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Edição especial de aniversário de Paulínia

Paulínia pergunta
ANO 3 - Nº 8 - FEVEREIRO/2009 - 5.000 EXEMPLARES DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

ONG, funcionários públicos, educadores


entre outros, perguntaram ao prefeito
José Pavan Júnior sobre assuntos de
interesse público.
Coluna Terra Querida
A escola era assim: depoimentos de como
era a educação no começo de Paulínia.

Uma história de vida


A história de um imigrante nordestino em
Paulínia.

Revista SPASSO 1
2 Revista SPASSO
Editorial
Edição especial em comemoração aos 45 anos da cidade de Paulínia. Entrevis-
ta com o prefeito José Pavan Junior, com perguntas formuladas pelo Sindicato
dos Trabalhadores, Guarda Municipal, Presidente da AUPACC, Conselheiro

Expediente
Municipal da Saúde, Professores de Esporte e também pela Professora Meire
Terezinha Muller. É bom lembrar que se hoje podemos encontrar algo sobre a
história de Paulínia, isso se deve ao imenso esforço e dedicação de Meire Tere-
zinha Muller e Maria das Dores Soares Maziero, autoras de duas obras indes-
Diretor critíveis dessa cidade. Além da coluna “Terra Querida” da nossa revista, onde
Bruno Wellington retratam episódios importantes e interessantes de Paulínia. Por isso e muito
brunowellington@revistaspasso.com.br mais, agradecemos pela generosidade, pela dedicação e por todos os fatores que
integram uma responsabilidade social e histórica que puderam proporcionar aos cidadãos paulinenses.
Se existe um título que possa expressar todo merecimento a cada uma delas, que a elas possa ser dado.
Jornalista Responsável Parabéns à cidade de Paulínia e que a cada ano que passa renove a esperança de um
Luciene Maiochi MTB 23.515
lucienemaiochi@revistaspasso.com.br

Reportagem
Luciene Maiochi
futuro promissor.

Bruno Wellington.



Meire Terezinha Muller
Direção de Arte e diagramação Maria das Dores Soares Maziero

N
Mateus Vinicius inguém está autorizado a solicitar objetos em lojas, pedir qualquer tipo
mateusvinicius@revistaspasso.com.br de serviço ou refeições em nome da revista a pretexto de produzir re-
portagens para qualquer seção da Revista SPASSO ou para qualquer
tipo de parceria ou permuta, em nome de BRUNO WELLINGTON para outros
Publicidade veículos de comunicações pois o mesmo é exclusiva da REVISTA SPASSO.
Bruno Wellington

Colaboradores
Índice
Agenor dos Santos Oliveira Paulínia Cresceu Pág 6
Meire Therezinha Muller
Maria das Dores Soares Maziero
Coluna Terra Querida Pág 10

Impressão Paulínia Pergunta (capa) Pág 12


City Gráfica
Homenagem a comunidade nordestina Pág 14
Informações e Sugestões
revistaspasso@revistaspasso.com.br
Uma história de vida Pág 16

Agittus Pág 18
Endereço
Av. José Paulino, 1609 - Sala 1, Centro
Paulínia/SP - CEP 13140-000
fone | fax: (19) 3933.2416

Os artigos e colunas assinados por co-


laboradores não são de responsabili-
dade da Revista Spasso, e não refl etem
necessariamente a opnião da revista.

Revista SPASSO 3
4 Revista SPASSO
Revista SPASSO 5
Paulínia

Paulínia cresceu,
mas esqueceu de preservar fatos importantes de sua própria origem.

O
que podemos saber sobre como tudo come- citando os monumentos históricos, não apenas os arqui- por muitos. Um dos últimos foi a construção do Theatro
çou, os primeiros habitantes, as primeiras fa- tetônicos, mas também os sítios urbanos e rurais com re- Municipal de Paulínia e a criação da Paulínia Magia do
mílias que aqui se instalaram e continuaram a latos e testemunho de pessoas, numa fase significativa da Cinema, criando o Primeiro Festival de Cinema, trazen-
morar na cidade, não é tão fácil obter essas informações evolução e progresso da cidade. Através desse incentivo, do grandes celebridades ilustres, como Fernanda Monte-
com exatidão. As fontes de preservações históricas são pode-se buscar informações sobre a origem de Paulínia negro e Lima Duarte, considerados “monstros” da nossa
raras. Paulínia era apenas um bairro de Campinas. Com e tentar conscientizar os jovens de hoje da importân- dramaturgia. A repercussão foi muito importante, pois
a instalação da Petrobrás, desencadeou um enorme inte- cia dos homens do passado, preservando a história e Paulínia foi o foco em rede nacional pelo destaque cultural
resse em imigrantes que vieram para construir a refinaria, passando adiante para as novas gerações, construindo na inauguração do teatro, motivo de orgulho e de incenti-
mas a maioria retornou a sua cidade natal após o término assim um acervo histórico, pois tudo que vivemos no vo para que futuramente, através dos novos governantes,
da construção. Era gente de vários lugares, não apenas de presente, será de grande importância no futuro. Será a isso traga benefícios principalmente à população de Pau-
cidades da região. Enquanto uns partiam, outros chega- memória de um povo. línia, com novos empregos, criando oportunidades de
vam com pensamentos semelhantes ou adversos em novas profissões e que os paulinenses estejam presentes
busca de novas expectativas, na intenção de se instalar Da estrada de ferro ao teatro municipal no desenvolvimento e crescimento cultural que a cidade
definitivamente aqui ou apenas fazer um pé de meia e ir A construção da estrada de ferro Cia Carril possa oferecer.
embora. Assim muito se perdeu da história, não tendo Agrícola Funilense, deu início ao progresso de toda região. Paulínia tem muitos valores desconhecidos até
preservado valores importantes. As primeiras famílias É importante lembrar da fazenda São Bento, primeira re- mesmo por muitos moradores. O Mini Pantanal, que é
não tiveram a preocupação de preservar documentos, ferência da história da cidade, que mais tarde foi a Estação uma reserva ecológica, é muito explorada por biólogos,
fotos e outras fontes que pudessem enriquecer a história José Paulino. Com a instalação da Rhodia Indústria Quí- ecologistas e meio ambientalista tanto do Brasil como
da cidade. Nem tão pouco, contaram as novas gerações mica e Têxtil na vila José Paulino (1942), após dois anos de outras partes do mundo. Com consciência voltada à
suas experiências de vida, desde os primeiros habitantes passa a ser distrito. globalização e a preservação do meio ambiente, a cidade
que ajudaram a construir Paulínia. Com a diminuição Para quem não se recorda, Paulínia foi eman- também exibe um pedacinho de algo importante para
dos entes dessas famílias, o interesse também diminuiu, cipada de Campinas em 1964 e logo transformada no pesquisadores. Também podemos citar o Parque Eco-
ficando cada vez mais distante solidificar informações va- maior pólo petroquímico da América do Sul, com a cons- lógico como um grande centro de educação e por sua
liosas sobre a nossa história. Hoje podemos constatar que trução da Refinaria do Planalto Paulista, mais conhecida beleza, que supera os que existem em várias cidades
existem famílias de vários estados brasileiros habitando como PEPLAN, fundada em fevereiro de 1972. É a prin- da região, além de muitos outros pontos que enrique-
essa cidade. cipal fonte de renda de Paulínia, fazendo com que a cida- cem essa cidade.
Se hoje temos informações importantes sobre de seja uma das mais ricas do Estado de São Paulo e do Tudo isso faz parte da história de Paulínia. O
a evolução de Paulínia, não podemos esquecer do esforço Brasil. A partir daí o progresso e desenvolvimento foram desenvolvimento se torna preciso. Tudo que se cria é uma
e das dificuldades encontradas por Meire Muller e Maria imediatos e não parou mais. Vieram novas indústrias, o nova etapa. Seja no esporte, no lazer, na saúde, educação,
das Dores Soares Mazieiro, autoras dos livros: Paulínia - comércio cresceu, a população aumentou e a cidade foi transporte, segurança e outros, tem que ter uma regência
dos trilhos da Carril às Chamas do Progresso (1999) e adquirindo tudo que necessitava para obter uma quali- perfeita, como uma verdadeira orquestra, cada um fazen-
Paulínia : História e Memória (2006). Com muita dedica- dade de vida melhor. Grandes empreendimentos leva- do a sua parte, para que exista uma harmonia perfeita, na
ção escreveram esses dois livros através de depoimentos, ram Paulínia a ser uma cidade reconhecida e admirada intenção de um o futuro melhor.

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Revista SPASSO 9
Coluna Terra Querida
por Maria das Dores Soares Maziero
Meire Terezinha Muller

E a escola era assim....


D
urante a coleta de dados e depoimen- ou bermudas, alvejando-os para as camisas. Do amarrado nas costas.”
tos para nosso primeiro livro sobre o mesmo tecido, era confeccionada uma sacola Os órgãos governamentais não forne-
passado da Vila de José Paulino, a atual para carregar o material. ciam merenda escolar (cada aluno levava o seu
Paulínia, sempre ficávamos curiosas e, algumas Antes da entrada, formava-se uma próprio lanche, geralmente pão com banana, do-
vezes, emocionadas, com as lembranças que os fila e as crianças cantavam o Hino Nacional e ces e broas feitos em casa).
“antigos” guardavam da escola e de suas mestras outras músicas. Na sala, diariamente, recitava- Quanto à rotina de estudos, o Sr. Ítalo
e mestres. se a “Oração à Bandeira”, antes do início dos Pietrobom, nascido em 1912, em seu depoimen-
Nosso interesse, em parte, se explicava trabalhos pedagógicos. to conta que um dia típico de aulas era assim:
pela formação – ambas professoras – mas a ver- As carteiras acomodavam duas crian- “Era assim, quando chegava lá na esco-
dade é que sempre nos chamava a atenção o fato ças, possuindo um orifício no tampo, onde se co- la batia o sino, era o servente que batia o sino,
de que aqueles senhoras e senhores, na casa dos locava um tinteiro, que seria utilizado por ambas. formava fila e cada um na classe dele. Chegava
setenta anos ou mais, se lembrarem com detalhes Escrevia-se com uma pena, que era uma peça de lá, tinha aquelas carteiras com acompanhante,
de fatos que nos permitiam traçar uma imagem metal encaixada numa caneta própria, que deve- então dava lá, conta, problema, essas coisas pra
de como funcionava a escola e qual sua impor- ria ser molhada na tinta. fazer antes do recreio. Depois do recreio geral-
tância para os moradores da vila. Havia a “pena-mosquitinho” (para le- mente elas davam pra fazer caligrafia e história
Não falaremos aqui de professoras tão tras miúdas) e “pena grande” para letras maiores. para ler”.
queridas como D. Maria das Dores Leal de Quei- Era indispensável a utilização de “mata-borrão” (...) Aquele tempo a gente lia um
roz ou Dona Maria Luiza Guerra Sidanez. Nossa (objeto que a professora usava para absorver o trecho (do livro “Minha Pátria”, empresta-
intenção é contar um pouco do dia-a-dia dos alu- excesso de tinta ou os borrões provocados por do pelo governo estadual aos alunos), aí ela
nos, mostrando como era ser aluno na década de acidentes, o que acontecia freqüentemente, con- mandava parar, lia uns 20 minutos. Já tinha
vinte e trinta do século passado. forme o depoimento de D.Geni Leone): cópia do trecho, e contava desde o começo
Deixando de lado iniciativas não ofi- “E não tinha caneta... Então punha tin- quando veio Pedro Álvares Cabral, aquela
ciais, falaremos das “Escolas Reunidas de José ta num tinteirinho e punha tinta. Comprava a coisa toda, a história do Brasil, né? Quando
Paulino”, que funcionou onde hoje é o ponto de peninha, punha na canetinha e escrevia. Até que D. Pedro proclamou a Independência, então
táxi, próximo à antiga Rodoviária, na Avenida você trazia do tinteiro no caderno, caía cada pin- ela fazia os pontos.”
José Paulino. gão assim no meio do caderno.” Ao lermos esses depoimentos de anti-
A entrada na escola acontecia por volta Mas alguns “acidentes” não aconteciam gos alunos, nos damos conta de que a escola se
dos sete anos, e tanto meninas quanto meninos exatamente por acaso. Naquele tempo também constitui não apenas em espaço educativo, mas
tinham aceso aos estudos. A escola funcionava havia os alunos levados, ou “pinta-braba”, como também em local de socialização, de episódios
inclusive aos sábados, e embora se exigisse o uso se auto-denominou o Sr. Valdomiro Martins , que ficam indelevelmente gravados em nossa
de uniforme, dispensava-se o uso de calçados. que usava o tinteiro para fins nada didáticos: memória. Ao analisarmos tantas lembranças
Havia no pátio da escola um tanque com água, “Aquele tempo a gente sentava em dois permeadas pela emoção, nos perguntamos
onde as crianças deveriam lavar os pés antes de e tinha um tinteiro no centro da carteira. Meu di- quais serão as lembranças e as impressões que
entrar na sala de aula. vertimento era enfiar o dedo no tinteiro e fazer a escola atual, muitas vezes preocupada em
Como a maioria das crianças era mui- um “X” no caderno da turma. Aí já era aquela oferecer aos alunos as mais modernas tecno-
to pobre, as mães providenciavam os uniformes reclamação. O castigo era eu de pé no corre- logias e os mais inovadores métodos pedagó-
tingindo sacos de trigo ou açúcar para as saias dor, com o caderno que eu tinha feito o “X” gicos, deixará na memória de seus alunos.

10 Revista SPASSO
Oficina da impressora

Revista SPASSO 11
Capa

Paulínia pergunta
E
mbora no passado sua relação com o ex-
prefeito Edson Moura não tenha sido um
mar de rosas, hoje as coisas mudaram.O
sobrenome Pavan já pertence à política da cida-
de a anos. Como é de conhecimento da popu-
lação, José Pavan Junior foi prefeito de Paulínia
entre 1989 e 1992. Na época foi considerado um
bom prefeito. Por isso acabou sendo escolhido
para substituir Edson. Hoje como prefeito da
cidade, está comprometido com muitas pro-
messas feitas à população, como: implantar o
funcionamento das UBSs (Unidade Básica de
Saúde) durante 24 horas; construir novas cre-
ches; implantar a Delegacia da Mulher; promo-
ver de imediato a construção de casas populares;
revitalizar as obras do centro; construir o Centro
de Zoonose; dar continuidade ao projeto Magia
do Cinema; ampliar o atendimento no Centro
de Oncologia; instalar Centros Esportivos nos
bairros; criar o Centro de Tradições Nordesti-
nas; atuar na prevenção das drogas; instituir o
Plano de Cargos e Carreira; incentivar as ins-
talações de novas empresas; revitalizar o Mini
Pantanal; criar o Centro de Convivência para a
Melhor Idade; reduzir a tarifa de ônibus Urba-
no para R$1,00, esta última já cumprida. Diante
de tantas promessas existirão as constantes co-
branças. Nossa reportagem selecionou algumas
perguntas que foram feitas ao prefeito Pavan.

PERGUNTA: Aldo Lima Guimarães ( Con- PERGUNTA: Maria Elizabete Schiave ( Presi-
selheiro Municipal da Saúde ) dente da AUPACC)
Como prefeito, qual é sua visão sobre Temos uma preocupação em relação ao
a saúde. Acredita na saúde pública operada enorme fluxo de veículos no final da Avenida José
na sua condição hospitalar e unidade básica de Paulino, onde atualmente está a AUPACC. Os car-
saúde terceirizada ou explorada diretamente ros estacionados nos dois lados da via acabam com-
pelo poder público através da sua administração plicando o acesso, tumultuando o trânsito. Qual a
direta? possibilidade de solucionar esse problema. Existe
um projeto que possa melhorar isso?
PAVAN: Administrada pelo poder público e
administração direta. Evidente que essa questão PAVAN: Isso é uma questão que nós vamos ter que
da administração pública, está ligada a questões trabalhar pra estar amenizando esse problema. Á
legais. Se o município tiver condições de operar medida que o tempo vai passando e a oportunidade
com o funcionário público, fazendo com que o que as pessoas têm de estar comprando um carro,
serviço prestado à população tanto no hospital, acaba aumentando o problema. Tanto é que lá no
no pronto socorro, como nas unidades básicas final da Avenida José Paulino, tem a questão do
de saúde, o ideal pra mim é através do funcioná- estacionamento, nós precisamos acabar de regula-
rio público. Agora tem uma questão que é fun- rizar para que a AUPACC opere o estacionamen-
damental e pode interferir que é a porcentagem to, lhe proporcionando uma renda. Eu tenho um
da folha de pagamento. Temos um limite e não compromisso de estar melhorando as condições re-
podemos ultrapassar esse limite determinado almente que eu passei durante a minha campanha,
por lei, e se nós ultrapassarmos teremos proble- que outros candidatos também passaram, de estar
mas com o Tribunal de Contas. Eu não penso ajudando aquelas pessoas, estar ajudando a entida-
em terceirizar a saúde, mas sim trabalhar com de, porque é uma causa nobre, justa e um trabalho
algumas alternativas, se for necessário. Se puder muito bacana, no qual eu tive a oportunidade de
ser feito com o funcionário público vamos traba- conhecer a Elizabete e também o Dr. Gilson Barreto
lhar da maneira que está. que é uma referência. Com certeza vamos trabalhar

12 Revista SPASSO
PAVAN: Primeiramente nós temos que atender a to-
das as faixas, desde as creches até o ensino médio, dan-
do condições para que os alunos aprendam bem e em
especial dar uma qualidade e condições para os profes-
sores e funcionários ligados à educação. Assim pode-
mos contribuir para um ensino de melhor qualidade. É
o que eu pretendo fazer durante o meu mandato, pra
que a educação volte a ter uma qualidade de excelên-
cia. Essa é a maneira que nós podemos estar ajudando,
oferecendo condições e facilidades pra que possam estar
prestando um vestibular, entrando numa faculdade,
enfim, alcançando seus objetivos, vindo a ser um bom
profissional no futuro e ter um bom emprego.

PERGUNTA: Educadores ligados ao esporte


É comprovado cientificamente, que cada
1 real aplicado no esporte, a economia é de 7 reais
entre saúde e segurança. Qual a prioridade do es-
porte na sua gestão, uma vez que estudos mostram
que através dele a economia nas áreas de segurança
e saúde serão maiores?

PAVAN: Nós já começamos a fazer um trabalho


com o novo secretário de esporte para proporcionar
juntos e muito, se Deus quiser, pra amenizar os pro-
blemas dessas pessoas, pode ter certeza disso.
“Hoje a guarda municipal melhores condições para esses profissionais traba-
lharem. Também é de grande importância levar nos
já está fazendo cursos, esta- bairros, tudo aquilo que for necessário para ajudar
na educação, principalmente no horário oposto das
mos dando condições para aulas. Assim estaremos tirando da rua e oferecendo
um lazer, um esporte e atingindo o objetivo que é
PERGUNTA: Rodrigo Domingues Vieira que eles possam estar traba- estar reativando e fazendo com que todas as escoli-
(Guarda Municipal) nhas de esporte município atendam o maior número
A administração anterior teve vários con- lhando da melhor maneira de crianças e adolescentes possível da nossa cidade.
flitos com os funcionários públicos. Com base nes- Assim vamos ajudar na questão da saúde e também
se problema que vem ocorrendo e nas expectativas possível, ajudando, prepa- da segurança. E o que é principal, preservar essas
criadas por uma nova administração, será elabora- crianças e adolescentes pra um futuro melhor.
do e instituído um Plano de Cargos e Carreiras de rando psicologicamente”
forma justa e coerente com base nos méritos e de-
sempenhos dos funcionários como todos esperam? ajudando, preparando psicologicamente, pra que
Com relação aos direitos dos Guardas eles possam desenvolver um trabalho ainda melhor
Municipais e Noturnos, terão o Adicional de Risco na rua. E é o que tem acontecido nesses 40 dias, o PERGUNTA: Sindicato dos trabalhadores do
reajustado conforme a própria Lei Municipal diz? resultado tem sido muito bom. Com relação ao fun- Serviço Público Municipal de Paulínia
Caso seja a intenção dessa nova administração re- cionário público da guarda municipal, nós vamos A Prefeitura Municipal de Paulínia tem
solver estes problemas que a muito vem sendo discu- fazer uma reforma administrativa ampla e geral pra uma das maiores arrecadações do país, proporcio-
tidos, qual o prazo, pois todas as outras administra- todos e tentar corrigir injustiças se houver injustiça. nalmente Paulínia tem quase quatro vezes mais a
ções se comprometeram, mas nada foi feito. Vamos fazer com que isso aconteça. Nesse primeiro quantidade de funcionários públicos que Campinas.
momento estamos fazendo uma míni reforma admi- Com tanto funcionário o Sr. vai seguir os passos da
PAVAN: O adicional de risco já existe. Isso é uma nistrativa, adequando os cargos de comissão para que antiga gestão que prezou pela terceirização, ou vai
questão apenas de fazer o acerto, que já estamos a gente possa estar nomeando, o que já foi noticiado implantar o Plano de Cargo e Carreira e Salários
estudando e conversando com o secretário de segu- no veículo de imprensa da região. Só que tudo isso (PCCS) e Estatuto para valorizar o trabalhador e
rança pra que a gente possa atender o mais rápido demanda tempo e ás vezes tem coisas que mesmo que com isso ter reflexo positivo no serviço prestado à
possível de maneira que não comprometa a folha. eu concorde, existe a questão jurídica, a questão legal população.
Quero deixar muito claro que tudo aquilo que pu- que temos que respeitar. Com relação a minha vonta-
der ser feito para ajudar o funcionário público nós de é estar acertando e corrigindo esses problemas que PAVAN: O Estatuto vem junto com a reforma geral
vamos fazer. A questão hoje é com relação à folha existem e que possam existir no futuro. e ampla de todos os funcionários, dando condições
de pagamento, ao limite permitido por lei, isso nós de trabalho. A última reforma administrativa que
não podemos esquecer. Eu sei que as pessoas têm di- foi feita no município foi em 1990, fui eu também
reito e nós vamos fazer com que isso aconteça. Com quem fez a que está em vigor. É uma atitude que
relação à reforma, tem o Estatuto que eu acho justo normalmente o prefeito reluta em fazer porque é um
e que estaremos trabalhando nisso, tanto é que o dia PERGUNTA: Meire Terezinha Muller ( Univer- trabalho em que há um desgaste muito grande, mas
em que apresentei o secretário de segurança, fala- sidade São Marcos) esse desgaste é compensado na minha maneira de
mos sobre esse assunto, falamos sobre o adicional de Nesse mundo tão competitivo e informa- ver, através do retorno que o funcionalismo espera.
risco. Hoje a guarda municipal já está fazendo cur- tizado, como o senhor acha que a educação pode Vamos corrigir algumas injustiças que possam ter
sos, estamos dando condições para que eles possam contribuir para um mundo mais igualitário, mais ocorrido e realmente fazer com que todas as catego-
estar trabalhando da melhor maneira possível, justo e mais democrático? rias sejam contempladas e prestigiadas.

Revista SPASSO 13
Homenagem da Revista Spasso a
comunidade nodestina de Paulinia
Uma das comunidades que contribui para o crescimento de Paulínia.

A
O que é Cordel?
literatura de cordel é um tipo de poe-
sia popular, originalmente oral, e de-
pois impressa em folhetos rústicos ou
outra qualidade de papel, expostos para ven-
da pendurados em cordas ou cordéis, o que
deu origem ao nome que vem lá de Portugal,
que tinha a tradição de pendurar folhetos em
barbantes. No Nordeste do Brasil, herdamos
o nome (embora o povo chame esta manifes-
tação de folheto), mas a tradição do barbante
não perpetuou. Ou seja, o folheto brasileiro
poderia ou não estar exposto em barbantes.
São escritos em forma rimada e alguns poemas
são ilustrados com xilogravuras, o mesmo esti-
lo de gravura usado nas capas. As estrofes mais
comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os
autores, ou cordelistas, recitam esses versos de
forma melodiosa e cadenciada, acompanhados
de viola, como também fazem leituras ou de-
clamações muito empolgadas e animadas para
conquistar os possíveis compradores.

Baixinha gordinha Infância de Menino


EU senti demais gordinha O riacho que deságua
sai correndo apressada No meu peito traz saudade
sei que quem caminha Do meu tempo de menino
a esmo pela estrada Ate minha mocidade
perde a gordurinha. Quando eu era criança
Sob a luz do candeeiro
Dia sim outro não eu vou Pra ficar com as menininhas
contava com 70 kilos Me sentava no terreiro
o meu corpo já cansou Pra puder contar estrelas
andei até nos trilhos Tomar água de cabaça
onde o trem já passou. Escutar cantar de grilo
E comer beiju de massa
Hoje estou feliz Pra comer beiju de mãe
4 kilos eu perdi Com café quente e fresquinho
a balança é quem me diz Que dava pra todo mundo
Espero aquilo que exclui Mãe partia direitinho
do peso qual não quiz. Num falhava uma só noite
vai para uma magra preferi. A gente naquele cantinho
Toda noite inda me lembro
Texto: Bondosa Da pureza La de casa
Da infância de um menino
Que marcou como com brasa.

Texto: Galdêncio

14 Revista SPASSO
Revista SPASSO 15
Uma história
de vida
H
oje em Paulínia existem muitos imigran- Lá ficou até o ano de 1973. Ali também não foi
tes que vieram em busca de uma vida diferente. O trabalho sempre esteve em primeiro
melhor. Um povo com diferentes origens, lugar. A escola não era um privilégio, pois diante
culturas e costumes. Cada um com sua história de das dificuldades, muitas vezes tinham que enfren-
vida e motivos diversos que os trouxeram para esta tar longas caminhadas, pois eram 32 quilômetros
cidade. Uma dessas histórias é a de Agenor Santos entre ir e vir para a escola mais próxima. Mas o es-
de Oliveira. Um homem com seus valores, que ja- tudo nunca deixou de ser importante em sua vida
mais deixou de acreditar na possibilidade de se tor- e mesmo diante de todo sacrifício, não deixou de
nar um vencedor. Nascido na cidade de Ubatã na freqüentar as aulas.
Bahia, em 1954, passou a infância ajudando a seus Ao completar 18 anos, como já era um
pais que sempre trabalharam na roça, mas durante costume dos membros da família, veio tentar a
certo tempo, na década sorte em São Paulo,
de 50, seu pai foi masca- “Ao completar 18 anos, como já em busca de con-
te no recôncavo bahia- quistar uma vida
no, e vendia produtos era um costume dos membros melhor. Logo que
de beleza e vaselina que
ele próprio fabricava.
da família, veio tentar a sorte chegou a São Paulo,
Agenor começou a tra-
Assim conseguiam o em São Paulo, em busca de con- balhar numa constru-
sustento de todos, pois tora como pedreiro, e nho de cursar uma faculdade. Pai de três filhos
além de Agenor, havia quistar uma vida melhor” a noite estudava. Ao homens, (Heber, Gileade e Mateus) decidiu
mais onze irmãos. No completar um ano nes- que quando o caçula completasse 18 anos, vol-
ano de 1959 foram para Canavieiras-BA antiga- se emprego, pediu demissão e foi trabalhar num taria a estudar e assim o fez. Entrou para a FAC
mente considerada a capital do caranguejo, capital escritório na área de Departamento de Pessoal. em Campinas e fez o curso de Tecnólogo em
do cacau e hoje capital do Merlin azul. Quando Casou-se jovem, com 23 anos e em De- Gestão de Recursos Humanos e especialização
menino, Agenor costumava ir ao manguezal pegar zembro de 1977. Em 1982 veio para Paulínia, trans- em RH (MBA). Tudo aquilo que parecia um
caranguejos e outros crustáceos para seu próprio ferido da empresa Bann Quimica, que abriu uma sonho, tornou-se realidade. Mas não seria assim
sustento. Nas décadas de 60 e 70 trabalhou de sol a filial nesta cidade. A adaptação à cidade foi rápida, se Agenor deixasse de acreditar e lutar por seus ob-
sol com seus irmãos auxiliando aos pais no serviço e foi um privilegio em se tornar um Paulinense por jetivos. Hoje se sente um homem realizado e com
da agricultura nas duas propriedades dos pais, uma adoção. Paulinia, nessa época tinha um pouco mais uma experiência de vida muito grande. Com sua
situada no município de Belmonte-BA anos 60 e de 35 mil habitantes que, em comparação com a simplicidade e simpatia foi muito gentil em con-
outra no município de Una nos anos 70, tornou-se Capital de São Paulo, houve uma melhora conside- tar um pouco da sua trajetória de vida a Revista
um fino agricultor no cultivo e colheita da piaçava, rável no que diz respeito à tranqüilidade de ir para o SPASSO e que sem dúvida pode se considerar um
cultivo da mandioca e fabricação de farinha e seus trabalho e voltar para casa, bem como a segurança vencedor.
derivados (polvilho doce, azedo, tapioca, farinha de para Agenor e sua família. Apesar de hoje a Cidade Assim como ele, existem muitos nor-
tapioca, cultivo da seringueira do cacau e outros. A contar com o dobro de habitantes dos anos 80, ain- destinos que deixaram sua cidade de origem e
luta era árdua e diária, mas nada que não pudesse da continua ótima para morar, tranqüila e gostosa adotaram Paulínia como a cidade do coração
trazer felicidade por tudo que conquistava. . Desde para se viver, com excelente qualidade de vida. A e sem dúvida, através do trabalho, dedicação e
criança sabia fazer tapioca, biju e outras comidas tí- esposa Acione, também ama a cidade e é funciona- perseverança, contribuíram e contribuem mui-
picas da região. Em 1969, Agenor e a família foram ria publica municipal há 14 anos, hoje trabalha no to no desenvolvimento e progresso da cidade.
para uma cidade a 70 km de Ilhéus, chamada Una. Cartório Eleitoral da cidade. Agenor tinha um so-

Paulínia sempre foi foco de imigrações

C
om o fim da escravidão, a imigração de trabalhadores europeus tornou-se imprescindível e acabaram se instalando por todo canto
do Brasil. Em nossa região o cultivo do café foi inicialmente uma das causas. Os imigrantes vinham de vários países, mas a predo-
minância era da Itália. O transporte antigamente era feito por carroças e burros e os caminhos eram abertos em plena mata ou pelos
rios, mas eram muito precários. Mais tarde com o surgimento das ferrovias foi dado o esperado impulso, tanto no setor econômico quanto
no da ocupação territorial. O progresso foi chegando e a cada década novas conquistas.
As primeiras referências históricas de Paulínia começam a partir do núcleo São Bento, estação e bairro São Paulino, em 1944 e
finalmente em 1964 houve a emancipação definitiva de Paulínia.
Com a instalação da Refinaria Planalto (Replan) em 1972, Paulínia passa a viver uma nova fase. Muitos imigrantes vieram para a
construção da refinaria. Uns ficaram e constituíram família, outros voltaram para sua terra natal. Sem dúvida alguma, foi um marco para
a transformação da cidade. A primeira delas ocorreu no aumento do número de habitantes vindos de todas as partes do país. Numa cidade
onde todos se conheciam há várias gerações, essa invasão foi uma revolução, pois representavam uma ameaça ao estilo de vida. Os recém
chegados, se por um lado despertavam o fascínio de ter viajado de longe para estar ali, por outro encontraram uma resistência dos pauli-
nenses tradicionais, que tinham dificuldade de aceitar alguém vindo não se sabe de onde. Mas todo progresso amedronta e isso é normal
em qualquer sociedade. O tempo foi passando e as adiversidades foram sumindo e a melhor maneira foi buscar uma adaptação entre as
diferenças. Hoje em Paulínia existem cearenses, mineiros, paraibanos, enfim, de vários estados da região, mas os nordestinos formam o
maior número de imigrantes. Uma das promessas de campanha de Pavan é de criar o Centro de Tradições Nordestinas, pois é um povo que
faz parte da cultura local. Isso prova a importância de todos que aqui vieram, ficaram e contribuem para o progresso da cidade.

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Paulínia Fest Folia, que
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