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PROCESSO TC N° 02355/07 FI. 1/8

Administração Indireta Municipal. Instituto de Previdência


de Alagoa Nova. Prestação de Contas Anuais, exercício de
2006. Julga-se regular com ressalvas. Aplica-se multa. Emitem-
se recomendações. Representa-se junto à Secretaria da
Receita Federal do Brasil. Assina-se prazo para
encaminhamento de processos de aposentadoria e de pensão
ao TCEIPa. Determina-se o encaminhamento de cópia do
presente ato à divisão competente do Tribunal para subsidiar o
exame das contas de 2008 do Prefeito de Alagoa Nova.

ACÓRDÃO APL TC 25312009

1. RELATÓRIO
Examina-se a prestação de contas anual do Instituto de Previdência de Alagoa Nova, relativa ao
exercício financeiro de 2006, de responsabilidade da Sr. Jossandro Araújo Monteiro.
A Auditoria, após a análise da documentação encaminhada, emitiu o relatório inicial às fls. 146/156,
evidenciando os seguintes aspectos da gestão:
1. a prestação de contas foi encaminhada ao TCE em conformidade com as Resoluções RN TC
07/97 e RN TC 07/04;
2. o instituto, que tem natureza jurídica de autarquia, foi criado pela Lei Municipal nO20/1993, que
foi alterada pela Lei Municipal nO 21/1993, tendo sido regulamentada pela Lei nO 104/2002,
que, por sua vez, foi alterada pela Lei nO149/2005;
3. os recursos financeiros são provenientes das contribuições dos servidores, cujo percentual é
de 11 % sobre os salários, e do empregador, também com o percentual de 11 % sobre a folha
de pagamento;
4. o orçamento para o exercício em análise estimou a receita e fixou a despesa em R$
526.606,00;
5. a receita arrecadada, toda de natureza corrente, atingiu R$ 541.707,33, referente a "Receita
de Contribuição" (Patronal, no valor de R$ 41.989,85, e dos empregados, na importância de
R$ 288.134,90), "Receita Patrimonial" (R$ 187.626,74, referentes a rendimentos de aplicação
financeira), e "Outras Receitas Correntes" (R$ 23.955,84, referentes à dívida ativa);
6. a despesa realizada totalizou R$ 617.646,83, sendo R$ 617.096,83 registrados em "Despesas
Correntes" e R$ 550,00 em "Despesas de Capital". Os dispêndios com "Aposentadorias e
Reformas", "Pensões" e "Outros Benefícios Previdenciários" somaram R$ 539.584,32 e a
diferença foi aplicada em "Vencimentos e Vantagens Fixas", Obrigações Patronais", "Diárias",
"Material de Consumo", Outros Serviços de Terceiros - PF e PJ" e "Equipamentos e Material
Permanente";
7. como resultado da execução orçamentária, observou-se a ocorrência de deficit, no valor de R$
75.939,50, no entanto, considerando que as transferências da Prefeitura foram contabilizadas,
por força do disposto na Portaria STN nO339, de 29.08.01, como transferências financeiras, de
natureza extraorçamentária, no valor de R$ 246.143,95, a receita do instituto se elevou para
R$ 787.851,28, revertendo a situação para superavit, no valor de R$ 170.204,45;

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PROCESSO TC N° 02355/07 FI. 2/8

8. conforme o Balanço Financeiro, o instituto mobilizou recursos no montante de R$


2.050.001,16, sendo R$ 541.707,33 registrados em receita orçamentária, R$ 252.081,57
apropriados em receita extraorçamentária e R$ 1.256.212,26 referentes ao saldo do exercício
anterior. Quanto às aplicações, o instituto destinou R$ 617.646,83 à despesa orçamentária, R$
3.814,92 à despesa extraorçamentária e R$1.428.539,41 figuraram em saldo para o exercício
seguinte;
9. o Balanço Patrimonial apresentou um ativo de R$ 2.028.210,10, para um passivo de R$
10.498,90 (passivo financeiro) e um ativo real líquido de R$ 2.017.711,20;
10. o saldo ao final do exercício atingiu R$ 1.428.539,41, totalmente registrado na conta "Bancos e
Correspondentes", e a dívida da instituição alcançou R$ 10.498,90, referentes a "Restos a
Pagar" (R$ 7.148,00), "Consignações" (R$ 461,60) e "Débito de Tesouraria" (R$ 2.889,30);
11. no tocante aos aspectos operacionais, de acordo com informações do Demonstrativo
Previdenciário, obtido no site do MPAS, e considerando que todos os servidores efetivos ativos
são contribuintes obrigatórios, o instituto contava, em 2006, com 402 (quatrocentos e dois)
servidores efetivos ativos, 134 (cento e trinta e quatro) inativos e 28 (vinte e oito) pensionistas;
12. não há registro, no TRAMITA, de denúncias, adiantamentos, contratos, convênios e licitações
referentes ao exercício de 2006;
13. por fim, apontou as seguintes irregularidades:
13.01. de responsabilidade do Ex-prefeito, Sr. Luciano Francisco de Oliveira:
13.01.1. não foram repassadas integralmente as contribuições previdenciárias
devidas em 2006 (os balancetes demonstram oscilações nos repasses
mensais);
13.01.2. não encaminhamento de projeto de lei ao Legislativo Municipal para
adequação da legislação às normas federais, no tocante à substituição da
UFIR por outro índice de atualização para reajuste das parcelas da dívida ao
instituto.
13.02. de responsabilidade do gestor do instituto, Sr. Jossandro Araújo Monteiro:
13.02.1. não retenção/recolhimento de ISS e INSS sobre as despesas pagas com
serviços de terceiros;
13.02.2. realização de despesas com serviços contábeis sem licitação;
13.02.3. contabilização da dívida do município para com o instituto como ativo
realizável, descumprindo as determinações da Secretaria do Tesouro
Nacional, em especial as Notas Técnicas n° 49/2005 - GENOC/CCONT/STN
e n° 515/2005 - GEANC/CCONT/STN, que determinam o registro no ativo e
passivo compensado, para fins de acompanhamento e controle;
13.02.4. Balanço Patrimonial elaborado incorretamente, em função do registro de
obrigações (imposto de renda retido) como débitos de tesouraria;
13.02.5. não encaminhamento de 25 processos de aposentadoria e 16 de pensão,
para análise e registro pelo TCE/PB;
13.02.6. diferença a menor de R$ 30.253,66 entre os créditos em conta corrente e os
resgates da conta de investimentos;
13.02.7. as despesas administrativas atingiram valor equivalente a 2,59% da folha de
pessoal efetivo ativo, inativo e pensionista do municípi relativa ao exercício

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PROCESSO TC N° 02355/07 FI. 3/8

anterior, acima do limite de 2% previsto na Portaria MPAS nO4992/99, art.


17, § 3°, e na Lei nO9717/98, art. 1°, inciso 111;
13.02.8. não foi realizada a avaliação atuarial em 2006, descumprindo as
determinações do art. 1°, inciso I, da Lei nO9717/98 e do art. 2°, inciso I, da
Portaria nO4992/99;
13.02.9. instituto sem o Certificado de Regularidade Previdenciária - CRP válido para
2006 e em situação irregular perante o Ministério da Previdência Social em
relação aos seguintes critérios: 1) caráter contributivo (ente e ativos -
repasse); e 2) caráter contributivo (inativos e pensionistas - repasse);
13.02.10. não envio do termo de parcelamento da dívida de 2000 a 2004 da Prefeitura,
bem como falta de controle da dívida da Prefeitura junto ao instituto; e
13.02.11. omissão de ações junto ao Poder Executivo com objetivo de adequar a
legislação municipal aos normativos federais, no tocante à substituição da
UFIR por outro índice de atualização para reajuste da dívida.
Em virtude das irregularidades acima descritas, o Ex-prefeito de Alagoa Nova, Sr. Luciano
Francisco de Oliveira, e o gestor do instituto, Sr. Jossandro Araújo Monteiro, regularmente notificados,
apresentaram as justificativas e os documentos de fls. 162/266.
A Auditoria, ao analisar a defesa, emitiu o relatório de fls. 268/271, entendendo satisfatoriamente
justificativas as falhas relacionadas à realização de despesas sem licitação, diferença a menor entre os créditos
na conta corrente e os resgates na conta de investimento e não realização de avaliação atuarial, sem quaisquer
questionamentos sobre esta última. Reputou parcialmente sanada a irregularidade referente à não
retenção/recolhimento de ISS e INSS sobre as despesas pagas com serviços de terceiros, posto que o gestor
apenas comprovou o recolhimento do ISS. Quanto aos demais itens, manteve o entendimento inicial, conforme
comentários a seguir resumidos:
1. de responsabilidade do Ex-prefeito, Sr. Luciano Francisco de Oliveira:
1.1. não foram repassadas integralmente as contribuições previdenciárias devidas em 2006
(os balancetes demonstram oscilações nos repasses mensais).
Defesa - alegou que se surpreendeu com a ocorrência, infornando que tomaria as
medidas necessárias para solucionar o problema.
Auditoria - o defendente apenas se justificou, não juntando aos autos as medidas
necessárias para sanar o problema.
1.2. não encaminhamento de projeto de lei ao Legislativo Municipal para adequação da
legislação às normas federais, no tocante à substituição da UFIR por outro índice de
atualização para reajuste das parcelas da dívida para com o instituto.
Defesa - admitiu que a defasagem da dívida é uma realidade, informando que está em
estudo uma solução com melhor conhecimento de causa.
Auditoria - o defendente também apenas se justificou, nada juntando que pudesse sanar
o problema.
2. de responsabilidade do gestor do instituto, Sr. Jossandro Araújo Monteiro:
2.1. contabilização da divida do município para com o instituto como ativo realizável,
descumprindo as determinações da Secretaria do Tesouro Nacional, em especial as
Notas Técnicas n° 49/2005 - GENOC/CCONT/STN e n° 515/2005 -

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PROCESSO TC N° 02355/07 FI. 418

GEANC/CCONT/STN, que determinam o registro no ativo e passivo compensado, para


fins de acompanhamento e controle.
Defesa - anexou Balanço Patrimonial devidamente corrigido, conforme determinação
contida nas Notas Técnicas.
Auditoria - o Balanço Patrimonial não foi anexado.
2.2. Balanço Patrimonial elaborado incorretamente, em função do registro de obrigações
(imposto de renda retido) como débitos de tesouraria.
Defesa - argumentou que fez a correção e anexou aos autos.
Auditoria - o Balanço Patrimonial não foi anexado ao processo.
2.3. não encaminhamento de 25 processos de aposentadoria e 16 de pensão, para análise e
registro pelo TCE/PB.
Defesa - desconhece o número indicado, informando que em 2006 foram apreciados e
deferidos nove processos de aposentadoria e um de pensão.
Auditoria - as informações obtidas na instrução inicial foram retiradas do site do
Ministério da Previdência Social.
2.4. as despesas administrativas atingiram valor equivalente a 2,59% da folha de pessoal
efetivo ativo, inativo e pensionista, acima do limite de 2% previsto na Portaria MPAS nO
4992/99, art. 17, § 3°, e na Lei nO9717/98, art. 1°, inciso 111.
Defesa - foram adotadas medidas visando à redução da despesa, como afastamento de
dois funcionários comissionados e de Assessor Jurídico.
Auditoria - o limite se situa acima do legal, que é de 2%.
2.5. instituto sem o Certificado de Regularidade Previdenciária - CRP válido para 2006 e em
situação irregular perante o Ministério da Previdência Social em relação aos seguintes
critérios: 1) caráter contributivo (ente e ativos - repasse); e 2) caráter contributivo
(inativos e pensionistas - repasse).
Defesa - o instituto tem CRP e a inconsistência em alguns critérios se acha regularizada,
conforme documentação anexa.
Auditoria - o instituto se encontra com o CRP regular, porém, durante 2006, a situação
era irregular. Quanto aos critérios, permanecem irregulares.
2.6. não envio do termo de parcelamento da divida de 2000 a 2004 da Prefeitura, bem como
falta de controle da dívida da Prefeitura junto ao instituto.
Defesa - alegou que ainda não foi possível celebrar o parcelamento, em razão da
necessária atualização precisa da dívida, mas que, dentro de sessenta dias
encaminharia.
Auditoria - escoado o prazo, o gestor não encaminhou o prometido.
2.7. omissão de ações junto ao Poder Executivo com objetivo de adequar a legislação
municipal aos normativos federais, no tocante à substituição da UFIR por outro índice de
atualização para reajuste da dívida.
Defesa - não se manifestou sobre este item.
Auditoria - diante da falta de quaisquer justificativas, manteve a irregularidade.

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PROCESSO TC N° 02355/07 FI. 5/8

Provocado a se manifestar, o Ministério Público junto ao TCE/PB, através do Parecer nO523/09,


ressaltou, inicialmente, que as inconsistências indicadas como de responsabilidade do Prefeito devem ser
transpostas para o processo referente à prestação de contas de 2006 da Prefeitura, com vistas a subsidiar o
exame ou serem analisadas conjuntamente. Quanto às irregularidades de responsabilidade do gestor do
instituto, entendeu, em resumo:
• AUSÊNCIA DE RETENÇÃO DAS CONTRIBUiÇÕES PREVIDENCIÁRIAS INCIDENTES
SOBRE SERViÇOS DE TERCEIROS - PESSOA FISICA
(~ compulsoriedade da contribuição previdenciária decorre da necessidade de o gestor público
observar o princípio constitucional da seguridade social, pois o custeio do sistema
previdenciário é efetivado, dentre outras, a partir da dupla contribuição de empregados e
empregadores. Portanto, é imprescindível que se alerte veementemente o gestor para a
adoção dos procedimentos tendentes ao cumprimento da lei, resguardando, assim, o correlato
sistema previdenciário."
• CONTABILIZAÇÃO DA DíVIDA DO MUNiCípIO PARA COM O INSTITUTO COMO ATIVO
REALIZÁVEL, DESCUMPRINDO AS DETERMINAÇÕES DA SECRETARIA DO TESOURO
NACIONAL, EM ESPECIAL AS NOTAS TÉCNICAS N° 49/2005 - GENOCICCONTISTN E N°
515/2005 - GEANCICCONTISTN, QUE DETERMINAM O REGISTRO NO ATIVO E PASSIVO
COMPENSADO, PARA FINS DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLE
• BALANÇO PATRIMONIAL ELABORADO INCORRETAMENTE
São falhas de natureza organizacional administrativa e contábil, cujas alegadas correções em
sede de defesa não foram comprovadas por documento, cabendo alertar o gestor que observe
com mais zelo as determinações da STN e as normas contábeis pertinentes.
• NÃO ENCAMINHAMENTO DE 25 PROCESSOS DE APOSENTADORIA E 16 DE PENSÃO,
PARA ANÁLISE E REGISTRO PELO TCEIPB
Trata-se de descumprimento da Resolução Normativa RN TC 103/98 e 15101 deste Tribunal.
• AS DESPESAS ADMINISTRATIVAS ATINGIRAM VALOR EQUIVALENTE A 2,59% DA
FOLHA DE PESSOAL EFETIVO ATIVO, INATIVO E PENSIONISTA, ACIMA DO LIMITE DE
2% PREVISTO NA PORTARIA MPAS N° 4992/99, ART. 17, § 3°, E NA LEI N° 9717/98, ART.
1°, INCISO 111
A legislação supracitada procura limitar a despesa administrativa justamente para manter a
finalidade do órgão, que é garantir o pagamento dos benefícios aos segurados.
• INSTITUTO SEM O CERTIFICADO DE REGULARIDADE PREVIDENCIÁRIA - CRP VÁLIDO
PARA 2006 E EM SITUAÇÃO IRREGULAR PERANTE O MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA
SOCIAL EM RELAÇÃO AOS SEGUINTES CRITÉRIOS: 1) CARÁTER CONTRIBUTIVO (ENTE
E ATIVOS - REPASSE); E 2) CARÁTER CONTRIBUTIVO (INATIVOS E PENSIONISTAS -
REPASSE)
Cabe recomendar ao titular que providencie a imediata regularização da situação do instituto
perante o Ministério da Previdência e Assistência Social.
• NÃO ENVIO DO TERMO DE PARCELAMENTO DA DíVIDA DE 2000 A 2004 DA
PREFEITURA, BEM COMO FALTA DE CONTROLE DA DíVIDA DA PREFEITURA JUNTO AO
INSTITUTO
O gestor, em sua defesa, se prontificou a encaminhar o termo de parcelamento no prazo de
sessentadias, porémnão o fez. Acrescente-sea isso ~tabilizaçãO da dlVi~

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PROCESSO TC N° 02355/07 FI. 6/8

2005 e 2006, evidenciando falta de controle, o que compromete sobremaneira o futuro do


sistema previdenciário local.
• OMISSÃO DE AÇÕES JUNTO AO PODER EXECUTIVO COM OBJETIVO DE ADEQUAR A
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL AOS NORMATIVOS FEDERAIS, NO TOCANTE À
SUBSTITUiÇÃO DA UFIR POR OUTRO íNDICE DE ATUALIZAÇÃO PARA REAJUSTE DA
DíVIDA
O gestor "deveria envidar esforços no sentido de pressionar as autoridades competentes,
Prefeito Municipal e Vereadores, a modificarem a legislação local, atualizando-a o mais rápido
possível às novas díretrizes da regulamentação nacional relativas a essa matéria".
• POR FIM, PUGNOU PELA:
• IRREGULARIDADE das presentes contas;
• APLICAÇÃO DA MULTA prevista no art. 56, inciso li, da Lei Orgânica desta Corte à
autoridade responsável, Sr. Jossandro Araújo Monteiro, em face da transgressão de várias
normas legais;
• DETERMINAÇÃO à adminsitração do instituto que adote medidas urgentes com vistas a
regularizar sua situação junto ao Ministério da Previdência e Assistência Social;
• RECOMENDAÇÃO à administração do instituto no sentido de estrita observância às regras
constitucionais concernentes à Previdência Social, aos principios administrativos, às
Resoluções desta Corte e à necessidade de manter a contabilidade do órgão em
consonância com as normas legais pertinentes, sob pena de repercussão negativa em
prestações de contas futuras e aplicação de novas penalidades pecuniárias às autoridades
responsáveis; e
• TRANSPOSiÇÃO DAS INFORMAÇÕES relativas às irregularidades apontadas nos autos
de responsabilidade do Sr. Luciano Francisco de Oliveira (Chefe do Executivo), para o
processo que tem por objeto o exame das contas anuais do Prefeito Municipal, relativas ao
exercício de 2006, com vistas a subsidiar o exame da mesma, no tocante aos aspectos
correlatos, caso ainda não apreciada por este Eg. Pretório.
É o relatório, informando que as notificações de praxe foram expedidas.
2. VOTO DO RELATOR
Vale ressaltar que o Parquet sugeriu a transposição das irregularidades de responsabilidade do
Prefeito para o processo de prestação de contas de 2006 do Alcaide, caso ainda não apreciado por esta Corte.
O Relator concorda com a manifestação ministerial, porém, como as contas de 2006 da Prefeitura de Alagoa
Nova foram examinadas por este Tribunal em 10 de dezembro de 2008, conforme Parecer PPL TC 196/08, e as
de 2007 se encontram em fase final de instrução, entende cabível encaminhar cópia do presente ato à divisão
competente desta Corte para subsidiar o exame das contas de 2008 do Prefeito, Sr. Luciano Francisco de
Oliveira, objetivando verificar se subsistem as irregularidades de sua responsabilidade, descritas no item "13.01."
do relatório retro (não repasse integral das contribuições previdenciárias devidas em 2006 e não
encaminhamento de projeto de lei ao Legislativo Municipal para alteração do índice de atualização da dívida
previdenciária), acrescentado a irregularidade listada como de responsabilidade apenas do gestor do instituto,
relacionada à não celebração de parcelamento da dívida de 2000 a 2004 e, como ressaltou o Parquet, não
contabilização da dívida de 2005 e 2006.
Quanto às obrigações previdenciárias não retidas, decorrentes de pagamentos classificados em
Serviços de Terceiros - Pessoa Física, o Relator entende que podem ser objeto de representação junto à
Secretaria da Receita Federal do Brasil para as providências a seu cargo.

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PROCESSO TC N° 02355107 FI. 718

No tocante às falhas relacionadas à falta de certificação perante o MPAS e à não conformidade em


relação a alguns critérios avaliados pelo mesmo órgão, o Relator entende tratar-se de indicativos observados
pela entidade previdenciária federal fiscalizadora da viabilidade do instituto, não maculando as contas em si.
No atinente ao não encaminhamento de processos de pensão e de aposentadoria, o Relator
entende que deve ser fixado prazo ao atual gestor para que os apresente ao Tribunal, sob pena de aplicação de
multa.
As falhas técnicas contábeis relativas à classificação contábil em Balanço Patrimonial clamam por
recomendações ao gestor de maior observância da legislação pertinente e dos normativos contábeis aplicáveis
ao caso.
Por fim, a irregularidade relacionada ao excesso na despesa administrativa, embora mais
significativa, não é suficiente para que se reprove as contas em exame, cabendo recomendar ao gestor a devida
adequação ao limite de 2% previsto na Portaria nO4992199 do Ministério da Previdência e Assistência Social.
Feitas essas observações, o Relator vota pela:
1. regularidade com ressalvas da prestação de contas em exame;
2. aplicação da multa pessoal no valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais) ao titular do instituto, em
decorrência das falhas e irregularidades apontadas;
3. determinação de encaminhamento de cópia do presente ato à divisão competente desta Corte
para subsidiar o exame das contas de 2008 do Prefeito de Alagoa Nova, Sr. Luciano Francisco
de Oliveira, objetivando verificar se subsistem as irregularidades de sua responsabilidade,
descritas no item "13.01." do relatório retro (não repasse integral das contribuições
previdenciárias devidas em 2006 e não encaminhamento de projeto de lei ao Legislativo
Municipal para alteração do índice de atualização da dívida previdenciária), acrescentado as
falhas relacionadas ao não parcelamento da dívida da Prefeítura junto ao instituto, referente
aos exercícios de 2000 a 2004 e não contabilização da dívida de 2005 e 2006;
4. fixação do prazo de 60 (sessenta) dias ao atual titular do instituto para que encaminhe ao
Tribunal os processos de aposentadoria e de pensão para análise, sob pena de aplicação de
multa;
5. representação junto à Receita Federal do Brasil quanto à falta de recolhimento previdenciário
incidente sobre serviços contratados pelo instituto; e
6. recomendação à administração do instituto no sentido de estrita observância das normas
constitucionais, dos principios administrativos e da necessidade de manter sua contabilidade
em consonância com as normas legais pertinentes, sob pena de repercussão negativa em
prestações de contas futuras e aplicação de penalidades pecuniárias às autoridades
responsáveis.
É o voto.
3. DECISÃO DO TRIBUNAL
Vistos, relatados e discutidos os autos do Processo TC nO 02355/07, ACORDAM os membros
integrantes do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, na sessão de julgamento, por unanimidade,
acompanhando o voto do Relator, em:
I. JULGAR REGULAR COM RESSALVAS a prestação de contas anual do Instituto de
Previdência de Alagoa Nova, relativa ao exercício financeiro de 2006, de responsabilidade da
Sr. Jossandro Araújo Monteiro;

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO Te N° 02355/07 FI. 8/8

11. APLICAR MULTA ao responsável, Sr. Jossandro Araújo Monteiro, no valor de R$ 1.000,00
(hum mil reais), em decorrência das falhas e irregularidades apontadas, com fulcro no art. 56,
inciso 11,da Lei Orgânica do TCE/PB, assinando-lhe o prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da
data de publicação deste ato no DOE, para recolhimento voluntário aos cofres estaduais, à
conta do Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, sob pena de cobrança
executiva, desde logo recomendada, nos termos do art. 71, § 4°, da Constituição do Estado da
Paraíba;
111.DETERMINAR o encaminhamento de cópia do presente ato à divisão competente desta Corte
para subsidiar o exame das contas de 2008 do Prefeito de Alagoa Nova, Sr. Luciano Francisco
de Oliveira, objetivando verificar se subsistem as irregularidades de sua responsabilidade,
descritas no item "13.01." do relatório retro (não repasse integral das contribuições
previdenciárias devidas em 2006 e não encaminhamento de projeto de lei ao Legislativo
Municipal para alteração do índice de atualização da dívida previdenciária), acrescentado as
falhas relacionadas ao não parcelamento da dívida da Prefeitura junto ao instituto, referente
aos exercícios de 2000 a 2004 e não contabilização da dívida de 2005 e 2006;
IV. FIXAR o prazo de 60 (sessenta) dias ao atual titular do instituto para que encaminhe ao
Tribunal os processos de aposentadoria e de pensão para análise, sob pena de aplicação de
multa;
V. REPRESENTAR junto à Receita Federal do Brasil quanto à falta de recolhimento
previdenciário incidente sobre serviços contratados pelo instituto; e
VI. RECOMENDAR à administração do instituto no sentido de estrita observância das normas
constitucionais, dos princípios administrativos e da necessídade de manter sua contabilidade
em consonância com as normas legais pertinentes, sob pena de repercussão negativa em
prestações de contas futuras e aplicação de penalidades pecuniárias às autoridades
responsáveis.

Publique-se, intime-se e cumpra-se.


Sala das Sessões do TCE-PB - Plenário Ministro João Agripino.
João Pessoa, 15 de a 2009.

Conselheiro o Diniz Filho r.


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Ana Terêsa Nóbrega
\.. /---a-----
/

Procuradora Geral do
Ministério Público junto ao TCE-PB

JGC

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