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A História do Vulcanismo dos Açores

“A vulcanologia deve ser motivo de paixão e não motivo de medo”. Esta frase foi
declarada por Victor Hugo Forjaz um especialista de vulcanologia para celebrar a
importância e significado dos vulcões que formam o arquipélago dos Açores. Muitos
conhecem o vulcanismo como um fenómeno negativo e esquecem que constitui uma das
maiores forças formativas do mundo. Os Açores são um dos exemplos principais de
vulcanismo em acção.

Figura 1. Placas Tectonicas no Arquipélago dos Açores

Placas Tectonicas: No Meio do Atlântico


A geografia dos Açores é determinado pela junção tripla entra as placas litosféricas
Americana, Eurasiática e Africana. Esta junção tem uma forma de “T” constituído pela
Dorsal Média do Atlântico e a fractura tectónica conhecido oficialmente pelo Rifte da
Terceira. Como iluda, esta fractura passa pelas ilhas Terceira, Graciosa e o parte
ocidental de São Miguel, e constitui uma faixa de expansão oceânica responsável pelo
vulcanismo e actividade sísmica nos Açores. O problema desta definição é que a zona de
actividade é realmente mais complexa.
Alguns autores refiram por à zona dos Açores como uma falha transformante
leaky porque a actividade não é suficientemente esclarecida. As forças tectónicas da
Falha Glória1, que corre perpendicular ao longe o Dorsal Média do Atlântico entre a
placa Eurasiática e Africana, são concorrentes. Por um lado a expansão do Dorsal
Média do Atlântico força as placas Este do meio do Atlântico. Pelo outro lado, o
movimento da placa Africana ao norte encontra uma faixa de compressão na área do
Estreito de Gibraltar que força movimento Oeste. Ao meio, a Rifte da Terceira e a área
pelo canal de São Jorge, uma falha em desligamento direito entre a placa Eurasiática e
Africana encontra uma Zona de Fractura Este dos Açores. Consequentemente, alguns
autores2 identificam uma microplaca de forma triangular que existe aonde as ilhas do
grupo central e oriental estão situadas. Este espaço, entre a Rifte da Terceira e Zona de
Fractura Este, é uma bacia com uma seria de falhas lançadas por vulcões submarinos,
fissuras tectónicas e fontes hidrotermais.
O vulcanismo das ilhas dos Açores não é relacionado simplesmente com a
expansão Este-Oeste do Dorsal Média do Atlântico mas com expansão oblíqua nesta
Plataforma dos Açores. A região está em tensão lateral pela expansão pelo norte e
pressão nas placas que dá origem ao vulcanismo. Também, o discurso sobre a
actividade vulcânica e sísmica das ilhas dos Açores encontra argumentos sobre a
existência de “pontos quentes” (hotspots) relacionados com a formação de estruturas
vulcânicas.3 Mas as evidências indicam que, devido à composição dos basaltos e às
temperaturas inferiores no manto superior, os “pontos quentes” não estão
directamente envolvidos na formação das ilhas. Pelo contrário, com concentrações
anormalmente elevadas de água e compostos de terras raras e voláteis o vulcanismo dos
Açores é único.
1
Também, por outres autories/cientistas, a Falha Gloria é igualmente referido pela Falha Açoreano-
Gibraltarano. (2004) Oliveira, Carlos S., Ragnar Sigbjörnsson e Simon Olafsson. “A Comparative
Study on the Strong Ground Motion in Two Volcanic Environments: Azores and Iceland”, 13th
Conference on Earthquake Engineering, Paper 2369.
2
(2005) António de Brum Ferreira. “Geodinâmica e Perigosidade Natural nas Ilhas dos Açores”,
Finisterra: Revista Portuguesa de Geografia, XL, 79, pp.103-120
3
A teoria dos “pontes quentes” foi avançada por J. Tuzo Wilson (em 1963) para explicar a existência de
vulcões formando em linhas coincidentes com a direcção geral de movimento das placas (como o
arquipélago do Havai). Nestas áreas os vulcões parecem indiciar a passagem da crosta terrestre sobre
uma pluma de material magmático, essencialmente fixa no manto terrestre, que ao ascender à
superfície origina sucessivos edifícios vulcânicos.
Tipicamente a formação das ilhas Açorianas não seguem sistematicamente com a
teoria de “pontos quentes” avança. Diversas idades radiométricas desprovêem uma
típica hipótese de “pontes quentes” nos Açores. A sequência de formação: Santa Maria
(4.8 M), São Miguel (3.1 M), Terceira (0.9 M), Graciosa (0.62 M), São Jorge (0.45 M),
Faial (0.4 M), e Pico (0.25 M). Ironicamente é a ilha do Pico que vai contra o modelo
dos “pontos quentes”: a ilha formou-se por último duma superfície de depósitos lávicas.
Igualmente, a actividade vulcânica e sísmica recente na costa Sudeste da Terceira, no
Sul de São Miguel e Este do Faial mostra diferenças distintas de que a metodologia de
“pontos quentes”. As ilhas situadas no Oeste do Dorsal Média, como são destacadas na
placa Americana e deslocalizadas das actividades vulcânicas e sísmiscas do Rifte da
Terceira e Zona de Fractura Este, têm histórias diferentes. A ilha das Flores (2.1M) é
semelhante idade da ilha de São Miguel, e mais antiga do que o Corvo (0.3 M).
Ironicamente as idades das ilhas reflectam uma formação sucessivo pelas falhas da
Plataforma dos Açores do Norte ao Sul.
A mais antiga ilha, Santa Maria, emergiu no
período Miocénico duma natureza vulcânica,
contra as opiniões populares.4 Como o reste das
ilhas, as marcas geológicas indicam fases de
vulcanismo submarino e subaéreo. Derivadas os
acções do mar, do vento ou as forças tectónicas,
muitas das estruturas vulcânicas originais estão
muito degradadas e são difíceis de reconhecer.
Santa Maria, pela ocorrência de afloramentos de
piroclásticos e de lavas almofadas, particularmente
ao longe do litoral, amostra uma história mais
prolongada de que as outras ilhas. Adicionalmente,
a profundamente de sedimentares marinhos, a
abundância de fossilíferos e basaltos submarinos
Figura 2. Sta. Maria (1845)
exposto em nenhuma outra ilha açoriana
demonstra a geomorfologia única da ilha.

4
A opinião popular, avançados pelos cidadãos da ilha, é que a ilha de Santa Maria não é de forma
vulcânica pelos sedimentes em abundância no litoral. Embora, muitos Açorianos têm a opinião que as
ilhas do arquipélago foram os vestígios de Atlântida.
Em comparação, o resto das ilhas açorianas apresentam características similares
ilha-por-ilha. No tempo geológico, encontra em cada ilha períodos de actividade dum
carácter explosivo. Isto tem uma forma Surtseiniana: um processo submarino
inicialmente perseguido por períodos efusivos, também conhecido por erupções
freatomagmáticos (uma erupção vulcânica que resulta da interacção superficial de água
e magma). Durante esta fase os magmas são viscosos dando origem às erupções violente
com expulsões com cinzas, piroclásticos e lavas curtas ou almofadas. A erupção do
Vulcão dos Capelinhos em 1957 e 1958 é um moderno exemplo destas características
explosivas.

Figura 3. Erupção do Vulcão dos Capelinhos (1957/58)

No Tempo Geológico
As erupções vulcânicas, no tempo geológico, mais estudado e mais bem conhecido dos
Açores são das ilhas de S. Miguel e Terceira. No S. Miguel, tudo começou há 4 milhões
de anos, com a emergência de grandes erupções que formaram uma pequena ilha onde
agora situa o Nordeste.5 Um ano mais tarde, com expansão tectónica, uma nova
erupção deu origem ao vulcão de Povoação. A união destes dois vulcões extintos

5
(2007) Victor Forjaz. “A vulcanologia deve ser motivo de paixão e não de medo”, Diário dos Açores
Regional, Vera Borges, Lisboa.
formaram o complexo vulcânico da Furnas. Datações de radiocarbono indicam que a
caldeira do vulcão das Furnas deve
ter-se formado cerca 750 mil anos por
actividade vulcânica de magnitude
Pliniana6 (um carácter explosivo).
Há cerca de 500 mil anos uma nova
ilha primitiva formou-se por oeste do
complexo das Furnas: a ilha das Sete
Cidades. Mais tarde (250 mil anos
depois) um vulcão emergiu no litoral
oeste do complexo das Furnas,
eventualmente formando o quarto Imagem 1. Zona Fissural (S. Miguel)
complexo vulcânica: o vulcão de Agua
de Pau. Até 50 mil anos um canal
separava as duas ilhas. Neste período
uma actividade fissural entre a região
das Sete Cidades e Lagoa uniram as
duas ilhas. Na última fase de
formação, no complexo de Sete
Cidades, as erupções na caldeira
tiveram um carácter hidromagmático
e nas vertentes exteriores elas foram
Imagem 2. Lagoa do Fogo (S. Miguel)
do tipo Havaiano ou Estromboliano.7
As cartas geológicas da ilha Terceira mostram variedade por alguns autores, mas
geralmente a formação da ilha conformou por cinco fases: a formação do complexo dos
Cinco Pontos, a formação do complexo de Guilherme Moniz, a criação do Vulcão de
Santa Bárbara, o desenvolvamente do complexo do Pico Alto e uma Zona Basáltica
Fissural. Os cientistas concordam que a formação da Terceira foi de “carácter
extremamente explosivo” com deposição e consolidação de fluxos de cinzas e nuvens
6
As erupções “Plinianas” têm características similares ás da erupção do Vesúvio. O nome é derivado
das contas de Plínio o Novo (Caius Plinius Cecilius Secundus) que cronicou a erupção e a destrução de
Pompéia em 79 AD.
7
As erupções “Havaianas”, dando seu nome por as vulcões da ilhas de Havai, são relativamente sauve
com fluxos de lavas basálticos de viscosidade baixo com pequenas quantidades de cinzas e escórias.
Vulcões “Estrombolianos” são mais violentas e produzem quantidades de cinzas, escoria e gases
magmáticos resultando em piroclasticos e “chuva” de fragmentos de lava. Erupções “Havaianas” ou
“Estrombolianas” da origem aos “spatter cones”, vulcões baixos com ritimas efusivos.
ardentes8 (os ignimbritos que cobriram a maior parte da ilha revelam este facto). O
núcleo da ilha é o complexo do Vulcão dos Cinco Pontos, uma caldeira de grandes
dimensões (uma diâmetro da ordem de 7 km) formada de escoadas lávicas e depósitos
piroclásticos com vestígios nas Serras do Cume e da Ribeirinha (a maior planície da
ilha). Ao longo de três alinhamentos de orientação cones de escórias são encontrados
( sendo o Pico do Malhão o de maior altitude). O complexo de Guilherme Moniz ocupa
o centro da ilha e emergiu cerca de 23 mil anos, resultando em numerosos domos
traquíticos9, dois cones Surtsianos (o Monte Brasil e o Ilhéu das Cabras) e várias nuvens
ardentes. As estruturas vulcânicas são degradadas com muito erosão e áreas compostos
de lavas e piroclásticos. A 18 mil
anos, as formas do estratovulcão
Santa Bárbara emergiu no Oeste da
ilha. Sucessivamente, depósitos
pomíticos, lavas e domos traquíticos
formaram um vulcão escudo com
flancos de pequena inclinação (com
uma altitude de 1021 metres e um
diâmetro de 13 km). Em falhas radias
do vulcão encontram-se cones de
escórias e domos com escoadas Imagem 3. Serra da Santa Bábara (Terceira)

lávicas (como o Pico das Faias, o Pico


do Teles, o Pico Negro, o Pico da Serrata e outres). Ocupando uma vasta zona, o Vulcão
do Pico Alto corresponde por uma fase de crescimento significante na ilha. Da zona de
Lajes (no Sul da ilha) até o comunidade dos Biscoitos (no Norte da ilha) deposites
ignimbritos e a presença de várias domas, derrames lávicas e produtos piroclásticos
atestam a actividade explosiva deste vulcão. Finalmente, a maior parte da zona Central e
Sudeste da ilha Terceira durante episodies recentes (um período de 2 mil anos) foi
coberto por fissuras basálticas.

8
Um termo francês aplicado por uma massa de cinzas carregada de gases e altamente aquecida que é
expelida com força explosiva e move-se com elevadas velocidades sobre os flancos de um vulcão.
9
A mais famosa estrutura, o vulcão Algar do Carvão, é situada nesta região, que representa uma gruta
profunda formada em sílicas dos restes de uma notável chaminé vulcânica que termina numa lagoa de
águas límpidas.
As ilhas do Grupo Central,
principalmente a ilha do Faial, Pico e
São Jorge, estão destacas em duas
falhas tectónicas que estendam Este-
Oeste: a falha São Jorge e a falha
Faial-Pico. Dois vulcões centrais e
duas fissuras tectónicas formaram a
ilha do Faial. O antigo vulcão de
Ribeirinha não é conhecido mas
constitua a zona oriental da ilha,
Imagem 4. Cabeço Gordo (Faial)
composto de lavas subaéreas do estilo
Havaiano. O vulcão do Cabeço Gordo no centro da ilha representa o maior relevo da
ilha e é composto de duas fases de basaltos e lavas de traquíticos e benmoreites. A falha
do Almoxarife, situada no sudeste da ilha, é coberta em piroclásticos com cones de
escórias, lavas basaltos e um cone Surtsiano (a Monta Guia). As formações mais novas
estendam na falha do Capelo do centro da ilha ao Oeste, e incluem vários cones de
basaltos Havaiano-Estromboliano. O recente erupção do Vulcão dos Capelinhos
representa o “término” deste sistema.
A ilha do Pico na mesma falha
Faial-Pico é a mais conhecida imagem
vulcânica dos Açores. Mas, menos
conhecido, o vulcão do Topo (situado
no este da ilha) é a mais antiga
estrutura vulcânica na ilha com o
mínimo de 250 mil anos. Este vulcão
Imagem 5. O Estratovulcão (Pico)
escudo é parcialmente destruído por
desmoronamentos, deslocado por
acções tectónicas e coberto por novo
vulcanismo. Designado o complexo de Lajes (pela proximidade da cidade principal na
ilha) o antigo vulcão é composto de ankaramitico e lavas basaltos. O complexo da
Calheta do Nesquim, uma zona fissural e Estromboliano liga o vulcão do Topo com o
complexo da Madalena. Nesta área encontram-se numerosos depósitos de lavas
basálticas e cones de escórias. A morfologia mais recente no complexo da Madalena
indica um período de formação de 6 mil anos e incluem o vulcão do Pico e a zona
fissural nas vertentes ocidentais estendendo pelos cones do Capitão e Topo.
A morfologia da ilha de São
Jorge mostra um aspecto fissural mas
as marcas geológicas indicam uma
história mais complicada. Três zonas
estratigráficos aludem para uma
história de vulcanismo fissuaral
seguidos por vulcões Havaiano-
Estromboliano com muitos cones de
escórias desenvolvidos nas falhas
Oeste-Nordoeste para Este-Sudeste.
Imagem 6. Ilha de S. Jorge
No exemplo da ilha de São Jorge,
actividade fissural e mais
pronunciado ao largo da falha de São Jorge. Erosão marina e actividade ao largo das
falhas laterais durante o tempo geológica degradaram os cones e criando rochas de 400
para 800 metros de altura no Norte da ilha. Ao Sul da ilha o declive e muito menos
acentuado. Os complexos de Topo, Rosais e Manadas (de Este ao Oeste por idade) tem
exemplos de escarpas formado por fluxos de lavas chamado fajãs, mas actividade
recente (5 mil anos) é concentrado no complexo desde a Ponta de Rosais e o Ilhéu do
Topo.
Sobre a Graciosa, há poucas datações radiométricas, mas alguns cientistas
aludem que a última formação do estratovulcão dessa ilha foi formada cerca de 12.2 mil
anos anteriores. Graciosa emergiu 62 mil anos por uma sucessão de escoadas lávicas
subaéreas de natureza basáltica relacionados com um vulcão escudo, uma estrutura
alongada seguindo a direcção Nordeste-Sudeste (o complexo vulcânica da Serra das
Fontas). O próximo complexo vulcânico que corresponde a Serra Dormida e Serra
Branca evolveu das numeras escoadas lávicas e depósitos piroclásticos de natureza
traquítica. O vulcão mais recente da ilha comporta duas unidades associados aos
diferentes centros eruptivos da região Sudeste onde pontuam cones de escórias, cones
de tufos e um vulcão central.
A placa Americana constitua
duas ilhas do arquipélago dos Açores
representando a único sistema
vulcânico no oeste da Dorsal Médio
do Atlântico. No tempo geológico a
ilha das Flores emergiu no período
que a ilha de Nordeste (São Miguel) e
a antiga ilha de Santa Maria foram
formadas. Mas actividade nesta ilha
foi limitado e, como Santa Maria, ela
Imagem 7. Caldeirão (Corvo)
constitua uma sucessão de produtos
vulcânicos e depósitos sedimentares. Um importante evento freatomagmática, há cerca
de 3 mil anos, terá dado origem a crateras de explosão de tipo maar10 e recentes
escoadas lávicas. A ilha do Corvo é distinguida por fases de vulcanismo submarino como
arribas e uma fase Pliniana que deu a origem uma cratera de grandes dimensões e
escoadas lávicas de depósitos piroclásticos basálticos.

No Tempo Histórico e o Futuro


A seguir à ocupação humana nos Açores as actividades vulcânicas tornaram-se um
fenómeno negativo. Numa lista construída por vários cientistas em volta de 30 erupções
históricas são elaboradas e incluem significantes catástrofes e desastres naturais na
geomorfologia e povoação das ilhas. Alguns são importantes de pormenorizar.
Comparável à erupção de Sete Cidades em 143911, as erupções do vulcão da Serra da
Agua de Pau em 1563 e o vulcão de Furnas em 1630 tiveram um imenso impacto à
geografia da ilha de São Miguel. As erupções foram de características Pliniana; as
erupções foram explosivas e freatomagmáticas, emitindo gigantescos volumes de pedra-
pomes, matérias pomíticos pulverizados e cinzas para a atmosfera. Os escombros
impediram a navegação nas proximadades as ilhas e a população suferam peste, fome e

10
Uma cratera vulcânica que é produzida por uma explosão em uma área de baixo relevo que contém
água superficial e/ou água subterrânea, sendo mais ou menos circular.
11
A primeira historia do vulcanismo histórico é elaborado por Capitão Vidal do navio HMS Styx: em
1445, os primeiro decobridores da ilha de S. Miguel encontaram uma ilha de relevo baixo ao meio com
dois picos no este e oeste. Quando voltaram um ano depois, uma erupçõe tinha destruido o pico oeste
resultando em uma planície couberta por dois lagos e encostas de púmice e cones de escória (o vale de
Sete Cidades).
perderam as suas habitações. A explosão da Serra da Agua de Pau, com a erupção do
Pico Sapateiro, resultou na Lagoa do Fogo e as primeiras manifestações das fumeralas e
águas termais na zona das Furnas. Também distinta, a erupção das Furnas três décadas
depois, foi conhecidos o “Ano Cinzeiro” pelo enorme devastação e deposição de materias
pomíticos. A erupção Pliniana foi viram nas Flores e cinzas “choveram” ao lado da ilha
da Terceira por três dias.

Figura 4. Posição dos Complexos Vulcânicos (S. Miguel)

A erupção do vulcão dos Picos Gordos na ilha Terceira em 1761 foi na realidade
duas erupções distintas que foram as erupções únicas que ocorreram na ilha desde o
povoamento da ilha. Precedidas pelo enfraquecimento das fumarolas das Furnas do
Enxofre e a formação dum domo traquítico (o Pico Queimado), a erupção ocorreu numa
fase fissural e depois por três escoadas lávicas. As emissões de lavas basálticas foram
muito fluidas e foram responsáveis pela destruição de numeras casas, terminando nas
imediações da igreja de São Pedro em Biscoitos sem mortes. Infelizmente, em Urzelina
na ilha de S. Jorge em 1808 durante um período vulcânico, trinta foram queimados por
nuvem ardento quando tentavam salvar algumas coisas da igreja da São Mateus.
Erupções Vulcânicas no Tempo Histórico
1439 S. Miguel o Pico da Ferraria – Sete Cidades
1443 S. Miguel o Pico do Gaspar – Furnas
1562/64 Pico o Erupção vulcânica no Pico do Cavaleiro (Cabeços do Fogo)
o Erupção vulcânica na Lagoa do Fogo

1563/64 S. Miguel o Erupção vulcânica do Pico do Sapateiro (Queimado)

o Erupção vulcânica do Pico de Da Guiomar (Monte Escuro)


o Erupção vulcânica da Queimada (Ribeira do Nabo)
1580 S. Jorge
o Erupção vulcânica da Ribeira do Almeida
1630 S. Miguel o Erupção vulcânica do Cinzeiro (Lagoa Seca)
o Eurpcão submarino e Surtsiano, localizado no sudoeste de S. Miguel, 2 km da Ponta da
1638 ao mar
Candelária
1652 S. Miguel o Erupção vulcânica do Pico do Fogo
o Erupção vulcânica do Cabeço do Rilha Boi (Cabeço do Fogo) e secondario Erupção entre
1672/73 Faial
Praia do Norte e Cedros
o Erupção submarina, localizado entre S. Miguel e Banco D. João de Castro, 4 léguas da
1682 ao mar
Ponta da Ferraria
1713 S. Miguel o Erupção vulcânica do Pico das Camarinhas (Ginetes, Mosteiros e Candelária)
o Erupção vulcânica na Lomba de Fogo (Santa Luiza)
1718 Pico
o Erupção vulcânica no Cabeço de Cima, Cabeço de Baixo (São Mateus e São João)
1720 Pico o Erupção vulcancia no Cabeço do Soldão (Cabeços do Fogo)
o Erupção submarina no Banco D. João de Castro; formação de ilhéu efémera redonda e
1720 ao mar
constituada de cinzas, sendo disfeito pelo mar
1761 Terceira o Erupção vulcânica no Picos das Calderinhas (Picos Gordos)
1800 ao mar o Erupção submarina, localizado no sudeste de S. Jorge, longa o Ponta do Topo
1808 S. Jorge o Erupção vulcânica no Pico do Pedra, entre Ribeiras e Areias de Santo Amaro (Urzelina)
o Erupção submarina, localizado nordoeste de S. Miguel ao lado da Ponta da Ferraria;
1811 ao mar
formação de ilhéu efémera Sabrina;despareceu nos anos seguintes
o Erupção submarina, localizado no oeste-nordoeste da Terceira, 9 milhas do Ponte da
1867 ao mar
Serrata
1902 ao mar o Erupção submarina, localizado no oeste de S. Jorge, ao largo do Ponta do Topo
1907 ao mar o Erupção submarina, localizado na Fractura Mónaco (sul de S. Miguel)
1911 ao mar o Erupção submarina, localizado na Fractura Mónaco (sul de S. Miguel)
o Erupção submarina, localizado 1km de distancia do Ponte dos Capelinhos (Faial);
1957/58 ao mar
formação da Ilhéu Nova que, com o aparecimento de um istmo, se ligou a terra.
1963 ao mar o Erupção submarina, localizado nordoeste do Pico no Cachorro
1964 ao mar o Erupção submarina, localizado oeste de S. Jorge, ao largo da Ponta dos Rosais (Velas)
1981 ao mar o Erupção submarina, localizado na Fractura Mónaco (sul de S. Miguel)
o Erupção submarina, localizado no oeste-nordoeste da Terceira, 9 milhas do Ponte da
1998/00 ao mar
Serrata
Geralmente, a lista mostra um aumento das erupções submarinas nos últimos
cem anos, mas não indica uma diminuição do vulcanismo e actividade sísmica nos
Açores. Alguma delas são contemporâneas de formas distintas e localizadas, embora
algumas são freatomagmáticos da forma Pliniana e destrutiva. Na ilha de Santa Maria o
vulcanismo parece extinto há cerca de três milhões de anos. Semelhante, nas ilhas das
Flores, do Corvo e da Graciosa não estiveram registado erupções vulcânicas no tempo
histórico (também atribuído pela povoação tarde das ilhas). Mas as actividades não
podem ser muito anteriores à povoação, porque regista ainda actividade fumarólica e
termal.

Figura 5. Plataforma dos Açores (Estruturas Novas)

Mas agora, à atenção dos cientistas já mudaram para as águas e fracturas da


bacia da Plataforma dos Açores. Ao longo do Grupo Central dos Açores existe áreas de
actividades hidrotermicas e montes submarinos de forma vulcânica de uma complexa
cadeia de montes submarinos situada na Crista Médio do Atlântico. Os Açores são os
pontos mais visíveis. Mais e mais, as erupções são submarinas e concentradas nas zonas
do Sul da Fractura dos Açores perseguindo as novas falhas em tensão. Em particular, o
interesse dos vulcanólogos está concentrado nos vulcões submarinos, fissuras tectónicas
e fontes hidrotermais nas zonas entre Terceira e São Miguel e ao longo do Sudoeste do
Faial e Pico. Também, o Vulcão da Serreta é bem conhecido no Oeste da costa da ilha
Terceira. Em 1867, e mais recente em 1998 e 2000, esta área ao longo de linhas da Rifte
da Terceira tiveram sucessivamente
eventos sísmicos e erupções de
grandes colunas de vapor e de ejectas
saindo do mar. Na última erupção,
que foi bem documentada, decorreu
intermitente com emissões de gases e
lavas basálticas na forma de grandes
balões de lava que rebentaram na
Imagem 8. Ponte do Serreta superfície do mar. Igualmente, o
Banco D. João de Castro e Banco Mónaco continua de ocupar a atenção de vulcanólogos
em São Miguel pela mesma razão.
Recentemente foram descobertas
fontes hidrotermais (e potencias
vulcões submarinos) pelo Sudoeste do
Faial e Pico. Designados Lucky
Strike, Monte Gwen, Rainbow e
Saldanha, estas áreas hidrotermais
com chaminés activas atingem
temperaturas da ordem de 280ºC

Figura 6. Erupções Submarinas para 330ºC.


No tempo histórico, erupções
submarinas contínuam nestas zonas, e com as erupções submarinas da Serreta e do
ilhéu da Sabrina12 a potencial existe pela aumentação do território Português.
Potencialmente, um ilhéu ou ilha pode estar apenas a 10 ou 8 metros da superfície do
mar.13

12
Em 1811, uma poderosa erupção submarina ao largo da Ferraria (São Miguel), cria a ilhéu matando
muito peixo. A ilhota circular foi reclamada para a coroa britânica pelo comandante de um navio de
guerra inglês, a fragata HMS Sabrina. Depois de arruninar casas na área da Ferraria o ilhota
desapareceu nos anos seguintes por acções do mar e vento.
13
Durante os anos de 1999 e 2000 o vulcão de Serrata oscilava entre 300 m e os 800 m da superficie do
mar.
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