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1. RELATÓRIO
A unidade técnica de instrução desta Corte, após análise dos documentos encaminhados, emitiu
o relatório de fls. 1032/1040, evidenciando os seguintes aspectos da gestão:
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
DEFESA - o defendente diz que a gestora sempre pautou sua administração de acordo com os
princípios que regem a administração pública e em obediência as normas contidas na LRF. Já firmou
um termo de ajustamento junto ao Ministério do Trabalho visando à realização de concurso público. A
gestora não permaneceu inerte em relação as despesas com pessoal e observa-se que o valor
ultrapassado é de apenas 1,06%, de pequena monta, razão porque pede que seja elidida a falha.
AUDITORIA - O defendente reconhece o percentual constatado pela Auditoria e alega que o
valor ultrapassado é de pequena monta. Portanto, o pleito da defesa não pode ser acolhido,
permanecendo a irregularidade.
NÃO ATENDIMENTO DAS DISPOSiÇÕES DA LRF QUANTO À GASTO COM PESSOAL,
CORRESPONDENDO A 57,26% DA RCl, EM RELAÇÃO AO LIMITE DE (54%) ESTABELECIDO NO
ART. 20, DA LRF E NÃO INDICAÇÃO DE MEDIDAS EM VIRTUDE DA ULTRAPASSAGEM DE QUE
TRATA O ART. 55 DA LRF.
DEFESA - o defendente se reporta a este item juntamente com o item anterior e alegou, dentre
outros argumentos que a gestora sempre pautou sua administração de acordo com os princípios que
regem a administração pública e em obediência as normas contidas na LRF. Já firmou um termo de
ajustamento junto ao Ministério do Trabalho visando à realização de concurso público. A gestora não
permaneceu inerte em relação às despesas com pessoal e observa-se que o valor ultrapassado é de
apenas 1,06%, de pequena monta, razão porque pede que seja elidida a falha.
AUDITORIA - na elaboração do relatório inicial foi constatado que o gasto com pessoal do Poder
Executivo correspondeu a 57,26% da receita corrente líquida - RCL ultrapassando o limite fixado na
Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, bem como ultrapassou o limite prudencial (95% do limite
estabelecido no art. 20) e não foi evidenciado no relatório de gestão fiscal que tenham sido adotadas as
medidas que dispõe o art. 22 da LRF. A irregularidade persiste.
FALTA DE COMPROVAÇÃO DA PUBLICAÇÃO DA LOA REFERENTE AO EXERCíCIO DE 2006
DEFESA - o defendente diz que o município de Serraria sempre obedeceu aos princípios
constitucionais que regem a administração pública, dentre eles o princípio da publicidade; a LOA
referente ao exercício de 2006 foi publicada, cf. se comprova através de documentos anexos e foi
publicada no Diário Oficial do Município e anexada em locais públicos da cidade.
AUDITORIA - No relatório da LOA foi constatado que esta lei não guarda compatibilidade com
os dispositivos da Constituição Federal, da LRF e da RN TC 07/2004, por sua cópia não ser
autenticada e não ter comprovação de sua publicação. Notificada, a Prefeita apresentou os
documentos que suprem a falta de autenticação da referida lei, mas não são suficientes para
comprovar sua efetiva publicação no órgão oficial. Agora, a defendente diz que a a LOA foi publicada
no Diário Oficial do Município e anexada em locais públicos da cidade, mas não apresentou provas que
pudessem confirmar sua alegação, pois anexou apenas uma cópia da LOA, desacompanhada da
comprovação da publicação, razão porque a Auditoria não acolhe suas alegações e persiste a
irregularidade.
DESPESAS SEM LICITAÇÃO NO TOTAL DE R$ 493.331,96, EQUIVALENTE A 32,94% D
VALOR LICITÁ VEL E 9,69% DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA.
DEFESA - Todos os processos licitatórios mencionados às fls. 1052 (defesa) encontram-se
anexo. , L1 (,' 1I
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AUDITORIA - Na presente análise foram excluídas da relação das despesas não licitadas de fls.
1034, as despesas cujos processos licitatários foram apresentados pela defesa. Dessa forma, as
despesas não licitadas passam a ser de R$ 97.090,45, constituída de: a) apresentação de banda de
forrá (R$ 51.510,00); serviço de edição de folhas de pagamento (R$ 9.000,00); Sistema de acesso à
internet (R$ 9.545,00); aquisição de peças para veículos (R$ 17.926,50) e aquisição de peças para
trator (R$ 9.108,95).
UTILIZAÇÃO DE CRÉDITOS ADICIONAIS SEM FONTE PARA COBERTURA NO VALOR DE
R$ 5.001,60
DEFESA - o defendente afirma que o valor apontado como créditos adicionais sem fonte para
cobertura, no valor de R$ 5.001,60, só corresponde a 0,10% das despesas realizadas no exercício,
sendo um percentual ínfimo que não compromete as contas.
AUDITORIA - Foi constatada a utilização de créditos adicionais sem fonte de recursos no total
de R$ 5.001,60. O defendente fez as explicações acima transcritas, desacompanhadas de prova
documental, razão porque permanece a irregularidade.
Provocado a se manifestar, o Ministério Público junto ao TCE/PB emitiu o Parecer nO254108 com
o entendimento de que:
1) Com relação aos gastos com pessoal, vê-se que houve extrapolação dos
limites previstos no art. 20, 111, "b" da LC 101/00. Cabe recomendar ao gestor
a observância das providências legais no sentido de adequar os gastos com
pessoal aos respectivos limites;
2) Pertinente a publicação da LOA, cf. documentação anexada aos autos, às
fls. 587/590, resta sanada a irregularidade apontada;
3) Quanto às despesas não licitadas no total de R$ 97.090,45 - os
procedimentos licitatários não realizados dizem respeito, em sua maioria, a
aquisição de peças automotivas, apresentação de bandas de forrá, serviço
de edição de folhas de pagamento e sistema de acesso à internet, nas
quais, em princípio, a licitação seria dispensada;
4) Tocante a utilização de créditos adicionais sem fonte para cobertura, no
valor de R$ 5.001,60 - merece recomendação no sentido de maior rigor na
abertura de créditos suplementares, evitando-se a reincidência.
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2. VOTO DO RELATOR
Os gastos com pessoal do Poder Executivo ultrapassaram em apenas 1,06% o limite legal.
Não obstante o órgão técnico tenha apontado a ausência de indicação de medidas adotadas em função
ultrapassagem de que trata o art. 55 da LRF, a defendente informou que firmou, junto ao Ministério do
Trabalho, um Termo de Ajustamento de Conduta - TAC, que objetiva a tomada de medidas
necessárias ao correto ingresso de pessoal no serviço público municipal, bem como ao ajustamento
das despesas com pessoal aos limites estabelecidos na Constituição Federal, na LRF e demais normas
que regem a matéria. As medidas visam, em sua maioria, a obediência aos princípios constitucionais
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
No que toca as despesas realizadas sem licitação, relativas a: peças para trator e veículos,
emissão da folha de pagamento e acesso à internet, as aquisições foram feitas ao longo do exercício e
em valores abaixo do exigível para licitação. Em relação a contratação das 12 (doze) bandas que se
apresentaram nas festas juninas, inclusive, o artista conhecido Tom Oliveira, além da montagem do
palco, sonorização, iluminação e segurança, no total de R$ 51.510,00, que representa 1,01% da DTG.
A Auditoria não apontou nenhuma irregularidade nos preços contratados, além de ser um caso típico
de inexigibilidade de licitação.
Respeitante a falha relativa à utilização de créditos adicionais sem fonte para cobertura, no valor
de R$ 5.001,60 - informações constantes dos demonstrativos contábeis dão conta da existência de
saldo em dotações orçamentárias. Assim, entendo que deve ser recomendado a administração
municipal maior observância ao preceituado na Lei 4.320/64, especialmente no que toca a utilização de
créditos adicionais.
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