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OTAVIO A. CHASE, 2JORGE R. BRITO-DE-SOUZA, 3JOSÉ F. S. ALMEIDA
1,2
Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará – ITEC/UFPA
Rua Augusto Corrêa, 01 – Guamá. CEP66075-110. Caixa Postal 479
E-mails: 1chase@neoradix.com.br, 2jrgbrito@ufpa.br
3
Instituto Ciber Espacial da Universidade Federal Rural da Amazônia – ICIBE/UFRA
Avenida Presidente Tancredo Neves, 2501 – Terra Firme. CEP66077-530. Caixa Postal 917
E-mail: jfelipe@ufra.edu.br
Abstract This paper presents a remotely operated mobile robot, named ClimaBot, which has a data acquisition system that
collects measured data from smart sensors and uses the IEEE1451 standard. The task of the robot is to carry out inspection and
remote sensing of environmental variables in forests nearby urban areas, a feature that is very common in the Amazon. The sys-
tem is composed of STIM (Smart Transducer Interface Module) modules ─ whose function is to manage and store collected data
from sensors, and a NCAP (Network Capable Application Processor) module that is responsible for capturing and calibrating the
data received from STIM modules, which then are sent to a computer that runs a supervisory system. The flow of information ─
measured data from the sensors and control commands to the robot, is made by a wireless communication channel of the Zigbee
802.15.4 standard. The robot supports up to four STIM modules, which are set in the NCAP module in a plug & play fashion.
This feature reduces the overall development time and does not require any change in the hardware of the system. In this work
two STIM modules are used to measure temperature and moisture. The ClimaBot core processor is a PIC18F548 microcontroller
whose software was developed in C language with assistance from the FreeRTOS library.
Resumo Este artigo apresenta o desenvolvimento de um robô móvel operado remotamente, denominado de ClimaBot, que é
dotado de um sistema de aquisição de dados para sensores inteligentes que faz uso da norma IEEE1451. A tarefa do robô é reali-
zar inspeção e sensoriamento remoto de variáveis ambientais em florestas próximas de áreas urbanas, característica muito co-
mum na Amazônia. O sistema é composto por módulos STIM (Smart Transducer Interface Module), cuja função é gerenciar e
armazenar as informações de sensores, e um módulo NCAP (Network Capable Application Processor) responsável pela captura
e calibração dos dados provenientes de módulos STIM, que em seguida são enviados para um computador que executa um sis-
tema supervisório. O fluxo de informação de dados dos sensores e comandos de controle para o robô é feito por um canal de
comunicação wireless, padrão Zigbee 802.15.4. O robô suporta até quatro módulos STIM, cuja integração ao módulo NCAP é
feita na base do plug-&-play. Este modo diminui o tempo de desenvolvimento do projeto e não requer qualquer alteração no
hardware do robô. Este trabalho usa dois módulos STIM para medir temperatura e umidade. O núcleo de processamento do
ROV ClimaBot é um microcontrolador PIC18F548 programado em linguagem C com auxílio da biblioteca FreeRTOS.
x& (t ) = V (t ) cos(θ (t ))
(5)
y& (t ) = V (t ) sen(θ (t ))
θ&(t ) = ω (t ).
Figura 6. Plano de referência global e local do robô Substituindo V e ω em (5), chega-se ao seguinte
modelo cinemático em espaço de estados para um
robô móvel diferencial terrestre:
O par {WX ,WY } representa o frame de coordenadas
do ambiente de atuação do robô, {W } , e { RX , RY } x& (t ) r cos θ (t ) / 2 r cos θ (t ) / 2
ωr (t ) (6)
representa o frame de coordenadas locais (próprias) y& (t ) = r senθ (t ) / 2 r senθ (t ) / 2 ω (t ) .
θ&(t ) r / L
−r / L l
do robô, { R} (Siegwart e Nourbakhsh, 2004).
O modelo cinemático deve relacionar a velocida- Em (6) observa-se que o número de entradas de
de das rodas com as velocidades do referencial fixo controle independentes é menor que o número de
em seu centro de massa. As rodas do robô só se mo- graus de liberdade devido à existência de uma restri-
vem na direção em que estão apontadas, e possuem ção não-holonômica, que é representada por
velocidade zero na direção perpendicular a esta. Des-
ta forma não ocorre derrapagem lateral. x& sen(θ ) − y& cos(θ ) = 0 (7)
Para que esta condição seja satisfeita, deve existir
um ponto em torno do qual cada uma das rodas do A equação (7) mostra que a componente de velo-
robô segue um caminho circular, mesmo que este cidade perpendicular do robô móvel deve ser nula, e
ponto esteja no infinito (caminho retilíneo). Este pon- a conseqüência disso é a dependência entre as velo-
to é chamado de centro instantâneo de curvatura, ICC cidades x& e y& . A restrição não-holonômica de robôs
(Instantaneous Center of Curvature). O ICC sempre móveis terrestres é conseqüência direta da forma em
fica localizado no ponto do eixo comum das rodas que as rodas são usadas em sua locomoção (Pereira e
laterais. Chaimowicz, 2008).
Como o robô é um corpo rígido, as rodas direita e
esquerda devem se mover simultaneamente ao redor
do ICC com a mesma velocidade angular ω , que é 4 Resultados Experimentais
dada por
A Figura 7 apresenta a tela principal do programa de
controle do robô móvel diferencial terrestre Clima-
vr r ⋅ ωr
ω = R + L / 2 = R + L / 2 Bot. Ele foi desenvolvido em linguagem C++, através
(3) do ambiente de desenvolvimento Microsoft Visual
ω = vl r ⋅ ωl C++ 6.0, e com o uso do conjunto de bibliotecas
=
R− L/ 2 R−L/2 DirectX para aquisição de imagens da câmera IP e
dos sinais de comando do joystick.
Onde vr e vl são as velocidades lineares das rodas
direita e esquerda, respectivamente, ωr e ωl são as
correspondentes velocidades angulares, r é o raio
das rodas, L é a distância entre os seus centros e R
é o raio de curvatura instantâneo do caminho do robô
móvel. Resolvendo-se para R e ω as equações (3),
e dado que a velocidade linear V do centro de massa
do robô é o produto de R e ω , obtém-se
L (ωl + ωr )
R = 2 ⋅ (ω − ω )
r l
r (ωr − ωl )
ω = (4)
L
r (ωr + ωl ) Figura 7. Programa de controle do ClimaBot.
V = L
O programa tem as funções de enviar os coman- 5 Conclusão
dos de controle do ClimaBot, e realizar a aquisição
das strings referentes aos dados dos sensores de O robô ClimaBot cumpriu as tarefas iniciais de nave-
temperatura e umidade das regiões florestais e urba- gar no interior do parque experimental de manejo
nas respectivamente. Os dados referentes à coleta são florestal da UFRA, situado na periferia de Belém e
gravados em um banco de dados desenvolvido com o próximo do campus da UFPA. Durante a navegação
sistema gerenciador MySQL. ele coletou dados ambientais referentes à temperatura
Para isto o programa é processado em um compu- e à umidade relativa do ar.
tador dotado de um transceptor Zigbee para o fluxo No estágio atual, o projeto ClimaBot encontra-se
de strings, um roteador wireless para aquisição dos na fase de prototipagem e constitui um projeto de
sinais de vídeo, e comunicação com um coletor me- baixo custo, cuja ênfase didática é a aplicação de
teorológico local de temperatura e umidade. Este tecnologias para solução e prevenção de problemas
aparato é localizado na estação de controle do robô. do meio ambiente, principalmente em regiões como a
As informações climáticas obtidas no interior das Amazônia, que devido suas particularidades biológi-
florestas apontam que a temperatura do ar, diária ou cas, demanda de sistemas exclusivos para o monito-
mensal, é inferior àquela obtida fora do domínio flo- ramento ambiental.
restal. As diferenças maiores ocorrem durante os Por ser flexível, o ClimaBot também pode atuar
períodos mais quentes, e as temperaturas máximas em plantações de milho, arroz e outros cereais onde
são mais afetadas do que as mínimas. os parâmetros de temperatura e umidade do solo e do
A baixa temperatura no interior das florestas é ar são fatores importantes para integridade de uma
responsável pela umidade relativa do ar mais alta. boa colheita (EMBRAPA, 2008). Nessas aplicações,
Por isto, as florestas são mais úmidas mesmo que a faz-se necessário o uso de um invólucro impermeável
temperatura do ponto de orvalho e a pressão do vapor para adaptar o sensor, de forma que ele possa ser
d’água ambiental sejam aproximadamente iguais às imerso na terra.
da área externa (cidade). A Figura 8 mostra o gráfico Em futuro breve pretende-se incorporar ao robô
da evolução da temperatura (29°C) e umidade relati- ClimaBot outros sensores, tais como anemômetros,
va do ar (58%) em aproximadamente cinco dias. detectores de poluição do ar, medidores de pressão
atmosférica, que integrados a módulos STIM poderão
ser instalados fácil e/ou automaticamente no sistema
de aquisição de dados do robô, mediante o bom uso
da boa norma IEEE1451.
Referências Bibliográficas