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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESt
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Processo Te n° 02312/07

Câmara Municipal de São José de Piranhas.


Prestação de Contas do exercício de 2006.
Regularidade com ressalva. Aplicação de
multa. Recomendações.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do processo TC n° 02312/07 que trata da


Prestação de Contas Anual da Mesa Diretora da Câmara Municipal de São José de Piranhas,
presidida pelo Vereador José Franciraldo Evangelista Dias, relativa ao exercício de 2006, e

CONSIDERANDO que compete ao Tribunal de Contas do Estado, nos termos das


Constituições Federal e Estadual, c/c a Lei Complementar n" 18/1993, julgar as contas dos
administradores e demais responsáveis por dinheiro, bens e valores públicos;

CONSIDERANDO os termos do relatório da Auditoria, o Parecer do Ministério Público, a


proposta do Relator e o mais que dos autos consta;

ACORDAM os integrantes do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, à unanimidade, em


sessão plenária hoje realizada, em:
a) julgar regular com ressalva a Prestação de Contas da Mesa Diretora da Câmara
Municipal de São José de Piranhas, presidida pelo Vereador José Franciraldo Evangelista Dias,
relativa ao exercício de 2006, ressalvando de que essa decisão decorreu do exame dos fatos e provas
constantes dos autos, sendo suscetível de revisão se novos fatos ou provas, inclusive mediante
diligências especiais deste Tribunal, vierem a interferir de modo fundamental nas conclusões
alcançadas;
b) aplicar, ao Sr. José Franciraldo Evangelista Dias, multa no valor de R$ 1.000,00 (hum
mil reais), em vista das irregularidades constatadas;
c) conceder-lhe o prazo de 60 dias para recolhimento da multa aos cofres do Estado, sob pena
de cobrança executiva, nos termos da Constituição Estadual;
d) recomendar ao atual gestor a adoção de medidas administrativas e contábeis que visem a
não repetição das falhas constatadas e a estrita observância às normas constitucionais e à legislação
previdenciária.

Presente ao julgamento a Exm", Sra. Procuradora Geral em exercício.


Publique-se e cumpra-se.
TC - Plenário Min. Jo o gripino, em 08 de abril de 2009. / /!I

AUDITOR OSCAR ANTIAGO MELO

ISABELL;(~LLCÃO
PROCURADORA GERAL EM EXERCÍCIO
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 02312/07

o processo TC n° 02312/07 trata da Prestação de Contas Anual da Mesa Diretora da Câmara


Municipal de São José de Piranhas, presidida pelo Vereador José Franciraldo Evangelista Dias,
relativa ao exercício de 2006.

A Auditoria analisou a presente Prestação de Contas e emitiu relatório onde, em resumo,


informa:

a) a Prestação de Contas foi apresentada dentro do prazo;


b) a Lei orçamentária n" 319, de 25 de novembro de 2005, estimou as transferências para o
legislativo e fixou suas despesas no valor de R$ 498.337,00;
c) a receita arrecadada somou R$ 498.387,04 e a despesa foi realizada correspondeu a
R$ 490.463,24;
d) a despesa total do Poder Legislativo correspondeu a 7,40% da receita tributária, inclusive as
transferidas, efetivamente realizadas no exercício anterior;
e) a folha de pagamento do Poder Legislativo atingiu 67,22% das transferências recebidas;
1) a remuneração recebida pelos Edis obedeceu ao limite estabelecido na Constituição Federal
com relação aos subsídios de Deputado Estadual, observou o valor da remuneração fixado
através de Lei Municipal e correspondeu a 1,82% da receita orçamentária efetivamente
arrecadada no exercício;
g) as despesas com pessoal representaram 3,75% da Receita Corrente Líquida Municipal;
h) os RGF foram enviados a este Tribunal dentro do prazo.

Além destes aspectos, a Auditoria apontou diversas irregularidades para as quais houve
apresentação de defesa, fls. 356/368. Registra-se, entretanto, que a defesa foi encaminhada pelo então
Secretário Executivo da Câmara, SI. Denílson dos Santos Pessoa e que não consta assinatura do
interessado no instrumento procuratório, fls. 369.
A Auditoria analisou a defesa apresentada e concluiu pela permanência das seguintes
irregularidades:

a) Envio da PCA sem o anexo 17 - Demonstrativo da Dívida Flutuante

A defesa enviou o demonstrativo reclamado o qual não foi aceito pelo Órgão Técnico por
conter dados incorretos e não constar assinatura do então presidente da Câmara.

b) Despesas não licitadas no valor total de R$ 12.000,00

A Auditoria manteve a irregularidade tendo em vista tratar-se de serviços de publicidade e


divulgação para os quais a Lei 8.666/93, em seu art. 25, inciso II, veda a inexigibilidade.

c) Incompatibilidade de informações entre o RGF e a PCA

A defesa limitou-se a alegações genéricas que não se reportam especificamente às divergências


apontadas. ~\. \ '
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Processo Te n° 02312/07

d) Incorreta elaboração dos RGF encaminhados para este Tribunal

o defendente apenas comentou que cumpriu a lei e que não há irregularidade.

e) Insuficiência financeira para saldar os compromissos de curto prazo no valor de


R$ 15.829,48 e não retenção e conseqüente não recolhimento de INSS sobre serviços prestados por
pessoas físicas, no valor total de R$ 16.104,50

A insuficiência financeira apontada pela Auditoria decorreu da existência de saldo insuficiente


para cobertura de obrigações previdenciárias relativas a serviços prestados por pessoas físicas. A
defesa alega que não realizou retenção e recolhimento do INSS porque se trata de pessoas que já são
contribuintes. Ressalta, pois, que inexiste a irregularidade assim como a insuficiência financeira. O
Órgão Técnico não acata a justificativa já que o defendente não comprovou documentalmente o
alegado em relação aos prestadores de serviços.

1) Realização da Tomada de Preços n? 0112006em desacordo com o art. 21, inciso 2° da Lei n?
8.666/93

Embora a licitação pudesse ser na modalidade Convite, a Câmara Municipal optou pela
Tomada de Preço. Entretanto, o defendente não comprovou a publicação do resumo do edital no Diário
Oficial do Estado e a afixação de cópia do instrumento convocatório ocorreu apenas nos quadros de
aviso da Câmara. Além disso, o instrumento contratual não contém assinatura do representante da
empresa contratada.

g) Admissão de servidores sem concurso público

O defendente alegou que não houve contratação em desacordo com a lei tendo em vista que a
Lei Municipal n" 243/2002 criou os cargos comissionados e fixou as respectivas remunerações. O
Órgão de Instrução argumenta que a citada lei apenas ratifica o disposto no Decreto Legislativo n"
O 112000 que criou e fixou remuneração para cargos de confiança destinados essencialmente para
direção e assessoramento das atividades, não existindo justificativa para ausência de servidores
efetivos nos quadros do Poder Legislativo.

h) Informação de servidores em GFIP fora do prazo legal

A Auditoria entende que não houve eficácia na contratação de novo servidor para solucionar
problemas decorridos da contratação de empresa de assessoria administrativa pois somente em agosto de
2008 as informações foram prestadas ao INSS em sua totalidade.

i) Concessão de diárias sem formalização de processo

O Órgão de Instrução manteve a irregularidade tendo em vista que o defendente não acostou
documentação que comprovasse a formalização de processos de concessão de diárias instruídos com
base na RN Te n" 09/200 1. ~~
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Processo Te n° 02312/07

o processo seguiu ao Ministério Público que opinou pela regularidade com ressalva das
contas em apreço; atendimento parcial às disposições da LRF e comunicação à Receita Federal a
respeito do fato relacionado às contribuições previdenciárias.

É o relatório, informando que houve a notificação ao interessado acerca da inclusão do


processo na pauta de julgamento.

o ex-Presidente da Câmara Municipal de São José de Piranhas não comprovou a real situação
dos prestadores de serviços e conseqüentemente a não necessidade de efetuar a retenção e o
recolhimento das obrigações previdenciárias. A permanência da irregularidade implica em
insuficiência financeira para saldar os compromissos de curto prazo, comprometendo o equilíbrio
fiscal da entidade. Além disso, também deixou de priorizar a contratação de servidores através de
concurso público, mantendo no quadro de pessoal da Câmara apenas servidores de cargo em comissão.
Concordo, portanto, com o Órgão de Instrução quanto a estes aspectos.
Quanto às demais irregularidades, observa-se que constituem, em sua maioria, falhas de
organização e desobediência à legislação pertinente sem, contudo, caracterizarem-se em danos ao
erário. Entendo que ensejam recomendações ao atual gestor no sentido de evitar a repetição dos erros
cometidos.
Ante o exposto, proponho que este Tribunal:
a) julgue regular com ressalva a Prestação de Contas da Mesa Diretora da Câmara
Municipal de São José de Piranhas, presidida pelo Vereador José Franciraldo Evangelista Dias,
relativa ao exercício de 2006, ressalvando de que essa decisão decorreu do exame dos fatos e provas
constantes dos autos, sendo suscetível de revisão se novos fatos ou provas, inclusive mediante
diligências especiais deste Tribunal, vierem a interferir de modo fundamental nas conclusões
alcançadas;
b) aplique, ao Sr. José Franciraldo Evangelista Dias, multa no valor de R$ 1.000,00 (hum
mil reais), em vista das irregularidades constatadas;
c) conceda-lhe o prazo de 60 dias para recolhimento da multa aos cofres do Estado, sob pena
de cobrança executiva, nos termos da Constituição Estadual;
d) recomende ao atual gestor a adoção de medidas administrativas e contábeis que visem a não
repetição das falhas constatadas e a estrita observância às normas constitucionais e à legislação
previdenciária.

É a proposta, em 08 de abril de 2009.

AUDITOR OSCAR M
RE ~ l'
'E SANTIAGO MELO
TOR

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