Você está na página 1de 10

\

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO


I PROCESSO TC 02063/06
-------------------------------- §[]
Administração Direta Municipal - Município de QUIXABA -
Prestação de Contas da Prefeíta, Senhora MARLI DA SILVA
CANDEIA, relativa ao exercício financeiro de 2005 -
Esclarecidas as irregularidades pendentes após a instrução _
Admitido excepcionalmente a retirada da base de cálculo do
cômputo de receitas com aplicação vinculadas, no caso, o valor
negativo do FUNDEF fazendo com que fosse atingido o
percentual de aplicação em saúde - Emissão de PARECER
FAVORÃ VEL - Recomendações - Conhecimento de
denúncias analisadas em conjunto com a PCA, mas julgadas
improcedentes.
Atendimento INTEGRAL às exigências da LRF.

PARECER PPL TC oq 12.008

Vistos, relatados e discutidos os autos do PROCESSOPAG TC-02063/06; e


CONSIDERANDOos fatos narrados no Relatório;
CONSIDERANDO o Voto vencedor do Conselheiro José Marques Mariz e de
vista do Conselheiro Fernando Rodrigues Catão, acompanhados pelos demais, no
sentido de que, sendo o valor relativo à contribuição que o município faz ao
FUNDEF superior ao que recebe deste, não teria recursos suficientes para a
aplicação em serviços de saúde pública, por conseguinte, a importância a esse
título deve ser deduzida da base de cálculo das receitas utilizadas para a
verificação dos respectivos índices de aplicação, permitindo o atingimento do
percentual mínimo em serviços públicos de saúde;
CONSIDERANDO a existência no Tribunal de precedente acerca da matéria
descrita no item anterior, em relação às Contas do Governo do Estado;
CONSIDERANDOque na sessão de 19 de dezembro de 2.007, quando foram
tomados os Votos do Relator e dos Conselheiros José Marques Mariz e Antônio
Nominando Diniz Filho, presente estava o Conselheiro Presidente Arnóbio Alves
Viana, hoje ausente, em face de férias regulamentares;
CONSIDERANDOo mais que dos autos consta;

Os MEMBROS do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAíBA (TCE-


Pb), à unanimidade, averbando-se impedido o Conselheiro Flávio Sátiro Fernandes,
contrariamente ao Voto do Relator, na Sessão desta data, decidi m EMITIR
PARECER FAVORÁVEL à aprovação das contas de estão g da PREFEITA
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

I PROCESSO TC 02063/06 ~I
MUNICIPAL DE QUlXABA, Senhora MARLI DA SILVA CANDEIA, relativas ao
exercício de 2.005, neste considerado o atendimento INTEGRAL das exigências da
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000), na Gestão Fiscal dos Poderes
Executivo e Legislativo.

RESOLVERAM, ainda, à unanimidade, mas desta feita de acordo com o Voto


do Relator:
1. RECOMENDAR aos Chefes dos Poderes Executivo e Legislativo, com
vistas a que se articulem e providenciem a desvinculação da Câmara
Municipal da execução orçamentária da Prefeitura, a ela assegurando a
sua autonomia orçamentária e financeira;
2. CONHECERdas denúncias constantes dos Processos TC n" 07766/05(fls.
337/340) e 07767/05(fls. 341/344), apuradas nestes autos em conjunto com
a PCA ejulgá-Ias IMPROCEDENTES;
3. RECOMENDAR no sentido de que não mais se repitam as falhas
verificadas nos presentes autos.
Publique-se, intime-se e registre-se.
Sala das Sessões do TCE-Pb - Plenário . istro João Agripino
João Pessoa, 16 de l n ro de aos.
I
!

Fui presente: _--+"b,..>,~_",,-:,:,-,~__ --=-~~=~ _


Ana Terêsa Nóbrega ~
Procuradora Geral do Ministério Público Especial ~to ao Tribunal

mgs
,

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO


I PROCESSO TC 02063/06 IPág. 1/81 J
Administração Direta Municipal - Município de QUIXABA -
Prestação de Contas da Prefeita, Senhora MARLI DA SILVA
CANDEIA, relativa ao exercício financeiro de 2005 -
Esclarecidas as irregularidades pendentes após a instrução _
Admitido excepcionalmente a retirada da base de cálculo do
cômputo de receitas com aplicação vinculadas, no caso, o valor
negativo do FUNDEF fazendo com que fosse atingido o
percentual de aplicação em saúde - Emissão de PARECER
FAVORAvEL - Recomendações - Conhecimento de
denúncias analisadas em conjunto com a PCA, mas julgadas
improcedentes.
Atendimento INTEGRAL às exigências da LRF.

RELATÓRIO E VOTO DO RELATOR

A Senhora MARLI DA SILVA CANDEIA, Prefeita do Município de QUIXABA, no


exercício de 2005, apresentou, no prazo legal, a PRESTAÇÃO DE CONTAS, sobre a
qual a DIAFI/DEAGM IIIDIAGM VI emitiu Relatório, com as observações principais, a
seguir, sumariadas:
1. A Lei Orçamentária nO 148/2004, de 16/11/2004, estimou a receita e fixou a
despesa em R$ 2.764.092,00;
2. Os Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial foram lncorretamente'
elaborados, sendo que este último apresentou superavit financeiro, no valor de
R$ 442.157,41;
3. Escrituração incorreta da dívida, que importou em R$ 112.100,66,
correspondendo a 3,37% da receita orçamentária total arrecadada, sendo
totalmente representada pela Dívida Flutuante. Quando confrontada com a
dívida do exercício anterior, apresenta um acréscimo de 14,00%;
4. Os gastos com obras e serviços de engenharia, no exercício, avaliados em
R$ 460.348,30, correspondendo a 14,82% da Despesa Orçamentária Total,
tendo si pagos R$ 446.737,99, foram julgados regulares no Acórdão AC1 TC
1311/2006, nos autos do Processo TC nO 05990/06 (fls. 781);
5. De acordo com a prestação de contas (fls. 16/17), os recursos oriundos de
convênios escriturados no exercício, totalizaram R$ 131.800,49, sendo
R$ 105.800,49 de recursos federais e R$ 26.000,00 de recursos estaduais;
6. A remuneração recebida pelo Prefeito e Vice foi de R$ 60.000,00 e R$
30.000,00, respectivamente, estando dentro dos parâmetros legalmente
estabelecidos;
7. A remuneração dos vereadores e do Presidente da Câmara, durante o exercício,
foi de R$ 14.400,00 e R$ 20.400,00, respectivamente, estando dentro dos limites
legalmente estabelecidos;
8. As despesas condicionadas comportaram-se da seguinte forma:

1 Falhas apontadas pela Auditoria (fls. 1738): não foram empenhadas nem pagas despesas com pessoal do Programa d
Casa da Família, referente ao mês de dezembro/05 e outros, no valor de R$ 8.100,00. Também não ram empenha
nem pagas despesas com obrigações patronais, no valor de R$ 38.072,60, correspondente à diferença ntre os 21° do
vencimentos e vantagens fixas (R$ 1.264.922,63) e o valor registrado na PCA, fls. 18, totalizando R 46.1 ,60. /

/
/
/
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
I PROCESSO TC 02063/06 Ipág.2/811

8.1. Com ações e serviços públicos de saúde importaram em 10,66% da receita


de impostos e transferências (mínimo: 15,00%);
8.2. Em MDE representando 22,64% das receitas de impostos e transferências
(mínimo: 25%);
8.3. Com Pessoal do Poder Executivo, representando 43,20% da RCl (limite
máximo: 54%);
8.4. Com Pessoal do Município, representando 48% da RCl (limite máximo:
60%);
8.5. Aplicações de 51,32% dos recursos do FUNDEF na Remuneração e
Valorização do Magistério (mínimo: 60%).
9. No exercício de 2005, foram encaminhadas ao Tribunal de Contas duas
denúncias, conforme Processos TC nO 07766/05 (fls. 337/340) e 07767/05
(fls. 341/344).
10. No tocante à gestão fiscal, registrou-se que o gestor ATENDEU ÀS
EXIGÊNCIAS DA LRF QUANTO A:
10.1. Manutenção do equilíbrio entre receitas e despesas;
10.2. Gastos com pessoal, correspondendo a 48% da RCl, em relação ao
limite (60%) estabelecido no art. 19 da lRF;
10.3. Gastos com pessoal, correspondendo a 43,20% da RCl, em relação ao
limite (54%) estabelecido no art. 20 da lRF;
10.4. Repasse para o Poder legislativo em relação ao que dispõe o inciso I,
do § 2°, art. 29-A da Constituição Federal;
10.5. Repasse para o Poder legislativo em relação ao que dispõe o inciso 111,
do § 2°, art. 29-A da Constituição Federal;
10.6. Correta elaboração dos REO encaminhados para este Tribunal;
10.7. Envio dos REO para este Tribunal;
10.8. Compatibilidade de informações entre o REO e a PCA;
10.9. Correta elaboração de RGF encaminhados para este Tribunal;
10.10. Envio dos RGF para este Tribunal;
10.11. Compatibilidade de informações entre o RGF e a PCA.
11. E NÃO ATENDEU As EXIGÊNCIAS DA lRF QUANTO A:
11.1. Arrecadação da receita tributária;
11.2. Comprovação da publicação dos REO;
11.3. Comprovação da publicação dos RGF.
12. Em relação à Câmara Municipal de Quixaba, verificou-se o não atendimento
quanto ao envio dos RGF para este Tribunal;
/I
13. Quanto às demais disposições constitucionais e legais, inclusive 05 itens/do
Parecer Normativo TC 52/04 e os Processos de Denúncia, constatar -~ as
seguintes irregularidades: /
13.1. Omissão de receita (FEX), no valor de R$ 3.698,75, /
/f{l
I
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
I PROCESSO TC 02063/06 IPá9.3/80

13.2. Despesas com pessoal e obrigações patronais não empenhadas nem


pagas, no exercício de sua competência, no valor de R$ 46.172,60,
contrariando a Lei 4.320/64;
13.3. Pagamento de juros e multas referentes ao atraso no pagamento das
contribuições previdenciárias, no valor de R$ 6.485,23, causando prejuízo
ao erário, devendo esta importância ser devolvida aos cofres públicos do
Município;
13.4. Balanço Orçamentário, Balanço Financeiro e Balanço Patrimonial
incorretamente elaborados;
13.5. Demonstrativo da Dívida Flutuante e Fundada Interna incorretamente
elaborados;
13.6. Despesa não licitada, no valor de R$ 37.161,28, correspondendo ao
montante de 1,20% da despesa orçamentária realizada no exercício;
13.7. Aplicações dos recursos oriundos do FUNDEF na remuneração dos
profissionais do magistério, no valor de R$ 47.145,26, correspondendo a
51,32% da cota-parte do exercício mais os rendimentos de aplicação
(R$ 91.856,70);
13.8. Diferença apurada na conta nO 58.030-9 do FUNDEF, no valor de
R$ 9.578,47;
13.9. Aplicações na MDE, no valor de R$ 740.423,15, correspondendo a
22,64% da receita de impostos, inclusive transferências, não atendendo
ao mínimo exigido constitucionalmente;
13.10. Aplicações em ações e serviços públicos de saúde, no valor de
R$ 348.699,64, correspondendo a 10,66% da receita de impostos,
inclusive transferências, não atendendo ao mínimo exigido
constitucionalmente;
13.11. As ações administrativas do Município de Quixaba são realizadas no
escritório da cidade de Patos, prejudicando diretamente a população
local e inspeções realizadas pelo Tribunal de Contas;
13.12. Escola em abandono e outras em estado precário de conservação;
13.13. Profissionais da saúde não concursados que prestam serviços ao
Município de Quixaba, contrariando o que determina o art. 37, 11 da
Constituição Federal;
13.14. Dois veículos pertencentes ao Município em total abandono, causando
sérios prejuízos ao ente municipal;
13.15. Irregularidade no Demonstrativo da Relação dos veículos do Município;
13.16. Pagamento excessivo ao contador, Sr. Radson dos Santos Leite, no
valor de R$ 3.500,00, devendo esta importância ser devolvida aos
cofres públicos municipais; /1

13.17. Pagamento de pessoal abaixo do salário mínimo nacional, c ':1ariando


o art. 7°, inciso IV da Constituição Federal; /
13.18. Despesas com doações, no valor de R$ 6.081, ,sem bo/Íura legal;
/
/
I
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
I PROCESSO TC 02063/06 Ipág.4/81 J
13.19. Saldo financeiro da conta nO17.799-7 (PTA), no valor de R$10.159,68,
sem comprovação, devendo esta importância ser devolvida aos cofres
públicos municipais;
13.20. Despesa sem comprovação, no valor de R$ 21.715,49, devendo esta
importância ser devolvida aos cofres públicos municipais;
13.21. Pagamento indevido a profissionais que prestam serviços ao PSF, no
valor de R$ 4.820,00, devendo esta importância ser devolvida aos
cofres públicos do município;
13.22. Despesas no valor de R$ 3.500,00, referente à execução de projeto de
açude público, sem constar na documentação da despesa o respectivo
projeto;
13.23. Despesas relativas a prestação de serviços de motos à Secretária de
Educação, sem realização de contrato entre a entidade e os
prestadores de serviço;
13.24. Despesas sem cobertura contratual, no valor de R$ 3.500,00, paga ao
Sr. Juraci Pereira do Nascimento;
13.25. Despesas relativas a prestação de serviços de caminhão-pipa à
Secretaria de Saúde, sem a realização de contrato entre a entidade e o
prestador de serviço;
13.26. Pagamento antecipado de serviços de assessoria contábil, contrariando
o que determina a Lei nO4.320/64;
13.27. Despesa irregular na aquisição de combustível, com a sugestão de
imputação de multa;
13.28. Despesa irregular com aquisição de combustível, no valor de R$
916,74.
Instaurado o contraditório, foram notificadas as Senhoras Marli da Silva Candeia e
Maria Candeia de Araújo, respectivamente, Prefeita e Presidente da Câmara de
Vereadores, tendo a primeira apresentado a defesa de fls. 1762/3570, que a Auditoria
analisou e concluiu permanecerem as seguintes irregularidades:
1. Não envio dos RGF da Câmara Municipal (fls. 1186/1188 e 1745);
2. Despesas com pessoal e obrigações patronais não empenhadas nem pagas,
no exercício de sua competência, no valor de R$ 46.172,60, contrariando a Lei
4.320/64 (fls. 18, 1737 e 727/765);
3. Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial incorretamente elaborados
(fls. 91, 94/96, 766/780 e 1738);
4. Demonstrativo da Dívida· Flutuante e Fundada Interna incorretamente
elaborados (fls. 94/97, 766/780 e 1738/1739);
5. Diferença apurada na conta nO58.030-9 do FUNDEF, que ficou reduzida de
R$ 9.578,47 para R$ 2.171,62 (fls. 1729/1730, 1742 e 679/682);
6. Aplicações em ações e serviços públicos de saúde, aumentan de 10,66%
para 12,73% (R$ 416.406,10) da receita de impostos, inclusiv ansferências,
não atendendo ao mínimo exigido constitucionalm te (fls. 91. 13, 1731/1732
e 1742/1743); !ii v1
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
I PROCESSO TC 02063/06 Ipág.5/81 I
7. As ações administrativas do Município de Quixaba são realizadas no escritório
da cidade de Patos, prejudicando diretamente a população local e inspeções
realizadas pelo Tribunal de Contas (fls. 1746 e 1785/1786);
8. Escola em abandono e outras em estado precário de conservação (fls. 1746 e
1786/1787);
9. Profissionais da saúde não concursados que prestam serviços ao Município de
Quixaba, contrariando o que determina o art. 37, 11 da Constituição Federal (fls.
1231/1238 e 1746);
10. Dois veículos pertencentes ao Município em total abandono, causando sérios
prejuízos ao ente municipal (fls. 1433 e 1747);
11. Pagamento excessivo ao contador, Sr. Radson dos Santos Leite, no valor de
R$ 3.500,00, devendo esta importância ser devolvida aos cofres públicos
municipais (fls. 1465/1469 e 1747);
12. Saldo financeiro da conta nO 17.799-7 (PTA), no valor de R$ 10.159,68, sem
comprovação, devendo esta importância ser devolvida aos cofres públicos
municipais (fls. 1492, 1542, 1748, 1794, 1505 e 3586).
O Ministério Público Especial junto ao Tribunal, através da ilustre
Procuradora Isabella Barbosa Marinho Falcão, ofereceu Parecer no qual, após
considerações, opina no sentido de que:
1. Seja emitido PARECER CONTRÁRIO à aprovação das contas em análise de
responsabilidade da Sra. Marli Silva Candeia em face das irregularidades
constatadas em sua gestão, durante o exercício de 2005;
2. Seja declarado o ATENDIMENTO PARCIAL aos preceitos da Lei de
Responsabilidade Fiscal;
3. Seja APLICADA MULTA ao referido gestor por transgressão a normas
constitucionais e legais, nos termos do art. 56, 11 da Lei Orgânica desta Corte
(LC 18/93);
4. Seja DETERMINADA REPETiÇÃO ao Erário Municipal, de valores relativos a
despesas não comprovadas na forma apurada pela Auditoria e mencionadas
neste parecer (itens 04, 10 e 11)2;
5. Seja recomendada aos representantes dos Poderes Executivo e
Legislativo do Município em comento, a viabilização da autonomia do Poder
Legislativo, desvinculando-se a sua contabilidade da do Poder Executivo,
passando a gerir-se através do repasse duodecimal, nos termos estabelecidos
na Lei Orçamentária, com vistas a propiciar a efetiva independência entre os
Poderes, uma das pilastras do Estado democrático de Direito;
6. Sejam feitas RECOMENDAÇÕES À GESTORA no sentido de guardar estrita
observância aos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal e aos princípios que
regem a Administração Pública consubstanciados na Constituição Feder ,

2 Os itens 04, 10 e 11 do Parecer do MPjTC referem-se a: diferença no valor de R$ 9.578,47, apur na conta do
FUNDEF; pagamento excessivo ao contador, Sr. Radson dos Santos Leite, no valor de R$ 3.500,00; e I financeiro da
conta nO17.799-7 (PTA), no valor de R$ 10.159,68, sem comprovação, devendo a imp ãncía ser v vida aos cofres
públicos municipais.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
I PROCESSO TC 02063/06 Ipág.6/81 I
7. Sejam ENVIADAS CÓPIAS do presente à Procuradoria Geral de Justiça para
as providências cabíveis em face de condutas puníveis na forma da legislação
penal.
Foram realizadas as comunicações de estilo.
É o Relatório.

VOTO
o Relator ousa divergir, em parte, data vênia, da Unidade Técnica de Instrução,
porquanto:
1. Quanto ao não envio dos RGF do Poder Legislativo, é de se ponderar que tal
tenha ocorrido, por falta de conhecimento técnico do Presidente da Câmara
Municipal, já que este ente está ainda vinculado ao Poder Executivo,
merecendo, por isso, ser desconsiderada a falha;
2. Referente às despesas com pessoal e obrigações patronais não empenhadas
nem pagas, no exercício de sua competência, no valor de R$ 46.172,60,
contrariando a Lei 4.320/64 (fls. 1737), merece ser relevada a irregularidade
uma vez que a maior parte do seu valor, R$ 38.072,60, correspondeu à
estimativa, com base em diferença entre os 21% das despesas com pessoal
(R$ 1.264.922,63) e que o restante, R$ 8.100,003, conforme a declaração de fls.
727, referiu-se a pagamento do pessoal do Programa Casa da Família (PAIF -
Plano Nacional de Atendimento Integral à Família), empenhado e pago em
janeiro de 2006, englobando valores (R$ 4.500,00) que não evidenciam
corresponderem a dezembro/OS (fls. 728/739) e nem que se diziam respeito ao
dito programa, no valor de R$ 600,00 (fls. 740/742), restando somente
R$ 3.000,00, que, além de ter pouca representatividade, trata-se de recurso do
Governo Federal, e, possivelmente, o município tenha sido vítima de atraso no
repasse de recursos. Deste modo, merece ser desconsiderada a pecha;
13. À exceção dos Balanços Orçamentário e Financeiro, considerados
corretamente elaborados, após os esclarecimentos anteriormente feitos com
relação às despesas com pessoal e obrigações patronais não empenhadas e
pagas no exercício de competência, no valor de R$ 46.172,60, o Balanço
Patrimonial, além de ter elidida essa falha, ainda manteve aquela referente à
ausência da contabilização da dívida com o INSS (R$ 1.399.706,48) e outra
com a Caixa Econômica Federal (R$ 78.802,99), totalizando R$ 1.478.509,47,
(fls. 1738), que enseja recomendação no sentido de que haja respeito aos
princípios fundamentais da contabilidade;
14. Da mesma forma que no item anterior, quanto ao Demonstrativo da Dívida
Flutuante e Fundada Interna incorretamente elaborados, permaneceu somente
a não contabilização da dívida com o INSS (R$ 1.399.706,48) e com aixa

3A defesa apresentada não se referiu às despesas do PAIF - Plano Nacional de Atendimento Integral à Fa íIi ,conhecido
como Programa Casa da Família, mas a despesas com o PSF - Programa Saúde da Fa Illa, empen da e pagas em
dezembro de 2005 (fls. 1767).
T I
PROCESSO TC 02063/06 Ipág.7/81

Econômica Federal (R$ 78.802,99), merecendo apenas recomendação no


sentido de que haja maior rigor na busca pela transparência dos registros
contábeis, de forma a traduzirem fielmente a realidade das contas municipais;
15. Merece ser desconsiderada a diferença "a menor" apurada na conta do
FUNDEF, no valor de R$ 2.171,62 (fls. 3583), uma vez que a Auditoria não
incluíra nos gastos com Magistério (60%) nem em Outras Despesas (40%), a
totalidade das transferências feitas da conta do FUNDEF para o FPM a título
de ressarcimento das contribuições previdenciárias (R$ 13.679,60)4, as quais
foram efetivamente confirmadas pela Auditoria (fls. 3583), ficando de fora ainda
o montante de R$ 3.724,50, que é suficiente para cobrir a diferença "a menor"
no saldo da referida conta, sendo, portanto, sanada a irregularidade;
16. Referente às ações da Secretaria de Administração e Finanças da Prefeitura
de Quixaba, realizadas no escritório da cidade de Patos, cabe recomendação
no sentido de que o gestor, mesmo disponibilizando as demais Secretarias nos
limites do Município, providencie a instalação do Centro Administrativo da
Prefeitura o mais acessível possível da população, de modo a melhor atender
às demandas do município, inclusive no tocante à fiscalização feita pelos
órgãos públicos;
17. Quanto à existência de profissionais da saúde não concursados que prestam
serviços ao Município de Quixaba, contrariando o que determina o art. 37, 11da
Constituição Federal, o defendente apresentou às fls. 3612, a portaria de
admissão da Sra. Maria Cleide Azevedo Braz, comprovando a sua admissão
através de concurso público realizado no dia 30/11/97, sanando a
irregularidade;
18. Muito embora tenha sido feito um pagamento ao contador, Sr. Radson dos
Santos Leite, no valor de R$ 3.500,00 (fls. 1465/1469), além daqueles doze
(12) previstos no contrato, referente à elaboração da prestação de contas
anual, não foi feita nenhuma restrição quanto à não realização da mesma, pelo
contrário, pode-se comprovar através da identificação do responsável técnico
pela elaboração da PCA (fls. 103), que os serviços foram devidamente
realizados pelo referido profissional. Desta forma, fica afastada a
irregularidade;
19. A documentação acostada pelo defendente às fls. 3600/3610, referente às
despesas que foram pagas com recursos da conta nO 17.799-7 (PTA) ,
juntamente com pesquisa feita no SAGRES, fls. 3614/3615, é suficiente para
comprovar o saldo financeiro da referida conta, no valor de R$ 10.159,68 (fls.
1492/1493);

4 Do total de R$ 13.679,60, referente às transferências visando o re


previdenciárias do pessoal do FUNDEF, somente foi considerado nas
R$ 9.955,10, restando considerar a diferença de R$ 3.724,50 (fls. 3583).
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
I PROCESSO TC 02063/06 Ipág.8/81 I

20. Quanto às aplicações em saúde, o responsável comprovou às fls. 2185 e 3611,


compensação financeira de contribuições previdenciárias do pessoal da saúde
da conta FUS - Fundo Municipal de Saúde - para a conta do FPM, no valor de
R$ 18.875,63, que, computada às aplicações já admitidas (R$ 416.406,10),
perfazem o total de R$ 435.281,73, correspondente a 13,31% da receita de
impostos e transferências tributárias, portanto, não atingindo o percentual
mínimo exigido constitucionalmente.
No mais, concorda com a Auditoria, especialmente no tocante a melhorias nos
programas de conservação do patrimônio público, votando no sentido de que os
integrantes deste egrégio Tribunal Pleno:
1. EMITAM PARECER CONTRÁRIO à aprovação das contas de gestão geral do
PREFEITO MUNICIPAL DE QUIXABA, Senhora MARLI DA SILVA CANDEIA,
neste considerado o atendimento INTEGRAL das exigências da Lei de
Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000), na Gestão Fiscal dos Poderes
Executivo e Legislativo;
2. RECOMENDEM aos Chefes dos Poderes Executivo e Legislativo, com vistas a
que se articulem e providenciem a desvinculação da Câmara Municipal da
execução orçamentária da Prefeitura, a ela assegurando a sua autonomia
orçamentária e financeira;
3. CONHEÇAM das denúncias analisadas em conjunto com a PCA, nestes autos
e julguem-nas improcedentes;
4. RECOMENDEM no sentido de que não mais se repitam as falhas verificadas
nos presentes autos.
É o Voto.
Iniciada a votação, na sessão de 19 de dezembro de 2.007, os Conselheiros José
Marques Mariz e Antônio Nominando Diniz Filho votaram discordando da emissão de
parecer contrário e o Conselheiro Fernando Rodrigues Catão pediu vista.
Na sessão desta data, o Voto vista foi proferido, entendendo Sua Excelência que o
município estava sendo penalizado por contribuir muito mais com o FUNDEF que o
recebido, faltando-lhe recursos para aplicar nos serviços públic de saúde. Em assim
sendo, reconhecia atendido o percentual de aplicação d~ r cursos vinculados aos
serviços públicos de saúde, votando, também, contrariameFlÍe manifestação do Relator
neste aspecto.
João Pessoa-

Você também pode gostar