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Uma jornada na graça – Uma novela teológica, Richard P.

Belcher

O autor usa uma narração como pretexto para explicar o calvinismo, sua base
bíblica e derrubar os argumentos mais comuns contra o calvinismo.

Definições gerais dos cinco pontos do calvinismo:

1. Depravação total: é a doutrina que fala sobre a natureza do homem, e não sobre as
suas ações; esta doutrina afirma que o homem, em si mesmo, é incapaz de conhecer
e de querer a Deus, bem como de vir a Ele.
2. Eleição incondicional: afirma que Deus escolheu um povo (os eleitos) desde a
fundação do mundo, para ser exclusivamente dEle; a escolha divina aconteceu
fundamentada tão-somente na soberana vontade de Deus; por conseguinte, a escolha
divina dos eleitos ocorreu não devido a qualquer condição ou qualquer estado do
homem, conhecido ou previsto por Deus, quando contemplou todos os
acontecimentos da História.
3. A expiação limitada: ensina que a morte de Cristo tinha o propósito de garantir a
salvação dos eleitos. Portanto, a expiação limitada diz que, embora a morte de
Cristo, em seu poder, seja suficiente para todos os homens, ela é, em seu propósito,
eficaz apenas para os eleitos.
4. Graça irresistível: declara que Deus chamará, de maneira irresistível, para si mesmo,
todos os eleitos, através da pregação do evangelho de Jesus Cristo. E, por meio desta
chamada, o decreto da eleição se cumprirá, e o propósito particular da expiação pela
morte de Cristo se realizará.
5. Perseverança dos santos: afirma que os eleitos não estão apenas seguros para a
eternidade, mas também que a prova da eleição deles e a evidência de sua segurança
é a contínua obra de santificação no íntimo deles, que os leva a perseverar na vida
cristã.

Base bíblica e outros comentários sobre os pontos:

Depravação total:

Romanos 3:10-12 diz:


Nenhum homem é justo em sua própria pessoa ou em suas obras;
Nenhum homem busca a Deus;
Nenhum homem entende a Deus ou os assuntos espirituais;
Todos se extraviaram e se tornaram inúteis;
Nenhum homem faz coisas boas.

Mas os versículos Isaías 55:6, Mateus 6:33, Lucas 13:3 parecem contradizer,
pois falam que o homem deve buscar.
Considerando efésios 2:1-3 diz que antes da salvção (de ser vivificado por
Deus):
O homem está morto em seus delitos e pecados;
O homem anda de acordo como curso deste mundo;
O homem anda de acordo com os ditames de satanás;
O homem anda nas concupiscências da carne e do mundo;
Por natureza, o homem é filho da ira.
A conclusão é que o homem é incapaz de satisfazer a responsabilidade que os
mandamentos de Deus exigem se não for por meio do poder de Deus, quando Deus o
capacita.
Daí é possível entender Apocalipse 22:17 “quem quiser...” e João 3:13 “todo o
que nele crê” que o homem, em suas próprias forças, não pode vir a Deus e que a
vontade do homem precisa ser capacitada por Deus!

Eleição incondicional

Presciência X Predestinação ou preordenação

Presciência: Rm 8:29 e 1 Pe 1:1-2


Preordenação: Efésios 1:5-6, 11

As palavras gregas em Rm 8:29 e 1Pe 1:1-2 para “conhecer de antemão”


poderiam significar presciência (Deus de antemão viu alguma bondade no homem, ou
viu de antemão a fé que o homem teria crendo em Jesus) ou preordenação (pela vontade
de Deus, e somente da vontade de Deus, o que também significa que Deus não escolheu
o homem por causa de alguma fé ou bondade que Ele viu de antemão no homem).
Então, baseado na gramática e no contexto dá para tirar conclusões.
Tomando Rm 8:29 Deus estava agindo, fazendo algumas coisas:
Ele conheceu de antemão;
Ele predestinou;
Ele chamou;
Ele justificou.
O objeto dos verbos era a pessoa eleita e não a fé delas, chamando o objeto “aos
que”:
Aos que Deus conheceu de antemão, Ele predestinou;
Aos que Deus predestinou, Ele chamou;
Aos que Deus chamou, Ele também justificou;
Aos que Deus justificou, Ele glorificou.
O contexto da passagem era de encorajamento para o povo de Deus. . o crente
deve esperar com a criação até a consumação final de todas as coisas. Enquanto o crente
espera, o Espírito Santo o auxilia, recebe a segurança de que todos os acontecimentos
com os quais ele se depara provêm das mãos de Deus; em seguida há a afirmativa do
conhecimento antecipado de Deus. Deus conheceu de antemão; Deus predestinou; Deus
chamou; Deus justificou; Deus glorificou. Deus está no controle de todas as coisas,
inclusive da salvação, isso deve proporcionar esperança ao crente.
Interpretar Rm 8:29 no sentido de que Deus viu de antemão a fé de alguém
significaria colocar o home no lugar de Dus, mas a gramática já dissipa essa idéiapor si
só.
A passagem de Efésios 1 é clara:
v.4: Deus tinha um povo que Ele mesmo havia escolhido
v.4: Deus escolheu este povo antes da fundação do mundo
v.5: A escolha e a predestinação divina acontecem fundamentadas no beneplácito
da vontade de Deus
v.6: Tudo foi realizado para o louvor da glória da graça divina
Então a eleição realizada com base na soberana graça de Deus verdadeiramente
traria louvor a glória da graça de Deus.
A eleição incondicional não torna Deus injusto.
Se o decreto divino da eleição seguiu ao decreto da queda do homem
(infralapsarianismo), todos eram vistos como imerecedores da graça de Deus, não
tendo, portanto, motivo para reivindicar a graça de Deus. Por conseguinte, ninguém
poderia acusar a Deus de ser injusto se, com base em sua soberana vontade, de seres
caídos e indignos.
Mesmo considerando do ponto de vista do supralapsarianismo (o decreto de
eleger antes do decreto de permitir a Queda), Deus não se tornaria injusto. A seguir
definições de palavras que alguns lançam contra Deus se a eleição incondicional é
realmente verdadeira.
Arbitrário: fundamentado ou sujeito à opinião, julgamento ou capricho de
alguém; absoluto; despótico;
Déspota: um monarca absoluto; um autocrata; um tirano.
Despotismo: autoridade ilimitada; poder absoluto.
Tirano: alguém que exerce poder absoluto sem autorização legal, quer
governando bem ou mal.
Autocrata: um supremo governante de poder irrestrito; uma pessoa ditatorial e
arrogante.
Ditador: uma pessoa que possui poderes absolutos de governo; em especial,
alguém considerado como um opressor; alguém que governa, prescreve ou subjuga de
maneira autoritária.
Há duas razões pelas quais estas palavras não podem ser utilizadas em referência
a Deus:
1: essas palavras são empregadas para falar sobre pessoas que são iguais entre si
mesmas. Mas Deus e o homem não são iguais. Deus é Deus – o Eterno Soberano; e o
homem é criatura limitada. Utilizar tais palavras em referência a Deus significa colocar
sobre Ele uma igualdade com o homem e julgá-Lo com base em padrões e definições de
justiça humanos.
2: todas essas palavras, se aplicadas à eleição e à reprovação, ignoram
completamente a queda do homem, a sua condenação e o fato de que ele não merece
nada da parte de Deus, exceto ira e julgamento.

Expiação limitada

1. Diz que a morte de Cristo teve um desígnio e propósito específico para com os
eleitos, e não um desígnio e propósito geral para com toda a raça humana.
2. A expiação limitada afirma: devido ao fato de que o propósito particular de Deus na
expiação tem em vista os eleitos, a salvação deles é garantida. Qualquer outro desígnio
ou propósito na eleição somente tornaria possível a salvação de todosos quomens, mas
também não garantiria a salvação de todos os homens, mas também não garantiria a
salvação de ninguém.
3. A expiação limitada é o resultado lógico dos primeiros dois pontos do calvinismo. Se
o homem é totalmente depravado e não pode vir a Deus, exceto com base na eleição,
então, a expiação tem de ser apenas para os eleitos; pois de outro modo, eles não seriam
salvos.
4. Por outro lado, a expiação limitada diz que, se houver tal coisa como a eleição, e
algumas pessoas não pertencem ao grupo de eleitos, não haveria qualquer propósito ou
necessidade de Cristo morrer pelos não-eleitos. Se Cristo morreu por todos os homens
indistintamente, isso significaria que haveria no inferno pessoas em favor das quais
Cristo morreu e em favor das quais Ele fez expiação dos pecados.
O seguinte conjunto de versículos fala sobre a morte de Cristo em favor de seu povo.
João 10:11
Efésios 5:25-27
Atos 20:28
Hebreus 2:17
Mateus 20:28
Marcos 10:45
Marcos 14:23-24
Lucas 1:68-69
Tito 2:14
Hebreus 9:12-15
Hebreus 9:28
Hebreus 10:14
1 Pedro 1:19-21
1 Pedro2:24
Apocalipse 1:5-6

Em contrapartida há outros versículos que parecem indicar uma natureza geral da


expiação:
João 4:41-42
1 Timóteo 4:10
1 João 4:14
João 3:16
João 1:29
2 Coríntios 5:19
1 Timóteo 2:3-6
Hebreus 2:9
1 João 2:2

Ou há contradições na Bíblia, ou ela ensina o universalismo, ou Cristo morreu


pelos eleitos no sentido de que realizou uma expiação geral pelos pecados de todos os
homens; e esta expiação inclui também o pecado dos eleitos. A primeira possibilidade é
descartada; a segunda não faz sentido se forem visto as outras passagens que deixam
claro haver condenação (João 3:16b; João 3:18; João 3:36; Mateus 10:28). Mas Cristo
não morrreu da mesma maneira tanto pelos eleitos quanto pelos não eleitos. A morte
dEle em favor dos eleitos foi uma obra completa – Ele realmente morreu como um
sacrifício expiatório e vicário que satisfez as exigências da lei e da justiça de Deus
contra o pecado. Se alguém falar de alguma maneira sobre a morte de Cristo em favor
dos não-eleitos, não pode fazê-lo utilizando esses termos.
Como afirmar que em todos esses versículos que aparecem a palavra mundo é
“cada pessoa” seria recair em universalismo, o que seria contradição com os demais
versículos. Mas é coerente a interpretação (especialmente à luz do ambiente histórico da
igreja primitiva) de que a palavra mundo signifique tanto judeus quanto gentios, ou seja,
Cristo tira o pecado tanto de judeus quanto de gentios, e não somente de judeus.
Mas e a palavra “todos” na Bíblia significa “todos os homens”? Não pode ser,
pois recai em universalismo (que todos os homens serão salvos).
1 Timóteo 4:10: o significado do versículo é que Deus Pai (o Deus vivo)
preserva e guarda a vida de todos os homens; e os crentes em especial, estão sob o
cuidado e a bondade de Dês. Consequentemente essa passagem não ensina
universalismo.
1 Timóteo 2:1-6: a questão é se a palavra todos significa cada pessoa que já
viveu ou viverá sobre a terra. Acontece que em todas as vezes que o vocábulo “todos”
ocorre nas Escrituras, ele não significa todas as pessoas, sem exceção (ex: marcos 1:5;
João 8:2; atos 22:15; Mateus 10:22; João 3:26). Possivelmente a palavra todos é
empregada com um entre dois sentidos: ou uma hipérbole, exagero, grande número de
pessoas, ou pessoas sem distinção, homens de todas as nacionalidades, gerações e
classes sociais. Partindo do contexto da passagem, Paulo na epístola exortava os crentes
que orassem por todos os homens; é óbvio que não pode ter o sentido de todos os
homens, sem exceção porque eles não podiam conhecer todas as pessoas do mundo sem
exceção e mesmo o tempo não permitiria que eles orassem por todos sem exceção;
então a expressão tem de significar todos os homens no sentido de classe de pessoas; na
carta, Paulo adverte que orem pelos reis, e os reis são uma classe de pessoas. No
versículo 4, Paulo declara que Deus deseja (e não ‘quer’ no sentido de decreto, pois, se
assim fosse, tal coisa aconteceria) que todos os homens sejam salvos e cheguem ao
conhecimento da verdade. O contexto do versículo 3 nos proporciona orientação para
que entendamos o significado de “todos os homens” como todas as classes ou ordens de
pessoas. No versículo 5, Paulo afirma que existe somente um Mediador entre Deus e os
homens, Cristo Jesus, homem. No versículo 6, Paulo designa Cristo como Aquele que se
entregou a Si mesmo como resgate por todos os homens. Novamente, o contexto do
versículo4 nos orienta; outra vez o vocábulo ser refere à classe ou ordem de pessoas. E
Paulo está dizendo: visto que temos de orar por todas as classes de pessoas, não existe
qualquer dessas classes que esteja excluída do evangelho.
Em hebreus 12:9:
1.Deus tornou Cristo um pouco menor do que os anjos (ou seja, na forma de
homem) e O colocou sobre todas ascoisas de sua criação
2.Agora, porém, devido ao pecado, todas as coisas ainda não estão sujeitas a
Cristo.
3.Todavia, por meio da morte de Cristo, haverá um benefício para toda a criação,
visto que Ele provou a morte por todas as coisas. Por meio desta morte, Ele trará muitos
filhos à glória.
Essa interpretação concorda com Romanos 8:19-22.
Como a passagem de 2 Pedro 3:9 se harmoniza com a expiação limitada?
1.Alguns escarnecedores levantam a questão da demora da segunda vinda de
Cristo. Essa demora significava que, de alguma maneira, Deus era remisso no
cumprimento de suas promessas, talvez incapaz de trazê-la à realização? Por que estava
ocorrendo a demora?
2.Pedro respondeu dizendo que existe um grupo que é o objeto da paciência de
Deus; e Ele não deseja que estas “certas pessoas” pereçasm, e sim que todas elas
venham ao arrependimento.
3.Portanto, a segunda vinda de Cristo não está sendo demorada; pelo contrário,
ela está no tempo certo de Deus, de acordo com o plano e o propósito dEle para salvar
um povo. Cristo virá quando este povo estiver completo; e, no intervalo de tempo até a
sua vinda, ele estará agindo para trazer estas pessoas à salvação.
4.Por conseguinte, a passagem de 2 pedro 3 não está ensinando que Deus está
retardando a segunda vinda de Cristo acontecerá de conformidade com a vontade e o
propósito de Deus; e esta segunda vinda inclui a salvação de um povo no tempo
determinado por Deus.
5.Esta interpretação não somente é fiel ao teto e ao contexto, mas também aos
conceitos bíblicos referentes a Deus – um Deus que está no controle e está realizando
todas as coisas de conformidade com o conselho de sua própria vontade, ao invés de ser
um Deus fraco, que é controlado e manipulado pelo homem e por sua vontade.
Como 2 pedro 2:1 se harmoniza com a expiação limitada?
1.A palavra “Senhor”, neste versículo, realmente se refere ao Senhor Jesus,
especialmente à luz do fato de que não é o vocábulo utilizado habitualmente para falar
dEle como Senhor (Kurios), e sim o vocábulo (despotes) que, nos escritos do Novo
Testamento (exceto em uma passagem), é usado para referir-se a Deus Pai ou a um
senhor de escravos? E, no único versículo em que este vocábulo é utilizado para reerir-
se ao Senhor Jesus Cristo, em Judas 4, refer-se não ao senhorio de Cristo, esim ao
Senhor Jesus como Soberano. Na realidade, a distinção em Judas 4 é muito clara,
porque ambos os vocábulos são ali empregados.
2.A palavra “resgatou” pode realmente referir-se a uma expiação geral, por meio
da qual um preço foi pago em favor da redenção, mas a aquisição não é complta, porque
depende da aceitação da parte do homem? Esta pergunta é necessária por causa do fato
de que todas as ocorrências deste vocábulo, nos escritos do Novo testamento, exceto
cinco ocorrências, reportam-se ao conceito de uma compra que envolve a posse daquilo
que alguém comprou, e nunca se refere a uma comprapotencial, dependente de algum
outro fator. Nas cinco exceções (ver 1Co 6:20; 7:23; Ap5:9; 14:3-40, estevocábulo é
utilizado para falar sobre a redenção, mas nunca se reporta a uma redenção potencial,
visto que as pessoas referidas são pessoas salvas.
Com base nestas palavras, conclui-se que este versículo não pode estar
ensinando uma expiação geral, ou seja, que Cristo pagou um preço de redenção geral
por todos os homens. A pessoa a quem o versículo se refere é Deus Pai, e não o Senhor
Jesus, e o vocábulo utilizado para significar “resgatou” sempre no novo testamento se
refere a uma compra completa, que coloca o comprador na posse do objeto adquirido; e
o vocábulo nunca fala sobre uma compra potencial como sugerido na doutrina da
expiação geral. Desse modo, a tragédia do versículo não é um preço de redenção geral
em favor deles. Pelo contrário, a tragédia é que estes falsos mestres estão negando a
soberania de Deus, que os possui por direito de criação. Os falsos mestres estavam
negando a Deus em nome do cristianismo.
Em suma:
1.A morte de Cristo teve um desígnio e propósito particular para os eleitos, e não
um desígnio e propósito geral para todas as pessoas.
2.Visto que a morte de Cristo teve um desígnio e propósito particular (ou seja, a
expiação dos pecados dos eleitos), a salvação de um povo estágarantida. Umdesígnio ou
propósito geral apenas tornaria possível a salvação de todos os homnes, mas não
garantiria a salvação de nenhum deles.
3.A doutrina da expiação particular é o resultado lógico dos primeiros dois
pontos do calvinismo. Isto quer dizer que o homem é totalmente depravado e não pode
nem virá a Deus, exceto com base na eleição. Mas Deus elegeu um povo; e,no que diz
respeito ao desígnio da expiação, ela foi realizada em favor deste povo, tendo em vista o
propósito de Deus na eleição.
4. A Bínlia ensina que a morte de Cristo aconteceu especificamente em favor de
um grupo de pessoas, e não em favor de todos os homens, conforme percebemos com
clareza em versículos como João 10:11, Efésios 5:25-27, Mateus 1:21 e Atos 20:28
5.À luz do significado da expiação, Cristo não poderia ter morrido pelos eleitos
e pelos não-eleitos no mesmo sentido. Expiar transmite o significado de que Cristo
satizfez toda a justiça e a lei de Deus;que Cristo foi o Substituto que assumiu todas as
responsabilidades por aqueles em favor dos quaisEle morreu. Portanto, aqules em favor
dos quais Cristo satizfez completamente a justiça e a lei de Deus serão salvos; aqueles
em favor dos quais Cristo assumiu a responsabilidade legal serão salvos; aqueles em
favor dosquais Ele se tornou Substituto serão salvos. Se, por outro lado, a morte de
Cristo não foi uma obra completa (um sacrifício expiatório, vicário pela
responsabilidade legal daqueles q quem Ele representava),ninguém poderia ser salvo.
A doutrina da graça irresistível precisa ser vista em sua relação com os primeiros
três pontos do acróstico calvinista. Se o homem é totalmente depravado e, poressa
razão, não pode vir a Deus, em suas próprias forças; se um homem foi escolhido para
ser um dos eleitos de Deus; se a expiação realizada por Cristo teve os eleitos como
seudesignio específico e garante a salvação deles, concluímos, então que os eleitos serão
salvos. Eles serão chamados e atraídos a Cristo de maneira irresistível.
Existem algumas perguntas que surgem desta doutrina:
- E, se uma pessoa quer vir a Cristo para ser salva, mas não é um dos eleitos, isto
significa quea graça irresistível não chama tal pessoa?
- O que acontecerá, se a graça chamar um dos eleitos, mas ele não quiser vir a
Cristo, para ser salvo? Isto quer dizer que Deus o arrasta pela porta da salvação,
enquqnto este eleito grita e vocifera sua rebelião contra Deus?
- Que esta doutrina causará ao evangelismo e missões? Se Deus atrairá os eleitos
de maneira irresistível, isso não destruirá a responsabilidade do homem em se
arrepender e crer no evangelho, do homem em se arrepender e crer no evangelho, bem
como a responsabilidade da igreja em levar o evangelho a todo o mundo?
- Este ponto de vista não interfere na liberdade do homem e em seu livre-
arbítrio.
Alguns calvinistas preferem usar a expressão graça eficaz ao invés de graça
irresistível.
O calvinismo não significa que Deus se impõe sobre um pecador rebelde e
involuntário que prefeiria permanecer em seu pecado ou retornar para ele, depois que
Deus o salvou. Pelo contrário, esta doutrina crê que embora o pecador seja
espiritualmente cego, Deus o capacita, por meio do Espírito Santo, a perceber a verdade
a respieto de si mesmo, de Deus e da salvação; e que, embora o pecador seja incapaz de
romper com o seu pecado e vir a Deus, Ele capacita o pecador, por intermédio do
Espírito Santo, a converter-se de seu pecado e vir a Deus, por meio do dom da fé em
Cristo; e que, embora o pecador esteja morto, Deus lhe concede uma nova vida.
Portanto nunca haverá uma situação em que um dos eleitos não desejará ser
salvo, vistoque o poder regenerador da parte de Deus concederá ao eleito a percepção, o
desejo, o poder e a capacidade, na obra de salvação. Também nunca haverá, pois, se
Deus não agir no coração do homem,nunca haverá o desejo, a percepção, o poder e a
capacitação para alguém ver a Cristo.
Alguns versículos afirmam de maneira inegável que a salvação inclui
regeneração ou novo nascimento: Tto 3:5, João 3:3.
Algumas passagens podem não apresentar a afirmação do novo nascimento ou
da regeneração, porém mostram claramente que a obra de salvação é uma obra
profunda, vigorosa e eficaz: 1 Pedro 2:9, Efésios 2:1, joão 5:24.
Enquanto outras passagens bíblicas (incluindo algumas dessas já mencionadas)
demonstram que a obra de salvação é uma obra completamente divina, e não humana, e
que a obra de salvação é uma prerrogativa de Deus, e não do homem: Efésios 1:19,
Ezequiel 11:19, João 5:21, João 6:37, João 6:44, João 6:65, Atos 16:14, Atos 13:48,
Tiago 1:18.
Por isso é possível concluir:
1.A salvação é uma obra grandiosa que exige um imenso poder para realizá-la:
a)é ilustarada na figura de uma ressurreição, da morte para a vida;
b)é ilustrada na figura de uma remoção das trevas para a luz;
c)é um novo nascimento ou uma regeneração
2.A salvação é uma obra tão grandiosa que só pode ser realizada pelo poder de
Deus:
a)a regeneração é realizada pelo poder do Espírito Santo;
b)a fé é concedida pelo poder de Deus;
c)a novidade de vida é outorgada pelo poder de Deus;
d)o Espírito santo vivifica, enquanto a carne para nada aproveita;
e)o Senhor tem de abrir o coração do homempelo seu poder.
3.A salvação, como uma obra profunda realizada por Deus, é outorgada de
acordo com a vontade dEle:
a)somente aqueles que o Pai dá ao Filho vêm a Cristo;
b)a vida eterna é concedida somente àqueles que o pai deu ao Filho
c)o Filho vivifica a quem Ele quer;
d)ninguém vem ao Filho, se o pai não o trouxer;
e)o Senhor tem de abrir o coração pelo seu poder;
f)aqueles que crêem foram preordenados para a vida eterna.

Perseverança dos santos

1. A doutrina da perseverança é uma conclusão lógica dos quatro pontos


anteriores do acróstico calvinista.
2. A doutrina da perseverança não descarta o afastar-se de Deus por parte do
crente. 9 o afastamento de Deus pode ocorrer entre os crentes, todavia, a
doutrina da perseverança diz que o verdadeiro crente não ficará
permanentemente nesse estado. Se isso acontecer, tal crente deve colocar um
grande ponto de interrrogação ao lado de sua profissão de fé.
3. a perseverança dos santos afirma que os eleitos continuarão no caminho da
salvação (por serem eles o objeto do eterno decreto da eleição e por serem
eles o objeto da expiação realizada por Cristo), visto que o mesmo poder de
Deus que os salvou os preservará e os santificará até o final.
4. a doutrina da perseverança não inclui a idéia do “crente carnal”
5. a doutrina da perseverança inclui a segurança do crente; mas a sgurança é
somente um aspecto desta doutrina; a segurança pode deixar em seu rastro
uma maneira de pensar e um viver falsos.

Versículos sobre a segurança do crente (o crente não pode perder sua salvação):
romanos 8:35-39, João 6:37, João 10:27-29, Filipenses 1:6, Romanos 11:29, 2 Timóteo
1:12, Hebreus 10:14, João 6:47, João 5:24.
Versículos sobre a perseverança do crente:Mateus 7:13-14, Mateus 7:16-18,
Mateus 7:21-23 (nessa passagem, Cristo afirmou que o verdadeiro tste desalvação não é
simplesmente uma confissão de fé nEle, tampouco é a prwença de certas obras, pelo
contrário, o verdadeiro teste da salvação é o fazer a vontade do Pai. Mas Jesus não
estava dizendo que o fazer a vontade do Pai salva uma pessoa; Ele estava afirmando que
uma pessoa salva fará a vontade de Deus, ela perseverará), Mateus 13:5-6, Mateus
24:13, 2 Coríntios 5:17 (se uma pessoa está em Cristo, ela experimentou uma grande
mudança e transformação na vida no caráter. Esta pessoa se encontra em um estado
diferente; possui novas opiniões a respeito de si msma, da pessoa de Deus, de sua
própria natureza, de sua vida, de seus pecados, do mundo, do diabo, da verdade, de seus
propósitos e seus objetivos na vida. Sta pessoa tem novos objetivos, novas alegrias,
novos hábitos, novas esperanças – uma nova vida. E a salvação é mais que uma
confissão de fé, ou um mergulho no batismo, ou uma vida de moralidade, ou
conformação com normas exteriores de uma religião. É mais do que encobrir a velha
natureza corrompida por meio da educação e da cultura; é mais do que trabalhar em
uma igreja por alguns anos; é mais do que conhecer as verdades e as doutrinas da
Bíblia. A salvação, de acordo com este versículo, é uma transformação sobrnatural por
meio da qual uma pessoa é renovada em seu íntimo e transformada exteriormente.
Aquele que experimente a salvação é uma nova criatura – as coisas velhas passaram; eis
que se tornaram novas.), Hebreus 3:6 e 14 (estes versículos não ensinam que a salvação
é causada por nossa firmeza e por nossa fidelidade, e sim que nossa firmeza e nossa
fidelidade são produzidas por nossa salvação.) Apocalipse 2 e 3 que fala sobre o
vencedor.
Por quê as igrejas continuam enfatizando a segurança eterna e não ensinam nem
aplicam a doutrina da perseverança?
1. Um evangelismo deficiente (por causa de doutrina errada), que tem produzido
frutos imperfeitos, não é acompanhado obrigatoriamente por uma doutrina de
perseverança fraca e imperfeita?
2. isto significa que, se temos um conceito superficial sobre a salvação e
pressionamos, com rapidez e ardor, as pessoas a fazerem uma profissão de fé,
deixando de instruí-las nas coisas essenciais da verdadeira salvação, nós
temos de convencê-las, assim como a nós mesmos, de que elas estão
verdadeiramente salvas, ainda que caiam pelo caminho e não perseverem?
3. Se entendermos corretamente a salvação, incluindo a perseverança, não temos
de mudar nossas práticas evangelísticas e ser forçados a confrontar estas
pessoas com as evidências de sua falta de verdadeira salvação?
4. Não seria difícil fazermos isto, porque muitos deles são nossos queridos
amigos e parentes achegados, a quem já asseguramos de que possuem a eterna
salvação, quando utilizamos um falso entendimento da segurança eterna?
5. Podemos admitir nossa própria doutrina errada?
6. Podemos admitir nossas falsas práticas de evangelismo?
7. Podemos admitir que nossos amigos e queridos ainda não escaparam da ira
vindoura, pois somente fizeram uma confissão de fé que é indigna e não
manifestam perseverança?
8. Assim a doutrina da perseverança foi despedaçada e a doutrina da segurança
eterna (que é apenas apenas um lado da verdade) tem sido magnificada, para
encobrir nosso erro e para tranqüilizar nossas consciências no que se refere a
frutos falsos, especialmente em relação a nossos amigos e parentes que
falham em demonstrar a verdadeira evidência da salvação – a perseverança.

Deus ama os não-eleitos?


Algumas pessoas usam Malaquias 1:2-3, Romanos 9:13, João 3:36, o último diz que a
ira de Deus permanece sobreo não crê, o que não significa que Deus não ame essa
pessoa, pois nós mesmos no passado fomos filhos da ira, mas e o não eleito? “ eu porém
vos digo: amai vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”, se Deus manda
amrmos os inimigos, então Ele ama os não eleitos. Marcos 10:21-22 diz que Jesus amou
o jovem rico que não demonstrou perseverança.

Podemos desafiar todos os homens a vir a Cristo?


A mensagem de João Batista não foi restrita, a de Jesus também não (ver Mateus 4:17,
11.20, 12.41, Lucas 13.3 etc), a dos discípulos igualmente (ver Marcos 6:12, Atos
17:30). E a mensagem de Pedro, em pentecostes, foi a todos os que estavam presentes.
A conclusão tem de ser que não encontraremos na Bíblia qualquer limitação a respeito
da proclamação da mensagem do evangelho. Ela tem de ser pregada a todos os homens.
Mesmo a Grande Comissão desafia a igreja a levar o evangelho a todas as criaturas
(Marcos 16:15), e Paulo afirmou que o evangelho havia sido pregado a toda criatura
(Colossenses 1:23).

Um calvinista pode utilizar meios para realizar a obra de Deus?


Esta preocupação se relaciona ao pensamento: ”se o fim já está predestinado, por que
devemos nos preocupar com os meios que levam a este fim?”. As respostas para essa
pergunta não deve ser procurada no raciocínio humano, mas sempre na Palavra de Deus.
Por exemplo, Jesus disse que nenhum de seus discípulos se perderia (Jo 10.27-29) e
também orou em favor da preservação destes discípulos (Jo 17.11), portanto é óbvio que
a predestinação (eles jamais perecerão) da parte de Deus não anula os meios (Cristo
orando por seus discípulos). Ainda, no livro de hebreus nos capítulos de advertência,
como o 10, por que Deus tais advertências, se Deus já decretou que seu povo será
conformado à imagem de seu Filho, em toda santidade? Tais passagens ensinam que
Deus mesmo estabeleceu uma clara conexão entre os seus fins predestinados e os meios
pelos quais tais fins são alcançados.

Um calvinista deve expor um dos pontos do calvinismo cada vez que sobe ao púlpito?
As Escrituras ordenam o “pregar a Palavra” (2 Timóteo 4.2) a ordem não é pregar os
cinco pontos do calvinismo, nem mesmo pregar doutrina. Evidentemente, na pregação
da Palavra (uma exposição esclarecedor da Palavra de Deus, apresentada livro por livro
ou assunto por assunto), haverá a pregação de doutrina e uma abordagem dos cinco
pontos do calvinismo. Mas estálonge de ser uma necessidade pregar um dos cinco
pontos do calvinismo, cada vez que o pastor sobe ao púlpito.

Diferenças práticas devido ao calvinismo em nossas vidas e ministério:

1. As doutrinas da graça afetarão os métodos de evangelismo utilizados por uma


igreja.
O temor de que o calvinismo destruirá o evangelismo não tem fundamento, pois
alguns dos grandes evangelistas da História eram calvinistas. Mas, por outro lado, o
calvinismo influenciará os métodos e as práticas de evangelismo de um crente. O
calvinista compeende que não tem em si mesmo poder de converter as pessoas a
Cristo, mas que o poder de Deus age no íntimo para chamar a Deus os eleitos. É
nosso dever pregar o evangelismo a todas as pessoas so mundo e confiar que o
Espírito Santo fará a sua obra de chamar o povo de Deus.
2. As doutrinas do calvinismo devem tornar os homens melhores pregadores da
Palavra de Deus.
Reconhecendo que não há poder em nós para converter e que Deus realiza a obrapor
meio da pregação da sua Palavra, seremos mais impulsionados a afastar-nos de
nossos métodos carnais em direção a uma pregação consistente da Palavra de Deus.
O resultado desta pregação da Palavra será visto em convertidos verdadeiros e mais
firmes.
Alguém não deve pensar que pregou a palavra apenas porque estimulou os ouvintes,
apresentou algumas informações, leu um texto bíblico no púlpito, conseguiu
algumas decisões. Leu um texto bíblico no púlpito, conseguiu algumas decisões,
falou a respeito da Bíblia, de Deus e de Cristo, ocupou o púlpito por um espaço de
tempo e emocionou as pessoas enquanto estava ali. Uma pessoa pode fazer tudo isto
e não pregar a Palavra de Deus. Pregar a Palavra significa estudar a Bíblia com
profundidade, incluindo a gramática, o significado das palavras, o contexto, as
passagens paralelas e elaborar o sermão a partir desse laborioso estudo. É óbvio que,
para pregar a Palavra, um pastor tem de gastar tempo sondando as Escrituras. O
homem que dscansa nas doutrinas do calvinismo fará essa obra com alegria, não se
inquietando com a presnça ou a ausência de decisões. Ele sabe que é seu dever subir
ao púlpito, saturar sua mente com a Palavra de Deus e pregá-la, confiando que Deus,
por intermédio da Palavra, convencerá e salvará os pecadores.
3. as doutrinas do calvinismo produzirão uma grande influência em nossos
métodos de receber novos membros na igreja local,purificando assim a igrja a
impedindo-a de tornar-se apenas uma multidão d pessoas.
O batista que é calvinista compreende que soment os eleitos e nascidos denovo são
candidatos à membresia da igreja local. Tais convicções terão resultados práticos no
ministério:
a) ele receberá com alegria novos membros na igeja, mas não com uma cegueira repleta
de zelo, simplesmente porque alguém fez uma confissão de fé. Reconhecendo que
Satanás está sempre ocupado em imitar ou falsificar a obra de Deus, o calvinista será
cuidadoso em advertir aqueles que estão desejosos de receber o batismo e de se
tornarem membrosda igreja, mostrando-lhes a possibilidade de uma falsa confissão de
fé.
b) ele osdesafiará com a necessidadede calcularem o custo de alguém tornar-se um
crente em jesus e de segui-lo.
c) ele os conrontará com a responsabilidade que assumirão como membros da igreja.
d)ele lhes falará sobre a urgência de a igreja cuidar das almas deles, fazendo-o com
ternura e amor, depois que forem recebidos na membresia; também sobre a necessidade
de admoestação e disciplina de suas vidas, para que não se tornem infiéis e relaxados
nos deveres da vida cristã.
e) ele lhes dirá que estão se unindo à comunhão do povo de Deus e que tal união exige
um abandono de tendências individualistas extremas, a fim de entrarem no
compromisso sacrificial de sua pessoa para com aquela comunhão.
f) com amor, ele exigirá dos candidatos, antes de recebê-los na membresia daigreja,
algumas evidências de uma verdadeira experiência de conversão e regeneração.
g) ele compartilhará com os candidatos à membresia os padrões, as doutrinas, os
deveres e as obrigações de um membro daigreja, afirmando também o que eles podem
esperar da parte da igreja para com suas vidas, suas famílias e seu crescimento
espiritual.
4. a doutrina do calvinismo fortalecerá o interesse e o poder da igreja local em
favor da prática de uma disciplina reformada.
Demomstrando a preocupação de receber na igreja somente os eleitos de Deus, na
medida em que o podemos determinar, sempre haverá a grande preocupação de que
os membros evidenciem a veracidade da eleição e do novo nascimento em suas
vidas diárias. Na igreja, entrarão alguns que não são eleitos de Deus, temos de lidar
com eles e disciplinaá-los. Outros crentes verdadeiros lutarão contra o pecado e,
porisso, necessitarão aprender a terem disciplina; isto, em muitos casos, somente
poderá ser aprendido se a igreja impuser disciplina com firmeza e amor, quando os
seus membros pecarem. O propósito básico da disciplina sempre é a glória de Deus,
que envolve a purificação da igreja por meio do rompimento das relações com
aquele membro que caiu em pecado e não se arrependeu.

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