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Yuri Almeida **
'pFDGDGH A América Latina era palco de inúmeros golpes militares, patrocinados
pelos Estados Unidos, visando consolidar o capitalismo na região e afastar o spectro do
comunismo dos países latinos. Os governos golpistas contavam com o apoio dos meios
de comunicação de massa, que eram de propriedade de grandes famílias e grupos
industriais subservientes ao capitalismo internacional. Os jornais que se rebelavam
contra o golpe eram censurados e, quando eram autorizados a veicularem notícias,
ocorria sob forte “filtro censor”. Desta forma, a repressão, as torturas e mazelas
enfrentadas pela sociedade eram silenciadas pelos jornais e ocultadas da esfera de
visibilidade pública.
Napoleão Bonaparte, que entrou para a história como um grande estrategista militar,
disse certa vez: “ Tenho mais medo de três jornais do que de cem baionetas” . O que diria
hoje o general francês ao presenciar que cada SMS, imagem e tweet se converte em uma
arma contra a censura, contra a tentativa de se “ abafar” a crítica?
Vale destacar que não é apenas na esfera comunicativa que as TIC`s e a cibercultura
exercem sua influencia, mas também no campo político, pois trouxeram consigo a
expectativa de auxiliar o déficit democrático da sociedade contemporânea e romper com
a falta de interesse pela coisa pública. O ciberespaço é um prolongamento para
mobilização popular e manifestação por garantia da democracia e denuncia a violação
de direitos humanos.
Até o fechamento deste artigo, em 15 de julho de 2009, ainda não foi encontrada uma
solução para o fim do golpe. Navegando pela Web lê-se relatos da violência publicados
em blogs, no Twitter, em sites colaborativos. Fotos e vídeos circulam em sites de
compartilhamento revelando as faces da tirania e as manchas de sangue após cada
atentado contra os manifestantes. Rádios e jornais, contrários ao golpe, encontram na
Internet um campo fértil para criticar o abuso de poder do governo golpista. Se cortarem
o sinal da TV, não faz mal, através das ferramentas de streaming as imagens de
soldados atirando contra jovens desarmados ganham o mundo e causam comoção
internacional. Eles podem parar as rotativas, mas calar o grito dos oprimidos jamais.