de condições de constituir um advogado ou se deixar
passar o prazo legal para impugnar o pedido, o juiz dará vista aos autos ao representante
do Ministério Público, que poderá requerer diligências, as quais serão avaliadas pelo
juiz que designará a audiência de instrução de e julgamento, na qual deve prevalecer o
principio da oralidade.
Em seguida, o representante do Ministério Público emitirá parecer técnico sobre
o pedido. Finalmente, o juiz proferira sentença na própria audiência ou marcará
audiência para a leitura, no prazo de cinco dias. Normalmente, o juiz não fazendo na
própria audiência, prolata a sentença, entregando-a ao cartório para a intimação das
partes.
4. Efeitos da adoção
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Revista dos Estudantes da Faculdade de Direito da UFC (on-line). a. 2, v. 5, fev./abr. 2008.
A criança adotada como filha do adotante, adquire todos os direitos de filha, sem
nenhuma restrição, há uma equiparação plena entre os filhos naturais e adotivos. Não se
faz um novo registro da criança, nem mesmo alusão ao fato da adoção, em respeito ao
princípio constitucional da igualdade entre os filhos de qualquer natureza. Qualquer
alusão à origem da filiação afronta a ordem vigente.
Com o efeito do artigo 1.627 do Código Civil, a sentença de adoção confere ao
adotado o sobrenome do adotante, podendo determinar a modificação do seu prenome,
se menor, a pedido do adotante ou do adotado.
A característica mais concludente da adoção é que ela é irrevogável por previsão
expressa contida no artigo 48, do estatuto da Criança e Adolescente, o que significa que,
uma vez realizada, é definitiva, não há retorno.
E mais, adoção não pode ser revogada por decisão expressa, nem convencional,
entre os adotantes e adotados. A irrevogabilidade da ação não é mais questionada.
Nem mesmo o eventual falecimento dos adotantes restabelece o pátrio poder dos
genitores naturais, situação contemplada no artigo 49, do dito Estatuto.
Isto, entretanto, não significa que os pais adotivos não possam vir a perder o
direito de poder familiar sobre o adotado. Aos genitores adotivos são aplicadas todas as
hipóteses previstas para a suspensão ou extinção do poder familiar. Eles estão sujeitos
aos mesmos deveres de assistência, educação, etc., impostos a qualquer genitor natural,
em decorrência do exercício deste poder/dever. Ocorrida qualquer situação de
negligência, maus tratos ou abandono, os pais adotivos podem ser destituídos do poder
familiar. Esta é uma decorrência, também das disposições legais, pois, ao prever a
isonomia entre filhos naturais e adotivos, sujeita os pais adotivos a todas as
conseqüências decorrentes do exercício indevido do poder familiar.
Da mesma forma, o filho adotado está sujeito aos deveres e conseqüências da
filiação, como por exemplo, o dever de assistência aos pais necessitados, pois o direito a
prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos. E, por disposição constitucional,
no artigo 229, os filhos maiores têm o dever de ajudar a amparar os pais na velhice,
carência ou enfermidade. O filho adotado se sujeita, também, aos efeitos da indignidade
e da deserdação.
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Revista dos Estudantes da Faculdade de Direito da UFC (on-line). a. 2, v. 5, fev./abr. 2008.
5. Conclusão
6. Referências
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